Fábrica de Cultura

Page 1

FÁBRICA DE CULTURA



FÁBRICA DE CULTURA CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO ARQUITETURA E URBANISMO Trabalho Final de Graduação Aluna: Letícia Oliveira dos Santos Orientadora: Prof.ª Monica Bueno Leme São Paulo 2018



Agradecimentos:

A todos que acreditaram em meu sonho, e me apoiaram em minhas decisões, meu muitíssimo obrigada. Em especial à minha mãe, por sempre me mostrar que independente de onde viemos, nada é impossível para quem tem força de vontade e sonhos. Ao meu pai, por ensinar que nada vem fácil, e é preciso força e garra para lutar todos os dias pelos nossos objetivos. Aos meus irmãos, Afonso e Lucas, por acreditarem em mim, sem vocês não teria conseguido. Às minhas amigas, por dividirem esses 5 anos de aprendizado e amizade. E aos amigos da vida por me apoiarem e entenderem minha ausência. E à minha orientadora, professora Monica Bueno, pelas orientações, por confiar no meu trabalho, e por ter se tornado uma amiga neste processo.



“Há uma sede de cultura no ar” (Carlos Augusto Calil)



SUMÁRIO

Pág. 11 .........................................................................................................................INTRODUÇÃO Tema/Conceitos/Justificativa/Objetivo/Metodologia/Estudo de casos

Pág. 27 ................................................................................................................................O LUGAR Localização/Legislação

Pág. 35 .............................................................................................................................O PROJETO Programa de necessidades e dimensionamento/Desenho técnico/Técnicas e tecnologias/Volumetria/Fluxos/Perspectivas/Referências projetuais

Pág. 59 ..................................................................................................REFERÊNCIAS/BIBLIOGRAFIA



INTRODUÇÃO

11



FOTOGRAFIA DE UMA DAS ATIVIDADES DA FÁBRICA DE CULTURA Fonte: Fábrica de Cultura – Secretaria da Cultura (2018)


TEMA

Atualmente, em São Paulo, as regiões periféricas são as mais desprovidas de equipamentos urbanos. Grande parte da distribuição desses equipamentos se encontra na região central, o que leva a problemas como mobilidade e falta de incentivo à cultura nas regiões mais distantes. O distrito da Vila Sônia, localizado na subprefeitura do Butantã, tem em grande

extensão do seu território áreas de uso misto. Também possui dentro de seu limite um perímetro de grande vulnerabilidade social, conhecido como Jardim Jaqueline. Em virtude do que foi mencionado em relação às regiões periféricas, a questão da mobilidade, má distribuição de equipamentos culturais e vulnerabilidade

social, foi definido o tema proposto, uma Fábrica de Cultura na Vila Sônia, afim de proporcionar a sensação de pertencimento à cidade, uma melhoria nos meios de locomoção, economia e desenvolvimento urbano.

14


CONCEITOS REFERÊNCIA PRINCIPAL: Rita Davies em: A cultura é o futuro da cidade “A cultura oferece maneiras instigantes de relacionar o cidadão com sua comunidade. E isso pode ser especialmente importante para a juventude em risco e as vizinhanças onde o crime e a pobreza são endêmicos.” (DAVIES, 2008,p.76) Neste parágrafo, a autora deixa explícito como a cultura é um meio de extrema importância no desenvolvimento humano e como isso reflete na sociedade, principalmente nas regiões mais desprovidas de incentivo à cultura, como no caso das regiões periféricas que a pobreza ainda se faz muito presente. “Ela também pode ser um excelente salva-vidas. As atividades culturais têm um potencial tremendo para fazer frente a muitos desafios sociais que as cidades enfrentam.” (DAVIES, 2008,p.76) Já neste outro parágrafo, a autora mostra que o incentivo à cultura é um ótimo meio para melhorar a cidade, por exemplo,

na educação, na economia, no crescimento pessoal, etc.

15


CONCEITOS OUTRAS REFERÊNCIAS: Jan Gehl em: Cidades para pessoas “Há um contato direto entre as pessoas e a comunidade do entorno, o ar fresco, o estar ao ar livre, os prazeres gratuitos da vida, experências e informação. Em essência, caminhar é uma forma especial de comunhão entre pessoas que compartilham o espaço público como uma plataforma e estrutura.” (GEHL, 2013, p.19) Já o conceito do Jan Gehl é o de viver a cidade, de usufruir da mesma. Quando se há o incentivo, seja por meio de um equipamento, ele proporciona mais vida para a cidade Flávio Villaça em: São Paulo: segregação urbana e desigualdade. Estudos Avançados

“Para os mais pobres, é pequeno o peso dos deslocamentos motivados pelo destino das crianças. Essas evidentemente não vão à aula de natação, nem de judô, nem de balé. Vão com a mãe para alguma creche ou escola que, por sorte, possa haver perto do emprego da mãe, ou ficam em casa (com a avó ou com alguma vizinha), ou vão a pé à escola próxima.” (VILLAÇA, 2011, p. 55) Neste parágrafo, o autor nos dá um exemplo real onde nem todas as famílias tem as mesmas oportunidades de usufruir de atividades culturais, e os dois fatores que mais influenciam nisso são a mobilidade e situação financeira. Pois para se locomover, é preciso ter condições para o deslocamento, mas as pessoas com baixo poder aquisitivo e que residem em áreas periféricas, e por conta da má distribuição dos equipamentos urbanos, acabam perdendo o sentimento de pertencimento na cidade, levando à uma segregação urbana. 16


CONCEITOS OUTRAS REFERÊNCIAS: Maria Elizabeth Caldellas Pedrosa em: Centro cultural da juventude ruth cardoso: uma experiência diferenciada De acordo com Calil (2008 apud Pedrosa, 2009, p.15), entende-se que quando há oferta de eventos e atividades culturais nos bairros mais distantes do centro, há frequência, há publico. Quando nao há, a vida cultural das pessoas se resume ao

consumo da mídia que chega a suas casas e aos locais que frequentam. O conceito aqui apresentado é o de incentivo. Quando há equipamentos urbanos em regiões periféricas, além do incentivo à cultura, tem o da mobilidade. Mais pessoas irão atrás para conhecer um novo ambiente, dessa forma, o transporte se torna um ótimo aliado para a cidade, logo ele será pensando não mais em segundo plano para essas regiões mais distantes

que passam por dificuldades na locomoção.

17


JUSTIFICATIVA

O DISTRITO VILA SÔNIA

O distrito da Vila Sônia, localizado na subprefeitura do

Butantã, diferente do bairro da Vila Madalena onde sua identidade perceptiva são os bares, por exemplo, não tem uma identidade marcante. É uma área que ainda está

em

desenvolvimento,

e

atualmente

o

que

predomina é a expansão mobiliária tornando-se um

bairro mais residencial. Há um perímetro de grande vulnerabilidade social, conhecido como Jardim Jaqueline, e no Caderno de Propostas Regionais das Subprefeituras, uma das diretrizes para esta comunidade é a implantação de um

projeto cultural. Uma de suas funções é de requalificar as principais conexões aos ciclistas e pedestres, de modo a facilitar o descolamento Norte-Sul com seu entorno e bairros vizinhos (Raposo Tavares, Rio Pequeno, Butantã, MAPA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO E AMPLIAÇÃO DA SUBPREFEITURA DO BUTANTÃ. Sem escala. Fonte: Base do mapa retirada do Google modificada pela autora.

18

Morumbi, etc.). Problemas como a dificuldade de

mobilidade e escasses de equipamentos culturais acabam sendo uma característica comum das regiões periféricas.


JUSTIFICATIVA

DISTRIBUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS CULTURAIS

LEGENDA: CENTRO CULTURAL

SESC

As Fábricas de Cultura se localizam nas regiões periféricas de São Paulo, afim de atender a população mais carente de mobilidade urbana e muitas vezes de poder aquisitivo. Os centros culturais e SESC (Serviço Social do Comércio) já se encontram, em sua maioria, na região central possibilitando o maior acesso à cultura para as pessoas que residem ali, normalmente pessoas com maior poder aquisitivo. As Fábricas foram criadas com o mesmo intuito desses outros equipamentos culturais aqui apresentados, mas de modo que a população possa ter aulas, promover a arte de diversos modos e tudo gratuitamente, possibilitando uma maior interação da população com o meio cultural, afim de proporcionar lazeres que o centro oferece. No mapa ao lado, fica evidente que no distrito do Butantã está escasso desses equipamentos culturais.

FÁBRICA DE CULTURA DISTRITO VILA SÔNIA

MAPA DOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Sem escala. Fonte: Base do mapa retirada do Google modificada pela autora.

19


JUSTIFICATIVA

MOBILIDADE

Uma das questões principais para a escolha do tema foi a localização. A partir dela, nota-se alguns problemas que evidenciam a necessidade de um equipamento cultural na região. Por exemplo, os movimentos pendulares, como mostra a Figura 1, onde há uma grande demanda de viagem, seja para trabalhar, estudar ou lazer.

20

Fig. 1: MOVIMENTOS PENDULARES EM SÃO PAULO. Sem escala. Fonte: Novo conceito do ibge usa movimento pendular para determinar se as cidades se relacionam. Folha de São Paulo (2018) Modificado pela autora.


JUSTIFICATIVA

MOBILIDADE

Os deslocamentos são em sua maioria, da região oeste do município para o centro, como mostra a Figura 2 (Osasco – São Paulo). Por ser uma região periférica, os deslocamentos são feitos por meio de transporte individual ou coletivo, mas nem todos tem condições financeiras para usufruir de tais meios. Dificuldades como essa (locomoção), acabam segregando parte da população.

Fig. 2: GRÁFICO INDICANDO OS MAIORES DESLOCAMENTOS. Fonte: Novo conceito do ibge usa movimento pendular para determinar se as cidades se relacionam. Folha de São Paulo (2018) Modificado pela autora.

21


OBJETIVOS

METODOLOGIA

OBJETIVO GERAL:

1.

Localizar as dificuldades da área a ser implantado o projeto através de levantamento de dados, visitas técnicas (análise) • Dados estatísticos • Usos • Acessos • Segurança • Etc...

2.

Formar um diagnóstico da área de estudo através dos levantamentos analisados anteriormente • Pontos positivos • Pontos negativos

3.

Estudar projetos que promovam a cultura (referências) • Cultura local • Impactos sociais • Implantação

4.

Diretrizes projetuais de acordo com o que a área necessita • Local • Programa de necessidades • Tipologia • Público-alvo

A implantação de uma Fábrica de Cultura tem como

objetivo incentivar o acesso à cultura. Promover um espaço de encontro e aprimoramento cultural. Criar uma relação direta com a comunidade reforçando as relações periférica.

humanas. Além

Dar

de

vida

retomar

para o

uma

região

sentimento

de

pertencimento à cidade para as pessoas que já não se sentiam mais incluídas na mesma. OBJETIVO ESPECÍFICO:

1.

Melhoria na educação local

2.

Acesso à cultura para a região do Butantã.

3.

Fruição cultural por diversos públicos.

4.

Incentivo à melhoria da mobilidade.

22


ESTUDO DE CASO

ANÁLISE O CCSP mesmo sendo de grande porte não se impõe visualmente de

CENTRO CULTURAL SÃO PAULO

modo ruim. O mesmo se integra à paisagem, além de ser um marco na

• Ficha Técnica:

cidade, onde o público que o frequenta pertence a diversas classes

• Arquitetos: Eurico Prado Lopes e Luiz Telles • Localização: Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo, Brasil • Ano do projeto: 1979

sociais e de diferentes interesses. O acesso a este equipamento atende grande parte da população, por estar conectado com uma linha de metrô, além da sua localização ser muito privilegiada, priorizando o pedestre. JUSTIFICATIVA O Centro Cultural São Paulo foi escolhido pelo modo como o público utiliza o espaço. A diversidade dos usos, das pessoas, das classes socias, é o que o caracteriza como um espaço democrático. A conexão do edifício com o entorno também é de extrema relevância, pois

convida-se a entrar por meio de seus acessos, estabelecendo uma sensação de pertencimento. A reconexão com a cidade, as pessoas usufruindo de espaços públicos de qualidade, o convívio com diversas culturas é o que a Região do Butantã precisa e que o CCSP tem, pois esses pontos citados são um

dos quesitos para a melhoria da qualidade de vida das regiões CONEXÕES, ESPAÇO, CONVÍVIO. Fonte: Foto tirada pela autora (2016)

periféricas.

23


ESTUDO DE CASO CKK JORDANKI • Ficha Técnica: • Arquitetos: Fernando Menis • Localização: Torun, Polonia • Ano do projeto: 2015

ANÁLISE O CKK JORDANKI é um centro cultural onde o foco principal são concertos e apresentações, portanto ele é equipado com salas de concertos e auditórios. A forma como ele se compõe na paisagem remete a uma rocha, o que de fato foi proposto para o projeto afim de criar uma conexão com o entorno e sua topografia. O projeto visa a permeabilidade dos espaços, possibilitando uma maior fruição entre o edifício e a cidade, afim de convidar as pessoas a usufruirem deste espaço. JUSTIFICATIVA O CKK foi escolhido como referência pelo modo como o edifício se faz presente na paisagem. Sua forma mais orgânica e seu gabarito que respeita o highline da cidade trazem uma conexão com o entorno,

além de se tornar um marco. A região do Butantã, com a implantação de um edifício onde dialogue com o entorno e se torne um marco trará benefícios para a região, pois mais pessoas irão frequentar e FACHADA DO EDIFÍCIO, CONEXÃO COM O ENTORNO Fonte: Archdaily (2018)

conhecer, logo a mobilidade será um fator de extrema importância, o que possibilitará uma melhoria dos transportes coletivos da região.

24


ESTUDO DE CASO ROLEX LEARNING CENTER • Ficha Técnica: • Arquitetos: SANAA • Localização: Lausanne, Suíça • Ano do projeto: 2004

ANÁLISE O projeto Rolex trabalha com o uso dos vazios e a fruição urbana. As formas curvas e enclinadas definem o caminhar das pessoas e os espaços. Suas aberturas além de servirem como divisões dos

caminhos, também traz iluminação natural para o edifício. JUSTIFICATIVA Foi escolhido o Rolex Center do escritório SANAA por priorizar o pedestre. Quando se trabalha com os vazios, o partido principal

são as pessoas. Serão elas que darão identidade para o local, vida para a obra. Sem as pessoas, a edificação não teria seu objetivo principal que é trazer fluidez e o convívio. Em uma área como a Vila Sônia no Butantã, que é escassa de equipamentos culturais, um edifício que prioriza questões como o encontro de pessoas é

de grande importância, pois possibilitará uma maior interação entre as comunidades de menor e maior poder aquisitivo, VISTA INTERNA - VAZIOS Fonte: Archdaily (2018)

tornando-se um ponto de encontro para troca de conhecimentos, já que a área escolhida para projeto é rodeada por escolas públicas e privadas.

25



O LUGAR

27



LEGENDA: Terreno Fábrica de Cultura Estação de metrô Vila Sônia

PERSPECTIVA DA REGIÃO VILA SÔNIA Fonte: Google Maps, modificada pela autora.


LOCALIZAÇÃO MAPA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO E AMPLIAÇÃO DA SUBPREFEITURA DO BUTANTÃ. Fonte: Base do mapa retirada do Google modificada pela autora.

A área para a implantação da Fábrica

de Cultura se localiza na Avenida Pirajussara, uma via de fácil acesso na região do Butantã. O terreno está estratégicamente localizado perto de pontos de ônibus e ciclovia, afim de

facilitar

a

chegada

ao

local

da

população, e futuramente o distrito da Vila Sônia receberá a nova estação de

metrô

da

linha

4-Amarela,

possibilitando ainda mais o acesso ao

novo equipamento cultural. 30

ESTUDO DA ÁREA. Fonte: Google maps modificada pela autora

LEGENDA: ÁREA DE INTERVENÇÃO

EQUIPAMENTO DE SAÚDE

CORREDOR DE ÔNIBUS FAIXA DE ÔNIBUS CICLOVIA

ESTAÇÃO DE METRÔ

VIAS PRINCIPAIS LIMITE PARQUES LIMITE ÁREAS VERDES

ESCOLAS CASA DE CULTURA ÁREA VERDE PARQUES SHOPPING/MERCADO


LEGISLAÇÃO O terreno se encontra em dois tipos de zonas, a Zona Mista Ambiental

e

a

Zona

de

Centralidade Ambiental. A ZCa são porções do território localizadas na Macrozona de Proteção

e

Recuperação

Ambiental com atividades de abrangência regional. A ZMa são porções do território localizadas na Macrozona de Proteção

e

Recuperação

Ambiental, com parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo.

VISTA AÉREA RETIRADA DO GOOGLE MAPS MODIFICADA PELA AUTORA

As duas zonas estão dentro dos territórios de qualificação, que tem como objetivo implementar a diversidade de usos. 31


LEGISLAÇÃO

Atualmente,

a

área

para

intervenção tem como uso do solo os serviços, onde em sua maioria são serviços voltados para o ramo automobilístico. A região

tem

predominância

residencial, com diversas escolas da rede pública e particular. A implantação

de

equipamento

cultural

um trará

maior diversificação do uso do solo para região. VISTA AÉREA RETIRADA DO GOOGLE MAPS MODIFICADA PELA AUTORA

32


LEGISLAÇÃO

ILUSTRAÇÃO DO PLANO DIRETOR Fonte: Gestão Urbana (2018)

De acordo com o Plano Diretor 2014, um dos parâmetros para garantir a qualidade de vida é a de oferta de equipamentos urbanos e sociais que tem como objetivo serem implantados nos miolos dos bairros, possibilitando mais vida para a cidade,

e os espaços livres proporcionando maior fruição pública. 33



O PROJETO

35



3D DA FACHADA PARA A AVENIDA PIRAJUSSARA


QUALIFICAÇÃO

DIMENSIONAMENTO/PROGRAMA DE NECESSIDADES

TABELA DE PARÂMETROS POR ZONA. Fonte: Google Imagens (2018) Modificado pela autora.

Para chegar no dimensionamento já apresentado, foram escolhidos os parâmetros da Zona Mista Ambiental. Mesmo tendo alguns parâmetros iguais ao da ZCa, a TO é mais baixa, e não excederá a outra zona do terreno. Também levando em consideração o porte de uma Fábrica de Cultura que é médio por atender em especial a comunidade onde será implantado, o programa deveria ter em torno de 5.000 m² construídos. Com o terreno tendo menos que 5.000 m², foi construída aproximadamente a área do terreno em função do C.A. igual a 1. Seguindo o C.A. e T.O., recuos, etc., chegamos ao dimensionamento apresentado na tabela ao lado:

38

TABELA FEITA PELA AUTORA


DIMENSIONAMENTO/PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades foi baseado de acordo com a demanda da população de um equipamento cultural e nos programas das Fábricas de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, onde o objetivo principal é a ampliação do conhecimento cultural por meio da interação com a comunidade.

O mesmo conta com diversas atividades afim de ampliar a cultura, de modo que o incentivo possa levar a uma futura profissão. O público alvo são crianças, adolescentes e adultos. 39


DESENHO TÉCNICO

40


DESENHO TÉCNICO

LEGENDA:

LEGENDA:

1 – CASA DE MÁQUINAS

1 – FOYER

2 – RESERVATÓRIO

2 – AUDITÓRIO 3 - SANITÁRIOS

41


DESENHO TÉCNICO

LEGENDA: 1 – HALL/RECEPÇÃO 2 – CAFÉ 3 – AMBULATÓRIO

4 – CENTRAL DE SEGURANÇA 5 – EXPOSIÇÃO 6 – ESPAÇO GRAFITE 7 – ESPAÇO LÚDICO 8 – ESPAÇO CINEMA-

FOTOGRAFIA/ESPAÇO VENDA 9 – BIBLIOTECA 10 – SANITÁRIOS

42


LEGENDA:

DESENHO TÉCNICO

1 – RECEPÇÃO 2 –DEPÓSITO 3 – ATELIÊ DE DESENHO 4 – SALA DE MULTIMEIOS 5 – SALA DE TEATRO 6 – ATELIÊ DE MODA

7 – PERMACULTURA 8 – GASTRONOMIA 9 – SALA DE DANÇA 10 – GINÁSTICA 11 – SALA DE CIRCO 12 – SALA DE MÚSICA 13 – ARTESANATO 14 – SALA DOS PROFESSORES 15 – DIRETORIA 16 – COPA 17 – ALMOXARIFADO

18 – VESTIÁRIO 19 – SANITÁRIOS

43


DESENHO TÉCNICO


DESENHO TÉCNICO

45


DESENHO TÉCNICO


TÉCNICAS E TECNOLOGIAS

Considerando que o programa de necessidades pode ser alterado devido às futuras atividades, um edifício com vãos maiores torna-se um dos parâmetros mais importantes para este tipo de proposta. A técnica construtiva adotada ao projeto foi estrutura de concreto, por ser fácil a execução e também mais barata do que uma estrutura metálica, já que o projeto segue parâmetros das Fábricas de Cultura existentes pelo Governo de São Paulo, e todas são com este tipo de estrutura.

O maior vão tem 10 metros com viga de 1 metro. Deste modo, foi adotada a mesma altura da viga para o edifício inteiro. O projeto conta com diversas aberturas para uma iluminação natural seguido do uso de brises, além de uma ventilação adequada para que não seja necessário o uso de ar condicionado em todos os ambientes. Deste modo, o edifício tem um menor gasto de energia durante seu uso.

47


VOLUMETRIA

1

2

3

Para chegar na volumetria final foi partindo de algumas questões, tais como: •

O desenho do lote

Permeabilidade do pedestre

Iluminação e ventilação natural

Figura 1 – O formato do edifício segue o desenho do lote para que assim o edifício tenha uma ligação com o entorno.

4

Figura 2 – Foram priorizados os acessos principais ao edifício, de modo que a quadra e o edifício tenham uma permeabilidade maior. Figura 3 – Para o pavimento superior, se repete o formato do edifício sem as

aberturas do térreo. Figura 4 – É feita uma abertura zenital para iluminação e ventilação natural. Figura 5 – Com a volumetria final, é possível ver como a mesma conversa com o lote e o entorno. 48

5


FLUXOS

Com o estudo dos fluxos é possível analisar a chegada do pedestre ao edifício. Nos diagramas apresentados percebe-se o fácil acesso por diversos meios de locomoção.

LEGENDA: FLUXO DE BICICLETA FLUXO DE VEÍCULO MOTORIZADO FLUXO DE PEDESTRE DIAGRAMA DOS PRINCIPAIS FLUXOS DO ENTORNO. Fonte: Feito pela autora.

49


PERSPECTIVAS

50

VISTA AÉREA


PERSPECTIVAS

VISTA DA ENTRADA PELA RUA CAMINHO DO ENGENHO

51


PERSPECTIVAS

52

VISTA DA ENTRADA PELA AVENIDA PIRAJUSSARA


PERSPECTIVAS

VISTA DO PÁTIO INTERNO

53


PERSPECTIVAS

54

VISTA DA ENTRADA PELA RUA EDVARD CARMILO


PERSPECTIVAS

VISTA DO PAINEL DA FACHADA

55


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Sede do SEBRAE • Ficha Técnica: • Arquitetos: Gruposp + Luciano Margotto • Localização: Brasília, Brasil • Ano do projeto: 2010 COBERTURA DE VIDRO E ESTRUTURA METÁLICA Fonte: Archdaily (2018)

VISTA DAS VIGAS VAGONADAS DA COBERTURA DE VIDRO Fonte: Archdaily (2018)

O edifício da Sede do SEBRAE conta com uma cobertura de vidro sustentada por vigas vagonadas. Essa estrutura foi referência para a cobertura de vidro do pátio interno da Fábrica de Cultura, já que a mesma proporciona uma maior leveza e visibilidade para a área externa.

56


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Hub 88 • Ficha Técnica: • Arquitetos: Cupertino Arquitetura • Localização: São Paulo, Brasil • Ano do projeto: 2015 VISTA DA FACHADA Fonte: Arcoweb (2018)

VISTA DA FACHADA Fonte: Arcoweb (2018)

O edifício Hub 88 tem em sua fachada uma composição de paineis na cor amarela, com vãos que controlam a luminosidade e privacidade da parte interna do edifício. Foi referência para os paineis das entradas da Fábrica de Cultura, afim de trazer uma dinâmica para o edifício além de sua função principal que é o controle de luz e privacidade. 57



REFERÊNCIAS/ BIBLIOGRAFIA

59


REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS

ARCHDAILY. CKK Jordanki/Fernando Menis. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/788473/ckk-jordanki-fernando-menis> Acesso em: 19 de abril de 2018 ARCHDAILY. Clássicos da Arquitetura: Centro Cultural São Paulo / Eurico Prado Lopes e Luiz Telles. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/872196/classicos-da-arquitetura-centro-culturalsao-paulo-eurico-prado-lopes-e-luiz-telles> Acesso em: 19 de abril de 2018 GESTÃO URNANA. Plano Diretor. Disponível em: <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wpcontent/uploads/2015/01/Plano-Diretor-Estrat%C3%A9gico-Lei-n%C2%BA-16.050-de-31-de-julho-de2014-Texto-da-lei-ilustrado.pdf> Acesso em: 04 de junho de 2018.

ARCHDAILY. Sede do SEBRAE / gruposp + Luciano Margotto. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-402/sede-do-sebrae-gruposp> Acesso em: 27 de novembro de 2018 ARCOWEB. Cupertino Arquitetura: Hub 88, São Paulo. Disponível em: <https://arcoweb.com.br/projetodesign/interiores/cupertino-arquitetura-hub-88-sao-paulo> Acesso em: 27 de novembro de 2018

60


BIBLIOGRAFIA

Cadernos de propostas dos planos regionais das subprefeituras - quadro analítico butantã. São paulo: prefeitura de são paulo, 2016. DAVIES, Rita. A cultura é o futuro da cidade. In: TEIXEIRA COELHO NETO, José (Org.) A cultura pela cidade. São Paulo: Iluminuras: Itaú Cultural, 2008. GEHL, Jan. Cidades para pessoas. Tradução de Anita Regina Di Marco. São Paulo: Perpectiva, 2013. 262 p., il., color., 28 cm. ISBN 978-85- 273-0980-6. PEDROSA, Maria Elizabeth Caldellas. Centro cultural da juventude ruth cardoso: uma experiência diferenciada. 2009. 126 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Informação)– Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo,2009. VILLAÇA, Flávio. São Paulo: segregação urbana e desigualdade. Estudos Avançados, São Paulo, v.25, n.71, p. 55, jan.-abr., 2011.

61


SÃO PAULO, DEZEMBRO DE 2018



SÃO PAULO 2018


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.