NinguĂŠm
dĂĄ prendas ao
Pai Natal Ana Saldanha
7
de
dezembro de 2020
Ninguém dá prendas ao
Pai Natal
Por momentos, o Pai Natal só conseguia ver papéis de embrulho amarfanhados e laços coloridos que muitos pés, grandes e pequenos, calcavam sem reparar. Estava na sua casa no Pólo Norte e seguia pela televisão a cerimónia do desembrulhar das prendas em todas as casas do mundo. - Que pena que isto dá! - desabafou, enquanto uma lagriminha lhe deslizava pela face vermelhusca e se lhe ia dependurar da barba comprida. Com a mão espalmada, esmagou a lágrima importuna e disse: - Ai que infeliz que eu sou! Ninguém dá prendas ao Pai Natal! Estava bem enganado. Ainda mal tinha acabado de soltar aquele queixume, quando se ouviu bater à porta: truz, truz, truz. - Quem vem lá? - perguntou o Pai Natal.
2
7
de
dezembro de 2020
- Sou eu, Pai Natal, a Menina do Capuchinho Vermelho. O Pai Natal abriu a porta e a sua visita ofereceu-lhe uma bonita capa vermelha com capucho. Continua.. no livro, claro!... Excerto do texto original
In: "NinguĂŠm dĂĄ prendas ao Pai Natal", Ana Saldanha, Ed. Caminho, Lisboa.
3