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OS “FURTADO DE BRITO
19 OS “FURTADO DE BRITO”
Os filhos de Firmino – João Furtado de Brito, Severino Furtado Brito, Antonio Furtado de Brito e Florentino Furtado de Brito Lira - Louro se estabeleceram em Paraibano; e José Furtado Brito Lira morou por um período na cidade. Passaram também pela cidade: Marcelino Furtado Brito, Terezinha Furtado Brito, Milica Furtado Brito, Dilza Furtado Brito.
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A primeira referencia a um membro da família Brito em relação à história de Bom Jesus - antiga Aroeira se dá em relação à Banda Cabaçal, que tinha Firmino de Brito Lira como um de seus componentes, tocador de foles de oito baixos.
FAZENDA AROEIRA – hoje BOM JESUS – PB 4
Bom Jesus nasceu entre a Paraíba e o Ceará, da antiga Fazenda Aroeira. Antes, Recanto de Aroeiras, vegetação que batizou o lugar. Em 1885 que a fazenda Aroeira se consolidou, desbravada por Antônio Caetano Leite. Densa, resistente e medicinal, mas infelizmente em fase de extinção. A aroeira é motivo de orgulho para o povo de Bom Jesus: é o símbolo maior da origem daquela gente. Com tanta aroeira para contar esta história, a fazenda não poderia ganhar outro nome e, depois, virou sítio Aroeira. No lugar, a primeira casa foi de taipa, onde morava o desbravador da terra, Antônio Caetano Leite e sua esposa Francisca Maria de Jesus. A casa passou por várias
20 reformas, passou a pertencer ao agropecuarista Sebastião Bandeira de Melo – nome que batizou, anos depois, o lugar, que se transformou numa praça, no centro da cidade.
A comunidade foi se desenvolvendo a partir de junho de 1915, ano de criação da Diocese de Cajazeiras, cidade a quem Bom Jesus pertenceu até 1963. Durante uma das celebrações os sítios, o padre Francisco Lopez de Souza, padre Lopez, entusiasmou-se para construir uma capela no município de Cajazeiras. Depois de sua posse, no dia 11 de fevereiro de 1917, na paróquia Nossa Senhora da Piedade, cujo secretário da diocese era o padre João Guimarães. O Padre Lopez ajudou a diocese escolher um lugar para a nova capela: o sítio Forquilha, próximo ao Aroeira, que já era chamado de “lugarejo”. Por motivo ignorado não foi possível a construção na Forquilha, conseqüentemente realizou-se em Aroeira.
Na história da cidade, Brito (2009) 5 fala do primeiro time de futebol - jogou pela primeira vez em um domingo, dia 2 do ano de 1939 no sítio Pitombeira – em que aparece outro membro da família Brito. Ao relacionar os primeiros campos de futebol, cita que o sexto ficava na Praça José de Brito Irmão6 – filho de Firmino e irmão de João Furtado de Brito.
Desse time de Aroeira destacavam-se os seguintes goleiros: João Luciano da Silva, José de Brito Irmão (Zuza Brito) e Antônio Gonçalves de Lima. Em certo jogo de futebol aconteceu um fato que chamou atenção de todos que, de tanta ousadia, é lembrada até hoje: O goleiro José de Brito Irmão, numa cobrança de pênaltis, se empolgou na hora da defesa, e pegou a bola com trave e tudo. Vale dizer que na época as traves eram feitas de forquilha.
Dentre os Pioneiros da cidade, temos:
- Antônio Furtado Bilac – primeiro barbeiro.
- Zuza Brito7, bodegueiro. - Maria Singular de Brito (Dona Singular) – primeira professora pública;
Existia muita luta e força de vontade dos antigos proprietários para a construção da Capela. Concluída a construção da capela, organizaram a inauguração que ocorreu em clima de muita festa, com a presença de um grande número de pessoas e autoridades. Padre Lopez inaugurou em setembro de 1922, embora a primeira missa tenha sido celebrada pelo Padre em 1917 em baixo de um Juazeiro. Existia a feira livre aos domingos, onde o Sr. Antônio Gonçalves Moreira comprava o restante dos cereais para que os vendedores voltassem na feira seguinte, esse gesto, dentre outros demonstrava o interesse no desenvolvimento do povoado.
5 BRITO, Eliomar Gonçalves de. Nossa história. Disponível em htpp:/bomjesus.pb.gov.br/fase1.html 6 JOSÉ BRITO IRMÃO, filho de Firmino, foi prefeito de Bom Jesus 7 Zuza Brito, como era conhecido José Brito Irmão
21 Dentre os colaboradores para o crescimento do povoado estavam: Firmino de Brito Lira (irmão de Antonio de Brito Lira, pai de João Furtado de Brito), Francisco de Brito Neto, Joaquim de Brito Lira (irmão de Antonio de Brito Lira, tio de João Furtado de Brito), José de Brito Irmão (Zuza Brito, filho de Firmino), e Maria Singular de Brito. Todos contribuíram de forma marcante para o desenvolvimento de Bom Jesus.
História da Cidade8
Bom Jesus é um município brasileiro do estado da Paraíba localizado namicrorregião de Cajazeiras.
O povoamento da região iniciou-se a partir da fazenda Aroeira, em 1885, de propriedade de Antônio Caetano Leite e Antônio Gonçalves Moreira. Em 1902, Sebastião Bandeira de Melo implantou um beneficiamento de algodão, intensificando o povoamento.
Em 19 de julho de 1918 foi registrada a doação de terras para a construção da capela no sítio Aroeira. A inauguração foi feita pelo Francisco Lopez de Souza em setembro de 1922. A capela consolidou o povoado, com o surgimento de festas religiosas, ambulantes, pequenos comerciantes e outras atividades.
Com o fechamento da usina de algodão, o município entra em decadência econômica, até 1957, quando o prefeito de Cajazeiras Antônio Cartaxo Rolim beneficiou o povoado com a instalação do primeiro motor gerador de energia elétrica, construiu o grupo escolar Antônio Gonçalves Moreira e instalou uma linha telefônica ligando o Distrito a Cajazeiras.
O distrito foi criado pela lei municipal nº 185, de 08-07-1959, subordinado ao município de Cajazeiras. A emancipação política ocorreu em 5 de novembro de 1963, pela lei estadual nº 3096.
O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiáridobrasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005.[6] Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca.
O município está localizado na unidade geoambiental da Depressão Sertaneja, com clima semiárido quente e seco. A vegetação predominante é a caatinga xerófila. Bom Jesus está inserido nos domínios da bacia hidrográfica do rio Piranhas, Sub-Bacia do Rio do Peixe. Seus principais tributários são os riachos do Batuque e do Cipó, todos de regime intermitente.[7]
A economia de Bom Jesus tem a agricultura como sua principal atividade, destacando-se o cultivo de arroz, milho e feijão, que formam a base da economia local.
Entre outros, destacamos: José de Brito Irmão (Zuza Brito), que segue várias experiências de seus antepassados tais como: Trovão no mês de maio; A barra do dia de São João; A barra do ano novo e a mais eficaz, a do dia 2 de fevereiro, “essa é tiro e queda”, por exemplo: se amanhecer chovendo muito ou tempo limpo, o ano é bom de inverno, se amanhecer neblinando, o ano é escasso. Ele também foi, e continua sendo, um grande conciliador em sua comunidade, resolve problemas difíceis com facilidade. Passar em Bom Jesus é importante conhecer Zuza Brito, ele é um acervo vivo9 de nossa cultura, além de conservar o patrimônio moral.
Nesse período houve um crescente desenvolvimento, entretanto houve também algumas calamidades no nordeste que adstringiram o interior da Paraíba.
Ocorreram várias epidemias e grandes secas. Entre elas a seca de 1919 e a seca de 1932, ainda perdurou por vários anos a fase do cangaceirismo, que complicou muito a vida dos sertanejos, aumentado a migração de muitos nordestinos para outras plagas em busca de uma vida melhor, porém nem todos conseguiram. A exemplo dos demais, o povoado Aroeira passou por um período de muito medo, pois os boatos sobre os ataques dos cangaceiros e, principalmente Lampião assombrava a todos, e fugiam para as matas. Algumas mulheres fugiam corriam com panelas de feijão quente na cabeça e outros utensílios. Foi um tempo de muita tensão no interior do nordeste, abrangendo o povoado Aroeira.
Por ironia do destino, ocorreu o mais grave, Lampião e seu bando, formado por 55 cangaceiros, acamparam no sítio Logradouro, a três quilômetros de distância do povoado de Aroeira. Ele foi à propriedade do Sr. Firmino Brito. Ao chegar de frente a casa, desmontaram dos animais. Uma parte dos cangaceiros, incluindo Lampião, quebrou a porta da casa e entraram, e a outra parte colocou os animais dentro de uma roça de milho verde. Ao entrar na casa, Lampião viu os meninos dormindo em redes na sala, o Capitão gritou para os companheiros:
- "Não mexam com os meninos!"
Nesse momento o dono da casa, Firmino Brito, estava fazendo boca de noite na residência do seu compadre Joaquim Bilac. Quando chegou correndo por volta das nove horas, Antônio Brito disse:
-"Papai, Lampião está lá em casa. Firmino falou:" como assim meu filho?”Logo pensou: “Vão matar meus filhos” Antônio, tenso, informou que eles chegaram e arrombaram a porta e Lampião gritou: “- Cadê seu Pai?” Antônio respondeu que ele estava viajando. Lampião olhou para os meninos dizendo:
- Não tenham medo, não vou fazer nada com vocês. E disse mais: - Seu pai é sábio, ele jogou no veado! E acrescentou: - Diga a seu pai que quem esteve aqui foi Capitão Virgulino, vulgo Lampião.
Um dos meninos, Zuza Brito, presenciou tudo e, quando abriram as malas, procurando objetos, encontraram e tocaram Harmônica (fole de oito baixos), pois Firmino Brito era tocador de fole. Durante a noite inteira os cangaceiros ficaram com rifle de lado e cartucheira encruzada no peito conversando.
Enquanto isso os animais permaneciam dentro das roças de milho. Foi uma noite de muito medo naquele mês de maio de 1927. Nessa mesma noite, um morador do sítio Logradouro, conhecido como Ferreira, ouvindo o barulho dos cangaceiros, saiu correndo em direção ao povoado Aroeira: " - Lampião tá no Logradouro."
24 Aí foi um corre-corre geral, era mulher gritando, meninos chorando, outros em silêncio, mas todos procurando fugir para as matas. Nessa noite não ficou ninguém no povoado. A maioria correu para o sítio cipó, outros para Cabaceira e sítio Escurinho, ficando no povoado apenas dois senhores: Mestre Brito e o delegado Raimundo Felino, que mandaram um recado para Lampião pelo mesmo portador, Ferreira de Chicão:
- "Diga a Lampião, que temos uma peia ensebada para o seu lombo!” Depois disso foram para um lugar estratégico, na estrada do povoado e se posicionaram um de um lado e outro do outro do corredor, com a seguinte proposta: Quando Lampião fosse entrando que chegasse igual com as pedras (que ainda hoje existem localizadas ao lado da maternidade), abririam fogo contra Lampião, e correr em sentido contrário. Porém esse plano não foi concretizado, o famoso Lampião nunca apareceu no povoado.
Do sítio Logradouro, o bando saiu em direção ao lugarejo, chamado de Canto do Feijão, atual Santa Helena, lá houve um grande tiroteio que culminou com a morte de um líder do lugar, o Senhor Raimundo Luiz da Silva. Nesse mesmo ano, Lampião levou para fazer parte de seu bando: Antônio Chagas, Joaquim Bilac e João Luciano. Durante sua trajetória nessa região, Lampião nunca entrou no povoado Aroeira, mesmo com o recado forte do Ferreira. Até hoje não se sabe o motivo. Se foi temor, ou por respeito, uma vez que o povoado pertencia ao município de Cajazeiras e Pe Cícero do Juazeiro que foi aluno do Seminário, pediu certa vez para que Lampião nunca atacasse esse lugar.