SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 20 DE MAIO DE 2015
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Brasil e China confirmam acordos de mais de US$ 53 bi e ajuda à Petrobras
Dilma Rousseff e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, confirmam acordo de mais de US$ 53 bi
Fonte Jornal Folha de São Paulo DIAS e FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA 19/05/2015 às 14h 25 A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta terça-feira (19) no Palácio do Planalto o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e assinou 35 acordos bilaterais nas áreas de planejamento, infraestrutura, comércio, energia, mineração, entre outras, no valor de mais de US$ 53 bilhões, de acordo com o governo brasileiro. Dilma viajará à China em 2016 para estreitar ainda mais o relacionamento entre os países. Somente com a Petrobras, os acordos que envolvem financiamento de projetos da estatal chegam a pelo menos US$ 7 bilhões. Segundo noticiou a Folha, o Palácio do Planalto vai apostar nos negócios com a China para evitar uma "paralisia do governo" com o corte do Orçamento de 2015, que deve ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões.
Uma das principais apostas do acordo é a Ferrovia Transoceânica, que ligará Brasil e Peru. Em seu discurso durante a assinatura dos atos, Dilma se mostrou animada com a megaferrovia. "Um novo caminho para a Ásia se abrirá pelo Brasil", afirmou. No entanto, o projeto está longe de sair do papel e o preço final ainda não está definido projeções variam de US$ 5 a US$ 12 bilhões. 2
Entre os acordos em diversas áreas, está a assinatura de um memorando para a compra de 40 aeronaves da Embraer e outro para a compra de 24 navios de minério de ferro. Em nota, a Embraer confirmou a venda de um primeiro lote de 22 aeronaves aos chineses. A operação, acertada com a Tianjin Airlines, tem valor estimado em US$ 1,1 bilhão. A entrega da primeira aeronave está programada para este ano -uma segunda será entregue em 2018. As aeronaves fazem parte de pacote prometido pelo presidente chinês Xi Jinping em visita ao Brasil, no ano passado. "Os 18 jatos E190-E2 restantes farão parte de uma segunda aprovação das autoridades chinesas em fase posterior", afirma a assessoria de imprensa da Embraer. Além da cooperação para o financiamento de projetos da Petrobras, no valor de pelo menos US$ 7 bilhões, foram assinados acordos para desenvolvimento de um satélite de sensoriamento remoto, cooperação esportiva nas modalidades de tênis e badminton, instalação de um complexo siderúrgico no Maranhão, entre outros.
Chinês Bank of Communications compra 80% do Banco BBM por R$ 525 milhões FONTE REUTERS 19 Maio 2015 às 13h 03 O chinês Bank of Communications anunciou nesta terça-feira a compra de cerca de 80% do banco brasileiro BBM por estimados R$ 525 milhões, marcando a primeira aquisição do grupo no exterior. O negócio foi divulgado no momento em que o premiê chinês, Li Keqiang, visita o Brasil, quando será assinada uma série de acordos entre os dois países. "A proposta de aquisição do Banco BBM é a primeira compra do Bank of Communications no exterior. Também marca o primeiro passo da expansão do banco na América Latina", disse o banco chinês em comunicado, lembrando que a China vem sendo o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Com o BBM, o Bank of Communications expandirá seus negócios no mercado brasileiro e terá melhor estrutura para atender as atividades de investimento e comércio entre a China e o Brasil, bem como para oferecer serviços financeiros para empresas chinesas que buscam expansão internacional e clientes no Brasil. O BBM foi fundado em 1858 e é uma das instituições financeiras mais antigas do Brasil. Seus principais negócios incluem crédito corporativo, private banking e negócios de tesouraria. O BBM tem sede no Rio de Janeiro e possui unidades também em São Paulo e Salvador. O banco tinha no fim de 2014 ativos totalizando cerca de R$ 3,1 bilhões, segundo o Bank of Communications. A compra do BBM será paga em dinheiro e financiada com recursos próprios da instituição chinesa. A transação ainda depende do aval de reguladores na China e no Brasil. Outros acionistas com cerca de 18% do BBM terão opção de venda de sua participação no banco brasileiro para o Bank of Communications, segundo comunicado.
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Editorial: Setor quase imóvel Fonte Jornal Folha de São Paulo 20/05/2015 às 02h 00 Entre os muitos setores afetados pela crise econômica, poucos são atingidos tão em cheio pela tempestade perfeita quanto a construção civil, prejudicada pelo colapso da confiança (em especial quanto à manutenção do emprego) e pela falta de financiamento de longo prazo para aquisição de imóveis. Será o pior ano em mais de uma década; analistas esperam queda de até 5,5% no PIB da área. Entre as 13 maiores incorporadoras, 6 travaram novos negócios; no primeiro trimestre, o lançamento de novos empreendimentos caiu 57% em relação ao mesmo período de 2014. A luta se concentra em reduzir os altos estoques, algo difícil no contexto de falta de crédito e célere aumento dos distratos quando a transação é cancelada, por exemplo, porque o consumidor não conseguiu se enquadrar nos critérios dos bancos para obter financiamento, ora mais rigorosos. A redução de atividade no setor alterou a dinâmica de preços. Após vários anos de alta acelerada, em várias capitais eles já nem acompanham a inflação. No segmento residencial, o maior problema está na falta de recursos na principal fonte para o financiamento, os depósitos da poupança 65% dos saldos são direcionados por lei para o Sistema Financeiro da Habitação, que banca imóveis de até R$ 750 mil. Isso ocorre porque o aumento da taxa básica de juros (de 7,25%, em abril de 2013, para 13,25% atualmente) torna as aplicações na poupança pouco atraentes. Não por acaso, houve resgates de R$ 30 bilhões nos primeiros quatro meses do ano. Trata-se de inversão notável em relação ao padrão vigente de 2011 ao fim de 2014, quando o volume das aplicações subiu R$ 240 bilhões. Na prática, a escassez obrigou a Caixa Econômica Federal, que detém 70% do mercado, a dificultar o acesso a novos empréstimos. Nos últimos meses, o banco subiu os juros e cortou drasticamente a parcela máxima financiada em imóveis usados, embora tenha mantido as condições para os programas de moradia de baixa renda. O governo estuda paliativos para defender o segmento de menor poder aquisitivo, mas será difícil amortecer o impacto, pois simplesmente não há dinheiro suficiente. No fundo, o problema de sempre permanece: a crônica tendência aos juros altos, que inviabiliza a formação de um mercado de crédito de longo prazo e mantém a dependência de recursos subsidiados, sempre mais restritos e sujeitos a súbitas interrupções. A tarefa essencial do governo, portanto, é arrumar suas contas e derrotar a inflação. Enquanto os juros não caírem bem abaixo de 10% e lá permanecerem, não se desenvolverá um padrão sustentável de financiamento imobiliário.
Falta coragem para acabar com tempo de contribuição Fonte Jornal Folha de São Paulo PAULO MUZZOLON ENVIADO ESPECIAL A VINHED0 20/05/15 Especialista em Previdência com mais de uma centena de livros publicados e ainda produzindo aos 79 anos, o advogado Wladimir Novaes Martinez diz que as mudanças na pensão por morte do INSS são importantes para conter os gastos previdenciários, mas insuficientes. "Deveria acabar a aposentadoria por tempo de contribuição." Ele defende que a exigência para a aposentadoria seja uma combinação de idade e tempo de contribuição, em que a soma de ambos seja igual a 85, para a mulher, ou 95, para o homem --a chamada fórmula 95. Criado por ele em 1992, o índice retornou à discussão no Congresso, mas com alterações que só aumentam o deficit da Previdência. Uma emenda à medida provisória que alterou as regras
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da pensão estabelece que, se o trabalhador atingir tal índice, poderia se aposentar sem a incidência do fator. A fórmula de Martinez mantém o fator previdenciário e seria uma medida para o adiamento do pedido de benefício, como ele explica nesta entrevista. Folha - A mudança nas regras da pensão por morte resolve o problema no caixa da Previdência? Wladimir Novas Martinez - Não, a economia será pequena. A Previdência precisaria de R$ 40 bilhões, R$ 60 bilhões. A economia que se terá com as mudanças baixou de R$ 20 bilhões para R$ 16 bilhões, porque já houve um acordo no Congresso. A medida foi correta, seguindo parâmetros internacionais, mas deve causar alguma mudança na sociedade. O governo também não mexeu na aposentadoria. O governo não tem coragem de acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição, que é um absurdo, outra maluquice, por causa dos efeitos políticos e partidários. Aí criou o fator previdenciário, e agora falam da fórmula 95, que eu criei em 1992. Se uma pessoa começou a contribuir com 14 anos, como era possível anos atrás, com quantos anos vai se aposentar? E quem vai pagar a aposentadoria dele esses anos todos? O país não tem capacidade de criar riqueza para ter esse benefício. Ou seja, sem limitador de idade, a aposentadoria por tempo de contribuição é concedida muito cedo. Isso. E o brasileiro está vivendo mais. Tem um custo para manter essas aposentadorias, e o empresariado não está disposto a pagar. Houve uma tentativa de diminuir a aposentadoria precoce com o fator previdenciário, mas não melhorou nada. Da forma como é hoje há dois problemas? O aposentado reclama do valor recebido, baixo devido ao fator previdenciário. Já o governo tem um custo alto porque esse aposentado vai receber por bastante tempo? Claro. Uma aposentadoria aos 53 anos é muito precoce. No mundo inteiro não é assim, as pessoas se aposentam com 65 anos. Na França, já passou para 67 anos. Qual seria a idade-limite para conceder o benefício sem prejudicar as contas? Com tendência a subir nos próximos anos, 65 anos para o homem e 60 anos para a mulher, com aposentadoria integral. E subir para 66 daqui a dois anos, para 67 daqui a quatro e assim por diante, e ir aumentando enquanto a expectativa de vida subir. O sr. propõe a fórmula 85/95 para elevar a idade ao se aposentar, que voltou à discussão. Só que os deputados discutem a fórmula mantendo a opção do trabalhador continuar se aposentando cedo. A única mudança é a garantia da aposentadoria integral caso a soma fosse atingida. E não resolve nada, porque possibilita a aposentadoria de quem não atingir o índice. Na minha proposta, não há tempo mínimo de contribuição. Mas, para ter direito à aposentadoria, é preciso ter soma 85, para mulher, e 95, para homem. Uma pessoa que começou a trabalhar formalmente aos 16 anos terá 40 anos de contribuição aos 56 anos de idade e já poderá se aposentar. Vai receber por bastante tempo do INSS, mas também contribuiu por bastante tempo. Outro, que começou a contribuir aos 35 anos, atingirá a fórmula aos 65 anos. Terá contribuído por apenas 30 anos, menos que o outro, mas vai receber do INSS por menos tempo. Você pode variar a idade e o tempo de contribuição, o importante é que se chegue ao índice. E para o trabalhador que passou boa parte na informalidade? Que é geralmente o trabalhador mais pobre. Imagine que um médico, aos 65 anos de idade, tenha 30 anos de contribuição. Trinta mais 65 dá 95, ele já poderia se aposentar. Agora imagine um servente, também com 65 anos, mas com apenas 15 anos de contribuição. Como ele vai se aposentar? Na minha fórmula, proponho um índice divisor sobre o tempo de contribuição, que varia em função do salário médio do segurado. Quanto maior o salário, mais próximo de 1 é esse índice.
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Leda no País das Maravilhas Fonte Jornal Folha de São Paulo 20/05/15 Leda Paulani reclama de que eu e Samuel Pessôa tentamos desqualificá-la em nossos comentários à sua entrevista ao "Valor Econômico". Absurdo, porque desnecessário. O excesso de adjetivos e a falta de dados de seu artigo naFolha cumprem essa tarefa com muito mais zelo que qualquer um de nós poderia imprimir. A questão central, porém, é outra. Leda, exceção feita ao desequilíbrio das contas externas, parece acreditar que não havia nenhum problema real com a economia brasileira nos últimos anos. Afirmar o contrário seria "terrorismo econômico". Ela, por exemplo, não demonstra nenhuma preocupação com a piora das contas fiscais no Brasil a partir de 2009, que culminou com um deficit equivalente a 6,7% do PIB. Em outra entrevista, questiona se é o caso de se inquietar com uma dívida pública que, na média dos últimos quatro anos, ficou em 57% do PIB. Deveria ser óbvio, mas essa média poderia representar tanto um país cuja dívida se manteve estável como outro cuja dívida decresceu no período. No entanto, ela representa, na verdade, o Brasil, que viu sua dívida saltar de 52% para 62% do PIB entre 2010 e 2015, ritmo que deveria preocupar qualquer economista que conheça um pouco da nossa história. Isto dito, não resta dúvida de que a política econômica adotada no Brasil pelo menos desde 2011 seguiu muito de perto o receituário dos economistas de esquerda. Houve forte expansão fiscal, que, como já mostrei aqui, não resultou de redução de tributos, mas da elevação dos gastos: em 2014, o governo federal gastou (a preços de hoje) R$ 210 bilhões a mais do que gastara em 2010. Medido como proporção do produto, trata-se de aumento ao ritmo de 0,7% do PIB por ano, simplesmente o mais rápido desde o início da série, em 1997. O BC reduziu a Selic para 7,25% ao ano (pouco menos de 2% ao ano descontada a inflação). Os bancos públicos, liderados pelo BNDES, aumentaram o volume de crédito, no caso deste alimentado por recursos públicos, ou seja, pela elevação da dívida do governo. Diga-se, aliás, que a maior parte desses empréstimos serviu como instrumento para um aumento considerável da intervenção estatal na economia, também na linha defendida por Leda e demais economistas de esquerda. Por fim, de 2011 a meados de 2013, houve esforço visível, seja pela compra de dólares, seja por medidas administrativas, para desvalorizar a moeda. Esse conjunto de políticas --aumento do gasto, corte do juro, desvalorização da moeda, intervencionismo-- deu com os burros n'água. Não acelerou o crescimento (pelo contrário, há razões para crer que o intervencionismo ajudou a reduzir o ritmo de expansão da produtividade). Não conseguiu manter a infla- ção baixa; apenas inferior ao li- mite de 6,5% à custa de mais intervenção, seja nos preços administrados, seja na taxa de câmbio a partir de 2013. Não evitou a piora das contas externas; ao contrário, acelerou-a ao tentar promover o crescimento da demanda doméstica em uma economia desprovida de qualquer folga de produção. Apesar disso, Leda e seus colegas acreditam que estávamos no País das Maravilhas. A mudança recente de política econômica revela, porém, que nem a presidente consegue mais confiar no Chapeleiro Maluco. Passa, e muito, da hora de acordarem do sonho.
Nome da presidente para a OEA é rejeitado Fonte Jornal Folha de São PauloGABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA 20/05/15 Em um recado à presidente Dilma Rousseff, o Senado rejeitou nesta terça (19) a indicação do embaixador Guilherme Patriota para o cargo de representante do Brasil na OEA (Organização dos Estados Americanos).
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Irmão do ex-ministro Antônio Patriota (das Relações Exteriores em parte do primeiro mandato de Dilma), Guilherme foi barrado por 38 votos a 37. É a primeira vez que o Senado rejeita a indicação de um embaixador de carreira. A votação ocorreu poucos minutos antes do escrutínio que aprovou a advogado Luiz Fachin para o Supremo. Patriota já serviu em missões na própria OEA, na Associação Latino-Americana de Integração e em embaixadas. Com a rejeição, Dilma terá que fazer uma nova indicação. O indicado será submetido a sabatina na Comissão de Relações Exteriores, como ocorreu com Patriota, e terá que ser aprovado pela comissão e pelo plenário da Casa. Até lá, a vaga do Brasil na OEA permanece em aberto. Nos bastidores, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), trabalhava contra a indicação de Patriota, assim como fez, sem sucesso, no caso de Fachin. Senadores aproveitaram o sigilo do voto para mandarem o recado de insatisfação com o Palácio do Planalto. Avisar que podem colocar em risco projetos caros ao governo. Como a oposição tem só 18 parlamentares no Senado (DEM, PSDB e PPS), significa que há vários integrantes de siglas aliadas entre os 38 que votaram contra. O PSB, que se declarou "independente", tem seis senadores. Aliados do governo lamentaram a derrota, que teria sido articulada pelo grupo de Renan. O peemedebista votou na indicação de Patriota, apesar de ter a prerrogativa de manter-se neutro por ser presidente da Casa. Lindbergh Farias (PT-RJ) lamentou o resultado ao lembrar do ineditismo da rejeição. Renan reagiu: "Para além de ser um fato lamentável, é uma decisão do Senado Federal que tem que ser respeitada, sim. É atribuição constitucional do Senado Federal apreciar as indicações dos embaixadores do Brasil", afirmou.
Câmara eleva tributação de importados Fonte Jornal Folha de São PauloISABEL VERSIANI e RANIER BRAGONDE BRASÍLIA 20/05/15 A Câmara aprovou nesta terça-feira (19) o texto-base da medida provisória 668, que eleva a taxação sobre produtos importados. A medida faz parte do ajuste fiscal do governo e deve render R$ 700 milhões aos cofres do Tesouro neste ano, segundo estimativas da Fazenda. Para o ano que vem, o impacto é de R$ 1,2 bilhão. O aumento da tributação teve como objetivo compensar uma decisão de 2013 do Supremo Tribunal Federal que na prática reduziu a taxação sobre importados, aumentando sua competitividade ante os produtos nacionais. O STF entendeu que, no caso dos importados, o ICMS tributo estadual não deve incidir na base de cálculo do PIS e da Cofins. Para evitar a vantagem para os importados, o governo elevou as alíquotas. Os aumentos passaram a vigorar neste mês, mas têm de ser referendados pelo Congresso. O texto-base da MP foi aprovado por 323 votos a 125. Houve 5 abstenções. Nesta quarta-feira (20), os deputados ainda votarão 13 destaques ao texto que, depois, segue para o Senado. Em janeiro, o governo anunciou medidas de aumento de impostos com impacto de R$ 20,6 bilhões sobre a arrecadação neste ano. Também sofreram incremento na tributação combustíveis, cosméticos e os financiamentos para as pessoas físicas. Nas últimas semanas, a Câmara já aprovara duas outras MPs do ajuste fiscal do governo que alteraram regras de acesso ao seguro-desemprego e a pensões. Para esta quarta, está prevista ainda a votação do projeto de lei que reduz as desonerações da folha de salários (leia na pág. A15). No total, o governo esperava economizar R$ 18 bilhões neste ano nos pagamentos dos benefícios sociais e trabalhistas, mas a projeção de economia neste ano já caiu a pelo menos a
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metade por causa de mudanças aprovadas nos projetos no Congresso e porque parte das medidas só terá efeito a partir de 2016. O texto aprovado também incorporou mudanças feitas na MP 668 em comissão especial. Foram incluídos no texto do governo artigos que não têm relação com o assunto da medida. Um foi a reabertura do Refis (programa de refinanciamento de débitos tributários) para empresas que tenham apresentado pedido de recuperação judicial. A autorização para que as dívidas possam ser parceladas em 120 meses valerá até para débitos acumulados após o pedido de recuperação. Outras novidades incorporadas ao texto foram a previsão de que a Câmara possa recorrer a uma parceria público-privada (PPP) para aumentar sua estrutura de gabinetes e construir um shopping.
Farmacêuticas investem R$ 332 mi em fitoterápicos Fonte Jornal Folha de São PauloMARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br20/05/15 Com a sanção do novo marco legal da biodiversidade nacional nesta quarta-feira (20), indústrias farmacêuticas vão investir pelo menos R$ 332 milhões em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos até 2016. A estimativa é da FarmaBrasil, entidade que representa laboratórios como Aché, Biolab, Bionovis, Cristália, EMS e Eurofarma, com base em seus associados. A mudança trará segurança jurídica no desenvolvimento de drogas feitas a partir de plantas medicinais encontradas no Brasil e mais rapidez para a liberação. Hoje, a autorização para o início de pesquisas clínicas demora cerca de quatro anos. Com o novo marco, as empresas precisarão somente de um cadastro autodeclaratório. "Além das indústrias que interromperam o desenvolvimento de novas drogas, há também laboratórios que ainda não estão nesse mercado, mas que querem entrar", afirma Reginaldo Arcuri, presidente da entidade. A Biolab retomou seis projetos que estavam parados, que demandarão em torno de R$ 120 milhões em aportes. "Estamos sendo procurados por empresas interessadas em desenvolver drogas em conjunto, o que antes não ocorria", diz Dante Alário, sócio-diretor da Biolab. O grupo quer ampliar de 3% para 15% a participação do segmento no faturamento em até seis anos. O laboratório Aché tem cerca de 20 projetos de medicamentos fitoterápicos mapeados que devem começar a ser desenvolvidos com a sanção do novo marco. Cada remédio poderá requerer entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões em aportes para a sua criação. "O marco legal vai nos dar segurança para investir sem medo de encontrarmos algum entrave adiante, e também a previsão de quanto custará o desenvolvimento da droga", diz Paulo Nigro, presidente da companhia. Hoje, a Aché tem quatro ou cinco fitoterápicos em fase de criação, mas feitos a partir de plantas medicinais de outros países. O segmento responde por 5% a 7% do faturamento da companhia. A estimativa é que ele represente entre 10% e 20% nos próximos dez anos, segundo o executivo. "O Brasil tem a maior biodiversidade do mundo. A lei traz a possibilidade de as indústrias nacionais terem competitividade global." R$ 2,1 bilhões foi a receita líquida da empresa no ano passado, 14,7% maior que em 2013 R$ 702 milhões foi o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado em 2014 3 são as fábricas no país, em Guarulhos (SP), São Paulo e Anápolis (GO)
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4.000 é o número de funcionários Língua A Seven Idiomas vai expandir a sua atuação no interior de São Paulo, com cinco unidades. Hoje, são 18 pontos, sobretudo na capital. Currículo... A escola de negócios Hult International projeta para este ano uma alta de 20% do faturamento no Brasil em seus programas. ...brasileiro Hoje, a Hult tem cerca de 60 brasileiros estudando principalmente nas unidades de Londres, São Francisco e Boston. A MedLevensohn, distribuidora de produtos para a saúde com sede no Rio, terá um complexo logístico e de produção no Espírito Santo. A unidade ficará no município de Serra, com um investimento de R$ 18 milhões. No local, serão fabricados produtos de uma linha de dermocosméticos, hoje feitos de forma terceirizada por uma indústria do Paraná. No segmento de distribuição, a empresa importa e comercializa no país aparelhos como monitores de pressão arterial e termômetros. "A grande variação cambial registrada desde o fim do ano passado tem causado dificuldades, mas, como saúde é uma área essencial, ainda não houve queda na demanda", diz o fundador e diretor, José Marcos Szuster. A confiança dos consumidores brasileiros caiu pelo quinto mês consecutivo e chegou a 42,2 pontos (em escala que varia de 0 a 100), segundo índice da Ipsos e da Thomson Reuters. Esse é o menor patamar registrado desde 2010, quando a pesquisa começou a ser realizada. A insegurança quanto ao emprego (36,8 pontos) e a situação financeira pessoal (31) dos consumidores foram as principais responsáveis pelo resultado. "O emprego é a garantia que as pessoas têm para tomar decisões econômicas, o que reflete na propensão em investir", diz Dorival Mata, diretor da Thomson Reuters. Foram entrevistadas cerca de mil pessoas.
China compra avião e banco e abre mercado para carne Fonte Jornal Folha de São PauloMARINA DIAS E FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA 20/05/15 O governo brasileiro assinou nesta terça-feira (19) 35 acordos bilaterais com a China nas áreas de planejamento, infraestrutura, comércio, energia e mineração. O pacote acordado com o governo chinês chega a US$ 53 bilhões, mas isso não significa que esse será o valor investido pelos chineses no Brasil, já que vários projetos ainda não saíram do papel. De concreto, a visita resultou na compra de 22 aeronaves da Embraer pela Tianjin Airlines, estimada em US$ 1,1 bilhão, e o Bank of Communications comprou cerca de 80% do brasileiro BBM, por estimados R$ 525 milhões. Além disso, oito frigoríficos brasileiros foram autorizados a exportar carne bovina para a China, já a partir da próxima semana. O potencial de exportação anual é da ordem de US$ 150 milhões. Segundo o Ministério da Agricultura, 26 frigoríficos serão habilitados até junho. O mercado do país asiático estava fechado desde 2012 para o produto nacional. No almoço desta terça-feira (19) servido ao primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, o prato principal foi coração de contrafilé braseado. Segundo a Folha apurou, o Planalto aposta nos negócios com a China para reativar o investimento no país, afetado pelo corte de gastos, que deve ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. Dos US$ 53 bilhões, US$ 7 bilhões podem financiar projetos da Petrobras.
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A estatal já havia anunciado, no mês passado, um empréstimo de US$ 3,5 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China, que injetará mais US$ 5 bilhões. Os outros US$ 2 bilhões foram acertados com o China EximBank. "A cifra evidentemente é significativa, mas a simbologia da contribuição é que acho que tem importância", ponderou o embaixador José Alfredo Graça Lima, em referência ao escândalo de corrupção na estatal, investigado na Operação Lava Jato. Sobre o pacote anunciado, Graça Lima disse que "são cifras que visam a dar dimensão da grandeza do que pode vir a ser efetivamente alcançado dentro de um prazo de tempo que a gente não sabe hoje até onde vai se estender". Após encontro com o premiê, a presidente Dilma Rousseff afirmou que fará uma viagem à China em 2016. Uma das principais apostas é a ferrovia Transoceânica, que ligará Brasil e Peru, mas cuja construção é considerada remota pelo setor. O acordo prevê que os chineses façam o estudo de viabilidade da obra, ainda sem preço final definido. O documento deve ser apresentado ao Brasil até maio do próximo ano. Brasil e China também fecharam a criação de um fundo para negócios por meio da Caixa Econômica e do Banco Industrial e de Comércio da China (ICBC), com recursos de US$ 50 bilhões.
'Não nos confunda com Pasadena, não nos ofenda', diz Graça Foster FONTE FÁBIO FABRINI - O ESTADO DE S.PAULO 20 Maio 2015 às 02h 04
BRASÍLIA - A ex-presidente da Petrobrás Graça Foster reclamou de "gestão temerária" na estatal e se disse ofendida quando seus atos foram comparados aos da administração anterior, nomeada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O desabafo foi feito na tensa reunião do conselho de administração da companhia em 27 de janeiro deste ano, cujos embates levaram a executiva a renunciar. No encontro, cujo áudio foi obtido pelo Estado, o colegiado discutia uma forma de estimar as perdas com a corrupção e o superfaturamento de obras, descobertos na Operação Lava Jato. O objetivo era a publicação do balanço contábil do terceiro trimestre da estatal. Em rota de colisão com outros conselheiros, Graça defendeu a publicação de notas explicativas que indicavam, naquele momento, a necessidade de baixar R$ 88 bilhões dos ativos da companhia. Dias depois, contrariada com a divulgação do valor, a presidente Dilma Rousseff acertou com a executiva a renúncia dela e de mais cinco diretores. Na reunião, a então presidente da Petrobrás bateu boca com a presidente da Caixa, Miriam Belchior, à época conselheira, por ter comparado seus atos aos da diretoria às que deliberou sobre a compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA. A aquisição foi aprovada em 2006 pelo conselho de administração e, segundo o TCU, gerou prejuízo de US$ 792 milhões. À época, o colegiado era presidido pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Em nota ao Estado, Dilma justificou que só aprovou o negócio porque o resumo executivo apresentado pelo então diretor Internacional, Nestor Cerveró, omitia cláusulas do negócio consideradas prejudiciais. Miriam reclamou que, a exemplo do que teria ocorrido naquela época, Graça não levou à reunião de janeiro informações para o debate sobre o balanço da estatal e que fora surpreendida por dados apresentados por auditores da PwC.
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"Assusta a gente a informação não ter vindo para a mesa. Aí você se lembra de Pasadena", protestou Miriam. "Não nos confunda com Pasadena. Não nos ofenda", protestou Graça, acrescentando: "Se há dúvida, demita a diretoria". Falhas. Na reunião, Graça afirmou que, quando assumiu a função, pôs em curso um programa para resolver "uma série" de falhas "que a empresa tinha, de coisas malfeitas", que ela não aceitava. "Já tenho um monte de problemas decorrentes de gestão temerária de outros colegas", disse, sem citar nomes. Ao ouvir o lamento, um dos conselheiros reagiu: "A presidente vai me desculpar. Em 2012, quando foi tirada a diretoria, a diretoria não podia ter saído elogiada pelos bons serviços prestados. Os serviços que prestou, a gente está vendo aí". "Isso passou", rebateu Graça. Graça foi indicada por Dilma em fevereiro de 2012 para presidir a Petrobrás, em substituição a José Sérgio Gabrielli, que exercia o cargo desde 2005. Dois meses após a troca, deixaram suas funções os então diretores de Serviços, Renato Duque, e de Abastecimento, Paulo Roberto Costa. Os dois são agora acusados de participar do esquema de cartel e corrupção investigado na Lava Jato. Na ocasião, a estatal divulgou nota agradecendo aos executivos, que também ascenderam aos cargos no governo Lula, "pelos relevantes serviços prestados à Petrobrás". Além disso, ressaltou "a liderança, a competência técnica e o elevado grau de profissionalismo e dedicação no exercício do cargo".
Setor de serviços tem leve recuperação e receita cresce 6,1% FONTE IDIANA TOMAZELLI - O ESTADO DE S. PAULO 20 Maio 2015 às 09h 21
RIO - Depois de registrar o menor crescimento na série histórica por dois meses consecutivos, o setor de serviços retomou fôlego e expandiu sua receita nominal em 6,1% em março ante março do ano passado, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas o resultado deve ser encarado com reservas, alertou Roberto Saldanha, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do órgão. “Eu chamaria de uma ligeira recuperação. Mas ainda está muito abaixo das taxas verificadas em outros meses, principalmente o período antes do segundo semestre de 2014", afirmou Saldanha. Em janeiro, a receita nominal de serviços cresceu 1,8%, enquanto em fevereiro a alta nominal foi de 0,9%, sempre na comparação interanual. Esses foram os menores resultados da série, iniciada em janeiro de 2012. Agora, com o resultado de março, os serviços acumulam alta de 4,6% na receita nominal em 12 meses, sem descontar a inflação. Trata-se do menor resultado nesta base em toda a série, iniciada em janeiro de 2013 neste tipo de confronto. Transportes. O aumento de 8,7% na receita nominal dos serviços de transportes em março ante igual mês do ano passado foi puxado pelo aquecimento da demanda no setor agropecuário, afirmou Roberto Saldanha. O resultado colocou o setor como principal impacto positivo no resultado da atividade de serviços em março (6,1%). 11
"Houve significativa exportação de grãos e carnes. Março foi o primeiro mês em que a balança comercial brasileira ficou positiva, o superávit foi de US$ 458 milhões. Então, o aquecimento da demanda foi do setor de agrobusiness. Por parte da indústria, a demanda continua retraída", afirmou Saldanha. Segundo ele, a valorização do dólar ante o real foi um estímulo às vendas para o exterior, o que impactou a demanda por fretes. O transporte aéreo, na contramão, registrou queda nominal de 3,3% na receita contra março de 2014. "Ao contrário de fevereiro, quando houve queda nominal em função da menor demanda corporativa, o transporte aéreo teve queda em março em função da redução de tarifas", explicou o gerente do IBGE. Famílias. Os serviços prestados às famílias foram atingidos em cheio pela retração na renda dos trabalhadores no mês de março. A receita nominal do setor em março avançou 2,5% em relação a igual mês do ano passado. Nesse mesmo mês, a renda média dos trabalhadores sofreu retração, em termos reais, de 3,0% ante março ano passado. No mesmo período, a massa de renda caiu 3,8%. "Observou-se retração na renda média das famílias, e isso afeta o consumo. Além disso, os preços praticados pelos serviços prestados às famílias têm se situado acima do IPCA geral, e isso tem levado as famílias a serem mais seletivas em suas opções de consumo", afirmou Saldanha. Segundo ele, os segmentos mais afetados são alojamento e alimentação fora de casa. "Ocorreu também um problema de efeito base, porque o carnaval em 2014 ocorreu em março, enquanto em 2015 ocorreu em fevereiro. O carnaval é bom para o setor", disse o gerente. Ajustes. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) foi inaugurada em agosto de 2013, com série histórica desde janeiro de 2012. A pesquisa produz índices nominais de receita bruta, desagregados por atividades e com detalhes para alguns Estados, divididos em quatro tipos principais: o índice do mês frente a igual mês do ano anterior; o índice acumulado no ano; o índice acumulado em 12 meses; e o índice base fixa, comparados à média mensal obtida em 2011. Ainda não há divulgação de dados com ajuste sazonal (mês contra mês imediatamente anterior), pois, segundo o IBGE, a dessazonalização requer a existência de uma série histórica de aproximadamente quatro anos.
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