TFG FAU USJT | CENA - Escola de Teatro

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CENA ESCOLA DE TEATRO Letícia Cristina Pereira


Abraço durante apresentação de teatro em Ribeirão Pires, 2015. Foto: Denner Uliana Maciel.


“Muitas vezes, o espaço que se abre para o encontro das pessoas, para o contato com as coisas da cultura e do teatro, é mais importante que o desenho do edifício.” (PENTEADO, 1998, p. 100.)



LETÍCIA CRISTINA PEREIRA

CENA

Escola de Teatro

ORIENTADOR PROF. CARLOS VERNA TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO Universidade São Judas Tadeu Arquitetura e Urbanismo São Paulo | 2020


Azulejos pintados por alunos da SP Escola de Teatro, 2019. Foto: Acervo pessoal.


Dedico este trabalho à todos os professores, familiares e amigos que de alguma forma contribuíram para a minha formação, seja com aprendizados ou com um abraço. Agradeço à minha mãe, que sempre esteve ao meu lado e acreditou no meu potencial, me apoiando até nos meus piores momentos, e ao meu orientador Carlos Verna, pelos ensinamentos e por estar aberto às minhas ideias e projeto. Não teria conseguido também sem o apoio dos meus amigos de faculdade e da vida, por terem rido ao meu lado e estarem sempre ali quando eu precisasse, especialmente ao Fabio, à Karoline, e à Hevelyn, que me ajudaram durante todo o nosso percurso, e à Nina, que me inspira a fazer o que amo.



Resumo .................................................................................................................... 11 Introdução ....................................................................................................................................................................................................... 13 Objetivos .......................................................................................................................................................................................................... 15 Metodologia ................................................................................................................................................................................................. 15

1. Localização ...................................................................................................... 17 1.1. O terreno .................................................................................................................................................................................................. 20 1.2. Mapa mental ...................................................................................................................................................................................... 26 1.3. Morfologia ............................................................................................................................................................................................ 32 1.4. Contexto histórico da área .................................................................................................................................................... 38

2. Embasamento teórico .................................................................................. 51

SUMÁRIO

2.1. História do teatro ............................................................................................................................................................................ 53 2.2 Arquitetura de teatros ............................................................................................................................................................... 55 2.3 Espaços de ensino ........................................................................................................................................................................ 57 2.4. Arquitetura sensorial ............................................................................................................................................................... 59

3. Referências ..................................................................................................... 63 3.1. Espacialidade ..................................................................................................................................................................................... 64 3.2. Programa .............................................................................................................................................................................................. 68 3.3. Espaço cênico ................................................................................................................................................................................... 74 3.4. Materialidade ..................................................................................................................................................................................... 78

4. O projeto ............................................................................................................ 81 4.1. Programa de necessidades .............................................................................................................................................. 82 4.2. Partido ..................................................................................................................................................................................................... 84 4.3. Projeto preliminar - TFG I .................................................................................................................................................... 88 4.4. Peças gráficas ................................................................................................................................................................................ 90

5. Bibliografia ...................................................................................................... 123


Parte da vista frontal do terreno de projeto, 2019. Foto: Acervo pessoal.


RESUMO Implantação de uma escola de teatro pública na região da Liberdade (São Paulo), que torne acessível o ensino aos cursos relacionados ao teatro, sendo estes: atuação, cenografia, figurino, direção, dramaturgia, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco.

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Crianças brincando durante apresentação de teatro em Ribeirão Pires, 2015. Foto: Denner Uliana Maciel.


INTRODUÇÃO O teatro vai além de apenas mais uma forma de arte ou de expressão, é uma manifestação cultural que foi se transformando ao longo dos tempos. Segundo Peixoto (1989), a palavra teatro tem origem no verbo grego theastai, que originalmente significa ver, contemplar, olhar. Entretanto, essa definição não é o suficiente para falarmos de teatro. De acordo com Peixoto (1989), não é possível definir o teatro como um instante isolado ou como uma verdade imutável, pois seu significado se transforma junto com a sociedade na qual ele se insere e da qual é parte, ou seja, sua função social é sempre modificada ao longo do processo histórico. Apesar disso, é inegável que o teatro conserva uma série de elementos que o distinguem enquanto expressão artística. Apesar de uma crescente demanda de pessoas que buscam se formar nos cursos voltados ao teatro, não há em São Paulo grandes investimentos voltados à educação cultural, sendo que há atualmente apenas uma escola pública de teatro, a SP Escola de Teatro, voltada aos cursos de atuação, cenografia, figurino, direção, dramaturgia, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco. Segundo a prestigiada atriz Fernanda Montenegro (1998), “Investir em cultura não é caridade: é uma parceria que ajuda a

projetar o Brasil internacionalmente.” A ideia é a de que este projeto seja inspirado no modelo de cursos gratuitos da escola citada, democratizando o acesso ao ensino do teatro. A implantação dessa escola como equipamento público e cultural no bairro da Liberdade e ao lado da Estação de Metrô São Joaquim é justificada pelo crescente eixo cultural na localidade, que tem como principais referências o Centro Cultural de São Paulo (CCSP) e a região central do bairro. A escola de teatro terá o propósito de servir também como um espaço de convivência e refúgio do caos urbano, por estar situado de frente à uma movimentada avenida, criando assim conexões afetivas com os ambientes projetados através de uma arquitetura sensorial e acolhedora e de serviços culturais para o público geral, como a biblioteca e os espaços de apresentação.

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“Teatros são mais que espaços onde a vida se desenrola, com todas as suas nuanças e todas as suas linguagens. São mais que edifícios marcantes do tecido urbano. São símbolos de uma organização social, de uma cultura.” (SERRONI, 2002, p.10)

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OBJETIVOS • Viabilizar o acesso à escola de teatro a diferentes classes sociais e à demanda existente, com dados baseados na relação de inscritos e vagas disponibilizadas pela SP Escola de Teatro (Figura 01), única escola de teatro pública de São Paulo; • Promover a educação destinada a cursos culturais; • Conectar a Estação de Metrô São Joaquim à uma edificação cultural e aberta ao público; • Implantação de um equipamento cultural em uma área de grande fluxo de pessoas. ANO

VAGAS

INSCRITOS

INSCRITOS POR VAGA

2015

53

609

11,5

2016

235

1566

6,6

2017

218

1218

5,6

2018

174

1421

8,2 Figura 01

METODOLOGIA Realização de consultas a sites e livros que abordam o tema, visitas técnicas do terreno e da região e estudos em mapas, gerando assim diretrizes para o projeto. Avenida Liberdade, terreno à direita, 2019. Foto: Acervo pessoal.



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LOCALIZAÇÃO


LIBERDADE


O terreno escolhido para intervenção se encontra na Zona Central do Município de São Paulo, no limite da Subprefeitura da Sé, no distrito e bairro da Liberdade. É o distrito de maior concentração da comunidade japonesa no município, além de ser a maior colônia japonesa do mundo fora do Japão. De acordo com os dados do IBGE e da pesquisa “População nos Anos de Levantamento Censitário” realizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) referente ao Município de São Paulo, Subprefeituras e Distritos Municipais, a população do distrito Liberdade em 2010 era de 69.092, a terceira maior da Subprefeitura, atrás apenas da Bela Vista (69.460) e da Santa Cecília (83.717). O bairro é também um dos principais pontos turísticos da capital, amplamente conhecido pelos restaurantes, lojas e livrarias orientais.

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1.1. O TERRENO De acordo com a quadra fiscal (Figura 02), a área de escolha inclui atualmente sete lotes, sendo estes: dois estacionamentos, três construções em desuso e duas construções que funcionam como comércio de bairro, sem valor histórico ou de preservação (Figuras 03 e 04). O terreno está localizado na Avenida Liberdade e próximo à Av. 23 de Maio (Figuras 05 e 06), ambas de alto fluxo motorizado, porém com funções distintas, sendo a primeira uma via coletora e, a segunda, uma via expressa. A área fica ao lado da estação de metrô São Joaquim (Linha 1-Azul) e de dois pontos de ônibus, universidades e comércios, uma região central bastante movimentada onde há uma escassez de espaços públicos de permanência e de área verde. PARÂMETROS URBANÍSTICOS: Coeficiente de aproveitamento mínimo = 0,5 Coeficiente de aproveitamento básico = 1 Coeficiente de aproveitamento máximo = 4 Taxa de ocupação = 0,7 Zoneamento = Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana (ZEU) Área do terreno = 2800m² 20


Figura 02: Ă rea do terreno demarcada na quadra fiscal Fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx


Figura 03

ESTACIONAMENTOS CONSTRUÇÕES À DEMOLIR

Figura 04


Figura 05

Figura 06


Vista de dentro do terreno, 2019. Foto: Acervo pessoal.


Vista de dentro do terreno, 2019. Foto: Acervo Pessoal Foto: Acervo pessoal.


1.2. MAPA MENTAL É desejável que o projeto seja confortável acusticamente (Figura 07) para que, adentrando na edificação, a movimentada Avenida Liberdade passe despercebida pelo público, criando assim uma nova atmosfera, calma e de convivência. O equipamento também deve criar uma conexão direta com a Estação de Metrô São Joaquim (Figura 08), convidando o público à este novo espaço. O entorno é composto de diversos edifícios altos (Figuras 09, 10 e 11), o que causa uma sensação de falta de vazios e possíveis espaços de acolhimento. Próximo ao terreno há importantes referências culturais: o Centro Cultural de São Paulo (CCSP) e a região central do bairro. A escola está situada entre esses dois pontos, a apenas 800m de distância de cada (Figura 12).

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BA R

R A C R I A CĂšS T I C AA R I E R

Figura 07


Figura 08

CRIAR CONEXÃO DIRETA COM O METRÔ


Figura 09

Vista do terreno para o outro lado da rua, 2019. Figura 10.


Figura 11


Estação de Metrô Japão-Liberdade e área central do bairro 10 minutos

800m Estação de Metrô São Joaquim e terreno do projeto

10 minutos

800m

Estação de Metrô Vergueiro e Centro Cultural de São Paulo

Mapa de caminhabilidade Figura 12


1.3. MORFOLOGIA Para estudo e entendimento do entorno, foi delimitada uma área (Figura 13) e então foram analisados: mobilidade (Figura 14) usos (Figura 15), fluxos e concentrações (Figura 16) e cheios e vazios (Figura 17). Posteriormente, foi produzido um mapa síntese (Figura 18), onde as informações importantes para o andamento do projeto foram unidas, para assim determinar uma visão geral de possíveis diretrizes: - Os muros indicam os limites físicos existentes do lote, portanto é a partir deles que podemos visualizar os possíveis espaços de passagem do público; - Edifícios acima de 28m de altura no entorno imediato são identificados como obstáculos visuais, pois estes influenciam no gabarito e nas possíveis visuais da escola; - Por estar localizada ao lado da Estação de Metrô São Joaquim, de pontos de ônibus e de universidades e cursos preparatórios, a escola criará espaços livres ao público e de passagem, diminuindo assim a super concentração de pessoas em horários de entrada e saída das aulas; - Com o intuito de se relacionar com os equipamentos de uso educacional presentes na região, a escola oferecerá à cidade ensino e serviços públicos, como a biblioteca e o teatro.

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Área de estudo Figura 13


MOBILIDADE Estação de metrô

Ponto de ônibus

Linha de metrô

Viário atendido por ônibus

Ciclofaixa

Figura 14


USOS

Estacionamentos

Em desuso/abandono

Religioso

Figura 15

Educacional

Residencial

Comercial/serviços

SaĂşde

Institucional Uso misto


FLUXOS E CONCENTRAÇÕES Fluxo intenso de pedestres

Concentração de pessoas

Figura 16


CHEIOS E VAZIOS Figura 17


SÍNTESE Estação de metrô

Ponto de ônibus

Obstáculos visuais

Uso educacional

Muros

Figura 18


1.4. CONTEXTO HISTÓRICO DA ÁREA Segundo informações do Portal NippoBrasil, até o século 17, apesar de ser uma localidade de passagem do fornecimento de produtos de São Paulo para Santo Amaro, Santos e outras localidades, o atual Bairro Liberdade era uma região praticamente despovoada. Até o século 19, era considerada uma área periférica conhecida como Bairro da Pólvora.

- Canalização do córrego onde atualmente passa a Av. 23 de Maio (via expressa); - Abertura do Viaduto do Glicério (via expressa) onde antes tinha apenas uma via secundária, observável na parte superior dos diagramas; - Vias secundárias se tornaram vias locais; - Criação da linha azul do metrô e, na quadra onde o

Durante o século 19, o bairro foi povoado por imigrantes portugueses e italianos, que construíram casarões e sobrados que mais tarde se transformaram em pensões e repúblicas, onde, a partir da década de 1920, viveram os imigrantes japoneses.

projeto se insere, a Estação de Metrô São Joaquim.

Em 1822 a atual Avenida Liberdade era conhecida como Rua da Pólvora. Foi apenas em março de 1952, através da Lei nº 4.211, que ela passou a denominar-se oficialmente Avenida Liberdade. Entre 1822 e 1952, já era amplamente conhecida como Rua da Liberdade. Em uma análise de mapas antigos, disponíveis nas próximas páginas, as principais mudanças urbanísticas observadas desde 1930 à atualidade (Figuras 19 e 20) foram:

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ATUAL

1930

Figura 19

Figura 20

LEGENDA Quadra onde está localizado o terreno do projeto Córrego Vias principais

Vias secundárias Via expressa Estação São Joaquim

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Em destaque, quadra onde o projeto se insere. Mapa: Mapeamento 1930 - Sara. Fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx


Em destaque, quadra onde o projeto se insere. Mapa: Publicação 1988 - Vegetação. Fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx


Casario na antiga conhecida como Rua da Liberdade, 1908. Fonte: Livro SĂŁo Paulo de Piratininga: de pouso de tropas a metrĂłpole.


A Estação do Encontro, na Rua da Liberdade, em 1908. Ali terminava a linha de bonde que vinha da Luz e começava a linha de trem, que ia para a Vila Mariana e para Santo Amaro. Fonte: Livro São Paulo de Piratininga: de pouso de tropas a metrópole.


Trem à vapor na Rua da Liberdade, 1910. Fonte: Livro São Paulo de Piratininga: de pouso de tropas a metrópole.


Rua da Liberdade, 1930. Foto: Acervo Fundação Energia e Saneamento Fonte:www.exame.abril.com.br/brasil/sp-462-anos-como-a-cara-da-cidade-mudou-ao-longo-do-tempo/


Rua da Liberdade, 1937. Foto: Claude LĂŠvi-Strauss. Fonte: https://ims.com.br/titular-colecao/claude-levi-strauss/.


Rua da Liberdade, 1937. Foto: Claude LĂŠvi-Strauss. Fonte: https://ims.com.br/titular-colecao/claude-levi-strauss/.


ANTIGAMENTE

Entrada da estação de carga São Joaquim; encontro da Rua da Liberdade, atualmente conhecida como Av. da Liberdade, com o início da Av. Vergueiro, 1916. Foto: Acervo Fundação Energia e Saneamento Fonte: https://www.pinterest.ru/pin/422775483750955176/visual-search/


ATUALMENTE

Encontro da Av. Liberdade com o inĂ­cio da Av. Vergueiro, 2019. Foto: Acervo Pessoal



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EMBASAMENTO TEÓRICO


Crianças atuando durante apresentação de teatro em Ribeirão Pires, 2015. Foto: Denner Uliana Maciel.


2.1. HISTÓRIA DO TEATRO De acordo com Moussinac (1957), a primeira linguagem teatral é a mímica. Os homens primitivos, caçadores por natureza, reuniam-se em volta das fogueiras e, sob suas sombras e reflexos, imitavam os animais, sendo que, desta forma, utilizavam seu corpo para se comunicar com o grupo. Isso já é teatro, assim como o homem já é um ator.

construídos teatros na Bahia, no Rio de Janeiro, em Recife (Pernambuco), em São Paulo e em Porto Alegre (Rio Grande do Sul). O autor ressalta que, nessa época, os espetáculos coloniais eram de baixa qualidade e o descrédito que era tida a profissão de ator, profissão essa que atraía, em sua maioria, pessoas pertencentes às classes mais pobres.

Os homens primitivos também acreditavam no sobrenatural, em espíritos e deuses, criando assim rituais para relatar esse mundo misterioso e de magia. Assim, surge a máscara, primeiro documento teatral, usada para dominar o sobrenatural e esconjurar os espíritos malignos. O grupo então reunia-se para assistir à esses rituais, tornando a religião primitiva uma peça de teatro que atraía cada vez mais pessoas.

Segundo Montenegro (2019), até a década de 1950, como carioca e espectadora comum, sua visão era de que os brasileiros comuns que passavam pelo Rio iam à Cinelândia para se ver em cena. Ia-se ver o homem brasileiro na sua crônica de vida. Alguns dos personagens mais comuns eram: o comendador, o burocrata, a dona da pensão, a dama-galã, o malandro e os jovens apaixonados. Ao contrário do que se via na Europa, com produções sólidas e imensas verbas públicas, no Brasil o teatro era autoproduzido, porém havia sempre plateia, na sua maioria fartas, em sessões de terça a domingo.

Já no Brasil, segundo Prado (2003), o teatro nasceu à sombra da religião católica. No século XVI, o Padre José de Anchieta foi o primeiro a escrever peças que, na época, eram chamadas de sermões dramatizados. Em festas religiosas os índios encenavam, com cantos e danças, muitas vezes o espetáculo em formato de procissão, com paradas em diferentes lugares. Entre 1760 e 1795, com o aparecimento de um novo gênero teatral de Portugal, a ópera italiana, são

Atualmente no Brasil há uma desvalorização do teatro, sem grandes apoios governamentais, fechamento de oficinas de teatro popular e, consequentemente, afastando o público cada vez mais dessa arte.

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Movimento manual das varas cenogrรกficas do Teatro ร pera de Paris. Fonte:http://www.unav.es/ha/007-TEAT/operas-paris-machinery.htm


2.2. ARQUITETURA DE TEATROS Segundo Ramos (2015), surge ainda na antiga Grécia a palavra skenenographie (em tradução literal “desenho de cena” ou cenografia). O teatro era considerada uma arte realizada à céu aberto, em grandes palcos. Foi apenas no século IV a.C. que foi construído o primeiro espaço teatral fechado, o Teatro de Dionísio (Figura 21). O palco era constituído por grandes panos ou paredes que separavam a cena (local de apresentação) dos bastidores, e estes eram usados também como cenários, fazendo assim parte da própria encenação, auxiliando a peça.

Desde então foram projetados espaços teatrais das mais diversas formas, agregando com o passar dos anos novas tecnologias para auxiliar na cenografia das peças. De acordo com Zilio (2010), uma importante inovação vem com o surgimento da caixa cênica, constituída pelo urdimento, por um fosso de orquestra que permite o uso de elevadores móveis (quartelada), bambolinas e varas, tudo para garantir realismo, ilusões cênicas e cenográficas. A arquitetura dos espaços cênicos foi, portanto, se modificando e adquirindo novos significados ao passar dos anos, revelando um espelho do meio social onde surge e o pensamento e a cultura de toda uma época.

Figura 21 Fonte:https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.180/5548

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Mural de azulejos produzidos pelos alunos da SP Escola de Teatro, 2019. Foto: Acervo pessoal.


2.3. ESPAÇOS DE ENSINO De quais formas a arquitetura é relevante na formação de alunos? É necessário entendermos de que maneira o espaço físico escolar interfere no cotidiano da escola para que assim possamos priorizar como estas escolas devem ser e o que devem atender. Segundo Kowaltowski (2011), o desempenho acadêmico tem uma clara relação com os elementos arquitetônicos presentes, de modo que a satisfação de quem usa estes espaços está diretamente ligada ao conforto proporcionado por este ambiente escolar, o que inclui aspectos térmicos, visuais, acústicos e funcionais. Alguns dos pontos mais importantes de cada aspecto são: Aspectos térmicos: elementos de sombreamento nas áreas externas; condições de ventilação; presença de brises; materiais utilizados na construção. Aspectos visuais: tipos de iluminação natural e artificial; características de janelas e aberturas; cores e materiais utilizadas nos ambientes internos; interferência de vegetação perto das aberturas. Aspectos acústicos: materiais de acabamento (piso, teto e paredes); ruídos sonoros externos; reverberação sonora; interferências sonoras entre espaços internos.

Aspectos funcionais: condições de acessibilidade, incluindo rampas, elevadores, piso tátil e banheiros para deficientes físicos; proximidade de transporte público; funcionalidade dos espaços internos; acessos e entradas à escola; mobiliário adequado; dimensionamento do ambiente; áreas para aulas ao ar livre; manutenção e limpeza. Tendo agora organizados os principais aspectos para uma boa arquitetura escolar, podemos concluir que, se estes forem previstos desde o momento projetual, possibilitarão uma construção que, além de contribuir para um bom desempenho de seus usuários, servirá melhor à cidade, sendo assim um projeto inclusivo e com boa eficiência energética. É a partir também destes aspectos que podemos ver o que realmente é essencial em ambientes educacionais e refletir como estes podem vir a ser ainda mais úteis e eficientes, desnaturalizando os layouts e as formas já pensadas anteriormente, que nos impedem de enxergar outras possíveis formas organizacionais. É repensando como é o espaço de ensino ideal que chegaremos a novas e melhores soluções.

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Pessoas utilizando o espelho d’água do Sesc 24 de Maio, São Paulo, 2019. Foto: Acervo pessoal.


2.4. ARQUITETURA SENSORIAL Em Atmosferas (2006), livro baseado numa palestra do professor e arquiteto Peter Zumthor em 2003 na Alemanha, são destacados os principais conceitos adotados para seus projetos terem qualidade, para tocar aos outros, sendo estes: o corpo da arquitetura, a consonância dos materiais, o som do espaço, a temperatura do espaço, as coisas que me rodeiam, entre a serenidade e a sedução, a tensão entre interior e exterior, degraus da intimidade, a luz sobre as coisas, a arquitetura como espaço envolvente, a harmonia e a forma bonita. Como referência clara ao sentido do tato, o corpo da arquitetura fala da membrana que envolve os ambientes, à pele que contém a atmosfera projetada. Nesta mesma linha, em a consonância dos materiais, diz respeito à como os materiais têm infinitas possibilidades de serem trabalhados e combinados entre si, criando composições únicas. Em a temperatura do espaço, que se refere também ao tato, Zumthor conta da execução do Pavilhão da Suíça, no qual foi utilizado muita madeira e, por conta disso, quando havia calor, estava fresco e, quando fazia frio, o calor de dentro era preservado, o que tornava o ambiente agradável, ou seja, que os materiais e a forma que estes são utilizados pode proporcionar

ao seu projeto uma temperatura variável e estável ou não. No tópico a luz sobre as coisas, é o sentido da visão que se destaca: “Uma das ideias preferidas é a seguinte: pensar o edifício primeiro como uma massa de sombras e a seguir, como num processo de escavação, colocar luzes e deixar a luminosidade infiltrar-se. (...) A segunda ideia preferida é colocar os materiais e superfícies, propositadamente, à luz e observar como reflectem.”(Zumthor, 2006, p.61.)

Já em o som do espaço ressalta que todos os espaços transmitem sons, até mesmo os mais silenciosos, ou seja, ensina que também devemos pensar no sentido da audição no momento de projetar atmosferas. É notável que a maior parte destes conceitos se referem diretamente à como os nossos sentidos reagem aos diferentes materiais, sons, temperaturas, texturas e espaços ao nosso redor. Nesta mesma linha de pensamento, o professor e arquiteto Juhani Pallasmaa (2011) observa criticamente como o

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sentido da visão sempre foi dominante em relação aos outros desde a antiguidade grega, apontando que esta pode ser uma das razões do porquê da falta de humanismo da arquitetura e das cidades contemporâneas. Um dos objetivos deste projeto é que, através das diferentes formas arquitetônicas e dos variados espaços criados, seja possível propiciar aos visitantes e aos estudantes não apenas uma arquitetura de qualidade, mas também uma conexão afetiva com o mesmo, despertando emoções e imaginações.

Pessoas utilizando o espelho d’água do Sesc 24 de Maio, São Paulo, 2019.

52 Foto: Acervo pessoal.


“Uma obra da arquitetura não é experimentada como uma série de imagens isoladas na retina, e sim em sua essência material, corpórea e espiritual totalmente integrada. Ela oferece formas e superfícies agradáveis e configuradas para o toque dos olhos e dos demais sentidos, mas também incorpora e integra as estruturas físicas e mentais, dando maior coerência e significado à nossa experiência existencial.” (PALLASMAA, 2011, p. 11.)

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REFERÊNCIAS


3.1. ESPACIALIDADE

New Art Museum / SANAA Localização Ano de construção Área

: Nova York, EUA : 2007 : 5.453m²

Estudando o projeto, a conclusão é que seu conceito busca criar volumes que vão se deslocando para romper com a simetria (Figuras 22 e 23), possibilitando a entrada de luz natural através de aberturas zenitais e criando terraços para contemplação da cidade (Figuras 24 e 25). Como uma segunda pele, o material utilizado no exterior é revestido em duas camadas de malha de alumínio industrial (Figura 26), criando uma fachada que permite transparência. Os volumes então, posicionados em desencontro, geram proporcionalidade e, à noite, se destacam pela iluminação.

Figura 22 ROMPIMENTO DA SIMETRIA

Figura 23

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Foto: Iwan Baan Fonte:https://www.archdaily.com/70822/new-art-museum-sanaa?ad_medium=gallery


Figura 24

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Figura 25

Figura 26 Foto: Laurian Ghinitoiu Fonte:http://new.rushi.net/Home/Works/detail/id/216399.html


Foto: Laurian Ghinitoiu Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/792590/classicos-da-arquitetura-new-museum-sanaa?ad_medium=gallery


3.2. PROGRAMA

SP Escola de Teatro / Unidade Brás Localização : Brás, SP Ano de inauguração : 2010 Área : 2000m² A SP Escola de Teatro funciona em duas unidades, sendo a utilizada como referência para esse projeto a Unidade Brás. A Escola funciona em um edifício histórico e tombado como patrimônio histórico, construído em 1913. Há dois espaços de convivência para visitantes e alunos, sendo estes utilizados também como áreas livres para estudos e ensaios (Figura 27). O térreo é mais dedicado para o público em geral, contendo como programa uma recepção, uma bliblioteca e uma sala de teatro para 157 pessoas, enquanto os outros dois andares são os espaços educativos, com salas de aula e administração (Figura 28). O acesso é feito à direita, tanto para o público quanto para os alunos (Figuras 29 e 30).

Pátios de convivência

Figura 29

Educativo Público

Figura 27

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Figura 28

Figura 30


Fachada da SP Escola de Teatro / Unidade Brรกs, 2019. Foto: Acervo pessoal.


Sala de teatro com capacidade para 157 lugares, 2019. Foto: Acervo pessoal.


Sala de teatro com capacidade para 157 lugares, 2019. Foto: Acervo pessoal.


PĂĄtio de convivĂŞncia central, 2019. Fotos: Acervo pessoal.


Sala de aula do curso de atuação, com cerca de 75m² e 5m de pé direito, 2019. Foto: Acervo pessoal.


3.3. ESPAÇO CÊNICO

Sesc 24 de Maio / Paulo Mendes da Rocha + MMBB Arquitetos Localização Ano de inauguração Área total da construção Capacidade da sala de teatro

: São Paulo, Brasil : 2017 : 27.865m² : 216 lugares

TEATRO Figura 31

O espaço teatral do Sesc 24 de Maio é localizado no subsolo do edifício (Figura 31), e a sala é posicionada exatamente entre os quatro pilares centrais, que configuram um vazio de 14x14 metros (Figura 32). É possível verificar, através do corte disponível (Figura 33), que seu pé direito total é de cerca de 10 metros e que a sua curva de visibilidade (Figura 34) é adequada e confortável para os usuários, tendo então uma boa relação entre platéia e palco. Para garantir conforto acústico, foram utilizadas placas acústicas nas paredes mais próximas do público.

Figura 32

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Fonte:https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/mmbb-arquitetos_paulo-mendes-da-rocha_/sesc-24-de-maio/4578


Foto: Nelson Kon Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/889788/sesc-24-de-maio-paulo-mendes-da-rocha-plus-mmbb-arquitetos


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Figura 33: Corte Sesc 24 de Maio

Figura 34: Sala de teatro aproximada, em destaque curva de visibilidade

Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/889788/sesc-24-de-maio-paulo-mendes-da-rocha-plus-mmbb-arquitetos

Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/889788/sesc-24-de-maio-paulo-mendes-da-rocha-plus-mmbb-arquitetos


Foto: Nelson Kon Fonte:https://arqa.com/en/architecture/sesc-24-de-maio.html


3.4. MATERIALIDADE Como revestimento externo, foram adotadas placas de metal perfuradas de diferentes colorações que servem como brises verticais (Figuras 35 e 36), inspiradas no revestimento Screenpanel G/C Hunter Douglas, que possibilita o seu design liso ou perfurado e também o desenvolvimento de perfurações personalizadas (Figuras 37 e 38). As placas têm todas uma medida padrão de largura (1,60m), e apenas as alturas são diversificadas.

Figuras 35 e 36: Placas de metal perfuradas adotadas no projeto.

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Figura 37: Construção que utiliza o Screenpanel de design perfurado, 2014. Foto: Autor não divulgado Fonte:https://www.hunterdouglas.com.br/ap/linha/controle-solar-hunter-douglas/screenpanel


Figura 38: Construção que utiliza o Screenpanel de design liso como brise, 2009. Foto: Cristian Barahona Miranda Fonte:https://www.hunterdouglas.com.br/ap/linha/controle-solar-hunter-douglas/screenpanel



4 O PROJETO


4.1. PROGRAMA DE NECESSIDADES A partir de análises do estudo de caso (SP Escola de Teatro) e do entendimento das atividades desenvolvidas em uma escola de teatro, foi possível formular o programa, sendo este composto de quatro setores que se complementam (Figura 39). O educativo contém espaços desenvolvidos para ensinamento e estudo, voltados aos alunos. Os espaços de convivência gerais também são dedicados aos alunos, mas abertos para o público geral, para interação e acolhimento do público. A administração e os espaços de serviços são para garantir o bom funcionamento da escola e atender a todos. Já a sala de teatro é voltada tanto para os alunos, como espaço de prática, quanto para a população, oferecendo à cidade mais um espaço de cultura.

ORGANIZAÇÃO ESPACIAL Figura 39 SALA DE TEATRO

EDUCATIVO

ADM / SERVIÇOS

CONVIVÊNCIA

DADOS TÉCNICOS: Área do terreno = 2800m² Área construída = 7460m² Taxa de permeabilidade = 40% / 1120m²

ENTRADAS

LIGAÇÃO DIRETA LIGAÇÃO INDIRETA

82


EDUCATIVO Biblioteca Laboratório de informática Salas multiuso Sala de cenografia Sala de costura Sala de figurino Ateliê Marcenaria Estúdio de gravação

CONVIVÊNCIA

Espaços de convivência Café

QUANTIA M² TOTAL 1 1 6 1 1 1 1 1 1

380 145 640 100 120 140 185 110 110

QUANTIA M² TOTAL 2 1

540 75

ADM / SERVIÇOS

QUANTIA M² TOTAL

SALA DE TEATRO

QUANTIA M² TOTAL

Bilheteria Administração Banheiros Retiro de materiais Recepção / balcão de informações Vestiários para funcionários Carga e descarga de equipamentos Estacionamento Depósitos de materiais Reservatórios de água Salas de apoio

Antecâmara Camarins Coxia Boca de cena Cabine de iluminação e som Foyer Urdimento Sala de teatro

1 1 12 1 1 2 2 14 vagas 4 2 5

1 1 1 1 1 1 1 Capacidade p/ 195

25 70 280 25 20 75 230 700 340 140 75

15 145 125 100 35 75 110 250

83


4.2. PARTIDO Com o intuito de atrair o público, há vários possíveis acessos (Figura 40), sendo que um destes liga o equipamento diretamente à Estação de Metrô São Joaquim e todos se abrem de forma a prolongar o passeio público (Figura 41), democratizando o espaço, gerando uma interação com a cidade e permitindo diferentes trajetos. A forma foi evoluindo (Figuras 42 e 43) conforme o programa foi se dividindo, de forma a acolher os pedestres e proporcionar diferentes visuais. O projeto rompe com a simetria (Figuras 44 e 45), criando caixas que vão se sobrepondo, respeitando e se relacionando com o gabarito do entorno (Figura 46) e, propiciando assim, terraços conectados às salas de aula (Figura 47). A estrutura de aço e o núcleo (Figuras 48 e 49) foram, portanto, adaptados para permitir a volumetria desejada (Figuras 50 à 53).

ACESSOS

Figura 40

PROLONGAMENTO DO PASSEIO PÚBLICO Figura 41

84


EVOLUÇÃO DA FORMA

Figura 42

Figura 43

ROMPIMENTO DA SIMETRIA

Figura 44

Figura 45

85


Figura 46: Relação com o gabarito do entorno.

Figura 47: Em destaque, terraços conectados às salas de aula.

86

Figura 48

Figura 49


Figura 50

Figura 51

Figura 52

Figura 53

87


4.3. PROJETO PRELIMINAR - TFG I O projeto apresentado no semestre anterior possibilitou o entendimento das formas e as necessidades do terreno e de seu entorno, porém precisava de alterações e melhorias, entre elas: - Melhor definição de materialidade; - Revisão das circulações do edifício e do espaço ajardinado, que até então se encontrava sem uso; - As visuais para a cidade a partir da visão sentido fundo de lote ainda eram tímidas; - A integração ao metrô ainda se mantinha acanhada; - Revisão de aberturas da volumetria.

A

A

B

B

Planta do térreo apresentada anteriormente na etapa TFG I, 2019. Sem escala.

88


Imagens do projeto apresentadas na etapa TFG I, 2019.


4.4. PEÇAS GRÁFICAS

PLANTA IMPLANTAÇÃO - TÉRREO 90

ESC.: 1:1000


ã o Jo Ru a S aquim

Av. d a L ib er d

ade


PLANTA TÉRREO ESC.: 1:500 LEGENDA 1. Café 2. Espaço de convivência 3. Bilheteria 4. Banheiro 5. Administração 6. Retiro de materiais

92

7. Recepção / balcão de informações


Av. da L i b er d ade

Av. d a L ib er da d e

B

A 1

2

A

3

2 6

7 4 4 5

B


PLANTA SUBSOLO ESC.: 1:500 LEGENDA 1. Carga e descarga de equipamentos 2. Depรณsito de materiais 3. Reservatรณrio de รกgua 4. Vestiรกrio para funcionรกrios

94

5. Estacionamento (14 vagas)


B 1

A

2

i=15% 1

3

5

4 4

A

B


PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:500 LEGENDA 1. Antecâmara 2. Camarins 3. Banheiro 4. Apoio 5. Laboratório de informática

96

6. Biblioteca


B 1 2

A

3

6

A 3

4

5

B


PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO ESC.: 1:500 LEGENDA 1. Antecâmara 2. Camarins 3. Boca de cena 4. Coxia 5. Sala de teatro (capacidade para 195 pessoas) 6. Cabine de iluminação e som 7. Banheiro 8. Apoio 9. Foyer 10. Sala de costura 11. Sala de figurino

98

12. Terraço


B 1 2

A 3

4

5 7

7

8 9

10

12

11

6

A

B


PLANTA TERCEIRO PAVIMENTO ESC.: 1:500 LEGENDA 1. Depรณsito de materiais 2. Urdimento 3. Banheiro 4. Apoio 5. Terraรงo 6. Marcenaria

100

7. Sala de cenografia


B

A 1

2

3

6

7

5

A 3

4

5

B


PLANTA QUARTO PAVIMENTO ESC.: 1:500 LEGENDA 1. Depósito de materiais 2. Sala multiuso 3. Banheiro 4. Apoio 5. Ateliê

102

6. Terraço


B 1

A 2 2

5

6

3

A 3

4

B


PLANTA QUINTO PAVIMENTO ESC.: 1:500 LEGENDA 1. Depósito de materiais 2. Sala multiuso 3. Estúdio de gravação 4. Banheiro 5. Apoio

104

6. Ateliê


B 1

A

2

2

2 3

2

6

4

A 4

5

B


PLANTA ร TICO ESC.: 1:500 LEGENDA 1. Reservatรณrio de รกgua

106

2. Casa de mรกquinas


B

A 1

A 2 2 i=20%

B


PLANTA COBERTURA 108

ESC.: 1:500


B

A

A

i=20%

B


CORTE A ESC.: 1:500


CORTE B ESC.: 1:500


INSERÇÃO FOTOGRÁFICA SEM ESCALA



Perspectiva da fachada na Av. Liberdade


Perspectiva do lado oposto Ă Av. Liberdade


Ponto de vista do pedestre na saída da Estação São Joaquim


Ponto de vista do pedestre no na área aberta da edificação


Ponto de vista do pedestre na Av. Liberdade


Perspectiva do térreo em relação à Av. Liberdade


Sala de teatro


Sala de teatro em perspectiva



BIBLIOGRAFIA

LIVROS

KOWALTOWSKI, Doris K. Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino. São Paulo, Oficina de Textos, 2011. MONTENEGRO, Fernanda. Prólogo, ato, epílogo: Memórias. 1“ Ed., São Paulo: Companhia das Letras, 2019. MOUSSINAC. Léon. História do Teatro: das origens aos nossos dias. Tradução de Mário Jacques. 1ªEd., Portugal: Livraria Bertrand, 1957. PALLASMAA, Juhani. Os Olhos da Pele: A Arquitetura e os Sentidos. Tradução de Alexandre Salvaterra. 2ª Ed., Porto Alegre: Bookman, 2011. PEIXOTO, Fernando. O Que é Teatro. 11ªEd., São Paulo: Editora Brasiliense, 1980. PENTEADO, Fábio. Ensaios de Arquitetura. São Paulo, SP: Empresa das artes, 1998. PRADO, Décio de Almeida. História Concisa do Teatro Brasileiro: 1570-1908. 1ªEd., São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003. SERRONI, José Carlos. Teatros: uma memória do espaço cênico no Brasil. 1ªEd., São Paulo: Senac, 2002.

123



BIBLIOGRAFIA

LIVROS

ZILIO, D. A evolução da caixa cênica transformações sociais e tecnológicas no desenvolvimento da dramaturgia e da arquitetura teatral. Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 2010. ZUMTHOR, Peter. Atmosferas. Entornos arquitectónicos - as coisas que me rodeiam. Tradução de Astrid Grabow. 1ª Ed., Barcelona: Gustavo Gili, 2006.

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BIBLIOGRAFIA

SITES

Crueldade marca início do bairro da Liberdade. Disponível em: <http://www.nippobrasil.com.br/especial/n027.php>. Acesso em: 28/09/2019. Fernanda diz que a personagem Dora foi um ‘presentão’ de Walter Salles. Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/fol/cult/ cu2202981.htm>. Acesso em: 03/11/2019. RAMOS, Talitha. Desenhos que revolucionaram a cena teatral. Arquitextos, São Paulo, ano 15, n. 180.00, Vitruvius, maio 2015. Disponível em: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.180/5548>. Acesso em: 15/05/2020. Relatórios Anuais. Disponível em: <http://www.adaap.org.br/relatorios-anuais/>. Acesso em: 19/09/2019. Sesc 24 de Maio / Paulo Mendes da Rocha + MMBB Arquitetos. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/889788/sesc-24-de-maio-paulo-mendes-da-rocha-plus-mmbb-arquitetos>. Acesso em: 20/04/2020. Tabelas - População nos Anos de Levantamento Censitário. Disponível em: <http://smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/tabelas/pop_dist.php>. Acesso em: 28/09/2019.

127


TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO | 2020 Universidade São Judas Tadeu


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