Questão 11) O fragmento de texto, abaixo transcrito, pertence ao período humanista português e foi retirado da farsa do Velho da Horta, de Gil Vicente. Leia-o com atenção. Entra a MOÇA na horta e diz o VELHO: Senhora, benza-vos Deus, MOÇA: Deus vos mantenha, senhor. [...] VELHO: Que buscais vós cá, donzela, senhora, meu coração? MOÇA: Vinha ao vosso hortelão, por cheiros para a panela. VELHO: E a isso vinde vós, meu paraíso. Minha senhora, e não a aí? MOÇA: Vistes vós! Segundo isso, nenhum velho não tem siso natural. VELHO: Ó meus olhinhos garridos, mina rosa, meu arminho! MOÇA: Onde é vosso ratinho? Não tem os cheiros colhidos? VELHO: Tão depressa vinde vós, minha condensa, meu amor, meu coração! MOÇA: Jesus! Jesus! Que coisa é essa? E que prática tão avessa da razão! VELHO: Falai, falai doutra maneira! Mandai-me dar a hortaliça. Grão fogo de amor me atiça, ó minha alma verdadeira! MOÇA: E essa tosse? Amores de sobreposse serão os da vossa idade; o tempo vos tirou a posse. VELHO: Mas amo que se moço fosse com a metade. [..] MOÇA: Que prazer! Quem vos isso ouvir dizer cuidará que estais vivo, ou que estai para viver! VELHO: Vivo não no quero ser, mas cativo! [...] MOÇA Que galante! Que rosa! Que diamante! Que preciosa perla fina! VELHO: Oh fortuna triunfante! Quem meteu um velho amante com menina! [...] MOÇA: Ora, dá-lhe lá favores! Velhice, como te enganas! VELHO: Essas palavras ufanas acendem mais os amores. MOÇA: Bom homem, estais às escuras! Não vos vedes como estais? VELHO: Vós me cegais com tristuras, mas vejo as desaventuras que me dais. MOÇA: Não vedes que sois já morto e andais contra a natura? [...] VICENTE, Gil. O Velho da Horta. 16.ed. São Paulo : Brasiliense, 1985. Levando-se em conta que o tema central da farsa de Gil Vicente é o amor de um Velho por uma Moça, é verdadeiro afirmar o seguinte: a) b) c) d)
No diálogo com a Moça, o Velho mostra-se tímido e embaraçado. As palavras do Velho apaixonado não atraem a Moça, que se revela realista e ajuizada. Ao ouvir as propostas desrespeitosas do Velho, a Moça, ofendida, ameaça ir chamar seu noivo. Tanto o Velho quanto a Moça, desde o início, chegam à conclusão de que aquele amor era impossível e proibido. e) A Moça deixa-se seduzir, aceita os galanteios do Velho e esquece que tinha vindo ali apenas para comprar hortaliças. Questão 12) Leia o fragmento abaixo. - Nunca esperei muita coisa, digo a Vossas Senhorias. O que me fez retirar não foi a grande cobiça; o que apenas busquei foi defender minha vida da tal velhice que chega antes de se inteirar trinta; se na serra vivi vinte, se alcancei lá tal medida, o que pensei, retirando, foi estendê-la um pouco ainda.
Mas não senti diferença entre o Agreste e a Caatinga, e entre a Caatinga e aqui a Mata a diferença é a mais mínima. Está apenas em que a terra é por aqui mais macia; está apenas no pavio, ou melhor, na lamparina: pois é igual o querosene que em toda parte ilumina, e quer nesta terra gorda, quer na serra, de caliça,
a vida arde sempre com a mesma chama mortiça. MELO NETO, João Cabral de: Morte e vida Severina.Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, pp. 111-112. A obra de Gil Vicente, escritor português do século XV, influenciou a criação de vários textos também no século XX, como o poema de João Cabral de Melo Neto. Agora, analise a voz do eulírico, presente no fragmento citado, ela reflete sobre as dificuldades sociais vivenciadas e, ao mesmo tempo, compreende que: a) b) c) d) e)
por menores que sejam as diferenças entre o lugar de origem e o de migração, é possível ver com otimismo a nova vida que se apresenta. para garantir a extensão da vida, é preciso cobiça e coragem para se defender diante de situações adversas. as diferenças existentes entre a terra de onde veio e os lugares por onde tem passado anulamse diante da situação de semelhança que compõe a vida e a morte. estar vivo, até os trinta anos, representa ser vitorioso e ter como garantia uma vida mais longa e segura, desde que longe das regiões de seca como o Agreste e a Caatinga. o contraste entre as regiões da Caatinga e da Mata, relativas às condições geográficas, diferencia a qualidade de vida das pessoas dessas regiões.
Questão 13) O texto abaixo pertence ao poema “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto, importante poeta pernambucano da Geração de 45 do Modernismo brasileiro. No excerto, um retirante chamado Severino, protagonista da obra, encontra dois homens que estão carregando um defunto numa rede. Texto “— A quem estais carregando, irmãos das almas, embrulhado nessa rede? Dizei que eu saiba. — A um defunto de nada, irmão das almas, que há muitas horas viaja à sua morada. — E sabeis quem era ele, irmãos das almas, sabeis como ele se chama ou se chamava? — Severino Lavrador, irmão das almas, Severino Lavrador, mas já não lavra. — E de onde que o estais trazendo, irmãos das almas, onde foi que começou vossa jornada? — Onde a Caatinga é mais seca, irmão das almas, onde uma terra que não dá nem planta brava. — E foi morrida essa morte, irmãos das almas, essa foi morte morrida ou foi matada? (...) — E quem foi que o emboscou, irmãos das almas, quem contra ele soltou essa ave-bala? — Ali é difícil dizer, irmão das almas, sempre há uma bala voando desocupada. — E o que havia ele feito irmãos das almas, e o que havia ele feito contra a tal pássara? — Ter um hectare de terra, irmão das almas, de pedra e areia lavada que cultivava. — Mas que roças que ele tinha, irmãos das almas que podia ele plantar na pedra avara? — Nos magros lábios de areia, irmão das almas, os intervalos das pedras, plantava palha.” A única alternativa verdadeira a respeito dos elementos retirados do texto é: a) b) c) d) e)
A expressão “irmãos das almas”, no primeiro verso, aparece entre vírgulas e desempenha a função de sujeito da forma verbal “estais”, que aparece no mesmo verso. Em “Dizei que eu saiba”, ainda no primeiro verso, há uma forma verbal no imperativo que poderia ter como sujeito o pronome pessoal “tu”. No quarto verso, com a expressão “mas já não lavra”, o autor quis estabelecer uma relação de oposição entre a profissão e a situação em que “Severino Lavrador” se encontrava. O adjunto adverbial “Ali”, em “Ali é difícil dizer...”, foi utilizado referindo-se ao tipo de morte que teve o defunto. Com “sabeis como ele se chama ou se chamava?”, no terceiro verso, o retirante demonstra não ter certeza de que o homem na rede estava morto.
Questão 14) Leia o soneto de Camões. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o Mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o Mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. E o tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mi[m] converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía. (Obra completa, 2005.) O soneto aborda um tema que perpassa a obra de Camões. É correto afirmar que esse tema diz respeito à a) b) c) d) e)
solidão, que reflete o estado de espírito do poeta quando é obrigado a partir para as Índias a fim de servir o Império. instabilidade do amor diante da luta entre bem e mal, durante a Primeira Grande Guerra. brevidade da vida do ser humano, que traduz a angústia diante das perdas após as Guerras Napoleônicas. transitoriedade da vida, que se articula com as transformações econômicas e sociais ocorridas em Portugal após as Grandes Navegações. renovação da vida, que expressa um pensamento progressista, adquirido enquanto Camões serviu à coroa portuguesa lutando nas Cruzadas.
Questão 15) Sobre as cantigas trovadorescas, some a(s) alternativa(s) CORRETA(S): 01. Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino. 02. As cantigas de amigo possuem um ambiente palaciano e o eu lírico é feminino, apesar de serem escritas por homem. 04.As cantigas de amor possuem um ambiente palaciano e suas características principais são a vassalagem amorosa e a coita de amor. 08. Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão. 16.As cantigas de amigo, em geral, possuem um eu lírico feminino, apesar de serem escritas por homens. A temática principal, quase sempre, é o sofrimento da mulher pelo amado que partiu. 32.Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros. 64. As cantigas de maldizer e de escárnio pertencem a lírica trovadoresca. Soma: Questão 16) (Ufsm 2013 - Adaptada) Analise o fragmento a seguir. Irarrazabal chama-se a rua por onde caminhávamos em setembro. Foi ali, pela primeira vez, que vimos passar um caminhão cheio de cadáveres. Era uma tarde de setembro de 1973, em Santiago do Chile, a
apenas alguns minutos antes do toque de recolher. Caminhávamos rumo à Embaixada da Argentina e nossas chances eram estas: ou saltávamos para dentro dos jardins da Embaixada e ganhávamos asilo político, ou ficávamos na rua, em pleno toque de recolher. Se ficássemos na rua, certamente seríamos presos e teríamos, pelo menos, algumas noites de tortura. Fonte: GABEIRA, Fernando. O que é isso, companheiro? SP: Cia. das Letras, 2009. p. 10-11. (adaptado) Some a(s) correta(s), pois o texto refere-se 01. à situação dos militantes de esquerda nos países do Cone Sul, nos anos 1960 e 70: a prisão, a tortura e a morte realizadas pelos órgãos de segurança dos regimes militares. 02. ao modo como os golpes militares se processavam, com eliminação física da oposição política e militar, muitas vezes com uso sistemático da tortura. 04. ao contexto político que acompanhou a derrota dos governos nacional-desenvolvimentistas ou socialistas e à implantação de um modelo que privilegiava a internacionalização econômica. 08. à dura reação do bloco conservador latino-americano frente ao avanços das organizações de esquerda que pleiteavam a reforma socioeconômica ou, algumas vezes, o socialismo. 16. Nas expressões “alguns minutos” e “algumas noites”, os termos destacados são pronomes demonstrativos. 32. Na oração: “Se ficássemos na rua, certamente seríamos presos e teríamos, pelo menos, algumas noites de tortura.”, os verbos destacados apresentam sujeito oculto. Soma: Questão 17) Segundo o crítico Arnaldo Saraiva, Camões atinge no soneto uma rara e admirável variedade de temas e engenhos. Seus poemas retratam desde melancólicos desconsolos amorosos, como em Alma minha gentil, até narrativas aparentemente lineares, como em Sete anos de pastor Jacob servia. Some a(s) alternativa(s) correta(s) em relação as características presentes no soneto. Quando a suprema dor muito me aperta, se digo que desejo esquecimento, é força que se faz ao pensamento, de que a vontade livre desconcerta. Assim, de erro tão grave me desperta a luz do bem regido entendimento, que mostra ser engano ou fingimento dizer que em tal descanso mais se acerta. Porque essa própria imagem, que na mente me representa o bem de que careço, faz-mo de um certo modo ser presente. Ditosa é logo a pena que padeço, pois que da causa dela em mim se sente um bem que, inda sem ver-vos, reconheço 01. Racionalização do sofrimento 02. Platonismo 04. Introspecção 08. Angústia reflexiva 16. Sensualidade Soma:
Questão 18) Assinale o que for correto sobre João Cabral de Melo Neto e sobre o fragmento a seguir, retirado do auto “Morte e vida severina”. MORTE E VIDA SEVERINA (Auto de Natal pernambucano) (1954-1955) O retirante explica ao leitor quem é e a que vai – O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias lá da Serra da Costela, limites da Paraíba, Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, já finados, Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. (...) (João Cabral de Melo Neto. Melhores poemas).
01. O título do poema “Morte e vida severina” inverte a ordem cronológica dos fatos da existência, colocando a morte em primeiro lugar. Na sua caminhada, Severino se depara constantemente com a morte, acontecimento corriqueiro no sertão pernambucano, onde a terra é seca e não oferece condições de vida digna. O título se liga aos aspectos dinâmicos da trajetória severina, ou seja, à realidade de penúria e miséria dos retirantes. O final do auto, marcado pelo nascimento de uma criança, carrega de esperança o retirante que até então estava propenso a se matar. 02. Severino tenta se definir como filho de “Maria” e de “Zacarias”, já falecido. No entanto, a existência de tantas outras pessoas, na mesma condição de Severino e com o mesmo nome que ele, dificulta a individualização do Severino que fala. A personagem Severino representa um grupo social, uma vez que é o símbolo do homem pobre do agreste pernambucano em busca de uma melhor condição de vida. 04. A palavra “pia” indica a pia batismal e marca a religiosidade que está presente em todo o poema. No decorrer do auto, a fé em Deus é constantemente testada pelo Demônio, com suas promessas de enriquecimento e poder. No entanto, em nenhum momento, Severino se deixa seduzir pelas artimanhas do Demônio, o que expressa o compromisso do autor de demonstrar que o retirante é, em sua essência, bom e humilde, moralmente inclinado para o bem. 08. Nos versos iniciais do poema, o tom lamentoso de Severino contrasta com sua euforia quando chega ao Recife e se vê diante da possibilidade de trabalho e boa remuneração. Trata-se de uma crítica ao sistema econômico que prioriza investimentos em cidades e deixa a zona rural e seus habitantes em segundo plano. 16. A debilidade física do homem do interior pernambucano (“pernas finas”, “ventre crescido”, “sangue com pouca tinta”) é resultante da fome e das doenças. Apesar de tantas adversidades,
Severino é alegre, sempre otimista. Ele e os outros retirantes que encontra pelo caminho vivem vida miserável mas, por não conhecerem outra possibilidade de existência, são felizes. 32. Ao longo do poema os mais variados tipos de pronomes são utilizados. Nos fragmantos: “O meu nome é Severino”, “Mas isso ainda diz pouco”, “vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia”, todas as palavras destacadas podem ser classificadas como pronomes. Soma: Questão 19) Leia alguns excertos do livro de Fernando Gabeira. No instante em que Aragão saia no seu carro preto, possivelmente Gregório Bezerra, o líder camponês pernambucano estava sendo atado ao jipe do coronel Ibiapina e seria arrastado pelas ruas. O sapateiro Chicão estava tentando escapar, às pressas, de Governador Valadares, onde os fazendeiros fuzilavam sem vacilar. (p.23). Tudo era mágoa de quem não se conformava com o desfecho. O melhor talvez fosse tentar o que se passava. Goulart compreendeu que estava perdido e resolveu ir para o Uruguai, certo de que o golpe era temporário, que mais tarde, seria chamado para ocupar seu papel na vida política do país. Quem era eu para entender as coisas profundamente? Estava desarmado teoricamente, ressentido, e não outro caminho na nossa frente, exceto prosperar e esquecer o baque que o país estava sofrendo. (p.27) (...) As pessoas estão seguras de si, estão tranqüilas, mas quando partem para o exílio estão tristes também. Bastava surpreender qualquer um deles distraídos para captar um olhar vazio, uma cabeça que se abaixa... Mas aquilo era o Brasil, eu não era um personagem e havia muito o que fazer para estar à altura dos amigos que partiam (p.39) O amigo (a) talvez fosse muito jovem em 64. Eu mesmo achei a morte de Getúlio um barato só porque nos deram um dia livre na escola. Um golpe de Estado, entretanto, mexe com a vida de milhares de pessoas. Gente sendo presa, gente fugindo, gente perdendo o emprego, gente aparecendo para ajudar, novas amizades, ressentimentos... Sobre o livro “O que é isso, companheiro?”, escreva: • os principais temas que aparecem ao longo do texto; • como a obra está estruturada; • tempo e espaço; • tipo de narrador; • um fragmento que indique traços da linguagem coloquial. Questão 20) A partir de um dos fragmentos da questão anterior, pode-se perceber que o escritor optou por traduzir os problemas da sociedade, substituiu a voz do sujeito (ele, o escritor e jornalista), pela do oprimido (o líder camponês e o sapateiro), o povo, a massa que sempre esteve em desvantagem, excluído pela sociedade dominante. Qual era a sua intenção com tudo isso?
Gabarito: 11. B 12. C 13. C 14. D 15. 01 + 04 + 08 + 16 + 32 = 61 16. 01 + 02 + 08 + 32 = 47 17. 01 + 02 + 04 + 08 = 15 18. 01 +02 + 32 = 35 19. Os temas giram em torno da ditadura e seus reflexos na sociedade: tortura, regime militar, prisão, ignorância, política, repressão, censura. A obra está estruturada em 16 capítulos com títulos que remetem a história contada. A narrativa acontece entre o período de 1964 e meados da década de 1970 e ocorre, principalmente, em São Paulo e no Rio de Janeiro. O narrador é personagem. Traços da lingugem coloquial podem ser encontrados no trecho: O amigo (a) talvez fosse muito jovem em 64. Eu mesmo
achei a morte de Getúlio um barato só porque nos deram um dia livre na escola. Um golpe de Estado, entretanto, mexe com a vida de milhares de pessoas. Gente sendo presa, gente fugindo, gente perdendo o emprego, gente aparecendo para ajudar, novas amizades, ressentimentos... 20. Nessa perspectiva, a literatura produzida por Fernando Gabeira alia-se aos sujeitos (ele, o escritor e o povo) que manifestavam suas inquietações e necessidade de ganhar visibilidade numa sociedade que lhes era injusta.