Carpet leonor

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Nº 1 . DEZEMBRO 2017 . Mensal

Carpet Ginástica Rítmica

Do Silêncio ao Coração

Carolina Rodriguez

Alexsandra SOLDATOVA - O Regresso


“O que se passa com a paixão... A paixão ou se tem ou não se tem, não está relacionada com nada, às vezes tens que a encontrar, outras vezes alguém te tem que ajudar a encontrá-la, mas ou se tem ou não se tem. E eu tinha-a.” Carolina Rodriguez, TEDx


Carpet Dezembro 2017

Índice Ficha técnica

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Editorial

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Alexsandra Soldatova - O Regresso

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Do Silencio ao Coração - Carolina Rodriguez

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Mundo da Rítmica

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Carpet Dezembro 2017

Ficha Técnica Editorial

Aluna Leonor Fonseca 20150405 3ºano CDM ESECoimbra

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sta revista chega numa altura em que já me despedi da ginástica rítmica enquanto atleta, mas nunca enquanto paixão. Neste momento enquanto aspirante a designer, e desdobrando-me entre a criação de inúmeros trabalhos na área do deisgn e multimédia, surgiu a ideia de criar de alguma forma, um documento que permitisse que mais pessoas conheçam este mundo fantástico que é a ginástica rítmica. Assim, e depois de muitas tentativas, nasceu a “Carpet”, um projeto que pretendo manter na ribalta durante vários anos e conseguir cada vez mais e mais chegar a todos aqueles que não se sentem parte deste mundo rítmico. Senda a “Carpet” uma revista feminina, só podiam ser as suas cores base, uma paleta de cores de rosa e neutros. Já o nome “Carpet”, surge depois de várias outras tentativas menos sucessidas, até que numa visita inesperada a um treino no meu antigo (mas ainda atual) clube, me abriu os olhos e percebi, qual melhor nome do que praticável(?), o como convencionalmente se costuma dizer para explicar a quem não sabe, “o tapete onde se faz os esquemas”. E pensei, práticavel é um nome muito grande, e pensando bem, não é muito “bonito”, assim ficou carpet, a tradução para o inglês, o que torna esta revista um tanto internacional. Nesta edição optei por me focar numa ginasta espanhola que se destaca pela sua expressividade, que considero ser uma das melhores caracterizticas de uma ginasta. E falarei um pouco sobre a história de vida desta ginástica que fascina tanta gente e conquistou milhões de corações. Serão também mencionadas outras ginástas assim como algumas noticias importantes no mundo deste desporto.

Disciplina Design Editorial 2017 Docente Fernanda Antunes Reportagens “Do Silêncio ao Coração” - Baseado na intervista de Carolina Rodriguez ao TEDx Alexsandra Soldatova - “O Regresso” - Baseado em entrevistas soltas e várias reportagens sobre a ginásta

Imagens Retiradas da internet

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A

lexsandra Soldatova nasceu em Sterlitamak, Russia, há 19 anos a trás, 1 de Junho de 1998. “Sasha”, alcunha com é conhecida por todos, começou as competições internacionais em 2011, e desde aí se tornou conhecida pela sua flexibilidade extrema e pela sua graciosidade. Sasha tem uma carreira excepcional desde muito jovem, Campeã da Europa por equipas em 2012, Campeã Nacional Junior Russa, Campeã Europeia e Campeã do Mundo por equipas, e foi também atleta substituta dos Jogos Olímpicos 2016, no Brasil.

Alexsandra

Soldatova 5


Muito cedo na sua carreira, Soldatova mudouse para perto de Moscovo e começou a treinar com a treinadora Anna Shumilova (Dyachenko) no Dynamo Dmitrov, onde também treinava uma ginasta olimpica da altura Darya Kondakova. Ao longo dos ultimos anos, Sasha treinou com várias estrelas do desporto, como a campeã olímpica Alina Makarenko, a campeã do mundo Darya Kondakova, com Adel Galina, Veronika Polyakova and Ekaterina Malygina. A sua situação na última época desportiva foi controversa, pois Dina e Arina Averina foram as escohidas por Irina Viner para competir no campeonato do Mundo em Pesaro. Como seria de esperar não foi o que Sasha idealizou para a sua época desportiva. No campeonata da taça de Minsk, Soldatova conseguiu apenas uma vitoria, deixando-a de fora das medalhas de ouro. Após esta competição, a ginasta sofreu uma lesão grave que esteve a tratar numa clinica privada alemã com sede em Budapeste, e esta lesão refletiu-se nas suas apresentações, os seus esquemas tornaram-se mais lentos e cautelosos, pelo simples facto de Sasha se estar a tentar proteger de lesões mais graves. Nos primeiros tempos de competição Sasha supreendeu toda a gente, apareceu como uma tornado. Uma ginasta com uma agilidade incrivel, com uma flexibilidade do outro mundo e um tecnica corporal que maravilhava qualquer um, simplesmente incrivel. Ainda tinha muito que melhorar a nivel da tecnica de aparelho e a nivel da concentração que originava alguns erros desnecessários, mas qualquer um conseguia ver em Sasha um diamante em bruto. E após este declinio na sua carreira Soldatova aparentava falta de confiança e receio nos seus exercicios. Sasha apresenta a figura ideal de uma ginasta de rítmica no século 21. Fisicamente, ela é extraordinária, um centro de gravidade baixo, muita energia, muito atletica, uma flexibilidade incrível e também tem muito carisma. 6


todos os riscos (elementos em que a ginasta lança o aparelho e executa uma serie de voltas e volta a apanhar o aparelho), mestrias (elementos de aparelho) e verifica todos os elementos corporais do esquema. E dá o conselho a todas as ginastas, “Trabalhem

Entrou em 2017 como a ginasta russa lider do ranking, mas mesmo assim, devido ao facto de ter tido um início de época um pouco instável, Soldatova perdeu o lugar na equipa nacional para as gémeas Averinas, que se apresentaram mais confortáveis e confiantes com o novo código de pontuações e embora não tenham umas capacidades corporais iguais a Soldatova, têm a dificuldade dos seus esquemas extremamente alta, o que as leva a ganhar medalhas de ouro. E perante os factos nenhuma das diretoras da equipa nacional russa quer perder um campeonato porque escolheram uma ginasta instável. A melhor e mais cruel parte da equipa Nacional Russa, é que vai haver sempre alguém pronto para ocupar o teu lugar se tu caires, e Soldatova sabe isso muito bem. Aliás, as gémeas Averinas já ocuparam o seu lugar e a avaliar pelos esquemas, ninguém pode questionar a decisão de Irina Viner. O maior problema de Soldatova tem sido não conseguir melhorar os seus pontos fracos. Em entrevis-

o máximo todos os treinos e logo terão mais confinça em vocês”.À pergunta “Alguma vez pensaste em desistir?”, Sasha respondeu que claro que já teve imensos momentos dificeis, mas nunca pensou em desistir, a maioria das vezes tem uma vontade e disponibilidade incríveis para treinar, mas quando isso não acontece, relembra-se que faz o que mais gosta e o faz porque quer. Depende da altura da época desportiva, mas Alexsandra treina em média das 8 horas até as 13 horas, de manhã e das 15 horas até as 6/7 horas de tarde. Agora com o início da nova época desportiva esperamos ver Alexsandra Soldatova novamente a estrela que sempre foi, mais segura, mais confiante de si mesma e com a capacidade de ultrapassar os momentos menos bons. ta, Sasha diz que não tem rotina nenhuma pré comSabemos que Sasha não vai trazer novas petições, apenas se sujeita a situações stressantes coreografias este ano, assim, acreditamos que ela vai durante os treinos, por exemplo, a ginasta executa aparcer segura de si mesma e melhor que nunca. 7


Do Silêncio ao Coração

Carolina Rodriguez

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C

arolina Rodriguez, nascida a 24 de Maio de 1986 em Leão, Espanha, é uma ginasta de rítmica espanhola. Destacou-se no desporto internacional, por ter uma característica única. Provém de uma família humilde e ambos os seus pais são surdos. Cresceu em silêncio, e esses momentos de silêncio tornaram-na na pessoa que é hoje. Quando era pequenina, não se destacava na ginástica pela sua flexibilidade, destacava-se por outro tipo de coisas. Quando entrava num pavilhão de competição, Carolina estava sempre com o pescoço bem esticado para conseguir ver tudo o que a rodeava. Tanto na ginástica como fora, sempre demonstrou uma maturidade fora do normal, independentemente do que estivesse a fazer, se o telefone tocava, largava tudo e ia atender, muitas vezes eram até chamadas de companhias de seguros e outras do género, e Carolina com os seus 6 anos, decorava o recado todo e ia contar à sua mãe ou à pessoa responsável na instituição naquele momento. Havia um compromisso da parte dela tão grande, que às vezes, por ser tão pequenina, tinha que se por em cima de mesas para conseguir transmitir a mensagem a toda a comunidade surda. Começou a treinar ginástica numa igreja. A partir daí começaram as conquistas, com apenas 10 anos ganhou o seu primeiro campeonato de Espanha, dos quais conseguiu arrecadar 12 títulos. Garante que tem a mesma ilusão e a mesma paixão que tinha quando era pequenina, e afirma que um dos pontos chave para o sucesso de um desportista é não gastar a sua energia com coisas que não vão servir para o cumprir o objetivo. Um atleta tem que procurar sempre a simplicidade em todos os problemas. Carolina funciona muito com afetividade emocional e preocupa-se muito com as pessoas que realmente gostam dela, e este têm sido outro ponto chave do seu sucesso. Apenas se rodia das pessoas que de quem realmente gosta e que se preocupem com ela..

Quando eram pequenos, o irmão de Carolina disse-lhe que ela seria um ginásta olímpica, e embora a ginasta não acreditasse muito nisso, veio a perceber que os sonhos se realizam. Começaram a convidá-la para participar em atividades da seleção nacional e aos 15 anos, Carolina mudou-se para Madrid permanentemente, sozinha. No seu primeiro mundial, tinha nas bancadas o seu maior fã, o seu irmão. Nesse competição Carolina estava tão nervosa que mal se aguentava em pé de tanto lhe tremerem as pernas. Com o passar dos tempos e das competições, começou a ficar cada vez mais trsite porque lhe faltava algo, o carinho, a efetividade emocional. Enquanto que as outras meninas podiam falar por telefone com os seus pais e estar horas a falar com eles, Carolina não tinha essa possibilidade. Falava com a irmã, e às vezes com o seu irmão, mas não lhes contava as mesmas coisas. De cada vez que os seus pais iam a Madrid, uma vez por mês ou até uma vez de dois em dois meses, Carolina ficava com dores nas mãos de tentar transmitir tudo o que lhe estava a ocorrer e tudo o que lhes queria dizer. Um dos momentos mais baixos da sua carreira ocorreu quando a caminho de uma competição de BMX, o seu 9


irmão faleceu num acidente de mota. Carolina com apenas 17 anos foi a primeira pessoa a saber do ocorrido. Não conseguia acreditar. Esta tragédia aconteceu 10 dias antes de um mundial de qualificação para os Jogos Olímpicos. Sentia-se tão mal que só queria voltar para casa, quando lá chegou esteve com os seus pais durante algum tempo, mas sabia que tinha um compromisso com o seu país, competir e fazer 3 esquemas no campeonato do mundo. Dois dias antes, Carolina voltou a concentrar-se e foi para a Hungria, Budapeste. Como seria de esperar, não estava preparada física e muito menos mentalmente para se poder classificar para os jogos. Quando regressa a casa oferecem-lhe a possibilidade de competir nos Jogos Olímpicos pelo conjunto espanhol. Tinha apenas 10 meses de preparação para a competição, com uma equipa totalmente nova, e com ginastas que já trabalhavam juntas há mais de 3 anos. . E assim conseguiu participar nos Jogos Olímpicos de 2004 em Atenas, Grécia. Quando regressou a casa, teve mais um momento baixo na sua vida, de repente tiraram-na da equipa naFoi a primeira vez que Carolina se sentiu realmente cional, porque tinha 21 anos e parecia demasiado velha feliz a preparar um ciclo olímpico, sem grandes problemas, para um desporto que “parece tão de meninas”. sem nenhum tipo de lesão grave, sem nenhum tipo de Ao voltar a casa, para perto das pessoas que emoção negativa que a retraísse. E assim conseguiu cherealmente queriam o seu sucesso, Carolina começou a gar aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, no Brasil. perceber que poderia voltar a participar noutro ciclo Com tudo isto e apesar de todas as dificuldades a que olímpico, desta vez como individual. Trabalhou como um atleta é sujeito, Carolina guarda uma foto, tirada nunca antes, começou por traçar objetivos pequenos quando ganhou o campeonato de espanha, com uma mas lutava por eles até à exaustão. E graças à sua medalha de ouro. E não guarda esta foto pela medalha força de vontade e determinação, conseguiu apurar-se de ouro, nem por estar no primeiro lugar, mas sim porque para os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Um mês esta foto a relembra que conseguiu algo que desejava e meio antes da competição olímpica, Carolina re- muito, tudo com trabalho e superação e aconselha tocebeu a notícia médica de que seria impossível com- dos os atletas: “Compete para ti mesmo, com uma grande petir em Londres, pois apresentava uma grave lesão equipa por trás, mas compete por ti mesmo”. no pé. Mas Carolina não desanimou e acreditou em si Carolina deixa ainda uma frase: “Imaginando...” própria, competindo assim nos Jogos Olímpicos de 2012. O que nunca Carolina tinha imaginado, é que através Mal acabou a competição e regressou a Es- da linguagem gestual, a forma como simplesmente comupanha e foi operada ao pé. Nunca imaginou possível nicava com os seus pais, conseguisse ter um dom. participar nuns terceiros Jogos Olímpicos, mas o inesper- Nunca imaginou que a linguagem gestual lhe permitisse ado aconteceu. ser especial, que conseguisse chegar a uma final olímpi10


ca, não por ser excelente a técnica de aparelho, nem por ter os esquemas mais dificeis ou por conseguir subir a perna mais alto que as outras, mas sim pelo seu carisma e pela sua enorme vontade de transmitir algo sempre que pisa o práticavel nas competições. Carolina tem um movimento muito especial. A ginasta embala a bola como se esta fosse um bebe... Pois, um dia esse bebe disse-lhe que ela seria olímpica. “A paixão ou se tem ou não se tem, às vezes tens que a encontrar, outras vezes alguém te tem que ajudar a encontrá-la, mas ou se tem ou não se tem. E eu tinha-a.” Carolina Rodriguez, TEDx

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MUNDO DA

As gémeas, Dina e Arina Averina são as mais recentes campeãs e vice-campeã do mundo de ginástica rítmica. Conquistaram este título em 2017 na taça World Championship. Entram para uma nova época competitiva prontas e cheias de vontade para revalidar os seus títulos.

Depois de uma pausa a seguir aos Jogos de 2016, a atleta olímpica Salome Pazhava, está totalmente recuperada e pronta para fazer mais uma brilhante época competitiva, cheia de energia e garra como já habituou todos os seus fãs. 12


RÍTMICA

No passado mês de Setembro, Margarita Mamun, a mais recente campeã olímpica de ginástica rítmica casou com Alexander Sukhorukov, medalhista de prata de natação nos Jogos Olímpicos de 2008. No casamento estiveram presentes várias estrelas da ginástica, incluindo Irina Viner, a sua treinadora Amina Zaripova, e claro, como não podia faltar, as suas duas grandes companheiras de competição, Yana Kudryavsteva e Alexsandra Soldatova. Ulyana Travkina, é uma ginasta com apenas 10 anos e muitas cartas para dar. Já arrecadou inúmeros prémios um pouco por todo o mundo. É já considerada uma jovem promessa da Russia e é também considerada um futuro membro da equipa nacional russa. 13



“Compete para ti mesmo, com uma grande equipa por trás, mas compete por ti mesmo”. - Carolina Rodriguez

“Imaginando...”



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