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GIAMBATTISTA

BODONI

seutipo.com.br

ano 01 nº 01 - R$ 12,90 Publicação trimestral jul / ago / set 2013

As obras de Bodoni sempre tiveram um êxito incomum devido à qualidade da tipografia, das ilustrações, da impressão e encadernação.

Entrevista com o Tipógrafo Claudio Rocha Claudio lançou a revista Tipoitalia, além de colaborar com museus, promover workshopse dar palestras.

Helvética A fonte mais associada à tipografia suíça do pós-guerra e à “Escola Internacional”.



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RESGUARDAR A TIPOGRAFIA É PRESERVAR O CONHECIMENTO Por Tânia Galluzzi Março de 2012

Nascido em 1957, aos 10 anos Claudio Rocha desenhava letras. Na escola era ele o responsável pela diagramação do jornal do grupo de teatro e aos 17 já diagramava as revistas e materiais impressos do Idort. Ele estava na lida muito antes de surgir a denominação designergráfico, à qual deu corpo e importância com seu conhecimento técnico e criatividade. Artista gráfico completo e grande conhecedor de tipos, Claudio Rocha atuou como catalisador para a primeira geração de typedesigners brasileiros em meados da década de 90 com iniciativas como a revista Última Forma Typography, em 1997. Publicação independente, reunia pes-soas que tinham alguma relação com a criação e o desenho de letras, como Rubens Matuck, Guto Lacaz, Arnaldo Antunes, Tide Hellmeister e Eduardo Bacigalupo, figurando como um dos primeiros meios de divulgação da tipografia brasileira na comunidade internacional do design. Mergulhado na escassa literatura sobre o tema, Claudio, entre idas e vindas como freelancer e profissional contratado (foi diretor de criação na Seragini Design), virou designer gráfico especializado no segmento editorial. Ou melhor: tradutor visual, nas suas próprias palavras, uma vez que sua função é entender uma necessidade mercadológica e materializá-la em uma peça gráfica. Da semente atirada pela Última Forma nasceu, em 2000, a revista Tupigrafia, trazendo um olhar instigante e sensível sobre as manifestações contemporâneas sobre a tipografia no Brasil e no mundo, idealizada em parceria com Tony De Marco. No período que morou na Itália, entre 2007 e 2009, Claudio lançou a revista Tipoitalia, além de colaborar com museus, promover workshopse dar palestras. 4 - seutipo.


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Antes disso, em 2004, criou, ao lado de Claudio Ferlauto e Marcos Mello, a Oficina Tipográfica São Paulo com o ideal de recuperar a linguagem peculiar do sistema de impressão tipográfica e inserir esse meio de comunicação como um recurso de estilo dentro do universo digital. Agregando ateliê de composição manual e impressão tipográfica, a oficina posicionou-se como um laboratório no qual se experimentava a linguagem dos tipos de metal e de madeira e onde aconte-ciam workshops abertos aos interessados em conhecer essa técnica. Em 2005, a Oficina transformou-se em uma organização não governamental, sendo transferida posteriormente para a Escola Senai Theobaldo De Nigris, com a qual mantém um convênio com a missão de preservar a cultura gráfica no País. Hoje Claudio Rocha, autor de livros como Projeto Tipográfico – Análise e Produção de Fontes Digitais e Tipografia Comparada: 108 Fontes Clássicas Analisadas e Comentadas, divide-se entre a rotina da Oficina Tipográfica, as aulas que ministra como professor de Tipografia e projetos pessoais. Nesta entrevista, ele fala sobre a validade da tipografia como processo de impressão na atualidade e a possibilidade de combiná-la com as novas tecnologias.

Qual o papel da tipografia hoje? Claudio Rocha – A tipografia é uma tecnologia

Ainda há gráficas produzindo impressos em tipografia no Brasil?

superada há duas gerações. Foi subs-tituída pelo processo offset e agora pela impressão digital.

CR – O uso é marginal. A tipografia teve uma

Só que os parâmetros da tipografia, seus princí-

sobrevida com a impressão de taloná-rios, hot

pios, foram preservados. Resguardar a tipografia

stamping e para numeração de impressos. No

é preservar o conhecimento. Nosso objetivo é

interior e nas periferias ainda se faz envelopes e

cultural, didático. Quem cria ou produz peças em

cartões de visita em tipografia, mas muitas impres-

tipografia tem a oportunidade de desenvolver o

soras estão sendo transformadas e utilizadas para

raciocínio visual, deve trabalhar com os aspectos

corte e vinco. O uso comercial é bem restrito,

físicos do grafismo e não grafismo, lidar com os

mesmo porque muitos profissionais que possuíam

espaços vazios, ex-periências que a computação

o conhecimento dessa técnica já se aposentaram.

gráfica não possibilita. Na tipografia, o designer e o gráfico se complementam e o conhecimento da técnica amplia a bagagem profissional de

É possível unir a impressão tipográfica e a digital?

quem se dedica a ela. Por suas características, a tipografia permite efeitos únicos que o gráfico

CR – Um recurso é tirar uma prova de prelo

pode explorar. Algumas editoras, como a Cosac

de uma composição com tipos de metal ou de

Naify, utilizam a tipografia na impressão da capa

madeira e também de um clichê tipográfico e

de seus livros como um recurso de estilo, bus-

transformá-los em arquivo digital através do seu

cando a linguagem visual própria desse sistema.

escaneamento. Fizemos isso recentemente aqui

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na Oficina Tipográfica para a programação visual

fica como recurso formal no design gráfico; Gravura

de uma exposição, compondo palavras com tipos

Tipográfica, sob minha direção, onde exercitamos as

de madeira, digitalizando as provas desse mate-

possibilidades da linguagem tipográfica na produção

rial e gerando arquivos digitais para impressão em

de cartazes; e Técnicas de Encadernação para De-

offset. O inverso também é possível. Elaborar um

signers, também conduzido pelo Marcos. Também

projeto no computador, produzir um fotolito e a

pretendemos nos concentrar na experimentação

partir deste fazer um clichê para impressão em

e na busca da excelência técnica, materializando

tipografia. O que determina é a linguagem que se

produtos gráficos e editoriais da própria Oficina. A

pretende para o projeto, a proposta do trabalho.

OTSP não tem fins lucrativos. Vivemos de apoios e dos produtos que desenvolvemos. Pretendemos

Você citou uma editora que utiliza a tipografia em seus produtos. Como está a procura pela tipografia como um recurso visual?

aproveitar a vocação editorial da Oficina para dar corpo a projetos com caráter cultural.

CR – Nesse aspecto, o processo tipográfico é bastante valorizado. Existem oficinas tipográficas com uma nova proposta surgindo em São Paulo, em Goiânia, em Belo Horizonte e outras cidades. A tipografia virou um nicho de mercado e vem sendo utilizada, tanto no Brasil quanto em países como a Itália, na produção de livros, cartazes, convites, em peças com pequenas tiragens, em projetos culturais. Há mercado, porém limitado.

Quais são os planos da Oficina Tipográfica para este ano? CR – Estamos dando continuidade à catalogação do acervo da Oficina e da Escola Senai. No ano passado recebemos doações importantes, como a do Sesc Pompeia, que repassou para a Oficina uma grande quantidade de tipos históricos. Estamos reorganizando todo esse material. Na área didática vamos manter os mesmos cursos que já estávamos oferecendo: Composição Manual, no qual o Marcos Mello apresenta o sistema e a linguagem da composição com tipos móveis e da impressão tipográ-

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PARA QUE É QUE PRECISAMOS DA HELVETICA? Paulo Heitlinger Fevereiro de 2007

O 50º. aniversário da Helvetica – uma família de fontes criada em 1957 pelo suíço Max Miedinger – foi o pretexto para rodar um documentário que ilustra a expansão deste conhecido typeface. Reacende-se uma polémica que já vem de alguns anos atrás e que merece a pena retomar. Vejamos porquê.

Quando o editor suíço Lars Müller publicou o seu livrinho Hommage to Helvetica (que entretanto está à venda a bom preço nas lojas da FNAC), argumentava que “este typeface sabe fazer tudo, e é neste aspecto que é genial ... Tive vontade de publicar este livro para reagir contra a inflação das fontes. Temos hoje cerca de 30.000 fontes, mas que não servem para grande coisa. Em vez de inventar novas fontes, valia mais renovar a tipografia com as fontes existentes. É este o caminho para o qual aponta o sucesso da Helvetica”. Em resposta a Lars Müller, tenho a argumentar que para um suíço a Helvetica pode servir para muitas aplicações, mas para mim não serve para grande coisa, pois falta-lhe qualquer personalidade tipográfica. Ça manque du charme, diriam os franceses.Temos milhares de fontes disponíveis para as mais variadas aplicações, de modo que a questão pertinente será: Para que é que nós precisamos ainda dessa letra de horripilante estética, criada à cinquenta anos para atender às necessidades de clientes à procura de uma letra “despersonalizada”, “neutral”, apta a garantir-lhes um fácil acesso a um mercado global? 10 - seutipo.


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O trend da globalização persiste

tão fraca legibilidade e pobre estética teve uma proliferação tão virulenta – nefastos efeitos da

A resposta, embora não goste dela, é simples.

globalização em princípios do século XXI...

Em pleno século XXI, a Helvetica continua em uso, por força do persistente revivalismo que nos

Historial da Helvetica

aflige há anos. O conceituado designer e crítico canadiano Nick Shinn, denunciando os maléficos

A Helvetica é a fonte mais associada à tipografia

efeitos da authority of mass fashion, escreveu: “A

suíça do pós-guerra e à “Escola Internacional”,

Helvetica regressou em grande. Na rua, vemo-la

por causa da sua crónica falta de personalidade.

em campanhas publicitárias de empresas tão

Surgiu nos anos 50, na conjuntura de recuper-

diferentes como a IBM e The Gap. Nas vendas

ação económica depois da Segunda Guerra

online, está sempre no topo das listas das fontes

Mundial. Inúmeras empresas alemãs e suíças,

mais vendidas...”

ávidas de se lançarem de novo nos mercados internacionais, precisavam de uma letra clara,

A fonte que o typeface designer e ensaísta Nick

neutral, moderna, internacional, com boas

Shinn apelida com toda a pertinência face of uni-

relações com todos os países e culturas – com as

formity tem vindo a ocupar posições para as quais

características da Suíça, portanto...

nuncafoi concebida, mas os designers contemporâneos, com medo de afirmar as suas raizes culturais

O importante era que essa letra fosse “moderna” e

e os contextos regionais, preferem a “fonte sem

que não tivesse qualquer associação nacional, ou

personalidade”. Nunca uma fonte tão estéril, de

qualquer filiação cultural específica. Especialmente

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na Alemanha do pós-guerra procurava-se uma fonte

Helvetia, adicionou-lhe vários pesos e graus de con-

neutra, que não lembrasse o vergonhoso pas-

densado e rebaptizou-a com o nome de Helvetica,

sado nazi do país, que, agora “democratizado” de

relançando-a em 1961. Nessa época, já 50% do

fachada, o queria ultrapassar o mais depressa pos-

capital da D. Stempel AG se encontrava em posse da

sível. O tipo eleito pelas empresas multinacionais foi

Linotype AG, representando dentro do grupo Lino-

a Helvetica, a fonte da globalização dos anos 60 e 70

type o sector de “tipos metálicos de fundição” para

(e, como já veremos, também do século xxi).

composição tradicional, manual – a fotocomposição tinha começado por volta do ano de 1955.

Nos anos 20 e 30, tinham sido os adeptos da Bauhaus os que exigiam uma tipografia

A Helvetica não teve por auxiliar de parto um

universal, apta para todas as aplicações, todos

conceito estrutural como aquele que Adrian

os fins, todos os idiomas e todas culturas.

Frutiger inteligentemente deu à sua Univers,

Nessa época, as reinvidicações dos vanguard-

quando inventou uma sistemática numérica

istas causaram pouca ressonância; muito mais

para calibrar os pesos e graus de conden-

tarde, depois da guerra, a indústria e o comér-

sação/expansão. Esta falta de sistemática

cio tinham finalmente captado a mensagem, e

reflectiu-se na pobre estética das variantes e

exigiam: “Venha uma letra universal!”

tornou necessário um redesign, lançado como Neue Helvetica em 1980.

A Helvetica foi desenhada para ser uma versão modernizada da Akzidenz Grotesk (propriedade

Sucesso mundial

da H. Berthold AG). Começou por ser comercializada como Neue Haas Grotesk,

Apesar destes entraves, a Helvetica foi a fonte de

por se tratar de uma reformulação

maior sucesso nos anos 60 e 70 – pelo menos, foi a

da Haas Grotesk (propriedade da

fonte mais usada. Substituiu rapidamente a antiga

fundição Haas, a empresa que

Akzidenz Grotesk de 1897, que, no jocoso dizer de

encarregou Max Miedinger de

Erik Spiekermann, já mostrava “muitas rugas”.

modernizar a fonte). A sua falta de personalidade nacional ou reA primeira versão foi apresen-

gional – é com todo o direito que é chamada “a

tada em 1957, na feira graphic

fonte sem carácter” – foi por vezes compensada

57, realizada em Lausanne. Esta

pelo emprego de cor, por exemplo, em posters

fonte, então chamada Helvetia,

publicitários. De resto, a imaginação criativa

foi introduzida no mercado pa-

dos que optaram pela Helvetica ficava reduzida

ralelamente à famosa Univers, de

a explorar as formas acentuadamente geomé-

Adrian Frutiger.

tricas, a compor em ângulos diagonais e/ou a tirar partido da vasta gama de pesos e cortes da

Pouco depois, a fundição alemã D.

letra que passou a ser a fonte universal e global

Stempel AG comprou os direitos da

da segunda metade do século XX.

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A fonte das multinacionais

laridade. Quem não queria investir no produto original, comprava um dos múltiplos clones,

A partir da década de 1960, inúmeras empresas

muito mais baratos: cópias ainda piores que o

internacionais adoptaram a Helvetica para a sua

original, chamadas “Swiss”, “Geneve”, “Zürich”,

comunicação. A Lufthansa, a conselho de Otl

etc. De mal a pior, a degradação continuou

Aicher, adoptou-a para Corporate Typeface. A KLM,

quando a ainda jovem Microsoft decidiu poupar-

a American Airlines e outras companhias aéreas

se da aquisição da Helvetica e encomendou, em

seguiram este trend. Depois veio a BASF, consórcio

1982, a fonte Arial à Monotype. A Arial, um dos

químico-farmacêutico que nessa época já ocupava

Windows core fonts, integrados no pacote do

em todo o globo 300 oficinas de impressão, além

sistema operativo, é outra fonte de inigualável

de inúmeras agências de publicidade. Também os

banalidade e consegue ser mais feia que o origi-

consórcios Bayer e Hoechst, outros dois gigantes

nal. Entretanto, até a Microsoft já notou isso; na

do ramo químico, passaram a usar a Helvetica em

nova versão do Windows, a Helvetica e a Times

qualquer parte do mundo onde fizessem negócio.

já não fazem parte dos core fonts...

No ramo automóvel, seguiram-se a Opel e depois a BMW, que usa hoje uma fonte parecida com a Helvetica. A MAN e a AEG optaram igualmente pelo “tipo sem características”. Decididamente, a omnipresente Helvetica passou a ser conotada como uma fonte “moderna, progressista, cosmopolita, internacional”. Mas na realidade, continuou a ser uma fonte de pobre estética, pacatamente burguesa, estridentemente aborrecida, sem charme, sem elegância – e falha de qualquer temperamento, vitalidade ou emoção. Por isso mesmo, a Helvetica foi a campeã do Estilo Internacional, opção preferida por mestres do

Por fim, falta responder à pergunta feita no

desenho gráfico, como os suíços Max Bill e Josef

título deste artigo: Para nada.

Müller-Brockmann. Passados 45 anos depois da introdução, a Linotype listava 115 diferentes membros da família de fontes Helvetica hoje presente no mercado ...um longo bocejo tipográfico.

Um FLagelo chamado Arial A Helvetica tem sido violentamente pirateada – outra expressão da sua ubiquidade e popu-

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GIAMBATTISTA

BODONI As obras de Bodoni sempre tiveram um êxito incomum devido à qualidade da tipografia, das ilustrações, da impressão e encadernação. De entre as suas edições mais conhecidas, para além do Manuale Tipografico podem-se destacar a popular Ilíada, Epithalamia exoticis linguis reddita (1775), Trabajos de Oracio (1791) Poliziano (1795), Gerusalemme liberata e Oratio dominica (1806).

Nasceu em 1740 em Saluzzo, Piemonte, Itália e

Decide dar novo rumo à sua vida e inicia uma

morreu em Parma a 30 de Novembro de 1813.

viagem para Inglaterra, mas adoece e acaba por ficar na sua terra (Saluzo) o que acabou por trans-

O seu pai era impressor e foi responsável pela trans-

formar o seu destino. O Duque de Parma nomeia-o

missão de conhecimentos e paixão nesse ofício. A

director da “Stamperia Reale”. Nesta nova situação

sua filosofia sobre a beleza dos tipos sustentava-se

acaba por supervisionar a impressão e produção

em princípios simples: uniformidade de desenho,

de uma quantidade extraordinária de obras, algu-

elegância e nitidez, bom gosto, “charme” e beleza.

mas das quais de referência pela sua importância como, a exemplo, Oratio dominica publicada em

Foi grande admirador de John Baskerville e

1806 como recordação da viagem realizado pelo

correspondeu-se com Benjamin Franklin, comen-

Papa Pio VII a Paris para assistir à coroação de

tando, entre si, assuntos relacionados com as

Napoleão Bonaparte. Foi o Próprio Bodoni que

artes tipográficas.

escreveu um prólogo em francês, italiano e latim. Esta obra, patrocinada pelo príncipe Eugénio

Ainda na adolescência vai para Roma (1758–66)

Beauharnais, o financiador da publicação, tinha o

para trabalhar na congregação para a propa-

Pai Nosso traduzido em 155 línguas o que lhe dava

gação da Fé (“Propaganda Fide”) - que tinha sido

a característica de ser o “catálogo” mais vasto de

fundada em 1622 por Gregório XV para difundir

alfabetos e caracteres alguma vez publicado. Bo-

a doutrina católica pelo mundo -, mas acaba por

doni, ele mesmo, foi o obreiro de todas as matrizes

abandoná-la na altura em que o director desta, e

que foram usadas na impressão desta obra. Cada

seu mentor também, se suicida.

página é considerada uma obra maior de elegância

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e de extraordinário design de tipografia. A gráfica estava localizada no palácio de La Pillota, actual residência do Museu Bodoni. Recebeu elogios e honras por parte de reis por toda a Europa e do Papa. Foi nomeado em 1782 o tipógrafo da Corte por Carlos III de Espanha. A cidade de Parma criou uma medalha em sua honra. Em 1790 o Duque de Parma autoriza-o a abrir a sua própria tipografia, a “Tipi Bodoni”. Por volta de 1788 Giambattista Bodoni desenha um dos tipos de letra mais importantes de toda a história da tipografia. O seu desenho caracterizava-se por um contraste muito acentuado em toda a silhueta entre as hastes, filetes e braços e com uns remates (serifas, patilhas) muito finos. Esta iniciativa é considerada como o início dos tipos de letra modernos (a par com Firmin Didot). Escreve, desenha e publica, também, uma das obras tipográficas mais fascinantes e paradigmáticas de toda a história da tipografia: o Manuale Tipografico, um projecto que na sua primeira versão primeira continha 100 fontes romanas, 50 itálicas, 28 gregas. Esta obra “the greatest monument ever constructed to the art of printing from metal types” (www.octavo.com, 2007), foi novamente publicada em 1818 pela sua viúva Marguerita em dois volumes com 142 tipos Romanos e seus correspondentes Itálicos, Gregos; Góticos, Asiáticos, diversos cursivos, tipos incomuns e ornamentos vários, linhas, símbolos musicais, entre outros. Esta obra é testemunha e o culminar de uma vida de mais de 40 anos dedicada à arte tipográfica. Em 1963 abre o Museu Bodoni em Parma.



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