Ocupe-se | Centro de Acolhimento e Capacitação para Pessoas em Situação de Rua

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OCUPE-SE

CENTRO DE ACOLHIMENTO E CAPACITAÇÃO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO ARQUITETURA E URBANISMO

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OCUPE-SE

CENTRO DE ACOLHIMENTO E CAPACITAÇÃO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO ARQUITETURA E URBANISMO

ORIENTADORA JULIA COELHO KOTCHETKOFF FORMANDA LETÍCIA DA SILVA QUEIROZ

SÃO PAULO | DEZEMBRO 2020

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL | CAMPUS ANÁLIA FRANCO


Dedico este projeto a todos aqueles que se encontram em vulnerabilidade,esquecidos que habitam nossa cidade. A todos que lutam diariamente pela subsistência e por tantos que já não estão mais presentes.

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agradecimentos

A minha família por me apoiar durante esta trajetória. A meus professores e orientadores, em especial as professoras Julia Coelho e Tarsila Miyazato, que me proporcionaram a experiência de enxergar a arquitetura e urbanismo com um olhar mais humano. A meus colegas de classe dos quais comparitlhei e absorvi conhecimentos incomparáveis.

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resumo abstract

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AS DESVANTEGENS DO ESQUECIMENTO O espaço central é por natureza um espaço de tensão. Um campo onde há diversas camadas sociais, históricas e políticas que se chocam como uma reação química. Durante muito tempo foi uma região de interesse da burguesia que comandava a cidade, hoje é um espaço esquecido, que tem seu povo, sua origem e cultura pulsando. É eminente a necessidade de um resgate, ressignificação e recentralização na região que conta a nossa história como cidade de São Paulo. Parque Dom Pedro, que já foi várzea do Carmo e será muitas outras coisas. Abraça o imigrante e acolhe o comerciante. Que já foi a ilha dos amantes, e hoje é a dos necessitados. Palavras-chave: urbanismo, planejamento, ressignificação, resgate, cultura, cidade, centro, São Paulo.

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THE DISADVANTAGES OF FORGETTING

The central space is by nature a space of tension. A field where there are several social, historical and political layers that collide as a chemical reaction. For a long time it was a region of interest to the great bourgeoisie that ruled the city, today it is a forgotten space, that has its people, its origin and culture pulsating. The need for redemption, reframing and recentralization is imminent in the region that tells our story as a city in SĂŁo Paulo. Parque Dom Pedro, which was once the floodplain of Carmo and will be many other things. Embraces the immigrant and welcomes the merchant. What was once the island of lovers, and today is the island of the needy. Keywords: urbanism, planning, reframing, rescue, culture, city,

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Figura 01 – Várzea do Carmo em 1918 (Área de várzea do rio Tamanduateí). Disponível em: <https://www.hf.arq.br/projeto/plano-parque-dom-Pedro>. Figura 02 – Vista do Parque Dom Pedro II. Disponível em: <https://www.hf.arq.br/projeto/plano-parque-dom-pedro/>. Figura 03 – Fachada lateral Estação do Brás CPTM. Disponível em: <https://www.estacoesferroviarias.com.br/b/braz.htm>. Figura 04 – Parque Dom Pedro II Vista área. Disponível em: <https://vejasp.abril.com.br/cidades/parque-dom-pedro-abandono-inseguranca/>. Modificado pelo autor. Figura 05 – Complexo do Gasômetro vista aérea. Disponível em: <https://br.noticias.yahoo.com/sp-tem-1-412-obras-160500010.html>. Modificado pelo autor. Figura 06 – Fachada da Igreja do Bom Jesus do Brás.. Disponível em: <https://sanctuaria.art/2017/03/09/igreja-do-bom-jesus-do-bras-sao-paulo-sp/>. Modificado pelo autor. Figura 07 – Fachada da Escola Estadual Romão Puiggari. Disponível em: <http://www.ipatrimonio.org/sao-paulo-e-e-romao-puiggari/#!/map=38329&loc=23.54544853999997,-46.62002896,17>. Figura 08 – Perspectiva da fachada do Moinho Matarazzo. Disponível em: <https://mapio.net/pic/p-29763000/>. Figura 09 – Fachada lateral tecelagem Labor. Disponível em: <http://www.ipatrimonio.org/?p=13995#!/map=38329&loc=-23.553737000000016,-46.617328,17>. Figura 10 – Fachada escola técnica Getúlio Vargas. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Primeira_Escola_Profissional_Masculina_02.jpg>. Modificada pelo autor. Figura 11 – Fachada Palácio das Indústrias. Disponível em: <http://www.ipatrimonio.org/palacio-das-industrias/#!/map=38329&loc=-23.544161000000003,-46.627823,17>.

lista de figuras

Figura 12 – Perspectiva Feira da Madrugada. Disponível em: <https://www.hojeemdia.com.br/primeiro-plano/economia/sonega%C3%A7%C3%A3o-feira-do-br%C3%A1s-invade-cidades-do-sul-de-minas-1.204380>. Figura 13 –Rio Tamanduateí, 1894.. Disponível em: < https://g1.globo.com/sao-paulo/rios-de-sao-paulo/noticia/rio-tamanduatei-perde-curvas-com-canalizacao-ao-longo-dosv-anos-veja-mapas.ghtml>. Modificado pelo autor. Figura 14 – Perspectiva Rua do Gasômetro. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 15 – Local de comércio informal em frente a estação da CPTM – Brás. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 16 - Vista da ocupação SESC Parque Dom Pedro II em direção a república. Disponível em: < https://www.sescsp.org.br/online/artigo/9692_SP462+FESTA+NO+PARQUE+DOM+PEDRO>. Figura 17 - Praça Parque Dom Pedro II - Perspectiva da praça vista com frondosa arborização e com o belíssimo coreto de ferro, o primeiro do gênero a chegar à cidade.. Disponível em: < https://idd.org.br/acervo/praca-dom-pedro-ii-2/>. Figura 18 – Fachada do Senai Roberto Simonsen – Arborizada. Disponível em: < https://www.google.com.br/maps/@23.5405132,46.6226549,3a,75y,86.55h,88.58t/data=!3m6!1e1!3m4!1sOjJ1v79WeZ46wIWk2BIK1g!2e0!7i16384!8i8192Data:26/02/2020>. Modificada pelo autor. Figura 19 – R. Prudente de Morais. Disponível em: < https://www.google.com.br/maps/@-23.5405132,46.6226549,3a,75y,86.55h,88.58t/data=!3m6!1e1!3m4!1sOjJ1v79WeZ46wIWk2BIK1g!2e0!7i16384!8i8192Data:26/02/2020 >. Modificada pelo autor. Figura 20 – Vista aérea para a estação Parque Dom Pedro II do Metrô. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7%C3%A3o_Pedro_II>. Figura 21 – Viaduto Diário Popular Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020.

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Figura 22 – Rua Monsenhor Andrade. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 23 – Rua Monsenhor Andrade. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020.


Figura 24 – Esgoto e lixo na via pública na Rua Monsenhor Andrade. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 25 – Rua Monsenhor Andrade. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 26 - Acesso estação Brás-CPTM. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 27 – Visão da Rua do Gasômetro. Na imagem o trilho de passagem do trem. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 28 – Fachadas das antigas fábricas na Rua Monsenhor Andrade. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 29 – Rua Melo Barreto. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 30 – Rua Caetano Pinto / Ocupação MLM (Movimento Luta por Moradia). Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 31 – Perspectiva do Viaduto Maestro Alberto Marino para a Av. Rangel Pestana. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 32 – Rua Caetano Pinto / Ocupação MLM (Movimento Luta por Moradia). Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 33 – Rua Sobral. Foto tirada pela Equipe 02 em 07/03/2020. Figura 34 - Crianças em situação de rua. Disponível em: <https://observatorio3setor.org.br/noticias/criancas-e-jovens-em-situacao-de-rua-estao-mais-vulneraveis-na-pandemia/> Figura 35 - Pessoas dormindo embaixo do “Minhocão”. Disponível em: <https://m.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/05/1887552-antiga-cracolandia-agora-se-espalha-por-23-pontos-do-minhocao-a-paulista.shtml>

lista de figuras

Figura 36 - Perspectivas e instalação. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/886560/capsulas-construidas-com-impressao-3d-podem-abrigar-moradores-de-rua-em-nova-iorque/5a4bac58b22e38b5fa00002d-3d-printed-hexagonal-pods-could-house-new-york-citys-homeless-image> Figura 37 -Vista abrigo e dignidade. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/886560/capsulas-construidas-com-impressao-3d-podem-abrigar-moradores-de-rua-em-nova-iorque/5a4bac64b22e38b5fa00002e-3d-printed-hexagonal-pods-could-house-new-york-citys-homeless-image> Figura 38 -Cápsula Dormitório. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/886560/capsulas-construidas-com-impressao-3d-podem-abrigar-moradores-de-rua-em-nova-iorque/5a4bacbcb22e38b5fa000031-3d-printed-hexagonal-pods-could-house-new-york-citys-homeless-image> Figura 39 -Perspectiva humanizada do interior da capsula. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/886560/capsulas-construidas-com-impressao-3d-podem-abrigar-moradores-de-rua-em-nova-iorque/5a4bacdcb22e38fb66000009-3d-printed-hexagonal-pods-could-house-new-york-citys-homeless-image> Figura 40 -Perspectiva Stepping Stones. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/909329/proposta-de-morris-plus-company-reaproveita-estacao-de-metro-de-londres-como-albergue-para-sem-tetos Figura 41 -Corte Humanizado. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/909329/proposta-de-morris-plus-company-reaproveita-estacao-de-metro-de-londres-como-albergue-para-sem-tetos Figura 42 -Perspectiva acesso. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/909329/proposta-de-morris-plus-company-reaproveita-estacao-de-metro-de-londres-como-albergue-para-sem-tetos Figura 43 -Planta tipo. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/909329/proposta-de-morris-plus-company-reaproveita-estacao-de-metro-de-londres-como-albergue-para-sem-tetos Figura 44 -Diagrama Funcional. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/909329/proposta-de-morris-plus-company-reaproveita-estacao-de-metro-de-londres-como-albergue-para-sem-tetos Figura 45 -Vulnerabilidade Social. Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2017/10/guerra-as-drogas-transforma-pessoas-em-situacao-de-rua-em-inimigos-publicos/

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v

SUMÁRIO resumo-abstract

5

Lista de figuras............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 8

1.HISTÓRIA CONCISA 11

1.1 Um local abandonado a memória da cidade cronologia de desenvolvimento............................................................................................................................................................................................................................................ 14

2. INVESTIGAÇÃO

17

2.1 A crescente de quem ocupa................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 20; 2.2 Caracterização do Local..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 24; 2.3 O que meus olhos veem?..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 25; 2.4 Os cheios e vazios da cidade - Traçados urbanos......................................................................................................................................................................................................................................................................................... 26; 2.5 Topografia............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 27; 2.6 Zoneamento - As diversas camadas................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 29; 2.7 Educação, saúde e patrimônio............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 31; 2.8 Arborização............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 32; 2.9 Informações sobre espécies arbóreas........................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 33; 2.10 Espécies existentes............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 34

3. vulnerabilidade social 35

sumário

3.1 Segurança e Vulnerabilidade............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 37; 3.2 Sensações de segurança.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 38; 3.3 Vulnerabilidade...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 39; 3.4 A rua e a dependência química.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 40; 3.5 Equipamentos de lazer......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 41; 3.6Gehl e os aspectos urbanos................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 42

4. o que se perde enquanto os olhos piscam? 44 5. intervenção 47

5.1 Problemática........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 48; 5.2 Prognóstico............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 49

6. REFERÊNCIAS arquitetônicas

50

6.1 FRAMLAB Abrigo e Dignidade.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 51; 6.2 Morris+ Company Stepping Stones.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 54

7. ocupe-se - área de implantação 56

7.1 Escolha e Localização............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 58; 7.2 Escolha e Locaçização - Dados Censitários.................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 59

8. ocupe-se - a proposta 61

8.1 Partido e Justificativa.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 62; 8.2 Conceito e Volumetria.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 63; 8.3 Fluxos e Acessos................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 66; 8.4 Setorização e Programa de Necessidades..................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 68; 8.5 Estruturas.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 69; 8.6 Materiais e Acabamentos.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 70; 8.7 Divisórias................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 72

9. ocupe-se - o projeto

10

10. CONCLUSÃO 101

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1.HISTÓRIA CONCISA

1 1


1.1 um local abandonado

Figura 01 | Várzea do Carmo em 1918.

Uma das áreas mais esquecidas da cidade de São Paulo, o Parque Dom Pedro II, já foi um espaço de lazer para os paulistanos e motivo de muito orgulho para a administração pública devido à sua beleza e capacidade de entretenimento. Muito tempo antes da região ser conhecida como Parque Dom Pedro II, toda a área era chamada de Várzea do Carmo. Aqui, uma curiosidade paulistana: a primeira parte do nome, “Várzea”, é oriunda das cheias do rio Tamanduateí e “do Carmo”, vem da igreja dos carmelitas, Conhecida como igreja do Carmo, que também nomeava a ladeira e a

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ponte no fim dela. Atualmente, esse antiguíssimo trecho corresponde à Avenida Rangel Pestana. Durante muitos anos, as margens do nVosso Tamanduateí serviram como local de banho, para o trabalho das lavadeiras e, claro, como de hábito aqui no Brasil, para o despejo de lixo em suas límpidas águas. Com o passar dos anos e o aumento da densidade populacional ao redor das margens do rio, as enchentes passaram a ser um problema considerável aos moradores do local.


Figura 02 | Vista do Parque Dom Pedro II.

No fim do século XIX a retificação total do Tamanduateí já era um plano “pronto” e ganhou impulso para ser “finalizada”. Na gestão de João Theodoro, Presidente da Província entre 1872 e 1875, foi realizada a canalização do primeiro trecho do rio que tinha como grande objetivo transformá-lo em uma reta, em especial, na região entre o Brás e a Luz. Além disso, vale o destaque que Theodoro foi o responsável por colocar jardins e conceber a Ilha dos Amores, iniciativas única e exclusivamente suas que o caracterizaram como um dos primeiros urbanistas do país. Anos depois do seu mandato, mais especificamente em 1880, o poder público volta a discutir um plano de “embelezamento” da Várzea do Carmo, além de procurar novas soluções para as constantes enchentes que ainda

Para se ter uma ideia do tamanho do incômodo, no ano de 1810, o poder público tentou construir uma vala no centro da várzea, um “piscinão” do século XIX, para barrar os constantes alagamentos do Tamanduateí. Mesmo com todas essas dificuldades, o Tamanduateí seguia com suas curvas pela várzea e auxiliando no desembarque das canoas que vinham com mercadorias das fazendas de São Bernardo, São Caetano e Ipiranga. Mas que porto seria esse? O Porto Geral que nomeia uma importante ladeira próxima à Rua 25 de março. Essa rotina de alagamentos,

canoas e desembarques duraram até o ano de 1849, quando começaram as primeiras obras de retificação do Tamanduateí assinadas pelo famoso engenheiro Carlos Bresser. Com as obras iniciadas, a região perdeu as sete voltas e se tornou uma rua que, com o passar do tempo, começou a ser chamada de Rua de Baixo, já que ficava Vna parte baixa da metrópole. No ano de 1865, finalmente a rua passou a ter o nome que conhecemos hoje: 25 de março, nome utilizado em homenagem à Primeira Constituição feita pelo Império que foi promulgada em 25 de março de 1824.

1.1 um local abandonado

atingiam a população daquela região. No final dos anos 50, dentro do plano, o parque teve sua estrutura alterada e acabou sofrendo intervenções, como cinco viadutos, pavimentação da Avenida do Estado no trajeto do Tamanduateí e várias outras obras. A concepção da Avenida do Estado, aliás, é o marco para o começo da degradação do parque. O terminal de ônibus, surgido em 1971, a estação Pedro II do Metrô e várias outras ideias do poder público, acabaram degradando e destruindo o espaço do parque aos poucos, resultando em, agora, um espaço de transição e não mais de interação com a cidade.

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V

Como toda cidade, o centro histórico de São Paulo proporciona referências que contam a história do seu desenvolvimento, luta populacional e crescimento. Kevin Lynch em seu livro “A imagem da cidade” defende uma cidade com pontos de identificação, onde as pessoas que vivem naquele território criam laços e pontos de destaque, o que faz com que a

relação com a cidade crie a sensação de pertencimento. Em destaque a essa ideologia, abaixo destacamos as arquiteturas que marcam o espaço envoltório de análise para entendermos de maneira lógica e cronológica essa evolução.

A Fachada lateral da estação Brás da CPTM foi o que restou da antiga estação Brás, construída pela São Paulo Railway Company. Atualmente, a fachada se encontra--se degradada, mas passará por um projeto de restauro.

Em 1889 o Complexo do Gasômetro foi ampliado devido ao aumento da demanda de combustível e foi construída uma nova usina, a Casa das Retortas, que tinha esse nome por abrigar as retortas, recipientes que faziam a queima do carvão importado da Inglaterra.

Figura 04 | Parque Dom Pedro II vista aérea.

1.2 a memória da cidade cronologia de desenvolvimento

1867

1870

1889

Antes da região ser conhecida como Parque Dom Pedro II, toda a área era chamada de Várzea do Carmo, e antes havia uma ilhota chamada Ilha dos amores. As margens do Tamanduateí serviram como local de banho, para o trabalho das lavadeiras e para o despejo de lixo em suas límpidas águas.

Figura 03|Fachada Lateral estação do Brás da CPTM Figura 05 | Complexo do Gasômetro vista aérea.

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Fundada no ano de 1910, surgiu em um período que já existiam muitas indústrias têxteis no bairro, porém a era de riqueza dos cafeicultores de São Paulo e a mão de obra que a cidade tinha para oferecer, tornou a fábrica algo próspero. Atualmente, os galpões se encontram em bom estado de conservação, porém abandonado.

O Primeiro Grupo Escolar do Brás, atualmente conhecida como Escola Estadual Romão Puiggari, foi fundada ainda no Brasil imperial, no século 19. No ano de 1926, a escola sofreu um incêndio que a obrigou a passar por uma grande reforma, o que proporcionou a aparência atual. Figura 08 | Perspectiva da fachada do Moinho Matarazzo Figura 06 | Fachada da Igreja do Bom Jesus do Brás

1896

1898

A atual Igreja do Bom Jesus do Brás foi erguida entre 1896 e 1903, no mesmo local onde foi construída a capela original, na Avenida Rangel Pestana. Muitos consideram a igreja como um marco histórico e arquitetônico.

1899

1910

Inaugurado em 1899, o Moinho Matarazzo foi considerado o maior edifício fabril da família Matarazzo e também um dos mais importantes. Foi palco de uma das maiores reivindicações trabalhistas de São Paulo. Atualmente, embora seja tombado, o edifício Moinho Matarazzo se encontra semi abandonado.

Figura 07 | Fachada da Escola Estadual Romão Puiggari.

Figura 09 | Fachada lateral tecelagem Labor

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A antiga Primeira Escola Profissional Masculina foi criada com o intuito de profissionalizar e especializar a população masculina trabalhadora. A escola com o tempo acabou se tornando a Escola Técnica Getúlio Vargas. Atualmente, o prédio pertence ao estado e se transformou no Fórum Brás das Varas Especiais da Infância e da Juventude.

1.2 a memória da cidade cronologia de desenvolvimento

1911

1922

2003

O Palácio das Indústrias foi construído com o propósito de mostrar a grandeza econômica de São Paulo. Em 1992, a sede da prefeitura da cidade foi transferida para o palácio, permanecendo até 2004, e a partir de 2009 até a atualidade, o local vem sendo usado como o Museu Catavento. Figura 10 | Fachada escola técnica Getúlio Vargas.

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A Feira da Madrugada teve inicio em 2003. Seu inicio se deu na região da Rua 25 de Março, no coração do centro de São Paulo, ponto muito conhecido por abrigar diversas lojas e comércios com preços atrativos.

Figura 12 | Perspectiva Feira da Madrugada


2. INVESTIGAÇÃO

17


18

Figura 13 | Perspectiva Rio TamanduateĂ­.


Figura 14 | Perspectiva Rua do GasĂ´metro.

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CIDADE DE SÃO PAULO

REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

REGIÃO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

Região metropolitana

BAIRROS QUE COMPÕEM O DISTRITO DA MOOCA

Região municipal

Distrito da Mooca

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

2.1 A CRESCENTE DE QUEM OCUPA

20

Analisando os dados de Crescimento Populacional e de Densidade Demográfica que condiz à Região do Distrito do Brás, observa-se que, a partir de 1980, o bairro que teve seu desenvolvimento através de atividades industriais e comerciais passa por um forte decréscimo da população, ocasionado pela redemocratização política do país junto aos movimentos higienistas da época, que levaram as indústrias que ali se instalaram a mudar para as regiões periféricas da cidade, atingindo seu apogeu nos anos 90 com a abertura e a desregulamentação da economia. Consequentemente, a população que residia no distrito do Brás, sendo a maioria operários das indústrias, passaram a mudar para regiões próximas as novas instalações industriais na periferia. (BÓGUS; TASCHNER, 2001).

Este decréscimo populacional se intensificou a partir dos anos 90 até o final do século no ano 2000, devido a degradação do bairro gerada pela migração das indústrias que mantiveram seus comércios e serviços na região de modo a garantir o vínculo comercial com a região metropolitana, reciclando sua competitividade com a reestruturação das plantas já instaladas e a introdução de novos métodos de gestão. (BÓGUS; TASCHNER, 2001). Por fim, o crescimento populacional, durante o século XXI, como pode ser observado até o último censo em 2010, volta a ter um crescimento significativo devido a implantação de projetos habitacionais para reestruturação do bairro, além da sua proximidade com o centro comercial e empresarial de São Paulo, visando também a restauração


TABELA 01 - REGIÕES ENVOLTÓRIAS Distritos Belém Brás Área (km²)

3,00

6,00

Mooca

Pari

7,70

2,90

População (senso 2010) 4.5057,00 29.265,00 75.724,00 17.299,00 Densidade Demográfica (Hab/km²) 7.510,00

8361,00

9.834,00

5.965,00

Fonte: IBGE 2010.

TABELA 02 - CRONOLOGIA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL (Habitantes) Belém

1980

% de cresc.

1991

% de cresc.

2000

% de cresc.

2010

57.195

-1,27

49.697

-2,49

39.622

1,29

45.057

Brás

38.630

-1,28

33.536

-3,14

25.158

1,52

29.265

Mooca

84.583

-1,45

71.999

-1,42

63.280

1,81

75.724

Pari

26.968

-2,12

21.299

-3,95

14.824

1,56

17.299

Fonte: IBGE 2010.

Fonte: IBGE 2010.

O que devemos observar com relação aos dados (na Tabela 1 e 2) e nos questionar é: quem são essas pessoas? Que raça, gênero e classe ocupa? Há uma mescla enorme entre os públicos, principalmente com o incentivo do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo (PDEM-SP). Há também uma recentralização pela classe econômica média-alta nos últimos 5 anos e pelos movimentos de luta por moradia, o que justifica a permanência dos cortiços na região, ocupados por migrantes e imigrantes, devido ao acesso as

zonas comerciais e centrais que possibilitam as chances de trabalho. O urbanista Nabil Bonduki (um dos colaboradores do PDEM-SP) em entrevista para o ESTADÃO (30 de abril de 2011) afirma que esse processo poderia ter ocorrido de forma mais intensa nos últimos anos, com mais investimentos e uma política de estímulo à ocupação por parte do poder público. O especialista ressalta que o centro deve servir também como opção de moradia para a população de baixa renda. “Não deve se tornar uma área de exclusão social.”

No ‘’Mapa Densidade Demográfica, 2010’’ (a esquerda), conseguimos visualizar e comparar os diversos bairros com relação a densidade. Obviamente, a região do Parque Dom Pedro II e Brás (que fazem parte do centro expandido) não chegam a ser densos como regiões da periferia da Zona Leste e Zona Sul. Porém, vale ressaltar que, há um grande movimento de ocupação dessas áreas que necessitam de equipamentos públicos e privados para a sua permanência no espaço em questão. Assegurar que essas áreas sejam pensadas e planejadas para o hoje e o amanhã é garantir a permanência dessas famílias e acima de tudo, uma qualidade de vida a todos, antigos e novos ocupantes. Ao lado, no ‘’Mapa Região Municipal Transportes’’ podemos analisar a construção e percurso de uma maneira macro do município. Destacando o fato de, todo o planejamento tanto sobre transporte público (trilhos, ônibus) quanto das vias passam pela localidade, como um ponto focal. Sabemos que durante muitos anos, no começo da formação de São Paulo, as regiões centrais eram ocupadas pelos donos de terras e comerciantes do alto escalão, e que todos os planos em benefício a cidade eram feitos buscando os interesses dessa classe. Em um determinado momento da história houve uma fuga dessa região, ou a mudança de centralidade como conhecemos e hoje desce acompanhando o rio Pinheiros sentido Campos Elísios.

2.1 A CRESCENTE DE QUEM OCUPA

21


Vias Expressas

2.1 A CRESCENTE DE QUEM OCUPA

22

Há uma infraestrutura pronta que fornece tudo que grande parte da população da cidade, principalmente nas regiões periféricas pedem, estação de metrô ou trem próximos. No mapa a seguir ‘’Região Parque Dom Pedro Obstáculos’’ analisa-se os obstáculos do ponto de vista visual e de locomoção. A utilização de vetores demonstra que há uma maior dificuldade de transição e ótica no sentido leste-oeste (horizontalmente), o que deve-se pensar no público e acesso da região leste para o local de estudo. Pelo Parque D. Pedro II passa uma importante ligação viária, norte/sul, de caráter metropolitano (a Avenida do Estado) e a mais importante ligaçãov

Corredores de ônibus

Transporte sobre trilhos

ligação leste/oeste da cidade. As obras viárias, no início dos anos 70, transformaram o parque num nó viário, anulando suas qualidades urbanas e suas outras funções públicas. Através dessas análises concluímos que existe uma necessidade de intervenção na localidade, e a seguir iremos destacar e caracterizar a imagem desse local por meio de outras semióticas. Obstáculos

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

Obstáculos Leste-Oeste

Obstáculos Norte-Sul


Figura 15 | Local de comércio informal em frente a estação da CPTM - Brás.

23


PARQUE DOM PEDRO II

PARI / BRÁS

10

01

08

06

CPTM BRÁS

02

BELENZINHO 07 03

2.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

METRÔ BRÁS TERMINAL PARQUE DOM PEDRO

09

04 05 PARQUE DOM PEDRO

METRÔ PEDRO II

MOOCA

0

24

100

250

500 m

Área de análise envoltória Linha do Metrô de São Paulo Linha do trem - CPTM Avenida do Estado Área = 100 Hectares 1 km² Fonte: Google Earth


01

Fonte: Google Earth.

02

Fonte: Google Earth.

A experiência de vivenciar a cidade da ótica pessoal humana nos permite conceber diversas sensações que não conseguimos captar através da internet, mapas, imagens ou livros. Cheiros, iluminação, sensações de segurança, escala, tudo isso somado a experiência a pé, permite caracterizar e tomar decisões projetuais mais sólidas e construtivas, sempre levando em consideração a opinião pública dos moradores e usuários do dia-a-dia. As formas de se pensar cidade nos dias de hoje são diversas, dentro desse campo podemos destacar o Urbanismo Colaborativo ou Urbanismo Tátil, que busca 05

06

soluções para os problemas diários do local junto as pessoas da região. Isso faz com que crie-se um sentimento de pertencimento que estimula o cuidado com o público, assim como desenhos e soluções de designer mais assertivas. De modo geral, há diversos extremos presentes no território em questão, que oscilam entre si de vielas á grandes avenidas, de movimento esporádico a circulação e grande ocupação do espaço, moradores antigos e atuais, de culturas diversas. Não há troca, não há conhecimento de quem ocupa, de quem é o vizinho ao lado. Não há vivência de vida urbana. 07

03

Fonte: Google Earth.

Fonte: Google Earth.

2.3 O QUE MEUS OLHOS VEEM

Fonte: Google Earth.

Fonte: Google Earth.

08

09

10

04

Fonte: Google Earth.

Fonte: Google Earth.

Fonte: Google Earth.

Fonte: Google Earth.

25


responsável que surgiram em sua grande maioria por influência do movimento modernista dos anos 60. A naturalidade do desenvolvimento desordenado tem elementos urbanos que fazem com que criemos uma identidade e reconhecimento com o local, como ocorre na área estudada do Parque Dom Pedro II, diferente do espaço planejado que não instiga

2.4 os cheios e vazios da cidade traçados urbanos

26

O traçado urbano (vista área que pode ser trabalhada de diversas maneiras gráficas) consegue nos proporcionar diversas informações e nos diz muito sobre a forma como a cidade se desenvolveu. As cidades com formatos mais orgânicos nasceram (em sua grande maioria, como Copenhagen, Barcelona, Roma) de uma centralidade e expandiu-se paras os extremos. Também incluem características da urbanização medieval, tais quais podemos destacar a distribuição social: ricos e a igreja em sua centralidade e os produtores (classe trabalhadora) nos extremos, surgindo o conceito de valorização das zonas centrais. As cidades com malhas reticuladas (Mississauga, New York, Toronto) foram, certamente, planejadas para ter esse formato, seja por interesses imobiliários ou planos da gestão

a criação de pontos focais, “nó” de encontros e há uma limitação no loteamento e área. No mapa do Parque Dom Pedro II também podemos destacar que há espaços vazios dentro das áreas de loteamento, sem uso.


PARQUE DOM PEDRO II

CORTE CC

CORTE AA

CORTE BB

0

250

500

1 000 m

Fonte: Google Earth

A ocupação urbana em terrenos que apresentam estas características estão sujeitas a inundação e alagamentos, tanto pelo extravasamento das águas dos rios retificados, como é o caso do Tamanduateí próximo ao Parque Dom Pedro II, quanto pelo recebimento das águas pluviais de setores situados em altitudes mais elevadas, devido a impermeabilização do solo. (CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO,

O município da Cidade de São Paulo encontra-se sobre o Planalto Oriental, também conhecido como Planalto Atlântico. Deste modo, o relevo do Distrito do Brás apresenta poucos acidentes geográficos e encontra-se sobre uma altitude, em relação ao nível do mar, entre 731m à 738m, como podemos ver nos cortes esquematizados, como podemos ver nos cortes esquematizados, mostrando uma variação no relevo de 7m que se distribui de forma

homogênea, sem declives muito acentuados. Em relação aos aspectos geológicos do solo desta região, constata-se que o mesmo é caracterizado por sedimentos quaternários que são compostos por depósitos aluviais, que ocorrem ao longo das várzeas dos rios e córregos atuais, como os do rio Tietê e Tamanduateí, intensamente remodelados pela ação humana por meio de retificações dos canais e aterramento das várzeas.

2.5 topografia

738m 735m 731m

CORTE AA

Fonte: Google Earth.

CORTE BB

Fonte: Google Earth.

CORTE CC

Fonte: Google Earth.

736m 732m

736m 731m

27


28

Figura 15 | Local de comércio informal em frente a estação da CPTM - Brás.


MAPA 06 - ZONEAMENTO PREVISTO

MAPA 07 - USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Galpão Serviços

ZC – Zona de Centralidade

Uso Misto

Praça / Canteiro

Institucional

ZEIS 3 – Zona Especial de Interesse Social 3

Comercial Industrial Residencial Patrimônio

2.6 zoneamento

as diversas camadas 0

250

500

0

1 000 m

250

500

1 000 m

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

Há diversos aspectos importantes para serem analisados quando se trata de um território conflitante como o Parque Dom Pedro. Podemos destrinchar o seu

zoneamento previsto e sua utilização de ocupação atualmente, por exemplo. No zoneamento em questão (Mapa 6) há uma ligação ao Plano Diretor vigente que busca a inserção da ZEIS 3,

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

Atualmente (Mapa 7), há diversos tipos de utilização, sendo o comércio e uso misto o de maior destaque. As residências existentes tem suas

configurações interiores no formato de cortiços ou habitações ocupadas irregularmente por, na sua grande maioria, imigrantes ou pessoas de baixo

29


O estudo dos gabaritos de Altura, como apresentado no mapa abaixo, informa que a região apresenta um gabarito predominantemente baixo entre 3 a 6m de altura, indicando edificações de até 3 pavimentos. Essa característica presente no distrito do Brás se dá pelo fato de grande parte das

MAPA 08 - GABARITO DE ALTURA E VIAS DE TRANSPORTE

edificações serem edificações antigas da época de formação do bairro, além de grandes galpões das antigas fábricas que ali se instalavam. Os poucos pontos que apresentam gabaritos com altura superior a 6m ou a 9m são edificações mais recentes, que começaram a surgir na década de 50 e 80.

1 a 3 Metros 4 a 6 Metros 6 a 9 Metros Acima de 9 Metros

Via Arterial Via Local Via Coletora

Figura 16 | Vista da ocupação SESC Parque Dom Pedro II em direção a república.

2.6 zoneamento as diversas camadas

0

250

500

1 000 m

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

Figura 17 | Praça Parque Dom Pedro II - Perspectiva da praça vista com frondosa arborização e com o belíssimo coreto de ferro, o primeiro do gênero a chegar à cidade.

30

Observa-se também que, com os novos projetos habitacionais que estão se voltando para este distrito atualmente, o bairro passará a ter edificações com gabaritos cada vez maiores, principalmente próximo as estações de trem da CPTM e do Metrô. Contudo, o crescimento dos

gabaritos na região podem alavancar os problemas de insalubridade existentes no bairro, devido ao sombreamento que a projeção desses novos edifícios pode causar em determinadas ruas se nada for feito para restaurar e requalificar estes espaços.


MAPA 09 - EDUCAÇÃO, SAÚDE E PATRIMÔNIO Escola Técnica Escola Estadual Escola Particular Saúde Patrimônios Tombados

A partir do Mapa de Educação, Saúde e Patrimônio, observa-se que o Distrito do Brás apresenta muitas instituições educacionais e edificações históricas que foram tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT). Historicamente, o bairro do Brás, durante todo seu

período de formação e desenvolvimento morfológico urbano, teve forte presença de institutos educacionais, devido ao intuito de profissionalizar os operários das antigas fabricas que existiam na região e, por este motivo, o bairro ainda concentra grande parte dessas instituições, hoje conhecidas como Escolas Estaduais, EMEI’s, ETEC’s e Centros de Formação Profissional

TABELA 03 – INSTITUIÇÕES ESCOLARES, TURMAS E MATRÍCULAS EM PRÉ-ESCOLA, SEGUNDO DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA: MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SUBPREFEITURAS E DISTRITOS MUNICIPAIS, 2012 Unidades Territoriais 0

250

500

1 000 m

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

Em relação a instituições voltadas para a saúde, o Distrito e a região estudada apresenta apenas uma edificação que atende como hospital: o Hospital Particular Santa Maggiore, que encontra-se localizado próximo a estação e ao parque Dom Pedro II, mas com pouca acessibilidade

Total

Municipal Rede Direta

Conveniada com PMSP

Privada

Estabc/os Turmas* Matrículas

Estabc/os Turmas Matrículas

Estabc/os Turmas Matrículas

Estabc/os Turmas Matrículas

MSP Sé Bela Vista

2.484 97 18

12.180 342 66

259.095 6.012 1.078

523 12 3

5.817 89 21

182.249 2.471 546

26 10 3

77 26 6

Bom Retiro

14

49

960

2

16

439

3

8

Cambuci

9

31

679

2

16

507

-

-

Consolação

15

67

1.224

2

18

512

-

-

Liberdade

17

41

499

1

2

11

1

2

República Santa Cecília

2 20

13 70

284 1.161

1 1

10 6

271 185

2

2

5

127

-

-

-

1

1.821 652 128

1.932 75 12

6.275 227 39

9

25

286

-

7

15

172

-

13

49

712

34

15

37

454

7

162

1 17

3 57

13 814

3

93

1

2

34

235

74.829 2.889 404

2.7 educação, saúde e patrimônio

para pedestres. Observa-se que não há unidades básicas de saúde ou hospitais públicos que atendam a região estudada, mostrando que Fonte: Censo Escolar MEC/Inep e Centro de informações educacionais. há um grande déficit de equipa* Não inclui 52 turmas unificadas de creche e pré-escola. Elaboração: SMDU/Deinfo. mentos de saúde pública para o Na Tabela 3, podemos verificar a demanda de matrículas nas regiões distrito do Brás. centrais da cidade (linha em destaque). Quando complementamos com o Mapa 9, verificamos a ausência desse tipo de instituição na zona de estudo.

31


2.8 arborização

32

A análise e levantamento dos extratos arbóreos da região permite concluir também que os maiores adensamentos arbóreos encontram-se no Parque Dom Pedro II e no Parque Banemerito José Brás, próximos da estação de metrô Dom Pedro e Brás, respectivamente. Embora haja certas concentrações em menores níveis de vegetação pelas ruas da região. Apesar da grande concentração arbórea nesses dois pontos, também há concentrações em menores níveis pelos calçamentos e ruas da região. Em grande parte do bairro, a análise da vegetação mostra que as árvores de calçadas não são nativas da mata atlântica de São Paulo, o que gera problemas com a fauna de aves silvestres e abelhas. A maioria dessas árvores são provenientes da Ásia e foram implantadas durante o período de intervenções urbanísticas voltadas a política higienista e de embelezamento, por serem consideradas exóticas e muito utilizadas para embelezar as cidades. Assim, uma análise mostra que cerca de 60% do extrato arbóreo da região é proveniente da Ásia e cerca de 28% apenas são árvores nativas da América do Sul, enquanto os 12% restantes são de outras regiões. Em média, a área estudada com cerca de 1900km², apresenta apenas 350km² de área verde espalhadas na região, o que indica que apenas 16% da área é coberta por algum tipo de vegetação, dado que desses 16% a grande maioria pode ser considerada como árvores de Alta ou Média Cobertura Arbórea, ou seja, árvores que apresentam copas densas ou muito densas. Esta baixa quantidade de vegetação na região é o que causa problemas sérios de poluição atmosférica, levando a formação de ilhas de calor, além de um aumento da poluição sonora pela falta de copa de árvores que bloqueiem a propagação das ondas sonoras.

MAPA 10 - MASSA ARBÓREA E POSSÍVEL HABITAT DE AVES SILVESTRES

Vegetação Herbáceo-arbustiva Baixa Cobertura Arbórea, Arbóreoarbustiva e ou arborescente Média e Alta Cobertura Arbórea, Arbóreo-arbustiva e ou arborescente Parques Municipais Arborização viária catalogada Arredores do Parque Vila Guilherme ¹ Arredores do Parque Piqueri ²

0

250

500

Figura 18 | Fachada do Senai Roberto Simonsen – Arborizada predominantemente de Alfaneiros, Figueiras e Pau-Fava.

1 000 m

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

Figura 19 | R. Prudente de Morais.


GRÁFICO 03 - CATEGORIAS DE VEGETAÇÃO

GRÁFICO 01 - MASSA ARBÓREA:

(DENTRO DA PORCENTAGEM DE COBERTURA VEGETAL):

Massa Arbórea 27%

Vegetação HerbáceoArbustiva 8% Sem Massa 73%

Alta ou Média Cobertura Arbórea, Arbóreo-Arbustiva e ou Arborecente 60%

GRÁFICO 02 - ORIGEM DAS ESPÉCIES (COM BASE NA PESQUISA DE CAMPO):

Não Identificado 3% Oceania 4%

América do Norte 0%

GRÁFICO 04 - ESPÉCIES PREDOMINANTES (PERCEPÇÃO DE PESQUISA DE CAMPO):

Europa 0%

Demais Espécies Ipê 8% 6%

África 5% América do Sul 28%

Baixa Cobertura Arbórea, ArbóreoArbustiva e ou Arborecente 32%

Alfeneiros e Figueiras 35%

Aroeira Mansa 6% Ásia 60%

Palmeira e Coqueiros 15% Pata-deVaca…

Chuva-deOuro e Pau-Fava…

TÓPICOS SOBRE A ARBORIZAÇÃO DO BAIRRO DO BRÁS Em média, a área estudada tem 1 000 000 m². Apenas 270 000 m² dessa área, aproximadamente, possui vegetação. Como mostra o gráfico ao lado, quase 90% da área não é arborizada, o que torna a região poluída por CO2, e super aquecida. Vegetação Herbáceo-Arbustivas: Vegetação que possui caules finos (Dracena-de-Madagascar, Amoreira). Baixa Cobertura Arbórea, Arbóreo-Arbustiva e ou Arborescente: Árvores que apresentam copas pouco densas. (Coqueiros, Palmeiras, Ipês, Mamoeiros, Escova-de-Garrafa). Alta ou Média Cobertura Arbórea, Arbóreo-Arbustiva e ou Arborescente: Árvores que apresentam copas densas ou muito densas (Amendoeira-da-Praia, Acácia-Australiana,

2.9 informações sobre espécies arbóreas

33


Figura 20 | Vista aérea para a estação Parque Dom Pedro II do Metrô.

2.10 espécies existentes Fonte: Elaborado pela equipe 02.

O principal motivo para a maioria das árvores não serem nativas, é que grande parte da vegetação vinda da Ásia é consideradVa exótica e muito utilizada para embelezar cidades;

34


3. vulnerabilidade social

35


Figura 21 | Vista viaduto Diรกrio Popular.

36


Vulnerabilidade Muito Baixa Vulnerabilidade Baixa Vulnerabilidade Média Pontos Críticos de Vulnerabilidade (Segundo Pesquisa de Campo) Cortiços

0

250

500

1 000 m

Os estudos da região permitem inferir sobre as sensações de vivência que a população tem em determinados pontos da área proposta. A vulnerabilidade em questão refere-se a social, e ao modo de vida dos moradores da regiã Analisando esses pontos, observa-se que a Avenida Rangel Pestana e a Rua do Gasômetro podem ser classificadas como zonas seguras em quase todo seu comprimento devido a alta concentração de comércios e sinalizações,

foram assim determinadas devido a falta de acessibilidade, mobilidade, equipamentos e mobiliários, como ocorrem no encontro da avenida Rangel Pestana com o Viaduto Maestro Alberto Marino e no seu outro extremo de encontro da Av. Mercúrio ao Viaduto Vinte e Cinco de Março. o entendendo os aspectos de acesso ao transporte, emprego, uso de drogas, etc. Deste modo, através do mapa de sensações (Mapa 12) junto ao gráfico de análise apresentado (Gráfico 11), observa-se que a sensação de segurança e bem estar da população que reside e frequenta esta região, em determinados pontos, está diretamente relacionada com as questões 3.1 SEGURANÇA E de passeios, gestão de resíduos sólidos e odores, VULNERABILIDADE tráfegos, mobilidade e acessibilidade, equipamentos e mobiliários urbanos, arborizações e vulnerabilidades.

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

que permitem o passeio dos pedestres. Outro ponto classificado como uma zona segura é o Palácio das Indústrias onde funciona o Museu Catavento, devido sua própria segurança como equipamento público cultural e as arborizações existentes que trazem uma sensação de mais tranquilidade fora do meio urbano que o envolve. As zonas classificadas como “zonas médias e perigosas”

Figura 22 | Rua Monsenhor Andrade com R. Profº Eurípedes Simões de Paula.

37


Zona Segura Zona Média Zona Perigosa Zona Muito Perigosa

3.2 SENSAÇÕES DE SEGURANÇA 0

38

250

Figura 23 | Rua Monsenhor Andrade.

500

1 000 m

Os estudos da região permitem inferir sobre as sensações de vivência que a população tem em determinados pontos da área proposta. A vulnerabilidade em questão refere-se a social, e ao modo de vida dos moradores da região entendendo os aspectos de acesso ao transporte, emprego, uso de drogas, etc. Deste modo, através do mapa de sensações

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

Figura 24 | Esgoto e lixo na via pública na Rua Monsenhor Andrade.

(Mapa 12) junto ao gráfico de análise apresentado (Gráfico 11), observa-se que a sensação de segurança e bem estar da população que reside e frequenta esta região, em determinados pontos, está diretamente relacionada com as questões de passeios, gestão de resíduos sólidos e odores, tráfegos, mobilidade e acessibilidade, equipamentos e mobiliários urbanos, arborizações e vulnerabilidades.


GRÁFICO 05 – CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA REGIÃO CENTRAL DE 07-17 ANOS EM SITUAÇÃO DE RUA:

Fonte: ONG Visão Mundial, Dezembro 2017.

O mesmo ocorre nos extremos da rua do Gasômetro. Também observa-se uma falta de segurança na própria estação da CPTM do Brás, devido a degradabilidade deste ponto. Em relação as zonas classificadas como Muito Perigosas, durante o levantamento, foram constatadas como sendo as que apresentavam menos acessibilidade, mobiliários, arborizações, e principalmente devido ao alto índice de vulnerabilidade social pela presença de moradores em situação de rua, além

dos resíduos sólidos presentes no caminho, como nas ruas paralelas a ferrovia. Vale ressaltar que essas classificações podem variar no período noturno. Isso ocorre devido aos usos que se dão em cada um dos trechos avaliados, como por exemplo, a Avenida Rangel Pestana e a Rua do Gasômetro, devido aos comércios se encontrarem fechados durante o período noturno, a sensação de segurança pode diminuir e sua classificação pode passar de Zona Segura para Zona Perigosa.

O levantamento ao lado realizado pela parceria entre cinco ONGs, ouviu quase 300 crianças, adolescentes, pais e cuidadores, moradores de rua ou não, e chegou à conclusão de que os aspectos da vulnerabilidade variam de acordo com a faixa etária do entrevistado. Em comum, só a pobreza. Foram só vinte e duas

entrevistas com jovens em situação de rua. 64% deles usavam drogas no momento da abordagem, e 41% declararam não frequentar escola. Entre as crianças menores, de 2 a 6 anos, 29% disseram que conseguem comida nas ruas, mesmo sem morar nelas, e 51% declararam gostar desse ambiente.

3.3 VULNERABILIDADE

39


E 13% já praticaram infrações como roubos e furtos. Na faixa de 7 a 11 anos, 19% revelaram dormir com fome ou não ter certeza sobre isso. 37% delas relataram sofrer algum tipo de violência.

No grupo dos adolescentes, que inclui quem tem de 12 a 17 anos, cresce o atraso escolar, que atinge quase metade do total (49%). Além disso, 25% deles já consumiram álcool e 29% tem acesso a drogas pela rede de amigos. Fonte: ONG Visão Mundial, Dezembro 2017.

3.4 a rua e a dependência química Água Rasa Belém Brás Mooca Pari Tatuapé

40

No gráfico do ano 2000, podemos perceber que as regiões de São Paulo com maiores índices de pessoas em situação de rua. Já no ano 2009, nota-se que houve um grande crescimento dos índices na região do Belém.

Fonte: Prefeitura de São Paulo

Por fim, no ano de 2011, percebemos que o índice mais elevado foi o do Brás (região próxima ao Parque Dom Pedro II), sendo o segundo maior o de Belém. Já na região da Mooca, houve uma queda perceptiva de casos.

Fonte: ONG Visão Mundial, Dezembro 2017.

Nota: • Estima-se que 10% da população em situação de rua seja idosa.


Todas as informações descritas, tabelas e gráficos citados até aqui tem como principal objetivo uma análise conjunta onde cada informação se complementa, incentivando a criação de uma linha lógica e concreta. Essa linha, em suma, é destacar a importância da Cultura, Lazer, Esporte e acesso as várias maneiras de manifestações artísticas em diversas camadas sociais. VOs dados de aumento de pessoas envolvidas com furtos e uso de drogas, se convergem com os dados da falta de acesso a cultura e ao esporte. E não é a primeira vez que essa relação de dados acontece e afirmam a mesma coisa. Em uma matéria no site Hypeness intitulada “Como a arte está ajudando a transformar cidades ao redor do mundo” a autora, Bruna Rasmussen, cita diversos exemplos de locais que tiveram a sua dinâmica alterada por conta de intervenções visuais.

“tempo todo nós somos afetados por estímulos visuais. Nos espaços públicos, as peças de propaganda e estilos de arquitetura despertam sentimentos e percepções, refletindo uma cultura. Contudo, à medida que os espaços se tornam privados, a sensação é que as vias públicas são meras passagens; formas de ir de um lugar ao outro. Com isso não se perde apenas o espaço coletivo, mas também o espírito de comunidade” afirma a comunicadora do canal. Detroit, Filadélfia, Palmitas e até no Rio de Janeiro, são locais abrigam intervenções que exemplificam as questões retratadas. No Parque Dom Pedro há muitos espaços de comércios e galpões vazios, o que afeta, inviabiliza e transforma em uma extrema ausência de equipamentos culturais e de lazer para a população local (Gráfico 11 e 12). GRÁFICO 09 – PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO SEM ACESSO PRÓXIMO A EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE CULTURA, 2010. Considera-se acesso próximo a distância igual ou superior a um quilômetro (1km):

TABELA 05 – EQUIPAMENTOS DE ESPORTES, LAZER E RECREAÇÃO MUNICIPAIS POR PORTE MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SUBPREFEITURAS E DISTRITOS MUNICIPAIS 2012 U n i d a d e s Territoriais

Porte Pequeno(1)

Médio(2)

Grande(3)

3.5 equipamentos de lazer

Total MSP

MSP

404

85

7

496

6

2

3

11

Bela Vista

-

-

-

0

Bom Retiro

4

-

1

5

Cambuci

1

1

-

2

Liberdade

-

-

1

1

República

-

-

-

0

Santa Cecília

1

1

-

2

Água Rasa

Sub MO

Mooca

Pari

Belém

Brás

Tatuapé Fonte: Prefeitura de São Paulo

GRÁFICO 10 – PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO SEM ACESSO PRÓXIMO A EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE ESPORTE E LAZER, 2010. Considera-se acesso próximo a distância igual ou superior a um quilômetro (1km):

Fonte: Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação / SEME. (1) Centros Desportivos Municipais, Campos, Modelódromos e outros. (2) Centros Educacionais e Esportivos , Balneários, Mini Balneário s e Clube da Comunidade dos CEUs. (3) Clubes Desportivos, Estádios, Centro Olímpico, Autódromo. .

Água Rasa

Sub MO

Mooca

Pari

Belém

Brás

Tatuapé Fonte: Prefeitura de São Paulo

41


“New City Life” é um livro de autoria de Jan Gehl, Lars Gemzoe e Sai Karnaes, que compila a história da vida urbana, desde a sociedade industrial até a sociedade de consumo. Entre as diversas vertentes apresentadas na publicação, o que mais se destaca é a evolução ocorrida na concepção da qualidade dos espaços públicos, uma

04 espaços para caminhar

3.6 gehl e os aspectos urbanos

• • • •

fachadas interessantes. ausência de obstáculos. superfícies regulares. acessibilidade a todos.

07 possibilidade de observar •

vistas e paisagens que não estejam escondidas.

10 escala humana •

42

prédios e espaços projetados para a escala humana – a cidade vista da perspectiva dos olhos das pessoas.

experiências sensoriais desagradáveis

espaços públicos

tráfego

segurança para os pedestres. sem motivos para temer o tráfego.

03 proteção contra

02 segurança nos

01 proteção contra o

• •

vez que, se para muitos estes espaços possuíam um papel secundário, hoje esses espaços são cruciais para o desenvolvimento das cidades e sua integração com os habitantes. A partir disso, os autores condensaram seus princípios em 12 pontos que permitem diagnosticar se um lugar se classifica ou não como um bom espaço público.

• • •

circulação de pessoas. espaços que tenham vida de dia e de noite. boa iluminação.

05 espaços de permanência

• •

locais públicos agradáveis para permanecer. fachadas e paisagens interessantes para contemplar.

08 oportunidade de

• •

06 ter onde sentar • • •

• •

11 possibilidade de

equipamentos públicos para praticar esportes. entretenimento e atividades na rua – de dia, de noite, no verão e no inverno.

12 boa experiência sensorial

aproveitar o clima

locais para aproveitar cada estação, de acordo com o clima e a topografia da cidade.

mobiliário público direcionado às atrações. passagem de pessoas vista, etc. locais para descansar.

09 locais para se exercitar

conversar

baixos níveis de ruído. mobiliário urbano que convide à interação entre as pessoas.

abrigo de vento, chuva e sol. áreas verdes que amenizem altas temperaturas, poluição e barulho.

árvores, plantas e cursos d’água acessíveis. mobiliário urbano feito com bons materiais. design e acabamento de qualidade.

Fonte: Livro “New City Life”. Modificado pela Equipe 02.


O livro serviu como base para que a jornalista Natália Garcia, em conjunto com as artistas Juliana Russo, Marina Chevrand e Calu Tegagni, criassem o projeto que foi parte da exposição “Cidades para as Pessoas”, que aconteceu na Galeria Cultural Matilha, em São Paulo. Baseado na estruturação de análise qualitativa

elaborada por Gehl, foi desenvolvido um estudo presencial na área de intervenção que estimulava a percepção ótica e sensorial das qualidades mostradas no gráfico abaixo. O índice (0-10) onde 0 é ruim e 10 é ótimo, foi elaborado com base no levatamento em campo.

GRÁFICO 11 – PERCEPÇÃO DAS QUALIDADES URBANAS (Segundo pesquisa de campo):

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

TABELA 06 – AS POTÊNCIAS E FRAGILIDADES DO PARQUE DOM PEDRO II POTÊNCIAS

FRAGILIDADES

Características históricos e patrimônios arquitetônicos.

Sem mobiliário público de qualidade ou design adequado

Locais ociosos, para ocupação de cultura, lazer e arborização.

Falta de arborização bem distribuída em toda a área de estudos

Acesso a diversos modais de mobilidade urbana (Metrô / Trem / Ônibus / Bicicleta).

Não acessível a todos os públicos. Não obtêm uma experiência visual agradável.

Fonte: Elaborado pela equipe 02.

Pelas notas acimas, concluímos que os pontos a serem focados nas intervenções e propostas futuras são Mobiliário Urbano, Acessibilidade e Arborização. Consequentemente, essas três modalidades dialogam com os itens 06, 04 e 12 das qualidades urbanas de Gehl.

Por meio das formas de qualificar o local de Gehl, juntamente com o diagnóstico destacado até aqui e todo o histórico e formulação do local, temos os encaminhamentos e gatilhos para pensar nos próximos passos para uma cidade mais humana.

3.6 GEHL E OS ASPECTOS URBANOS

43


4. o que se perde enquanto os olhos piscam?

44


Caminhar pelo Parque Dom Pedro é ter a certeza de uma história bem contada, mas sem final, com uma narrativa complexa e intrigante, na qual houve uma tentativa de registro que vai além da complexidade. Observem as imagens a seguir junto a frases de moradores do bairro.

Figura 25 | Rua Monsenhor Andrade.

Figura 26 | Acesso estação Brás-CPTM.

posto de saúde, tem que ir lá longe Francisco, 67 anos, comerciante. Morador há 20 anos.

Figura 27 | Visão da Rua do Gasômetro. Na imagem o trilho de passagem do trem.

muito suja, muito mal cheiro, muito assalto, principalmente a noite Damiana, 42 anos, professora. Moradora há 21 anos.

Figura 28 | Fachadas das antigas fábricas na Rua Monsenhor Andrade.

Figura 29 | Rua Melo Barreto.

45


Figura 30 | Rua Caetano Pinto.

Figura 31 | Perspectiva do Viaduto Maestro Alberto Marino para a Av. Rangel Pestana.

tudo é perto, transporte perto, mas falta segurança Rosangela, 59 anos, auxiliar de embalagem. Moradora há 59 anos.

46

Figura 32 | Rua Caetano Pinto / Ocupação MLM (Movimento Luta por Moradia).

Figura 33 | Rua Sobral.

O desejo que fica para o local é de súplica. Exercitar o olhar de potencialidade é necessário quando estamos buscando mudanças em zonas esquecidas pelo poder público, mas que trava um enfrentamento com os movimentos de moradia e mercado imobiliário.


5. intervenção

47


5.1 problemática Figura 34 | Crianças em situação de rua.

48

De acordo com o CENSO, a população em situação de rua de São Paulo aumentou 53% em 4 anos, totalizando cerca de 24 mil pessoas vivendo nas ruas da cidade. Com base neste estudo, foi constatado também que muitos dos abrigos existentes na capital não fornecem suporte suficiente e de qualidade para quem se encontra desabrigado. Habitar é muito mais do que um leito, ou uma cama, é o

ato de existir e pertencer a um local ou comunidade. Existe uma extrema carência de meios de lazer e interação dentro dos centros de acolhimento, sendo que muitas das pessoas preferem não permanecer por não encontrarem o que precisam, seja um local para seus animais de estimação, local para guarda de carroças ou até mesmo uma quadra de esportes.


5.2 prognóstico Figura 35 | Pessoas dormindo embaixo do “Minhocão”.

Após estudos e levantamentos de pontos de carência dentro da cidade e dos centros de acolhimento já existentes, iniciei o estudo de um projeto que pudesse suprir esta demanda de forma eficiente e com qualidade arquitetônica. O centro de acolhimento e capacitação para pessoas em situação de rua, como o próprio nome já diz, será não somente um local para pernoitar, e sim para convivencia e obter meios de lazer. A localização da-se no coração de São Paulo, próximo

a uma área que possui uma grande demanda por albergues e locais relacionados. Espera-se que a partir desde projeto diversas pessoas que se encontram em situação de rua e vulnerabilidade possam encontrar acolhimento, respeito e dignidade, podendo assim ter maior esperança e apoio para reinserção social. Projeto com acessibilidade em sua totalidade, proporcionando atendimento a todos os públicos.

49


6. REFERÊNCIAS arquitetônicas

50


Um dos projetos de refência foi o Abrigo e dignidade elaborada pela Framlab. Tratam-se de cápsulas construidas por impressora 3D que podem ser instaladas em qualquer empena cega já existente na cidade. Por meio de estruturas metálicas as capsulas são fixadas, dando maior rapidez e mobilidade na execução. Esta é uma solução futurista se comparado ao cenário existente atualmente. Contamos com um enorme déficit de moradias populares e centros de acolhimento e auxilio a pessoas em vunerabilidade social. A proposta teria por finalizade sua instalação nos locais de maior concentração de pessoas em situação de rua ou desbrigadas. O projeto e formado por cápsulas singulares, ou seja, dando maior privacidade a quem ali estiver. O cenário que observamos atualmente são grandes galpões com camas, sem o minimo de privacidade, conforto e lazer. Como dito anteriormente, habitar vai muito além de apenas um leito. A proposta ao lado foi um demonstrativo elaborado em Nova York - EUA.

6.1 FRAMLAB ABRIGO E DIGNIDADE Figura 36 | Perspectivas e instalação

Figura 37 | Vista Abrigo e Dignidade

51


6.1 FRAMLAB ABRIGO E DIGNIDADE

52

Figura 38 | Cápsula Dormitório

CAPSULA WC

Figura 38 | Cápsula sanitário

A carência de abrigos para pessoas em situação de rua é uma realidade em praticamente todas as grandes metrópoles do mundo. A cidade de Nova Iorque, ao contrário do que parece, vive uma situação alarmante, o número de desabrigados bateu recordes desde a Grande Depressão da década de 1930. As mais de 60 mil vagas em abrigos municipais são completamente ocupadas todos as noites, mas há ainda um grande número de pessoas que são obrigadas a encontrar um lugar para dormir na rua, no metrô ou em outros espaços públicos. O progressivo aumento dos aluguéis é resultado direto da especulação imobiliária sem controle, a qual é responsável também por criar uma demanda desvairada pelos poucos terrenos disponíveis na cidade; Embora não haja uma real demanda social, apartamentos de luxo representam a maioria das novas construções na cidade de Nova Iorque, enquanto que a produção de moradias populares, tão desesperadamente necessária, é deixada de lado. Como resultado disso, milhares de pessoas são forçadas a viver nas ruas ou amontoar-se nas escassas instituições de caridade que trabalham arduamente todos os dias para poder abrigar a todos. (Thorns Ella, Framlab. 2018)”


“Compondo esta paisagem urbana dinâmica, os módulos podem ser facilmente transportados, montados e desmontados em apenas alguns dias. A projeto propõe ainda que as moradias sejam ocupadas pelo menos por um ano inteiro, para proporcionar

Figura 39 | Perspectiva Humanizada do interior da cápsula.

novas oportunidades a seus moradores, além de serem projetadas para funcionar tanto no inverno quanto no verão, com ventilação natural integrada no quadro das janelas. (Thorns Ella, Framlab. 2018)”

53


A segunda refência de estudo foi o Stepping Stones, que trata-se da reutilização de uma antiga estação de metrô em Londres. Assim como diversas outras cidades, Londes também possui uma uma crise de pessoas desabrigadas . O projeto tem como base o fornecimento de leitos dormitórios para pessoas e situação de rua juntamente com espaçoes de cooworking para habitantes do local.

6.2 morris+ company stepping stones

54

Figura 40 | Perspectiva Stepping Stones.

“Os desabrigados ocultos não estarão mais escondidos, mas ficarão no centro de uma comunidade vibrante rica em oportunidades. -Morris + Company”

CORTE

Figura 41 | Corte Humanizado.

Figura 42 | Perspectiva acesso


IMPLANTAÇÃO

Figura 44 | Diagrama funcional.

As tipologias de dormitórios são em sua mioria individuais o que também traz a questão da privavidade e conforto, porém também possui área de dormitórios compartilhados conde banheiros, camas e área de estar são unificados para todos. Um diferencial é que as unidades também contam com uma pequena cozinha e sala de estar, dando um sensação de ser realmente um “lar” Além de comtemplar área de lazer e jogos em todos os pavimentos. No diagrama acima podemos observar a funcionalidade das unidades habitacionais e suas tipologias.

Figura 43 | Planta tipo.

55


7. ocupe-se área de implantação

56


Figura 45 | Vulnerabilidade social.

Diante do atual cenário, não somente paulista, mas mundial, nos deparamos cada vez mais com desigualdades sociais e déficit de oportunidades para os menos favorecidos. A pessoa em situação de rua no estado de São Paulo é vista como um ser “invisível” ou menos importante que os demais. A falta de empátia torna o cotidiano destas pessoas cada vez mais dificil, inclusive após a pandemia do Covid-19 muitos acabaram ficando dias sem alimentos ou locais para se abrigar, devido a maior parte da população não estar circulando pela

57


Figura 46 |Mapa de localização.

7.1 ESCOLHA E LOCALIZAÇÃO

58

A escolha do local deu-se diante diversos fatores, tais como fácil acesso e proximidade as zonas de maior vulnerabilidade social, estando numa medianiz entre elas. O terreno fica proximo á avenida Mercúrio, e ao viaduto Diário Popular, que da acesso a região da 25 de Março, região essa onde possui grande concentração de pessoas em situação de rua. Logo ao sair do Viaduto podemos observar alguns acampamentos feitos com lonas, maderites e plasticos, como apresentado na imagem acima, ficando totalmente suscetiveis a intempéries, insetos e violência.


dados censitários Figura 47 |Mapa de calor da distribuição espacial da população em situação de rua.

A presença de pessoas vivendo em situação de rua é um fenomeno que desafia o poder público, e cada vez mais é observada a carência de centros de apoio e acolhimento de qualidade e plena eficiencia para estar pessoas. Pela mancha urbana demonstrada no mapa ao lado e dados censitário na tabela xx, constata-se que a maior parte da população em situação de rua encontra-se na região central de São Paulo, sobretudo entre os bairros da Sé e Mooca, região de implantação do projeto. 7.2 ESCOLHA E LOCALIZAÇÃO

dados censitários

Fonte: CENSO 2019.

Fonte: CENSO 2019.

59


A predominância de genero e raça (de acordo com CENSO 2019) é de homens auto declarados pretos ou pardos, tendo idade média entre 38 e 42 anos. Entre 2000 e 2019, existe um aumento significativo e crescente de pessoas acolhidas, porém este número ainda não chega nem próximo ao necessário.

7.2 ESCOLHA E LOCALIZAÇÃO

dados censitários

Fonte: CENSO 2019.

Fonte: CENSO 2019.

60

Fonte: CENSO 2019.


8. ocupe-se a proposta

61


FLUXOGRAMA SEM ESCALA

O PARTIDO Um edifício ontemporâneo porém ao mesmo tempo possuindo a essência de acolhimento. A ideia central gira em torno de um ambiente que possua eficiência arquitetônica, porém resgate a memória ao ambiente e do lar, esse no qual muitos dos frequentadores carecem. Ambientes intimistas mesclados com áreas amplas de convivência e interação social. Térreo livre, favorecendo a plena circulação entre os blocos e ruas de acesso. ZONA DE CENTRALIDADE CA Mínimo = 0,3 CA Máximo = 1,00

Demonstração de acessos e recuos obrigatórios conforme Lei de Parcelamento, Uso de Ocupação do Solo de São Paulo (LPUOS).

8.1 partido e justificativa

Taxa de ocupação = 0,70 Altura máxima = 48 metros SQL: 002.053.0211-4 ÁREA 1319m² SQL: 002.053.0058-8 ÁREA 1522 m²

62


DIAGRAMA DE SETORIZAÇÃO INICIAL SEM ESCALA

8.2 conceito e volumetria

O CONCEITO

63

A volumetria inicial era composta por blocos unificados entre sim, porém contendo usos diferenciados. Interligação pelo térreo com áreas permeáveis ao redor. O terreno possui acesso por três diferentes ruas, facilitando assim o acesso a cada um dos blocos, inclusive um dos acessos e feito pela rua do Gasômetro, que é de extrema importancia para o bairro do Brás, tornando de facil localização. Após algus estudos desta volumetria, viabilizei melhores metódos de que o edificio conversasse entre si, mesclando com áreas abertas contendo verde e opções para descanso e interação social.


DIAGRAMA DE SETORIZAÇÃO ATUAL SEM ESCALA

8.2 conceito e volumetria

COMO MELHORAR O QUE JÁ É BOM? Analisando a primeira idéia surgiu o “como melhorar e aprimorar?“ Seria necessário algo a mais para complementar o projeto como um todo, mas como? Agreguei uma nova área aos lotes, que já haviam sido escolhidos anteriormente, criando assim uma área de descanso agradavél, não só para que ali frequenta, mas para todos os transeuntes que circulam pela região. Também ouve o recuo do bloco recratívo, criando outra praça interna, esta mais intimista e reservada, focada no público alvo.

64


Nesta perspectiva pode-se observar o “vazio” existente entre a via e a edificação, após a inclusão da praça além de beleza, também ira fornecer um mlehor conforto térmico e acustico ao projeto.

65


CORTE ESQUEMÁTICO - DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS SEM ESCALA

8.3 FLUXOS E ACESSOS

MAS E OS FLUXOS?

Como citado anteriormente, cerca de 85% do térreo possui vão livre, contemplando apenas alguns serviços essenciais e de lazer, tornando o ambiente confortável de se estar e transitar, não havendo barreiras físicas ou visuais que gerem algum tipo de desconforto ou coação do usuário final. O corte acima demonstra os níveis e como funciona a circulação horizontal e vertical. Na imagem ao lado pode-se observar com clareza como se da a circulação livre.

66


Circulação livre por todo o térreo, dando maior visibilidade de onde ir e o que fazer. Ausência de barreiras físicas.

67


SETORIZAÇÃO PÚBLICO

SEMI-PÚBLICO

O empreendimento foi dividido por blocos ou setores, sendo estes o administrativo, recreativo, educacional, dormitórios e serviços. Cada um dos blocos possui um acesso próprio, o que torna mais facil e dinamico para o usuário que não necessitará passar pro diversos setores para chegar ao seu destino final. Abaixo planta esquemática de como se dispões os setores dentro do empreendimento.

8.4 setorização e programa de necessidades

PRIVATIVO

68


ESQUELETO METÁLICO

8.5 estruturas

69

DIAGRAMA ESQUEMÁTICO STEEL DECK Como criar um vão livre sem a inferência contínua de pialres em demasiado? Estrutura metálica é a solução! Cada vez mais sendo utilizada em diversas tipologias de empreendimentos por sua rápida execução e por ter capacidade de vencer maiores vãos, superiores a convecional estrutura de concreto armado No projeto foi utilizado estrutura metálica (pilares e vigas) nas dimensões de 120cmx80cm juntamente com lajes Steel Deck. Este sistema construtivo unificado permite que sejão vencidos vãos de até 12m, o que favorece a aplitude dos ambientes sem interferencias de pilares. Além do custo benefício, esta tipologia estrutural tem uma rápida execução, sendo entre 500 á 750 metros quadrados por dia, com dois instaladores. Ao final da intalação fica com a aparencia da imagem 03, podendo ser feito acabamento em gesso ou simplesmente deixando da forma final.

ESTRUTURA FINALIZADA COM STEEL DECK


8.6 materiais e acabamentos

BRISES Para a vedação externa, foram utilizados tijolos baianos convencionais e para divisão interna, placas de dry-wall, para dar maior mobilidade e praticidade dependendo de suas futuras necessidades, tais como, aumento ou diminuição da metragem quadrada de salas de aulas ou dormitórios. A fachada é composta por brises de madeira tratada, evitando a ação de intempéries. Este sistema possibilita a passagem de luz, porém impedindo a incidência direta dos raios solares no interior da edificação, proporcionando melhor conforto térmico. Na imagem acima, detalhe dos brises em projeto e ao lado esquemático de execução.

70


Os brises funcionam como uma barreira, impedindo a entrada direta de calor e raios solares.

71


DIVISÓRIAS Um ponto importante do projeto, principalmente para áreas de dormitórios, foi a preocupação com ambientes versáteis, ou seja, caso haja uma demanda maior de pessoas, pode-se agregar um ambiente ao outro por meio das divisórias camarão. São compostas de madeira (conforme referencias ao lado). O sistema foi empregado tanto nos dormitórios de paredes visinhas, quanto nas salas recreativas, podendo comportar eventos de maior porte. Este tipo de sistema foi escolhido, a priori devido ao auxílio do conforto térmico e lumínico do interior da edificação, além de fornecer beleza e comtemporaneidade.

8.7 DIVISÓRIAS

72


9. ocupe-se o projeto

73


R ADO

PET 03 PET 04 PET 05

DET 01

PET 01

CANIL A=53,89m² PD=4,00m

ELEVADOR A=2,10m²

or peri v. su çã proje

13 14 15 12 16 11 17 10 18 09 19 08 20 07 21 06 22 05 23 04 24 03 02 01

P7

ELEVADOR A=2,10m²

S

PET 02

o pa

LAVANDERIA A=53,49m² PD=4,00m

P6

PET 06 02

PET 08 PET 07 P4

P4

P5

WC UNISSEX A=50,31m²

P4

P4

P4

P4

P4

O

ELH

ESP

ão

jeç

pro

pa

VIS

TA

PAREDE VERDE MUDAS 10, 11, 12, 13, 15

A

GU

D'Á

r

rio

pe

su v.

08

projeção pav. superior

ão

jeç

pro

v.

pa

r

o eri

sup

MER

ARBUSTOS ELEAGNO - 16

supe

rior

724.33

proje P6

S

CÚR

pro

r

rio

pe

. su

av

op

ã jeç

9 8 7 6 5 4 3 2 1

08

ção

02

ELEVADOR A=2,10m²

PAREDE VERDE MUDAS 10, 11, 12, 13, 14

REFEITÓRIO A=330,13m²

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

TA

VIS

pav.

08

ELEVADOR A=2,10m²

DET 02

03

03

P2

PAREDE VERDE MUDAS 10 E 11

COZINHA A=29,00m² P8 WC

A=3,47m² 05

SALA DE PROF. A=15,96m² PD=2,95m

ADM A=20,33m² PD=2,95m P2

PAREDE VERDE MUDAS 10, 11, 12, 13, 14

RECEPÇÃO/CADASTRO A=9,20m² PD=2,95m P1 VISTA

WC UNISSEX A=16,28m² PD=2,95m P5 P3 P4

P4

ESPERA A=26,77m² PD=2,96m

P4

PAREDE VERDE MUDAS 10, 11, 12, 13, 14

06 DET 03

J2 05

ção

proje

pav.

rior

supe

05

06

J3

04

05

P2

J1

PNE.

IO

06

P1

ção

proje

J1

SALA DE JOGOS A=18,35m² PD=2,95m²

08

pav.

rior

supe

06 J3

SALA MULTIUSO A=43,75m² PD=2,95m P7

06

T

SHAF

CIRCULAÇÃO A=95,93m² PD=3,00m

ELEVADOR A=2,10m²

P10

P6

S

05

P7

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

9 8 7 6 5 4 3 2 1

08

SALA MULTIUSO A=39,16m² PD=2,95m

J3 05 04

SALA DE JOGOS A=18,12m² PD=2,95m²

T

SHAF

03 J3

A G O UA D

rior

v. supe

ão pa

projeç

08 J1

02

VISTA

R

01

05

724,26

IMPLANTAÇÃO TÉRREO

O R T E SÔM

ELEVADOR A=2,10m²

08

04

(MAL

05

(HANDRO

06

(EU

J1

2,30X1,80/1,10

J2

2,30X1,20/1,70

J3

ARBUSTOS ELEAGNO - 16

DET 02

J (PLI

724.72

IBS

PD:4,00m

08

ÁREA LIVRE A=39,13m² PD=4,00m

02

PNE.

D KER CHA

J3

PAREDE VERDE PALMEIRA-LACA 02

PLANTA - TÉRREO SITUAÇÃO SEM ESCALA

03

74

4,60X2,90/0,10

J4

1,80X2,10/1,05

J5

1,12X2,10 / 1,05

J6

0,80X1,50 / 1,60

J7

1,50x2,10 / 1,05

J8

0,95x2,10 / 1,05

J9

2,00X2,10 / 1,05

J10

0,50X1,50 / 1,60


J6

P6

CONVIVÊNCIA A=215,87m² PD=3,95m

37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48

ELEVADOR A=2,10m²

DORM A=11,33m² PD=3,95m P2

P2

J6

IDA

RPO A CO GUARD1,20m h= DEP. A=6,13m² PD=3,00m

J5

DET 04

0m

J3

P3

P3

P6

WC SEM GÊNERO A=21,70m² PD=2,95m

J2

J2

03 ELEVADOR A=2,10m²

EXPOSIÇÃO A=46,90m² PD=2,95m

J6

30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

TA

0,50X1,50 / 1,60

1,2

h=

ELEVADOR A=2,10m²

VIS

J10

S

29 28 27 26 25 24 23 22 21 20

CÚR

J3

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RP

CO

ATELIE A=41,31m² PD=2,95m

P3

2,00X2,10 / 1,05

projeção pav. superior

P3

MER

J3

J9

J4

P2

VARANDA A=35,17m²

COORDENAÇÃO A=19,55m² PD=3,00m

0,95x2,10 / 1,05

J6

J4 P7

J4 J6

J4

P2

J8

02

DORM A=11,70m² PD=3,95m

P2

1,50x2,10 / 1,05

TA

36 35 34 33 32 31 30 29 28 27 26 25

S

P2

J7

VIS

VEN

P6

DORM A=11,70m² PD=3,95m

P2 P2

0,80X1,50 / 1,60

IBS

P3 DORM A=11,33m² PD=3,95m

DORM A=16,27m² PD=3,95m

P2

P2

DA

J4

DORM A=11,47m² PD=3,95m

DORM PNE A=18,00m² PD=3,95m

R UA

J6

P2 P2

P2

P2

G

J6

P2 ELEVADOR A=2,10m²

P3

P3

DORM A=13,47m² PD=3,95m

P2

DORM A=14,43m² PD=3,95m J6 J4

P3

ELEVADOR A=2,10m²

S

PSCICÓLOGO A=15,14m² PD=3,95m

J4

J4

J4

P2 P3

37 38 39 36 40 35 41 34 42 33 43 32 44 31 45 30 46 29 47 28 48 27 26 25

DORM PNE A=20,88m² PD=3,95m

DORM A=11,35m² PD=3,95m

J4 ASSISTENTE SOCIAL A=14,76m² PD=3,95m J4

P3

P2

J4

D ER HAK

J6 J7

C OR

PLANTA - 1 PAVIMENTO SITUAÇÃO SEM ESCALA

J6

P3

SALA DE AULA A=60,33m² PD=2,95m

P3

IO

SALA DE AULA A=53,68m² PD=2,95m

P3

SALA DE AULA A=53,68m² PD=2,95m

P10

J3 P10

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J3 0,50c

J3

IBA PLAT

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0cm H=0,5

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RESERVATÓRIO ELEVADO 1M³

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0cm

H=0,5

CALHA DE CONCRETO

TUBULAÇÃO PVC 100mm

J3

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J2

04 TUBULAÇÃO PVC 100mm

VESTIÁRIO FEM. A=25,61m² PD=2,95m² T

SHAF

ARTES MARCIAIS A=125,00m² PD=3,00m

ELEVADOR A=2,10m²

S

30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

29 28 27 26 25 24 23 22 21 20

P6

ELEVADOR A=2,10m²

T

SHAF

VESTIÁRIO MAS. A=25,61m² PD=2,95m²

J3

DET 04

O D A U R

J2

VISTA

75

01

724,26

T E M Ô GAS


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PLANTA - PRIMEIRO PAVIMENTO

PLANTA - 2 PAVIMENTOSITUAÇÃO SEM ESCALA

723.00

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P9

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ELEVADOR A=2,10m²

0m

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ELEVADOR A=2,10m²

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GU

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38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48

ACESSO CASA DE MAQ. A=6,94m²

AR GU

P9

ACESSO CASA DE MAQ. A=6,94m²

P6 DET 05 SOLARIO A=307,38m²

J9

J8

J6

J4

J6

J6

J6

P7

J4

J4

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72

DORM PNE A=12,13m² PD=3,95m

P3

P3

P3

DORM A=12,00m² PD=3,95m

DORM A=10,00m² PD=3,95m

P3

J4

DORM A=11,90m² PD=3,95m

P3

J6

J4

J4

P3

P3

P3

P3

DORM A=12,00m² PD=3,95m

P3

P3

J6

DORM A=12,00m² PD=3,95m

J6

02

P3

P3

J6

J4

P3

P3

DORM A=12,00m² PD=3,95m

DORM A=12,00m² PD=3,95m

TA

ELEVADOR A=2,10m²

60 59 58 57 56 55 54 53 52 51 50 49

S

DORM A=12,00m² PD=3,95m P3

P3

P3

DORM A=12,00m² PD=3,95m

VIS

P3

P6

724.72

P3

J4

J4

J6

J10

BRISE FIXO EM MADEIRA MACIÇA TRATADA MODELO ASA DE AVIÃO WOODBRISE100

BARRA DE COMANDO

FIXAÇÃO COM ALÚMINIO EXTRUDADO

J3

724.33

J3 BIBLIOTECA A=68,20m² PD=2,95m

J3

P7

J3

P3

P6

WC SEM GÊNERO A=21,70m² PD=2,95m

J2

TA

03

49 50 51 52 53 54 55 56 57 58

ELEVADOR A=2,10m²

VIS

ELEVADOR A=2,10m²

ÁREA DE LEITURA A=46,90m² PD=2,95m

J2

S

48 47 46 45 44 43 42 41 40

P3

P3 LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA A=60,33m² PD=2,95m

P3

SALA DE AULA A=53,68m² PD=2,95m

P3

SALA DE AULA A=53,68m² PD=2,95m

P10

J3 P10

FIXAÇÃO COM ALÚMINIO EXTRUDADO BARRA DE COMANDO

J3 TO IMEN

OC A FIBR10% I=

TELH

J3

BRISE FIXO EM MADEIRA MACIÇA TRATADA MODELO ASA DE AVIÃO WOODBRISE100

J3 J2 TA

VIS T

SHAF

ELEVADOR A=2,10m²

S

48 47 46 45 44 43 42 41 40

P6

DANÇA GINÁSTICA A=125,00m² PD=3,00m

49 50 51 52 53 54 55 56 57 58

04

VESTIÁRIO FEM. A=25,61m² PD=2,95m²

O R T E SÔM

ELEVADOR A=2,10m²

T

SHAF

VESTIÁRIO MAS. A=25,61m² PD=2,95m²

J3

A G O UA D

FIXAÇÃO COM ALÚMINIO EXTRUDADO BARRA DE COMANDO

J2 BRISE FIXO EM MADEIRA MACIÇA TRATADA MODELO ASA DE AVIÃO WOODBRISE100

VISTA

01

R

76


D ER HAK

PLANTA - 3 PAVIMENTO SITUAÇÃO SEM ESCALA ACESSO CASA DE MAQ. A=6,94m² ACESSO CASA DE MAQ. A=6,94m²

ESCADA MARINHEIRO

BARRILETE A=15,36m²

ESCADA MARINHEIRO CASA DE MAQ. A=3,45m²

CASA DE MAQ. A=3,45m²

SOLARIO A=307,38m²

J6

J6

P3

P3

J4

J6

J4

J6

J4

J4

85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96

J4

P3

P3

P3

J6

J4

P3

P3

DORM A=12,00m² PD=3,95m

DORM A=11,90m² PD=3,95m

P3

DORM A=10,00m² PD=3,95m

P3

J4

J4

J4

J6

P3

P3

P3

DORM A=12,00m² PD=3,95m

P3

P3

J6

P3 DORM A=12,00m² PD=3,95m P3

J6

J8

0,95x2,1

J9

2,00X2,1

J10

0,50X1,5

02

ELEVADOR A=2,10m²

P3

P3

P3 DORM A=12,00m² PD=3,95m

1,50x2,1

TA

84 83 82 81 80 79 78 77 76 75 74 73

DORM PNE A=12,13m² PD=3,95m

DORM A=12,00m² PD=3,95m

DORM A=12,00m² PD=3,95m

J7

VIS

S

ENID

DORM A=12,00m² PD=3,95m P3

P3

DORM A=12,00m² PD=3,95m

0,80X1,5

IBS

J9

C OR

723.00

J6

P3

J4

J4

J6

J10

A ME

TUBULAÇÃO PVC 100mm

724.33 CALHA DE CONCRETO

da

an

tib

RCÚ

pla

m

0c

5 h=

TO

EN OCIM A FIBR % I=10

TELH

P6

50cm

50cm

03

49 50 51 52 53 54 55 56 57 58

CASA DE MAQ. A=3,76m²

TUBULAÇÃO PVC 100mm

P9

and

platib

platib

and

RIO

a h=

a h=

TA

VIS

TO

EN OCIM A FIBR % I=10

TELH

TUBULAÇÃO PVC 100mm

a tiband

pla

TO

EN OCIM A FIBR10% I=

cm

h=50

LAJE IMPERMEABILIZADA I=3% CALHA DE CONCRETO

TELH

anda

platib VIS TA 04

anda

platib

TUBULAÇÃO PVC 100mm

cm

h=50

cm

h=50

a h=

50cm

49 50 51 52 53 54 55 56 57 58

TELH

P6

platib

P9

CALHA DE CONCRETO

and

ENTO OCIM A FIBR10% I=

platib

and

ENTO

a h=

50cm

OCIM A FIBR % I=10

TELH CASA DE MAQ. A=3,76m²

50cm a h= and

ENTO

anda

platib

h=50cm

VISTA

77

R T E M ASÔ

TUBULAÇÃO PVC 100mm

OCIM A FIBR % I=10

TELH

platib

P9 CASA DE MAQ. A=3,76m²

G O D RUA

01

724,26


E HAK RC ADO

PLANTA - TERCEIRO PAVIMENTO

J5

PLANTA - COBERTURA SITUAÇÃO SEM ESCALA

723.00 GRELHA COLETORA C/ TELA 20X50CM PAREDE VERDE PALMEIRA-LACA 02

DE O ID NTO NT SE IME CA I=3%

RESERVATÓRIO SUPERIOR A=35,00m² H=1m VOLUME=35m³

GRELHA COLETORA C/ TELA 20X50CM

LAJE IMPERMEBILIZADA A=307,38m² I=3%

J9

J10

724.72

TA VIS

TELHA FIBROCIMENTO I=10%

PLATIB

AND

A h=

50cm

LAJE TÉCNICA P/ MANUTENÇÃO

CASA DE MAQ. A=10,62m²

01

PLATIBANDA h=50cm

85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96

P6 P9

J8

IBS

PLATIBANDA h=50cm

PAREDE VERDE MUDAS 10, 11, 12, 13, 15

J7

RD

ESCADA MARINHEIRO DE ACESSO

DE O ID NTO NT SE IME % CA I=3

J6

TUBULAÇÃO PVC 100mm

TUBULAÇÃO PVC 100mm

PLATIBANDA h=50cm CALHA DE CONCRETO CAIMENTO i=3%

LAJE IMPERMEBILIZADA A=325,50m² I=3%

TUBULAÇÃO PVC 100mm

MER

724.33 CALHA DE CONCRETO CAIMENTO i=3%

da

an

tib

pla

m

0c

5 h=

TO

A TELH

CIMEN FIBRO I=10%

CÚR

BARRILETE A=15,36m²

PAREDE VERDE MUDAS 10, 11, 12, 13, 14

LAJE IMPERM. A=7,15m²

TUBULAÇÃO PVC 100mm

50cm

P/ ICA TÉCN ÃO LAJE Ç UTEN MAN

a h=

PAREDE VERDE MUDAS 10 E 11

platib

and

PLATIBANDA H=50cm

TO

IO

IMEN ROC A FIB I=10%

TELH

TUBULAÇÃO PVC 100mm

anda

0,50c

m

platib

0,50c A H= IBAND

DET 03

TUBULAÇÃO PVC 100mm

TUBULAÇÃO PVC 100mm CALHA DE CONCRETO CAIMENTO i=3%

anda

platib

cm

h=50

TELH TO

06

TELH

P/ ICA TÉCN ÃO Ç LAJE UTEN MAN

CALHA DE CONCRETO CAIMENTO i=3%

a and

LAJE IMPERM. A=3,76m²

BARRILETE A=18,39m²

h=50

cm

PLATIBANDA H=50cm

EN OCIM A FIBR % I=10

CALHA DE CONCRETO CAIMENTO i=3%

platib

TUBULAÇÃO PVC 100mm

ENTO

0cm

H=0,5

OCIM A FIBR % I=10

PLAT

ANDA

PLATIB

PAREDE VERDE MUDAS 10, 11, 12, 13, 14

cm

h=50

CALHA DE CONCRETO CAIMENTO i=3%

PLAT

m

RESERVATÓRIO ELEVADO 1M³

A H=

TO

EN OCIM A FIBR10% TELH I=

IBAND

PAREDE VERDE MUDAS 10, 11, 12, 13, 14

05

TELH

LAJE IMPERM. A=3,76m²

04

PLATIBANDA H=50cm

ENTO

OCIM A FIBR % I=10

TUBULAÇÃO PVC 100mm

anda

platib

h=50cm

GA O D RUA

02

VISTA

01

724,26

COBERTURA

O R T E SÔM

03

78

B


CORTE A-A SITUAÇÃO SEM ESCALA

79


CORTE B-B SITUAÇÃO SEM ESCALA

80


CORTE C-C SITUAÇÃO SEM ESCALA

81


CORTE D-D SITUAÇÃO SEM ESCALA

82


ELEVAÇÃO 01 SITUAÇÃO SEM ESCALA

83


84


ELEVAÇÃO 02 SITUAÇÃO SEM ESCALA

85


86


ELEVAÇÃO 03 SITUAÇÃO SEM ESCALA

87


88


ELEVAÇÃO 04 SITUAÇÃO SEM ESCALA

89


90


91


92


93


94


95


96


97


98


99


100


101


102


103


104


10. CONCLUSÃO

105


Considerando os estudos realizados, foi constatada a extrema carência social existente na Cidade de São Paulo. A implementação do Ocupe-se, veio a partir de uma idéia de proporcionar acolhimento e capacitação a todos que se encontram em situação de vulnerabilidade. O objetivo do empreendimento é proporcionar conforto e dignidade a todos aqueles que, de certa forma, encontram-se esquecidos na sociedade, sendo uma iniciativa e exemplo para um futuro padrão para centros como este. A pesquisa para este estudo foi muito além do teórico. Cultivei o conhecimento e ciência do tema a partir da convivência com pessoas em situação de rua e que muitas vezes também estavam inseridas no meio da dependência química. A expectativa é poder, com meu trabalho, fornecer ideias futuras para que esta situação atual se inverta e que a cidade possa oferecer a estas pessoas o que lhes é de direito.

106


11. bibliografia

107


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110


OBRIGADA

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