Criaçþes do Breno
Turma 301 Professora Denise Tardan
2015
Agradecimentos
Dedicat贸ria
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Índice Prefácio ...................................................................................................................04 Autobiografia: conhecendo uma pessoa moderna...................................................06 Bordaduras contemporâneas: linha e agulha...........................................................07 Visita à padaria: comendo pão................................................................................08 Visita à fábrica de sorvete Itália: gelado e refrescante............................................09 Reconto João e Maria: leia deitado na cama!!.........................................................10
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PREFÁCIO
Alfabetizar-se é aprender a transitar no mundo da escrita, este processo dura uma vida – estamos sempre aprendendo à medida que lemos e escrevemos. Nos tempos escolares começamos o voo acompanhados para só depois voarmos independentes. (João Wanderley Geraldi)
Geraldi é professor aposentado do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UNICAMP e autor de grandes obras que têm proporcionado pesquisas e reflexões, influenciando as práticas pedagógicas e a vida dos professores que o leem. Eu sou uma dessas professoras que, como ele, acredita que o processo de alfabetização “dura uma vida”. Mesmo adultos, estamos sempre ampliando nossos conhecimentos de leitura e escrita. Na escola, “começamos o voo acompanhados” e foi do acompanhamento deste voo que nasceu este livro. Acredito que as crianças com as quais trabalho são, de fato, autoras de seus textos. Desde o início deste ano, quando me encontrei com cada criança da turma 301 do Colégio Pedro II, campus Humaitá I, minha intenção era que, juntos, mergulhássemos na linguagem com o intuito de aprender novas formas de pensar e dizer o mundo. Tenho como princípio que para sermos autores precisamos de interlocutores, alguém que nos lerá e poderá travar um diálogo a partir do que está lendo. Foi nesse movimento dialógico que passei a escrever bilhetes para as crianças a fim de conversarmos sobre o que e como escreviam. A conversa foi ganhando proporção à medida que compartilhávamos as ideias de cada um destacadas nos bilhetes. Então, demos início ao projeto “Escrever mais e melhor”. Aos poucos íamos descobrindo as várias formas de dizer e de tornar um texto belo e bom de ler. Vimos a importância dos adjetivos, dos pronomes oblíquos, dos advérbios de intensidade, da pontuação... Passamos a nos preocupar com os “detalhes” e a escrever mais e melhor. Um texto bem escrito não pode ficar guardado no armário. Assim veio a ideia deste livro. Em parceria com o Lied (Laboratório de Informática Educativa), passamos a usar uma ferramenta tecnológica que contribuiu e muito para o desenvolvimento dos autores da turma 301: o computador. Nele as crianças criavam ilustrações para suas histórias, reescreviam e revisavam seus textos, criavam novos escritos e construíam filmes de suas histórias. O livro tem início com a apresentação do(a) autor(a) em um exercício autobiográfico, inspirado na leitura do livro de literatura infantil “Felpo Filva”. Ao longo do ano visitamos alguns lugares e registramos nossas impressões sobre eles. Quilombo Sacopã, Padaria Santa Marta, fábrica de sorvete Itália, exposição “Bordaduras Contemporâneas”, cinema, visita ao Maracanã. Ficamos devendo o registro de alguns, os quais espero que não se percam na memória.
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No trabalho com fábulas, ousaram na criação de “morais” a partir da compreensão do que liam. E para encerrar com muito encantamento, um reconto do(a) autor(a) único e irrepetível, de um dos maiores clássicos dos contos de fada: “João e Maria”. Encerro minhas palavras inspirada nas palavras de outro autor que me ajuda a pensar a vida: Mikhail Bakhtin. “Dominar o homem interior, ver e entende-lo é impossível fazendo dele objeto de análise neutra indiferente (...). Podemos focalizá-lo e podemos revelá-lo – podemos forçá-lo a revelar-se a si mesmo – somente através da comunicação com ele, por via dialógica”. Entendo, que forçá-lo a revelar-se não significa provocar um diálogo, fazendo perguntas esperando respostas premeditadas. Aí é falso. Aí não há escuta. O outro se revelará apesar disso, mas eu não conseguirei escutá-lo. Digo, não o escutarei amorosamente. Espero que escutem amorosamente as palavras a seguir. Boa leitura! Denise Lima Tardan Dezembro de 2015
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Autobiografia Os alunos da turma 301, inspirados pelo livro “Felpo Filva” de Eva Furnari, resolveram escrever suas próprias biografias.
Autobiografia
Oi! Eu sou Breno, tenho 10 anos e quando tinha cinco anos eu comecei a usar óculos. Eu tinha olhos azuis e eu gostava de jogar playstation 2. Eu tinha muitos jogos e meu avô jogava comigo e ainda joga. Meu avô cuida de mim e cuidava quando eu era pequeno também. Quando ele tinha tempo a gente jogava futebol, agora meu avô não pode porque ele está velho, mas a gente ainda se diverte. A gente conversa e sai de casa para fazer compras.
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Bordaduras contemporâneas
Bordaduras contemporâneas Eu e a turma 301 fomos ao espaço cultural e tivemos que desenhar em um pano e depois Bordar no pano com uma agulha. O Rafael confessou com a gente, ele trabalha lá e explicou o que eles fazem lá. Lá é uma escola onde as crianças fazem coisas da imaginação com as garrafas plásticas e papel. Nós fomos de ônibus e voltamos de ônibus e foi muito legal e gostei.
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Visita à Padaria Santa Marta
A padaria Hoje a turma 301 foi à padaria Santa Marta. A turma foi aprender a fazer os pães. Nós lanchamos e compramos Guaravita. Quando terminamos de lanchar, a tia Denise levou a gente onde as pessoas fazem os pães e vimos como faz a massa e como assar. Colocamos a toca antes de entrar depois saímos e esperamos ir embora.
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Visita à fábrica de sorvetes Relatório e impressões
Visita à fábrica de sorvete
Oi, sou o Breno e fui visitar uma fábrica de sorvete, junto com a professora Denise e a turma 301. Eu vi como se faz sorvete e picolé. A fábrica de sorvete Itália fica na cidade do Rio de Janeiro, em um bairro longe do colégio, em Vargem Grande. Fomos de ônibus, mas chegamos atrasados, pois o motorista ficou perdido. Chegando lá, a primeira coisa que fizemos foi visitar a sala onde faz picolé. Era uma sala grande e barulhenta e tinha um cheiro de chocolate gostoso. Lá aprendemos a fazer picolé. Os funcionários fazem as embalagens com rapidez. Depois fomos lanchar e deram picolé pra gente, eu chupei de chocolate, o meu preferido. Fomos embora tarde e não conseguimos brincar. O que mais gostei no passeio foi aprender a fazer sorvete. Foi interessante conhecer a fábrica e seu funcionamento.
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João e Maria Reconto inspirado na história João e Maria, coletada pelos irmãos Grimm
Um dia eu ouvi minha madrasta conversar com o meu pai que ia levar a mim e a minha irmã para a floresta. Eu resolvi pegar pedrinhas para marcar o caminho para a gente não se perder. No dia seguinte meu pai levou a gente à floresta. Meu pai pediu pra mim e pra Maria esperar eles, pois iam catar lenha. Esperamos a noite toda e voltamos para casa. “Da próxima vou levar eles para um lugar mais longe!” A madrasta falou e eu ouvi ela falando.
Eu fui pegar pedras de novo, mas a porta estava fechada, então peguei pães. A minha Madrasta e meu pai nos levaram para a floresta e fui colocando as migalhas de pão no caminho. Quando chegamos no lugar eles nos deixaram sozinhos de novo. Quando nós fomos voltar pra casa, as migalhas de pão tinham sumido. A gente se perdeu na floresta por três dias. Eu senti um cheiro bom, fui seguindo o cheiro e cheguei em uma casinha de doces. A Maria comeu 10
um pedaรงo do teto e eu da janela. Depois uma velha saiu da casa e ofereceu para a gente entrar. A velha fez duas camas e deu muita comida pra gente. Depois de um tempo ela mudou... Me prendeu em uma gaiola, deu bolo e frango pra eu engordar e poder me comer. Todos os dias ela ia me ver, eu peguei um graveto e coloquei para fora para fingir que era o dedo. Um dia a bruxa se cansou de esperar que eu engordasse e resolveu me assar. Descobri que ela era uma bruxa! Mas a Maria tinha bolado um plano. Quando a bruxa me pegou, a Maria me ajudou e empurrou a bruxa na lareira. Maria se assustou. Voltamos para a casa e encontramos o nosso pai.
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