Edição VII e VIII Ano I Brasília, Out/ Nov de 2012
DISTRITO FEDERAL Brasília detém o maior número de empreendedores Formalizados do País
ECONOMIA Júlio Miragaya, presidente da Codeplan, fala sobre o emprego e desemprego no Distrito Federal
imposTo ARRECADAÇÃO PÚBLICA COMO MOLA PROPULSORA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL COLÔNIA DE PORTUGAL TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS ::
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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS ::
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Liana Alagem TEN by
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ão se trata de uma posição hostil dos empresários quando reclamam de impostos praticados em nosso País. Todos nós temos a consciência de que a tributação tem um papel fundamental para o crescimento econômico, mas precisamos cobrar sua utilização adequada porque trata-se de um recurso que é extraído de todos nós brasileiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, somente neste ano, o brasileiro vai trabalhar cerca de cinco meses para pagar todos os seus impostos. Ao todo são mais de 60 tributos diferentes recolhidos para os governos federal, estadual e municipal, gerando uma carga média tributária de 35% de toda riqueza produzida no Brasil. Para se ter uma idéia do que estamos falando, é preciso lembrar que além do imposto de renda, que é o que mais pesa no bolso, também pagamos tributos sobre o consumo (ICMS, PIS, Cofins, IPI, ISS), que atingem 23,24%, em média, da renda dos contribuintes. Hoje, por exemplo, 51% do preço do açúcar e 50% do café, correspondem a impostos pagos pelo contribuinte. Então parece bastante razoável que nós brasileiros, queiramos ver esse montante aplicado com eficiência em escolas, estradas e no sistema público de saúde, o que não acontece hoje em dia. Por isso é que, se for aprovada a especificação desses valores cobrados nas notas fiscais emitidas em cada produto que compramos após a aprovação do PL 1472/07, tudo ficará mais claro e facilitará a cobrança da utilização correta dos recursos que vão parar nas mãos do poder público.
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Fica claro que essa medida vai gerar transparência, mas por outro lado, promete também dar uma grande dor de cabeça para os comerciantes que deverão discriminar cada item e seus respectivos impostos (vide a grande quantidade acima citada) em cada operação de compra e venda. Será realmente um trabalhão. Mas apesar da dificuldade de operacionalizar essa determinação, finalmente o consumidor poderá ter a exata percepção do esforço dos empresários para conter os preços, apesar dos altos impostos que devem recolher e que poderiam ser revertidos em valores mais razoáveis dos produtos e serviços que oferecem. Sabemos que a carga tributária do Brasil é a 15ª maior do mundo, representando 36% do PIB em 2011.
Além disso, neste mesmo ano, o Brasil produziu mais de R$ 4,1 trilhões em riqueza e pagou cerca de 1,4 trilhão em impostos. Fazendo as contas, chega-se a conclusão de que um terço do que se produz no País vai para o Estado em forma de imposto. É exatamente por isso que é inadmissível que a Reforma Tributária que o governo enviou ao Congresso Nacional em 2007 não tenha ainda avançado. Sem duvida, esse é um grande tema que a sociedade deve se envolver. Assim, fica aqui o apelo em nome do cidadão, que quer ver os recursos aplicados justamente, da necessidade de simplificar e minimizar essa carga, que retira também de todos os produtores nacionais a competitividade do nosso País no mundo. Nossos dirigentes precisam parar de sacrificar a classe empresarial, que gera empregos e receitas, com cargas tributárias absurdas que refletem em toda a cadeia produtiva e na sociedade brasileira. A reforma tributária no Brasil é uma questão de urgência. Todos nós sentimos isso no bolso e veremos, em breve, isso revertido em números nas notas fiscais.
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direTor eXeCUTiVo Ten
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De Olho no Planejamento dos Impostos bom empreendedor deve ficar atento aos impostos que incidem sobre seu negócio porque o não planejamento de suas obrigações tributárias pode ser fatal para o futuro de sua empresa. Os tributos e contribuições que o empresário precisa recolher para os governos federais, estaduais e municipais são variados e dependem do tipo de atividade explorada. Eles são realizados em diferentes datas do mês e por isso é importante seguir um Planejamento Tributário para não perder prazos. Então, o Planejamento Tributário também auxilia no andamento da atividade empresarial porque é preciso realizar o pagamento dos tributos na data correta, para evitar a cobrança de multas, juros e correções monetárias, o que evita dores de cabeças futuras. Ressaltando que taxas e contribuições fazem parte de uma parcela subs-tancial dos custos de uma empresa. É claro que a inadimplência não cancela o CNPJ, mas ela pode prejudicar, e muito, negócios em que seja necessário apresentar a Certidão Negativa de Débitos. As penalidades são pesadas e burocráticas principalmente quando relacionadas com a entrega da Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, da DCTF – Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais ou da Escrituração Contábil Digital.
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Então, podemos dizer que é com base neste instrumento precioso que devemos fazer a escolha do regime tributário do nosso negócio, avaliando, o seu ramo de atuação e sua lucratividade. É com esse conhecimento que avaliamos onde queremos enquadrar nossa empresa porque a carga tributária é capaz de absorver todo o resultado operacional. Assim, é preciso analisar as vantagens e as desvantagens de cada regime, para saber qual é o mais adequado para a sua empresa. Lembrando que temos hoje no Brasil as opções de escolher entre o lucro real, o lucro presumido e o “simples”, a parte das entidades sem fins lucrativos. Podemos concluir, que o planejamento tributário é fundamental para o sucesso de uma empresa, devido aos impactos dos imprevistos. Desta forma, mais que nunca é preciso evitar problemas, buscar oportunidades e planejar. Por isso que o planejamento tributário não pode ser deixado de lado, porque ele oferece simulações, previsões e a busca de soluções adequadas. Calcular seus impostos, entendendo a dinâmica do seu próprio negócio é uma regra primordial para todo bom gestor, que pode utilizar o conjunto de sistemas legais para diminuir o pagamento de seus tributos. Isso ocorre quando conseguimos estruturar nossa empresa, diminuindo custos e impostos, dentro das normas jurídicas. Como cidadão e profissional, repudio a sonega-
ção, evasão fiscal, ou fraude fiscal, elogiando um bom planejamento advindo da organização inteligente. Finalizo então, defendendo o fato de que fazer um Planejamento Tributário garante um bom desempenho porque ele traz segurança nas decisões que serão feitas mediante os dados tangíveis e da legislação vigente, evitando surpresas desagradáveis para o gestor. Com a competitividade gerada pelo fenômeno da globalização, hoje as empresas precisam se organizar e, é claro, traba-lhar dentro das normas legais, pela racionalização do ônus tributário. Para isso, elas não devem e não podem abrir mão do Planejamento Tributário.
Confira a seguir a lista dos principais tributos e contribuições: IRPJ – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas
INSS – Previdência Social
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
PIS/Pasep – Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público.
ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicações
COFINS–ContribuiçãoparaoFinanciamentodaSeguridadeSocial
ISS – Imposto sobre Serviços
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SUMÁRIO
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|Comportamento
Prevenção ainda é a melhor arma |Capa
Tributos mostram desigualdades social |Turismo
Brasília, turismo empreendedor e promissor |Almoce Conosco
Júlio Peres |Artigo
A Crise e o Fisco
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Nota de Agradecimento
Liana Alagemovits Editora Chefe Chefe de Redação liana@tendenciasenegocios.com.br
O Programa Tendências e Negócios recebe diploma comemorativo aos 50 anos de Brasília pela Academia Brasileira de Arte Cultura e História do Instituto Biográfico do Brasil pelos relevantes serviços prestados e pelo reconhecimento á inestimável colaboração de bem servir à Brasília.
Amanda Viviele Diagramação amanda@tendenciasenegocios.com.br
STAFF
Alex Dias Diretor Executivo alex@tendenciasenegocios.com.br
Allex Benchimol, Dhiliã Hellen Azevedo Nathália Borgo e Cristiano Torres Lima jornalismo@tendenciasenegocios.com.br Equipe de Reportagem Gráfica e Editora Ideal (61) 3344 2112 Impressão
A homenagem foi entregue pelo presidente do Conselho Consultivo Francisco de Assis Chiratto e pelo Diretor Secretário Geral, Michael Chelala.
30.000 Tiragem Sugestões, comentários e críticas jornalismo@tendenciasenegocios.com.br Redação
Em nome do diretor executivo do grupo TOP TEN, Alex Dias, agradecemos o reconhecimento do nosso empenho com relação à divulgação de notícias de interesse da nossa Capital.
WWW.TENDENCIASENEGOCIOS.COM.BR REDAÇÃO - (61) 3877-2331 COMERCIAL - (61) 9288 2805 Distribuição Gratuita Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem prévia autorização dos editores. O Tendências e Negócios não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos assinados.
Tendências e Negócios
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Programa Tendências e Negócios TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS ::
EmPrEEndEdorismo
DF fica em primeiro lugar
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em formalização do País Com atuação em 17 pontos de atendimento, a região tem recorde de formalizados, superando em 361 % a meta inicial
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Sebrae no DF teve resultados tão impressionantes com a realização da Semana do Empreendedor individual que decidiu prorrogar os atendimento descentralizados nas regiões do Itapoã, Sol Nascente e Pôr do Sol. O Distrito Federal ficou em primeiro lugar em formalizações durante o evento promovido pelo Sebrae em todo País. Entre os dias 2 e 7 de julho, os 17 pontos de atendimento espalhados por toda Unidade Federativa registraram 2.040 formalizados, superando em 361% a meta estipulada pelo Sebrae para a região.
formalizações; no Pôr do Sol, 63 orientações e 41 formalizações; no Itapoã, 90 orientações e 55 formalizações; e na Estrututal, 67 orientações e 54 formalizações. Aos 42 anos, a manicure Arlete Francisca de Souza aproveitou a unidade itinerante do Pôr do Sol para se formalizar. “Acho que agora tudo vai melhorar, porque não preciso mais ter medo de ser multada por fazer meu trabalho”, comemora. Arlete vai aproveitar a prorrogação da unidade no local para levar a filha, a cabeleireira Clécia Souza de Almeida, para fazer como ela. “Não deu tempo dela se formalizar, mas vou levar para sair da informalidade e podermos exercer nossas profissões sem risco”, explica.
“Vamos ampliar os pontos de atuação com capacitações, cursos e palestras como os que foram oferecidos aqui, com linguagem customizada de acordo com o perfil do público”
Durante o período, foram realizados 5.252 atendimentos, 852 acima da meta. Foi em número de empreendedores formalizados, que Brasília teve seu melhor desempenho, superando a expectativa de 564 formalizações em 1.476 atendimentos. O Sebrae no DF promoveu ainda 30 oficinas e 16 palestras, totalizando 948 inscritos, quando o objetivo era de fazer apenas 11 oficinas com 330 inscritos.
A novidade deste ano foi a atuação das unidades móveis de atendimento em localidades com grande concentração de empreendedores ainda na informalidade. Só na ação itinerante realizada na Estrutural, no Itapoã e nos condomínios Pôr do Sol e Sol Nascente, 278 empreendedores receberam atendimentos e 154 regularizaram suas atividades econômicas, respondendo por 5 % do total de formalizados. No Sol Nascente foram 58 orientações e 24
Para o superintendente do Sebrae no DF, Antônio Valdir Oliveira Filho, ações como a Semana do Empreendedor Individual demonstram a preocupação da instituição em cumprir sua missão de estar presente e levar informações ao público. Antônio Valdir afirma que a instituição pretende continuar a mobilização em diversos pontos do DF. “Vamos ampliar os pontos de atuação com capacitações, cursos e palestras como os que foram oferecidos aqui, com linguagem customizada de acordo com o perfil do público”, conclui. Outro destaque foi a capacitação dos empreendedores formalizados, como as oficinas Sebrae Empreendedor
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Empreendedorismo Individual (SEI), que contou com grande adesão do público e se confirmou como um sucesso. “Até mesmo aqueles que ainda não haviam se formalizado ficaram interessados em participar dos eventos de aprendizagem, querendo saber sobre gestão antes mesmo de abrir o negócio”, confirma a gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae no DF, Lucimar Santos. Segundo Lucimar, outro ponto positivo foi a presença dos bancos e instituições financeiras durante o evento, que possibilitou o esclarecimento de dúvidas sobre o acesso a crédito da Previdência Social para explicar aos participantes sobre benefícios, prazos e carências. O Sebrae no DF contou ainda com parceiros como as instituições financeiras e bancos; Previdência Social, Associações Comerciais Empresariais de Planaltina, Paranoá, Varjão, São Sebastião e Taguatinga; Administração Regional da Ceilândia, Estrutural e Recanto das Emas, e o “Na Hora Empresarial “ de Taguatinga e de Riacho Fundo.
|Benefícios O trabalhador formalizado contribui mensalmente com R$ 31,10 para a Previdência Social (5% sobre o salário mínimo), mais R$ 5 para aqueles que atuam como prestadores de serviço ou R$ 10 para os que atuam no comércio e na indústria. Após a formalização, o trabalhador passa a ter um CNPJ que permite acesso a produtos e serviços bancários como pessoa jurídica, incluindo crédito com taxas diferenciadas; apoio técnico do SEBRAE; além da cobertura previdenciária (aposentadoria por idade e invalidez, salário-maternidade, auxílio-doença, pensão por morte e auxílio-reclusão).
|Dados regionais do empreendedor individual *
|Com informações do Ministério da Previdência Social e do Sebrae - DF
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AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA
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|2011 Em 2011, o Brasil gerou 2,5 milhões de novos empregos (crescimento de 5,2% em relação a 2010). São 40 milhões de trabalhadores com vínculo empregatício, 5,7 milhões de contribuintes individuais e empregados domésticos, além de 5,3 milhões de servidores públicos. Os contratados com vínculo cresceram 5,8% sendo que a nomeação de servidores públicos caiu 0,18%, comparada a 2010. De acordo com o boletim, a maioria dos trabalhadores com vínculo empregatício é homem (57,8%). As mulheres representam 38,7%. A remuneração média desses formalizados ficou em R$ 2.244 mensais, aumento de 9,75% em relação a 2010. Os dados são do Boletim Estatístico GFIP, do Ministério da Previdência Social, com base na competência de dezembro de 2011.
|Empreendedores individuais O Brasil já conta com 2,5 milhões de pessoas que atuam por conta própria. Dados recentes da Receita Federal do Brasil (RFB) apontam que 2.515.241 trabalhadores já haviam se formalizado como Empreendedor Indivi-dual (EI). O comércio de roupa e confecção responde pela maior parte das adesões em torno de 246 mil empreendedores atuando na área. Em seguida, os cabeleireiros, com mais de 174 mil adesões e trabalhadores que atuam na construção civil com 72 mil inscrições. A pesquisa revela que 54,7% dos trabalhadores inscritos no programa trabalham em estabelecimento fixo, enquanto 21,5% trabalham como ambulantes.
MG 258.176 8.984 MS 41.462 33.958 MT 51.889 26.647 PA 68.297 7.900 186.033 PB 35.147 PE 85.660 78.818 PI 21.549 46.734 PR 128.787 65.100 RJ 305.013 95.051 RN 35.627 36.314
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Agroneg AgronEgóCio
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Distrito Federal possui mais de 173 agroindústrias, de pequeno e grande porte, que se dedicam as mais diversas atividades, como abatedouros de animais, pescados, fábricas de conservas e embutidos, avicultores, laticínios, além do processamento de hortaliças. Todos trabalham para colocar produtos de qualidade à disposição da população. O cultivo principal no estado é o da soja, com uma área de aproximadamente 52 mil hectares. “Nossa produtividade está entre as mais altas do país. Isto é resultado do uso de aplicação de bastante tecnologia pelos produtores e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) em todo o DF”, informa o secretário de Agricultura, Lúcio Taveira Valadão. Segundo o secretário, o estado só perde em renda expressiva para Rio Verde (GO), São Desidério (BA), Sorriso (MT) e Sapezal (MT). “Temos negócios de mais de
um bilhão de reais na agricultura do Distrito Federal, a
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cada ano”, completa. Ainda de acordo com dados da secretaria, o setor de serviço, indústria, comércio e agricultura representam aproximadamente 1% do Produto Interno Bruto da capital. Somente em 2011, a produção rural do Distrito Federal cresceu 6,5%, quase 2,5 vezes mais que o crescimento do PIB nacional. Os negócios da agricultura, como prefere dizer o secretário Valadão, abrangem desde a produção primária, que é feita dentro das propriedades rurais, com o plantio e a criação de animais, até as agroindústrias e todo o setor que trabalha em função da produção agropecuária.
|Iguaria europeia garante lucro ao Centro-Oeste Prova do sucesso alcançado pelo agronegócio no DF é a Festa do Morango, que acontece no mês de agosto na segunda cidade mais antiga do estado que
gócio
traz desenvolvimento para o Distrito Federal
é Brazlândia. Conhecida como a cidade das águas, já que a água que abastece a Capital tem várias nascentes, e como a Capital do Morango, fundada em 1934 e tornou-se Região Administrativa do Distrito Federal em 1969. A população de Brazlândia está estimada em 80 mil habitantes, sendo que 50 mil da zona urbana e 30 mil da zona rural.
e Cultural Alexandre de Gusmão, juntamente com a Exposição Agrícola de Brazlândia. Este ano a Festa do Morango de Brasília recebeu cerca de 30 produtores, com alcance de mais de 60 mil caixas comercializadas (75 tn). Somente da comercialização do morango, feita na Morangolândia, estima-se um resultado aproximado a R$ 330 mil.
Hoje, maior produtora de morango do Centro-Oeste e sétima maior produtora do país, Brazlândia teve suas primeiras mudas trazidas de São Paulo pela colônia japonesa. A partir da década de 1990, com estudos aprofundados pelos técnicos da EMATERDF, dos escritórios de Brazlândia e Incra 8, outros brasileiros se uniram aos orientais na disseminação de variedades da fruta, chegando a 100 hectares plantados por ano.
Como novidade para deste ano, foi montada uma estrutura completa, com espaços amplo, moderno e totalmente planejado para a comodidade do visitante, estandes de artesanatos, onde artesãos expuseram e comercializaram seus produtos.
A festa é realizada na sede da Associação Recreativa
Durante os seis dias de festa, compareceram ao evento cerca de 350 mil pessoas, para as atrações nacionais, regionais e locais. Toda contratação de shows artísticos ficou a cargo do Governo do Distrito Federal que propocionou linda festa.
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Agronegócio
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|Exposição Agropecuária em Sobradinho Mas não é só a Festa do Morango que está presente na movimentação do agronegócio do Distrito Federal. A 28ª Exposição Agropecuária de Sobradinho fez parte das comemorações do aniversário de 52 anos de Brasília e é considerada como a maior festa do gênero das Regiões Administrativas do DF. Tudo começou no dia 13 de maio de 1984 com os técnicos da EMATER da cidade, com o apoio dos produtores da região e da Administração Regional, que cedeu espaço para o evento. A partir de 1986, com participação efetiva da administração, os produtores rurais abriram as portas de suas propriedades a fim de proporcionar subsídios à EMATER para a realização da festa. O objetivo da agropecuária de Sobradinho é valorizar a produção, os produtores e expositores rurais da região, promover o intercâmbio de informações e também o avanço tecnológico. A organização do evento pretende dar cada vez mais autonomia para que os produtores assumam o comando da Exposição Agropecuária. Durante a Exposição, a venda de máquinas e implementos gerou um lucro em torno de R$ 300 mil. Como parte do comércio durante a festa, estavam também cerca de 30 barracas na praça de alimentação com um restaurante, venda de mudas nativas, flores e artesanatos. Dados do 13°Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal indicam que 100 mil pessoas visitaram a Exposição Agropecuária de Sobradinho durante os três dias para conhecer a mostra de aves e produtos agrícola. A premiação para os produtores que atingiram maior pontuação em alguns requisitos, como sanidade, qualidade e padrão foi um dos pontos altos. A programação de palestras sobre crédito rural, piscicultura, ovinocultura e caprinocultura, curso de produção de derivados lácteos e a cavalgada tradicional pela cidade também foram atrações do evento.
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eConomiA
Estrutura produtiva do DF
Júlio Miragaya é presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan)
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ecentemente foram divulgados dados sobre o nível de emprego e desempenho da economia do Distrito Federal, em 2011. Infelizmente, o que se viu foi um quadro preocupante. Essa realidade é fruto de um cenário internacional bastante adverso: Crise na Europa, nos Estados Unidos e desaceleração do crescimento da China. Todos esses fatores refletem na economia brasileira e inevitavelmente também no DF. Em 2011, a média de crescimento nacional do Brasil foi de 2,7%, enquanto o DF cresceu apenas 2,4%. O fraco desempenho tem relação com as características da economia de Brasília, muito dependente do setor público – metade do PIB é composto pela administração pública e pelos seus serviços. Nesse sentido, as restrições fiscais têm resultado num certo congelamento dos rendimentos dos servidores, com perspectivas de crescimento para 2012 não mais alentadoras. Toda a situação gera uma reflexão importante no DF: É hora de diversificar nossa estrutura produtiva. A extrema dependência da economia da Capital, em relação ao desempenho do setor público, tem dois aspectos: um positi-
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:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS
vo e outro negativo. A vantagem é que os rendimentos pagos aos servidores públicos, num patamar acima da média nacional, transformam o DF na unidade da federação com maior renda per capita. Porém, essa extrema dependência nos dá pouca flexibilidade nos momentos de crise. Por isso, é preciso diversificar: crescer na atividade industrial e crescer em alguns serviços privados – particularmente na área de tecnologia da informação –, para que se consolide um desempenho mais equilibrado em futuro próximo. É importante frisar que a perspectiva de desempenho tímido da economia, em 2012, não deve inibir o empresariado de Brasília, em relação as expectativas de crescimento. Com algumas iniciativas importantes do governo; considerando a redução da taxa de juros, a desoneração de folha de pagamento, a isenção de alguns tributos; no próximo ano haverá uma retomada forte da economia brasileira. A sinalização está muito clara e é importante que o empresariado trabalhe nessa perspectiva porque realmente 2013 será o ano da recuperação da economia brasileira e, inevitavelmente, um ano que promete gerar bons frutos no DF.
nós entendemos você e sua família, conheça nosso trabalho
www.vivieluiz.com.br TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS ::
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insTiTUCionAL
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anos fazendo diferente
Sicoob Executivo, antiga “Coominagri", é uma cooperativa das mais conhecidas e valorizadas pelos servidores públicos federais e comunidade brasiliense, que reconhecem na Instituição atributos como solidez, confiança, credibilidade, segurança e modernidade. Fundada em 20 de dezembro de 1982, a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores do Poder Executivo Federal em Brasília Ltda. foi a primeira cooperativa de crédito constituída no Distrito Federal. Formada inicialmente por servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a organização abriu seu estatuto para todos os servidores do Poder Executivo Federal em 2003, quando passou a ser denominada Sicoob Executivo. Nesses 30 anos de existência acumulou experiências e colecionou inovações, participando vivamente da história e da cultura do cooperativismo de crédito do Distrito Federal e nacional. Mesmo atuando de forma competitiva no mercado, o Sicoob Executivo é uma instituição que busca resultados alinhados a valores éticos e sociais. Como instituição financeira autorizada e supervisionada pelo Banco Central do Brasil, a cooperativa oferece todos os produtos e/ou serviços de um banco convencional. Mas em função de suas características, como empresa cooperativa, tem dentre outros diferenciais o fato de o associado ser o DONO e CLIENTE da instituição, ao mesmo tempo. O Sicoob Executivo possui vantagens que os bancos não podem oferecer. Os encargos nas operações de crédito são menores – pois não há objetivo de lucro, os rendimentos das aplicações financeiras são maiores – as taxas de administração são mínimas; o atendimento é diferenciado – pois
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o cliente é o proprietário; e toda a sobra (lucro) obtida no exercício é distribuída de acordo com a decisão da Assembleia Geral, aberta a todos os associados.
|CapCoop 30 Anos Fazendo Diferente Para comemorar os 30 anos da cooperativa em grande estilo, estamos reeditando a promoção de maior sucesso do Sicoob Executivo, a Campanha de Capitalização e Utilização de Produtos e Serviços - CapCoop, aberta à participação dos associados a partir de 1º/10/12. Para participar é necessário adquirir pelo menos um cupom no valor de R$ 30,00. Ao utilizar os produtos e serviços da cooperativa, o associado tem direito a cupons adicionais para aumentar as chances de ganhar. O sorteio será no dia 14 de dezembro de 2012. A Campanha de Capitalização 30 Anos Fazendo Diferente tem por objetivo aumentar o capital social da cooperativa, difundir e estimular o uso de seus produtos e serviços, sorteando prêmios como TV, um iPad e um automóvel Hyundai i30 zero quilômetro, entre os participantes. Cada associado poderá concorrer com quantos cupons desejar, limitado ao disposto no Art. 19, § 2º, do Estatuto Social do Sicoob Executivo , no que tange à sua participação para o aumento do seu Capital Social. Atividades como o concurso cultural que escolherá o melhor desenho ou frase para compor o calendário e objetos promocionais da cooperativa, e o torneio de futebol soçaite que visa incentivar a importância da atividade física para melhoria da qualidade de vida, são eventos que contribuem para compor o mês de comemoração em grande estilo.
Da brincadeira à festa, vestimos seu filho com alegria!
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O COMERCIANTE
Boas Vendas no 2º Semestre Comércio do DF aposta em nova aceleração de consumo
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om o intuito de reativar a economia do país, o governo anunciou mais uma medida que promete acelerar o comércio. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai antecipar a primeira parcela do 13º salário de aposentados e pensionistas. Estima-se que R$ 11,5 bilhões sejam injetados na economia. Para o presidente da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), Cleber Pires, a medida é motivo de comemoração. “O reflexo é imediato quando há injeção de capital de giro no mercado. Essa novidade gera renda, que por sua vez abre vagas no mercado de trabalho. Parabéns para o governo pela iniciativa”, afirma.
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Segundo o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), neste ano as vendas para o dia das mães cresceram 5,3%. Para o dia dos namorados, 5,5%. Para o dia dos pais – 12 de agosto – a expansão ficou entre 4,5% a 5%. Confecções, artigos esportivos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e
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artigos de couro, foram os presentes mais procurados pelos consumidores em outubro. O presidente do Sindivarejista Antônio Augusto de Moraes, afirma que o segundo semestre tradicionalmente sempre registra mais vendas do que o primeiro, quando o consumidor paga o IPVA, IPTU, Imposto de Renda e matrícula escolar. As expectativas para o segundo semeste são as melhores possíveis. “O Sindivarejista começou os preparativos para o treinamento de trabalhadores temporários de fim de ano. Em 2011, foram recrutados pelas lojas mais de seis mil temporários. Este ano, o total pode chegar a sete mil”, avalia o presidente do Sindivarejista.
|Inadimplência Segundo números divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), houve um aumento de
endividados em julho pelo segundo mês consecutivo. O porcentual de famílias com dívidas subiu de 57,3% no mês passado para 57,6% neste mês. A pesquisa leva em consideração prestações a pagar em cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal e prestação de carro ou seguros. Por outro lado, a Peic mostrou também um recuo na inadimplência. O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso caiu para 21,0% em julho, após ficar em 23,2% em junho. Para Moraes esses números não preocupam porque o brasilense deve gastar a metade para quitar suas dividas e a outra para consumo, ou seja, bom para o Dia das Crianças e bom para o Natal. Pelas contas da Previdência Social, serão beneficiados cerca de 26 milhões de segurados. Sem a antecipação do 13º, a folha do INSS será de R$ 24,3 bilhões. “Muitos já estão acostumados com endividamento e outros já estão planejando seu consumo. Essa antecipação é muito bem-vinda e promete reaquecer a economia local,” conclui o presidente da ACDF Cleber Pires.
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mArKeTinG diGiTAL
disciplina e foco na comunicação digital A popularização das novas tecnologias permite às empresas potencializar, por meio da comunicação digital, proximidade com seus públicos e controle de negócios
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TENDÊNCIASEENEGÓCIOS NEGÓCIOS ::::TENDÊNCIAS
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tualmente, a palavra “digital” surge com frequência no processo da comunicação. O fato é que não só no dia a dia das pessoas, mas principalmente, na concorrência empresarial que busca-se no mundo digital, a maneira para atingir seus públicos de forma veloz e interativa. Usada como ferramenta de comunicação global, a internet pode ser útil e eficaz, não só para a comunicação social, mas também para a empresarial. Por meio dela, um cidadão comum pode tornar-se produtor de informação e opinião. Segundo o Analista de Mídias Sociais e Consultor em Marketing, Anderson Alves, a comunicação digital nada mais é do que o uso dos sites, blogs, o uso de mídias sociais na internet e as diversas formas de dispositivos tecnológicos que servem de plataforma. Anderson fala sobre a relação entre a era digital e empreendedorismo, a época da bolha, período entre 1995 e 2000, quando várias empresas visionárias, investiram em sites na rede. Para o analista, naquela época, as pessoas ainda não estavam preparadas para receber a novidade da internet.
A história do empreendedorismo na rede, principalmente referente à tecnologia e a música, caminha, relativamente, junto com a comunicação digital. “Eu mesmo comecei um negócio em 1999, baseado em MP3, na época do Napster, que é um programa de compartilhamento de arquivos em rede. Nesse período, o Napster, que foi uma das primeiras plataformas de distribuição de MP3, teve um problema com as grandes gravadoras. Para proteger os direitos autorais, o FBI, fechou os sites de MP3, inclusive o meu, o que foi ruim por que eu ganhava muito dinheiro com isso”, lembra. O consultor acredita que hoje, a tecnologia oferece sempre novidades. Novos produtos surgem a todo o momento, sendo que o avanço do mercado tecnológico, associado à internet, provoca bastante oportunidade no universo empreendedor. Empresas Startups são exemplos disso, com certos riscos, embora sejam uma grande ideia. O próprio facebook, é outro exemplo. “Quando começou, Mark Zuckerberg não tinha pretensões globais. A ideia era ter uma rede social somente para relacionamentos dentro da faculdade. Investidores perceberam que o negócio era interessante e decidiram injetar dinheiro. Basicamente é assim que acontece
com o empreendedorismo na internet. Surpresas acontecem o tempo todo”, sintetiza. Para o consultor, o Marketing Digital é apenas outra forma de comunicação. Ele afirma que o fato de ser digital é apenas um complemento da realidade física, pessoal ou empresarial. A internet não vai solucionar, por meio de suas plataformas, problemas como má administração, percalços com clientes e danos financeiros. “Pelo contrário, a internet é o reflexo do bom ou mau funcionamento da empresa, por meio dela, toda eficácia ou a falta dela, é refletida publicamente na rede”, afirma.
|Perigos que podem ser evitados No mundo físico existe um manual de conduta de comportamento social. No digital não é diferente. Algumas postagens na internet podem ter sérias consequências, inclusive demissão de emprego. Anderson defende que, por questões óbvias, é necessário ter o que chama de “alfabetização digital”. Pesquisas revelam que a classe C está em expansão no Brasil, com isso aumenta seu poder de compra. É aí que entra a educação com cidadania, para os que não estavam tão acostumados com esta mídia tão rentável.
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Resíduos sólidos
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rande parte do lixo urbano é considerada resíduo sólido. A lei 12.305 define este tipo de material como “substância, objeto ou bem descartado, resultante de atividades humanas em sociedade, cujo destino seja proceder nos estados sólido ou semissólido. Também são considerados lixo os gases contidos em recipientes e líquidos em que suas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou exija, para isso, soluções técnicas, economicamente viáveis em face da melhor tecnologia disponível”. Os resíduos sólidos também são compostos de materiais recicláveis e, após a coleta seletiva e a reciclagem do lixo, voltam à cadeia de produção, gerando emprego e renda para os trabalhadores que usam deste meio para sobreviver. A coleta dos resíduos sólidos urbanos é feita de diferentes formas. “No Distrito Federal é mecanizada, realizada por equipes de garis em caminhões de coleta do tipo compactador”, explica o assessor especial da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), Paulo Celso.
Em âmbito federal, a Lei 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) dispõe sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, a lei prevê os cuidados e a redução na geração destes lixos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de ações para propiciar o aumento da reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos, além de sua destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. “Atualmente, Brasília opera apenas um lixão na Região Administrativa da Estrutural. O plano estabelecido pelo Decreto 33.445/2011 prevê a construção de pelo menos mais dois aterros no Distrito Federal, sendo que o primeiro já esta com os projetos executivos elaborados. Sua licitação deverá ser lançada em outubro”, ressalta Paulo Celso, que ainda destaca que a melhor maneira de evitar que os resíduos sólidos agridam a natureza é promover com um bom sistema de gestão, que compreenda todas as etapas, entre varrição, coleta, transporte, tratamento, reciclagem e destinação final.
De acordo com o assessor, a reciclagem é um processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos. “Portanto, para cada tipo de material há um processo diferenciado de reciclagem”, completa. Em média, são coletadas 2,6 mil ton/dia de resíduos sólidos urbanos (domiciliares) e 5 mil ton/dia de resíduos da construção civil e volumosos (entulhos) na Capital Federal, segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente. A SEMARH tem o papel de elaborar e coordenar a implantação da política distrital de resíduos sólidos, atualmente prevista no Plano Diretor de Resíduos Sólidos do Distrito Federal, de 2008. Além disso, programas de educação ambiental tratam do tema em diferentes instâncias do GDF. Paulo Celso informa que, com a coleta seletiva em 2013, há previsão de uma grande campanha de conscientização ambiental.
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PREVENÇÃO AINDA É A MELHOR ARMA
Enquanto a criminalidade aumenta, brasilienses tendem a mudar hábitos para reagir à violência
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criminalidade no Distrito Federal cresceu 14,6% no primeiro semestre deste ano. Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam 59.342 ocorrências registradas até junho, contra 51.800 no mesmo período em 2011. Os crimes contra o patrimônio aumentaram 14,2% em relação ao ano passado, com 6.420 ocorrências a mais, principalmente entre os meses de janeiro a março. Para tentar inibir a ação dos criminosos, comerciantes e moradores do DF apostam, cada vez, mais em segurança privada. Especialistas alertam que o investimento tecnológico não é o suficiente para garantir a proteção da população. É preciso mudar hábitos. Segundo o integrador de automação e segurança eletrônica, Luís Otávio Brandão, nos últimos anos a instalação de equipamentos de segurança eletrônica tem atraído consumidores na medida em que a violência cresce. Sistemas de segurança básicos, como o Circuito Fechado de TV (CFTV) e o alarme de intrusão, podem fazer grande diferença na hora de planejar a segurança residencial. O primeiro armazena imagens que podem ser acessadas pelo celular ou pelo computador e o segundo é composto por sensores que alertam a invasão do estabelecimento até mesmo via SMS. "Um conceito moderno propõe a utilização de sistemas de segurança eletrônica integrados a sistemas de automação. Com isso, é possível numa situação de alarme, receber uma mensagem no seu celular, imediatamente ver as câmeras do local, acender as luzes, trancar portas eletrônicas, e até mesmo, falar com os invasores”, comenta. Brandão que também faz parte da Associação Brasileira de Automação Residencial (AURESIDE). Mas apesar dos aparelhos modernos (que chegam a custar até R$ 100) oferecerem mais tranquilidade no dia a dia dos brasilienses, a boa e velha prevenção pode ser ainda mais eficaz. A moradora da Asa Norte, Mara Lira Cavalcanti, 40 anos, vive com o marido e as duas filhas, Julia
“Não se pode confiar só nos equipamentos de segurança, que exigem manutenção constante. Se a pessoa vai viajar ou sair é importante que comunique ao síndico ou ao porteiro, com discrição”. (13) e Clara (8), na quadra 704. Depois do carro da família ter sido furtado da garagem do antigo prédio, da mesma quadra onde morava, ela decidiu se mudar para um local mais seguro. "O novo prédio tem câmeras em todos os andares e na garagem. Isso me dá mais sensação de segurança. Até as bicicletas das meninas agora ficam sem correntes, mas tomamos cuidados ao sair de casa, como trancar a porta ao sair e observar se não tem suspeito na rua", diz Mara, sem se incomodar com qualquer a interferência em sua privacidade. Em valores absolutos, o número de roubos em residências cresceu 24,3% em relação ao primeiro semestre de 2011. No total, foram registradas 230 ocorrências, contra 168 no ano passado. Os casos de sequestro relâmpago também subiram, passando de 281 no primeiro semestre no ano passado para 409 neste ano – uma alta de 45,6%.
O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores do DF (SINDESP/DF), Irenaldo Pereira Lima, afirma que eliminar as oportunidades de ação dos bandidos com cuidados básicos diários como não andar sozinho, evitando lugares mal iluminados e não deixar luzes acesas ao sair de casa podem evitar surpresas desagradáveis, principalmente nas férias. "Não se pode confiar só nos equipamentos de segurança, que exigem manutenção
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ComporTAmenTo
Dicas de Segurança da Polícia Militar - Ao sair de casa, procure comunicar a amigos de confiança e parentes a chegada aos respectivos locais; -Desconfie de pessoas que se aproximem, principalmente à noite, para pedir qualquer tipo de informação; -Evite permanecer no interior do veículo enquanto espera alguém, principalmente em locais de pouca iluminação; constante. Se a pessoa vai viajar ou sair por um longo período é importante que comunique ao sindico ou ao porteiro, com discrição, para que qualquer movimentação estranha seja avisada", alerta o especialista em segurança. Além disso, Irenaldo recomenda que as correspondências devem ser recolhidas por algum vizinho de confiança ou parente. Os moradores também evitar em deixar rádios ou televisores ligados. "Deixar a luz ou aparelhos eletrônicos ligados é algo que não funciona mais. Quanto mais discrição na hora de viajar, melhor. É recomendável sair de garangens com poucas malas para não demonstrar que vai ficar muito tempo fora", aconselha Irenaldo que defende a prevenção com planejamento de ações.
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-Diversifique sempre seu percurso quando sair de casa. Isso dificulta a ação de indivíduos mal intencionados; -Evite portar ou expor objetos de valor e andar em locais pouco movimentados ou iluminados; -Ao perceber que está sendo seguido, procure andar em locais movimentados, procure o policial mais próximo ou ligue para o 190; -Não deixe a chave de seu veículo com guardadores de carro ou flanelinhas; - Tenha cuidado ao sacar dinheiro em caixas eletrônicos e evite andar com quantias elevadas; - Não aceite ajuda de estranhos em caixas de bancos e procure sempre um funcionário da agência.
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foto: agência brasil
CAPA
Tributos mostram desigualdade social A maneira exploratória pela qual o Brasil foi colonizado reflete ainda hoje na organização política e social do País
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história nos conta que na antiguidade, após a queda do Império Romano, o Feudalismo foi automaticamente implantado na Europa. Na época, os senhores feudais cobravam os impostos ao povo. Inicialmente os tributos eram cobrados pelos detentores do poder econômico, ou seja, os ricos não pagavam. Durante o período colonial, no Brasil, não foi diferente com os Coronéis - título concedido aos fazendeiros pelo imperador brasileiro - que passaram a cobrar os impostos, valores econômicos retirados do povo e, em parte, repassados ao imperador. A história mostra que os tributos são antigos. Dificilmente alguém poderá dizer, precisamente, quando, como e onde começou a ser cobrado. Mas foi a partir do fato político-econômico acontecido na Idade Média, quando houve a necessidade de toda Nação ser organizada como País ou Estado, que o governante passou a cobrar o tributo, restituindo em proveito para todos,
principalmente aos menos favorecidos, na tentativa de reduzir o desnível econômico e social. Apesar do brasileiro ter fama de ser patriota somente em copa do mundo, a história também passa a ideia de que o povo não teve participação efetiva na luta pela independência. Isso porque o maior interesse em separar o Brasil de Portugal foi da elite, que poderia negociar matéria prima sem interferência dos colonizadores portugueses. Sem pagar tributos abusivos para a coroa. Assim, seus interesses econômicos e políticos foram uma das molas propulsoras da independência. Quem era pobre continuou e a escravidão foi mantida. Mas os abastados foram os que mais lucraram com a nova situação brasileira, como nação independente. Talvez venha desse processo o problema de tantos tributos mal aplicados, sem uma participação histórica do povo.
mente da renda do público, o que causa uma desproporcionalidade na tributação. Proporcionalmente no Brasil paga-se mais impostos quem tem menos renda. “É necessário modificar esse cenário. Dessa forma, será bom para a economia e para o povo brasileiro”, prioriza o secretário. Atualmente, o orçamento federal proveniente da arrecadação do contribuinte já está comprometido, em quase 50%, com a rolagem da dívida pública, já paga há muitos anos. Os juros para correção da dívida são definidos pelo próprio governo e seus valores aumentam a cada ano. Existe, portanto, a necessidade de inverter essa lógica e dotar o Estado de condições a fim de executar melhor a política pública. O Estado precisa ter capacidade de investimento para melhorar sua prestação de serviços, como educação, saúde, segurança, saneamento básico e habitação, e isso só acontece com o bom e eficiente emprego dos recursos públicos. No Distrito Federal, de acordo com Raad Massouh, a arrecadação é razoável devido ao elevado patamar de renda da população, grande parte proveniente dos bons salários do funcionalismo público. Acontece que somente o Poder Público não absorve mais a mão de obra de uma cidade que beira os três milhões de habitantes. Existe a necessidade de aumentar a arrecadação atraindo a instalação de empresas no setor industrial.
Segundo o secretário de Estado da Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária do Distrito Federal, Radd Massouh, a reforma tributária continua a ser uma das novelas da política brasileira. Em síntese, ele acredita que uma reforma como essa deva se pautar pelo conceito geral em criar mecanismos para que os mais pobres paguem menos impostos. O jeito que se tributa no Brasil só leva em consideração essa fórmula no que se refere ao Imposto de Renda. Mas o ICMS e o ISS são cobrados independente-
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capa Raad acredita ainda que, outro problema que dificulta para melhorar a qualidade de vida dos brasilienses está relacionado à evasão de divisas. Embora o desafio seja atrair novas empresas, o secretário se revolta com o fato de que as que aqui já estão instaladas, têm recolhido seus impostos fora do quadrilátero do Distrito Federal. Recurso que poderia estar sendo investido em saúde, educação e segurança em Brasília. Sejam federais, estaduais ou municipais, os impostos são definidos, levando-se em consideração os segmentos econômicos. Uns menores para estimular o consumo e outros maiores, como é o caso do tabaco. Na visão de Massouh, o problema do DF hoje, é proteger os empresários das mercadorias que vêm de fora. A carga tributária é elevada e os empreendedores tem o rigor da lei para desempenhar sua atividade. Muitas vezes os produtos que vêm de outros estados têm impostos reduzidos, entrando no DF sem fiscalização e competindo de maneira ilegal, o que desestimula a economia local. “Do jeito que está, em todas as frentes, Brasília está sendo saqueada. Infelizmente, nossa cidade hoje é a “Gení do Brasil”, todo mundo usa, vende aqui, e descontam os impostos fora”, denuncia.
| Imposto de Renda
recadação que compõe o orçamento e é por isso não há uma destinação específica. O contribuinte pode ver seu dinheiro investido como um todo: Na saúde pública, educação, em programas sociais. “Tudo isso é possível graças ao Imposto de Renda da pessoa física”, finaliza.
|Arrecadação Em 2011, a Receita Federal arrecadou um total de R$ 969,907 bilhões, superando os R$ 805,7 bilhões de 2010. Essa foi a maior arrecadação já registrada no País, de acordo com a Receita. O tributo que mais contribuiu com a arrecadação de 2011 foi o Imposto de Renda, que recolheu R$ 249,818 bilhões no ano, um aumento de 19,99% sobre os R$ 208,201 bilhões do ano anterior. No bolo das receitas tributárias, o IR aumentou sua participação de 25,19% para 25,76%. O cálculo de quanto o contribuinte tem de pagar de Imposto de Renda é determinado por faixas de rendimentos. A alíquota para cada uma varia de zero a 27,5%. Em 2012, com a correção em 4,5%, a faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física para os ganhos de 2012 passa de R$ 1.499,15 para R$ 1.566,61 por mês. Conheça as alíquotas para a base de cálculo da declaração do IR 2012, ano-base 2011:
Criado em 1922, o Imposto de Renda alterou muito a maneira de como o contribuinte presta contas com a Receita Federal. Desde regras e prazos de cobranças até a criação das deduções. Em 2011, pela primeira vez, os contribuintes deixaram de usar formulários de papel para entregar as declarações pela internet.
Base de cálculo em R$
O tributo que incide sobre a renda, investimentos e os bens do cidadão ,seja pessoa física ou jurídica, tem abrangência
De 18.799,33 até 28.174,20
federal. É preciso ressaltar que os recursos provenientes desse recolhimento são fundamentais para a atuação dos poderes públicos federal, estadual e municipal. Em entrevista para o site da Receita Federal, o supervisor nacional do IR, Joaquim Adir, informou que, o Imposto de Renda, tem uma participação significativa no orçamento do governo. Segundo ele, é a sua ar-
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Até 18.799,32 De 28.174,21 até 37.566,12 De 37.566,13 até 46.939,56 Acima de 46.939,56
Alíquota (%
zero
7,5 15
22,5
27,5
%)
O mesmo mecanismo também é usado para os descontos mensais nos rendimentos dos cidadãos:
Base de cálculo mensal em R$
Alíquota %
Até 1.566,61
Parcela a deduzir do imposto em R$
zero
zero
De 1.566,62 até 2.347,85
7,5
112,43
De 2.347,86 até 3.130,51
15
280,94
De 3.130,52 até 3.911,63
22,5
505,62
Acima de 3.911,63
27,5
692,78
|Você sabe o que é impostômetro? Se você não tem ideia de quanto imposto é arrecadado no Brasil em todas suas esferas, agora você pode saber em tempo real com o Impostômetro – como foi batizado o Sistema Permanente de Acompanhamento das Recitas Tributárias. Ele que é um medidor eletrônico de arrecadação tributária mantido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O sistema considera todos os valores arrecadados pelas três esferas de governo a título
Parcela a deduzir do imposto R$ zero 1.409,95 3.523,01 6.340,47 8.687,45
de tributos: impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e correção monetária. O painel calcula arrecadação de impostos no País desde 2005. No ano passado, o sistema registrou um total de R$ 1,27 trilhão em tributos pagos pelos brasileiros. Nele pode ser monitorada arrecadação diária, mensal e anual, por estado e municípios. Brasil alcançou o quarto lugar no ranking elaborado pela KPMG International. Já a Índia é o país com menos tributos do mundo. Um ranking elaborado pela KPMG International mostrou que o Brasil é o quarto país entre as principais economias mundiais que mais cobram impostos de suas empresas ficando atrás somente da França, Itália e Japão. Para elaborar o ranking, a consultoria utilizou um indicador batizado de TTI, ou Total Tax Index (algo como índice total de tributos). O estudo “Alternativas Competitivas de 2012, relatório especial: foco nos tributos” avaliou taxas sobre lucros, custos trabalhistas e outros tributos. A medição, feita para 14 países, utilizou como base os tributos nos Estados Unidos (100%) e mostrou, percentualmente, quanto os países cobram de suas empresas em relação aos impostos americanos. O Brasil marcou 142,6% nessa escala, ou seja, cerca de 42 pontos percentuais a mais que os Estados Unidos. A KPMG chamou atenção para o fato de que o Brasil cobra de suas empresas mais impostos do que outras economias de alto crescimento econômico, como a Rússia, China, Índia e México.
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Brasília, t urismo em
Foto: Pedro Ladeira
TUrismo
A capital ainda recebe mais turistas a negócios, mas iniciativas do governo do Distrito Federal prometem mudanças a partir deste ano
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eclarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, Brasília é destaque nacional e internacional, não apenas por ser capital do Brasil, mas por sua arquitetura e traços incomparáveis, que se destacam na visão do turista que opta por conhecer a beleza urbana no meio do Centro-Oeste. Brasília tem também o verde, a natureza em seus parques e o Lago Paranoá, que a tornam uma cidade acolhedora. É dona dos melhores índices de qualidade de vida do País e de uma hospitalidade que abrange não somente os turistas brasileiros, mas também os estrangeiros, que podem recorrer a sua embaixada, já que por aqui são 84 sedes. A Capital Federal foi inaugurada em 21 de abril de 1960 pelo visionário presidente Juscelino Kubtschek e de lá para cá não parou de evoluir. Hoje ela pode ser considerada, segundo o presidente da agência Viagens Brasil e do Sindicato das Empresas de Turismo no Distrito Federal - SINDETUR/DF, João Batista Nogueira, um importante destino turístico, com o urbanismo e os negócios como principais atrações turísticas. De acordo com dados da Secretaria de Turismo do Distrito Federal, o turismo na cidade é voltado prioritariamente para negócios e eventos. Pelas características, Brasília não compete com destinos litorâneos. A SETUR informa ainda que a alta temporada da capital flui em sentido contrário a outras regiões. Dados do Ministério do Turismo indicam que 49% dos
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turistas visitam Brasília a trabalho ou para participar de trabalhos e convenções. Desses, 39% permanecem na cidade antes ou depois do evento. Este tipo de turismo é o que mais impacta positivamente na economia local. O turista tem o gasto médio/dia mais elevado, sendo U$ 106,14 contra U$ 63,26 daquele que faz só lazer. Para a diretora financeira da empresa krysthal turismo, Kátia Credi-Dio Abreu, os turistas ainda preferem o litoral. O perfil dos visitantes é de estudantes, universitários e empresários. Mas para aliviar os problemas do setor e melhorar a qualidade do turismo em Brasília, a SETUR-DF e o Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília, CET/UnB, assinaram contrato que firma parceria pela criação do Observatório do Turismo. Com isso será possível obter dados concretos sobre
mpreendedor e promissor a atividade turística local. Ainda neste semestre algumas ações do observatório podem produzir resultados que auxiliem empresários do setor. Entre outras finalidades está a de conhecer, em detalhes, as características que movimentam o setor na cidade, com pesquisas de demanda, indicadores, estudos de qualificação profissional, levantamento de dados econômicos, oportunidade de negócios, além do inventário turístico do estado com índices de gestão. Essa parceria vai poder traçar o perfil de quem visita a cidade, o que viabiliza propor novos roteiros, direcionar pacotes e subsidiar a atuação da rede hoteleira, gastronômica e de outros setores da atividade ligada ao turismo. O sócio diretor da agência Coyote Turismo, Antônio Junior, explica que Brasília é dividida em alguns roteiros, como místico, cultural, cívico e arquitetônico. Ele afirma
que o principal mercado de sua empresa é o varejo, com clientes diretos e emissivos, que moram em Brasília e querem viajar para outros lugares. “Alguns turistas que vêm a Brasília, geralmente, são frutos de eventos dos quais somos a agencia oficial. Assim ofe-recemos pacotes opcionais para o Rio Quente Resorts, Pirenópolis e Chapada dos Veadeiros. Normalmente, incluímos um City Tour com guia credenciado”, explica.
Kátia Credi-Dio
De acordo com estudo do Ministério do Turismo, em 2010, cerca de 12,7% dos turistas estrangeiros que visitaram Brasília são provenientes dos Estados Unidos, sendo que 44,9% viajaram a negócios para participar de eventos e convenções. A idade varia de 25 a 31 anos.
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Almoce Con A
revista Tendências e Negócios recebeu o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Júlio Peres para um almoço no Parrilla Madrid. O empresário falou sobre as grandes obras na cidade, a geração de empregos e os acidentes de trabalho no setor. Júlio Peres nasceu em São Paulo e formou-se no curso de engenharia na Universidade de Brasília, em julho de 1978. No mesmo ano, começou a trabalhar na Serveng Civilsan S.A e, a partir daí, passou por várias empresas do setor da Construção Civil em Brasília. Hoje, o e engenheiro é casado com a Fernanda e pai de cinco filhos, César, Bárbara, Helena, Augusto e Ester, além de ser proprietário da Construtora Ipê Ltda., fundada por seu pai Cesar Peres – em março de 1961 – e da Ipê-Omni Incorporação e Construção.
TEN - Existe um projeto do Sinduscon que é o selo de qualidade para as empresas fornecedoras de alimento. Como ele funciona? Júlio Peres - Esse projeto começou no mandato passado, com o nosso ex-presidente Elson Ribeiro e como deputado Luiz Carlos Pitiman. A empresa que fornece alimentação se cadastra para se habilitar. A Secretaria dos Conselhos Superiores (Secons), nosso braço social, vai até o local de fabricação e analisa as condições gerais; desde o armazenamento até o balanceamento dos alimentos. Temos que alimentar o funcionário de uma maneira compatível àquele esforço que ele faz na obra e com qualidade. Então, a gente vê o tipo de cardápio que mais se adequa às calorias que eles consomem. A empresa, estando adequada a esses
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:: TENDÊNCIAS :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS E NEGÓCIOS
conceitos, recebe este selo de qualidade. A nossa esperança é que, em breve, tenhamos diversas empresas capacitadas. Uma boa alimentação diminui os acidentes de trabalho e melhora a produtividade.
TEN - Como está a geração de emprego na área da Construção Civil? Júlio Peres - Nós estávamos com 87 mil empregos e finalizamos o primeiro semestre com 90 mil. Acho que podemos muito mais. A Construção Civil, hoje, ocupa o segundo lugar na geração de empregos, perdendo só para o comércio. Acredito na importância das ações que temos feito juntamente ao governo para desatar os nós, como nas aprovações de projetos, e nos relatórios de impacto de trânsito. É preciso trabalhar com sintonia. Segundo o levantamento feito com a Ademi, teremos em torno de dois milhões de metros quadrados para serem contratados pela área imobiliária. São mais imóveis, mais impostos, melhor preço para os consumidores e mais empregos. Se essas obras estivessem em andamento, seriam mais de 13 mil empregos no DF.
TEN - Como o senhor explica o aumento da geração de empregos e o baixo volume de obras públicas na construção civil? Júlio Peres - Na verdade, nós temos duas áreas. A imobiliária, que ainda é muito aquecida e permanecerá com o atual nível de contratação. Temos ainda as grandes obras, como no caso da preparação para a Copa do Mundo. No Estádio, por exemplo, são quatro mil empregos. Mas na parte de obras públicas, nós temos que aumentar o número de projetos para licitação. Em recente conversa com o secretário de obras, ficou decidido que teremos, a partir do segundo
nosco Com Julio Peres
semestre, um pacote envolvendo pequenas e médias obras em diversas administrações regionais, que a população tanto espera: como reforma das quadras de esporte, reforma dos parques, drenagem, etc. Então, a gente espera, principalmente para as pequenas e médias empresas, é que elas possam ter também seus contratos, faturamentos e que gerem mais empregos. Eu acho que a sustentação do emprego se deve à malha imobiliária à essas grandes obras de preparação para a Copa do Mundo realmente eleva uma demanda muito grande contratação.
TEN - O senhor espera que, para 2013, essa demanda volte a aumentar? Júlio Peres -- Temos certeza disto e esse é um dos principais papeis do Sinduscon e da Asbraco (Associação Brasiliense de Construtores). Precisamos criar um elo com o governo para que as obras, nas diversas administrações regionais, voltem a acontecer de maneira que a gente tenha obras em todas as cidades, para todas as empresas, pequenas, médias ou grandes. Todas devem ter seu espaço.
Júlio Peres - - É um prazer muito grande presidir o Sinduscon. Considero extremamente representativo. Temos um trabalho muito grande desde obras públicas, na área de incorporação, de relações de trabalho, até segurança do trabalho, comissão de material e tecnologia. Aproveito para fazer uma convocação aos novos empresários e deixar também a minha esperança para um futuro próximo, com mais obras públicas, colaborando e mostrando onde estão as dificuldades. Podemos gerar mais riqueza, e acima de tudo, qualidade de vida para a nossa população. Nós, que estamos em Brasília desde 1960, amamos esta cidade e queremos vê-la cada vez mais bonita e mais promissora.
TEN - Quais são suas considerações a respeito da representatividade do sindicato?
Serviço: Restaurante Parrilla Madrid SQS 408 Sul, Asa Sul - Brasília, DF (61) 3443-0698 www.parrillamadrid.com.br
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FrAnQUiA e FrAnQUeAdo
Um negócio devasso “A competência administrativa é premissa para abrir uma empresa. Franquia é só uma pequena garantia de que o negócio já deu certo para outras pessoas. Se vai continuar dando certo, só depende de você”
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ara quem pensa em abrir uma franquia, é importante levar em consideração vocação, empreendedorismo, a arte de lidar com o público, disciplina e organização. O primeiro passo é escolher a marca. Foi exatamente isso, que fez o economista e empresário Eduardo Borges, 51 anos, um dos proprietários da frnquia da Cervejaria Devassa, que fica no Pontão do Lago, em Brasília. Aos 17 anos Eduardo já cuidava da lanchonete do pai e estudava na UnB. Filho de classe média, ele garante que precisou trabalhar bastante. “Nada chega de graça. As minhas dificuldades foram como as de qualquer empresário em um país cheio de impostos injustos”, afirma. De acordo com o empresário, seu primeiro insucesso foi na década de 1990, no governo do então presidente Collor. “Foi uma escola”, garante. Com o irmão Rodrigo Borges, chegou a ser sócio do restaurante Porcão na capital, uma experiência considerada saudável e totalmente profissional. Em 2008, decidiram, novamente, abrir um comércio voltado para alimentação. “Motivado pela experiência, fui atrás de algumas marcas e, por acaso, a que estava disponível era a franquia da Devassa”, conta. O Pontão foi escolhido entre os melhores lugares em Brasília, mapeados por uma empresa de geomarketing do estado de São Paulo. É um empreendimento familiar. O pai, Silvio Borges, e os irmãos Leonardo, Rodrigo, Gustavo e Eduardo Borges, que também contam com a parceria do amigo Leonardo Dal Pisol, estão no ramo da alimentação desde a década de 1970. Paralelamente, o grupo administra uma construtora de sucesso.
“O empresário que queira montar um negócio por franquia ou diretamente, precisa compreender suas obrigações. Franquia não é uma herança. É um erro optar por esta forma de mercado pela falta de experiência. Se você não for um bom operador, não terá sucesso, independente da qualidade da marca”. previsão de retorno é de 24 meses. “Acima disso não vale à pena, abaixo, fica interessante. Nós estamos muito bem”, destaca. De acordo com Eduardo, os sócios têm autonomia para promoverem eventos, entre outras coisas, mas ressalta que tudo leva o aval do franqueador. “Até agora, tudo que pedimos aos franqueadores tem sido aprovado”, comenta. Há muitos anos no mercado, Eduardo Borges aproveita e dá a dica. “O empresário que queira montar um negócio por franquia ou diretamente, precisa compreender suas obrigações. Franquia não é uma herança. É um erro optar por esta forma de mercado pela falta de experiência. Se você não for um bom operador, não terá sucesso, independente da qualidade da marca. Com relação à Devassa, e eu posso garantir, a marca é muito boa”, comemora.
Eduardo relata que, para ser aprovado como franqueado por uma marca, é preciso passar por um processo rigoroso de seleção com os franqueadores. Primeiro, passaram por uma avaliação creditícia. Depois é avaliada a experiência com o ramo empresarial e com o mercado em que pretende-se atuar. O investimento feito até agora foi de R$ 4,5 milhões. Segundo Borges, a franquia geralmente cobra 5% de royalties, além da taxa de publicidade, que fica em torno de 1% a 3%. A
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CULTUrA
CidAdÃo KAnE Um filme que todo empresário deveria assistir
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por Ricardo Movits m 1940 quando a RKO contratou Orson Welles e deu-lhe liberdade plena para realizar o que quisesse, ele tinha apenas 25 anos e nunca tinha feito cinema em sua vida. Sua experiência vinha da companhia de teatro Mercury, da qual era sócio, e de um programa de rádio. Foi justamente no rádio, em 1937, após uma leitura dramática do livro A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells, que ele ganhou fama mundial. A leitura provocou pânico nos Estados Unidos. Muitas pessoas acreditaram que o planeta estava sendo invadido por marcianos. Trata-se de um evento histórico. Orson Welles teve que pedir desculpas por não ter dito durante o programa que era tudo mentira. Já era o início de uma visão cinematográfica. Cinema é ficção. Ficção é mentira. Uma mentira bem contada. Dizem que se você tem uma boa história você terá um bom filme. Não necessariamente. Uma boa história é claro que ajuda muito para o sucesso de um filme, mas o que vai fazer a diferença é a maneira como essa história é contada. No caso de Cidadão Kane, de Orson Welles, o roteiro conta a história de um menino pobre que se torna um dos homens mais ricos do mundo – supostamente William Randolph Hearst, o magnata do jornalismo norte americano. É um roteiro simples que ganha grandes proporções quando Welles, pela primeira vez na história do cinema, trata a narrativa não linearmente e, na edição, faz o uso de flashbacks e diálogos sobrepostos. O filme começa com o protagonista já morto, mudando-se a cronologia dos fatos; e a cenografia mostra pela primeira vez o teto dos ambientes. E não foram somente essas inovações que Welles inseriu no filme. Orson Welles colocou em Cidadão Kane
toda sua genialidade: foi diretor, co-roteirista, produtor e ator, criando uma obra que o diferencia até hoje. Soube também escolher sua equipe e contou com a excelente fotografia de Gregg Tollan. Além de toda inovação técnica, Cidadão Kane prima pela coragem de seus roteiristas, Herman J. Mankiewicz e Orson Welles, ao retratarem a vida de um milionário real, ligado à grande imprensa norte-americana. O filme correu sérios riscos de não ser distribuído e, certamente, contribuiu para que Welles, no futuro, raramente conseguisse realizar um filme à sua maneira, dirigindo quase sempre em condições precárias, terminando sua vida à beira do ostracismo. Na época, Cidadão Kane fracassou nas bilheterias e foi massacrado pela crítica. Com o passar dos anos, ele começou a ser reavaliado e, gradativamente foi figurando nas listas de melhores filmes de todos os tempos, onde, já há bastante tempo, aparece como o melhor. Cidadão Kane é um filme de caráter enciclopédico. Orson Welles condensou nele tudo de bom que havia sido produzido em termos técnicos e narrativos até aquele momento e foi mais além, incorporando novidades que continuam sendo utilizadas até hoje.
Prêmios -Venceu Oscar 1942 (EUA) na categoria de melhor roteiro original; Indicado nas categorias de: - Melhor ator protagonista (Orson Welles) - Melhor direção de arte preto-e-branco - Melhor fotografia preto-e-branco - Melhor diretor - Melhor montagem - Melhor trilha sonora - Melhor filme - Melhor som - Prêmio NYFCC 1941 (New York Film Critics Circle Awards, EUA) - Venceu na categoria de melhor filme.
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Perfil ConsULTores
de Andrea Antinoro
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dministradora, pós-graduada em gestão empreendedora e sócia-fundadora da empresa SELOS - SERVICOS DE EXCELENCIA, LOGISTICA E ORGANIZACAO SOCIAL, também é consultora, instrutora e conteudista do SEBRAE DF. Antinoro atua diretamente no varejo apoiando empresas na área de marketing, planejamento estratégico e logístico. Como
consultora desenvolve trabalhos de analise de mercado, pesquisa de mercado e planejamento de marketing. As pesquisas recentes foram realizadas nos segmentos de Economia Solidária (FBB / UnB) e também Brindes e Souvenir (Projeto Copa 2014 - SEBRAE). Recentemente desenvolveu um trabalho no segmento de Economia Solidária, apoiando a Fundação Banco do Brasil e UnB na capacitação de 24 cooperativas de materiais recicláveis do DF, com desenvolvimento de conteúdo com foco na Comercialização e Logística. Atuou durante muitos anos no segmento de Hotelaria, no Grupo Accor Hotels, onde foi responsável pela abertura de hotéis da bandeira Mercure. Também teve forte atuação no setor de engenharia rodoviária. Foi responsável pela aprovação do projeto de implantação da rede de cabo de fibra óptica da Intelig quando esta chegou ao País. Atuou no segmento de Distribuição de Petróleo e Derivados, diretamente com o varejo, na gestão de contratos de postos de gasolinas no DF.
|Consultoria empresarial com Andrea Antinoro
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Essa é a Andrea que começou a trabalhar aos 14 anos no Banco Nacional e não parou mais. Seguiu carreira administrativa, onde pode vivenciar vários processos
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de gestão empresarial, como: gestão predial, gestão hoteleira, gestão de relacionamento, entre outros. Seus passos foram marcados por inúmeras experiências em ambientes ainda em obra, onde agregou conhecimentos de campo, desde a fase de projeto até a vistoria de prédios empresariais, com estruturação de unidades de trabalho, equipes, parceiros dos mais diversos tipos. Qual é a proposta da Selos Consultoria, para os empreendedores do Distrito Federal? Pensar estrategicamente o negócio do nosso cliente, ajudando o empresário /ou gestor a reposicionar sua empresa e alcançar melhores resultados, ajustando a oferta adequada ao cliente desejado e estruturando um “back off” em condições de gerar informações gerenciais, em maior velocidade, para apoiar o gestor, na análise de mercado e consequentemente no seu processo de decisão. Qual é a importância de uma consultoria empresarial? Costumo dizer que a Consultoria do médico clínico do mundo empresarial, no quesito diagnostico e tratamentos. Sua importância para uma empresa equivale ao médico para um paciente. Deve ser adotada no processo preventivo, corretivo e muitas vezes até no óbito de empresas. A consultoria diagnostica empresas e problemas pontuais sem envolvimento emocional, alcançando assim, maior capacidade de analise e solução. Age na indicação de soluções, que poderíamos correlacionar aos “remédios” que agem para amenizar ou acabar com um problema, seja, de ordem acionária, relacional, estratégica ou mesmo operacional. Na visão da Selos, qual tem sido o empreendimento mais lucrativo, e com “menos risco”? Não há empreendimento mais lucrativo e com menos riscos, porque todos estão sujeitos a movimentos de mercado, que podem a qualquer momento ser afetados na sua lucratividade e no índice de risco. Desde uma mudança no cambio, o fortalecimento do mercado chinês, uma nova política governamental, uma alteração na legislação trabalhista, até uma mudança de comporta-
mento de consumo da sociedade, qualquer um desses fatores externos, ou todos eles ao mesmo tempo, promovem alteração na lucratividade e no índice de risco de um negócio.Sem contar com os elementos internos, como capacidade de gestão e retenção de talentos adequados para gerir o negócio de qualquer segmento. O que sustenta um negócio em alta lucratividade é a capacidade de gestão e de rápida reação quanto às mudanças de mercado. O que diminui o risco é a manutenção de baixos custos e muita capacidade de inovação. Qual o principal projeto da Selos? Estamos atualmente com muita energia num projeto chamado: Inteligência Econômica Selos - IES, voltado para inteligência de mercado, onde acreditamos que o olhar precisa ser de fora para dentro, do contexto mundial para o regional, das tendências sociais para as de consumo. Esse conceito nos permite ter uma visão diferenciada de negócios e oportunidades, com modelos organizacionais mais otimizados e tecnológicos. Para o projeto já destacamos uma célula de trabalho exclusiva para realizar análises mercadológicas de vários segmentos, seus impactos e oportunidades nos mais variados tipos de negócios, com oferta de estruturação de projeto para cada oportunidade. Ou seja, esse projeto tem nos tornado mais que uma empresa de gestão, mais que uma empresa de pesquisa de mercado, tem nos permitido ser uma referência empresarial na projeção de movimentos mercadológicos para a estruturação de negócios lucrativos. Qual momento o empresário precisa incluir no seu orçamento uma consultoria empresarial ou qualquer outro serviço que a Selos oferece? Na abertura ou ampliação de novos negócios; em momentos de crise e mudanças, mas principalmente nos momentos de crescimento, pois o risco não está no crescimento, mas na capacidade de sustentá-lo.
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empreendedorismo
Conhecimento colaborativo O empreendedorismo e coletividade, atuando sob a responsabilidade social
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á um ano no mercado brasiliense, a nova tendência entre os empreendedores é agregar conhecimento colaborativo com o compartilhamento físico de espaço. Este é o conceito de coworking, fundado por nômades de tecnologia que buscavam alternativas para seus empreendimentos. Espaços como cafés e a própria casa foram substituídos por escritórios compartilhados, onde o importante é a troca e a socialização. Entre as vantagens desta modalidade de mercado estão, o baixo custo de manutenção do espaço e a possibilidade de contato com outros profissionais. Em Brasília, o Espaço Multiplicidade de Coworking foi inaugurado no dia 31 de outubro de 2011. A empresa traz a proposta de geração de fluxo constante no
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compartilhamento de valores na sinergia e nos bons resultados. Localizada no Setor Comercial Sul, o espaço fomenta networking com atuação proativa em um ambiente moderno e dinâmico, que reúne os benefícios de um grande escritório. Além de proporcionar mais facilidade para os empresários que estão apenas começando a carreira, sem muito dinheiro no bolso, o Espaço Multiplicidade acolhe empreendedores que vêm de outros estados do país e não têm um local fixo para trabalhar. O administrador Leonardo Borrás, de Goiânia, afirma que precisa de um lugar calmo, onde possa se concentrar. “O coworking facilita, principalmente, a vida de empresários que estão em fase inicial e oferece uma estrutura profissional com menos burocracia é melhor do que ter que alugar uma sala para servir de escritório”, destaca.
O administrador revela que seu primeiro contato com o coworking foi no Vale do Silício. “Observei as tendências vindas de lá. Como meu trabalho é ligado ao marketing digital e tecnologia, sempre estendia minhas pesquisas para ver o que ia acontecer. Como o Vale é o celeiro do empreendedorismo digital as cafeterias começaram a ficar pequenas para a criação de empresas”, ressalta Borrás. Como apoio, o espaço fechou contrato de comodato junto à Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) para o aluguel de 70 m². Eventualmente poderá utilizar o auditório da ACDF. Acreditando no trabalho e no compromisso com a verdade, considerados caminhos para as relações humanas, a equipe de fundadores conta
com os administradores Alexandre Naslasene Gomes e Cristiane S. Pereira, além da colaboradora, Sibelle Franca. “Ao longo da minha vida profissional, sempre busquei resolver os problemas, testando alternativas inovadoras, procurando compreender o cenário para então chegar a uma solução. “Resolvi criar um espaço de coworking em Brasília, porque acredito que o futuro do mundo é compartilhar ideias, soluções, bem tangíveis, enfim, um mais um é sempre mais que dois”, lembra Naslasene. O objetivo do Espaço Multiplicidade de Coworking é ser uma marca referwenciada no mercado, atuando estrategicamente no respeito à participação ativa frente às tendências globais, gerando valores aos grupos de interesse.
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registros OAS APRESENTA PRIMEIRO CENTRO DE CONVERGÊNCIA URBANA DO PAÍS
SICOOB - CAFÉ COM COOPERAÇÃO
Em evento especial, arquitetos brasileiros foram apresentados no dia 17 de outubro pela OAS Empreendimentos junto à Faenge, para a Avant Première do empreendimento Visionaire. O empresarial promete ser uma nova era para o Setor de Indústria e Abastecimento do Distrito Federal (SIA), projetado por Ivan Smarcevscki e Júlio Crosara. O Visionaire oferece sofisticação e conforto para o Setor negócios, serviços e lazer. São 85 vagas de estacionamento rotativo. O empreedimento também será entregue com itens de automação. Após o lançamento, o público vai poder conferir no stand de vendas uma maquete do projeto, uma mural de fotos de Marcel Gautherot - fotógrafo de Brasília a convite de Oscar Niemeyer - e uma mostra com quatro unidades corporativas decoradas.
Representantes de imobiliárias do Distrito Federal e principais entidades do setor, participaram de mais uma edição do Café com Cooperação do Sicoob Executivo. O evento aconteceu no Carlton Hotel e serviu como divulgação de um produto especial. O produto exclusivo e inovador apresentado em parceria com a Net Suprema fez sucesso. Estavam presen-
tes o diretor proprietário da NET Suprema, Jorge Nazaré Barbosa, o presidente do Sindicato da Habitação do Distrito Federal, Carlos Hiran David, o presidente da Cooperativa, Luiz Lesse, entre outros empresários do ramo, como Robson Moll, da Rede Brasília Imóveis, e Hélio Gaeta, da Gaeta Imóveis.
Avant-Première do Visionaire
ALMOÇO ADVB-DF
A Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Distrito Federal (ADVB-DF) ofereceu um almoço para 30 convidados no restaurante L’Affaire, que fica no Hotel Mercure, setor hoteleiro norte. A entidade oferece, mensalmente, almoços com palestras para seus associados. Desta vez o diretor da Fast Help, Paulo Ferreira Sobrinho e convidados especiais, falaram sobre o tema Segurança da Informação. A Associação foi fundada a meio século e hoje é uma das mais tradicionais e importante referência na área de marketing e vendas. A ADVB é uma organização não governamental com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de negócios, a capacitação de recursos humanos e reconhecer o trabalho realizado pelas empresas em favor do desenvolvimento sustentado no Brasil.
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CONVENÇÃO DO PMDB
Na convenção do PMDB, o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli, foi reeleito presidente regional do partido para os próximos dois anos. Dos 130 votos computados, Filippelli recebeu apenas um voto contra. O vice-governador é quem estará à frente das discussões para as composições das eleições de 2014. Outros 72 integrantes do diretório e 13 da executiva local também foram escolhidos. Alguns envolvidos na Operação Caixa de Pandora, como Benício Tavares e Eurides Brito foram afastados da diretoria. O único a permanecer foi o ex-deputado distrital Odilon Aires, eleito como vice-presidente do PMDB-DF. O segundo e terceiro vice-presidentes, são Rose Rainha e Carlos Brito. Jozafá Dantas, o novo presidente da Federação Brasiliense de Futebol, é o secretário geral do partido. Marco Antônio da Silva foi escolhido como o primeiro tesoureiro e o deputado distrital Robério Negreiros Filho, o segundo tesoureiro.
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ArTiGo
Ética e a Crise Global não é uma reclamação, mas uma constatação. Se todos obedecessem aos mandamentos religiosos, a convivência humana estaria resolvida. Contudo, o problema é de natureza sistêmica, urge retirar esta quantidade enorme de recursos financeiros do alcance da vontade humana. Discussão da crise global é, antes de tudo, de natureza ética – a invariável economia de mercado versus a questionável economia de comando. A presença do governo na economia se mostrou necessária somente porque três setores não andam sozinhos: agricultura, saúde e educação. Governos do mundo inteiro têm que estimular, de alguma forma, esses setores. É surpreendente esta afirmação, mas tirando as funções que o governo atua como alcaide ou síndico da comunidade ou prefeito tais como melhorias de interesse comum: estradas, pavimentação, esgotos, etc. A intervenção legítima do governo na economia se prende a esses três setores, as demais intervenções são todas consequências dessas três. Por uma ironia da natureza, esses três setores são exatamente os que conferem igualdade de oportunidades – pessoas precisam se alimentar e ter acesso aos sistemas de saúde e educação. Ronaldo Campos Carneiro – engenheiro industrial mecânico de produção, foi professor da USP/engenharia de São Carlos/SP – PUC/ engenharia de SBC/SP e FGV/SP e negociou projetos do governo brasileiro com Banco Mundial e BID. Executivo de empresa privada na área de café e maquinas de café foi governador de Rotary 2008-9
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– distrito 4530. e diretor de Associação Comercial.
mundo assiste nos dias atuais, perplexo e impotente, a escândalos nos parlamentos e burocracia de governo. A questão é: mudar os poderosos de plantão muda alguma coisa? A verdade é que este curioso bípede, que é o ser humano, vem sendo catequizado há pelo menos 4000 anos, desde o patriarca Abrahão, origem das 3 principais religiões monoteístas, mas o egoísmo parece predominar – isto
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Economia de mercado não produz o que é necessário, mas o que é rentável – obra da saudosa dama da economia européia Joan Robinson, identificou este paradoxo com muita clareza, embora não tenha apresentado solução. Este paradoxo do capitalismo, só será superado com um novo pacto social, onde trabalho é um processo de transformação de energia humana em energia física ou intelectual, para que esta transformação possa ocorrer, comida, saúde e educação para todos os dependentes devem ser assegurados a priori, vale dizer, é condição sine qua non para haver trabalho humano e não pagamento por trabalho executado. Significa reconhecer que a fome e a saúde das pessoas não variam conforme forças de mercado, mas são necessidades biológicas, ou ainda,
"Um Estado dividido em um pequeno número de ricos e um grande número de pobres sempre desenvolverá um governo manipulado pelos ricos para proteger os pequenos prazeres representados por suas propriedades." Harold Laski
é a lógica da vida. Ninguém vem ao mundo para viver de caridade e não iremos fortalecer os fracos por enfraquecer os fortes. Isso não é um apelo de natureza emocional filantrópico, mas a única forma de viabilizar a retirada do governo do processo econômico. Novamente aqui estamos falando de ética - trata-se de uma constatação da natureza humana, é preciso avaliar a criação para entender o Criador – estes 3 setores (comida, saúde e educação) são interdependentes, não acumuláveis e independem da vontade humana. Tal como um veículo que precisa de combustível, a natureza humana precisa de comida e saúde para que possa haver trabalho e educação, para que possa haver progresso. Isso pode ser colocado como um contrato de adesão voluntária, em que a iniciativa privada assume essas responsabilidades sociais, comprando a livre preço de mercado – evidentemente para fechar a equação econômica o governo reduz a tributação referente a estas novas responsabilidades sociais assumidas pelos empresários. Desta forma, o governo pode se retirar da economia, pois a agricultura, a saúde e a educação passam a ser auto estimuladas. Vamos chamar o regime produzido por este pacto de humanismo, em contraposição a capitalismo e socialismo, e avaliar as profundas alterações introduzidas. Com a economia livre e o governo fora da economia, teremos o pleno emprego produtivo – a geração atual e muitas anteriores não conhecem o que isso significa –, salários tendem a subir naturalmente pelas forças de mercado, não será necessário fixar um salário mínimo, todas as equações econômicas se invertem, some a inflação e ficam inviabilizados os conflitos armados. A qualificação para uma sociedade democrática será sufrágio universal – voto livre e soberano -, imprensa livre e, sobretudo, desconcentração de recursos ao alcance de burocratas de governos. Estaremos muito próximos das condições dos primórdios da revolução industrial do início do século XIX previsto por Adam Smith só que introdu-
zindo a crítica não contestada sobre o trabalho humano de Karl Marx – força de trabalho é preservada e não destruída. Novamente aqui se trata de questão ética. Esses 2 pensadores são clássicos, vale dizer, são como uma sinfonia de Beethoven ou uma estátua de Michelangelo, a excelência de suas obras não tem prazo de validade, são eternos. Serão apreciados daqui a 1000 anos, portanto não se trata de saudosismo extemporâneo, mas de valorizar a ética em estado puro. Com isso, estaremos viabilizando as bem intencionadas Declaração Universal dos Direitos Humanos, da criança e do adolescente e os objetivos do Milênio – firmaram um consenso em torno de ideias irrecusáveis, porém esqueceram de dizer quem paga a conta!! Que ninguém se iluda, os modelos de convivência humana atuais convergem inevitavelmente para um estado totalitário. Complementando Marx: “Trabalhadores e burgueses do mundo inteiro, uni-vos”. Em nome da ética, não podemos permitir que as classes dos burocratas de governo e dos políticos profissionais assumam a supremacia e controle das sociedades – vale dizer, a vontade humana da economia de comando não pode prevalecer sobre a invariável e impessoal economia de mercado. A cada um conforme sua necessidade biológica e, após, conforme sua capacidade. Com isso, nosso trabalho será reduzido, poderemos nos dedicar mais como consciência da comunidade ao invés de filantropia e caridade. Essa é minha contribuição para colocar o assunto na agenda de discussões. Entendo que isso deva ser discutido a exaustão, pela importância e profunda conseqüência que a adoção dessas ideias e conceitos vai gerar. George Bernard Shaw, este fecundo pensador irlandês, pontificou: “ninguém tem o direito de consumir felicidade sem produzi-la e tampouco de consumir riqueza sem produzi-la”. Cada criança que vem ao mundo será solução e não mais problema – voltará a ser uma benção divina.
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ARTIGO
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A crise e
Por Carolina Dias, de Paris
m setembro a França viu seu presidente cumprir o controverso e tortuoso carro-chefe de suas promessas eleitorais. François Hollande aguentou a pressão exercida nos últimos tempos pelas maiores fortunas francesas sobre seu governo e acabou por realmente apelar ao patriotismo dos muito-ricos do país demandando-lhes uma contribuição extra em tempos de crise - 75% de imposto de renda sobre os ganhos anuais que ultrapassem um milhão de euros. No momento atual pouco importa, na ótica do governo, a contribuição da medida o para aumento da arrecadação da França. Segundo Hollande, o valor simbólico, tem como objetivo principal provar a solidariedade dos magnatas franceses para com a nação pelo menos até 2014, data em que a lei sairá de vigor. A oficialização da medida serve, sobretudo, para mostrar que o presidente cumpre sua palavra frente a uma opinião pública que já lhe é desfavorável logo no início do mandato. De qualquer maneira, o curto vigor da lei mostra claramente como Hollande não foi tão insensível assim aos argumentos das mais bem remuneradas pessoas da França, as quais fizeram procissão aos gabinetes de ministros e ao próprio palácio presidencial para demovê-lo da ideia. Eleito há alguns meses no olho do furacão econômico, François Hollande propôs essa medida num supetão durante uma entrevista durante a campanha. Ainda que tal radicalismo não estivesse previsto no programa de governo, o então candidato socialista considerou que seria pior voltar atrás na afirmação inusitada transmitindo assim insegurança. Quando as pesquisas feitas a reboque de sua surpreendente declaração mostraram que a maior parte dos franceses, que ganha certamente algo bem aquém de um milhão anual, tinha gostado da proposta do candidato à sucessão presidencial, Hollande
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viu de um improviso alquebrado nascer uma das principais bandeiras de sua campanha. Sintomaticamente, desde o momento em que ficou claro que Hollande ganharia, muita gente endinheirada passou a planejar um exílio fiscal. O primeiro ricaço a se manifestar foi o dono do império do luxo LVMH, Bernard Arnault. A LVMH é um conglomerado que inclui entre outras as marcas Louis Vuitton, Moët&Chandon, VeuveClicquot, TAG Heuere Dior. À sua frente, Arnault acumula uma esplendorosa fortuna, a qual não quer ver abocanhada pelo leão voraz do governo socialista. Para tanto montou uma estratégia para possibilitar que parte de sua fortuna seja taxada alhures, evitando assim os dramáticos 75%. O quarto homem mais rico do mundo - e o primeiro da Europa - é recorrente na prática. Trinta e dois anos depois de pedir exílio aos EUAdurante o primeiro e até então único governo de esquerda do pósguerra francês, encabeçado por François Mitterrand,entrou agora com o pedido de nacionalidade belga. O empresário afirma, após gerar grande polêmica na França e no resto do mundo, que a intenção não é de mudar seu domicílio fiscal e ainda que a decisão não está ligada a uma ação política para afrontar o governo de Hollande. Ninguém pode acusá-lo, contudo, de não ter advertido o governo em diversas oportunidades. Na última delas, no dia 5 de setembro, o biliardário esteve no palacete Matignon, na rua de Varenne, onde habita e trabalha o primeiro-ministro francês, para alertá-lo em pessoa sobre os “efeitos nefastos” que a taxação de 75% teria sobre a economia do país. Todavia, não se sabe se ele durante a conversa com Jean-Marc Ayrault o advertiu também a respeito do pedido de nacionalidade belga ao qual dera entrada uma semana antes e que veio a ser divulgado pela imprensa de Bruxelas três dias depois desse encontro causando um intenso debate no país.
e o fisco O fato de ter a nacionalidade belga não possibilita por si só que ele transfira o pagamento dos impostos para aquele país. Ele teria para isso que morar de fato por lá a maior parte do ano. Mas é sem dúvida, uma possibilidade que se abre para esse empresário, que nasceu a poucos quilômetros da fronteira belga e mantém muitos investimentos no país. Analistas apontam também que a jogada de Arnault visa a abrir o caminho para desonerar mais à frente a transferência da herança para seus filhos. No curto prazo o que é certo é que como o salário de Arnault é de 10,7 milhões de euros, ficando na França e com a lei entrando em vigor, daquele montantea bagatela de 7 milhões e 685 mil euros teriam que ser entregues ao leão. Mesmo dizendo-se “apolítica”, a atitude de Arnault não escapou de ocasionar reações acaloradas na classe política do país. O empresário foi tratado como traidor pela esquerda e extrema-direita francesas, mas, em contrapartida, recebeu um apoio forte do UMP, partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy, do qual Arnault sempre foi partidário. O primeiro-ministro anterior, François Fillon, se disse chocado com a violência e insultos que o magnata sofreu e ainda defendeu o patriotismo do homem que criou milhares de empregos com seu império e detém muitas das marcas mais associadas internacionalmente aos emblemáticos savoir-faire estyle de viefranceses.
De qualquer maneira, em tempos de crise o assunto não causa fortesreações apenas na França. A mudança de nacionalidade de Arnault incitou também partidos da esquerda belga, onde milhares de pessoas foram às ruas para reivindicar uma taxação mais alta sobre as grandes fortunas. Ainda que uma mudança na legislação fiscal não esteja no horizonte próximo da Bélgica, os humores atuais não asseguram uma situação tranquila, para as grandes fortunas em nenhum país da União Europeia.
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ESPORTE
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rotina de alguns trabalhadores de Brasília, principalmente dos executivos de plantão, que antes era tomar um chopp gelado com os amigos e bater um bom papo depois do expediente, agora começa a mudar. O bom papo continua, mas em um ambiente bem diferente dos bares da cidade. O fato é que de uns tempos pra cá, esse hábito tem tomado outro destino. Algumas pessoas estão trocando os bares pelo Parque da Cidade, trocando o “halterocopismo” por esportes, como corrida e ciclismo. São pessoas que trabalham durante o dia, e que por esse motivo, reservam o horário noturno para a prática esportiva. O Parque Sarah Kubitscheck que é localizado no centro de Brasília e abrange 42 hectares de área verde, ultimamente passou a ser o lugar mais procurado por pessoas que acreditam que depois do trabalho a melhor maneira para relaxar é praticar atividades esportivas. Fundado em 1978, o parque foi construído com o objetivo de preservar a área verde do local, além de proporcionar lazer e atividades esportivas aos frequentadores. Ele é um presente para a cidade.
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De acordo com o administrador, Paulo Dubois, assim que assumiu a administração percebeu que a frequência de praticantes de esportes a noite, no Parque da Cidade, era tímida. Isso porque na época era comum a incidência de festas noturnas que, gerava certa insegurança aos frequentadores. “Não tenho nada contra festas, pelo contrário, sou até festeiro. Mas a maneira de como estava acontecendo, além de deteriorar o parque, devido à depredação do patrimônio público., havia diversos crimes. Por isso, acabamos com as festas noturnas e com isso, tivemos melhores condições de segurança”. O fato é que, áreas que eram ocupadas para festas não autorizadas, inclusive quadras esportivas, hoje são direcionadas para os esportes O administrador diz que desde o ano passado, houve
um acréscimo de mil por cento no volume de frequentadores a partir das oito da noite. Isso significa que o parque passa a ser habitado por aqueles que precisam, ou seja, as famílias, os atletas, pessoas envolvidas com a cultura. São pessoas bem intencionadas, com pretensão de preservar o es-
Ciclismo e outras modalidades incentivam esporte noturno Coibição de festas à noite, que geravam insegurança aos frequentadores do Parque da Cidade, estimula prática de esporte noturno
paço público para o bem estar da sociedade. Desde 2011, considerando final de 2010, foi triplicado o número de eventos esportivos e culturais. Os esportes são os mais diversos, só o atletismo reúne mais de cem tribos, mas vale ressaltar o programa Pedal Noturno que traz vida ao local. Esse grupo é o que representa de maneira mais expressiva o esporte noturno no Parque da Cidade. São pessoas que além de formadores de opinião pública são amigos do parque. O Pedal Noturno é uma ONG que recebe a todos de braços abertos, qualquer pessoa pode e deve participar, é só chegar à noite com sua bicicleta e dispor de equipamentos para sua própria segurança e avaliação médica, provando que está apto para a prática esportiva. A iniciativa repercutiu em outras modalidades como vôlei de areia; futevôlei; futebol de salão e o tênis, como ocupação de quadras poliesportivas com a nova iluminação. Segundo Dubois, o parque da cidade se tornou templo da diversidade em Brasília. Paulo acredita ainda que, com a evolução da ciência e a busca pela saúde com longevidade e qualidade de vida, fizeram das atividades es-
portivas são, necessariamente recomendaveis. O parque é a repercussão viva disso. O esporte muda os hábitos e a dinâmica da vida. “Eu mesmo perdi 35 quilos praticando esportes. Estimulado pelo ambiente, corro o parque inteiro, mudei meu estilo de vida. Eu não poderia estar dentro do parque e não ser um exemplo. Além do mais, com os usuários, posso fazer meu trabalho de fiscalização de maneira mais efetiva e acertiva”, afirma. O parque é isso, repercute no estilo de vida dos frequentadores. Antes as pessoas saiam do trabalho para o happy hour , e esse hábito parece diminuir em Brasília, há pessoas que ainda preferem o bar ao esporte, mas, pelo que tudo indica, o contingente que prefere o esporte está aumentando. “Existe uma família que é a família parque, que exprime um significado de democracia, convivência, tolerância e respeito mútuo. Onde as mais diversas tribos se encontram com objetivo comum que é manter e preservar esse espaço maravilhoso da nossa cidade”, conclui Dubois.
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Oliver: música, arte e cozinha Mistura do rústico, contemporâneo e da sofisticação, o restaurante “Oliver: música, arte e cozinha” fica próximo ao Eixo Monumental. Essa é uma ótima opção de encontro e comemorações. Com música ambiente e cardápio despojado, a casa já foi eleita pelo júri de
Veja Brasília como a melhor cozinha variada da Capital por alguns anos. Além de ingredientes de primeira o Oliver tem programação semanal de música ao vivo.
Oliver – Clube de Golf (SCE/SUL Trecho 02 Conjunto 2 Parte B. Mais informações: (61) 3323-5961.
Parrilla Madrid A cozinha do Parrilla Madrid explora clássicos parrilleros e
cortes argentinos tradicionais. Desde 2009, com direito a
três ambientes criados pelo artista plástico Nemm Soares,
o restaurante carrega um novo conceito em ambiente
e gastronomia. São servidos diferentes tipos de carnes.
Os pratos variam, para 4 ou 5 pessoas, regado a chopp
Brahma nitrogenado, gelado e cremoso, vinhos e drink`s
de frutas especiais. CLS 408 Sul. Estacionamento com serviço Valet. Mais informações: (61) 3443-0698.
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ViTrine
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90,00 alixto R$ 3 - Óculos C a $ 290,00 c R ti la ó e n b c t ki 1 Te & Rogy: y m 189,00 o R rracha ( R$ 2 Linha R$98,00 lado de bo te - Colar 9 s so ,9 e 9 L m 1 1 co ta $ s o 3 Co Clássic 80 fios R o - Sapato sal percal 1 ca a m ca 4 Samell e od lass - Jog 42,00 5 First C 50ml R$2 279,90 $ R s e issey Sport o D au e L´ 6 My Sh aerfumari 7 Lord P
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twittada Levantei na Frente Parlamentar da Educação a discussão sobre a exigência de mestrado/doutorado para dar aula em curso técnico. O q vc acha?
“Que dia! Entrei numa cabine e narrei os acontecimentos durante umas seis horas sem parar. Ouvia a CNN e ia traduzindo do jeito que dava...”
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Izalci - @IzalciLucas Monica Waldvogel @MonicaWaldvogel
“Ana de Holanda deixa Cultura. Marta Suplicy deve ser a nova ministra”.
Cristiana Lôbo - @cristilobo
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Capacitação nunca é demais . Que o nosso País veja na educação a solução de seus problemas. É uma vergonha ver o sistema ser manipulado por brechas, criminosos e ter cidadãos acuados.
O Brasil é um dos poucos países onde a MAIORIDADE PENAL é aos 18 anos de idade! Até quando adolescentes vão agir impunemente?
Doutor Segurança - @jorgelordello
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Contestar é bom, mas o melhor ainda é apontar soluções.
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“Sair criticando o mundo, contestando as teorias do passado forma uma geração de contestadores q nada constrói nem sugere.”
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Stephen Kanitz - @StephenKanitz
É de suma importância que os consumidores saibam os seus direitos e deveres, até para que possam fiscalizar o cumprimento da lei.
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ten twitter das pessoas
comentários TEN
por Liana Alagemovits @ lianaalagemovits Prepare-se. Você vai conhecer Sarney, o moralizador do Senado.
Dilma: “Vamos reduzir o custo da energia, sem alterar o atendimento ao consumidor. Seremos cada vez + vigilantes na qualidade do serviço.”
Blog do Planalto -@blogplanalto
As grandes cidades estão travadas. Presidente Dilma, estimule o transporte público e democrático, please!
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Fabio Pannunzio @pannun
Automóveis batem recorde de vendas. Dilma vai reduzir IPI também de estacionamentos, pedágios e máscaras de gases?
Vamos ver se essa redução chega até as empresas para que possam fazer o que devem: crescer, gerar renda e empregos. MarceloTas-@MarceloTas
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“ Não são as más ervas que sufocam o grão, é a negligencia do cultivador”. Confúcio
Adelmir Santana - @adelmir_santana
cantodosaber - @Cantodosaber
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mÍdiAs soCiAis
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Brasília Verde 2014
Liberdade de Expressão em Baixa
Mais verde para Brasília. O governador Agnelo Queiroz acaba de assinar em Frankfurt, um protocolo de intenções entre o GDF e o City Challenge, evento que promove tecnologias sustentáveis. A idéia é transformar Brasília em um grande palco de uma prova automobilística de rua “verde” em 2014.
Infelizmente o Brasil se tornou o 4º país mais perigoso para jornalistas após 7 mortes de profissionais da área, somente em 2012. Com isso, o Brasil fica atrás apenas de Síria (32), Somália (16) e México (10). Ao todo, 110 profissionais foram assassinados em 25 países nos primeiros nove meses do ano. Segundo levantamento da organização americana Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), cerca de 70% dos assassinatos registrados nos últimos 20 anos no Brasil ainda se encontram sem solução. Os dados da CPJ apontam 20 homicídios, sendo que 14 ainda estão sem punição, 1992 e 2012. Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em Brasília com a morte de Mário Eugênio, locutor da Rádio Planalto e repórter do Correio Braziliense, em 11 de novembro de 1984.
O evento conta ainda com shows, competições de ciclismo, apresentações infantis e festas. Para o presidente do City Challenge, Hartmut Beyer, a cidade deve respirar ecologia durante o evento. Essa é uma grande oportunidade para novos negócios em Brasília, para profissionais bilíngües e para empresários do setor de eventos e promoções esportivas e culturais.
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Brasil Campeão de Impostos
Apoio as vítimas
Entre todos os outros países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil cobra mais impostos do que os seus vizinhos da América Latina. A carga tributária brasileira só é superada por alguns países europeus, que detêm um amplo estado de bem-estar social que vem sendo desmontado com a recente crise mundial. De acordo com o Índice de Retorno de Bem-estar à Sociedade (Irbes), entre os 30 países que possuem as maiores cargas tributárias do mundo, o Brasil é o que oferece o pior retorno da arrecadação em serviços para a população.Quando se compara o quadro tributário do Brasil, em relação ao de outros países, percebemos que a tributação de nosso País é injusta porque os tributos do consumo – que atingem os mais pobres são muitos e que ainda são baixos os tributos cobrados ao patrimônio. É por isso que no Brasil há tanta pobreza e exclusão social.
Brasília, a capital do País, conquistou com muita vergonha o sétimo lugar nos índices de abusos físicos, psicológicos e morais contra as mulheres. Diante disso, a Defensoria Pública do DF lançou o projeto pioneiro chamado Grupo de Apoio às Mulheres Vítimas de Violência. De 1980 a 2010, foram assassinadas no Brasil perto de 91 mil mulheres, 43,5 mil só na última década. O número de mortes nesses 30 anos aumentou em 217,6% nos quantitativos entre as vítimas de assassinato. Assim, o projeto que visa conscientizar contando com dinâmicas psicossociais de reflexão sobre a rotina de violência, dinâmica e simulações de audiência para nortear o comportamento mulher diante do juiz e do agressor.
Taxis Melhores
Brasil e a desigualdade na América Latina
Acaba de ser lançado um projeto que promete a-tender melhor os visitantes que chegam à Brasília. “Taxista Empreendedor” que deve capacitar 40% dos taxistas da cidade até a Copa das Confederações. Apesar de ter sido lançado no ponto de táxi do desembarque do Aeroporto Internacional de Brasília o objetivo é atender mais de 150 mil profissionais de todo o país, que poderão fazer o curso à distância. O SEBRAE busca aperfeiçoar o serviço como um negócio promissor e disponibiliza um kit sobre marketing pessoal, noções de gestão, controle financeiro, estratégias e dicas para atender clientes. Esse material pode ser encontrado no: www.taxistaempreendedor.com. br. O programa Qualificopa lançado no segundo semestre de 2011, também tem oferecido oportunidades gratuitas para a população.
O Brasil ainda lidera rankings tristes. Nossa distribuição de renda é uma das mais desiguais de todo o mundo, perdendo apenas para alguns países africanos. Mesmo com a classe C em evidência, contribuindo para uma aceleração do crescimento econômico. Apesar dos nossos índices sociais sejam precários, tendo alcançado o patamar do sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) do planeta, o Brasil ainda é uma nação de desigualdades, especialmente com relação ao acesso a educação e saúde. Além disso, o Brasil ocupa o 8ª lugar de maior desigualdade social do mundo e o 63º no ranking o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) que mede a qualidade de vida da população de um país.
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Programa Tendências e Negócios Domingo, às 13h30 TV Brasília e NET www.tendenciasenegocios.com.br
Liana Alagemovits
Alex Dias
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