design coletivo
Arte Moda Design Literatura Fotografia Ilustração Jornalismo
elo dança # 01
Dança de salão, dança de rua, vídeodança, corpo-dança, dança contemporânea, dança para a internet. É dançando conforme a música do design que nasce a revista Elo Design Coletivo. Elo acredita na dança em conjunto, valorizando os passos individuais e a forma de cada um pisar no salão. E nesta edição de estréia, o baile está cheio de belos passos: fotografia, informação, poesia, moda, ilustracões, conceitos, idéias, sonhos, papéis e cores. Você está convidado a entrar na dança conosco. Divirta-se! Letícia Raposo
CAPA concepção e direção Lucas Magalhães fotografia Gianfranco Briceño produção de moda Julia Valle cabelo e maquiagem Ronnie Peterson modelo Fabiana Mayer
2 elo dança
elo: cada um dos anéis que faz parte de uma cadeia; gavinha; ligação.
arte moda design literatura fotografia ilustração jornalismo a revista elo chega para apresentar o trabalho de novos profissionais dessas áreas que embora próximas ainda são tão pouco aproveitadas em sua coletividade design coletivo é isso que a revista elo se propões a fazer com publicação semestral e tiragem limitada de 500 e xemplares elo r espeita c ada á rea e cada f unção e m prol d e um objetivo comum a construção de uma linguagem contemporânea através do design
para baixar a versão em pdf
www.elodesigncoletivo.com para colaborar elodesigncoletivo@gmail.com
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moc.liamg@ovitelocngisedole rarobaloc arap moc.ovitelocngisedole.www fdp me oãsrev a raxiab arap
letíciaraposo criação letíciaraposo colaboradores bárbararenault camilacortielha clarisseraposo diogodroschi lucasdosanjos lucasmagalhães marialutterbach nianpissolati renatamaia gráfica delrey tiragem 500exemplares agradecimentos thiagocolares andréluizgomes editora
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elo dança 5
6 elo danรงa
08 14 16 19
Principal
Em pauta
Conto
Moda
26 30 40 46 50 52 56
Experimental
Fotografia
Entrevista
Ensaio
Poesia
Ilustração
Colaboradores
Principal nian pissolati
Linhas Tortas
8 elo Danรงa
Numa época em que parece não haver
escultura, que se molda, se constrói
mais limites e fronteiras para a arte,
e se move num ambiente traçado e
onde tudo parece ser possível, é no
configurado em linhas e formas geo-
mínimo instigante pensar no inverso:
métricas. Daí a relação com as artes
a partir de limites pré-estabelecidos,
plásticas. Nas próprias palavras de
linhas deixam bem claro os
a criação e a subversão. Falamos de
Rodrigo Quik, criador da companhia,
desenho. Falamos de contornos e de
com sua expressão artística “há uma
espaços e limites. Concretismo
cores. E dentre tantas delimitações o
preocupação em se trabalhar não só
movimento orgânico, capaz de nos
com a dança, mas com a imagem”.
fazer questionar a linearidade. Ou
A inter-relação das artes, para se
melhor, a coreografia dos corpos que
chegar a um ponto singular de ex-
ao se movimentarem mostram a bele-
pressão. Até aqui, isso não é novi-
za do simples.
dade na arte contemporânea, o inter-
O reto que contorna e define o espaço. Entre quadrados e retângulos, um conjunto de
e contemporaneidade. >> por Nian Pissolati fotos Guto Muniz/divulgação
câmbio, as trocas e relações entre os Desenhos que saem do papel e se
vários sentidos e metáforas que cada
apresentam num palco. E nesse
expressão tem, na particularidade da
palco, a interferência dos corpos.
junção. Mas a força está na simplici-
Essa é a Quik Companhia de Dança,
dade. Em toda a complexidade que o
que desde 2000, quando foi criada
simples pode conter.
em Belo Horizonte, tenta trabalhar a questão do desenho que o corpo
As cores básicas. As formas básicas. O
constrói no espaço. O corpo como
movimento básico. >>
elo Dança 9
Dos tornozelos à alma :: Esse
conhecer o corpo humano. Ossos que
é o nome do segundo espetáculo
se desenham na pele, as texturas, on-
da companhia, que em sua história
dulações e contornos dos corpos, que
de vida, possui três, no total. O es-
impressionantemente se tornam um. A
petáculo, que estreou em 2004, é,
beleza dos traços que os próprios cor-
na verdade, o primeiro trabalho da
pos constroem ao lado da dificuldade,
companhia que trabalha com tais
da luta e do esforço pela simetria. De
questões mais diretamente. A partir
um lado, a exatidão dos traços e con-
da dança que se constrói no chão,
tornos geométricos, de outro a sime-
com corpos nus que se movem em
tria imperfeita dos corpos, as perfeitas
retângulos iluminados, o grupo traba-
imperfeições do ser humano.
lha a relação do corpo com a cultura e a natureza. A simetria. A dificuldade
A linguagem dos corpos, metáfora
e a beleza em dois ou três corpos se
da vida. Novas formas que se apre-
encaixarem, deitados no chão, num
sentam, que se desenham. No final,
balé meticulosamente coreografado,
a vida não é isso? Corpos que ten-
desde os tornozelos, até a cabeça,
tam se tocar, se entender, que a cada
para enfim se chegar à alma.
dia tentam na junção um sentido? A dificuldade da aproximação. Mesmo o
Na realidade o que a companhia
mais simples exige muito esforço. O
propõe, só é possível com a simplici-
retângulo branco, os corpos nus, só
dade e exatidão das linhas. O desenho
a forma e o trabalho da tentativa de
básico e simples, o cenário, também
completude. A beleza dos pequenos
desenvolvido por Rodrigo Quik, se
gestos, que em sua pequenez guar-
torna o lugar mais adequado para se
dam a grandeza do ser humano. >>
Do limite à libertação :: Ainda
e desenhos que por si só se expli-
nesse sentido, chegamos ao terceiro
cam. Apesar disso, o bailarino afirma
e mais novo espetáculo da compa-
que a dança não pode ser abstrata,
nhia, chamado Formas e Linhas.
mas figurativa, pois trabalha com
Dessa vez, o grupo vai mais fundo na
corpos. Porém, é a relação desses
sua relação com as artes plásticas, e
corpos com o espaço trabalhado que
inspirado no concretismo do começo
trazem toda a complexidade e rique-
do século XX, se propõe a mais uma
za de seu trabalho.
experimentação. Mais uma vez se impondo limites, a companhia trabalha
As direções possíveis a se tomar no
com a extrapolação.
cubo, no mundo. As dimensões espaciais, até onde se pode chegar? A poli-
Um cubo branco, sem paredes, re-
dez do movimento num espaço cheio
cortado por linhas elásticas. Esse é o
de linhas, informações que se cruzam.
cenário para a movimentação dos cor-
O movimento redondo no espaço
pos. “Não queremos fazer uma dança
quadrado, a curva dentro da exatidão.
baseada na emoção mais forte que o
A fluidez dentro da rigidez. A harmonia
movimento. Queremos que o movi-
construída a partir dos limites da de-
mento, por si só, faça a comunicação
sarmonia. A utopia do perfeccionismo.
com o público”, explica Quik. Assim, a narrativa livre é construída a partir do
A preocupação com a comunicação. A
diálogo do corpo com o espaço.
forma do desenho e do corpo como elemento capaz de interação e cons
Como no concretismo, a importância
trução de sentidos entre público e
do abstracionismo. As formas, linhas
dançarinos. >>
elo Dança 11
Diálogos :: Estamos numa época em que há cada vez menos limites para arte. Hoje se pode fazer tudo, ou quase tudo, experimentações e tentativas de expressões que nos expliquem, ou que antes, e ainda mais importante, exprimam nossos sentimentos. A infinitude dessas possibilidades pode gerar expressões maravilhosas, mas muitas vezes podem ser perigosas. No caminho do não-limite se perder é muito fácil. Talvez o que a Companhia Quik nos mostre, é que o limite é necessário. Linhas, formas, cores. Movimentos a princípio simples, mas que mostram a complexidade da limpeza, do enxuto, do básico. Limites podem ser extrapolados. Mas a companhia prova algo, que há muito parece ter se esquecido. Só conhecendo seus limites pode-se subevertê-los. Consciência é arte. E das melhores. 12 elo Dança 12 elo dança
Nian Pissolati Ê jornalista formado pela UFMG em dezembro de 2005 e dança um samba de vez em quando pra ficar feliz.
elo dança 13
01. 02.
04. 03,
05.
06.
Design, fotografia, literatura, moda , arte, ilustração, jornalismo... Tanta coisa para ser abordada em apenas seis “gotas”. A revista Elo reservou este espaço para as novidades e aceita sugestões: elodesigncoletivo@gmail.com * Agradecimento à Carolina Mansur
14 elo Dança
1. Brilhantes novidades
2. Cultura de bolso
3. Poesia na rede
Uma das maiores fabricantes de papéis
Com apoio da Lei Estadual de Incentivo
Para os internautas que se interes-
do mundo, a Arjo Wiggins, incrementou
à Cultura, a revista MININAS entra no
sam por literatura moderna, o blog
a linha Color Plus Metálico com uma
bolso e encanta os olhos de leitores há
formado pelo jornalista Nian Pissolati
nova opção de cor, o Oxford (preto
mais de três anos. Em formato 10x10 cm,
e pelo publicitário Lucas dos Anjos é
com brilho prata) e trouxe uma opção
a publicação de literatura é belo-hori-
uma boa opção. Descompromissados
texturizada às cores já existentes, in-
zontina e dá conta de crônicas, ensaios
com qualquer estilo formal, os meni-
clusive ao Oxford. A linha é composta
fotográficos, ilustrações e artigos assina-
nos, que também são colaboradores
de papéis com brilho em ambas as
dos por mocinhas de Minas, Rio e São
desta edição da Elo, emocionam com
faces, gerando um incrível efeito dife-
Paulo. Distribuída em livrarias e sebos,
seus posts tão cheios de contempo-
renciado com a incidência da luz, o
cafés e universidades, cinemas e centros
raneidade. A começar pelo título inu
que sofistica ainda mais os trabalhos
culturais, MININAS também pode ser es-
sitado: “Maisoumenando Nadismos”
impressos. www.arjowiggins.com.br
piada na rede, anote: mininas.com.br
maisoumenandonadismos.blogspot.com
4. Camiseteria.com
5. Tenha Fé
6. Idea fixa
Para fugir da camiseta convencional a
A nova marca mineira de bolsas arte-
No gigantesco mundo das revistas
dica é ousar, comece então pelo site
sanais e acessórios A FÉ é uma ótima
digitais essa é apenas mais uma, mas
camisetaria.com. Lá, você pode encon-
opção para mulheres que gostam de
com a diferença de ser um “produto
trar o que procura. As estampas ide-
produtos com estilo e identidade.
genuinamente brasileiro”. Idea Fixa,
alizadas por designers de todo o país
Sempre apostando na mistura criativa
é uma revista digital internacional de
tem agradado a clientela fiel. E para
de tecidos finos e rústicos, e materiais
fotografia, design, ilustração e artes
quem acha que acabou, mais uma
como rendas, flores, broches e botões,
plásticas. Seu objetivo é inspiração,
novidade, quem decide qual camiseta
os mimos enriquecem qualquer visual,
visão e, assim como a Elo, promover
entra para a coleção é o público. Faça
apostando na originalidade das pecas.
os artistas participantes. Vale a pena
sua moda. www.camiseteria.com
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elo Dança 15
conto camila cortielha
Já é muito tarde quando eu chego. Essa é a única coisa que me incomoda, o horário que trabalho. Nunca é o melhor da festa, é sempre tão tarde... Quando chego, trago um vento tão frio e estranho no ambiente que todo mundo vira a cabeça na minha direção, mas só ela me enxerga. Já está na pista, mesmo meio contrariada, depois de um dia cheio de frustrações da vida e de dois ou três tragos tomados por causa da pressão das amigas. Hoje, ela chama Torem. Gostei do nome dela, assim como eu gosto do meu trabalho. Até dessa roupa roxa que me fazem vestir eu gosto, mas o mais atraente de tudo o que eu faço é dançar. A dança muda tudo nas pessoas: as roupas são cuidadosamente adquiridas para não atrapalhar a dança, o corpo se acostuma e o andar se molda de acordo com seus movimentos. A música identifica as pessoas parecidas e, quando elas dançam, o momento compartilhado faz com que elas se encontrem uma na outra. E é assim que ela se encontra em mim. Ela se entrega e eu a tomo. Em silêncio, no começo não nos tocamos. Ela dança quase sem querer, eu danço por obrigação, mas é gostoso se encontrar ali. Quando a Torem pergunta, eu digo que chamo Álvaro. E ela acha que é de alvo, de branco, de luz, “tão branco você é”, ela diz. E ela acha que é de alvo, de mira, de seta, mas isso ela não me conta. A Torem sabe de pouca coisa. Naquela pista lotada e escura, só dá para perceber que todos dançam por causa das luzes e das sombras que chegam até a parede, em outra dança particular. Mas nós dois nos vemos ali, um no olho do outro, de várias formas e profundidades. Outro mundo começa a crescer ao nosso redor. A Torem deseja, brevemente, não dançar com ninguém mais, nunca mais. Ela sonha em segundos ter uma vida feliz comigo, um casamento, três filhos, uma casa e um presente. Faz charme e rebola na minha frente, pensa em me conquistar e tenta. Eu gosto dela, cheirosa de alecrim. Eu até penso em me chamar Lauro, já que ela é loura. E sonho um sonho muito esquisito, que desperta a Torem e eu ao mesmo tempo, mas nenhum fala nada. No meu sonho mudo, começamos a dançar e esperamos a realidade mudar outra vez à nossa volta, torcendo para amanhã acordarmos de outro sonho parecido para experimentar tudo de novo, mais uma vez, sempre a primeira. Mas não posso. Forço a concentração no trabalho e deixo que ela me abrace. Ela se entrega e eu a tomo. A outra realidade vai estar pronta, rapidinho, assim que a Torem abrir os olhos dos devaneios de casamento-casa-três filhos. E ela nem sente direito, tomada pelo mundo novo que a espera, mas morre ali, em um beijo da madrugada, como é o meu trabalho fazer. E, como tem que ser, eu saio todas as noites seguintes para fazer o mesmo com outras e outras. Eu sou Morte.
Estranho de roxo
por Camila Cortielha ilustração Aruan Mattos
16 elo Dança
Camila Cortielha é formada em Relações Públicas pela PUC-MG, mas “baila” maravilhosamente pela literatura e o design.
es(com)passo
concepção e direção Lucas Magalhães fotografia Gianfranco Briceño produção de moda Julia Valle cabelo e maquiagem Ronnie Peterson modelo Fabiana Mayer
vestido Filk biquíni Gig lenço e meia calca acervo
moda lucas magalhães
elo Dança 19
elo Dança 19
20 elo Danรงa
casaco xadrez Filk vestido Alphorria
elo Danรงa 21
moletom e blusa Filk short e meia calca acervo
22 elo Danรงa
saia Voile leotard e casaco acervo
elo danรงa 23
vestidos Alphorria casaco Filk saias e meia calรงa acervo
24 elo Danรงa
vestido Alphorria faixa renda Filk meia calรงa e perneiras acervo
Lucas Magalhães é designer formado pela Escola de Design da UEMG em 2005. Agora, além de inventar moda, ele também inventa sets de “ferver” as pistas de dança.
elo Dança 25
No Impulso por Maria Lutterbach
ilustração Letícia Raposo fotos Fábio Cançado/divulgação
Cada movimento que o corpo faz entrega um sinal, uma pulsão qualquer que nasce interna e precisa escapulir em manobras de braços, pernas, pescoço, mãos se mexendo. Passa o tempo, o corpo fica viciado, repete ações ou va ria sobre o mesmo tema, escondendo a essência lá atrás, querendo enganar quem vê, às vezes querendo enganar a si próprio. Esse instinto que mora na gente, estopim pra expressão do nosso interior é a matéria de trabalho do Zikzira Teatro Físico, companhia que brotou do encontro entre o diretor suíço Andre Semenza e a coreógrafa Fernanda Lippi, cujos olhos estavam injetados quando ela disse: “O nosso corpo é um trem de bagagem, de coisas, de manias, mas se a gente começa a limpar isso, dissecar de várias maneiras, é quase um ataque pro real”. >>
experimental maria lutterbach
Mas o corpo como foco único não in-
Até então, a companhia vinha mos
Nesse sentido, o ator e o bailarino
teressa à Zikzira. O que interessa é a
trando projetos em que a palavra não
aparecem como sujeitos criadores,
desconstrução de uma capa, de uma
aparecia. Era só movimento e som. No
figuras que se libertam ao deixar suas
coisa que protege, de um vício. O que
espetáculo que está preparando agora,
histórias serem apalpadas durante
interessa é o ser humano, sua alma e o
com três atores convidados que vão tra-
o processo criativo. Fernanda Lippi
desconhecido. Para isso, o grupo criado
balhar juntos durante um ano, chegou o
conta que o trabalho sempre deman-
em 1999 em Londres - e com uma sede
momento de fazer com que os sons pos-
da disponibilidade e muita coragem
recém-inaugurada em Belo Horizonte -
sam se transformar em palavras para o
dos envolvidos: “O corpo da gente é
desenvolveu uma identidade muito clara
diálogo finalmente acontecer em cena.
a casca da nossa alma. O que une a
e traçou uma direção. Fazendo filmes ou
“Depois que os sons saíram, a gente
gente nesse trabalho é como vamos
espetáculos, a Zikzira costuma bulir não
teve um entendimento grande de onde
desconstruir.
só com os questionamentos e julgamen-
esses impulsos estão acontecendo, aí
muito grande no ser humano, nas
tos do público. “Mexe internamente com
deu para trazer a palavra”. Terreno de
pessoas, na psíquica humana, então
alguma coisa que faz as pessoas deixa-
limites e conceitos ainda obscuros no
a nossa tendência é sempre estar fa-
rem de estar confortáveis. Sempre mexe
Brasil, o teatro físico explora o trabalho
lando de gente”. A proposta é que os
em outros canais. Não tem jeito de sair
do ator centralizado no físico - corpo
atores alcancem entre si um nível de
ileso, ou a pessoa entra e sente muita
e voz – em uma busca visceral por
comunicação tamanho que a platéia
raiva ou ela adora, mas sair imune do
transmitir idéias e sensações através de
do outro lado sinta que alguma coisa
processo é difícil”, fala Fernanda.
movimento e som.
chacoalhou por dentro. >>
Temos
um
interesse
elo dança 27
Na procura por histórias de vida e rastreando sentidos esquecidos no tempo, a Zikzira leva a abordagem site specific para locações não convencionais. O espaço que vai abrigar o espetáculo que está começando a ganhar formas é um exemplo de que a companhia é atraída por lugares com preciosidades escondidas. Trata-se de um prédio antigo e abandonado, nos arredores da rodoviária de Belo Horizonte, onde já funcionou uma grande padaria e, depois, um bordel ilegal. “Na época em que Mussolini estava no poder, o italiano dono do bordel protegia as prostitutas italianas que moravam ali para elas não serem atacadas. Essa história faz parte da cidade, faz parte da nossa história, mas quase ninguém fica sabendo. São 36 quartos, aquilo era uma pequena cidade. Vamos levar uma tragédia grega que fala sobre o amor impossível pra dentro da realidade de hoje nesse lugar. A gente vai morar lá e vivenciar esse espaço. Quem esteve lá, o que aconteceu”, adianta a coreógrafa. A disposição em se infiltrar sorrateiramente nesses universos e trazer alguma coisa deles aqui para fora é um dos focos de movimento da Zikzira. O desejo é de ativar a liberdade através de construções poéticas, deixar caírem as máscaras para fazer possível dividir dor, alegria ou qualquer coisa que seja. Com reflexos, sons e agora palavras, as perguntas que essa trupe se faz o tempo todo e também joga no ar são: O que queremos com nosso corpo? O que podemos buscar com ele?
Maria Lutterbach ĂŠ jornalista formada pela PUC Minas em 2003. Adora bailar pelos eventos culturais mundo afora.
elo dança 29
fotografia bárbara renault
O Espaço em Ritmo Neste ensaio, a fotógrafa nos empresta o seu olhar sobre a dança. Tendo como pano de fundo um ambiente tipicamente urbano, suas lentes expressam a idéia de dança como lugar, espaço e tempo. Movimento, ritmo e repetição. Caos e harmonia. por Bárbara Renault
30 elo Dança
elo Danรงa 31
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elo Danรงa 33
34 elo Danรงa
elo Danรงa 35
36 elo Danรงa
elo Danรงa 37
38 elo Danรงa
Bárbara Renault é artista plástica formada pela Escola Guignard da UEMG em 2004. Está sempre dançando entre a fotografia o design e a moda.
elo Dança 39
entrevista renata maia
O corpo virtual
40 elo Danรงa
Considerado o primeiro projeto de dança contemporânea concebido para a rede, o espetáculo “Mini@tures”, da
O “Mini@tures” foi considerado um
a conexão. É nessa liberdade que cria-
projeto pioneiro de dança para a
mos, para a web, projetos livres para um
internet. Quais são os desafios de se
público livre...
criar dança para a web? Do ponto de vista do bailarino, o que Tenho certeza que estamos entre os
muda, quando ele passa a dançar para
companhia francesa Mulleras,
primeiros na criação de um projeto es-
esse tipo de cenário on line?
é uma das mais interessantes
pecífico para a internet (http://www.
e vanguardistas experiências entre dança e novas tecnologias realizadas nos
mulleras.com). No entanto, somos todos
Para o projeto “Mini@tures”, nós leva-
herdeiros daqueles que estavam lá, na
mos em conta esta dificuldade da passa-
pesquisa de novos formatos e usos tec-
gem para a imagem. Fizemos um roteiro
nológicos, antes de nós, e que deixaram
de como poderíamos colocar a imagem
seus traços, como Georges Méliès e
de dança na web. As imagens deveriam
últimos tempos. Exibido nos
Merce Cunningham. Em “Mini@tures”
ser curtas, acessíveis e leves. E contorna-
principais eventos de arte
a tecnologia é um vetor e não uma fi-
mos voluntariamente os eventuais pro-
nalidade. Os clipes de vídeo de curtís-
blemas de restituição da nossa imagem
e tecnologia do mundo,
sima duração, acessados on-line servi-
em movimento: é uma criação desejada
“Mini@tures” utiliza recursos
ram como ponto de partida para uma
e prevista pelas ferramentas “câmera-
escritura coreográfica pós-web, dando
computador-monitor”. Adaptamos sem
nascimento a uma performance em cena
cessar nossa escritura dos corpos a este
com dançarinos. É um projeto nômade,
objetivo. Eu queria que o dançarino esti-
um itinerário de criação evolutivo, que
vesse numa pequena janela de 4x5 cm,
da computação gráfica que mais do que produzir miniaturas de uma dança que
nos permite “viajar” realmente para
no monitor. Quando um dançarino sabe
pode caber na palma da mão,
criar fora de nossos muros, em outros
que vai ser visto dia e noite na web e
ampliam e refinam a discussão
lugares e países. Nós desejamos, com
que vai medir menos de 2 cm de altura,
a internet, ultrapassar as funções, os
ele não vive sua identidade de artista de
a respeito da relação da dança
gêneros, ir além dos hábitos de trabalho
modo habitual. Ele passa por um ques-
com as novas tecnologias.
e dos formatos geralmente reservados
tionamento de sua imagem, incorporan-
à nossa criatividade. E além disso, so-
do outro tipo de restrições, diferentes
bretudo, desejamos nos impregnar com
das que se dão na cenografia habitual
a sensação de liberdade que banha a
(relação com o palco, duração da obra)
rede. Internet é poder escolher: escolher
e relativas ao espaço-tempo da web: ta-
ver e descobrir o que quisermos. É ser
manho da tela, formato da imagem, tem-
livre, a todo momento, para interromper
po de download. >>
Em entrevista à Elo, Didier Mulleras comentou seu trabalho e o da companhia. por Renata Maia fotos divulgação Mulleras
elo Dança 41
“Dançar é encontrar sentido para os seus sentidos. Uma máquina ainda não sabe fazê-lo. O ‘verdadeiro’ corpo nos é então sempre indispensável”
Os Mulleras se tornaram conhecidos
Os projetos de dança para web intro-
graças a internet?
duzem novas concepções de corpo?
Sim. Mas o que nos ajudou também
Com a dança, tratamos de corpos de
foi a repercussão de nossas criações
carne em movimento, sem artifícios.
nos jornais e televisões: mais de 300
A passagem para a tela, a dança fil-
reportagens em dois anos. Isso foi
mada, retira por vezes do movimento
muito rápido e quase surrealista para
muito de sentido e sensibilidade, uma
uma companhia implantada no inte-
vez que ele foi previsto inicialmente
rior da França. Desde o fim de 98, os
para ser visto em cena, na relação
mais importantes veículos da impres-
frontal dançarino/espectador. A máqui-
sa rádio e televisão da França e no
na é um parceiro e uma ferramenta ao
exterior falaram de nós e de “Mini@
mesmo tempo. Uma entidade híbrida,
tures”. Isso ajudou muito o projeto na
nem monstro, nem mestre, antes, ami-
sua difusão junto ao público.
ga sempre disponível, freqüentemente muito obediente, sempre estimulante
O processo de criação do
na lógica de um trabalho preciso a re-
“Mini@tures” durou quatro anos e
alizar. Mas, se eu coloco máquinas no
desenvolvido em etapas. Como foi
meu estúdio e começo a lhes propor
este processo? Como as microdanças
um movimento a construir, sei de an-
foram pensadas e executadas?
temão que mesmo com o avanço da tecnologia o resultado é improvável:
42 elo dança
Seguindo um princípio de base, “do real
uma máquina não se “mexe”. Dançar
ao virtual e vice-versa”, as “Mini@tures”
é encontrar sentido para os seus sen-
são fruto de uma reflexão sobre o pos-
tidos. Uma máquina ainda não sabe
sível questionamento de nosso universo
fazê-lo. O “verdadeiro” corpo nos é
criativo face às novas tecnologias.
então sempre indispensável.
Renata Maia Ê jornalista e fotógrafa formada pelo UNI-BH. Entre valsas e boleros, ela acaba sempre dando uma dançadinha nas festas que fotografa.
O Corpo Violentado
ensaio clarisse raposo
“Ah! Por mais que com
Quando pensamos no mote “dança”, as primeiras associações que nos vem à
o espírito trabalhes
mente são informadas sobretudo pela potência do corpo. Mais ainda, somos
A perfeição dos seres existentes Hás de mostrar a cárie
tomados por imagens esteticamente harmoniosas que remetem à virtuosidade desses seres perfeitos encarnados pelos bailarinos. Sempre fui fascinada por seus corpos, por sua simples presença no espaço... Como são belos os bailarinos que, justamente por sua, digamos, hiper-imanência, mostram-se diante dos
dos teus dentes
meus olhos embriagados como símbolos da transcendência do corpo humano
Na anatomia horrenda
– que, diga-se de passagem, é“demasiadamente humano” para se transcender a
dos detalhes.”
si mesmo. É o que desejo esboçar com esse breve ensaio, que diz um pouco de
Augusto dos Anjos
parte do muito que aprendi com antropologia – essa filosofia infectada de pessoas de verdade. Pessoas-humanas? Há controversas. Mas isso é outro assunto. No Gênesis, diz-se que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Mas, para nosso eterno flagelo, a deidade humana logo fora subvertida, ou melhor, invertida, por uma cosmologia (judaico-cristã) que localiza no próprio Homem a origem do mal. Desde a queda de Adão (ou do Homem), a condição de humanidade para nós, é não só a origem de toda espécie de sofrimento, como o corpo torna-se o lócus primordial da dor. Desde o crime de Adão, “toda a criação geme e sofre junta as dores do parto” ( Romanos 8:22). Todos pecamos, a vida humana se tornou penosa e o corpo amaldiçoado. Somos uma complexa síntese de dor e prazer, impulsionados pela necessidade a que fomos condenados deste que abandonamos, por vontade própria, ou se quiserem, pelo livre arbítrio, o Jardim do Éden. Somos imperfeitos. Não mais à imagem e semelhança de Deus, mas bestas cujo o triste trope se resume na busca da satisfação e no alívio da dor. Amém!
ou
A Queda de Adão
por Clarisse Raposo ilustração Letícia Raposo
Da cosmologia do gêneses até a maravilhosa Civilização Capitalista, com todo o seu séqüito de teorias e apologias morais respectivas ao tão sonhado Pro-
gresso da Humanidade, a mesma ladainha se repete obsessivamente: O Homo Economicus é o Adão Caído, só que com uma pitada de glamour, pois as necessidades do corpo, que ora eram indicativas da perdição eterna, estão agora travestidas de luxúria consumista, a nossa salvação terrena. Pois afinal de contas, o homem civilizado é o homem que consome as benesses do progresso. >> elo Dança 47
Somos mais humanos que os índios, por exemplo, que são mais afeitos às pulsões animais, e “tiram da natureza tudo o que precisam”. Aliás, como é bom transformar a dor ontológica da humanidade em uma bolsa Louis Vuitton de três mil reais! Viva a Civilização! Só que ninguém parece ter notado o paradoxo em que vivemos, entre o “progresso” que supostamente representa o triunfo do espírito humano sobre o corpo animal, e a dependência dessa feliz redenção diante de uma crescente preocupação com a aflição corporal: mais necessidade. Diga-se de passagem que a “moda” para mim é a própria encarnação de Lúcifer, se levarmos em consideração a inter-relação entre maldade e necessidade de consumo. Ainda bem que eu não sou católica e assim posso me esbanjar nos fetiches da mercadoria. Isso tudo é para tentar dizer que o corpo não é só potência - o que um deslumbramento superficial diante dos feitos fantásticos dos espetáculos de dança poderia nos levar a concluir. O corpo é antes de tudo imperfeito, incompleto. O corpo é necessidade. O corpo é carne viva na anatomia horrenda dos detalhes. A dança só potencializa o corpo na medida em que super-expõe tal limitação. “Se eu pudesse te dizer tudo o que eu quero transmitir, não precisaria dançar” - disse uma das genitoras do que chamamos hoje de “dança contemporânea”. O corpo tem poder através da e pela limitação do espírito (ou da linguagem) e vice-versa. Ou na proposta de Alejandro Ahmed (Coreógrafo do Cena 11 Cia. de Dança), em um espetáculo justamente intitulado “In’Perfeito”: “Cada vez que meu corpo foge da Tua imagem, distancio o risco da perfeição e torno-me mais humano”. Nessa versão, o corpo tem potência de expressão nele mesmo, mas justamente ao se assumir demasiadamente humano para ser perfeito. É esse tipo de beleza a que me referi no início desse ensaio. A que reside no que, de tão imperfeito, torna-se um feixe de forças prodigiosas sustentando dois mons tros: a alma e o instinto. Eis do que é feito o homem e seu corpo - de incompletude e ausência. Mas como é bela a dança dos corpos imperfeitos. No Brasil, ainda temos carnaval e dançamos gloriosamente quatro dia seguidos. Talvez por isso alguns digam que temos “o diabo no corpo”... Talvez não sejamos tão católicos... A Humanidade é uma cicatriz talhada no rosto de Deus.
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Clarisse Raposo é antropóloga (!) formada pela UFMG em 2005. Aqui, faz o papel de ensaísta, mas ela gosta mesmo é de ensaiar dança indígena no meio da Amazônia.
poesia lucas dos anjos
Era de quadris meu flagelo, Tantos ésses e mil cedilhas. Era outra Era De outras massas e sapatilhas Meu pulso saltitava em desafio Num balé descompassado Na faca, o andar no fio, Promessas soltas num salão riscado No desenrolar dos medos Um presságio, uma insana euforia! Um mais-que-perfeito solo Trágica coreografia Era valsada nossa côrte Um Pas de Deux sem lugar Balé de desencontros Um pra lá e um pra cá
Um pra lá e um pra cá. por Lucas dos Anjos ilustração Raquel Meira
Era de Dó a sinfonia Que de lá regia inquietos e fugidios Era desafinado esse silêncio Movimentos (a dois) em agonia. Era a véspera do encontro Sentido há versos em agouro Doçuras e leveza vencidas Por um tanger de cortar couro Era de resignação o tal final Era sem futuro nosso par Era, de fato, mais outra era Uma vez em casa, descalçar. E agora tudo dançamos: Nada machuca tanto quanto não tirar os sapatos ... Nada como um dia e um passo depois do outro.
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Lucas dos Anjos é formado em Publicidade e Propaganda pela UFMG (2005). Além de escrever, ele fotografa, pinta, compõe, canta... e dança.
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ilustração diogo droschi
Diogo Droschi é designer (quase) formado pela UEMG. Adora dançar entre a UEMG e a UFMG, onde também está (quase) se formando na escola de Belas Artes.
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PRINCIPAL :: Nian Pissolati é jornalista formado pela UFMG. Atua como colaborador para o site de cinema e música www.pilulapop.com.br. Atualmente é produtor na JPZ Comunicação, onde produziu o filme Vão dos Buracos, ganhador do concurso DOC TV III, em 2006. Em dezembro de 2006 dará início ao seu primeiro filme, Remoinho, atuando como diretor e produtor. nianpl@gmail.com CONTO :: Camila Cortielha formou-se Relações Públicas na PUC-MG em 2005. Já autou como editora de fanzine, redatora publicitária e assessora de comunicação. Atualmente, trabalha como designer na Graffo Agência de Notícias e planeja a segunda graduação em Jornalismo. cortielha@gmail.com MODA :: Lucas Magalhães é designer gráfico graduado pela UEMG em 2005. Trabalhou para grandes marcas mineiras como Patachou e Alphorria, e a internacional Tereza Santos. Atua como designer gráfico focado em moda, fazendo direção de arte e desenvolvendo estamparias. lucasmagalhaes82@gmail.com EXPERIMENTAL :: Maria Lutterbach é jornalista graduada pela PUC Minas. Foi repórter de Cultura do jornal O Tempo, para o qual atualmente escreve crônicas. É colaboradora permanente da revista de literatura Mininas, repórter freelancer e assessora de imprensa da Noir Comunicação. marialutterbach@gmail.com
Conheça melhor os “elos” que encantaram a mente e os olhos dos leitores desta primeira edição da revista Elo Design Coletivo. Aqui você encontra o contato de cada um deles. Se faltar alguma informação, por favor, nos avise, teremos o maior prazer em respondê-lo. elodesigncoletivo@gmail.com 56 elo dança
FOTOGRAFIA :: Bárbara Renault é artista plástica formada pela Escola Guignard da UEMG com formação complementar pela Pittsburg State University, EUA. Trabalhou em agências de renome em Belo Horizonte como RC, New e Id&a e hoje atua como designer e fotógrafa freelancer. Está terminando sua pós-graduação em Design de Moda pela FUMEC, prestes a lançar sua primeira coleção. babirenault@yahoo.com ENTREVISTA :: Renata Maia é jornalista, especialista em Novas Tecnologias em Comunicação pelo UNIBH e fotógrafa freelancer. Já trabalhou na área de moda, como assistente de estilo e produtora executiva de eventos. Trabalha como professora de fotografia na PUC Minas e na Faculdade Promove de Sete Lagoas. Atualmente leciona fotografia no Colégio Padre Machado. renatitamaia@yahoo.com.br ENSAIO :: Clarisse Raposo é bacharel em Ciências Sociais pela UFMG em 2005. Trabalhou no Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, em Tefé-AM (Médio-Solimões), como consultora. Hoje é mestranda do curso de Pós-Graduação em Antropologia da UFMG. clarissedosanjos@yahoo.com.br POESIA :: Lucas dos Anjos é publicitário com formação complementar em Artes Gráficas pela UFMG em 2006. Atualmente ministra um curso de Produção de Textos Visuais e Ilustração Digital para a ONG Contato e atua como designer no Palácio das Artes em Belo Horizonte. É também músico e escritor e está lançando seu primeiro CD com composições próprias. lucasdosanjos80@yahoo.com.br ILUSTRAÇÃO :: Diogo Droschi estuda Design Gráfico na UEMG e Belas Artes com habilitação em Artes Gráficas na UFMG. Trabalhou com projetos de acessibilidade digital e EAD no Serpro e atulmente tra balha com projetos editoriais no Ceale UFMG e como ilustrador freelancer. diogod@yahoo.com
Os títulos desta edição de Elo foram compostos na fonte Democratica de Miles Newlyn (1991) e os textos na fonte Meta de Erik Spiekermann (2003). Capa a quatro cores com laminação fosca em papel Couchê 240g. Miolo a quatro cores em papel Aperg 120g e a uma cor em papel Vegetal 75g.
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que
para
dar continuidade a o nosso trabalho, p re-cisamos d e você que faz moda, arte ou design, que i lustra, escreve ou f otografa e tem até dois anos d e formado. s e você se encaixa n este p erfil, envie a sua idéia para nós. Teremos o m aior prazer em c onhecê-la.
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