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ADMINISTRAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO

UM MARANHENSE GOVERNADOR DE MACAU E DO TIMOR PORTUGUÊS.

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Antônio de Albuquerque Coelho , nascido no Maranhão em 1682, era filho do fidalgo português, Antônio de Albuquerque de Coelho de Carvalho, que foi governador de Minas Gerais e do Maranhão; sua mãe, Angela de Barros, era uma mestiça de Pernambuco de sangue Ameríndio e Africano, (era descendente da Princesa Tupi que se casou com Jerônimo de Albuquerque, o "Adão Pernambucano", Muyrã Ubi Arcoverde, sendo motivo de muito orgulho para a família.) Como muitos militares do Brasil da época, decidiu se aventurar no Oriente, e serviu como soldado durante oito anos e meio em Goa e Macau. Em 1710 antes de ser governador de Macau, Antônio de Albuquerque se casou com Maria de Moura, uma portuguesa da família mais rica da cidade. Assim como seu marido, Maria de Moura tinha sangue mestiço, era bisneta de uma Japonesa Cristã de Nagasaki, que encontrou refúgio em Macau das perseguições aos católicos de sua terra e se casou com um português da família Moura Vasconcelos. Devido a seu prestígio como fidalgo e o apoio público dos jesuítas, Albuquerque Coelho conseguiu a aprovação da família de Maria de Moura, então com apenas 11 anos de idade, e se casaram na Igreja de Santo Agostinho em 1710. A união dos dois ganhou fama entre os macaenses pois de acordo com relatos da época, Maria havia ameaçado se matar caso não pudesse se casar com seu "Amado do Brasil". Maria de Moura morreu tragicamente aos 15 anos de idade em 1714 durante o parto da única filha do casal, Luísa Diniz Depois de muitas promoções tornou-se governador e comandante de Macau, posto em que serviu de 1717 a 1719.

Antônio de Albuquerque Coelho foi um dos Governadores mais queridos pelo povo de Macau, pelo seu carisma e competência administrativa, renovou os fortes da cidade, que também viveu um novo período de prosperidade nunca antes visto desde a Guerra com os Holandeses um Século Antes. em 1718 o comerciante escocês Alexander Hamilton (ca.1688 - ca.1733) visitou Macau e anotou: "O Governador Português de Macau, que curiosamente tem sangue mestiço dos índios da América, é muito amado pelo povo dessa pequena Ilha, ele nos deu uma idéia refletida de sua antiga Grandeza, pois na primeira parte do século XVII (...) foi o maior porto de comércio da Índia ou da China."

Em 1721 completado seu mandato o fidalgo maranhense foi enviado para ser um dos primeiros governadores do Timor Português, que na época estava sob a ameaça de uma invasão holandesa. Quatro anos depois voltou a Macau onde recebido com festas, tocando todos os sinos das igrejas da cidade. Devido a sua experiência militar foi enviado em 1727 para a Mombasa, na África Oriental na tentativa de expulsar os árabes do Império Omani que ocupavam o Forte Jesus construído pelos portugueses anos antes, mas não obteve sucesso. Antônio de Albuquerque Coelho saiu de sua terra natal em São Luís do Maranhão em 1702 para nunca mais voltar, nos últimos anos de sua vida, considerado o principal militar português do Oriente, renunciou ao titulo de General e viveu entre os Franciscanos de Goa ate sua morte aos 73 anos de idade em 1745, com fama de Herói e Protetor do Império Português no Oriente. Fonte: China tropical: e outros escritos sobre a influencia do Oriente na cultura luso-brasileira. Por Gilberto Freyre/ A vida marítima de Macau no século XVIII/ Women in Iberian Expansion Overseas, 1415-1815. Por C. R. Boxer

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