NOVA SEDE PARA O
MARP
NOVA SEDE PARA O MARP Autora: Leticia Inocêncio Negri Orientadora: Profª. Ms. Rita de Cássia Fantini de Lima Centro Universitário Estácio UNISEB Trabalho Final de Graduação Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo Ribeirão Preto, 2016
LETÍCIA INOCÊNCIO NEGRI Caderno de projetos elaborado como item obrigatório para obtenção de título de arquiteta e urbanista sob a orientação da Profª. Ms. Rita de Cássia Fantini de Lima.
Centro Universitário ESTÁCIO UNISEB Ribeirão Preto, Dezembro de 2016.
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AGRADECIMENTOS Agradeço a minha orientadora Profª Rita
Fantini, por me ajudar em todas etapas do desenvolvimento desse Trabalho Final de Graduação, através de seu conhecimento e dedicação durante todo esse ano. Agradeço aos professores Ana Ferraz, César Muniz e Carlos Stechhahn, que auxiliaram no aperfeiçoamento da minha proposta nas bancas e em assessorias durante o ano. Agradeço aos professores do corpo docente por todo conhecimento passado e pela contribuição na minha formação como Arquiteta e Urbanista. Agradeço aos meus pais, Paulo e Fátima, por tudo que me proporcionam, pela paciência que tiveram comigo durante todo o curso e pelo reconhecimento do meu trabalho. Agradeço aos amigos que fiz na faculdade, por tudo que passamos, pelo companheirismo e pela compreensão que temos uns com os outros. Por fim, agradeço ao Coordenador de Artes Plásticas do MARP, Nilton Campos, e a todos que de alguma forma me ajudaram na realização desse trabalho.
“Acredito que as coisas podem ser feitas de outra maneira e que vale a pena tentar.” (Zaha Hadid) “A arte diz o indizível; exprime o inexprimível; traduz o intraduzível.” (Leonardo da Vinci) 6
Dedico meu trabalho ao estimado Prof. Francisco Gimenes (in memoriam).
CONTEÚDO 10 l RESUMO 11 l APRESENTAÇÃO 12 l INTRODUÇÃO
MUSEUS l 15 Introdução ao museu Origem e desenvolvimento dos museus Evolução da caixaMuseu colagem Conceito espacial Concepção e exposição O museu como objeto revitalizador dos centros urbanos
35 l PROJETOS DE REFERÊNCIA Museu da Tolerância Centro Cultural Taichung Complexo Cultural da Luz
O MARP l 63 69 l A ÁREA Escolha do terreno Levantamentos do entorno Leitura do vizinho – novo SESC Ribeirão
PROPOSTA l 89 149 l BIBLIOGRAFIA
RESUMO Esse trabalho tem como objetivo propor um projeto de uma nova sede para o MARP (Museu de Arte de Ribeirão Preto). Em função de pesquisas realizadas sobre museus, a proposta busca estabelecer uma relação melhor que a existente entre a arte, o objeto e a cidade, bem como a discussão entre arquitetura e museu e a relação da arte com o espaço arquitetônico. A proposta permite que o museu receba os mais variados tipos de arte contemporânea, como telas, esculturas, instalações, painéis, videos, projeções, entre outros, em formatos de diversas escalas. O MARP é irradiador de cultura e tem uma grande importância no contexto social, além de ser um objeto com significativo poder revitalizador. Além de museu, o edíficio é multifuncional, pois apresenta um extenso programa com espaços voltados para arquivo, acervo e educativo, por exemplo, que reforça seu papel no contexto urbano.
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APRESENTAÇÃO O objeto escolhido para trabalho foi o Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP), por não ter uma sede própria e estar localizado em uma edificação adaptada, o que não atende adequadamente as demandas para seu funcionamento. Será proposto um projeto para uma nova sede, com terreno nas proximidades da localização atual, na área central, que tem como propósito enriquecer o território cultural da cidade e atenderá apropriadamente o programa de necessidades expandindo-o. É importante ressaltar o caráter revitalizador que o objeto museu apresenta, ao proporcionar melhorias socioeconômicas e urbanísticas em seu entorno imediato e em alguns casos em maior escala, com melhorias em todo o tecido urbano. A escolha do tema deve-se à valorização de espaços culturais e de objetos de arte, do papel social da instituição e pela afinidade com o objeto a ser trabalhado. O desenvolvimento do trabalho aconteceu com base em pesquisas, visitas ao museu e análise de outras instituições. O trabalho está ordenado em capítulos que tratam da introdução, fundamentação teórica, leitura do objeto, leitura dos projetos de referência, leitura da área e a apresentação da proposta.
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INTRODUÇÃO Museu é o tema deste trabalho final de graduação, cujo objeto de estudo é o MARP (Museu de Arte de Ribeirão Preto). Atualmente o MARP não possui uma sede própria, suas instalações funcionam em uma edificação que sofreu algumas adaptações para melhor atender o programa de necessidades, ainda assim o espaço apresenta problemas e é insuficiente para que seu funcionamento seja adequado. O objeto escolhido proporciona uma reflexão sobre a construção do espaço neutro, atemporal e objetivo. Ele também permite uma discussão sobre a relação do percurso com a arquitetura e a cidade, a criação de novas experiências e produção de sentidos nos visitantes. Além de aspectos relacionados a arquitetura do edifício, o museu tem um importante papel como organismo revitalizador do tecido urbano e formação intelectual da sociedade. A nova sede não será apenas um espaço para exposições, proporcionará atividades culturais de naturezas variadas para a população. Assim como o projeto do novo edifício, busca-se uma relação melhor com sua vizinhança e a cidade, a valorização do espaço público e a renovação de seu entorno. No geral a ideia é proporcionar á população um espaço público que possa oferecer integração sociocultural, melhoras em sua vizinhança e que tenha instalações adequadas para seu funcionamento.
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JUSTIFICATIVA O tema escolhido – museu – deve-se a importância dos equipamentos públicos para a cidade e de sua potência como irradiador de atividades culturais. A escolha do MARP se deve a importância que o museu tem para a cidade na divulgação e discussão da arte contemporânea. A relocação da instituição tem como objetivo não só proporcionar uma nova sede para o museu, mas também revitalizar a área degradada de grande valor histórico, em que será localizado. É de grande importância a valorização de seu entorno, do centro histórico e dos patrimônios que estão em sua vizinhança, além da valorização de atividades culturais e do espaço público em Ribeirão Preto. As novas instalações irão promover a melhoria das atividades e o desenvolvimento adequado das funções do museu. É uma instituição de grande valor social e tem uma importante função educacional, pois auxilia o desenvolvimento intelectual e de relações da sociedade, através da criação de identidade de cada cidadão, desenvolvendo seus sentidos e sua capacidade de pensamento critico, auxilia assim a produção e integração de conhecimento, educação e cultura, gerando uma sociedade evoluída em diversos aspectos. O museu é um instrumento transformador, transforma a sociedade e ao mesmo tempo é transformado por ela. 13
OS MUSEUS
INTRODUÇÃO AO MUSEU MUSEU E SUA FUNÇÃO SOCIAL s.m. (do grego mouseion: templo das musas) Definição de museu segundo o ICOM (International Council of Museums):
MUSEU, FILHO DE ORFEU
“Por outro lado Museu é filho de Orfeu. Orfeu cujo mito é o mais complexo e extenso que há na Grécia: Orfeu fundamentalmente foi poeta, aliás o protótipo do poeta. Com sua lira encantada, amansava os animais, desceu ao inferno (em grego: a parte inferior) para resgatar Eurídice, sua amada, e comoveu Prosérpina, a deusa do inferno, ao ponto de deixar Eurídice sair. Só que Orfeu não resistindo à curiosidade, contra o aviso de Prosérpina, olhou para trás e assim transformou Eurídice numa estátua de sal. No fim da vida Orfeu foi esfacelado pelas Eríneas e seu corpo espalhado através de um sopro, pelo mundo, nas coisas. Entramos aqui em outra modalidade da identidade e ação do Museu: Museu recompilou as obras do pai. Isto é, Museu repropõe a ação civilizadora de Orfeu (a lira que amansa os animais) que depois com sua civilidade e olhar curioso e destacante, retira seu amor (Eurídice) da região dos mortos, da inferioridade, transformando-a a seguir numa congelante (estátua), em objeto símbolo da inteligência (sal). Finalmente, Museu recompila, reordena, recupera, o espalhamento da poesia nas coisas...” (GUIMARÃES; BARBANTI, 1991: 8)
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“De acordo com os Estatutos do ICOM, adotados pela 22ª Assembleia Geral em Viena, Áustria, em 24 de Agosto de 2007: um museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público, que adquire, conserva, estuda, expõe e transmite o patrimônio material e imaterial da humanidade e do seu meio, com fins de estudo, educação e deleite. Essa definição é uma referencia na comunidade internacional. “(DESVALLÉES; MAIRESSE, 2013: 64)
Segundo Judith Spielbauer (1987), o museu se caracteriza por: “Favorecer a percepção da interdependência do Homem com os mundos natural, social e estético, oferecendo-lhe informação e experiência, e facilitando a compreensão de si mesmo em um contexto mais amplo”.
O museu é uma instituição que difunde informação e cultura, por meio de suas exposições e outras atividades que oferece à sociedade, exercendo assim sua função social. A informação é transmitida pela comunicação, que acontece pela expografia de cada exposição e por outros meios:
“A comunicação museológica é a denominação genérica que é dada às diversas formas de extroversão do conhecimento em museus, uma vez que há um trabalho de introversão. As formas são variadas, como artigos científicos de estudos de coleções, catálogos, material didático em geral, vídeos e filmes, palestras, oficinas e material de divulgação e/ ou difusão diversos. Todas essas manifestações são, no museu, comunicação no latu sensu. No stricto sensu, a principal forma de comunicação em museus é a exposição ou, ainda, a mais específica, pois é na exposição que o público tem a oportunidade de acesso à poesia das coisas. É na exposição que se potencializa a relação profunda entre o Homem e o Objeto no cenário institucionalizado (a instituição) e no cenário expositivo (a exposição propriamente)” (CURY, 2006, p. 34).
A valorização da museologia e as mudanças sociais que vem acontecendo ao longo dos anos, refletiram nas alterações do programa de atividades dos museus, como o aumento da área educativa, que tem acontecido com uma frequência significativa.
A relação construída entre o homem e o objeto, que leva á aquisição e desenvolvimento de conhecimento, reflexão, capacidade crítica e construção do caráter intelectual e da identidade de cada individuo.
O setor educativo do museu é responsável pela organização e disponibilização de programas de visitação junto ás escolas, palestras, oficinas e atividades que o museu oferece. As ofertas em múltiplas áreas do conhecimento contribuem para o sucesso da função social, cultural e educativa da instituição. (FIGURELLI, 2011: 111115)
Para que aconteça a transmissão de informação é necessário que a população visite o museu, pois as coleções e exposições carregam dados históricos, culturais, socioeconômicos e politicos da diversos períodos, que se difundem a partir da análise, da reflexão do visitante, do estimulo á novas sensibilidades e experiências. (DESVALLÉES; MAIRESSE, 2013: 67) As visitas proporcionam não somente a interação com as obras, mas também entre as pessoas, assim, os objetos expostos podem ser discutidos e consequentemente terem mais valor agregado a eles. (SILVA; SANTOS, 2014: 1-3) O museu é um edifício cultural que proporciona:
“A percepção da interdependência do Homem com os mundos natural, social e estético, oferecendo-lhe informação e experiência, e facilitando a compreensão de si mesmo em um contexto mais amplo” (Deloche, 2007), e que tem como objetivo é garantir, por meio da experiência sensível, o acúmulo e a transmissão da cultura entendida como o conjunto de aquisições que fazem de um ser geneticamente humano, um homem” (Deloche, 2007).
Fig. 1: Crianças em visita ao MASP recebendo explicações sobre as obras por uma instrutora do museu. Fonte: Página oficial do MASP.
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ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DOS MUSEUS
Os museus tiveram como antecessores os gabinetes de curiosidades, que eram espaços onde famílias ricas europeias colecionavam objetos de todo tipo, a maioria adquiridos em viagens pelo mundo. Os objetos das coleções variavam de pinturas e esculturas, até fosseis, pedras e animais empalhados. Essa variedade permitiu posteriormente o inicio dos estudos das área de biologia e arqueologia, por exemplo. As coleções dos gabinetes de curiosidades que aconteceram entre os séculos XVII e XVIII, eram particulares e voltadas para a elite social e os locais de exposição se apresentavam completamente cobertos por objetos, muitas vezes suprimindo as características arquitetônicas dos espaços.
Fig. 2: Gabinete de curiosidades de Johann Georg Hainz, 1666. Fonte: Homem despedaçado. Fig. 3: Ashmolean Museum, o primeiro museu. Fonte: Artfund Fig. 4: Museu Britânico, o segundo museu. Fonte: Jornal O Globo Fig. 5: Museu do Louvre atualmente. Fonte: Squarespace 18
Conforme os gabinetes de curiosidades recebiam mais objetos, começaram a obter itens raros, de grande valor histórico e cultural, que mais tarde, ao serem doados originaram os primeiros museus, de caráter particular ainda. (PERICHI, 1997: 93) O primeiro museu teve origem no século XVII na Inglaterra, na Universidade de Oxford, o Ashmolean Museum, que surgiu após o recebimento da coleção de John Tradescant. O segundo museu reconhecido, também na Inglaterra, data de 1759, foi o Museu Britanico, com a aquisição da coleção de Hans Sloane. Ambos ainda eram museus privados.
O primeiro museu de caráter público que existiu foi o Museu do Louvre, com inauguração em 1739, que tinha fins culturais e recreativos, aberto á todas classes sociais. No século XIX surgem mais inúmeros museus, frutos de coleções privadas dos gabinetes de curiosidades.
As crises conferiram a devida importância do papel dos museus como “instituições de referência e síntese, capaz de evoluir e oferecer modelos alternativos adequados para caracterizar e transmitir valores de seu tempo”. (pág. 8)
O livro “Museu para o século XXI, de Josep Maria Montaner, trás em sua introdução o processo de evolução dos museus de uma maneira bem clara.
Após as vanguardas e a Segunda Guerra Mundial, os museus sofreram uma espécie de pausa na Europa, pois as prioridades eram habitações e escola, além de se buscar novas concepções de espaços. Nesse momento a iniciativa da nova geração de museus foi dos norte-americanos, com o MOMA e o Gugguenheim em Nova Iorque, por exemplo. Em meados dos anos oitenta voltou a se construir edifícios culturais na Europa.
Desde sua origem, o museu se apresentou como instituição moderna, sendo crucial nos “conceitos de cultura e arte na sociedade ocidental.” (MONTANER, 2013: 9) A instituição museu vem sofrendo várias crises desde seu início, que foram acentuadas pelas críticas dos vanguardistas e pelas perdas na Segunda Guerra Mundial. No início do século XX ocorreu a ruptura causada pelas vanguardas, que refletiu nos espaços de colecionismo e nas instituições de arte moderna. A museofobia dos vanguardistas exigiu que houvesse uma transformação completa ou que a instituição chegasse ao fim.
Fig. 6: Guggueneim, Nova Iorque, 1959. Fonte: NYC Architecture Fig. 7: MOMA, Nova Iorque, 1939. Fonte: Robert Damora 19
Ao entrar no século XXI, o livro destaca os protótipos e as relações do século XX, que permanecem no tempo e continuarão como referências essenciais. Os museus contemporâneos seguiram os estudos e algumas realizações do movimento moderno, recuperaram e alteraram sua concepção formal. Com a “consolidação da cultura pós moderna do ócio” (MONTANER, 2013: 8) e da valorização da indústria cultural na sociedade pós industrial, os museus precisaram aumentar seus serviços. Seu programa de necessidades foi adequado ás demandas e recebeu áreas para exposições temporárias, locais para alimentação, maiores áreas para direção, educação e conservação. Além de satisfazer o programa, o museu deve “expressar seu conteúdo como coleção, edifício cultural e público” (MONTANER, 2013: 11). Sua concepção deve se relacionar com a coleção, a paisagem, o contexto urbano, os materiais e a tecnologia nele utilizados. A arquitetura deve se relacionar dessa forma tanto em casos de intervenções em patrimônios históricos quanto em novos projetos. Conclui-se que o museu é uma instituição que está sofrendo mudanças constantemente, tanto em sua arquitetura quanto em sua função social, ela se adapta ás transformações culturais e da sociedade para cumprir melhor seu papel e cada vez mais atender novas necessidades em seu programa.
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EVOLUÇÃO DA CAIXA
Segundo Josep Maria Montaner, no livro “Museus para o século XXI”, ao mesmo tempo e no sentido contrário a ideia de caixa primitiva foi se desenvolvendo, não deixando o caráter moderno de lado. A caixa inicial foi se modificando no século XX até chegar ao volume neutro, em que tecnologia e flexibilidade foram decisivos para transformações e certos fundamentos museológicos. De acordo com o autor, há uma evolução gradual que leva da caixa histórica que abrigava o colecionismo até um museu que vai se revelando. O movimento moderno mudou totalmente o conceito das galerias de arte que tinham suas paredes cobertas por quadros, como exemplo foi usada a compartimentação da caixa tradicional, que com o passar do tempo foi deixando de existir e deu lugar a planta livre. Le Corbusier e Mies Van der Rohe redefiniram o museu, com dois modelos iniciais, a instituição contemporânea tornou-se aberta ao crescimento e a mudanças em seu interior, ambas buscavam os mesmos conceitos de planta livre e flexível, formas de transparência, uso de luz natural, funcionalidade, ausência entre espaço e obra exposta, etc.
Fig. 8: Modelo do museu de crescimento infinito de Le Corbusier, inspirado no número de ouro. Fonte: Blogspot Fig. 9: Modelo do museu para uma cidade pequena de Mies Van der Rohe. Fonte: Vitruvius Fig. 10: Planta livre do Neue Nationalgalerie (1962 – 1968) – Berlim, Alemanha. Fonte: Pinterest
As duas propostas foram evoluindo e se adaptando ás culturas até perderem suas concepções abstratas, serviram de base para inúmeros projetos pelo mundo todo. O modelo de Le Corbusier é um museu sobre pilotis que se desenvolve e cresce em volta de um núcleo de uma sala central, com duas colunas centrais extremamente essenciais. Em alguns dos projetos inspirados na ideia de Le Corbusier aconteceu o crescimento em uma ou duas etapas de expansão. O modelo de Mies Van der Rohe do “Museu para uma cidade pequena” também inspirou obras que foram concretizadas, sendo o maior exemplo o Neue Nationalgalerie, em Berlim, que contém um jardim de esculturas que também influenciou outros projetos.
No Brasil também há reflexos dos conceitos de Mies Van der Rohe e de Le Corbusier, que foram melhor adaptados ao local e a cultura. O Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro e o MASP em São Paulo são ótimos exemplos da aplicação da planta livre abstrata e racional.
2 Fig. 11: Neue Nationalgalerie (1962 – 1968) – Berlim, Alemanha. Fonte: Blog Universidad Cardenal Herrera Fig. 12: Jardim de esculturas do Neue Nationalgalerie (1962 – 1968) – Berlim, Alemanha. Fonte: Archdaily Fig. 13: Museu de Arte Moderna (1953 – 1968) – Rio de Janeiro, Brasil. Affonso Reidy usa planta livre e eleva o museu sobre pilotis. Fonte: Mimoa Fig. 14: Planta livre do MAM – RJ. Fonte: Archdaily Fig. 15: Museu de Arte (1957 – 1968) – São Paulo, Brasil. Planta livre e vão livre. Fonte: Wikimedia
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Nos Estados Unidos da América, a evolução do museu acontecia na caixa e verticalmente, devido á influencia da paisagem de arranha-céus. O MOMA em Nova Iorque (1939), dos arquitetos Philip Goodwin e Edward Durell Stone, foi o primeiro museu vertical, dentro do movimento moderno, dedicado a arte moderna.
Fig. 16: Planta livre do pavimento 1, com exposições, café e sanitários. Fonte: Informativo do MASP. Fig. 17: Planta livre do pavimento 2, com exposições, café e sanitários. Fonte: Informativo do MASP. Fig. 18: MASP, São Paulo, Brasil. Expografia proposta por Lina Bo Bardi se apresenta como outro ato radical, além da arquitetura, pois não hierarquiza as obras. Fonte: Arcoweb Fig. 19: MOMA – Nova Iorque, Estados Unidos. Fonte: Galinsky Fig. 20: Espaço expositivo interno do MOMA – Nova Iorque, Estados Unidos. Fonte: Tumblr
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O ponto principal da evolução da caixa foi o projeto do Centro Pompidou, Paris (1972 – 1977), de Renzo Piano e Richard Rogers, que conferiu o conceito de polifuncionalidade, sendo um projeto popular, com qualidade e avanços tecnológicos, dando destaque para a circulação vertical (escadas rolantes e elevadores). O conceito de polifuncionalidade do edifício faz com que ele seja mais que um museu, se caracterizando por um centro cultural, que tem espaços para exposições de arte moderna e contemporânea (permanentes e temporárias) de pinturas, esculturas, desenhos, instalações, fotografias, mobiliário e obras de grandes artistas. Alem disso, o Centro Pompidou possui biblioteca, cinemateca, anfiteatro, laboratório de informática, salas para reuniões e conferências, programas escolares e um instituto de pesquisa e coordenação acústica e música. (NUNES, 1977: 284 – 291).
Ao apresentar essa grande variedade de atividades em seu programa, o Centro Pompidou é um ótimo exemplo do ponto máximo da evolução da caixa. Todos os exemplos citados pelo autor e as análises feitas por ele demonstram o potencial de desenvolvimento da caixa tradicional para a neutra de planta livre, até alcançar a qualidade de um espaço multifuncional com tecnologias, pavilhões e megaestruturas sujeitas a transformações e que atendem a complexidade do seu programa. (MONTANER, 2013: 28-43). A evolução dos edifícios dos museus exige também uma melhoria na qualidade da iluminação, do projeto expográfico, da museografia e consequentemente da comunicação por exemplo, o que faz a proposta crescer como um todo e atingir mais facilmente seus objetivos no desenvolvimento da sociedade, educando, preservando, construindo a relação entre o homem e o objeto e ajudando na concepção da identidade dos indivíduos.
Fig. 21: Centro Pompidou – Paris, França. Fonte: A view on cities Fig. 22: Vista interna do Centro Pompidou – Paris, França. Fonte: Ephotozine
MUSEU COLAGEM
O museu colagem é um conceito de museu apresentado pelo livro “Museus para o século XXI”, de Josep Maria Montaner. É uma tipologia de museu que acontece em vários fragmentos de espaço, como se seu programa tivesse sido explodido da caixa inicial em diversos volumes. Essa fragmentação é um conceito contemporâneo, devido ao aumento da complexidade do programa de necessidades a ser desenvolvido na instituição. Ícone de cultura, o museu se torna cada vez mais ativo, comunicativo e passa a atrair mais público. Consequentemente, ganha mais importância no cenário urbano, proporcionando integração social e revitalização do entorno, entre outros benefícios, como mostra o trecho a seguir.
Um bom exemplo de museu colagem no Brasil é o Instituto Inhotim, ele é um complexo museológico, com pavilhões de diversos artistas que se espalham por um grande parque. As exposições acontecem também ao ar livre, assim a arte se relaciona diretamente com a natureza, diferente do que acontece na maioria dos museus no Brasil. O percurso de uma galeria a outra faz com que o visitante passe por lagos, trilhas e jardins, contemplando a arte e a natureza.
“Os valores metafóricos, narrativos e representativos ganharam importância suficiente para superar sua concepção do museu como caixa branca, tal como se defendia na época da arquitetura moderna. Isso aconteceu especialmente nos museus de arte contemporânea, que permitiram rastrear todas as possibilidades da relação entre obras de arte, espaços de exposição e expressividade dos contentores.” (MONTANER, 2003: 94-97)
A colagem de fragmentos deve ser feita de articulando os ambientes de forma coerente, que estimule os sentidos e novas experiências. Quando levada ao extremo, a fragmentação leva á dissolução do museu.
Fig. 23: Getty Foundation, Los Angeles - Estados Unidos. Fonte: Hbjzds Fig. 24: Instituto Inhotim, Brumadinho - Brasil. Fonte: Blogspot
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CONCEITO ESPACIAL CUBO BRANCO O conceito de Cubo branco apresentado a seguir é tratado na tese “Entre caixa preta e cubo branco : o vídeo nos espaços das artes Plásticas”, de Adolfo Cifluentes, 2011. Cubo branco é o nome dado a um espaço expositivo que teve origem no século XX, de uso característico em museus modernos e contemporâneos. Ele configura o espaço ideal para exposições de artes plásticas e visuais, pois isola a obra e suprime as interferências exteriores. O cubo branco é um lugar neutro, objetivo e atemporal, que distancia o objeto e o visitante quando necessário. Sua neutralidade é um ponto fundamental da exposição, permite que a obra seja visualizada com pureza. As paredes brancas (as vezes cinzas ou pretas), reduz os elementos arquitetônicos do espaço expositivo, tendo pilares, vãos, aberturas e materiais de acabamento em quantidade mínima suficiente. Geralmente a iluminação é padronizada no espaço, a descrição das obras e a sinalização do espaço se apresentam discretamente. Esse conceito de espaço expositivo é muito utilizado no mundo todo, como no MoMa e no Guggenheim em Nova Iorque, no MAM e no MASP em São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, entre outros. A descrição de cubo branco feita por Martin Grossman, no século XX, ao analisar o espaço expositivo do MoMa:
Fig. 25: Vista interna do cubo branco no Guggenheim em Nova Iorque, EUA. Fonte: Wordpress Fig. 26: Uso do conceito de cubo branco no MASP em São Paulo, Brasil. Fonte: Guia da semana Fig. 27: Vista interna do cubo branco no MoMa em Nova Iorque, EUA. Fonte: MOMA 26
“no espaço de exposição asséptico e atemporal das galerias desse museu, a obra de arte é individualizada e apresentada em ambiente homogêneo que sublima as nuanças arquitetônicas do edifício. A obra assim se destaca como uma coisa em si mesma e também contracena com outros trabalhos de arte dispostos no mesmo ambiente, formando uma composição balanceada espacialmente” (106).
CAIXA PRETA Em contraposição a experiência espacial que o cubo branco oferece ao visitante, existe o conceito de caixa preta. A caixa preta também é um espaço expositivo, porém é voltada na maioria das vezes para conteúdo audiovisual. O conceito da caixa preta tem base no espaço cenográfico, ela é usada em cinemas, teatros e outros locais que acontecem apresentações ou com exposições audiovisuais. A luz presente no interior da caixa preta é usada como meio de expor, ela focaliza o objeto ou é o próprio objeto a ser exposto. A escuridão faz com que o espaço arquitetônico seja ausente, assim a obra é mais valorizada e proporciona melhor interação com os visitantes. Esse espaço expositivo aliado a materiais audiovisuais muda a postura do público, de expectador para protagonista, pois ele pode intervir e editar a exposição, ela é interativa e oferece novas experiências aos visitantes.
Fig. 28: Totens interativos no Museu da Lingua Portuguesa em São Paulo, Brasil. Fonte: Viajante brasileiro Fig. 29: Espaço interativo no Memorial do Holocausto em Berlim, Alemanha. As telas são projeções das esculturas que estão no nível superior. Fonte: Revista viajar Fig. 30:Memorial do Holocausto em Berlim, Alemanha. As Esculturas que são projetadas no nível inferior. Fonte: Wordpress 27
CONCEPÇÃO E EXPOSIÇÃO MUSEOLOGIA
”Isto significa que os museus não são somente fontes de informação ou instrumentos de educação, mas espaços e meios de comunicação que servem ao estabelecimento da interação da comunidade com o processo e com os produtos culturais” (Declaração de Caracas, 1995: 39).
Segundo Marília Xavier Cury, museologia é o “estudo do museu”, o estudo de sua finalidade perante a sociedade. É também o estudo de tudo que remete ao “fato museal”. Alguns autores tem sua definição de museologia muito utilizada: “Museologia: uma ciência aplicada, a ciência do museu. Ela o estuda em sua história e no seu papel na sociedade, nas suas formas específicas de pesquisa e de conservação física, de apresentação, de animação e de difusão, de organização e de funcionamento, de arquitetura nova ou musealizada, nos sítios herdados ou escolhidos, na tipologia, na deontologia” (RIVIÈRE, 1981).
Outra definição é: “Uma ciência que examina a relação específica do homem com a realidade, consiste na coleção e na conservação, consciente e sistemática, e na utilização científica, cultural e educativa de objetos inanimados, materiais e móveis (sobretudo tridimensionais) que documentam o desenvolvimento da natureza e da sociedade” (GREGOROVÁ, 1980).
Atualmente, a museologia não diz respeito apenas á parte cientifica do museu, hoje ela representa também seu caráter comunicativo, tendo a exposição como o principal meio de relacionar o homem ao objeto e ao patrimônio cultural. Isso justifica a definição de museologia usada em um documento da UNESCO em reuniões dos órgãos internacionais de museu.
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Homem
Objeto
Museu
Museologia é a profunda relação entre o homem e o objeto, que acontece por intermédio da instituição museu. (CURY, 2006: 28-37) Dois exemplos de museus que usam a comunicação como seu principal meio de exposição são o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O Museu da Língua Portuguesa tem como objetivo apresentar a língua portuguesa como parte indispensável e fundadora da cultura brasileira, ele valoriza a diversidade do país e facilita o intercambio entre países que falam a língua. As exposições ressaltam o valor da língua e aproximam os visitantes de seu idioma, favorecendo a reflexão, a comunicação e a interação do público com a arte. O museu também oferece oficinas, cursos, debates e palestras sobre o tema e outros assuntos pertinentes.
MUSEOGRAFIA O Museu do Amanhã tem como objetivo promover ciência e cultura aliadas a reflexão sobre um futuro melhor. O conceito de sustentabilidade, as experiências e a conscientização são promovidas pelo museu por meio de exposições, debates, ações educativas e interativas, cursos e visitas guiadas á área externa do museu (contexto histórico da região portuária da cidade e Baia de Guanabara), sempre tendo a comunicação como elemento principal.
Museografia é o termo utilizado para caracterizar a parte de funcionamento do museu que cabe ao setor administrativo da instituição, é a parte da prática do museu.
“É um termo que engloba todas as ações práticas de um museu: planejamento, arquitetura, acessibilidade, documentação, conservação, exposição e educação.” (CURY, 2006: 27)
Em português e em francês, o termo museografia é usado para se referir a “arte da exposição”. A museografia não é a cenografia nem a arquitetura de interiores de um museu, nela existem traços cenográficos e arquitetônicos, mas sua concepção conta com outros itens como “o conhecimento sobre o público, a sua apreensão intelectual e a preservação do patrimônio.” (DESVALLÉES; MAIRESSE, 2013: 61)
Fig. 31: Exposição “Menas” no Museu da Lingua Portuguesa. Fonte: R7 Fig. 32: Área expositiva do Museu do Amanhã. Fonte: Organics News Brasil 29
EXPOGRAFIA
A expografia é um item que pertence á museografia. Uma boa definição é que a expografia “visa a pesquisa de uma linguagem e de uma expressão fiel na tradução de programas científicos de uma exposição.” (DESVALLÉES, 1998: 221) A expografia também é uma: “Forma da exposição de acordo com princípios expológicos e abrange os aspectos de planejamento, metodológicos e técnicos para o desenvolvimento da concepção e materialização da forma” (CURY, 2003a: 172).
Ou seja, a expografia é o método de exposição dos objetos, é variável de acordo com o conceito da exposição e a mensagem que ela tem a passar.
EXPOSIÇÃO A exposição é a principal necessidade do programa do museu, é onde o museu proporciona a experiência poética. É a oportunidade da instituição de expressar sua importância na sociedade e na formação de indivíduos. É na exposição que ocorre: “a reflexão sobre como as pessoas aprendem no museu e como os museus ensinam associada aos estudos psicoeducativos sobre os processos cognitivos trouxe aos museus e especialmente às exposições a preocupação de preparar exposições sob a ótica do público. Procura-se oferecer ao público a oportunidade para um comportamento ativo cognitivo (intelectual e emotivo), interagindo com a exposição” (CURY, 2006: 38)
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Fig. 33: Cavaletes de vidro, concreto e madeira – expositores de Lina Bo Bardi. Fonte: Images adsttc Fig. 34: Base em concreto e madeira dos expositores de Lina Bo Bardi. Fonte: Bamboo net
Por meio da exposição acontece a comunicação entre o homem e a mensagem expositiva, é onde o homem tem a experiência e adquire o conhecimento. A proposta de exposição de Lina Bo Bardi para o MASP é um bom exemplo da união de projeto expográfico e exposição, além de cumprir seu papel de reflexão e educação da sociedade. Os expositores de vidro, madeira e concreto, são dispostos no 2º andar superior de forma revolucionária, não hierarquizando as obras dentro do espaço expositivo e deixando-as flutuantes. O vidro permite a criação de inúmeras relações entre a obra com outras obras e o espaço, assim, os limites da obra são atravessados. (FIGUEIREDO, 2015.)
MUSEU COMO OBJETO REVITALIZADOR DOS CENTROS URBANOS
O artigo “A importância da revitalização dos centros urbanos” de Silvio Chaimovitz, 2010, fala sobre o crescimento urbano nas cidades brasileiras e os diversos impactos que causam em seus núcleos centrais originais, pois a expansão do tecido urbano gera novas centralidades, locais valorizados e com melhor infraestrutura. Isso causa o desestimulo de uso da região central que fica degradada, desvalorizada e sofre aumento de criminalidade. Para que os antigos centros urbanos voltem a desempenhar seu papel na sociedade, eles devem ser revitalizados, reconstruídos, oferecer novas atividades e mostrar sua importância histórica. A revitalização proporciona a valorização da região, cria um ambiente melhor para os moradores do local, com um uso adequado e mais seguro, além de gerar novos empregos. É fundamental a requalificação de espaços urbanos centrais abandonados, desde uma praça até um estádio de futebol, como aconteceu em várias cidades como Rio de Janeiro (revitalização da Lapa e da região portuária), Bilbao na Espanha (construção do museu Guggenheim, de novos terminais no aeroporto, na ferrovia metropolitana e do novo centro empresarial Abandoibarra) e em Buenos Aires na Argentina (revitalização do Puerto Madero). As revitalizações são na maioria dos casos fruto da união do poder público e da iniciativa privada, para financiar as obras. Os resultados são positivos: valorização dos imóveis, da paisagem, melhora da economia, interesse turístico, diminuição da criminalidade, entre outros.
O texto “A importância dos museus e centros culturais na recuperação de centros urbanos” de Cêça Guimaraens e Nara Iwata, 2001, ressalta a grande importância da presença de um espaço cultural integrado ao projeto de revitalização urbana. Os museus, teatros, centros culturais e outros edifícios, tem papel fundamental para a sociedade, além de transmitir á população a produção da arte de diversos locais e diversas culturas, criar em seu entorno espaços de convívio e de valor cultural, como praças, mercados de arte, e outros ambientes que agregam valor á sociedade e ao espaço urbano. Fig. 35: Museu Guggenheim Bilbao, Espanha. Parte do projeto de revitalização da cidade. Fonte: Wordpress Fig. 36: Revitalização do Puerto Madero em Buenos Aires, Argentina. Fonte: Onde começar em Salvador
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A construção de espaços museológicos teve inicio a duzentos anos, período em que houve o acúmulo de capital e a necessidade de exibir a produção artística, resultado da expansão econômica e do comércio. A inserção desses espaços culturais nas áreas centrais degradadas faz com que sejam o lugar ideal para as mudanças sociais, econômicas e politicas que eles causam, pois a cultura tem um desejo de estabelecer ordem, civilizar, sua implantação nesses lugares é fundamental para a reconstrução do espaço. Os museus se apresentam como marcos no tecido urbano, com grande capacidade de atração e criação da imagem da cidade, sendo assim instituições culturais de extremo valor arquitetônico e patrimonial. Os edifícios de museus são usados como “âncoras” em projetos de revitalização urbana, “os equipamentos culturais tendem a definir uma espacialidade que lhes assegura uma irradiação sobre seu entorno” (2004b, 232).
“Dessa forma a instalação de um museu pode atrair atividades comerciais, bares, restaurantes, livrarias e outros equipamentos culturais, acabando por gerar uma espécie de “território cultural”. Esse efeito pode surgir espontaneamente a partir de pessoas ou de grupos informais de produtores culturais que transformam o local em uma alternativa cultural, ou pode ser induzido, através de investidores privados que objetivam atrair determinado segmento de consumidores e novos habitantes, ou ainda através de um planejamento estatal com a intenção de fomentar a chamada economia criativa” (AMAZONAS E LIMA, 2010).
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A expansão de atividades em torno do museu também pode ser planejada e contar com investimentos privados para atrair um certo tipo de público e de atividades para o local. “Esse tipo de agrupamento seria capaz de produzir um impacto positivo sobre a produção cultural na medida em que propicia a interação, aprendizado, troca de experiências, competição e teste de ideias entre artistas e outros empresários culturais. Ao mesmo tempo apresentando um efeito sobre a melhora na qualidade de vida da comunidade local” (AMOZONAS E LIMA, 2010).
Para que o museu não seja colocado apenas como um edifício de atração turística e cause gentrificação em seu entorno, seu potencial atrativo deve ser explorado como “agregador de investimentos e instituições culturais”, priorizando a valorização da identidade local e os moradores da área. (HOFFMAN, 2013). O centro de Ribeirão Preto passa atualmente pelo problema da degradação, pois com o desenvolvimento da cidade, surgiram novas centralidades que são distantes do núcleo central onde a cidade teve origem. A sociedade busca atividades e moradia nesses novos bairros, consequentemente, o centro vai se degradando com a perda do uso residencial. Usado em grande parte para atividades de comércio e serviços, a área fica sem uso a noite, o abandono favorece o aumento da criminalidade e a desvalorização dos imóveis, assim o centro se torna um lugar não atrativo para pedestres.
A revitalização do centro histórico de Ribeirão Preto tem um grande valor para a sociedade, pois ele abriga um território cultural que conta com teatro, centro cultural, MARP, biblioteca, choperia tradicional da cidade, entre outros, e possui diversos imóveis de interesse patrimonial histórico. A área escolhida para implantação do projeto de uma nova sede para o MARP se encontra nas proximidades desses locais, a proposta de implantação nesse terreno sugere que o museu seja um objeto que tenha a capacidade de revitalizar seu entorno, proporcionando que outras atividades se instalem ao seu redor e que o centro seja atrativo novamente. Além disso, o programa do museu oferece oportunidades de integração com outros equipamentos vizinhos que proporcionam cultura, educação e lazer.
B
C
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A H I
Terreno escolhido. Legenda dos edifícios de interesse cultural e patrimonial histórico: A – Edifício Diederichsen B – Edifício do Pinguim C - Teatro Pedro II D – Palace Hotel E – Biblioteca Altino Arantes F – Palacete Camilo de Mattos G – Palacete Albino de Camargo H – Sede atual do MARP I- Prefeitura de Ribeirão Preto
Fig. 37: Foto do entorno do terreno. Fonte: Google Earth
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PROJETOS DE REFERÊNCIA
PROBLEMAS
As leituras dos projetos de referência escolhidos ajudam a compreender questões a serem abordadas no desenvolvimento do projeto de TFG e proporcionar novos métodos e soluções de problemas. Para o projeto tema do TFG (uma nova sede para o MARP) serão adotados os conceitos de quadra aberta, permeabilidade e liberação do térreo. Para isso é necessário um projeto com boa solução estrutural para vencer grandes vãos livres, térreo livre que permita a criação de uma nova relação com a cidade e um programa distribuído em diversos níveis interligados com os espaços internos e a paisagem.
O projeto do Museu da Tolerância em Jerusalém foi escolhido devido a sua forma, solução estrutural, relação com a cidade e localização (no centro da cidade, ao lado de um parque), vão livre e programa.
As referências projetuais foram importantes para a definição do programa de necessidades, a materialidade do projeto, e a relação do projeto com seu entorno. Foram buscadas nas referências questões como variações de pé direito, soluções para circulação vertical, deslocamento de lajes, uso de teto verde e permeabilidade.
SESC Ribeirão Preto. Terreno escolhido para o projeto da nova sede para o MARP, no centro de Ribeirão Preto.
Fig. 1: Imagem aérea do terreno do projeto. Fonte: Google Maps Fig. 2: Corte esquemático do Museu da tolerância. Fonte: Archdaily
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Bosque Municipal de Ribeirão Preto, com paisagem interessante para ser vista do terreno.
Fachadas de vidro do museu valorizam a paisagem do Parque da Independência. O programa é resolvido em duas partes, liberando o nível do térreo para integração com a cidade, o lote é permeável, permite ser atravessado e chegar ao parque.
Centro de Jerusalém .
O Centro Cultural de Taichung, na China, foi escolhido para estudo devido a soluções apresentadas pelo projeto, que se apresentam como problemáticas no desenvolvimento da proposta para a nova sede do MARP, como a decisão dos componentes da circulação vertical, sistema estrutural, materialidade, relação com a cidade, entre outros.
O projeto do Complexo Cultural Luz em São Paulo, no Brasil, foi escolhido devido a soluções apresentadas pelo projeto como a circulação interna, materialidade, lajes deslocadas, fechamentos, transparência e permeabilidade, entre outras, que se apresentam como problemáticas no desenvolvimento da proposta para a nova sede do MARP.
Grandes vãos livres com lajes.
A elevação do edifício proporciona a liberação do térreo, configurando a permeabilidade da quadra e novas interações com o tecido urbano.
Solução de circulação vertical para pés direitos variados. Utilização de escadas rolantes (em vermelho), escadas e rampas.
Fig. 3: Imagem do térreo do edifício Centro Cultural Taichung. Fonte: Archdaily Fig. 4: Imagem interna do Complexo Cultural da Luz. Fonte: Herzog e de Meuron
Solução estrutural com colunas de concreto.
Átrios com vegetação dentro do edifício.
Deslocamento de lajes paralelas.
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MUSEU DA TOLERÂNCIA - JERUSALÉM CONTEXTO
A proposta do escritório Chyutin Arquitetos para o Museu da Tolerância de Jerusalém foi escolhido em um concurso para substituir a proposta anterior de Frank Gehry. O projeto inicial estava muito oneroso, foi desconsiderado e a proposta de Chyutin Arquitetos escolhida, com um orçamento consideravelmente mais baixo. O museu ainda não teve sua construção iniciada, devido a disponibilidade de verba do cliente, a empresa The Simon Wiesenthal Center, que foi fundada pelo rabino Marvin Hier, que também é seu reitor. Além da questão econômica, o museu gerou polêmicas arqueológicas e religiosas. Sua construção irá acontecer sobre parte de um antigo cemitério mulçumano do Mamilla, que foi usado até meados do séc. XX. Os lideres árabes processaram a empresa para evitar a construção, pois foram achados ossos no local, sugerindo que a concretização do projeto seria uma forma de oprimir a religião e a etnia. Em 2008 a Suprema Corte de Israel permitiu que as obras continuassem, desde que a Autoridade das Antiguidades de Israel fosse consultada sobre como proceder corretamente para reenterrar os ossos achados em outro local. Houveram outros processos contra a construção do museu, em que arqueólogos tinham visões diferentes sobre o caso, alguns achavam que era uma profanação, outros não viam grandes problemas, devido ao lote destinado ao museu ser uma parte adjacente do cemitério original.
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FICHA TÉCNICA
Nome da obra: Museu da Tolerância Autores: Bracha Chyutin, Michael Chyutin, Jacques Dahan, Ariel Noyman Cliente: The Simon Wiesenthal Center Data do projeto: 2010 Situação: Construção ainda não iniciada Área do lote: 8700m² Área da paisagem: 5000m² Área construída: 15000m² Pavimentos: 2 pavimentos sobre o solo, 3 pavimentos subsolo. Local: O lote do museu está localizado entre o Parque da Independência e o espaço urbano, no centro da cidade de Jerusalém, o “coração da cidade moderna”. No encontro de três ruas importantes e com diferentes funções. A rua Hillel de caráter comercial e fluxo intenso, a rua Menashe Ben Israel que passa dentro do parque e a rua Nahalat Shiva, que possui muitos restaurantes e lojas, devido a sua função turística na cidade.
A forma de implantação do museu acompanha o traçado dos limites do parque com que faz fronteira.
Parque da Independência Centro de Jerusalém
Fig. 5: Proposta anterior de Frank Gehry para a sede do Museu da Tolerância em Jerusalém. Fonte: Culture Monster Fig. 6: Imagem do Google Street View do terreno em 2011. Fonte: Google Maps Fig. 7: Localização do Museu da Tolerância em Jerusalém. Fonte: Google Maps
Legenda: Rua Hillel Rua Menashe Ben Israel Rua Nahalat Shiva Lote do museu
IMPLANTAÇÃO
Jardim arqueológico, com capacidade de 1200 assentos no declive, pode ser utilizado como anfiteatro. Também é uma área de apoio ás exposições.
Praça pública, área livre do lote que contém um bosque, o jardim arqueológico e uma área pavimentada que convida as pessoas á entrarem no museu.
Na parte sobre o solo fica o teatro e os espaços de convivência.
No subsolo (caixa preta), há espaços para exposição. Térreo livre e permeável, possível devido á divisão do programa em subsolo e sobre o solo. A circulação entre os níveis do museu acontece verticalmente por escadas e elevadores.
Fig. 8: Corte do edifício e perfil de seu entorno Fonte: Archdaily Fig. 9: Implantação do museu no lote, sua relação com o Parque da Independência e o entorno urbanizado. Fonte: Archdaily
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CONCEITO O programa do edifício está dividido em duas “asas” horizontais. Esse desenho acompanha o traçado do parque e permite a criação da praça pública. Espaço livre que gera a praça pública. O cruzamento das três ruas é resolvido pela forma do edifício e a proposta da praça pública.
O térreo livre dá leveza ao museu, não cria uma barreira visual na paisagem e proporciona permeabilidade do lote.
Os acessos são resolvidos de maneira simples, ao destinar espaços próprios para cada atividade, assim não atrapalha o trânsito das vias.
O projeto foi pensado de forma a não se sobressair na paisagem e sim se integrar com ela. Por isso, seu gabarito respeita os prédios do entorno e os materiais utilizados colaboram para a integração.
Fig. 10: Implantação do museu no lote e conceito utilizado na concepção do projeto. Fonte: Archdaily Fig. 11: Corte do edifício e perfil de seu entorno Fonte: Archdaily Fig. 12: Esquema de fachadas. Fonte: Chyutin.
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MATERIALIDADE A materialidade e a forma do museu formam uma ponte entre os vários estilos arquitetônicos do centro. Os principais materiais utilizados no museu foram o vidro e a pedra. Suas fachadas receberam tratamentos diferentes de acordo para o local para qual estavam voltadas.
A fachada de vidro está voltada para o parque, para criar a sensação de continuidade da paisagem. A fachada de pedra é voltada para a cidade como uma capa geométrica na fachada de vidro. A pedra escolhida cria uma relação com o entorno, pois as construções dos séc. XIX e XX são revestidas de pedra. A geometria remete ás montanhas que cercam a cidade.
SISTEMA CONSTRUTIVO
Planos da fachada inclinados ajudam na estruturação do edifício.
O museu tem uma solução estrutural particular. Com muitos vãos livres e sem pilares, a forma de dobradura é fundamental para sua sustentação, que acontece em dois pontos no térreo.
Dobraduras da fachada auxiliam na sustentação do edifício, se as lajes fossem planas o sucesso da solução projetual poderia ser comprometido.
Os dois pontos de apoio do museu no terreno.
Térreo livre, sem pilares.
Os dois pontos de apoio do edifício no térreo, espaço da loja e recepção do subsolo e teatro. Fig. 13: Dobraduras na fachada de pedra. Fonte: Chyutin Fig. 14: Corte do edifício. Fonte: Archdaily Fig. 15: Corte do edifício. Fonte: Archdaily Fig. 16: Entrada do edifício. Fonte: Archdaily Fig. 17: Perspectiva do edifício. Fonte: Archdaily Fig. 18: Imagem interna do museu. Fonte: Archdaily
Ponto de apoio estrutural do museu no teatro. Projeção da estrutura do ponto de apoio no teatro.
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DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA, ACESSOS E CIRCULAÇÃO O subsolo dos níveis -9m e -12m é a parte do programa que possui áreas de exposição para o público adulto, acervo, área de carga / descarga e hall de elevadores.
O subsolo do nível -6m possui áreas de exposição para o público adulto e para crianças, jardim arqueológico (possui ruinas de um aqueduto romano), salas de leitura, recepção, elevador para obras, área de apoio, área para funcionários, entrada de serviço e entrada para veículos.
Legenda: Exposição para adultos Circulação vertical Fig. 19: Planta níveis -9m e -12m. Fonte: Archdaily Fig. 20: Planta nível -6m. Fonte: Archdaily Fig. 21: Planta nível térreo. Fonte:Archdaily Fig. 22: Planta superior, nível +5m. Fonte: Archdaily
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Área de carga/descarga Acervo Área privada Acessos / circulação
Legenda: Exposição para adultos
Recepção
Circulação vertical
Jardim arqueológico / anfiteatro
Exposição para crianças Salas de leitura Área de apoio
Entrada de funcionários Apoio para funcionários Área de carga/descarga
O nível do térreo tem o restaurante, o acesso ao jardim arqueológico, o bosque, a loja, a sala de entrada, o teatro e sua área de apoio e a entrada de veículos.
Legenda: Loja
Área de carga/descarga
Circulação vertical
Sala de entrada
Jardim arqueológico
Área privada
Bosque Teatro
Restaurante Acessos / circulação
O pavimento superior possui uma sala multiuso, escritórios, foyer, teatro e sua área de apoio.
Legenda: Sala multiuso Circulação vertical Foyer Escritórios
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CORTES Aberturas para iluminação natural Foyer
Teatro
Hall Recepção Jardim Arqueológico
Acesso para caminhões Exposição
Acervo Aberturas para iluminação natural Teatro
Sala multiuso
Foyer
Circulação Vertical
Área privada
Salas de leitura Recepção
Exposição para crianças
Acesso para caminhão
Exposição
Aberturas para iluminação natural
Sala multiuso Teatro
Recepção Exposição para crianças Acesso para caminhão Nível -6m. Nível -12m.
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Acervo
Circulação Vertical
Fig. 23: Corte e análise da distribuição do programa. Fonte: Archdaily Fig. 24: Corte 2, análise da distribuição do programa e circulação vertical. Fonte: Archdaily Fig. 25: Corte 3 e análise da distribuição do programa. Fonte: Archdaily
IMAGENS
Fig. 26: Vista posterior do Museu, com espaço urbano ao fundo. Fonte: Archdaily Fig. 27: Vista frontal do Museu, com Parque da Independência ao fundo. Fonte: Archdaily Fig. 28: Recepção permeável no térreo. Fonte: Archdaily Fig. 29: Ambiente de integração do Museu com o Parque da Independência. Fonte: Archdaily Fig. 30: Espaço permeável no térreo do Museu. Fonte: Archdaily Fig. 31: Sala multiuso. Fonte: Archdaily
CENTRO CULTURAL TAICHUNG - CHINA CONTEXTO
IMPLANTAÇÃO
Taichung é a terceira maior cidade do país, tem a arte e a cultura como seus polos atrativos e identidade. A prefeitura promoveu um concurso internacional para que fosse escolhido um projeto que seria um ícone cultural. O edifício deveria abrigar um museu e uma biblioteca publica municipal, além de ser sustentável, flexível e feito com uma construção inteligente. O projeto também deveria ser de fácil acesso ao público, ter exposições digitais interativas e espaços para interação social de caráter educativo e recreativo. O concurso aconteceu em 2013, o projeto do escritório brasileiro Jacobsen Arquitetura não ganhou.
FICHA TÉCNICA Nome da obra: Centro Cultural Taichung Cliente: Prefeitura de Taichung Ano do projeto: 2013 Escritório: Jacobsen Arquitetura Autores: Paulo Jacobsen, Bernardo Jacobsen Pavimentos: 2 pavimentos subsolo e 11 pavimentos sobre o solo Situação: Não será construido.
Fig. 32: Diagrama de implantação do edifício. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 33: Diagrama de implantação do edifício. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 34: Implantação do edifício. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 35: Perspectiva do edifício. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 36: Noite do festival das lanternas, na China. Fonte: Skylanterns
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PARQUE
CIDADE
Térreo livre, com 5m de pé direito, permite integração da cidade com o parque.
Quadra aberta gera uma grande praça no tecido urbano, aberta a interações com a cidade.
Conexões entre os blocos que compõe o edifício, permite a integração entre as atividades e os espaços.
Acesso para bicicletas
Entrada principal
Espelho d´água
Entrada carros e ônibus
para
Parte do edifício que ocupa o térreo do lote. Contém parte do programa do Centro Cultural. Entrada para o centro de convenções.
Vegetação
Parque das pedras Entrada para estacionamentos subsolo
os no
CONCEITO A proposta do projeto busca conciliar integração espacial dos blocos do edifício e monumentalidade arquitetônica com a sustentabilidade e a associação ao espaço público.
Outro conceito utilizado no projeto foi o de “lanternas flutuantes”, que fazem referência direta a uma característica cultural mundialmente conhecida. O festival da lanterna acontece na primeira noite de Lua Cheia do calendário Chinês, é quando os tabus do ano novo chinês acabam e as decorações podem ser retiradas. A data também simboliza a reunião das famílias e o inicio da primavera.
Monumentalidade alcançada pela forma e sua poesia, promovendo a conexão do visitante com a arquitetura por meio da transparência e da luz. A fragmentação do volume em diversos blocos deslocados estimula a interação e contemplação do público.
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Algumas das “Lanternas flutuantes” do edifício, podem se tornar espaços para transmissão de mídias, em tempo real, com projeções para a praça. Fachada sul / oeste
Teto verde Uso de placas solares fotovoltaicas em algumas fachadas.
Além da monumentalidade e das “lanternas flutuantes”, outro ponto forte do projeto é o conceito de sustentabilidade, que está presente no projeto todo.
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Circulação constante de ar Uso de placas solares térmicas na cobertura de alguns blocos.
Coletores de água de chuva
Tratamento de águas escuras. Placas solares fotovoltaicas
Turbina de energia eólica Armazenamento de energia elétrica Tratamento águas cinzas.
Reservatório de água pública
de
Fig. 37: Exibição de notícias em tempo real na fachada do Centro Cultural. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 38: Perspectiva noturna do edifício. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 39: Sustentabilidade no Centro Cultural. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 40: Sustentabilidade no Centro Cultural. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 41: Tipo de vegetação usada no Centro Cultural. Fonte: Jacobsen Arquitetura
Árvore de cerejeira
Magnolia Stellata
Bambu
Grande parte da vegetação utilizada no projeto é típica do país.
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SISTEMA CONSTRUTIVO Um desafio a ser vencido pelo sistema construtivo foi o fato de a região do projeto sofrer atividades sísmicas intensas. A estrutura foi planejada como um conjunto de colunas de concreto reforçadas, lajes e paredes, que são complementadas por estruturas metálicas que travam as caixas, sendo possível vencer os vãos e pé direitos propostos. Quando as estruturas de concreto excedem a espessura de 30cm, são substituídas por estruturas metálicas de aço, mais leves e esbeltas, que cumprem o mesmo papel estrutural.
Fig. 42: Projeto estrutural com travamentos metálicos e colunas de concreto. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 43: Projeto estrutural de lajes e colunas de concreto. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 44: Imagem interna do espaço para exposições. Fonte: Jacobsen Arquitetura
MATERIALIDADE Espaço de exposições com conceito de cubo branco e piso de madeira.
Sistema de travamento do prédio em estrutura metálica.
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ACESSOS E CIRCULAÇÃO “Pele inteligente” – uso de tubos de alumínio das placas solares fotovoltaicas em algumas partes das fachadas.
Áreas para futura expansão. Vidros para receber luz natural.
O Centro Cultural Taichung possui inúmeras entradas, sendo elas para pedestres, bicicletas, carros e ônibus, cada uma em uma localização, de forma que uma modalidade não interfere no funcionamento da outra.
Avenida existente, possui circulação de pedestres, bicicletas, automóveis e transporte público.
Fig. 45: Volumetria do edifício. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 46: Imagem do térreo do edifício. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 47: Acessos em perspectiva. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 48: Acessos em planta. Fonte: Jacobsen Arquitetura
Lajes e pilares de concreto.
Pedestre
Bicicleta
Carro
Ônibus
Legenda: Acesso para pedestres Acesso ao estacionamento (subsolo) Acesso ao centro de convenções Acesso para bicicletas Acesso para automóveis Acesso para ônibus
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Presença de vários núcleos de circulação vertical, que acontece por escadas, escadas rolantes e elevadores. Imagem de escadas e escadas rolantes de um núcleo de circulação vertical.
DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA O programa do Centro Cultural Taichung acontece em 11 pavimentos sobre o solo e 2 pavimentos subsolo, sendo eles estacionamento.
Legenda:
Os pavimentos sobre o solo estão divididos em 3 grupos, área da biblioteca municipal, área do museu e área técnica, de administração e suporte.
Acesso para emergência Acesso para visitantes Acesso para cargas Acesso para funcionários Fig. 49: Acessos verticais em perspectiva. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 50: Localização da circulação vertical na volumetria. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 51: Um núcleo de circulação vertical. Fonte: Archdaily
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Fig. 52: Diagrama do bloco da biblioteca. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 53: Setorização do programa na volumetria. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 54: Setorização do programa na volumetria. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 55: Distribuição do programa no bloco do museu. Fonte: Jacobsen Arquitetura
Legenda: Área técnica, de administração e suporte
A biblioteca se estende por diversos blocos, sendo o maior deles com 6 pavimentos, sendo eles espaço da biblioteca e área de leitura.
Área da biblioteca municipal
Área técnica, de administração e suporte, também se estende em vários blocos, sendo o mais alto com 4 pavimentos.
Área do museu
O acervo também se divide em blocos, possui até 4 pavimentos.
Térreo livre, espaço da praça que integra a cidade ao parque.
2 pavimentos de estacionamento no subsolo.
Legenda: Área técnica, de administração e suporte Área da biblioteca municipal Área do museu
Espaço expositivo permanente e temporário, acontece em vários blocos, em 3 pavimentos.
2 pavimentos de estacionamento no subsolo. Térreo livre, espaço da praça que integra a cidade ao parque. 53
CORTES
CORTES Circulação vertical
Circulação vertical
Área técnica, administração e suporte
Acervo
Área de leitura
Exposição Praça Estacionamento Fig. 56: Distribuição do programa em corte. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 57: Distribuição do programa em corte. Fonte: Jacobsen Arquitetura Circulação vertical
Administração
Exposição
Acervo
Circulação vertical Área técnica, administração e suporte
Área de leitura Praça
Estacionamento
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IMAGENS
Fig. 58: Uso de escadas rolantes para vencer grandes alturas e uso de vidro para iluminação natural. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 59: Presença de luz natural em espaços expositivos. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 60: Uso de mezaninos na biblioteca, para melhor integração dos espaços e qualidade visual da paisagem. Fonte: Jacobsen Arquitetura Fig. 61: Variação de pé direito nos ambientes e uso de vidro nas fachadas para os espaços receberem luz natural. Fonte: Jacobsen Arquitetura
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COMPLEXO CULTURAL LUZ - SÃO PAULO, BRASIL CONTEXTO
IMPLANTAÇÃO E CONCEITO
O projeto do Complexo Cultural Luz, realizado pelo escritório suíço Herzog & De Meuron teve seu inicio em 2009, foi encomendado pela Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo e tinha como proposta a revitalização da área, que hoje está muito degradada. A implantação do edifício na região da Luz tem como proposta a construção de um “parque tropical habitável” no centro de São Paulo.
O projeto do Complexo Cultural Luz é implantado no terreno de forma a não se sobressair na paisagem, os volumes dos teatros e outros ambientes do edifício não se destacam na paisagem, assim como sua forma e tecnologia. A materialidade do projeto é o que destaca o Complexo em meio ao parque que é criado em seu interior.
Além de ser um parque, o projeto conta com amplos espaços destinados a teatros, música, dança e escola, o edifício funcionaria como um centro de espetáculos para a população. Infelizmente o projeto não será mais construído, por motivos políticos e de custos.
FICHA TÉCNICA Nome: Complexo Cultural Luz Local: São Paulo, SP Cliente: Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo Início do projeto: 2009 Área do terreno: 18.256 m2 Área construída: 70.000 m2 (incluindo 24.000 m2 de garagem) Situação: não será construído Arquitetura: Escritório Herzog & De Meuron - Jacques Herzog, Pierre de Meuron, Ascan Mergenthaler e Markus Widmer (sócios); Iva Smrke e Tomislav Dushanov (arquitetos associados); Marcelo Bernardi (arquiteto)
Implantação das lajes e dos volumes no terreno, em gabarito abaixo dos edifícios do entorno. O complexo ocupa todo o terreno, mas tem muitos espaços abertos no interior da quadra.
Fig. 62: Implantação das lajes e dos volumes do Complexo no terreno. Fonte: Arcoweb Fig. 63: Implantação do Complexo Cultural da Luz no terreno e a relação com o entorno. Fonte: Arcoweb
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Em forma de pavilhão com lajes sobrepostas em malha ortogonal o edifício é implantado discretamente na paisagem, sem um gabarito alto em relação aos edifícios do entorno. Ele fica “camuflado” na paisagem, como se fosse um projeto dentro de um parque, que está em seus pátios e no eixo verde da Luz em seu entorno.
Lajes sobrepostas implantadas em meio a vegetação, criam conexões entre os espaços. Não há uma hierarquia arquitetônica, devido a ausência de fachadas aparentes, presença de balanços e distância entre lajes, o prédio é visto como um todo em meio a vegetação. Os espaços vazios são qualificados como praças.
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Volumes dos teatros.
Vazios construídos pelo deslocamentos de lajes, proporcionam a construção de pés direitos variados entre 3m e 15m.
Projeto de paisagismo confere delimitação entre espaço público e semipúblico, além de qualificar a área interna ao prédio.
SISTEMA CONSTRUTIVO E MATERIALIDADE O Complexo Cultural Luz não apresenta novidades tecnológicas, ele é feito com lajes e estrutura em concreto, pintado de branco. As lajes deslocadas e sobrepostas em malha ortogonal possuem balanços que compõe a estética proposta e é o ponto forte do projeto. O conjunto todo possui 200m de comprimento e 90m de largura.
Fig. 64: Perspectiva das lajes e dos volumes. Fonte: Arcoweb Fig. 65: Perspectiva interna do Complexo Cultural da Luz. Fonte: Designboom Fig. 66: Perspectiva noturna. Fonte: Herzog e de Meuron Fig. 67: Maquete física mostrando os volumes dos fechamentos em vidro nas lajes sobrepostas e deslocadas. Fonte: Arcoweb Fig. 68: Acesso principal do Complexo. Fonte: Arcoweb Fig. 69: Perspectiva do acesso principal do Complexo. Fonte: Arcoweb 58
Deslocamento das lajes em balanço, a disposição de pilares e suas materialidades em concreto.
FECHAMENTOS Com estrutura independente, os fechamentos dos espaços são feitos na grande maioria em vidro, que não estão localizados nos limites das lajes, para conferir seu conceito estético e formal, sua leveza. Assim, o programa acontece em caixas de vidro que são construídas embaixo de balanços e lajes deslocadas. As lajes proporcionam em alguns momentos proteção da incidência dos raios solares dentro dos ambientes.
ACESSOS E CIRCULAÇÃO
A circulação vertical acontece por escadas e rampas que estão dispostas em vários setores do Complexo Cultural da Luz.
O acesso principal ao Complexo acontece por meio de uma rampa que atravessa seu interior.
Internamente há escadas, elevadores e rampas, sendo a rampa o elemento principal de circulação e distribuição de fluxos no prédio. Ela se ramifica em diversos pontos e permite a passagem entre espaços vazios.
Legenda: Circulação vertical
Escola de música
Vazios
Área de apoio
Teatros
Companhia de dança
Fig. 70: Circulação interna por rampas. Fonte: Arcoweb Fig. 71: Planta do segundo pavimento com a distribuição do programa. Fonte: Arcoweb Fig. 72: Planta do terceiro pavimento com a distribuição do programa. Fonte: Arcoweb
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DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA
O programa do Complexo Cultural Luz é composto por escolas de dança e música, teatros e espaços públicos, configurando praças no seu interior. Essas atividades se encontram setorizadas no edifício.
Setor destinado a escola de música.
Setor destinado a companhia de dança.
Teatro de dança. Teatro experimental. Área pública e foyers. Recital.
Fig. 73: Espaço da companhia de dança. Fonte: Arcoweb Fig. 74: Espaço da escola de música. Fonte: Arcoweb Fig. 75: Disposição dos teatros. Fonte: Arcoweb
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IMAGENS
Fig. 76: Perspectiva mostrando a leveza das lajes que compõe o edifício. Fonte: Arcoweb Fig. 77: Espaço de convivência dentro do Complexo Cultural. Fonte: Herzog e de Meuron Fig. 78: Perspectiva noturna do edifício e seu entorno. Fonte: Herzog e de Meuron Fig. 79: Espaço aberto com vegetação qualificando o espaço público. Fonte: Herzog e de Meuron
O MARP
LEITURA DO OBJETO
O edifício onde funciona o MARP atualmente foi construído no inicio do séc. XX, o projeto é de autoria do engenheiro Affonso Geribello e o responsável pela execução da obra foi o construtor Vicente Lo Giudice. Na época o prédio foi a sede da Sociedade Recreativa de Esportes. Sofreu ampliações em 1924 e 1935, para atender melhor as necessidades dos sócios do clube. Em 1945 seria construída uma nova sede para a Sociedade Recreativa e o prédio seria demolido, demolição que não chegou a acontecer. A sede do clube foi transferida para um terreno no campo e em 1956, depois de uma reforma realizada pela prefeitura da cidade, a Câmara Municipal de Ribeirão Preto passou a ocupar o edifício. No ano de 1984 a Câmara Municipal se mudou para um setor do prédio onde funcionava a Casa da Cultura. O edifício passou por uma grande reforma e restauração, projeto do arquiteto Carlos Stechhahn para que em Dezembro de 1992 fosse inaugurado o Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP). A abertura do MARP tinha como objetivo agrupar e recuperar o acervo de artes plásticas pertencentes ao poder público, obras do Salão de Artes de Ribeirão Preto (SARP) e do Salão Brasileiro de Belas Artes (SABBART), que foram adquiridas e doadas.
No ano de 2000 o MARP teve o nome de Pedro Manuel-Gismondi agregado ao nome da instituição. Apesar de ser um museu de arte moderna e contemporânea, ele recebeu objetos de valor histórico, itens pessoais, livros e aulas de Pedro Manuel, o que cria uma dificuldade em organizar o material no acervo. Os pertences de Pedro Manuel estão guardados pois não tem espaço expositivo destinado a eles no museu, as aulas e os livros serão preservados e podem ser estudados por pesquisadores. O edifício em que o MARP funciona atualmente sofreu adaptações na reforma para atender melhor o programa de necessidades, que é composto por: recepção, depósitos, área de exposições, acervo, sanitários, área administrativa, área para funcionários, estacionamento (que não é utilizado por funcionários nem visitantes do museu), biblioteca (que está fechada por falta de funcionário), ateliê (onde acontecem oficinas de arte para o público). Por ser adaptado, o edifício existente apresenta problemas, sendo o mais grave a falta de acessibilidade para deficientes físicos e visuais, tanto na circulação quanto nos sanitários. A falta de espaços para algumas atividades (sala de reuniões, auditório, etc.) também compromete o bom funcionamento do museu, assim como o espaço destinado ao acervo, que não atende bem as necessidades de conservação dos objetos.
Degraus na entrada do museu dificultam acessibilidade.
A grade que delimita o lote em que está o museu causa certo distanciamento com a cidade, pois juntamente com o portão que fica trancado, confere caráter privado ao espaço público, assim causa uma má relação entre a instituição e o espaço urbano.
Nome do museu mal sinalizado na fachada.
Muitas pessoas sequer sabem da existência do museu, ele fica camuflado por um ponto de ônibus e pela vegetação. O uso dos lotes vizinhos não proporcionam integração com as atividades do museu, pois são em maioria comércios e serviços. As vias de acesso possuem transito intenso o dia todo, o que pode dificultar a chegada do visitante.
Fachada principal do MARP, comprometida pelo impacto visual do ponto de ônibus ali presente.
A questão de falta de espaço também poderia ser amenizada, há o espaço que a prefeitura usa como estacionamento, que poderia receber um projeto de ampliação da sede, trazendo melhorias no funcionamento e na disposição do programa da instituição.
Fig. 1: Palacete Innecchi, construído em 1929 e situação do prédio do MARP em 1930. Fonte: Wikimedia Fig. 2: Entrada do Museu. Fonte: Festas em Ribeirão Fig. 3: Fachada principal do MARP. Foto do autor. Fig. 4: Fachada lateral do MARP atualmente, com presença de grades e “camuflado” pela vegetação. Foto do autor. Fig. 5: Fachada principal do MARP. Foto do autor.
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As área de exposição são salas que recebem expositores para compartimentação do espaço e criação do percurso da exposição. Atualmente esses expositores são de madeira com rodinha embaixo, pesados e de difícil locomoção.
Área de estacionamento do MARP que é usada pela prefeitura e poderia ser um anexo para o museu.
As aberturas do edifício não são bem aproveitadas, não recebem uma vedação adequada e poderiam ser usadas com obras que não perecem na luz solar, sendo assim não é um problema bem resolvido.
O programa do MARP acontece atualmente em aproximadamente 296m² destinados a área de exposição, com pé direito variando até 5,05m de altura, 32m² para depósitos e 20m² para biblioteca, 25m² para recepção. Para as áreas de circulação vertical, administração, área para funcionários e sanitários, são destinados aproximadamente 124m². As plantas do MARP definem as áreas administrativa e para funcionários separadas do programa voltado para o público. As plantas são compartimentadas na área de depósitos, recepção e biblioteca, sanitários e funcionários.
Fig. 6: Fachada lateral do MARP. Foto do autor. Fig. 7: Área expositiva. Foto do autor. Fig. 8: Expositor. Foto do autor. Fig. 9: Planta do pavimento térreo. Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.
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Iluminação natural vinda da interrompida pela presença de cortina.
janela,
Legenda: Exposição
Acervo
Biblioteca
Ateliê
Depósito
Copa para funcionários
Recepção
Estacionamento
Sanitários
Circulação vertical
Circulação Acesso para visitantes Acesso para funcionários
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Legenda: Exposição Sacada Depósito Administração 68
Circulação vertical Circulação Sanitários
Fig. 10: Planta do pavimento superior. Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.
A ÁREA Fig. 51: Fachada da esquina da Rua Tibiriçá e da Av. Francisco Junqueira anexo. Fonte: Vitruvius
ESCOLHA DO TERRENO O terreno escolhido para o projeto de TFG é localizado na área central da cidade de Ribeirão Preto. Sua escolha foi devido a facilidade de acesso ao centro da cidade e por ser uma área degradada nas proximidades da sede atual do objeto estudado, o MARP. O terreno que hoje é ocupado em grande parte por um estacionamento já teve importância histórica. Ele era ocupado pelo edifício da antiga Companhia de Força e Luz, um projeto feito pelo arquiteto francês Victor Dubugras.
Terreno escolhido para implantação do projeto.
SESC Ribeirão Preto, vizinho do terreno escolhido.
Além disso, um dos vizinhos do local é o SESC Ribeirão Preto, que oferece diversas atividades aos cidadãos, e pode oferecer atividades integradas ao programa do museu. A proposta do projeto ao ser implantada nesse local ganha qualidades paisagísticas pela interação visual com a mata do Bosque Municipal, localizada no Jardim Mosteiro.
Delimitação quadrilátero central cidade. Fig. 1: Imagem aérea do centro de Ribeirão Preto. Fonte: Google Earth Fig. 2: Mapa de uso do solo. Fonte: Autor
70
do da
Localização do MARP.
atual
Mata do Bosque Municipal, oferece boa qualidade visual ao ser observada do local.
USO DO SOLO No mapa de uso do solo da região estudada, percebe-se a predominância das atividades de comércio e prestação de serviços, seguidos por residências, sendo a maioria delas edifícios de apartamentos.
Av. Francisco Junqueira
Rua Visconde do Rio Branco
Os vazios representados são na maioria estacionamentos. Nota-se também pouca presença de área verde, que se configuram pela presença da Praça XV de Novembro e da Praça Carlos Gomes.
Rua Mariana Junqueira
G F
E
Alguns dos edifícios sem uso são patrimônios históricos que estão degradados e abandonados.
Rua Duque de Caxias
D
H
Rua General Osório
A
0
Legenda: Residencial Comercial Prestação de serviços Institucional Sem uso
50
I
Rua Barão do Amazonas
Rua Visconde de Inhaúma
B
Rua Tibiriçá
Rua Amador Bueno
A área de estudo escolhida tem vários prédios de interesse patrimonial histórico, pois é onde a cidade começou. São eles antigos palacetes, prédios de serviços e culturais.
Rua Álvares Cabral
C
100
250
Patrimônios Históricos: A – Edifício Diederichsen B – Edifício do Pinguim C - Teatro Pedro II D – Palace Hotel E – Biblioteca Altino Arantes F – Palacete Camilo de Mattos G – Palacete Albino de Camargo H – Sede atual do MARP I- Prefeitura de Ribeirão Preto
Área verde Vazio
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PATRIMÔNIOS HISTÓRICOS
Fig. 3A: Edifício Diederichsen – Rua São Sebastião. Fonte: Blogpost Fig. 4B: Pinguim – Rua Álvares Cabral. Fonte: 1000 dias Fig. 5C: Teatro Pedro II – Rua Álvares Cabral. Fonte: Blogspot Fig. 6D: Palace Hotel - Rua Duque de Caxias. Fonte: Ribeirão Preto online Fig. 7E: Biblioteca Altino Arantes - Rua Duque de Caxias. Fonte: Panoramio
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OCUPAÇÃO DO SOLO O modelo 3D de gabarito oferece também a analise da ocupação do solo. As áreas vazias são em grande maioria estacionamentos. Os lotes que possuem edificações possuem em torno de 80% a 90% de ocupação, restando apenas as áreas dos recuos em alguns casos, estacionamentos e área de lazer (no caso de edifícios residenciais). Em vermelho está o terreno escolhido para o projeto da nova sede do MARP. Sua área vazia é um grande estacionamento e há algumas edificações, residências e serviços, que serão desapropriadas para melhor desenvolvimento e implantação do projeto.
0
50
100
250
Localização atual do MARP Fig. 8F: Palacete Camilo de Mattos - Rua Duque de Caxias Fonte: Revide Fig. 9G: Palacete Albino de Camargo - Rua Visconde de Inhaúma Fonte: Revide Fig. 10H: Sede atual do MARP - Rua Barão do Amazonas. Fonte: foto do autor Fig. 11I: Prefeitura de Ribeirão Preto – Rua General Osório Fonte: GCN Fig. 12: Imagem da ocupação do solo. Fonte: Autor
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GABARITO O modelo 3D de gabarito do entorno estudado ilustra as alturas das edificações. A predominância é de edifícios comerciais e de prestação de serviços de 2 a 3 andares, as vezes possuem uso misto. Os prédios mais verticalizados são residenciais, com a média de 15 andares, alguns possuem comércio em seu térreo. As áreas vazios são em estacionamentos.
que configuram grande maioria
Em vermelho está o terreno escolhido para implantação do museu, para localiza-lo na região. Em seu entorno imediato há apenas 3 torres verticalizadas. Os outros edifícios são em maioria comércio, há grande presença de estacionamentos.
74
Fig. 13: Perspectiva do gabarito, visão da Av. Francisco Junqueira com a Rua Saldanha Marinho. Fonte: Autor Fig. 14: Perspectiva do gabarito, visão da Rua Cerqueira César com a Av. Francisco Junqueira. Fonte: Autor Fig. 15: Perspectiva do gabarito, visão das ruas São Sebastião e Cerqueira César. Fonte: Autor Fig. 16: Perspectiva do gabarito, visão das ruas Saldanha Marinho e São Sebastião. Fonte: Autor
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MAPA DE EQUIPAMENTOS O mapa de equipamentos localiza e identifica a escala e o tipo de cada equipamento da área. Ao analisar o mapa, é possível ver a localização e quantidades de pontos de ônibus, de equipamentos voltados á cultura e á religião, sendo eles teatro, museu, biblioteca e igrejas evangélicas.
M
M
E
E
P Rua Visconde do Rio Branco P P
P
Rua Mariana Junqueira
E
M
M M
M M Rua General Osório P Rua Tibiriçá
P
M
Rua Álvares Cabral
P
0
50
Cultura e religião
Administração pública
Esporte e lazer
Abastecimento
Infra-estrutura (redes)
Segurança pública
Educação
Circulação e transporte
Saúde Religião
76
Assistência social
P
M
P
100
P
250
Escala de atendimento do equipamento:
Legenda:
Fig. 17: Mapa de equipamentos urbanos. Fonte: Autor
M
Rua Barão do Amazonas
Os equipamentos de abastecimento são supermercados, os de assistência social é a Sassom e a Previdência social. Há um posto da policia no calçadão e um ponto de táxi na praça XV de Novembro. O equipamento responsável por administração publica presenta na área é a sede da prefeitura.
P Rua Duque de Caxias
M
Rua Visconde de Inhaúma
P
Rua Amador Bueno
Como equipamentos de esporte e lazer há apenas o SESC e as Praças. O equipamento responsável por infra-estrutura é o DAERP, há duas escolas estaduais, uma escola de inglês de caráter privado e a Bauhaus, também de caráter privado.
Av. Francisco Junqueira
Vizinhança Bairro Cidade
Caráter do equipamento: P – Privado M – Municipal E - Estadual
MAPA DE HIERARQUIA VIÁRIA FUNCIONAL E FÍSICA Av. Francisco Junqueira
No mapa de hierarquia viária funcional observa-se os usos das vias, que na maioria dos casos não coincide com a hierarquia viária física. Vias com dimensão para serem locais tem função de vias coletoras, responsáveis por distribuir o transito das vias arteriais para locais e vice-versa. Em roxo está localizado o calçadão, onde é permitida a circulação apenas de pedestres e veículos autorizados.
Rua Mariana Junqueira
0
50
Fig. 18: Mapa de hierarquia viária física. Fonte: Autor
Legenda:
Rua Barão do Amazonas
Rua Visconde de Inhaúma
Rua General Osório Rua Tibiriçá
Rua Álvares Cabral
Rua Duque de Caxias
Rua Amador Bueno
Via local Via coletora Via arterial Calçadão
250
100
Av. Francisco Junqueira
Rua Visconde do Rio Branco
Rua Mariana Junqueira
0
Rua Barão do Amazonas
Rua Visconde de Inhaúma
Rua General Osório Rua Tibiriçá
Fig. 19: Mapa de hierarquia viária funcional. Fonte: Autor
Rua Álvares Cabral
Rua Duque de Caxias
Rua Amador Bueno
Duas ruas que delimitam o terreno escolhido tem sua função ideal de acordo com o caráter físico de vias locais, portanto possuem menor fluxo de veículos. A via arterial mais próxima é a Av. Francisco Junqueira.
Rua Visconde do Rio Branco
50
100
250
77
MAPA DE LINHAS E PONTOS DE ÔNIBUS Nesse mapa é possível observar a localização dos pontos de ônibus e a quantidade de linhas que passam por eles. É importante ver a disponibilidade de transporte público nas proximidades do terreno escolhido (em vermelho no mapa), pois torna o equipamento que será projetado acessível para todos. As linhas de ônibus que passam na região vêm de todas as regiões da cidade.
Av. Francisco Junqueira
Rua Visconde do Rio Branco
Rua Mariana Junqueira
Rua Duque de Caxias
Legenda:
4 linhas 8 linhas 2 linhas 9 linhas
Fig. 20: Mapa de linhas e pontos de ônibus. Fonte: Autor
78
0
50
Rua Barão do Amazonas
17 linhas
Rua General Osório Rua Tibiriçá
7 linhas
Rua Álvares Cabral
8 linhas
Rua Amador Bueno
15 linhas
Rua Visconde de Inhaúma
10 linhas
100
250
MAPA DE ORIENTAÇÃO SOLAR E DOS VENTOS O mapa de orientação solar e dos ventos indica as melhores condições para implantação do projeto no terreno, pois mostra as áreas sujeitas á insolação e as áreas sombreadas durante todo o dia e a tarde.
Av. Francisco Junqueira
A direção dos ventos também é importante na implantação para melhor circulação do ar no projeto e seu entorno, os ventos sopram do Sudeste para o Noroeste e no verão o sentido dos ventos é invertido.
Rua Mariana Junqueira
Terreno escolhido
0
50
Rua Barão do Amazonas
Rua Visconde de Inhaúma
Rua General Osório Rua Tibiriçá
Sol poente
Rua Álvares Cabral
Sol nascente
Rua Duque de Caxias
Rua Amador Bueno
Legenda:
Rua Visconde do Rio Branco
100
250
Direção dos ventos
Fig. 21: Mapa de orientação solar e dos ventos. Fonte: Autor Fig. 22: Incidência solar no terreno - Sol no verão ás 9h. Fonte: Autor Fig. 23: Incidência solar no terreno - Sol no verão ás 12h. Fonte: Autor Fig. 24: Incidência solar no terreno - Sol no verão ás 15h. Fonte: Autor 79
JUSTIFICATIVA DE DESAPROPRIAÇÃO NO TERRENO A proposta do uso do terreno escolhido deve-se a um melhor aproveitamento do espaço público e integração da sociedade, além de ele ter um valor histórico, pois nele funcionava a antiga Companhia de Força e Luz, um projeto feito pelo arquiteto francês Victor Dubugras. A desapropriação das residências e dos serviços ali presentes é viável para que o museu possa interagir diretamente com o SESC, podendo complementar suas atividades com cultura e educação, proporcionando a criação de um espaço público com mais qualidade e mais possibilidades para o desenvolvimento do projeto. As famílias e trabalhadores dos imóveis podem ser relocados para 2 áreas nas proximidades do terreno, onde hoje são estacionamentos.
Fig. 25: Edifício de uso comercial. Fonte: Autor Fig. 26: Edifício de uso comercial. Fonte: Autor Fig. 27: Edifício de uso residencial. Fonte: Autor Fig. 28: Edifício de uso institucional – aulas de inglês. Fonte: Autor Fig. 29: Edifício de uso residencial. Fonte: Autor Fig. 30: Edifício de uso residencial. Fonte: Autor Fig. 31: Terreno escolhido. Fonte: Autor Fig. 32: Edifício de uso residencial. Fonte: Autor Fig. 33: Vazio usado como estacionamento. Fonte: Autor Fig. 34: Vazio usado como estacionamento. Fonte: Autor Fig. 35: Edifício de uso comercial e de serviços. Fonte: Autor
80
Rua Visconde do Rio Branco
2
3
4
5
9
6
10
7
8 Rua Tibiriçá
Rua Álvares Cabral
1
Rua Mariana Junqueira
81
LEITURA DO VIZINHO - SESC RIBEIRÃO PRETO SITUAÇÃO ATUAL Inauguração: 1966 Arquiteto: Oswaldo Corrêa Gonçalves Área do terreno: 4651 m² Área construída total: 5209 m² Capacidade de atendimento: 1600 pessoas / dia As ações propostas pela sede são: “acolher, brincar, contemplar, conviver, desvendar, educar, expressar, interagir, prevenir, refletir, sensibilizar, transformar.” Ao longo dos 50 anos de funcionamento, o SESC não tem apenas função de lazer, tem ação social, cultural, de desenvolvimento físico e esportivo. O edifício tem adquirido novas atividades em relação ao seu programa inicial, assim houve o aumento de espaços para atendimento ao público. A sede atual conta com auditório, exposição, área de convivência, ginásio poliesportivo, biblioteca e parque aquático. Devido a demanda, é fundamental a ampliação do prédio, para a escolha do projeto foi feito um concurso que recebeu 21 propostas de escritórios de arquitetura. O projeto escolhido foi do escritório SIAA, de São Paulo.
Fig. 36: Imagem aérea do terreno do projeto. Fonte: Google Maps Fig. 37: Implantação da proposta. Fonte: SIAA Arquitetura Fig. 38: Situação do terreno. Fonte: Concursos de projeto Fig. 39: Fachada principal do SESC – Rua Tibiriçá. Fonte: SESC - SP Fig. 40: Vista da quadra poliesportiva. Fonte: SESC - SP
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NOVA PROPOSTA Proposta do novo projeto: reprogramação, organização, atualização e ampliação. Data do novo projeto: 2013 Área construída coberta: 16 500 m² Área construída descoberta: 4100 m² Orçamento: R$ 1.6 milhões Escritório de arquitetura: SIAA Arquitetos e Helena Ayoub Arquitetos Associados Arquitetos: Cesar Shundi Iwamizu, Eduardo Gurian, Helena Ayoub Silva e Bruno Salvador.
SESC Ribeirão Preto. Terreno escolhido para o projeto da nova sede para o MARP, no centro de Ribeirão Preto.
Bosque Municipal de Ribeirão Preto, com paisagem interessante para ser vista do terreno.
Av. Francisco Junqueira
Rua Álvares Cabral
Rua Tibiriçá
Edifícios comerciais existentes.
Área de expansão do SESC.
Edifício existente, premissa para o desenvolvimento do anexo.
Terreno escolhido para a sede do MARP.
Área para expansão do SESC.
Edifício existente do SESC preservado.
Edifícios comerciais.
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Acesso para funcionários / Acesso ao foyer.
Edifício principal: atividades esportivas, convivência, auditório, restaurante. Quadrado de 40 x 40m.
Edifício de apoio: administração e operações.
Acesso público. Articulação dos acessos definida pelo estudo da hierarquia viária e pela exigência da entrada do público pelo edifício existente.
Acesso ao estacionamento.
Circulação vertical. Circulação pelo térreo do anexo e pela passarela do edifício existente. Ponto de ônibus.
Integração visual com a cidade e dentro do complexo.
Relação do edifício existente, do anexo e da piscina, indicando possibilidades visuais dentro do complexo e para a cidade.
Fig. 41: Implantação do projeto. Fonte: Concursos de projeto Fig. 42: Circulação do projeto. Fonte: Concursos de projeto Fig. 43: Relação do edifício com a cidade do projeto. Fonte: Concursos de projeto Fig. 44: Corte esquemático da integração visual. Fonte: Concursos de projeto Fig. 45: Corte esquemático. Fonte: Concursos de projeto
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Integração dos níveis diferentes do parque aquático.
Área privada e de serviços. Área pública, convívio e atividades do SESC. “Empilhamento” das funções. Acesso permeável, integração dentro e fora do complexo, possibilita diálogo com a cidade..
Cortes Quadra poliesportiva
Terraço jardim
Sala de ginástica / atividades
Vestiários Administração Cozinha Foyer
Estacionamento
Acesso ao foyer e ao edifício de serviços
Auditório
Parque aquático
Acesso público
Biblioteca
Quadra poliesportiva
Sala de ginástica
Circulação vertical
Atividades / Convívio Restaurante Circulação vertical
Terreno escolhido para sede do MARP
Área técnica
Vestiários
Auditório
Estacionamento
Parque aquático
Passarela que liga o edifício existente ao anexo
Fig. 46: Corte e distribuição do programa. Fonte: Concursos de projeto Fig. 47: Corte e distribuição do programa. Fonte: Concursos de projeto
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Quadra poliesportiva
Sala de ginástica
Salas flexíveis / atividades / área de convívio
Passarela no edifício existente que liga ao anexo
Área de convívio / auditório
Térreo / auditório / área de convívio
Subsolo – parque aquático Edifício anexo verticalizado, contraste com o edifício existente laminar.
Fig. 48: Distribuição do programa no edifício. Fonte: Concursos de projeto Fig. 49: Perspectiva interna do edifício existente com o anexo. Concursos de projetos Fig. 51: Fachada da esquina da Rua Tibiriçá e da Av. Francisco Junqueira - edifício existente com o anexo. Fonte: Vitruvius Edifício existente. 86
Piscina existente.
Fachada protegida por telas de sombreamento.
Fachada voltada para o terreno do projeto para sede do MARP.
Fachada protegida por vidro.
Fachada cega de concreto armado.
Fig. 52: Vista da Rua Tibiriçá, passarela sobre o edifício existente que leva á uma área de convívio no edifício do anexo. Concursos de projetos Fig. 53: Perspectiva noturna, vista superior da esquina da Rua Tibiriçá e da Rua Visconde do Rio Branco - edifício existente com o anexo. Fonte: Concursos de projetos
Terreno do projeto para sede do MARP.
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PROPOSTA
O PROJETO PARTIDO ARQUITETÔNICO
DIRETRIZES PROJETUAIS
O projeto se relaciona com a arte moderna e contemporânea por meio do conceito espacial do cubo branco, onde o espaço expositivo construído é neutro e os elementos arquitetônicos se apresentam de forma simples e em menor quantidade possível.
A localização do terreno e a desapropriação de edifícios que ocupavam uma lateral da quadra foram premissas para o estudo preliminar do projeto. Os pontos de partida para se pensar o projeto foram a pequena distância de edifícios culturais que geram fluxo, o fato de ser vizinho do SESC Ribeirão, e uma situação geográfica de declive, que valoriza a visualização de um andar alto para o Bosque Municipal.
Baseado nos conceitos de evolução da caixa e polifuncionalidade, o complexo programa do MARP se desenvolve em um edifício vertical com planta livre e flexível, que possui variedade de pés-direitos e espaços expositivos internos e externos, assim torna-se viável criar uma relação entre a arte e o espaço urbano, criando condições excepcionais de exposição. A proposta se importa em atender as necessidades de uma grande diversidade de obras de arte, com os formatos variados que a arte moderna e contemporânea acontecem. O fluxo intenso de pedestres foi aproveitado para tornar a quadra permeável e dar um uso voltado as pessoas que ali passam.
Rua Tibiriçá
Fig. 1: Fluxo de pedestres na área. Fonte: Autor Fig. 2: Vista em perspectiva do desenho da calçada. Fonte: Autor Fig. 3: Projeto de Burle Marx para o Banco Safra, RJ, usado de referência. Fonte: Archdaily Fig. 4: Vista superior do desenho da calçada. Fonte: Autor Fig. 5: Relação do terreno com o SESC e Bosque Municipal. Fonte: Concursos de projetos
Rua Álvares Cabral
Rua Visconde do Rio Branco
90 Rua Mariana Junqueira
Rua Tibiriçá
O desenho do piso da calçada em vermelho indica as entradas principais da quadra e o percurso que conecta os acessos à circulação vertical, ao auditório e ao café. A paginação do piso foi feita com inspiração nos trabalhos do artista plástico e paisagista Burle Marx.
Rua Álvares Cabral
Rua Visconde do Rio Branco
Rua Mariana Junqueira
A implantação do projeto tem uma angulação que favorece a qualidade visual da paisagem com a presença do Bosque Municipal.
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IMPLANTAÇÃO
O projeto foi implantado com forma angulosa para valorizar a visualização da paisagem que o Bosque Municipal oferece.
Rua Tibiriçá
Rua Álvares Cabral
Rua Visconde do Rio Branco
Rua Mariana Junqueira
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O pátio interno localizado no térreo, é um lugar de convívio, e concentra a circulação vertical que acessa os diversos pavimentos através de rampas organizadas em torno de seu perímetro.
O alargamento das calçadas proporciona mais conforto na caminhada do pedestre. A valorização das entradas nas esquinas convida o pedestre a entrar na quadra e no museu. A paginação do piso também convida o pedestre a entrar na quadra.
SISTEMAS ESTRUTURAIS A solução estrutural utilizada no projeto é de caráter misto, com uso de colunas em concreto armado pré fabricado, laje pré fabricada e vigas metálicas com perfil em I. A escolha desses materiais foi feita para que a estrutura pudesse vencer grandes vãos livres e tivesse os fechamentos independentes.
Fig. 6: Implantação do projeto no terreno. Fonte: Autor Fig. 7: Perspectiva da solução estrutural do projeto. Fonte: Autor Fig. 8: Perspectiva da solução estrutural do projeto. Fonte: Autor Fig. 9: Perspectiva da solução estrutural do projeto. Fonte: Autor
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CIRCULAÇÃO VERTICAL
Circulação entre os espaços expositivos Circulação vertical na biblioteca
Circulação vertical para serviço e cargas
O projeto possui vários pavimentos e o programa está dividido em setores, para solução da circulação vertical foram propostos núcleos de escadas que tornam os setores independentes, elevadores e um núcleo de rampas, no centro do edifício, que liga os espaços de exposição. A presença das rampas é fundamental na criação do percurso no museu, pois proporciona aos visitantes novas experiências e produção de sentidos, oferece diferentes possibilidades de acesso ás áreas expositivas.
Circulação vertical entre o educativo e o arquivo Circulação vertical para entrar no museu
94 Circulação de serviço e cargas
Circulação para visitantes
Escada de concreto na biblioteca.
Escada de concreto entre o educativo e o arquivo.
Escada de concreto e elevador panorâmico de vidro para cargas. Escadas rolantes e elevador panorâmico de vidro para circulação dos visitantes entre as exposições.
Fig. 10: Circulação vertical do projeto. Fonte: Autor Fig. 11: Circulação vertical em setores. Fonte: Autor Fig. 12: Materialidade dos núcleos de circulação vertical. Fonte: Autor Fig. 13: Perspectiva das rampas. Fonte: Autor
Rampas de concreto pavimentadas com pedra portuguesa, ligam os espaços expositivos.
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SETOR
PROGRAMA
NIVEL
Acervo
Acervo de esculturas, quadros, mobiliário, digital, de papéis, prérestauro, quarentena, depósito, acervo peças pessoais Pedro-Manuel Gismondi, acervo biblioteca Pedro-Manuel Gismondi
-11,40 e -7,40
Estacionamento
Vaga para funcionários, portadores de necessidades especiais, idosos, motos e bicicletas
-7,40
Área de apoio
Área técnica, gerador de energia, DML, camarim do auditório
-7,40
Auditório
Foyer, sanitários feminino e masculino, plateia, palco, camarim
0 e -7,40
Café
Cozinha, balcão, áreas interna e externa para refeição, sanitários feminino e masculino
-2,00
Descarte
Montagem, desmontagem e descarte de expositores
-3,00
Área de apoio a funcionários
Estar, cozinha, sanitários
0,00
Administração
Recepção e espera, 2 salas para diretoria, sala para reuniões, sala de apoio para organização de visitas, ambulatório
+4,00
Arquivo
Recepção, armazenar arquivos, sala para digitalização, sala para pesquisa
+4,00
Biblioteca
Recepção, guarda volumes, pesquisa, leitura, midiateca
+4,00
Exposição
Exposição de obras do Pedro-Manuel Gismondi, do acervo, permanente e temporária
+4,00, +8,00, +12,00 e +16,00
Educativo
2 salas multiuso, sala para formação de monitores, ateliê, sala para reuniões, varanda
+8,00
Circulação vertical
Escadas, rampas, elevador de carga e elevador para visitantes
-
Jardim
Exposição, descanso, passagem
-
DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA A disposição do programa na proposta foi feita pensando o espaço público, semi-público e privado. No térreo a quadra é permeável e oferece espaços voltados aos pedestres, como café, recepção e auditório. Na parte superior do projeto estão os espaços expositivos, educativo, arquivo e biblioteca, para acesso a eles deve-se passar pela recepção antes, sendo assim de caráter semi-público. Os espaços privados são o acervo e depósito, no subsolo, administração e funcionários no térreo.
Fig. 14: Distribuição do programa no projeto. Fonte: Autor
96
Exposição Sanitários
Exposição Área externa
Jardim
Exposição Área externa
Exposição Sanitários Jardim
Educativo
Exposição
Biblioteca Sanitários Jardim Arquivo
Administração / Recepção
Jardim
Exposição Biblioteca
Exposição
Sanitários
Superior
Jardim
Foyer Sanitários
Acesso ao museu
Auditório
Café Sanitários
Área para funcionários Térreo
Descarte
Estacionamento Auditório
Acervo Pedro Manuel Gismondi Área Técnica
Depósito Acervo MARP Subsolo
MAQUETE FÍSICA DE ESTUDO
EXPOSIÇÃO EXPOSIÇÃO
EXPOSIÇÃO
EDUCATIVO ARQUIVO
EXPOSIÇÃO
AUDITÓRIO
APOIO FUNCIONÁRIOS
Pátio interno Acessos
EXPOSIÇÃO EXPOSIÇÃO
EXPOSIÇÃO EXPOSIÇÃO
BIBLIOTECA CAFÉ EXPOSIÇÃO ADM Fig. 15: Perspectiva da implantação na maquete física estudo. Fonte: Autor Fig. 16: Perspectiva da implantação na maquete física estudo. Fonte: Autor Fig. 17: Perspectiva da maquete física e distribuição programa. Fonte: Autor Fig. 18: Perspectiva da maquete física e distribuição programa. Fonte: Autor Fig. 19: Perspectiva da maquete física e distribuição programa. Fonte: Autor
de
EXPOSIÇÃO BIBLIOTECA CAFÉ
de do do do
99
MATERIALIDADE Os vidros que serão utilizados nas fachadas do museu são de alta tecnologia; seu núcleo possui polímeros de cristal liquido, o que aumenta sua resistência, e melhora a eficiência da proteção contra raios UV e ruídos. Além disso, a acústica oferecida pelo smartglass é similar a dos vidros duplos. Esse tipo de vidro ainda tem a opção de se tornar opaco quando necessário e receber projeções como se fosse uma tela e assim torna o ambiente escuro.
A escolha do piso de madeira em áreas internas de exposição tem referência em outros projetos de museus de arte moderna e contemporânea, assim como no edifício onde funciona o MARP atualmente.
Fig. 20: O vidro com uso transparente. Fonte: Blogspot Fig. 21: O vidro com uso opaco. Fonte: Blogspot Fig. 22: Espaço expositivo do MARP com uso de piso de madeira. Fonte: Autor Fig. 23: Espaço expositivo do MOMA com uso de piso de madeira, NY. Fonte: MOMA 100
Na calçada e nas áreas externas de exposição a pedra portuguesa colorida foi o material escolhido, é uma pedra antiderrapante, permite a fácil paginação do piso e tem bom acabamento. Em uma parede externa e no café, foram usados painéis de azulejos do artista Athos Bulcão, que estão presentes nos projetos da Torre de TV (Lucio Costa) e no Instituto Rio Branco (Luis Antônio Reis), ambos em Brasília, onde tem grande parte de seus trabalhos.
Fig. 24: Pedra portuguesa branca. Fonte: Decor pedras Fig. 25: Pedra portuguesa bege. Fonte: Decor pedras Fig. 26: Pedra portuguesa cinza. Fonte: Decor pedras Fig. 27: Pedra portuguesa vermelha. Fonte: Decor pedras
Fig. 28: Azulejo geométrico do artista Athos Bulcão. Fonte: Fundathos Fig. 29: Uso do azulejo na Torre de Tv em Brasilia. Fonte: UOL Fig. 30: Uso do azulejo no Instituto Rio Branco em Brasilia. Fonte: Flickr Fig. 31: Azulejo do artista Athos Bucão. Fonte: Fundathos 101
Fig. 32: Acesso pela esquina das ruas Mariana Junqueira e Tibiriçá. Fig. 33: Acesso pela rua Visconde do Rio Branco.
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Banca Final TFG - 2016 NOVA SEDE PARA O MARP Orientadora: Profª Ms. Rita Fantini Orientanda: Leticia Negri
Planta Nivel -11,40 Escala 1:250
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
C Quarentena Pré Restauro D
3
Acervo de Papel
Acervo de Quadros
Acervo Digital
4 5
A
B
N
Planta Nivel -11,40 Esc.: 1:250 Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
16 15 14
4,000
13
0,174 =
17
22 21 20 19
23 x
18
C
2
D
C
1 6
A
B
A
Acervo de Mobiliário
12
Depósito -11,400
Acervo de Esculturas
B
Folha
01/ 11
3
4
5
6
D
2
C
1
A
Gerador de energia
Área Técnica
B
DML Acervo biblioteca Pedro-Manuel Gismondi
A
A
11
6
7
8
9
4,400
10
2
3
0,183 =
5
1 24 x
4
C
16
15
14
13
17
23
22
21
20
19
18
12
Acervo de Mobiliário
-6,300 D
Auditório
Acervo peças pessoais Pedro-Manuel Gismondi
Acervo de Esculturas
-7,400
E Acervo de Quadros
-7,400
B
B
Planta Nivel -7,40 Escala 1:250
Estacionamento
F
Moto / Bicicleta
N
D
C
Planta Nivel -7,40 Esc.: 1:250
Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
Banca Final TFG - 2016 NOVA SEDE PARA O MARP Orientadora: Profª Ms. Rita Fantini Orientanda: Leticia Negri
G
Folha
02/ 11 GSPublisherEngine 0.0.100.100
GSPublisherEngine 0.0.100.100
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E 13
10
8
3,000 9
7
6
0,158 =
12
18
5
4
3
2
1
C D
C
4 5
Descarte
B B
N
Planta Nivel -3,00 Esc.: 1:250 Planta Nivel -3,00 Escala 1:250
F
Auditório 17
A 3
Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
Rua Tibiriçá
R E
D 16
19 x
15
A
14
A'
2
D
C
Rua Álvares Cabral
1 6
-3
Rua Visconde do Rio Branco
B
B'
-3,000 A
11
-2
C' -6,300
-7,400 Café
-2,000 Lixo
Folha
03/ 11
2
4
5
6
D
3
C
1
A
-3 Rua Visconde do Rio Branco
B
Jardim
RE
A
F
A
Apoio para funcionários
±0,000
6 7 8 9 10
11 13
14
3,000
12
18
17
16
0,158 =
15
19 x
5
4
3
2
1
C
-2
-6,300 D
Auditório
-7,400 Café Jardim
E
Rua Álvares Cabral
R E
F
Jardim
Acesso ao museu
-1
Rua Tibiriçá
-2,00
-1,00
B
B
Planta Nivel 0,00 Escala 1:250
F
Jardim ±0,000 0 Banca Final TFG - 2016 NOVA SEDE PARA O MARP Orientadora: Profª Ms. Rita Fantini Orientanda: Leticia Negri
Foyer
Jardim
Rua Mariana Junqueira
D
C
Planta Nivel 0,00 Esc.: 1:250
Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
N
Folha
04/ 11 GSPublisherEngine 0.0.100.100
2
4
5
6
D
3
C
1
A A'
B B'
Jardim
A
A
C
C'
Exposição do Acervo do museu e do acervo Pedro-Manuel Gismondi
23 22 21 20 19 18
D
17 16 15 14 13
Biblioteca
12
11 10 9 8 7 6
23 x
5
= 0,174
4 3
4,000
D' E
2 1
4,000
Recepção
0,174 =
1 2
23 x
3 4
+4,000
5 6 7 8
Recepção do arquivo e do educativo
Pesquisa
E'
9 10 11
12
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Digitalização
Recepção Planta Nivel +4,00 Escala 1:250
F Jardim
F'
Diretoria
Arquivo F''
Apoio administração
B
B Diretoria
Ambulatório
G
+6,000
N
D
C
Planta Nivel +4,00 Esc.: 1:250
Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
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Sala para reuniões
Folha
05/ 11 GSPublisherEngine 0.0.100.100
2
4
5
6
D
3
C
1
A A'
B B'
Jardim
A
A
C
Leitura e pesquisa
C' 23 22 21
+8,000
20 19 18
D
17 16 15 14 13
12
11 10 9 8 7 6 5
= 0,174
4 3
4,000
D' E
23 x
Midiateca
2 1
4,000
Leitura e pesquisa 0,174 =
1 2
Exposição
3
23 x
Sala para reunião
4 5 6 7 8 9 10
11
Sala para formação de monitores
E'
12
13
Educativo
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Sala Multiuso
F' Sala Multiuso
F''
Varanda
B
B
Planta Nivel +8,00 Escala 1:250
F
G
+10,28
N
D
C
Planta Nivel +8,00 Esc.: 1:250
Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
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Ateliê
Folha
06/ 11 GSPublisherEngine 0.0.100.100
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D
C
4 5
Jardim
F
F'
F''
B B
+14,00
N
Planta Nivel +12,00 Esc.: 1:250 Planta Nivel +12,00 Escala 1:250
A
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D 3
Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
C' 2
D
C
1 6
A
A'
B
B'
C A
Exposição +12,000
D' E
E' Exposição
G
Folha
07/ 11
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F
F'
F''
GSPublisherEngine 0.0.100.100
Planta Nivel +16,00 Escala 1:250
D D
C
3
A 4 5
Jardim
B
N
Planta Nivel +16,00 Esc.: 1:250 Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
C' 2
D
C
1 6
A
A'
B
B'
C A
Exposição
Exposição +16,000
D' E
E'
B
G
Folha
08/ 11
D
C -3,00
A
A
+16,00 Laje impermeabilizada i = 2% Laje impermeabilizada i = 2%
Caixa d´água +20,00 Laje impermeabilizada i = 2%
+12,00
+26,00 +4,00
B
B
Planta de Cobertura Escala 1:250
Laje impermeabilizada i = 8%
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+4,00
+14,00 +10,28
+6,00
+12,00
0,00
D
C
Planta de Cobertura Esc.: 1:250
Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
N
Folha
09/ 11 GSPublisherEngine 0.0.100.100
+20,00
+16,00
+12,00
+8,00
+4,00
0,00 -2,00 -3,00
-7,40
-11,40 Corte AA Esc.: 1:250
+12,00
+12,00
+8,00
+8,00
+4,00
+4,00
0,00 -1,00
-7,40
Corte BB Esc.: 1:250
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+16,00
Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
+16,00
Corte AA Corte BB Escala 1:250
+26,00
Folha
10/ 11 GSPublisherEngine 0.0.100.100
+20,00
+16,00 +14,00 +12,00
+8,00
+4,00
0,00
0,00
-3,00
-7,40
-7,40
-11,40 Corte CC Esc.: 1:250
+26,00
+16,00
+16,00
+12,00
+12,00
+4,00
+4,00
-1,00
-11,40 Corte DD Esc.: 1:250
Banca Final TFG - 2016 NOVA SEDE PARA O MARP Orientadora: Profª Ms. Rita Fantini Orientanda: Leticia Negri
+8,00
Estácio UniSEB - Arquitetura e Urbanismo 10º semestre
+8,00
-2,00
Corte CC Corte DD Escala 1:250
+20,00
Folha
11/ 11 GSPublisherEngine 0.0.100.100
Fig. 34: Fachada da rua Mariana Junqueira.
Fig. 35: Fachada da rua Visconde do Rio Branco.
Fig. 36: Fachada da rua Tibiriçá.
Fig. 36: Fachada da rua Álvares Cabral.
127
Fig. 37: Perspectiva da esquina das ruas Mariana Junqueira e Tibiriçá. Fig. 38: Perspectiva da esquina das ruas Visconde do Rio Branco e Álvares Cabral.
128
Fig. 39: Perspectiva da esquina das ruas Tibiriçá e Visconde do Rio Branco. Fig. 40: Perspectiva da esquina das ruas Álvares Cabral e Mariana Junqueira.
129
Fig. 41: Perspectiva interna da quadra. Fig. 42: Perspectiva interna da quadra.
130
Fig. 43: Perspectiva do acesso pela rua Visconde do Rio Branco. Fig. 44: Perspectiva da esquina das ruas Visconde do Rio Branco e Ă lvares Cabral e painel do artista Athos BulcĂŁo.
131
Fig. 45: Perspectiva da esquina das ruas Álvares Cabral e Mariana Junqueira. Fig. 46: Perspectiva do acesso ao café pela rua Tibiriçá.
132
Fig. 47: Perspectiva interna do café. Nível -2,00. Fig. 48: Perspectiva interna do café e painel do artista Athos Bulcão. Nível -2,00.
133
Fig. 49: Perspectiva interna do acervo para quadros. Nível -11,40. Fig. 50: Perspectiva interna da sala de pré-restauro. Nível -11,40.
134
Fig. 51: Perspectiva interna do foyer. Nível 0,00. Fig. 52: Perspectiva interna do auditório. Nível -7,40.
135
Fig. 53: Recepção da administração e do museu. Nível +4,00. Fig. 54: Área expositiva do acervo e do acervo de Pedro-Manuel Gismondi. Nível +4,00.
136
Fig. 55: Área expositiva do acervo e do acervo de Pedro-Manuel Gismondi. Nível +4,00. Fig. 56: Área expositiva para exposições permanentes e temporárias. Nível +4,00.
Fig. 57: Área expositiva para exposições permanentes e temporárias. Nível +16,00. Fig. 58: Área expositiva para exposições permanentes e temporárias. Nível +16,00.
138
Fig. 59: Área expositiva para exposições permanentes e temporárias. Nível +12,00. Fig. 60: Área expositiva para exposições permanentes e temporárias. Nível +8,00.
Fig. 61: Varanda do setor educativo. NĂvel +8,00. Fig. 62: Vista do museu da varanda do educativo. NĂvel +8,00.
140
Fig. 63: Sala de aula multiuso. Nível +8,00. Fig. 64: Ateliê. Nível +8,00.
Fig. 65: Perspectiva da recepção da biblioteca e acervo de livros. Nível +4,00. Fig. 66: Perspectiva da área de leitura e pesquisa da biblioteca. Nível +8,00.
142
Fig. 67: Perspectiva do sanitĂĄrio feminino. Fig. 68: Perspectiva do arquivo, guardado em arquivos deslizantes. NĂvel +8,00.
143
Fig. 69: Perspectiva de patamar expositivo entre rampas. NĂvel +10,28. Fig. 70: Perspectiva de patamar expositivo entre rampas. NĂvel +14,00.
144
Fig. 71: Perspectiva de área expositiva externa. Nível +12,00. Fig. 72: Perspectiva de área expositiva externa. Nível +12,00.
145
Fig. 73: Perspectiva de área expositiva externa. Nível +12,00. Fig. 74: Perspectiva de área expositiva externa. Nível +12,00.
146
CONCLUSÃO Com base nos itens apresentados na fundamentação teórica, ressaltando a “evolução da caixa”, “museu colagem” e o conceito espacial de “cubo branco”, o projeto foi desenvolvido de forma a promover espaços adequados aos mais diversos tipos de exposições de arte moderna e contemporânea e atender suas variadas escalas. Os espaços de exposição internos e externos, a permeabilidade da quadra e a proposta de percurso proporcionada pelas rampas do edifício, promovem a integração da arte com o espaço urbano e o indivíduo, bem como a integração do indivíduo com a cidade, por meio dos espaços e da paisagem. A proposta oferece um programa de necessidades complexo, que reforça o papel da instituição na formação intelectual dos cidadãos. A escala do edifício, seu papel como irradiador de cultura para a cidade e a região e a localização para sua implantação são fatores que colaboram para revitalização de seu entorno, o centro da cidade de Ribeirão Preto, caracterizado por ser um importante território cultural no espaço urbano. Acredito que a proposta de uma nova sede para o MARP atende as necessidades para melhor organização do programa e das exposições, além de oferecer uma nova relação entre a instituição, a cidade e a arte.
147
BIBLIOGRAFIA ANOTAÇÕES DE AULA. Expografia. Ana Lúcia Ferraz. 2º semestre de 2015, 8º semestre do curso.
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