Os fios que ligam a arte e educação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH CURSO DE PEDAGOGIA DISCIPLINA: ARTE E EDUCAÇÃO PROFESSORA: TÂNIA CRISTINA

Portfólio Os fios que ligam a arte e Educação “isso é que foi experiência” Leticia Nogueira Martins

São Luís 2012


Apresentação Este portfólio apresenta as idéias e conhecimentos construídos, reafirmados e até mesmo negados, durante as aulas da disciplina arte e educação, tem como objetivo passar ao leitor a marca que a disciplina arte e educação deixou em mim. Dessa forma, apresento aqui minhas impressões construídas durante a disciplina e pretendo mostrar de que forma a arte ficou para mim depois desta experiência. Essa foi uma experiência nova, bem vivência e diferente. Até pode parecer comum, pois tínhamos uma sala, uma professora, os alunos etc. Caracterizo como uma experiência nova e diferente, porque nos fez abrir os nossos olhos para enxergar o mundo da arte ao nosso redor e desmistificar alguns conceitos a respeito. As aulas foram acontecendo de maneiras diferentes, cada dia uma experiência diferente, que deixavam marcas ou não. As discussões iam acontecendo voluntariamente, pois éramos tocados pela arte. A professora um elo fundamental nesse processo de construção de conhecimento nos proporcionava aulas dinâmicas, movimentadas, cheias de estratégias, possibilitando assim a interação aluno-professor e aluno-aluno. A organização da disciplina no que se refere a conteúdos estava muito bem fundamentada, e seguia uma ordem lógica que permitia um melhor entendimento e ligação entre os conteúdos. Em todas as aulas a professora utilizava a expressão “quem pega o fio” se referindo a dar continuidade ao pensamento, esta expressão me envolveu tanto, porque representa organização, continuidade lógica e fundamentada, interação e envolvimento, encontrados nas aulas de arte e educação. Por isso, o título do meu portfólio - os fios que ligam a arte e educação.


O que é ARTE ? Arte não é só desenho...

Arte não é só bonita...

Tarcila do Amaral

Arte não é só agradável...

Arte não é só alegria...

Paulo Cézzane

Arte não está só nas galerias...


A arte denota um processo de fazer ou criar. A arte envolve moldar a argila, entalhar o mármore, fundir o bronze, aplicar pigmentos, construir edifícios, cantar canções, tocar instrumentos, desempenhar papéis no palco, fazer movimentos rítmicos na dança. Toda arte faz algo com algum material físico, o corpo ou alguma coisa externa a ele, com ou sem uso de instrumentos intervenientes, e com vistas à produção de algo visível, audível ou tangível. Encontrar um conceito unificado para arte é coisa difícil, existem tantas e tão diferentes são as concepções sobre a natureza as arte. Assim, mesmo sem possuirmos uma definição clara e lógica do conceito, somos capazes de identificar algumas produções da cultura em que vivemos como sendo “arte”. Cultura aqui entendida como o conjunto complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade. É possível dizer, então, que arte são certas manifestações da atividade humana diante das quais nosso sentimento é admirativo, isto é: nossa cultura possui uma noção que denomina solidamente algumas de suas atividades e as privilegia. A arte é noção sólida e privilegiada, para saber o que é ou não arte, nossa cultura possui instrumentos específicos. Um deles, essencial, é o discurso sobre o objeto artístico, ao qual reconhecemos competência e autoridade. Esse discurso é o que proferem o crítico, o historiador da arte, o perito, o conservador de museu. São eles que conferem o estatuto de arte a um objeto. Nossa cultura também prevê locais específicos onde a arte pode manifestarse, quer dizer, locais que também dão estatuto de arte a um objeto. Como o museu, cinema, uma sala de concerto, musica. No caso da arquitetura, possuímos instituições legais que protegem as construções “artísticas” (casa, igreja). A arte instala-se em nosso mundo por meio do aparato cultural que envolve os objetos: o discurso, o local, as atitudes de admiração que nos permitem a manifestação do objeto artístico ou, mais ainda, dão ao objeto o estatuto de arte, além disso determina, escolhendo um tipo de objeto dentre os inúmeros que nos rodeiam, que ele seja “artístico”. Para ser verdadeiramente artístico, uma obra também tem de ser estética – ou seja, moldada para percepção receptiva prazerosa.


A Arte e a Criatividade Arte e criatividade: um fenômeno sempre acaba por nos conduzir ao outro. Nas definições mais antigas sobre criatividade encontramos o termo creare = fazer, e o termo grego kralner = realizar. Essas duas definições demonstram a constante preocupação com o que se faz e com o que se realiza criativamente. A criatividade é um fenômeno complexo com múltiplas facetas. A criatividade como processo é uma abordagem teórica onde se enquadram as investigações e os questionamentos sobre o tipo de pensamento que leva o indivíduo à descoberta criativa. Em discussão na sala foram levantados vários conceitos sobre a criatividade, e que por muitos é vista como produto, caracterizando-se assim como o produto criativo. Abordamos alguns aspectos que o professor precisa usar para desenvolver no aluno o ato de criar, visto que a criatividade não é um dom, mas sim uns tem mais habilidade para determinada coisa, para isso precisa ser praticada, cabe ao professor laçar desafios para seus alunos, assim eles vão pensar em maneiras de resolver o problema, desenvolvendo assim sua criatividade. Nas teorias humanistas, a criatividade é vista como tendência do ser humano à auto-realização. Para Carl Rogers (1977), é necessário que existam certas condições interiores para que o potencial criativo desabroche. Roll May (1975), definiu criatividade como um encontro intenso com

uma

idéia.

Masloy

(1968)

apresentou

uma

interpretação da criatividade semelhante a de Rogers, ele


ainda hipotetizou que existiriam dois níveis de habilidades criativas. No primeiro nível estão aqueles indivíduos que se auto-realizaram de forma integral, tanto a nível pessoal como intelectual, sendo possuidores, portanto, de boa saúde mental. No segundo nível estão as pessoas que se caracterizam por um alto desenvolvimento intelectual, mas não necessariamente pessoal. Esses indivíduos são denominados como talentosos-criativos. Na teoria da educacional um dos grandes estudiosos da educação na área da criatividade é Paul Torrance, ele definiu a criatividade como o processo de: tornar-se sensível

a

falhas,

deficiências

na

informação

ou

desarmonias; identificar as dificuldades ou os elementos faltantes; formular hipóteses a respeito das deficiências encontradas, testar e retestar essas hipóteses e, por último,

comunicar

os

resultados

encontrados.

Mas

Torrance constatou que a criatividade é punida na sala de aula, pois os professores preferem a criança obediente e passiva ao invés da criança curiosa e questionadora.


A Arte e a Criança A arte tem uma grande ligação com as crianças. O primeiro contato que a criança tem com a arte é através do desenho e da pintura, mais essas não são as únicas formas de arte que a criança deve conhecer. Para a criança a arte se constitui muito mais numa atividade, num fazer, do que num objeto a ser fruído. Hoje o que percebemos que a arte para a criança está adquirindo característica lúdica, e interpretada do ponto de vista da produção de objetos belos e harmoniosos, ou seja, a arte infantil esta sendo encarada sobre o prisma da estética. Para a criança a arte não tem um valor estético. Isto é: sua expressão não se pauta em determinadas regras ou códigos, visando a produção de obras bem acabadas e harmoniosas. Dessa forma, devemos considerar o caminho percorrido na sua elaboração, a atividade artística da criança apresenta o sentido de organização de suas experiências, a arte possibilita-lhe, consequentemente, uma maior autocompreensão e uma identificação sua com aquilo que ela produz. O processo artístico, em si mesmo, proporciona um meio de desenvolvimento social. O contato da criança com arte possibilita o desenvolvimento da autoexpressão e passa a atuar de forma afetiva com o mundo, opinando, criticando, sugerindo, em fim atuando na sociedade. Mas para que o aluno tenha esse contato ele precisa que seu professor tenha uma formação cultural permanente para poder levar seus alunos a conhecer e vivenciar todas as formas de artes Como já diz Sacritán (1996) se os professores não tem cultura em profundidade, não podem ensinar cultura nem sequer nos níveis mais elementares... “os professores não podem dar o que não têm”. Mas também não cabe só ao professor, as escolas precisam levar para as propostas pedagógicas experiências


culturais e artísticas, levando o aluno múltiplas experiências que podem se efetivar como um canal promissor para a comunicação entre a escola e o aluno, consolidando assim a escola como um espaço cultural.


Considerações Finais Eu nunca tinha visto a arte com esse olhar admirativo, curioso, questionador, crítico e imaginativo que a disciplina arte e educação me possibilitou através da professora Tãnia. Posso dizer que “isso é que foi uma experiência”, pois foi notável a mudança de postura dos colegas e a minha em cada atividade realizada. Isso foi aparente na maneira de se expor, nos conceitos que tínhamos de arte, e que reorganizamos e até mesmo na maneira de assistir os vídeos passados pela professora. No primeiro momento era estranho, esquisito, não entendia nada, mas a partir das leituras e das discussões dos textos em sala de aula, íamos nos permitindo entrar no mundo arte. Vivenciar a experiência de visitar o museu, foi muito boa, pois foi uma maneira de sairmos do teórico e ir ao prático observar como arte está presente no museu em particular, mas em todos os lugares basta nos permitir observar. As aulas pareciam uma caixinha de surpresas que horas foram agradáveis, hora desagradáveis, horas concebíveis e horas “abortadas”. Aqui me refiro que em algumas aulas nós tivemos o tempo comprometido por conta das TIC’S que atrapalharam o desenvolvimento da aula e de certa forma não alcançamos o objetivo por completo, pois tivemos que acelerar para poder dar conta do conteúdo. Criar expectativas era algo constante nas aulas de arte e educação, a experiência do workshop é um exemplo disso, quando a professora nos avisou que teríamos um workshop de arte, várias idéias foram criadas na minha cabeça, (vamos ter um ambiente diferente, ou seja, a sala preparada para receber um worshop, com imagens, objetos, atividades com o grupo, etc), mas na hora não foi o que eu esperava, acho que o nome foi muito forte para a apresentação que a professora Elizene nos proporcionou. A participação da professora continuou ligando o fio que a disciplina está construindo, e dessa maneira ela contribuiu muito com suas experiências e trouxe alternativas para se trabalhar a arte na escola com a Educação Infantil e mostrou o quanto arte nessa faixa etária é significativa para as crianças e auxiliar o professor no seu trabalho. Em suma, a disciplina Arte e Educação nos permitiu conhecer a arte de vários ângulos e identificá-la em vários lugares e/ou ocasiões e nos mostrou o leque de possibilidades que arte oferece para as pessoas. “Hoje não sou a mesma de ontem, e todos os dias vou ser diferente.” Leticia Nogueira Martins


Referências COLI, Jorge. O que é arte. São Paulo: Brasiliense, 2008. DEWEY, John. Arte como experiência. Martins fontes DUARTE JÚNIOr, João Francisco. Fundamentos estéticos da educação. 2 ed. Campinas, SP: Papirus, 1988. NOGUEIRA, Monique Adries. A formação Cultural de Professores. Editora UFG. Coleção Critérios, 2008. WECHSLER,

Solange

Múglia.

Campinas, SP: Editora Psy, 1988.

Criatividade:

descobrindo

e

encorajando.


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