Revista Liga-te - 5ª Edição

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Nº 5 AGO 2018

SÓNIA CARNEIRO "Liga tem batalhado por alterações à Lei da Violência"

A BOLA VOLTOU!

Futebol com talento invade relvados


A NOVA NET DA NOS LIGA A CASA DOS PORTUGUESES A 1 GIGA POR SEGUNDO


EDITORIAL

LIGA PORTUGAL SEM FRONTEIRAS

C

omeçámos a época 2018-19 com o foco na Internacionalização da Liga Portugal. Sem distrações, claro, naquela que é a principal missão do organismo de que me orgulho de presidir – a organização das competições profissionais –, há um caminho que urge desbravar: o de colocar o Futebol com Talento nas agendas do Mundo. Aproveitámos a pré-época para materializar nos relvados a parceria com a LaLiga, a nossa congénere espanhola, uma das melhores do Mundo, e que muito tem para partilhar connosco, em termos de exponenciação de marca em todo o planeta. Basta dizer que com apenas duas partidas – O Boavista FC-Getafe CF e Os Belenenses-Rayo Vallecano – colocámos

liderado por Javier Tebas, que transformou o futebol espanhol numa poderosa indústria na Terra, cujo valor supera os 3,5 mil milhões de euros. Mas penso, tal como ele, que não é possível estar-se isolado no futebol, razão pela qual também Espanha conta com o nosso crescimento, no que diz respeito à indústria do futebol profissional. O que nos leva a batalhas comuns, nomeadamente junto das mais poderosas instâncias europeias e mundiais, da UEFA à União Europeia, passando pela FIFA e pela relação de forças das ligas com as grandes marcas, para as quais não costuma haver fronteiras. Estamos lado a lado na batalha pela equilíbrio económico-competitivo das ligas nacionais (Competitive Balance) e a contestar a (ainda) ideia de que o

a nossa organização e a nossa marca em mais de 50 países dos cinco continentes. Pode dizer-se, sem mácula, de que fomos na esteira desse fabuloso “cometa”

futuro do futebol conduz a uma superliga, competição fechada, com seleção e sem o mérito desportivo no topo dos critérios. A acontecer, a elitização que já existe

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no acesso às competições europeias (Champions e Europa League) ganharia contornos fatais para as competições de todos os países, à exceção dos cinco campeonatos mais fortes: Inglaterra, Espanha, Alemanha, França e Itália. Essa elitização, que fecunda da perda de importância dos critérios de desempenho desportivo nas épocas antecedentes, em benefício de um ranking histórico desfasado da realidade competitiva contemporânea, está a ser contestada, sob a égide da European Leagues, associação das ligas profissionais europeias, de forma consensual, onde as lideranças das ligas dessas cinco grandes nações comungam da mesma ideia: acima de tudo, o mérito desportivo.

Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal.

LIGA-TE Nº5


LIGA-TE EM RESUMO

08/12 GALA 40 ANOS

RIGOR

RIGOR

HOMENAGEM AOS EX-PRESIDENTES VALENTIM LOUREIRO “EXCELENTE TRABALHO”

discussões a norte e a sul, terminando sempre com um bom jantar e acordo. Foi com muita honra que ocupei o lugar

“Quando se fala da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, naturalmente, mexe comigo. Foram 40 anos a trabalhar na Liga, não só como presidente durante várias épocas, mas também como presidente do Boavista FC. É com desgosto que, ultimamente, verifico que a harmonia, que existiu durante muitas épocas

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em que estive na Liga, não se mantém. Os dirigentes andam aos ziguezagues e não se entendem como seria absolu-

A GALA na sala do Convento de São Francisco, em

Coimbra. Um momento onde se respirou futebol e história, e que contou com a

que hoje é seu, a sua cadeira, num momento também de alguma turbulência, mas um percurso que foi possível fazer devido à excelência dos colaboradores

presença de diversos dirigentes, todos eles com marca no futebol português.

por esta casa, durante cerca de ano e meio”, acrescentou.

Desde Presidentes de clubes até ao Diretor Adjunto da Presidência da LaLiga, Carlos Del Campo, ou o Secretário de

sabilidade.” “São cerca de seis anos à frente dos destinos da Federação Portu-

mes, líder da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), marcou presença, tendo

guesa de Futebol. Muitos de vocês, pelos anos que têm passado nas carreiras à frente de instituições desportivas, se

sido um dos distinguidos da noite. Foram muitos os momentos marcantes

se falou de golos, de emoção e da Liga Portugal. Uma das ocasiões mais emo-

“SUCESSO DA LIGA SERÁ O SUCESSO DO FUTEBOL PORTUGUÊS”

E

denominada Liga Portuguesa dos Clubes de Futebol Profissional, leu um depoimento em vídeo. Impossibilitado de estar na cerimónia por questões de saúde, João Aranha afirmou que é “com muito orgulho” que recorda “as ações que conduziram à criação da Liga”, bem como “todos os companheiros que, com muita entrega, ajudaram nes-

ntregues os prémios de Melhor Relvado ao Portimonense e de Delegado do Ano a Nuno Pedro, a Liga Portugal distinguiu tam-

pessoa, melhor ser humano”: “Uma palavra às pessoas que aqui estão hoje,

com Valentim Loureiro, Hermínio Loureiro, Luís Duque e Fernando Gomes. O

próprios, sós, não conseguimos fazer todas as tarefas e concretizar sonhos que

no ano em que assinala os 40 anos da sua existência, num gesto que conside-

à Liga pelo seu 40.º aniversário”, disse.

uma organização. Da minha parte, e independentemente do mérito individual que possa ter na condução dos destinos do futebol português, é um mérito que não posso deixar de partilhar. Nós

“Para mim é uma honra muito grande receber este prémio da Liga Portugal,

“Creio ter contribuído para os êxitos que a sua história vem registando. Parabéns

vez mais a todos os que ajudaram o dirigente a “ser melhor dirigente, melhor

bém os ex-presidentes que aceitaram o convite para estar na Gala. Foi assim

Presidente da FPF, aliás, foi galardoado com o Prémio Prestígio, que foi entregue pela primeira vez.

sa época, numa luta que não foi fácil e que foi a implantação do futebol profissional em Portugal, com base estável.”

ro de generosidade, acima de tudo, de

LIGA-TE Nº5

edição da competição é a Allianz Portugal, antes como um dos seus patrocinadores, agora como o “main sponsor”, emprestando, assim, o seu nome ao troféu, a erguer na tribuna da ‘pedreira’. Durante este sorteio , José Neves, diretor

a gerir bem a Liga, com um excelente orçamento e apenas faria um voto de

que me leva a manter mais alguns anos para corresponder à ideia aqui transmitida”, salientou, agradecendo uma

FERNANDO GOMES

lado.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

que fizeram parte dos quadros da Liga e que se mantêm, a toda a estrutura

“Antes de mais, muito obrigado por essa simpatia de honrar antigos presidentes. É sempre bom voltar a esta casa. Lembro-me do momento em que todos tive-

Pedro Proença, e da sua direção, dei-

tornaram possível, hoje, estar aqui a receber este prémio individual”, começou

mos de discutir, eu enquanto presidente da AF Lisboa, conjuntamente com al-

xando uma mensagem que é o meu entendimento de há muitos anos: quanto

por referir Fernando Gomes, que dividiu a distinção com “treinadores, equipas

40.º aniversário, desejar o maior sucesso porque o futebol em Portugal necessita

guns dirigentes aqui presentes também, a autonomização do futebol profissional

mais forte for a Liga, mais forte é o futebol português. Ele precisa de estar cada

técnicas, dirigentes, clubes e toda a estrutura da FPF”, que o têm “acom-

de um futebol profissional forte, de uma Liga forte e, assim, o sucesso da Liga

vez mais forte e, consequentemente, precisa de uma Liga forte. Parabéns a

panhado nos últimos anos.” “Não me

será o sucesso do futebol português.”

e a passagem para a Liga da gestão das competições profissionais. Como diz o Major, foi um processo atribulado com

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RIGOR www.ligaportugal.pt

todos e venham mais 40 anos.”

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LIGA-TE Nº5

1-0: Ruan Teles 5’; 2-0: Stanley 16’ –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

FC Famalicão - FC Arouca: 1-1 (4-5 g.p) 1-0: Joel 36; 1-1: Malele 82’ –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

ciedades desportivas que representam. A 21 de julho deu-se o pontapé de saída da competição, versão 2018-19, com a realização da primeira eliminatória, que

A. Académica - Leixões SC: 0-0 (3-4 g.p) –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

culminou com seis golos em cinco jogos - em Faro, Famalicão e Coimbra, o de-

FASE 2

sempate foi feito através da marcação de grandes penalidades. Nota de destaque, nesta ronda, para o CD Mafra e SC Farense, recém-promovidos à LEDMAN LigaPro que seguiram em frente, após os primeiros jogos em termos ofi-

se viu, consideravelmente pródiga em número de golos. Mais do dobro em relação ao número de jogos. Edinho (CD

res com presença assegurada na fase de grupos da Allianz CUP. Nesta fase,

Feirense), Joel Tagueu (Marítimo Madeira) e Fredy (Os Belenenses) precisaram

que decorreu até 6 de agosto, apontaram-se 28 golos, o que levou a uma

apenas da primeira oportunidade na competição para assumirem a lista de melhores marcadores da prova, já que

média de 3,1 golos por jogo. Definido o apuramento de 11 equipas,

0-2: T. Santana 27’; 1-2: Nildo P. 64’; 2-2: Braga 83’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Marítimo M. - CD Mafra: 3-0 1-0: J. Tagueu 43’; 2-0: Correa 50’; 3-0: J. Tagueu 83’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Os Belenenses - UD Oliveirense: 3-1 1-0: Fredy 52’; 1-1: Agdon 57’;

minatória. Nos respetivos encontros, o trio de avan-

Porto, SL Benfica, Sporting CP, SC Braga e Vitória FC), a fase de grupos da Allianz

que foram lançados, a 11 de julho, os primeiros dados da 12.ª edi-

Excetuando as equipas B, não incluídas na Allianz CUP, apenas formações da

ção da Allianz CUP. Um espaço decorado a rigor para o sorteio das primeiras

LEDMAN LigaPro participaram na fase inaugural da prova, sorteando-se, en-

início desta 3.ª fase está marcada para setembro, altura em que se disputará a primeira jornada da terceira etapa. As

e segundas fases da competição, que, pela primeira vez, teve honras de aber-

tão, cinco jogos, dos quais dois foram transmitidos pelo “media partner” Sport

restantes duas realizam-se em outubro e dezembro, respetivamente.

pelo que lidera, atualmente, a tabela. Ao também marcar dois golos, foi Joel

tura oficial de uma época desportiva, e que terminará a 26 de janeiro de 2019, em Braga, com a consagração do

TV. As partidas de arranque desta Allianz CUP ficaram ali definidas, perante uma sala cheia de dirigentes curiosos para

A segunda fase da Allianz CUP foi, como

BIS EM DOSE TRIPLA

Tagueu a dar início ao triunfo maritimista e estabeleceu o resultado final, assim como Fredy, d’Os Belenenses.

2-1: Keita 71’; 3-1: Fredy 90+4’ –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

çados assumiu relevante importância no garante da qualificação das suas próprias equipas.

CUP será composta por 13 equipas da Liga NOS e três da LEDMAN LigaPro. O

FC P. Ferreira - Ac. Viseu: 3-2 1-0: Christian 32’; 1-1: Pica 45’;

O fogaceiro Edinho só precisou dos dez minutos iniciais para colocar o CD Fei-

2-1: Uilton 57’; 2-2: Fernando Ferreira 76’; 3-1: André Leão 85’ –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

rense em confortável vantagem na partida frente ao surpreendido Leixões SC,

Varzim SC - Moreirense FC: 2-0 1-0: Stanley 23’; 2-0: Ruster 85’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– SC Farense - Estoril Praia: 0-2 0-1: Roberto 19’; 0-2: Filipe 82’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– FC Arouca - GD Chaves: 0-0 (3-5 g.p.) –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

stá conhecido o sorteio da 3.ª fase da Allianz CUP, cuja Final Four, se

gam SL Benfica, Rio Ave FC, FC P. Ferreira e CD Aves, enquanto no Grupo B vão

GRUPO A

GRUPO B

GRUPO C

GRUPO D

3-2: Breitner 90+4’ –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

1ª JORNADA | 16 SETEMBRO SL Benfica - Rio Ave FC

1ª JORNADA | 16 SETEMBRO SC Braga - CD Tondela

1ª JORNADA | 16 SETEMBRO FC Porto - GD Chaves

1ª JORNADA | 16 SETEMBRO Sporting CP - Marítimo M

FC P. Ferreira - CD Aves

CD Nacional - Vitória FC

Varzim SC - Os Belenenses

Estoril Praia - CD Feirense

po C vão jogar o FC Porto, o Varzim SC, OS Belenenses e o GD Chaves, enquanto no Grupo D as quatro equipas que

2ª JORNADA | 31 OUTUBRO SL Benfica - FC P. Ferreira

2ª JORNADA | 31 OUTUBRO SC Braga - CD Nacional

2ª JORNADA | 31 OUTUBRO FC Porto - Varzim SC

2ª JORNADA | 31 OUTUBRO Sporting CP - Estoril Praia

CD Aves - Rio Ave FC

Vitória FC - CD Tondela

Os Belenenses - GD Chaves

CD Feirense - Marítimo M

3ª JORNADA | 28, 29 e 30 DEZEMBRO CD Aves - SL Benfica Rio Ave FC - FC P. Ferreira

3ª JORNADA | 28, 29 e 30 DEZEMBRO Vitória FC - SC Braga CD Tondela - CD Nacional

3ª JORNADA | 28, 29 e 30 DEZEMBRO Os Belenenses - FC Porto Varzim SC - GD Chaves

3ª JORNADA | 28, 29 e 30 DEZEMBRO CD Feirense - Sporting CP Marítimo M - Estoril Praia

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vão a jogo são as do Sporting CP, Marítimo M., Estoril Praia e CD Feirense. A 1.ª jornada está já marcada para 16 de setembro e os vencedores dos respetivos

PROFISSIONALISMO grupos asseguram presença em Braga. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– LIGA-TE Nº5

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30/35 ENCONTROS IBÉRICOS

CD Feirense - Leixões SC: 3-2 1-0: Edinho 2’; 2-0: Edinho 9’; 2-1: Bura 13’; 3-1: Sturgeon 55’;

defrontar-se o SC Braga, o CD Tondela, o CD Nacional e o Vitória FC. Já no Gru-

CD MAFRA

CD Aves - Sta. Clara: 2-2 (8-7 g.p.) 0-1: J. Fellipe 10’ (a.g.);

os clubes que representam apenas iniciaram a participação na segunda eli-

segunda competição da época e mais um sucesso do futebol profissional”, afirmou, em declarações à Liga TV.

realiza, em Braga, entre os dias 19 e 26 de janeiro de 2019. No Grupo A jo-

“SOCIEDADES DESPORTIVAS ALINHADAS PELO FUTEBOL PROFISSIONAL”

ciais no futebol profissional. Uma semana depois teve lugar a segunda fase, de onde saíram onze vencedo-

que se juntam aos diretamente qualificados por força da classificação anterior (2017-18) e do próprio sorteio (FC

único, pois as expetativas são enormes, acreditando, claramente, que será a

F

14/15 ALLIANZ CUP

SC Farense - FC Penafiel: 0-0 (5-4 g.p) –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

saberem com quem iriam jogar as so-

oi numa das salas do Convento de São Francisco, em Coimbra,

E

SÓNIA CARNEIRO

CD Nacional - Boavista FC: 2-1 1-0: Witi 9’; 1-1: F. Espinho 57’; 2-1: Rochez 63’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Portimonense - Rio Ave FC: 0-2 0-1: Gabriel S. 45+3’; 0-2: Furtado 90+6’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Vitória SC - CD Tondela: 0-2 0-1: Chicho 26’; 0-2: J. Murillo 71’

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– PROFISSIONALISMO

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PROFISSIONALISMO

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LIGA-TE Nº5

ESPÍRITO FAMILIAR E APOSTA NA MANUTENÇÃO

Diretora Executiva Coordenadora da Liga Portugal elogia dirigentes, a equipa com quem trabalha e os projetos existentes. Lamenta muito que algumas propostas da Lei da Prevenção da Violência, apresentadas por Sociedades Desportivas, tenham ficado na “gaveta” do Governo

LIGA-TE Nº5

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Varzim SC - CD C. Piedade: 2-0

modalidade no nosso território. “É um motivo de orgulho, um momento

LUÍS DUQUE “LIGA ESTÁ BEM E RECOMENDA-SE”

federativa, a todos os companheiros da direção, sócios que me têm ajudado a

FASE 1

CD Mafra - SC Covilhã: 2-0 1-0: Jaime 68’ (a.g); 2-0: Flávio 83’

de produto e marketing da seguradora multinacional, mostrou-se entusiasmado com o upgrade feito pela marca na

que os dirigentes das SAD’s se entendessem e remassem todos para o mesmo

tornar melhor e mais eficaz o meu trabalho. O meu muito obrigado à Liga Portugal pelo reconhecimento e, em ano do

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fase de grupos da prova. Venham de lá os protagonistas! Quem repete a presença em mais uma

em alturas difíceis. Você, e aqueles que consigo estão, têm feito um excelente trabalho, desejando que continue. Está

cida, sendo fruto de tão pouco tempo de atividade à frente da Federação, e

tivas aconteceu quando João Aranha, fundador e primeiro Presidente da então

de agosto, no auditório João Aranha, no Porto, e deixa tudo a postos para a

“Agradecer o gesto do presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional,

na Liga, não tenho dúvidas e nem vaidade, mas sei que fiz, principalmente

calhar mereciam este prémio mais do que eu. É uma responsabilidade acres-

desta Gala dos 40 anos, pintada a dourado, como exigia a ocasião. Uma sala onde foi o requinte a dominar e onde

Campeão de Inverno. O sorteio da fase de grupos aconteceu sexta-feira, dia 17

HERMÍNIO LOUREIRO “FUTEBOL PRECISA DE LIGA FORTE”

continuasse a progredir. Sinceramente, quero dar-lhe os parabéns. Eu fiz algo

RIGOR

RESULTADOS

Fase de grupos da Allianz CUP está devidamente ordenada, com 13 equipas da Liga NOS e três da LEDMAN LigaPro

atingiu a maturidade e fico feliz.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Este Prémio Prestígio representa para Fernando Gomes “uma maior respon-

Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo. Também Fernando Go-

RIGOR

dessa casa, devido ao grande apoio da Federação, dos patrocinadores… A Liga, hoje, está bem e recomenda-se,

posso esquecer que, no meu percurso de dirigente desportivo, também passei

TUDO A POSTOS RIGOR

tamente necessário para que o futebol

DA UNIÃO

anos de história celebrados com glamour

José Cristo, Presidente do CD Mafra, pede aos jogadores que ganhem todos os jogos e não imagina outro cenário que não seja a permanência na LEDMAN LigaPro

P

residente do CD Mafra há mais de 30 anos, José Cristo quer es-

cios que tem o telemóvel como melhor amigo, José Cristo garante que não en-

quecer rapidamente “um dos dias mais tristes” da sua vida e

durece a postura ao dirigir-se ao plantel. “Não! Não me meto no trabalho dos

que culminou com a descida de divisão no final da época 2015-16, a primeira

jogadores, nunca o fiz. Sou empresário, lido com muita gente e sei como devo

do clube nos campeonatos profissionais. Dois anos depois vê o clube ao

dirigir-me às pessoas. Temos que ser educados com os jogadores. Estou há

qual dedica muitas horas e trabalho a conseguir novamente presença entre os maiores do futebol português, che-

muitos anos no futebol e as coisas mudaram muito. Os jogadores também, hoje há muitos Doutores e Engenheiros

gando à LEDMAN LigaPro como vencedor do Campeonato de Portugal, onde

nos clubes”, salientou.

venceu na final o SC Farense, outro dos emblemas que assegurou a promoção.

MUDANÇAS NO FUTEBOL

A palavra acreditar faz parte do vocabulário do Presidente do CD Mafra e é esse o espírito que faz questão de trans-

O CD Mafra vai este ano jogar no Parque Desportivo Municipal Engenheiro

portar para o clube e para os jogadores nesta nova aventura pelo futebol profissional. Quem se desloca a Mafra sabe que este é um projeto totalmente de um homem: Antonino da Costa Florindo, que adotou José Cristo como nome de “guerra”, fazendo a associação à sua empresa, Moticristo, patrocinador oficial

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16/20 ENTREVISTA COM SÓNIA CARNEIRO

36/39 SC COVILHÃ

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do CD Mafra, um clube que, dizem os que lá colaboram, é como uma espécie de família. Ficar na LEDMAN LigaPro é o grande objetivo do clube que lidera, para apagar em definitivo marcas do passado. Mas José Cristo eleva a fasquia, para que ninguém pense apenas na palavra manutenção. “O CD Mafra joga sempre para os lugares cimeiros e, assim, a meta será sempre para subir. O que peço aos jogadores é que ganhem os encontros todos”, afirmou o líder do clube à Liga-te e à LigaTV. Com a garantia que “existem condições em termos diretivos” – “tudo o que nos foi pedido, dentro das nossas possibilidades, tem sido dado” - José Cristo revela-se ambicioso. “Sempre fui!”, disparou. Afável no trato e um homem de negó-

LIGA-TE Nº5

PROFISSIONALISMO

PROFISSIONALISMO

Javier Tebas e Pedro Proença analisaram assuntos delicados do futebol português. O sim à centralização dos direitos televisivos e o não a uma Superliga europeia são certezas para os Presidentes da LaLiga e da Liga Portugal.

Ministro dos Santos e José Cristo acredita que esta será uma época de estabilidade. O emblema que lidera tem que responder às exigências de um “futebol que melhorou muito.” “Acredito muito nas pessoas que estão no futebol. Ando aqui há muitos anos e tudo está diferente. Jogadores, árbitros e dirigentes têm outro nível”, afirmou, fazendo questão de elogiar a mudança que se registou também na cúpula do futebol profissional: “Com esta entrada do Pedro Proença houve uma revolução muito grande, notei isso, por exemplo, na Cimeira de Presidentes.” E foi, precisamente, sobre estas reuniões presidenciais, que Pedro Proença voltou a ativar, que José Cristo falou. A Cimeira de Presidentes “é um espaço muito importante” para discutir assuntos fundamentais para o futebol português. “Esta é a minha opinião, acho que os chamados grandes não respeitam os pequenos. As lutas que o Pedro Proença está a ter não são fáceis. Nas discussões dos interesses do futebol português devíamos ser toASSISTA À REPORTAGEM COMPLETA NA LIGA TV dos iguais”, concluiu.

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FUTURO DE COOPERAÇÃO

Certa será a continuidade dos Encontros Ibéricos. “Sim, ´hombre’, evidentemente”, disparou o espanhol.

25 CD MAFRA

LIGA-TE Nº5

ASSISTA À REPORTAGEM COMPLETA NA LIGA TV

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SC COVILHÃ 46/47 COM ESTÁDIO LACATONI RENOVADO E UM SONHO A TORNAR-SE REALIDADE LIGA-TE Nº5

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AGREGAÇÃO

40/45 VALENTIM LOUREIRO

AGREGAÇÃO

VALENTIM LOUREIRO

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AGREGAÇÃO

“GOSTAVA QUE HOUVESSE MELHOR ENTENDIMENTO NO FUTEBOL”

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AGREGAÇÃO

LIGA-TE Nº5

AGREGAÇÃO

erão de 1988. Num período

Com uma área de fábrica 6000 m2, a

90 assegurou uma posição considerável

SC Covilhã, CD Aves e Boavista FC. Além destes emblemas, também o staff da Liga Portugal e os respetivos delegados, quando participam em eventos desportivos, vestem equipamentos e calçado Lacatoni. Assim, a Lacatoni é a marca desportiva lusa que mais emblemas profissionais (ou não) equipa em Portugal. Para António Soares, tem que ver com a “satisfação das necessidades” e a “compreensão de negócio”, fruto de três décadas de experiência. “Fazemos aquilo que cada clube pretende, em conjunto com os nossos designers, atentando à sua história e identidade do mesmo, criando-lhes exclusividade. Em contrapartida, o sucesso dos clubes é o nosso sucesso”, afiançou. Quem também se regozija por esses êxitos é a Liga Portugal, representante das

de férias conjunto, Alberto Pereira, o treinador Carlos Carvalhal e António Soares

produção em outsourcing e a comercialização de material desportivo mantém-se como corebusiness da empresa

no mercado desportivo nacional”, refere António Soares à LIGA-TE, com as camisolas de GD Chaves e de SC Braga

formações profissionais, com quem a Lacatoni estabeleceu uma parceria na época 2015-16, algo que faz o respon-

está, também, garantido, com uma presença em Angola, em Moçambique e em São Tomé e Príncipe, o que dá à

decidiram dar aso ao “espírito jovem e empreendedor e gosto pelo desporto”, e fundaram, nesse ano, em

– que tem um total 24 colaboradores

como pano de fundo. Em 1996, o Rio Ave FC foi o primeiro clube profissional português “a mostrar

sável desdobrar-se em elogios. “A nossa avaliação é claramente positiva. Têm uma boa gestão, um presidente

Lacatoni um estatuto de multinacional. O enfoque futuro passa por grassar a internacionalização “de uma forma

confiança na capacidade e sensibilida-

[Pedro Proença] que percebe da indús-

diferente daquela que tem sido feita”

de” da Lacatoni, que “tem como missão vencer”. “A partir daí, mais gente confiou em nós, tudo se desenrolou e

tria, com visão e sensibilidade. Por isso, estaremos sempre disponíveis para continuar”, assegurou.

no Velho Continente, assim como na Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), sendo “necessária uma

somos agora uma referência”, afirmou

DESIGN E APLICABILIDADE

ASSISTA À REPORTAGEM COMPLETA NA LIGA TV

“O SUCESSO DOS CLUBES É O NOSSO SUCESSO” V

AGREGAÇÃO

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LIGA-TE Nº5

RODINEY SAMPAIO | PRESIDENTE SAD PORTIMONENSE Presidente da SAD do clube algarvio desde maio de 2017, Rodiney Sampaio aponta ao futuro, alicerçado no apoio dos adeptos portimonenses e num projeto estruturado e consistente

Braga, a Lacatoni. A sua ual o momento mais mar-

e praticando, saindo da teoria, apenas.

cante para si, desde que

Os clubes têm de ter uma estrutura dig-

assumiu a direção da SAD do Portimonense? O momento mais marcante foi ver e

na para a prática do futebol, com estádios e relvados em condições, para ostentar o título de campeão europeu [de

sentir a alegria de todos de Portimão na conquista do nosso maior objetivo, que foi colocar o Portimonense [2016-17] na

seleções AA], de sub-19 e com o melhor jogador do mundo. Os dirigentes têm de ser responsáveis por manter o melhor

primeira liga e campeão nacional [da

plantel e a sustentabilidade do clube,

LEDMAN LigaPro], sem dúvida. O que diferencia o Portimonense dos demais?

com princípios éticos e profissionais. Complete a seguinte frase: tendo como marca que o distingue o talento, o fu-

O Portimonense é diferenciado logisticamente, está no Algarve, em Portimão, e com ideias e planeamentos

tebol português deve, a médio/longo prazo... ... caminhar para a propagação regio-

próprios. Não depende de ninguém,

nal do futebol, levando condições para

apenas de si, são 300 dias de sol e alegria por ano, e isto é a nossa motivação e o nosso maior orgulho e diferencial.

o desenvolvimento do desporto às regiões mais carentes, atraindo os jovens para a prática e paixão pelo futebol no

Somos acolhedores e todos são bem-

âmbito regional, para que no futuro pró-

-vindos, colocando, acima de tudo, o respeito por todos. Como vê o seu clube daqui a cinco

ximo exista uma competitividade entre todos, onde quer que estejam localizadas.

denominação advém de uma “sui generis” combinação anagramática

“SEREMOS REFERÊNCIA NACIONAL E INTERNACIONAL EM CINCO ANOS”

jetivos próprios), seremos uma referência nacional e internacional em cinco anos, não tenho dúvidas disso, seremos um clube forte, simpático, e acima de tudo sério. Quais os grandes objetivos do Portimonense para esta temporada que se avizinha?

próximos anos. Não pensamos numa temporada, pensamos sim em solidez

PORTIMONENSE Estádio Municipal de Portimão

Que passos podem ser dados para promover uma maior sustentabilidade e competitividade da competição?

Inaugurado em 01/06/1937 Lotação: 6 mil lugares

A Federação Portuguesa de Futebol, a

PALMARÉS

Liga Portugal e os clubes, em conjunto, têm como obrigação manter a segurança e organização total, auxiliando LIGA-TE Nº5

Lacatoni é a marca desportiva portuguesa que mais emblemas profissionais equipa em Portugal

o administrador, de 56 anos, asseverando que “quando sentem segurança e competência, as coisas acontecem na-

LACATONI APOSTA

NA RESPONSABILIDADE SOCIAL

reestruturação interna para aumentar,

Defensora da Responsabilidade Social,

cia técnica da sua área de atuação, a

ainda mais, a competência profissional”. A “já planeada” integração de mais

a Lacatoni, construiu a sua própria academia desportiva em 2004, tendo, hoje, várias equipas de futebol de sete e de

sete pessoas na Lacatoni, formadas e experientes no setor, visa igualmente alcançar o cliente individual praticante

11, que competem distritalmente nas instalações do Grupo Desportivo do Bairro da Misericórdia, clube regional de

de desporto. “Ainda não temos dimen-

Braga.

são nesse aspeto, mas o valor de marca sim, pelo que será o nosso objetivo”, rematou António Soares.

Com um “acentuado cariz social”, a Academia Lacatoni preza, junto dos seus atletas, pelos princípios da educa-

Por força da competitividade e exigên-

turalmente”. Atualmente, são 11 o número de emblemas profissionais que se tornaram clien-

Lacatoni, aproveitando o know how da Universidade do Minho, criou, em 2008, um projeto de desenvolvimento de ves-

Madeira e Açores implementaram-se,

tes da Lacatoni: SC Braga e SC Braga

gradualmente, showrooms para a exibição do vestuário, calçado e acessórios. Um “notório crescimento na década de

B, GD Chaves, Os Belenenses SAD, FC P. Ferreira, A. Académica, FC Famalicão, CD Cova da Piedade, CD Mafra,

tuário desportivo multifuncional, sob a orientação de Raúl Fangueiro, reconhecido quadro da instituição académica

No Porto, Coimbra, Leiria, Lisboa, Elvas,

Inovação da União Europeia. Esse material de alto rendimento e sem costuras permite aliar características técnicas e estéticas garantes de uma maior funcionalidade e conforto termofisiológico, dando, assim, outro tipo de resposta às necessidades dos futebolistas profissionais em campo. Simultaneamente à fidelização de clubes da Liga NOS e da LEDMAN LigaPro, a Lacatoni trilhou o mercado das modalidades amadoras em Portugal, comercializando equipamentos a clubes de andebol, basquetebol, voleibol, hóquei em patins e futsal. “Bem vincados” por cá, “com produtos de desempenho semelhante ou até superior à concorrência”, a Lacatoni está ainda presente em outros países europeus como Espanha, França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Chipre, Grécia, Noruega e Inglaterra. O mercado africano

e perito na Plataforma de Tecnologia e

ção e saber estar no desporto e na vida em geral, assim como a sua motivação escolar em cada ano letivo. Em abril do ano passado, ofereceu 18 camisolas ao GD Chaves para um leilão de angariação de verbas num jogo da 29.ª jornada da Liga NOS, destinando-as

O UNIVERSO LACATONI

a uma jovem transmontana de 14 anos, portadora de uma doença rara e hepática designada ‘Wilson’. Corroborando esse espírito social, António Soares revelou que a Lacatoni paga ainda as propinas universitárias a 20 estudantes, em parceria com uma instituição bracarense. “Tentamos ser discretos, mas o nosso trabalho nesta área é grande, e fazemo-lo com muita vontade, sempre com a perspetiva de ajudar”, garantiu António Soares.

46

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www.ligaportugal.pt

47

LIGA-TE Nº5

AGREGAÇÃO

1 II Divisão (2016-17) 2 II Divisão B (1978-79, 1992-93 e 2001-01) 50

www.ligaportugal.pt

50/51 RODINEY SAMPAIO PRESIDENTE DA SAD DO PORTIMONENSE

www.ligaportugal.pt

51

LIGA-TE Nº5

AGREGAÇÃO: PORTUGUESES LÁ FORA

SC para esta temporada que se avizinha? O objetivo principal é uma época longe

que esteja. Estamos confiantes de que assim será, porque temos atualmente uma Liga superprofissionalizada, respon-

de sobressaltos, mas queremos fazer um campeonato melhor do que o anterior,

sável, participativa e bem gerida pelo presidente, Pedro Proença. Preocupa-

ual o momento mais marcante para si, desde que

É um clube diferente, apaixonante, especial, com uma vivência própria. Tem

-se em falência técnica. Desde então fizemos um trabalho de recuperação

tentando andar perto dos lugares cimeiros e com a ambição de poder lutar

-nos mais o que está fora da Liga, nomeadamente o Campeonato de Por-

um misto de história rica com uma massa adepta ímpar. O ambiente durante os jogos tem uma envolvência emocio-

financeira que permitiu reduzir o défice em 750 mil €, cerca de 20% do total do passivo. O nosso trabalho permitiu ainda

pela subida de divisão. Que passos podem ser dados para promover uma maior sustentabilidade e

tugal, que terá de ser obrigatoriamente reformulado, sob pena de poderem acabar mais alguns clubes históricos.

nal mágica e difícil de explicar de forma

à equipa profissional realizar um cam-

competitividade da competição?

É um campeonato com demasiadas

Inaugurado em 01/01/1964

bro de 2016. Estávamos numa situação complicada, estreávamos um treinador (Kenedy), defrontávamos um concor-

racional. O Leixões é grande desde as camadas jovens à equipa profissional e produz uma grande quantidade de

peonato tranquilo e até aspirar a algo mais. Ao mesmo tempo, a equipa de sub-19 fez uma das melhores épocas de

O Leixões é solidário com as propostas do G15 no sentido de descentralizar o poder até há pouco nas mãos dos três

equipas, desestruturado em termos desportivos e sem estabilidade financeira. Complete a seguinte frase: tendo como

Lotação: 9730 lugares

rente direto e ganhámos; O segundo momento foi o jogo com o Praiense, no playoff, em que garantimos a perma-

talentos que se encontram espalhados pelos melhores clubes nacionais e internacionais.

sempre como prova o honroso 5.º lugar conseguido no Nacional da 1.ª Divisão. Ou seja, daqui por 5 anos espero ter o

grandes, consciente de que a evolução do negócio futebol terá de passar por dois fatores preponderantes: a centra-

marca que o distingue o talento, o futebol português deve, a médio/longo prazo, caminhar para...

nência na Ledman LigaPro após uma

Como vê o seu clube daqui a cinco

Leixões no lugar que merece, que é a

lização dos direitos televisivos e a de-

... campeonatos menos permeáveis à

época muito difícil. O que diferencia o Leixões SC dos demais?

anos? Quando a minha administração tomou posse, a SAD e o Clube encontravam-

Primeira Liga, estabilizado financeiramente e sustentável desportivamente. Quais os grandes objetivos do Leixões

mocratização do poder de decisão da Liga, concedendo um voto a cada clube, independentemente da divisão em

influência dos clubes grandes, acabando-se, por exemplo, com o excesso de empréstimo de jogadores.

LIGA-TE Nº5

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Fundação: 28/11/1907 (111 anos) Estádio do Mar

O AMBIENTE

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52/53 PAULO LOPO PRESIDENTE DA SAD DO LEIXÕES SC

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PALMARÉS

1 Taça de Portugal (1960-61) 1 II Divisão (2006-07) 2 Liguilha I/II Divisão (1971-72

É DE TODOS! LIGA-TE Nº5

O

MENOS DESPERDÍCIO MAIS SUSTENTABILIDADE PROGRAMA LIGA AMBIENTE

55 LIGA AMBIENTE 808 22 44 44

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4

CADA GOTA CONTA constatar que sou campeão nacional

Somos campeões europeus em seleções e há vários anos que temos o me-

com o APOEL e que obtive a respetiva classificação para a Liga dos Campeões, que alcancei uma classificação

lhor jogador do mundo. Por isso, temos o direito, mas também a responsabilidade, de ter uma liga que se adeque

O principal objetivo foi atingido e o tí-

com o AEL para a Liga Europa e que tive

ao estatuto que alcançámos no último

tulo de campeão nacional foi alcançado após recuperarmos de uma posição desfavorável em relação ao nosso rival

a possibilidade de participar em vários jogos europeus. Portanto, estou muito feliz com a ex-

Campeonato da Europa com bastante sacrifício. Temos treinadores, jogadores e outros

dato ao título, o APOEL. Tratou-se de um reconhecimento da sua capacidade…

Apollon. A motivação de trabalhar mais para al-

periência até ao momento. Em termos pessoais posso dizer que gosto muito

agentes desportivos de classe mundial, por isso a nossa liga tem de alcançar

Um clube com a grandeza desportiva e social como o APOEL, com a exigência

cançar os objetivos propostos é enorme e o desejo de crescer como treinador

de viver no Chipre juntamente com a minha família. A qualidade de vida é

o mesmo nível e tem de trabalhar arduamente para entrar no top 5 das li-

de ser campeão nacional a cada ano e com a responsabilidade de participar na fase de grupos de uma das competi-

faz-me abraçar este projeto com muito empenho e dedicação. Como descreve a sua experiência até

muito boa e, apesar das rivalidades e da forma apaixonada como as pessoas vivem o futebol, Chipre é um país bas-

gas mundiais. Objetivo aparentemente algo utópico e desmedido, mas o que é certo é que o estado do nosso futebol é

apesar um grandeque desafio, não europeias, apenas contrata treinanelada de papel por temporada, com de ser desperdícios daí possam vir,ções estão poderia recusar o convite e pore isso a quem reconhece capacidades o ecossistema digital da Liga Portugal. a ser analisados aosdenossos dores funcioaceitar. nários será pedida uma maior responpara liderar um projeto com esta magSão enormes gestos ecológicos,cidi como O campeonato cipriotanestes continua a não O adeus nitude sabilidade campos. aoe responsabilidade.

ao momento? A experiência está a ser bastante posi-

tante agradável, seguro e perfeito para se viver tranquilamente.

preocupante e requer uma profunda e cuidada análise.

tiva em termos profissionais e pessoais. Cheguei a Chipre em março de 2017 e,

Qual o impacto do futebol profissional português no Chipre?

Ambiciona regressar para treinar nas competições profissionais?

ter grande expressão na organização Europa mas, que Foi, plástico, na geresem o dúvida, o reconhecimento do sendo um treinador e o facto futebol jovem profissional, será de feito detrabalho forma realizado no AEL que abriu as

passado um ano e pouco, e analisando o meu percurso, fico bastante feliz por

Portugal e, principalmente, o futebol português é visto como um exemplo a

Regressar a Portugal é, sem dúvida, um objetivo, mas, neste momento, estou

gradual e, mesmo sabendo que o corte LIGA-TEnão Nº5 será definitivo, – seria utopia pensar

dados. Exemplo? Nas mesas de reuniões deixará de haver garrafas de plástico e serão todas substituídas por elementos de vidro, claramente mais ecológicas. A meta é simples:

MENOS DESPERDÍCIO MAIS SUSTENTABILIDADE PROGRAMA LIGA AMBIENTE

MENOS DESPERDÍCIO MAIS SUSTENTABILIDADE PROGRAMA LIGA AMBIENTE

DEIXE APENAS AS SUAS IDEIAS ACESAS

este, que nos orgulham diariamente. O uso de máquinas de água purificada ou a substituição de lâmpadas normais para LED são normas instituídas e que vão ser prolongadas com novas medidas e serem implementadas desde já. Em vários pontos estratégicos do edifí-

incentivar o uso de materiais reciclados e reutilizáveis.

cio vão existir cartazes para lembrar a necessidade de reciclar, de poupar e cuidar do meio ambiente.

Nas instalações da Liga Portugal, no Porto e em Lisboa, passam a existir, es-

Mais do que dizer vamos fazer, na Liga Portugal este é um projeto pensado e

palhados por vários pontos, caixotes de reciclagem, onde os resíduos serão

estudado. Nada foi estruturado ao acaso. Consumos de água e luz, e eventuais

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tuguês melhor!

portas do APOEL e neste momento ape-

junto à República Dominicana, com toneladas de lixo e

promovendo a recolha seletiva de materiais utilizados no quotidiano interno ou

Espero, ainda, que os campeonatos da 1ª e 2ª Liga sejam bem disputados, emotivos e que honrem a qualidade do nosso futebol. Juntos por um futebol por-

Vejo, com alarmismo, muita gente que não pertence ao futebol a ter voz ativa

nas quero retribuir a confiança depositada em mim pelo presidente e pela direção do clube.

plástico a dominarem a paisagem, estão ainda bem vivas, mas é preciso que todos tenham consciência dos passos

gal pretende que os seus funcionários adotem comportamentos responsáveis para a poupança de recursos naturais,

No futebol o futuro é sempre bastante incerto, mas voltar a Portugal acontecerá naturalmente e num futuro próximo.

Acompanho atentamente tudo o que se passa no futebol português e confesso que me preocupa o clima de "guerrilha" que existe neste momento.

aliciante que me fez aceitar o desafio. Ingressou, primeiro, no AEL Limassol, mas agora orienta um crónico candi-

seja bom viver. Na Liga estamos a dar os primeiros passos, agora de forma orga-

Informe-se em:

possibilitando maior preparação para projetos de maior envergadura e responsabilidade, como é o caso do APOEL.

lusos no futuro. Como analisa, agora à distância, o futebol profissional em Portugal?

ções europeias, foi, sem dúvida, o maior

que há a dar para que o meio ambiente seja um lugar mais saudável e onde

eurobic.pt

e culturais, permite-me ter mais conhecimento a diversos níveis, assim como crescer enquanto pessoa e treinador,

bilidade de representar os treinadores portugueses no Chipre e a responsabilidade de deixar boa imagem de forma a abrir portas para outros treinadores

ter a possibilidade de treinar um clube

O SEU PAPEL É IMPORTANTE

55

e o título de campeão nacional com o APOEL. Treinar em várias divisões, vários países e em diferentes contextos desportivos

guesa. Enquanto "embaixador" do futebol português no estrangeiro, sinto a responsa-

com grande expressão desportiva e social numa liga europeia e a oportunidade de poder participar em competi-

A

Com este projeto, entregue à área de Responsabilidade Social, a Liga Portu-

a subida de divisão no Sintrense, a final do play-off de subida atingida com o Casa Pia, a conquista da taça do Catar

outras nacionalidades vistas com mais respeito e crédito em relação à portu-

que o motivou a abraçar,

nisso – é certo que as medidas passam por uma maior implementação de cui-

ção e na sobrevivência da sociedade em geral.

da seleção por onde passei e dos vários objetivos que alcancei, destacando

de e existe por aqui muita curiosidade para saber como esse "processo" é realizado.

temas "acessórios", falando-se cada vez menos do jogo em si e da sua essência.

s recentes imagens do paradisíaco mar das Caraíbas,

nizada, em relação ao melhor método para preservar os recursos naturais, essenciais no desenvolvimento da civiliza-

para não dar passos maiores que a perna. Orgulho-me bastante dos clubes e

admiram-se com a nossa capacidade de formar tantos jogadores de qualida-

em 2016, um desafio futebolístico no Chipre?

Após ter saído do Olhanendevidamente separados. Para evitar o se, devido à situação muito complicada desperdício de plástico, cada funcionáque se vivia no clube, fui surpreendido rio passará a ter uma chávena de vidro pelo convite do AEL Limassol que, a dois e nas impressoras passará a haver uma meses “bandeja ecológica”, onde vai estarde terminar a época 16/17, estava também a atravessar um momento papel de rascunho e reciclado para imcomplicado e encontrava-se longe dos pressões triviais. Esta série de medidas junta-selugares a um europeus, o principal objetivo do clube. grande projeto tecnológico e que, paMENOS DESPERDÍCIO MAIS SUSTENTABILIDADE no Chipre no passado, ralelamente, aposta também na Tendo verten-jogado PROGRAMA LIGA AMBIENTE a importância e a responsate ecológica, como é o caso doconhecia e-Liga, bilidade e que permite a poupança de uma to- de treinar o AEL e sabia que

Solução multiproduto que lhe permite gerir o seu dia a dia com menos encargos e mais vantagens.

balho e ao meu percurso. Quero, e tenho conseguido, fazer a minha carreira de uma forma sustentada

Sendo ambos os países considerados pequenos a nível europeu, os cipriotas

servem apenas para inflamar a opinião pública e criar ódio e divisão e que cada vez mais se discute e se debatem

2 II Divisão B (1937-38 e 2002-03)

USE O COPO CERTO

Liga, o que demonstra que as pessoas em Portugal estão atentas ao meu tra-

nossas capacidades técnicas, teóricas, profissionais e de adaptabilidade a um contexto social e profissional diferente.

de forma bastante negativa, constato que existem programas televisivos que

e 1973-74)

CUIDEMOS DELE...

bastante feliz no APOEL. Tem havido contactos e sondagens de clubes da

portugueses, pois são reconhecidas as

O treinador português é respeitado e admirado, mas confesso que existem

Outrora defesa central, Bruno Baltazar iniciou a carreira de treinador na época 2010-11, ao serviço do Sintrense. Seguiram-se o Atlético CP, a seleção nacional filipina, o Casa Pia, o El Jaish SC, do Catar e Olhanense SC, antes de rumar ao Chipre, em 2016-17. Na terceira ilha mais populosa do Mar Mediterrâneo, comum destino para técnicos portugueses “por serem reconhecidas capacidades técnicas, teóricas e profissionais”, o percurso de Bruno Baltazar tem sido ascendente. Cumpriu com o que lhe pediram no AEL Limassol, o que lhe valeu uma mudança para AGREGAÇÃO o Apoel, crónico campeão cipriota. E manteve a tradição. Assim como mantém como objetivo regressar a Portugal.

LEIXÕES SC

assumiu a presidência da SAD do Leixões SC? São dois os momentos marcantes: o primeiro jogo, em Freamunde, em outu-

Conta EuroBic 365

seguir pelos cipriotas. Há mais de uma década que Chipre é destino profissional para vários jogadores e treinadores

“O FUTEBOL PORTUGUÊS É VISTO COMO UM EXEMPLO A SEGUIR PELOS CIPRIOTAS”

“LEIXÕES SC É UM CLUBE DIFERENTE E APAIXONANTE”

Q

AGREGAÇÃO: PORTUGUESES LÁ FORA

BRUNO BALTAZAR

PAULO LOPO | PRESIDENTE DA SAD DO LEIXÕES SC

Paulo Lopo, defende que “a centralização dos direitos televisivos e a democratização do poder de decisão da Liga” são fundamentais para o futebol português

LIGA-TE Nº5

–, tendo os clubes locais e regionais de futebol engrossado, inicialmente, a sua carteira de clientes.

LIGA-TE Nº5

AGREGAÇÃO

Fundação: 28/11/1907

e consistência. A manutenção está em primeiro plano.

baseada

nos nomes do trio administrador: “Lakota”, “Ca” e “Toni”.

46/47 LACATONI

anos? Somos visionários e com um planeamento 3x1 (três anos por consolidar ob-

O nosso objetivo para este ano será o “step by step up”: vamos fazer melhor que a época passada e será assim nos

LIGA-TE Nº5

ASSISTA À REPORTAGEM COMPLETA NA LIGA TV

Valentim Loureiro foi o Presidente da Liga que desempenhou o cargo durante mais tempo. No ano do 40º aniversário da Liga, o major completa cinco décadas desde que entrou no mundo do futebol. Nesta entrevista, dada na sede da Liga, recorda os primeiros anos do organismo e alguns dos seus feitos

Q

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APOEL DE NICOSIA Fundação: 1926 (92 anos) Estádio: New GSP Stadium Lotação: 22.859 lugares

PALMARÉS

27 Vencedor da Liga Marfin Laiki 21 Vencedor da Taça do Chipre 13 Vencedor da Supertaça do Chipre 1 Quartos-de-final da Liga dos Campeões (2011-12) LIGA-TE Nº5

56/57 PORTUGUESES LÁ FORA BRUNO BALTAZAR

MENOS DESPERDÍCIO MAIS SUSTENTABILIDADE PROGRAMA LIGA AMBIENTE

LIGA-TE Nº5

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AGENDA

AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO

RIGOR

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AGOSTO D

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

17/08: Sorteio 3.ª Fase Allianz Cup 24/08: Reunião de Direção da Liga Portugal 31/08: Fecho do prazo de inscrições de jogadores na Liga NOS e LEDMAN LigaPro

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SETEMBRO D

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

05/09: Apresentação modelos A e B de planteis atualizados 07/09: LIGA-TE 07/09: Fim inscrições Pós-Graduação em Organização e Gestão no Futebol Profissional 15/09: Reunião de marcação de jogos 17/09: Grupos de Trabalho 18/09: Ações de integridade às equipas promovidas À LEDMAN LigaPro 24/09: II Debate Futebol e Media 26/09: Ações de integridade com Sociedades Desportivas

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OUTUBRO D

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03/10: Ações de integridade com Sociedades Desportivas

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LIGA-TE Nº5


RIGOR

AO RUBRO Liga NOS e LEDMAN LigaPro juntam-se à Allianz CUP no regresso do futebol para 2018-19

A

bola está de volta aos relvados portugueses. Depois das duas primeiras fases da Allianz CUP, os campeonatos nacionais tiveram também o seu arranque, dia 10 de agosto, no Estádio do SL Benfica, com o jogo entre a equipa da casa e o Vitória SC. A Liga NOS arrancou em ambiente de agregação, com as bandeiras dos 18 clubes a entrarem no relvado do emblema “encarnado”. Countdown nos marcadores eletrónicos e João Pinheiro, árbitro do encontro, a sinalizar o pontapé de saída da competição. Contas feitas e o saldo não está nada mau. A 1.ª jornada rendeu 28 golos e, a mostrar que as nossas equipas entraram com alma, está o facto de não se ter registado nem um empate após os nove jogos de arranque. As equipas visitadas têm saldo claramente superior, com sete vitórias contra três das equiLIGA-TE Nº5

pas visitantes. O resultado mais expressivo da jornada 1 aconteceu no Estádio do Dragão, dia 11, com o FC Porto a golear o GD Chaves por cinco golo sem resposta. Também no sábado, mas logo pela manhã, foi dado o pontapé de saída da LEDMAN LigaPro, com o encontro entre o Estoril Praia e o FC Porto B. A vitória, essa, sorriu aos da casa, que marcaram quatro golos sem resposta e, com

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o resultado mais robusto da jornada, contribuíram para o número de 17 golos apontados na ronda inaugural. Ao contrário do que aconteceu da Liga NOS, nesta divisão houve 2 empates, três vitórias das equipas visitantes e quatro vitórias das formações visitadas. Está, assim, dado o pontapé de saída do futebol com talento nos campeonatos nacionais. A temporada 2018-19 está lançada.

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RIGOR

VOZ AOS PROTAGONISTAS

A

Liga Portugal estreou, na ronda inaugural da Liga NOS, a realização da “Superflash”, um modelo opcional de entrevista rápida a futebolistas, em pleno relvado e logo após o final de jogos. Até ao momento, realizaram-se seis “Superflash” no decorrer da primeira jornada da edição 2018-19 da Liga NOS, principiada a 10 de agosto, com declarações de dois jogadores à escolha. Este novo modelo foi introduzido no Regulamento de Competições (RC) da época 2018-19, sendo uma das apostas da Liga Portugal para a melhoria do espetáculo televisivo. O momento serve, ainda, para entregar o troféu “Homem do Jogo Liga NOS”, definido pelo operador televisivo. O RC prevê que, com a colaboração das Sociedades Desportivas e do operador televisivo, seja garantida a possibilidade de realização da "Superflash” - que não pode exceder os 60 segundos - no relvado, a exemplo do que sucede já em várias das principais competições internacionais de futebol e ligas europeias.

LEDMAN LIGAPRO EM “LIVE STREAMING“ A

jornada 1 da LEDMAN LigaPro marcou também um ponto de viragem na forma como os jogos chegam aos adeptos. Os encontros da ronda inaugural do escalão secundário do nosso futebol entraram em casa dos portugueses, através da BTV (SL Benfica B-Leixões SC) e da Sport TV (Estoril Praia-FC Porto B e FC P. Ferreira -SC Braga B), bem como através de “live streaming” da Sport TV, constituindo este um passo importante nas transmissões dos jogos. Na ronda inaugural foram transmitidos no sítio da Sport TV os desafios SC Farense- FC Famalicão, UD Oliveirense-A. Académica, Varzim SC-CD Mafra, FC Penafiel-FC Arouca e SC Covilhã-Ac. Viseu. Este momento foi caracterizado por Pedro Proença como “um passo muito importante para o futebol profissional português e para a forma como a modalidade entra na casa de quem gosta verdadeiramente” da modalidade.

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LIGA-TE Nº5


RIGOR

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anos de história celebrados com glamour na sala do Convento de São Francisco, em Coimbra. Um momento onde se respirou futebol e história, e que contou com a presença de diversos dirigentes, todos eles com marca no futebol português. Desde Presidentes de clubes até ao Diretor Adjunto da Presidência da LaLiga, Carlos Del Campo, ou o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo. Também Fernando Gomes, líder da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), marcou presença, tendo sido um dos distinguidos da noite. Foram muitos os momentos marcantes desta Gala dos 40 anos, pintada a dourado, como exigia a ocasião. Uma sala onde foi o requinte a dominar e onde se falou de golos, de emoção e da Liga Portugal. Uma das ocasiões mais emotivas aconteceu quando João Aranha, fundador e primeiro Presidente da então denominada Liga Portuguesa dos Clubes de Futebol Profissional, leu um depoimento em vídeo. Impossibilitado de estar na cerimónia por questões de saúde, João Aranha afirmou que é “com muito orgulho” que recorda “as ações que conduziram à criação da Liga”, bem como “todos os companheiros que, com muita entrega, ajudaram nessa época, numa luta que não foi fácil e que foi a implantação do futebol profissional em Portugal, com base estável.” “Creio ter contribuído para os êxitos que a sua história vem registando. Parabéns à Liga pelo seu 40.º aniversário”, disse. LIGA-TE Nº5

A GALA

DA UNIÃO

FERNANDO GOMES

“SUCESSO DA LIGA SERÁ O SUCESSO DO FUTEBOL PORTUGUÊS”

E

ntregues os prémios de Melhor Relvado ao Portimonense e de Delegado do Ano a Nuno Pedro, a Liga Portugal distinguiu também os ex-presidentes que aceitaram o convite para estar na Gala. Foi assim com Valentim Loureiro, Hermínio Loureiro, Luís Duque e Fernando Gomes. O Presidente da FPF, aliás, foi galardoado com o Prémio Prestígio, que foi entregue pela primeira vez. “Para mim é uma honra muito grande receber este prémio da Liga Portugal, no ano em que assinala os 40 anos da sua existência, num gesto que conside8

ro de generosidade, acima de tudo, de uma organização. Da minha parte, e independentemente do mérito individual que possa ter na condução dos destinos do futebol português, é um mérito que não posso deixar de partilhar. Nós próprios, sós, não conseguimos fazer todas as tarefas e concretizar sonhos que tornaram possível, hoje, estar aqui a receber este prémio individual”, começou por referir Fernando Gomes, que dividiu a distinção com “treinadores, equipas técnicas, dirigentes, clubes e toda a estrutura da FPF”, que o têm “acompanhado nos últimos anos.” “Não me www.ligaportugal.pt


RIGOR

HOMENAGEM AOS EX-PRESIDENTES VALENTIM LOUREIRO “EXCELENTE TRABALHO”

discussões a norte e a sul, terminando sempre com um bom jantar e acordo. Foi com muita honra que ocupei o lugar

“Quando se fala da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, naturalmente, mexe comigo. Foram 40 anos a trabalhar na Liga, não só como presidente durante várias épocas, mas também como presidente do Boavista FC. É com desgosto que, ultimamente, verifico que a harmonia, que existiu durante muitas épocas em que estive na Liga, não se mantém. Os dirigentes andam aos ziguezagues e não se entendem como seria absolutamente necessário para que o futebol

posso esquecer que, no meu percurso de dirigente desportivo, também passei por esta casa, durante cerca de ano e meio”, acrescentou. Este Prémio Prestígio representa para Fernando Gomes “uma maior responsabilidade.” “São cerca de seis anos à frente dos destinos da Federação Portuguesa de Futebol. Muitos de vocês, pelos anos que têm passado nas carreiras à frente de instituições desportivas, se calhar mereciam este prémio mais do que eu. É uma responsabilidade acrescida, sendo fruto de tão pouco tempo de atividade à frente da Federação, e que me leva a manter mais alguns anos para corresponder à ideia aqui transmitida”, salientou, agradecendo uma vez mais a todos os que ajudaram o dirigente a “ser melhor dirigente, melhor pessoa, melhor ser humano”: “Uma palavra às pessoas que aqui estão hoje, que fizeram parte dos quadros da Liga e que se mantêm, a toda a estrutura federativa, a todos os companheiros da direção, sócios que me têm ajudado a tornar melhor e mais eficaz o meu trabalho. O meu muito obrigado à Liga Portugal pelo reconhecimento e, em ano do 40.º aniversário, desejar o maior sucesso porque o futebol em Portugal necessita de um futebol profissional forte, de uma Liga forte e, assim, o sucesso da Liga será o sucesso do futebol português.” www.ligaportugal.pt

que hoje é seu, a sua cadeira, num momento também de alguma turbulência, mas um percurso que foi possível fazer devido à excelência dos colaboradores dessa casa, devido ao grande apoio da Federação, dos patrocinadores… A Liga, hoje, está bem e recomenda-se, atingiu a maturidade e fico feliz.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

HERMÍNIO LOUREIRO “FUTEBOL PRECISA DE LIGA FORTE” continuasse a progredir. Sinceramente, quero dar-lhe os parabéns. Eu fiz algo na Liga, não tenho dúvidas e nem vaidade, mas sei que fiz, principalmente em alturas difíceis. Você, e aqueles que consigo estão, têm feito um excelente trabalho, desejando que continue. Está a gerir bem a Liga, com um excelente orçamento e apenas faria um voto de que os dirigentes das SAD’s se entendessem e remassem todos para o mesmo lado.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

“Agradecer o gesto do presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional,

LUÍS DUQUE “LIGA ESTÁ BEM E RECOMENDA-SE”

“Antes de mais, muito obrigado por essa simpatia de honrar antigos presidentes. É sempre bom voltar a esta casa. Lembro-me do momento em que todos tivemos de discutir, eu enquanto presidente da AF Lisboa, conjuntamente com alguns dirigentes aqui presentes também, a autonomização do futebol profissional e a passagem para a Liga da gestão das competições profissionais. Como diz o Major, foi um processo atribulado com 9

Pedro Proença, e da sua direção, deixando uma mensagem que é o meu entendimento de há muitos anos: quanto mais forte for a Liga, mais forte é o futebol português. Ele precisa de estar cada vez mais forte e, consequentemente, precisa de uma Liga forte. Parabéns a todos e venham mais 40 anos.” LIGA-TE Nº5


RIGOR

JOÃO PAULO REBELO, SECRETÁRIO DE ESTADO DA JUVENTUDE E DESPORTO

“TRABALHO EMPENHADO NA SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA”

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ecretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, espera temporada “tranquila e competitiva” João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e Desporto, foi convidado de honra da Liga Portugal para a Gala dos 40 anos, e não deixou de felicitar a Direção liderada por Pedro Proença pelo trabalho que tem feito. Sentado à direita do Presidente da Liga Portugal, o representante do Governo começou por saudar o organismo que gere o fute-

bol profissional, a quem endereçou “os parabéns” pelas suas quatro décadas de existência. “Queria cumprimentar esta direção em exercício porque tem feito um caminho para a afirmação do futebol profissional e, particularmente, com um trabalho muito empenhado na sustentabilidade financeira da própria Liga”, referiu João Paulo Rebelo, desejando que a nova temporada – cujo pontapé de saída seria dado no Kick Off momentos depois – seja tranquila.

“O Governo só espera que estejam criadas todas as condições para que tenhamos uma época tranquila, competitiva e na qual exista a afirmação de cada vez melhor futebol no nosso país”, destacou, pedindo a “todos os agentes

desportivos que saibam estar ao nível de responsabilidade de termos um futebol que, a nível internacional, é respeitado e reconhecido.” LIGA-TE Nº5

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RIGOR

NA PRIMEIRA PESSOA JOAQUIM OLIVEIRA “LIGA ADULTA”

SOUSA CINTRA “INSTITUIÇÃO FORTÍSSIMA”

“Encontrei uma Liga adulta, bem formada, já quase catedrática. A evolução da Liga, com uma pequena nuance

“É uma instituição fortíssima, liderada por um grande presidente, com carisma, com muita vontade de vencer e

RODRIGO PINHO “QUERO FAZER GRANDE ÉPOCA” pelo meio, foi absolutamente extraordinária, culminada agora com a gestão de Pedro Proença, que voltou a ser

uma força bem grande, com gente capaz à sua volta. Isso é muito bom, pois a união faz a força, para bem do futebol. Presidente Sporting CP –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

LUCIANO GONÇALVES “O MELHOR PARA O FUTEBOL”

“Muitos árbitros passaram pelas suas competições, houve momentos em que estivemos do mesmo lado, outros com opiniões contrárias, mas acima de tudo as duas instituições têm algo em comum: querer o melhor para o futebol.” Presidente da APAF –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

“É um golo [frente ao Tondela] que, com certeza, vai ficar marcado na minha vida. Desejo fazer uma grande próxima época ao serviço do Marítimo e ajudar o clube a atingir os seus objetivos e, quem sabe, conquistar prémios individuais.” Melhor Golo do Ano Jogador do Marítimo M.

COSTINHA “PRÉMIO IMPORTANTE”

uma entidade patronal de clubes como deve ser: credível e séria. É claramente uma Liga séria.” Presidente da Olivedesportos www.ligaportugal.pt

“É um prémio importante, numa altura também importante da minha carreira. Obviamente sou o rosto mais visível, pois sou o líder desta equipa técnica, mas tem que ser compartilhado com muitas pessoas que trabalharam comigo e que foram muito importantes.” Melhor Treinador LEDMAN LigaPro Treinador do CD Nacional ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 11

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UMA EQUIPA DE SEIS DOUTORADOS POR DETRÁS DO SORTEIO DAS COMPETIÇÕES

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ma equipa de seis investigadores doutorados em áreas da Matemática e da Ciência de Computadores esteve, mais uma vez, por detrás da definição dos calendários das duas maiores competições profissionais de futebol em Portugal, a Liga NOS e LEDMAN LigaPro. Aquilo que, aos olhos do público em geral, pode parecer simples depende, afinal, de um complexo sistema de combinações otimizadas, elaborado com recurso a um software especializado, de forma a contemplar todas as condicionantes definidas pela Liga Portugal, conforme previsto no Regulamento das Competições. O software foi criado e desenvolvido pela Barcelogic, uma empresa emer-

Procurando simplificar, Robert Nieuwenhuis, professor catedrático e CEO/Fundador da Barcelogic, explica que, para a definição dos calendários da Liga NOS e da LEDMAN LigaPro (612 jogos, no total), o software “criou um milhão de calendários, todos muito diferentes uns dos outros, contemplando todas as condicionantes impostas pela Liga Portugal. A cada calendário foi atribuído um número entre zero e 999999, que foi depois sorteado e definiu o calendário que irá vigorar”. As condicionantes são, no fundo, a razão principal para a adoção deste complexo sistema que, revela o investigador holandês, a Barcelogic pretende introduzir em competições de outros países, tendo já este ano concretizado

gente da Universidade Politécnica da Catalunha, em Barcelona, que esteve também por detrás, por exemplo, do sorteio do recente Mundial da Rússia.

essa intenção nos recentes sorteios das competições espanholas, incluindo a LaLiga Santander. “Eles estão a gostar, é muito bom mostrar que em Portugal

já se está a trabalhar assim há vários anos”, refere. No caso da Liga Portugal, o trabalho prévio de desenvolvimento da base de dados com um milhão de calendários possíveis “implicou vários dias de trabalho a codificar todas as condicionantes e mais alguns dias a gerar os calendários”. Na verdade, no dia do sorteio, a intervenção da equipa de Robert Nieuwenhuis é nula, sendo certo que “não há qualquer possibilidade de manipulação ou viciação”.

“KICK-OFF” DO USO DE HOLOGRAFIA

Sistema inovador de imagens usado no arranque oficial da época Antes do sorteio dos 612 jogos das edições 2018-19 da Liga NOS e da LEDMAN LigaPro, o Kick-Off da Liga Portugal serviu, a 6 de julho, de palco a uma estreia absoluta em eventos realizados no país: o uso de holografia. “Garantimos que o ecrã utilizado está patenteado e que o sistema foi utilizado pela primeira vez em Portugal”, disse Francisco Serzedello, Diretor Geral da Desafio Global, em declarações à LIGA-TE. Trata-se, assim, de uma inovadora e “desafiante” técnica fotográfica que regista a informação tridimensional de um objeto iluminado, tornando-o visível num espaço onde, na realidade, ele não está. Para isso, é captada, criada e editada a imagem, posteriormente projetada numa tela quase invisível, que recebe, diretamente de um projetor, a oscilação de ondas de luz.

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Francisco Serzedello salientou, ainda, a criação específica por parte da Desafio Global de projetos de cenografia, sonorização, iluminação e projeção para o evento, “fazendo face aos desafios desta tecnologia”. Deste modo, a plateia e os telespetadores assistiram às reações, previamente gravadas, daqueles que foram eleitos melhores futebolistas da época passada. Ricardo Pereira, Jonas, Rúben Dias, Bruno Fernandes, Herrera, Gélson Martins, Ricardo Gomes, Rui Patrício, Sebastian Coates e Pizzi surgiram, então, sob a forma de holograma. Embora a presença in loco dos próprios jogadores seja uma “mais valia”, os hologramas dos próprios permitiram à Desafio Global demonstrar “inovação”, “criar o fator uau” e “surpreender” quem assistia ao evento.

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Autora desta estreante ferramenta mágica, a empresa portuguesa, “player” em eventos corporativos e ativação de marca, é uma das mais distinguidas internacionalmente, com mais de 116 prémios, entre eles o de “Melhor Agência de Eventos Europeia”. Em 2018, posicionou-se no quarto lugar do ranking ‘Bea World’ das 30 empresas mais premiadas no Mundo e os seus funcionários ficaram “muito motivados” quando a Liga Portugal aceitou o desafio holográfico.

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NOVA DIREÇÃO TRABALHA DESDE 20 DE JULHO

Patrícia Silva Lopes é a primeira mulher no órgão diretivo. CD Nacional, Os Belenenses, Estoril Praia, A. Académica e Varzim SC juntam-se a FC Porto, SL Benfica e Sporting CP, FPF e Presidente da Liga Portugal

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nova direção da Liga Portugal foi conhecida a 6 de julho, em Coimbra, após duas reuniões que escolheram os membros da Liga NOS e da LEDMAN LigaPro. Destaque para a entrada de Patrícia Silva Lopes, como representante do Sporting CP, sendo a primeira mulher a ter lugar na Direção do organismo, que se juntou, assim, a Ricardo Martins e Lourenço Pereira Coelho, elementos de FC Porto e SL Benfica, respetivamente. Aos representantes dos três primeiros classificados obtidos pela média das últimas quatros épocas desportivas, juntam-se Rui Alves (CD Nacional), Rui Pedro Soares (OS Belenenses), Pedro Roxo (A. Académica), João Ribeiro (Estoril Praia), Pedro Faria (Varzim SC) e Hermínio Loureiro (FPF), além de Pedro Proença, Presidente da Liga. A primeira reunião desta nova Direção, e que contou como habitual com a Direção Executiva da Liga Portugal, teve lugar dia 20 de julho na sala de reuniões da sede do organismo, no Porto, e vai ter regularidade mensal, a menos que ocorra algo extraordinário. Patrícia Silva Lopes, a representante do Sporting CP, deseja uma “temporada pautada por grande competitividade”, esperando que, por esses relvados fora, www.ligaportugal.pt

exista “uma grande rivalidade, mas com respeito pelo próximo.” “São essas as principais expetativas que tenho e, como sportinguista, naturalmente espero que a época corra da melhor forma ao Sporting”, referiu. Já João Ribeiro, administrador da SAD do Estoril Praia, referiu logo no dia da eleição a “honra” que sentia por integrar a Direção da Liga, assumindo “o compromisso do Estoril Praia em contribuir para o desenvolvimento do futebol como indústria, na profissionalização de todas as áreas, na internacionalização e no modelo económico” que, no entender do responsável, o futebol deve adotar. O Presidente da A. Académica, Pedro Roxo, espera que este “seja um bom ano e que se credibilize o futebol”, numa tentativa de aumentar a “imagem de maior transparência e profissionalismo”, pela qual os dirigentes têm lutado “todos os anos.” Já o líder do Varzim SC, Pedro Faria, acredita que a equipa diretiva do futebol profissional está “no caminho certo e a mostrar serviço.” “Falo mais até pela LEDMAN LigaPro, prova na qual temos tido melhorias todos os anos. A Liga Portugal tem vindo a melhorar”, salientou.

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VOTOS RENOVADOS Nova época, os mesmos desejos de pacificação e objetivos ainda mais ambiciosos. Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal, garante que “há várias áreas nas quais a Liga vai continuar a fazer um claro investimento, como a área tecnológica”, que será canalizada “no desenvolvimento das três competições.” “Estamos muito expectantes, tem havido um envolvimento muito grande por parte das Sociedades Desportivas. Esta é uma atividade que vende emoção, mas no fim é uma indústria. Vamos arrancar com toda esperança que tudo corra bem. E esperamos uma competição decidia na última jornada, se possível, no último minuto”, frisou. A nova Direção da Liga Portugal está a trabalhar, mas nem todas são caras novas. Hermínio Loureiro, representante da FPF, é um dos que transita do anterior elenco e espera “emoção e competitividade para todas as competições, com valores como a ética, fair-play, desportivismo, respeito, mas que decorra num registo de tranquilidade.” Para o dirigente, o importante é que se “comentem a espetacularidade dos golos, as defesas, as táticas e que os protagonistas sejam jogadores.” LIGA-TE Nº5


TUDO A POSTOS RIGOR

Fase de grupos da Allianz CUP está devidamente ordenada, com 13 equipas da Liga NOS e três da LEDMAN LigaPro

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oi numa das salas do Convento de São Francisco, em Coimbra, que foram lançados, a 11 de julho, os primeiros dados da 12.ª edição da Allianz CUP. Um espaço decorado a rigor para o sorteio das primeiras e segundas fases da competição, que, pela primeira vez, teve honras de abertura oficial de uma época desportiva, e que terminará a 26 de janeiro de 2019, em Braga, com a consagração do

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stá conhecido o sorteio da 3.ª fase da Allianz CUP, cuja Final Four, se realiza, em Braga, entre os dias 19 e 26 de janeiro de 2019. No Grupo A jogam SL Benfica, Rio Ave FC, FC P. Ferreira e CD Aves, enquanto no Grupo B vão defrontar-se o SC Braga, o CD Tondela, o CD Nacional e o Vitória FC. Já no Grupo C vão jogar o FC Porto, o Varzim SC, OS Belenenses e o GD Chaves, enquanto no Grupo D as quatro equipas que vão a jogo são as do Sporting CP, Marítimo M., Estoril Praia e CD Feirense. A 1.ª jornada está já marcada para 16 de setembro e os vencedores dos respetivos grupos asseguram presença em Braga. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– LIGA-TE Nº5

Campeão de Inverno. O sorteio da fase de grupos aconteceu sexta-feira, dia 17 de agosto, no auditório João Aranha, no Porto, e deixa tudo a postos para a fase de grupos da prova. Venham de lá os protagonistas! Quem repete a presença em mais uma edição da competição é a Allianz Portugal, antes como um dos seus patrocinadores, agora como o “main sponsor”, emprestando, assim, o seu nome ao troféu, a erguer na tribuna da ‘pedreira’. Durante este sorteio , José Neves, diretor de produto e marketing da seguradora multinacional, mostrou-se entusiasmado com o upgrade feito pela marca na modalidade no nosso território. “É um motivo de orgulho, um momento único, pois as expetativas são enormes, acreditando, claramente, que será a segunda competição da época e mais um sucesso do futebol profissional”, afirmou, em declarações à Liga TV. Excetuando as equipas B, não incluídas na Allianz CUP, apenas formações da LEDMAN LigaPro participaram na fase inaugural da prova, sorteando-se, então, cinco jogos, dos quais dois foram transmitidos pelo “media partner” Sport TV. As partidas de arranque desta Allianz CUP ficaram ali definidas, perante uma sala cheia de dirigentes curiosos para

saberem com quem iriam jogar as sociedades desportivas que representam. A 21 de julho deu-se o pontapé de saída da competição, versão 2018-19, com a realização da primeira eliminatória, que culminou com seis golos em cinco jogos - em Faro, Famalicão e Coimbra, o desempate foi feito através da marcação de grandes penalidades. Nota de destaque, nesta ronda, para o CD Mafra e SC Farense, recém-promovidos à LEDMAN LigaPro que seguiram em frente, após os primeiros jogos em termos ofi-

GRUPO A

GRUPO B

1ª JORNADA | 16 SETEMBRO SL Benfica - Rio Ave FC FC P. Ferreira - CD Aves

1ª JORNADA | 16 SETEMBRO SC Braga - CD Tondela CD Nacional - Vitória FC

2ª JORNADA | 31 OUTUBRO SL Benfica - FC P. Ferreira CD Aves - Rio Ave FC

2ª JORNADA | 31 OUTUBRO SC Braga - CD Nacional Vitória FC - CD Tondela

3ª JORNADA | 28, 29 e 30 DEZEMBRO CD Aves - SL Benfica Rio Ave FC - FC P. Ferreira –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

3ª JORNADA | 28, 29 e 30 DEZEMBRO Vitória FC - SC Braga CD Tondela - CD Nacional –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

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RESULTADOS FASE 1

CD Mafra - SC Covilhã: 2-0 1-0: Jaime 68’ (a.g); 2-0: Flávio 83’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Varzim SC - CD C. Piedade: 2-0 1-0: Ruan Teles 5’; 2-0: Stanley 16’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– SC Farense - FC Penafiel: 0-0 (5-4 g.p) ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– FC Famalicão - FC Arouca: 1-1 (4-5 g.p) 1-0: Joel 36; 1-1: Malele 82’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A. Académica - Leixões SC: 0-0 (3-4 g.p) –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

FASE 2 ciais no futebol profissional. Uma semana depois teve lugar a segunda fase, de onde saíram onze vencedores com presença assegurada na fase de grupos da Allianz CUP. Nesta fase, que decorreu até 6 de agosto, apontaram-se 28 golos, o que levou a uma média de 3,1 golos por jogo. Definido o apuramento de 11 equipas, que se juntam aos diretamente qualificados por força da classificação anterior (2017-18) e do próprio sorteio (FC Porto, SL Benfica, Sporting CP, SC Braga e Vitória FC), a fase de grupos da Allianz CUP será composta por 13 equipas da Liga NOS e três da LEDMAN LigaPro. O início desta 3.ª fase está marcada para setembro, altura em que se disputará a primeira jornada da terceira etapa. As restantes duas realizam-se em outubro e dezembro, respetivamente.

A segunda fase da Allianz CUP foi, como

se viu, consideravelmente pródiga em número de golos. Mais do dobro em relação ao número de jogos. Edinho (CD Feirense), Joel Tagueu (Marítimo Madeira) e Fredy (Os Belenenses) precisaram apenas da primeira oportunidade na competição para assumirem a lista de melhores marcadores da prova, já que os clubes que representam apenas iniciaram a participação na segunda eliminatória. Nos respetivos encontros, o trio de avançados assumiu relevante importância no garante da qualificação das suas próprias equipas. O fogaceiro Edinho só precisou dos dez minutos iniciais para colocar o CD Feirense em confortável vantagem na partida frente ao surpreendido Leixões SC, pelo que lidera, atualmente, a tabela. Ao também marcar dois golos, foi Joel Tagueu a dar início ao triunfo maritimista e estabeleceu o resultado final, assim como Fredy, d’Os Belenenses.

GRUPO C

GRUPO D

1ª JORNADA | 16 SETEMBRO FC Porto - GD Chaves Varzim SC - Os Belenenses

1ª JORNADA | 16 SETEMBRO Sporting CP - Marítimo M Estoril Praia - CD Feirense

2ª JORNADA | 31 OUTUBRO FC Porto - Varzim SC Os Belenenses - GD Chaves

2ª JORNADA | 31 OUTUBRO Sporting CP - Estoril Praia CD Feirense - Marítimo M

3ª JORNADA | 28, 29 e 30 DEZEMBRO Os Belenenses - FC Porto Varzim SC - GD Chaves –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

3ª JORNADA | 28, 29 e 30 DEZEMBRO CD Feirense - Sporting CP Marítimo M - Estoril Praia –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

BIS EM DOSE TRIPLA

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CD Aves - Sta. Clara: 2-2 (8-7 g.p.) 0-1: J. Fellipe 10’ (a.g.); 0-2: T. Santana 27’; 1-2: Nildo P. 64’; 2-2: Braga 83’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Marítimo M. - CD Mafra: 3-0 1-0: J. Tagueu 43’; 2-0: Correa 50’; 3-0: J. Tagueu 83’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Os Belenenses - UD Oliveirense: 3-1 1-0: Fredy 52’; 1-1: Agdon 57’; 2-1: Keita 71’; 3-1: Fredy 90+4’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– FC P. Ferreira - Ac. Viseu: 3-2 1-0: Christian 32’; 1-1: Pica 45’; 2-1: Uilton 57’; 2-2: Fernando Ferreira 76’; 3-1: André Leão 85’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Varzim SC - Moreirense FC: 2-0 1-0: Stanley 23’; 2-0: Ruster 85’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– SC Farense - Estoril Praia: 0-2 0-1: Roberto 19’; 0-2: Filipe 82’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– FC Arouca - GD Chaves: 0-0 (3-5 g.p.) ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– CD Feirense - Leixões SC: 3-2 1-0: Edinho 2’; 2-0: Edinho 9’; 2-1: Bura 13’; 3-1: Sturgeon 55’; 3-2: Breitner 90+4’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– CD Nacional - Boavista FC: 2-1 1-0: Witi 9’; 1-1: F. Espinho 57’; 2-1: Rochez 63’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Portimonense - Rio Ave FC: 0-2 0-1: Gabriel S. 45+3’; 0-2: Furtado 90+6’ ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Vitória SC - CD Tondela: 0-2 0-1: Chicho 26’; 0-2: J. Murillo 71’

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SÓNIA CARNEIRO

“SOCIEDADES DESPORTIVAS ALINHADAS PELO FUTEBOL PROFISSIONAL” Diretora Executiva Coordenadora da Liga Portugal elogia dirigentes, a equipa com quem trabalha e os projetos existentes. Lamenta muito que algumas propostas da Lei da Prevenção da Violência, apresentadas por Sociedades Desportivas, tenham ficado na “gaveta” do Governo

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ssumiu recentemente a coordenação da Direção Executiva da Liga. Como encara este desafio? Com muita responsabilidade. A atual equipa da Liga é composta por pessoas muito talentosas, a quem tenho o enorme gosto de reconhecer grande competência e capacidade de trabalho. Também é conhecida de todos a exigência e a capacidade alucinante de trabalho do Presidente da Liga. Tudo isso exige de mim que esteja à altura destes profissionais. Por outro lado, é um peso que tenho a vantagem de partilhar com uma Direção Executiva que reflete as qualidades que anteriormente referi e que é determinante para, em conjunto, levarmos a bom porto este projeto de crescente profissionalização do futebol. O defeso é um período de intenso trabalho, desde as alterações regulamentares (atividade mais técnica) à Cimeira de Presidentes (momento mais político do futebol profissional). Como se con-

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segue juntar as sociedades desportivas para encontrarem caminhos comuns? Convidando-as. É tão simples quanto isso. As sociedades desportivas, de todas as dimensões, têm uma massa crítica única que nem a Liga, nem a Federação, nem o Estado conseguem ter. E têm a generosidade de estar permanentemente disponíveis para contribuir para um futebol melhor. Isto é feito com grande abnegação e sentido de missão. Repare: há quadros das sociedades desportivas que, muitas vezes, saem das reuniões da Liga – grupos de trabalho, sessões técnicas, ações de formação – para regressarem aos seus clubes, de forma a realizarem todo o trabalho que não tiveram oportunidade de fazer nesse tempo em que estiveram na Liga. Ao nível presidencial, escuso-me a sublinhar a experiência, a sabedoria, o conhecimento dos processos que os Presidentes dos clubes detêm. É por demais evidente ao público em geral e é, a cada passo, constatado por nós, que temos o privilégio de contactar com

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eles em cada Cimeira de Presidentes. Um modelo que a Direção de Pedro Proença criou… É um fórum de discussão, como muito bem diz, mais político. Há que reconhecer que, desde que instituído pelo Presidente Pedro Proença, têm contado com a presença da quase totalidade dos Presidentes. O que importa sublinhar é que, mesmo tendo em conta que os Presidentes foram chamados a pronunciar-se sobre matérias muito sensíveis, como a integração do Gil Vicente e a alteração do modelo de governação da Liga, o que temos constatado é o nível elevado das trocas de argumentos e a sua qualidade, a procura de consensos e a formulação de conclusões aceitáveis por todos os intervenientes. O que se nota cada vez com mais evidência, é o alinhamento das sociedades desportivas quanto ao essencial: o bem do futebol profissional. No capítulo disciplinar, há sérios agravamentos de sanções e um quadro disciplinar em conformidade com o desempenho dos agentes desportivos? Há. Aliás, desde a primeira assembleia geral de regulamentos deste mandato que o ajustamento das molduras sancionatórias tem sido uma preocupação. Em Direito Penal, essa estratégia enquadra-se na doutrina dos fins (ou finalidades) das penas, na vertente de prevenção geral, ou seja: antecipa-se que a gravidade do quadro sancionatório tenha um efeito moderador dos instintos prevaricadores. Esperamos que tenha também um efeito de prevenção especial, ou seja: o agente sancionado, ao sentir os efeitos gravosos da sanção que lhe é aplicada, irá interiorizar a correspondente gravidade do seu comportamento desviante. Por fim, com estes agravamentos, pretendemos sinalizar à comunidade desportiva deles destinatária que os bens jurídicos em causa são valiosos e continuam a merecem a proteção do Direito. Ainda no capítulo do Direito, e na sequência dos eventos de Alcochete, temos agora em discussão o projeto de alteração à Lei da Prevenção da Violência no Desporto. As soluções nele preconizadas são mais funcionais? Permita-me discordar da premissa que identifica como estando na base do projeto de lei. Legislar em reação a casos concretos é um erro. E é um erro reconhecido por qualquer pessoa que participe no processo legislativo. Da nossa parte, estamos tranquilos quanto às nossas motivações. De facto, a Liga, www.ligaportugal.pt


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muito antes dos eventos a que faz referência, tem batalhado por alterações à Lei da Prevenção da Violência. A Liga e um conjunto de clubes em agosto de 2016 foram ao Ministério da Administração interna para debater esta Lei e a necessidade de lhe introduzir sérias alterações. Em novembro do ano passado, a Liga reuniu com o gabinete do Senhor Secretário de Estado do Desporto e da Juventude para transmitir um conjunto de propostas excelentes, (que ficaram na gaveta da então Ministra da Administração Interna) que promoviam a segurança e a ordem, facilitavam o trabalho das forças de segurança pública e privada e promoviam o espetáculo desportivo – não nos equivoquemos, os adeptos são parte – e parte muito im-

portante – do espetáculo! Considera que essas propostas eram positivas? Estou à vontade para qualificar essas propostas de excelentes, porque elas foram trabalhadas pelas sociedades desportivas, não são propostas cuja autoria reclamamos. Também por essa razão, a Liga apresentou-se na Secretaria de Estado acompanhada pelos diretores de segurança de algumas sociedades desportivas. Como vê, muito antes de qualquer caso concreto, já estávamos em campo, a trabalhar. Infelizmente, muitas dessas propostas, por serem ousadas ou incompreendidas, não foram acolhidas no diploma agora em discussão. Estamos curiosos. Mas, então, que tipo de propostas foram rejeitadas?

Não quero que fique com a impressão de que nos sentimos desconsiderados ou a trabalhar em vão. Houve diversas propostas da Liga que foram acolhidas, aliás “ipsis verbis”, no projeto. Especialmente em questões técnicas e de definição conceptual, há um alinhamento assinalável entre a Liga e o Governo. Referia-me, antes, às propostas que, talvez por mais ousadas (mas não aventureiras, porque assentes em práticas internacionais) o Governo não teve a margem política necessária para as levar à discussão. As mais emblemáticas são a permissão de venda de cerveja nos recintos desportivos e a previsão de lugares em pé, em setores delimitados do estádio. Embora pareçam contraintuitivas, explicam-se facilmente. A pri-

“MOSTRAMOS AO MUNDO FUTEBOL COM TALENTO” Qual é o seu desejo para esta época que agora inicia? Além do enorme esforço e trabalho que todos os colaboradores da Liga têm desenvolvido – e refiro-me a todos os níveis, do Presidente e sua Direção Executiva aos estagiários – temos tido a sorte de contar com competições muito disputadas e equipas com desempenhos do mais alto nível. É isso que explica a emoção das últimas jornadas da Liga NOS e da LEDMAN LigaPro, tanto na determinação dos campeões e nas subidas, como nas despromoções. Isso são fatores que não controlamos e nos têm corrido bem. Naquilo que podemos controlar, temos dado o nosso máximo: veja-se a final four da agora rebatizada Allianz CUP, com o Campeão de Inverno e a Semana do Futebol que, por si, são garantia de uma semana espetacular, dedicada ao futebol. Não posso ignorar o sucesso que foram os encontros ibéricos e o fortalecimento da relação entre a Liga e a LaLiga que esta época pretendemos exponenciar. Assim, o meu desejo para a época 2018/2019 é que continuemos a ter competições fantásticas, com as melhores equipas, os melhores jogadores, os melhores adeptos, os melhores dirigentes, para confirmar e consolidar definitivamente o que temos mostrado ao mundo: o futebol com talento! www.ligaportugal.pt

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RIGOR meira, se tivermos em conta os fenómenos de “binge drinking” (beber alguns copos, de rajada, na antecipação de não poder beber depois de entrar no estádio) e da concentração de entradas, nos instantes que antecedem o início das partidas. A permissão de venda de cerveja levaria a que os adeptos entrassem no estádio com maior ante-

de acesso eletrónico. Com esta medida evitar-se-ia a destruição de cadeiras, que nem sempre é intencional, mas causada por festejos ou a permanência em pé, e evitar-se-ia que as cadeiras fossem utilizadas como objeto de arremesso. Ademais, facilitaria a eventual intervenção das forças de segurança, que deixam de ter a dificuldade de sal-

cedência, sabendo que poderiam desfrutar de uma bebida enquanto aguardavam o início do jogo. Este acesso a uma bebida de menor teor alcoólico seria ainda moderado pela eventual grande afluência aos bares, que impediria o consumo em grandes quantidades, dado que cada bebida levaria certo tempo a encomendar e consumir. Ao mesmo tempo permitiria que os adeptos entrassem mais cedo nos estádios e os clubes pudessem ativar experiências antes dos jogos, evitando aglomeração de adeptos nos acessos nos minutos que imediatamente antecedem o apito inicial. Aliás a UEFA na presente época já anunciou esta autorização para os jogos da Liga dos Campeões e da Liga Europa. A segunda proposta, dos lugares em pé, comum em outros campeonatos de topo, como a Bundesliga, já não tem o contra-argumento da sobrelotação, que esteve na base da exigência de lugares encadeirados, uma vez que esta é controlada pelos sistemas

tar por entre cadeiras inamovíveis. O setor estaria definido e já não existiria ocupação de acessos e corredores pelos adeptos que assistem ao jogo em pé. A Lei tem de se adaptar à realidade. No limite, há muitas soluções intermédias que podiam e deviam ser debatidas, como por exemplo as cadeiras só com assento (sem costas) e as cadeiras rebatíveis (com chave).

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“PÓS-GRADUAÇÃO É UM PROJETO VERDADEIRAMENTE ‘LIGUISTA’”

A Liga apostou fortemente na organização de uma pós-graduação. Esse é um projeto que a entusiasma particularmente. Esse entusiasmo tem sido correspondido? - Claro que sim! É uma paixão correspondida! (risos) A pós-graduação, embora sendo, como diz, um projeto que me é especialmente caro, enquadra-se na perfeição com os objetivos de profissionalização e promoção, a todos os níveis, do talento que tem norteado a ação desta Direção. Como tal, é verdadeiramente um projeto liguista! Isso é evidente na adesão que a equipa da Liga teve ao projeto, desde funcionários que cursaram a pós-graduação ou assistiram a aulas e conferências de particular importância para a respetiva área de trabalho, à participação de Diretores Executivos e quadros superiores da Liga nas aulas dos módulos organizados diretamente por nós. A Liga não está sozinha nesse projeto… Não poderia estar! A Liga tem uma experiência que nenhuma outra entidade em Portugal tem, pela circunstância de sermos os únicos organizadores de competições profissionais no país. E isso é a mais-valia que a nossa pós-graduação oferece e que, a meu ver, tem explicado grande parte do seu sucesso. Mas a Liga não tem, porque não faz parte do seu percurso, as competências académicas que necessariamente têm que fazer parte de um curriculum deste tipo. Aí tivemos o “engenho e a arte” de conseguir convencer uma das instituições de ensino superior mais conceituadas do país, a Universidade Católica do Porto, a colaborar connosco, organizando a parte mais estritamente académica do curso e disponibilizando os seus melhores professores de Direito, Gestão e Marketing.

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PÓS GRADUAÇÃO

OPEN DAY

LIVRE-TRÂNSITO POR UM DIA NA “CASA DO FUTEBOL PROFISSIONAL” Open Day da Liga Portugal visou a captação de potenciais candidatos à terceira edição da Pós-Graduação

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e setembro a junho, o auditório João Aranha, no edifício sede da Liga Portugal, no Porto, preenche-se de agentes desportivos, antigos jogadores e árbitros, estudantes universitários e jornalistas que folheiam – e vivenciam –, por gosto, a organização e a regulamentação de competições profissionais de futebol. Essa é a principal função do organismo que, conjuntamente com a Escola de Direito da Universidade Católica do Porto, implementou, na época 2016-17, uma Pós-Graduação em Gestão e Organização no Futebol Profissional. Formar para melhor funcionar. Em virtude de o período de candidaturas à terceira edição ter início a 21 de setembro, as portas da Liga Portugal abriram-se, a 28 de julho, para o primeiro Open Day do curso, iniciativa dinamiLIGA-TE Nº5

zadora de um recurso mais para profissionalizar quadros clubísticos. E não só. Na atual equipa de delegados da Liga Portugal, cinco elementos frequentaram a pós-graduação, além de mais meia dezena distribuída pelos departamentos do organismo. Vários interessados, livremente credenciados, quiseram, também por isso, informar-se sobre o único curso certificado pela “casa do futebol profissional”, composto por Organização de Competições, Marketing e Comunicação, Enquadramento Jurídico e Gestão e Contabilidade de Sociedades Desportivas. O mesmo teve, nas duas anteriores edições, palestras dadas por personalidades nacionais e internacionais da modalidade. Collin Smith, diretor de competições da FIFA, Daniel Duarte, diretor de integridade e segurança da LaLiga, Alberto 22

Colombo, secretário-geral da European Leagues, Duarte Gomes, antigo árbitro internacional, e Miguel Cardoso, treinador principal (ex-Rio Ave FC e atual técnico do Nantes FC, em França), foram alguns dos que já partilharam experiência e sabedoria sobre o jogo e o que o rodeia. Dadas as funções que desempenham, Sónia Carneiro, diretora executiva coordenadora da Liga Portugal e uma das mentoras do curso, acompanhada por Helena Pires, diretora executiva de Competições, subiram ao palco-relvado do auditório para elucidar os potenciais candidatos, alguns deles antigos futebolistas. “Num mundo habitualmente de homens, a maior parte das decisões [na Liga Portugal] é tomada por mulheres. Essa mudança de paradigma deve-se, também, à formação”, sublinhou Sónia www.ligaportugal.pt


TALENTO

Carneiro, que anunciou a criação de uma bolsa de emprego na próxima edição da pós-graduação. Os clubes profissionais lusos vão poder, assim, aceder ao currículo e experiência profissional de cada formando. Apresentado o plano de estudos, dos objetivos e das estratégias do curso, ambas as dirigentes foram questionadas pela plateia, para esclarecimento de dúvidas, durante a primeira parte do Open Day. “Com que frequência se vai aos estádios ou às academias?”, “Qual a ligação com o mercado de trabalho?”, perguntou-se. A assistir ao evento, estiveram ainda antigos e recém pós-graduados, “bom para perceber que se mantêm interessados”, e que reviram, em vídeo, muitos dos casos práticos em ambiente de estádio sob o ensinamento de atuais agentes desportivos, servindo igualmente de apelativo a possíveis futuros alunos. Disse, quem já o foi, que o sentimento www.ligaportugal.pt

é de “pena por ter acabado” e que a vontade “é de fazer novamente”. Os que marcaram presença no Open Day da Liga Portugal assistiram, ainda, a um debate sobre a importância da formação acerca da orgânica do futebol profissional português, com questões em simultâneo aos que nele participaram. João Pedro Rodrigues, delegado da Liga Portugal, Mónica Santos, jornalista do jornal O JOGO, ambos antigos alunos do curso, Tarantini Vaz, atual futebolista profissional do Rio Ave FC, e Tiago Madureira, consultor da Liga para a área do marketing integraram o elenco. Além da própria temática formativa, 23

foram também abordados temas como os direitos audiovisuais e a sua influência no desenvolvimento da modalidade, os critérios editoriais aplicados pelos Órgãos de Comunicação Social e a sua relação com os departamentos de comunicação dos clubes. O debate, moderado por António Barroso, diretor de comunicação da Liga Portugal, serviu ainda para Tarantini e Pedro Correia, antigo jogador do Vitória SC, deixarem o alerta para a necessidade de reforçar os apoios a futebolistas com menores habilitações literárias, sobretudo aquando do término das suas carreiras. LIGA-TE Nº5


NOTÍCIAS

LIGA E AMEF REALIZARAM 2º WORKSHOP SOBRE A SAÚDE NO FUTEBOL

Coimbra foi palco do 2.º Workshop sobre Saúde no Futebol, evento organizado pela Liga Portugal e pela Associação Nacional de Médicos de Futebol (AMEF), e que juntou os profissionais clínicos de várias Sociedades Desportivas. Numa iniciativa que contou com as intervenções do Presidente da AMEF, João Pedro Mendonça, da Diretora Executiva Coordenadora da Liga Portugal, Sónia Carneiro, do médico do FC Porto, Nélson Puga, do médico da AMEF, Filipe Serralva, e do Presidente da Comissão Nacional de Trauma, António Marques, foram abordados temas como o treino de formação em emergência, a morte súbita, o suporte básico de vida, entre outros. Naquele que foi um modelo de inequívoca utilidade na preparação para a nova época desportiva, esta não foi apenas mais uma formação, mas antes um momento que comprova o rigor e profissionalismo dos agentes desportivos do futebol profissional português.

NOTÍCIAS

NOVAS ATIVAÇÕES APRESENTADAS AOS DELEGADOS DA LIGA

O quadro de Delegados da Liga Portugal, representantes do organismo em todos os jogos da Liga NOS e LEDMAN LigaPro, foram alvo de uma ação com vista à formação relativa às ativações de estádio, decorrentes antes e depois das partidas. Na sessão foram esclarecidos acerca do novo modelo de entrevistas rápidas na Liga NOS, havendo a possibilidade de acontecer uma Superflash em pleno relvado, como já tem sido apanágio nos jogos televisionados da Allianz CUP. A realização destas “Superflash” ficará sempre dependente da

aceitação do clube visitado. Caso não seja aceite, a mesma não será realizada. Nesses casos, será levada a cabo a tradicional Flash Interview. Outro dos assuntos abordados foi o prémio “Homem do Jogo”, que será atribuído em todas as partidas da época, sendo escolhido pelo comentador do operador televisivo que acompanha o jogo. Na LEDMAN LigaPro, as “flash-interviews” passarão a ser realizadas no terreno de jogo, caso as condições climatéricas assim o permitam, caso contrário, serão realizadas no interior do Estádio.

DIRETORES EM FORMAÇÃO No âmbito da continua evolução, profissionalização e aprendizagem de todos os elementos do futebol profissional português, os Diretores de Campo, de Segurança e de Imprensa das Sociedades Desportivas foram alvo de uma ação de formação que passa por dotar o quadro de Diretores às respostas a exigências do futebol profissional, bem como a reação a dar nas mais variadas situações da organização de jogo. Nesta ação, foram abordadas questões regulamentares, o comportamento dos agentes nos terrenos de jogo e outros pontos foram devidamente debatidos nesta ação, que contou com uma boa presença das Sociedades Desportivas. LIGA-TE Nº5

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PROFISSIONALISMO

CD MAFRA

ESPÍRITO FAMILIAR E APOSTA NA MANUTENÇÃO

José Cristo, Presidente do CD Mafra, pede aos jogadores que ganhem todos os jogos e não imagina outro cenário que não seja a permanência na LEDMAN LigaPro

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residente do CD Mafra há mais de 30 anos, José Cristo quer esquecer rapidamente “um dos dias mais tristes” da sua vida e que culminou com a descida de divisão no final da época 2015-16, a primeira do clube nos campeonatos profissionais. Dois anos depois vê o clube ao qual dedica muitas horas e trabalho a conseguir novamente presença entre os maiores do futebol português, chegando à LEDMAN LigaPro como vencedor do Campeonato de Portugal, onde venceu na final o SC Farense, outro dos emblemas que assegurou a promoção. A palavra acreditar faz parte do vocabulário do Presidente do CD Mafra e é esse o espírito que faz questão de transportar para o clube e para os jogadores nesta nova aventura pelo futebol profissional. Quem se desloca a Mafra sabe que este é um projeto totalmente de um homem: Antonino da Costa Florindo, que adotou José Cristo como nome de “guerra”, fazendo a associação à sua empresa, Moticristo, patrocinador oficial do CD Mafra, um clube que, dizem os que lá colaboram, é como uma espécie de família. Ficar na LEDMAN LigaPro é o grande objetivo do clube que lidera, para apagar em definitivo marcas do passado. Mas José Cristo eleva a fasquia, para que ninguém pense apenas na palavra manutenção. “O CD Mafra joga sempre para os lugares cimeiros e, assim, a meta será sempre para subir. O que peço aos jogadores é que ganhem os encontros todos”, afirmou o líder do clube à Liga-te e à LigaTV. Com a garantia que “existem condições em termos diretivos” – “tudo o que nos foi pedido, dentro das nossas possibilidades, tem sido dado” - José Cristo revela-se ambicioso. “Sempre fui!”, disparou. Afável no trato e um homem de negó-

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cios que tem o telemóvel como melhor amigo, José Cristo garante que não endurece a postura ao dirigir-se ao plantel. “Não! Não me meto no trabalho dos jogadores, nunca o fiz. Sou empresário, lido com muita gente e sei como devo dirigir-me às pessoas. Temos que ser educados com os jogadores. Estou há muitos anos no futebol e as coisas mudaram muito. Os jogadores também, hoje há muitos Doutores e Engenheiros nos clubes”, salientou.

MUDANÇAS NO FUTEBOL O CD Mafra vai este ano jogar no Parque Desportivo Municipal Engenheiro Ministro dos Santos e José Cristo acredita que esta será uma época de estabilidade. O emblema que lidera tem que responder às exigências de um “futebol que melhorou muito.” “Acredito muito nas pessoas que estão no futebol. Ando aqui há muitos anos e tudo está diferente. Jogadores, árbitros e dirigentes têm outro nível”, afirmou, fazendo questão de elogiar a mudança que se registou também na cúpula do futebol profissional: “Com esta entrada do Pedro Proença houve uma revolução muito grande, notei isso, por exemplo, na Cimeira de Presidentes.” E foi, precisamente, sobre estas reuniões presidenciais, que Pedro Proença voltou a ativar, que José Cristo falou. A Cimeira de Presidentes “é um espaço muito importante” para discutir assuntos fundamentais para o futebol português. “Esta é a minha opinião, acho que os chamados grandes não respeitam os pequenos. As lutas que o Pedro Proença está a ter não são fáceis. Nas discussões dos interesses do futebol português devíamos ser toASSISTA À REPORTAGEM COMPLETA NA LIGA TV dos iguais”, concluiu. LIGA-TE Nº5


PROFISSIONALISMO

FILIPE MARTINS

“FIXAR DE VEZ NAS COMPETIÇÕES PROFISSIONAIS”

Treinador do CD Mafra ambiciona estabilidade num clube que sabe bem os erros que não pode voltar a cometer

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ilipe Martins é um jovem treinador que abraçou o projeto do CD Mafra na preparação desta nova temporada e que ambiciona, naturalmente, conseguir a permanência na LEDMAN LigaPro, um escalão do qual já tem relativo conhecimento, depois ter subido com o Real SC, em 201617, ao futebol profissional. O responsável técnico pela equipa do Distrito de Lisboa fala numa estabilidade “importante” e que quer ver a entrar na equipa e, por inerência, no clube que agora está de volta ao escalão secundário do futebol português. “Quanto mais confiança as pessoas tiverem, mais importante será para o futuro do CD Mafra”, referiu Filipe Martins. Aos 40 anos, o técnico revela ambição, ainda que mostre um discurso cauteloso na abordagem a uma temporada que não será fácil a todos os níveis. “As expetativas passam por fixar, de vez, o clube nas competições profissionais, sabendo que é uma tarefa muito difícil e que vai exigir empenho e dedicação”, frisou, lembrando que “o clube já teve uma experiência ao nível do futebol profissional” e que, por isso, “sabe o que não deve voltar a acontecer.” LIGA-TE Nº5

Uma das situações que Filipe Martins recusa é, precisamente, passar a mensagem de ser suficiente a continuidade na LEDMAN LigaPro. O grupo de jogadores que lidera tem que pensar mais alto e fazer crescer a ambição que existe, naturalmente, dentro de cada um. “Não podemos restringirmo-nos à manutenção. Vamos lutar para vencer todos os jogos do campeonato. Queremos e tudo faremos para ficar na parte cima da tabela, para conseguirmos fazer um campeonato mais tranquilo”, afirmou.

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Uma das situações que Filipe Martins espera ver melhorada não tem a ver com o CD Mafra, mas com o futebol em geral. O treinador acredita que o ambiente de alguma crispação vai diminuir, a bem da competição e da indústria. “Se depender de mim, e a maioria dos treinadores pensará de forma igual, será uma época mais tranquila”, desabafou, frisando que “as pessoas têm tentado, ao máximo, dignificar o futebol português.” “Se cada um fizer um esforço individual, podemos melhorar o futebol”, finalizou.

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PROFISSIONALISMO vel. Faremos tudo o que conseguirmos para correspondermos”, desabafou. A hora é de pensar na competição e, apesar da época já ter começado com a AllianzCUP – o CD Mafra venceu o SC Covilhã e foi eliminado, depois, pelo Marítimo M. - no clube todos anseiam, “desde 25 de junho”, pelo arranque da LEDMAN LigaPro. Apesar do orgulho de vestir a camisola do CD Mafra, Rodrigo Gui aposta nos estudos, que promete não deixar, até porque “o futebol, um dia, pode acabar.” “Não quero desistir e, pelo menos, o 12.º ano quer fazer, mas pretendo mais. Sempre quis conciliar o futebol e a escola.”

RODRIGO GUI O BENJAMIM

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édio-ofensivo, de 17 anos, Rodrigo Gui revela uma imensa paixão ao falar do futebol e do CD Mafra. Jovem e com cuidados a ter em relação ao futuro, o futebolista diz que pretende chegar “o mais longe possível no futebol profissional.” “Vou fazer tudo por isso. Estou a fazer o que sempre quis e é nisso que quero focar-me”, disse, virando o discurso para os objetivos coletivos: “Queremos atingir a manutenção e, a partir daí, temos que lutar para fazermos o melhor possível. Penso que estamos no bom caminho.” Poucos são no CD Mafra aqueles que já esqueceram a descida de divisão de há dois anos. Rodrigo Gui estava ainda nos escalões de formação do clube, mas também se lembra do momento. A não repetir. O clube tem condições criadas, diz, para rubricar uma boa temporada. “Todas as pessoas dão o máximo possí-

————————————— JOÃO GODINHO HÁ SETE ÉPOCAS A FECHAR A BALIZA

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guarda-redes é uma das caras mais conhecidas de Mafra, visto que inicia agora a sétima temporada ao serviço do clube. É em João Godinho que os adeptos depositam toda a esperança para manter invioladas as redes da equipa. Tal como acontece com outros companheiros, o experiente jogador viveu a subida aos campeonatos profissionais de há dois anos, seguida de uma despromoção no final dessa mesma época. “Estabilidade”, ou a procura dela, parece ser a palavra-chave do grupo de trabalho de Filipe Martins, já que também o jogador, de 33 anos, foca a importância de a alcançar. “Nesta segunda passagem pelo escalão secundário, temos muitos dos mesmos jogadores e a estrutura igual, mas chegamos com uma ideia mais madura e com maior consistência, talvez um dos fatores que tenha falhado na primeira vez”, salientou o guarda-redes, realçando, porém, que a tão desejada

estabilidade é “o mais difícil de criar.” “O grande objetivo tem de passar por aí. O clube merece, por tudo o que tem feito”, acrescentou. Godinho, como é conhecido no futebol, realça que o CD Mafra “é um clube que dá todas as condições possíveis dentro daquilo que é a atual realidade do futebol português e que já não tem nada a ver com o que era há uns anos.” “O CD Mafra tem essas condições e, por isso, lutaremos muito para as aumentarmos”, frisou, elogiando o papel de José Cristo, um “Presidente que tem lutado muito e sozinho, para que o clube voltasse a subir.” A finalizar, o camisola 1 do emblema de Mafra recusa reviver os momentos de angústia de há dois anos. Afinal, “ninguém entra para não ganhar e a ambição tem de ser essa.” “Uma Liga é muito difícil e tudo conta. Faremos tudo para lutar e chegar o mais longe possível. As contas, essas, serão feitas no fim.”

CHIQUINHO CARLOS E A UNIÃO PERFEITA

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hegou ao Mafra em 2007-08 para assumir o cargo de treinador de guarda-redes, depois de ter deixado uma longa carreira como futebolista. Chiquinho Carlos, hoje com 55 anos, entra no futebol português com a camisola do SL Benfica (1986-87), oriundo do Flamengo, e é na Luz que cimenta a carreira no futebol português. Vitória SC, SC Braga, Vitória FC, Ac. Viseu. Atlético e Igreja Nova fazem parte do percurso do ex-atacante. E o CD Mafra, onde ficou até hoje. Tímido e com o mesmo sorriso fácil de outros tempos, Chiquinho Carlos evidenciou forte ligação ao CD Mafra, o que levou José Cristo a revelar um pormenor curioso. “Um dia, disse numa Assembleia Geral que enquanto for Presidente do clube, o Chiquinho Carlos está no Mafra.” Está a cumprir. E Chiquinho Carlos responde da mesma forma. É treinador da formação do clube, aproveitando para partilhar história de sucesso com os jovens jogadores, e apoia Filipe Martins na equipa principal.

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PROFISSIONALISMO

VASCO VARÃO AJUDA A “CONSTRUIR UMA CASA” Ex-jogador até ao final da última época, regressou a Mafra para ajudar o clube a conseguir a estabilidade

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a última temporada jogou pelo Sintrense e pelo Casa Pia e, agora, está do outro lado, disposto a agarrar uma carreira como diretor desportivo, com a oportunidade que lhe foi dada no CD Mafra, clube que representou de 2014 a 2017. Vasco Varão, de 37 anos, ainda sente o cheiro da relva e quer usar a experiência adquirida ao longo dos anos “e em todos os escalões”, como frisa com orgulho, para ajudar os jogadores, alguns deles seus ex-companheiros. LIGA-TE Nº5

Com um discurso fluído, o jovem diretor desportivo do CD Mafra tem ideias definidas em relação à próxima época e quer que a abordagem do clube neste regresso ao escalão secundário seja feita de forma “muito simples e humilde.” “Temos que sustentar o clube com bases muito sólidas para entrar nos campeonatos profissionais e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas sintam orgulho no clube da terra. É o nosso dever a vários níveis, mas até por representarmos uma zona do país que 28

queremos dar a conhecer. Só assim isso faz sentido”, referiu. Vasco Varão era jogador do CD Mafra em 2015-16 quando a equipa desceu aos campeonatos não profissionais, depois de uma ascensão histórica. “Vivi com enorme desgosto a descida aos campeonatos da FPF. Não é fácil a uma equipa que sobe, desce e consegue reerguer-se. É meritório quando há um regresso e é isso que pretendemos salientar”, destacou, nunca perdendo o foco da estabilidade competitiva e www.ligaportugal.pt


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VEADOS POR PERTO desportiva que o clube necessita de alcançar. “É uma bandeira, quase como construir uma casa. E queremos fazê-la de baixo para cima, sem que isso aconteça de forma louca. Pretendemos nascer de forma sustentada. Somos como uma família, é assim que queremos estruturar o clube e esperamos ser isso que estamos a fazer”, disse Vasco Varão, para quem o CD Mafra tem “todas” as condições

TRANQUILIDADE NO ADEUS Tudo aconteceu de forma repentina, mas, ao mesmo tempo, com a consciência de ter sido na hora certa. O agora dirigente do CD Mafra admite que “nunca é fácil” deixar os relvados, mas a decisão chegou sem dramas. “O melhor do futebol é jogá-lo, mas acabei de forma tranquila. Vivi tudo o que tinha para viver e senti que já não dava para continuar”, disparou, fazendo-se acompanhar de um sorriso. A hora, agora, é de dar tudo pelo CD Mafra. “Vivo uma realidade diferente, mas que antes já pensava em viver. Hoje sinto que é aqui que vou ter sucesso, é uma alegria enorme o facto de se terem lembrado de mim e deixo, neste campo, uma palavra especial ao Quim Zé”, finalizou, referindo-se ao antecessor no cargo, agora diretor-geral da SAD do CD Aves.

A Tapada de Mafra, situada a poucos quilómetros do Parque Desportivo Municipal Engenheiro Ministro dos Santos, é a casa de variadas espécies animais. Só aves, por exemplo, são mais de 60 as espécies que ali habitam, dividindo o espaço com muitos mamíferos. Entre javalis, gamos e raposas é o veado quem assume o estatuto de “rei” deste enorme “pulmão” de Mafra. Numa tentativa de recrear espaços lúdicos, a Câmara Municipal de Mafra colocou alguns veados no Parque Desportivo Municipal Engenheiro Ministro dos Santos, onde vai jogar o CD Mafra esta temporada, na MEDMAN LigaPro. Um atrativo extra para os adeptos que ali quiserem ir ver os jogos.

UM SONHO

O crescimento do CD Mafra aconteceu baseado no sonho de José Cristo, que há três décadas entrou no clube de uma região que adotou para ser a para alcançar a desejada estabilidade. Na memória de alguns está ainda a descida de divisão, em 2016, e os erros que se querem irrepetíveis, mesmo sabendo que “a estrutura do clube não se alterou”. “O que pode ter mudado é a forma de ver o campeonato. Os clubes não vivem só de vitórias, mas esperamos que o CD Mafra não esteja a lutar para não descer. Queremos manter o clube nestas divisões, no futebol profissional. O crescimento que ambicionamos só faz sentido no futebol profissional.” www.ligaportugal.pt

de estágio para todos os jogadores, que

sua e onde viria a crescer em termos empresarias. A Moticristo é uma empresa de referência da zona e foi ali que o líder do clube construiu um mini-centro 29

vivem fora do distrito de Lisboa. O sossego é garantido na residência, paredes meias com o refeitório, onde os jogadores têm acesso a todas as refeições de forma gratuita. “O plantel todo toma o pequeno-almoço aqui todos os dias”, explicou o diretor-desportivo, Vasco Varão. LIGA-TE Nº5


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FUTURO DE COOPERAÇÃO Javier Tebas e Pedro Proença analisaram assuntos delicados do futebol português. O sim à centralização dos direitos televisivos e o não a uma Superliga europeia são certezas para os Presidentes da LaLiga e da Liga Portugal. Certa será a continuidade dos Encontros Ibéricos. “Sim, ´hombre’, evidentemente”, disparou o espanhol.

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centralização dos direitos televisivos foi um dos temos em claro destaque no debate de apresentação da primeira edição dos Encontros Ibéricos, que opôs Boavista FC ao Getafe CF e Os Belenenses ao Rayo Vallecano. Pedro Proença e Javier Tebas, Presidentes da Liga Portugal e da La Liga, respetivamente deram o pontapé de saída deste mini-torneio de verão e estiveram mais de uma hora a trocar ideias no hotel Yeatman, em Vila Nova de Gaia. O exemplo espanhol em relação à centralização dos direitos televisivos foi, aliás, esmiuçado, mostrando todos os LIGA-TE Nº5

aspetos positivos que daí são obtidos, mas sem esquecer o papel do Governo na concretização do objetivo da centralização. Javier Tebas, para quem este passo será “fundamental” para o futuro do futebol português, à semelhança do que acontece no resto da Europa, frisou até que os governos não têm que ter medo de intervir, como fazem noutras indústrias e lembrou ainda que em Espanha – a exemplo do que sucede em Portugal – o futebol profissional representa 1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), gerando cerca de 60 mil postos de trabalho diretos e indiretos. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 32

NÃO A UMA SUPERLIGA

A defesa das ligas nacionais enquanto base de sustentação das competições internacionais e da própria UEFA, em oposição à ideia de criação de uma Superliga Europeia foi outro tema em foco. Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal, considera que o novo modelo de distribuição de verbas é bom para os clubes que vão às competições europeias, mas mau para todos os outros e, por isso, vai afetar as competições nacionais, considerando também que Portugal tem tudo a perder se a UEFA for pelo caminho da criação de uma www.ligaportugal.pt


PROFISSIONALISMO Superliga Europeia, antecipando uma injeção de dinheiro para uma elite de clubes europeus, que desvirtuaria a indústria do futebol nacional. Na mesma senda ideológica está Javier Tebas, Presidente da LaLiga, para quem o projeto de uma Superliga Europeia “foi feito ao balcão de um bar”, sem serem analisados os números. O responsável máximo da entidade espanhola defendeu acerrimamente a importância das competições nacionais, mesmo para os “gigantes” europeus, enfatizando a importância da vitória “doméstica” na ligação entre os clubes e os adeptos, dando o exemplo espanhol, em que o Real Madrid fez-se um grande clube, mesmo sem ganhar a Champions durante 17 anos seguidos, porque ganhou títulos nacionais. Para o Presidente da LaLiga, em declarações à Liga TV, a questão está “a ser tratada de uma forma muito supérflua”, já que os “promotores não sabem que se estão a prejudicar a eles próprios e o futebol europeu.” “Darão, depois, conta que foi um fracasso. É evidente este tipo de conclusões no futebol só é possível dentro de cinco, seis anos. Há más experiências que são feitas sem se saber que podem rebentar nas mãos”, frisou, sobre aquilo que será um “projeto inviável, social e economicamente.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

INTERNACIONALIZAÇÃO É BANDEIRA DA LIGA

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palavra internacionalização tem que entrar, de uma vez por todas, no vocabulário do futebol profissional em Portugal. A certeza é de Pedro Proença, para quem o “mercado nacional está saturado no que diz respeito à angariação de receitas”, pelo que se torna obrigatório procurar “novos parceiros” no mercado internacional. Valor? “A Liga Portuguesa tem uma marca fortíssima, do jovem jogador português”, disparou. “Somos 10 milhões de habitantes, absolutamente insuficiente para aquilo que queremos em termos de receita para as sociedades desportivas em Portugal, há que procurar mercados alternativos, e é por isso que estamos a fazer estas parcerias, nomeadamente com a LaLiga, numa tentativa de e uma assunção estratégica daquilo que pretendemos para a internacionalização da marca Liga Portugal”, explicou o líder da Liga Portugal, que quer aproveitar esta parceria ibérica para usar “as boas praticas” já existentes na LaLiga. “Temos um parceiro de clara qualidade, que estrategicamente se posicionou no mercado internacional, e o que vamos fazer é que, como eles, projetarmo-nos não só no mercado asiático, no mercado sul-americano, em todas as possibilidades que possam existir neste Memorando de Entendimento que foi assinado”, finalizou.

TRÊS ANOS DE TRABALHO

Estes Encontros Ibéricos são o culminar de três anos de trabalho e traduzem-se na “primeira das iniciativas visíveis” desde uma aproximação à LaLiga que se iniciou em 2015. “Esta é a sequência normal de três anos de trabalho árduo da Liga Portuguesa com a Liga espanhola, mas este vai ser o inicio de projetos que nós queremos dar dinamização”, salientou Pedro Proença, acreditando que, com o passar dos anos, os clubes ibéricos vão mostrar interesse em marcar presença na prova de verão. “Quando as sociedades desportivas perceberem que estamos a exportar marcas e quando perceberem que podem ter de tirar proveitos desta parceria, são eles mesmo os que vão querer estar presentes.” Para Tebas este mini-torneio não é mais do que “uma consequência do acordo assinado” e no qual são debatidos “temas de controlo económico e de marketing”, entre outros, olhando para o debate que teve com Pedro Proença como algo normal e sobre a “indústria política do futebol europeu.” www.ligaportugal.pt

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0-0

(3-4 em grandes penalidades)

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Estádio do Bessa vestiu-se de gala para o primeiro Encontro Ibérico da história, que opôs o Boavista FC e os espanhóis do Getafe CF, emblema que milita na LaLiga Santander. Este encontro, organizado numa parceria Liga Portugal e LaLiga, aconteceu no âmbito do acordo de cooperação assinado entre as duas instituições, em setembro de 2017, com as partidas de futebol a serem transmitidas para os cinco continentes, num total superior a 50 países, como a Turquia, Grécia, Polónia, Bélgica, Tanzânia, China, Geórgia, Israel, Canadá, Estados Unidos e México, entre outros. Naquele que foi o primeiro passo da Liga Portugal com vista à internacionalização do futebol profissional portuguê, correspondendo às atuais exigências desta indústria, o Boavista FC-Getafe CF foi um jogo intensamente disputado, que apenas pecou pela falta de golos de ambas as partes. A partida viria a ser decidida no desempate na marcação de grandes penalidades, com o Getafe CF a levar a melhor.

O PRIMEIRO NUNCA SE ESQUECE Mas a inovação não se ficou por aqui, já que fruto da cooperação dos dois clubes, da LaLiga e da SportTV foi possível, durante o intervalo, o avançado boavisteiro Rafael Lopes fazer um balanço da primeira parte da partida e do que esperava para o segundo tempo. No final do jogo, e após a entrega dos

troféus ao Man of the Match (Carraça), e também às equipas vencida e vencedora, foram levadas a cabo as superflash-interviews, em pleno relvado, um novo modelo de entrevistas rápidas aos treinadores e jogadores, que contou, novamente, com Jorge Simão, José Bordalás, e Carraça.

EM CONJUNTO

Mas não só de futebol dentro das quatros linhas se fez este Encontro Ibérico. As principais novidades ocorreram antes do começo do jogo e no intervalo do mesmo, com alguns momentos de comunicação inéditos em Portugal. Faltavam sensivelmente 30 minutos para o início da partida quando, em pleno relvado, e durante o aquecimento de ambas as equipas, Jorge Simão, treinador do Boavista FC, e José Bordalás, treinador do Getafe CF, fizeram o lançamento da partida, enquanto os seus jogadores se preparavam em exercícios de aquecimento. Também neste período de aquecimento, Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal, e Fernando Sanz, Diretor Geral da LaLiga, promoveram esta ligação entre as duas instituições. LIGA-TE Nº5

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1-1

(4-3 em grandes penalidades)

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JOGO DE ESTREIAS E REENCONTROS

Estádio do Jamor, a nova casa de Os Belenenses, foi o palco do segundo Encontro Ibérico que colocou, frente a frente, a equipa orientada por Silas e os espanhóis do Rayo Vallecano, que vão jogar na LaLiga Santander, na época 2018-19. Também esta partida foi transmitida para mais de 50 países de todo o mundo, levando a marca da Liga Portugal e da LaLiga a centenas de milhões de pessoas.

adiantou-se no marcador (4’, por intermédio de Javi Guerra, mas Nuno Coelho restabeleceu a igualdade (17’). Numa partida com bastante competitividade, com as duas equipas a fazerem de tudo para ganhar este troféu, um dos grandes destaques foi o fair-play existente antes e depois do desafio. E tudo começou com um reencontro entre dois antigos colegas de equipa, na época 2013-14 no FC Porto, e no Rayo Vallecano na temporada seguinte. O avançado português Licá, e o central senegalês Abdoulaye estiveram, agora, em lados opostos, mas reviveram mo-

contro enquanto adversários. Momento de saudar, que veio acrescentar ainda mais valor e interesse à partida que se viria a disputar uma hora depois. À semelhança do que tinha acontecido no Estádio do Bessa, também neste jogo, e devido a estreita colaboração entre clubes, Liga, LaLiga e SportTV, foi possível realizar pequenas entrevistas durante o período de aquecimento, com as intervenções de um técnico de cada equipa. Durante o intervalo, foi a vez de Diogo Viana, lateral d’Os Belenenses, e de Luís Advincula, defesa do Rayo Vallecano e ex-jogador do Vitória

Neste segundo jogo da primeira edição dos Encontros Ibéricos, o vencedor também só foi conhecido no desempate por grandes penalidades. Desta vez, a equipa portuguesa foi mais feliz, acabando por vencer por 4-3. Nos 90 minutos regulamentares, o Rayo Vallecano

mentos de união. Uma hora antes do inicio da partida, e num momento inédito no futebol profissional português, os dois futebolistas juntaram-se no relvado para uma entrevista, para fazerem o lançamento da partida, e falarem de como seria o reen-

FC, fazerem o lançamento da segunda parte. No final, e depois da entrega dos troféus ao Man of the Match (Nuno Coelho), à equipa vencida e à vencedora, foi a vez de ouvir, no relvado, os intervenientes da partida d’Os Belenenses.

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SC COVILHÃ COM ESTÁDIO RENOVADO E UM SONHO A TORNAR-SE REALIDADE LIGA-TE Nº5

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PROFISSIONALISMO que nunca, um futuro ambicioso, feito de sonhos que começam a ver a luz da realidade. Aos 85 anos, o estádio entra na época 2018/19 rejuvenescido por um conjunto de obras realizadas a pensar no conforto dos adeptos e na melhoria das condições de trabalho do plantel profissional. Quem o diz é José de Oliveira Mendes, presidente do SC Covilhã, prestes a completar 14 anos à frente do clube. “É um sonho que está a tornar-se rea-

os adeptos, nomeadamente graças a uma pala que serve de proteção em dias de chuva ou de muito sol, dispõe de um camarote presidencial com 80 lugares, tribuna de imprensa e camarotes específicos para as rádios. No edifício desta bancada foram construídos os novos balneários para a equipa da casa, equipas visitantes e árbitros, uma sala destinada às reuniões de organização de jogos, um espaço de lazer e descanso para os jogadores e

lidade”, concretizado na sequência de uma gestão rigorosa, nomeadamente no plano financeiro. Na jornada inaugural da LEDMAN LigaPro, onde o SC Covilhã tem lugar garantido há 11 épocas consecutivas, foi estreada a primeira fase de construção da nova bancada poente, onde está incluída a bancada central. Além de um maior conforto garantido para

uma sala para realização de conferências de imprensa, entre outros espaços técnicos e administrativos. Os novos balneários permitiram libertar o edifício anterior, renovando-o para criar um gabinete de primeiros socorros e uma sala exclusiva para o controlo anti-doping. Uma das grandes novidades para a nova época é, no entanto, a nova iluminação do Estádio José Santos Pinto. Quatro torres com 35 metros de altura garantem, a partir de agora, a possibilidade de transmissões televisivas à noite. Não tão visível, foi também reforçada a componente de videovigilância do estádio, que passa a contar com um total de 16 câmaras espalhadas por todo o complexo. José de Oliveira Mendes concretiza assim um sonho, que já tinha começado com a construção da bancada do lado nascente, assegurando, para já, uma lotação máxima de 3 500 lugares sentados. Numa próxima fase, pretende aumentar este número, não só completando a bancada poente, mas erguendo, também, uma nova bancada no topo sul, bem ao estilo dos estádios ingleses. O presidente do SC Covilhã identifica,

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o novo balneário da equipa da casa, o símbolo do SC Covilhã povoa destacado os armários destinados a cada um dos jogadores. Nas paredes de verde fresco, a imagem da Taça O Século recorda o título da 2ª Divisão conquistado em 1948 e apela ao orgulho e à garra de todos aqueles que vestem o verde e branco dos Leões da Serra. Num outro ponto, a letra do hino recorda a todos que este velhinho de 95 anos continua sempre a ser um jovem, percorrendo um caminho traçado d’esperança, movido a força e coragem. No corredor, resguardado sob a nova bancada poente do octogenário Estádio José Santos Pinto, imagens alternam o preto e branco com as cores de memórias de um passado registado para eternidade que inspira, hoje mais do

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PROFISSIONALISMO de igual forma, a necessidade de substituir o atual relvado, inaugurado há 35 anos, quando fez desaparecer o pelado até então existente. Estas e outras empreitadas só avançarão, no entanto, quando o clube tiver garantida capacidade financeira para o fazer. “O clube tem as contas todas em dia, não tem dívidas e eu quero que continue assim. Por isso, só fazemos obras quando temos dinheiro para as pagar. Foi assim com este projeto e será assim com os projetos futuros que irei concretizar a breve trecho”, garante. O Estádio José Santos Pinto é propriedade do Município, mas encontra-se cedido ao SC Covilhã por períodos renováveis de 50 anos. Segundo o presidente do clube, a Câmara Municipal assume apenas os custos com a manutenção do relvado.

O clube utiliza, ainda, o Complexo Desportivo da Covilhã para os treinos da equipa principal, dispondo, no local, de outros espaços e equipamentos, designadamente ao nível da fisioterapia. José de Oliveira Mendes revela, ainda,

que o SC Covilhã é proprietário de um património avaliado em cerca de três milhões de euros, situado no centro da cidade, que compreende espaços explorados comercialmente, bem como a área social do clube.

UMA ACADEMIA COM VISTA PARA A SERRA

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obre a mesa do recém estreado gabinete da presidência, a planta com três campos de futebol chama a atenção. José de Oliveira Mendes não esconde o sorriso ao falar do projeto exposto. Trata-se da futura Academia do SC Covilhã, onde além de um relvado natural e dois sintéticos, está contemplada a construção de uma área residencial para jogadores do plantel principal e, sobretudo, atletas da formação que se encontrem deslocados. As imagens virtuais do projeto da Academia são uma visão privilegiada do futuro, que José de Oliveira Mendes pretende ver concretizada a breve prazo. “Mal haja disponibilidade financeira, será algo a construir muito rapidamente”, revela com um entusiasmo explicado por uma das fotografias a preto de branco que integram a decoração das paredes do corredor dos novos balneários do estádio e onde se pode ver o agora presidente ao lado de outros colegas de equipa, em tempos de futebol juvenil. “Percorri muito mundo ao longo da minha vida, mas não consigo esquecer a memória daqueles tempos, entre os 14 e os 19 anos de idade, passados aqui no Sporting Clube da Covilhã”, explica, recordando o período em que ficou a morar sozinho na terra-natal para poder jogar futebol, antes de decidir fazer carreira na vida militar.

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AGREGAÇÃO

VALENTIM LOUREIRO

“GOSTAVA QUE HOUVESSE MELHOR ENTENDIMENTO NO FUTEBOL” Valentim Loureiro foi o Presidente da Liga que desempenhou o cargo durante mais tempo. No ano do 40º aniversário da Liga, o major completa cinco décadas desde que entrou no mundo do futebol. Nesta entrevista, dada na sede da Liga, recorda os primeiros anos do organismo e alguns dos seus feitos

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o ano em que a Liga Portugal celebra 40 anos, Valentim Loureiro assinala cinco décadas de ligação ao futebol. Natural de Calde, Viseu, o próximo dia 24 de dezembro, véspera de Natal e dia de aniversário, será, certamente, passado a festejar os 80 anos de uma vida em grande parte dedicada ao desporto-rei, mas que, nem por isso, começou com especial talento para jogar à bola. Mas já lá vamos… Valentim Loureiro detém o recorde de mandatos como presidente da Liga. Ocupou o cargo entre 1989 e 2006, com apenas um intervalo entre 1994 e 1996.

Recorda ter participado nas primeiras reuniões que fundiram os interesses de diferentes movimentos de clubes. “Foi num hotel em Lisboa, na Avenida da República, que fundimos esses movimentos e daí partiu-se para as várias negociações e entendimentos” com vista à criação de uma Liga destinada a gerir o futebol profissional, “seguindo o que já se passava noutros países”. “Foram anos de crescimento e de afirmação do futebol profissional. E isto porque os dirigentes dos clubes, os seus presidentes, eram pessoas de palavra, honravam os seus compromissos”, recorda. “Houve, inclusive, compromissos

tretanto criadas, em guerra umas com as outras, num futebol muito beligerante”. Uma afirmação que reconhece ser polémica, mas, afinal de contas, é assim que o próprio major, em jeito de confissão, se define. “Tanto na Liga, como no Boavista, nunca ganhei um cêntimo, nem tinha regalias, trabalhava por carolice. E isso dava-me a independência para dizer o que pensava e, naturalmente, tornar-me um dirigente polémico”. Aliás, recorda com um sorriso, “era muitas vezes convidado para ir à televisão porque eles queriam audências e as audiências são as pessoas mais polémi-

Foram muitos anos que recorda com prazer, numa entrevista para a qual confessa não se ter preparado minimamente. A conversa foi, por isso, ao sabor de muitas histórias, no final de uma visita às instalações da Liga Portugal inauguradas pelo major há quase 19 anos. Regressando a um edifício onde já não entrava há muito, Valentim Loureiro confessa sorridente: “é agradável passar aqui e ver uma dúzia de funcionários ainda do meu tempo”. Desafiado a descrever as diferenças entre o antes e o depois do futebol português após a criação da Liga, o major realça o aspeto organizativo. “Passámos a viver de uma forma organizada”.

de que nenhum clube ia contratar um jogador de outro sem que fosse através de negociações, apesar de uma lei que surgiu após o 25 de abril e que permitia aos jogadores transferirem-se livremente, uma bagunça. Mas tudo isso foi harmonizado, foi-se evoluindo e o futebol foi-se solidificando no que respeita às regras”. Segundo Valentim Loureiro, naqueles primeiros anos “tudo correu sempre bem, os clubes e os seus presidentes tinham respeito uns pelos outros e aquilo que fosse acordado era cumprido”. Um respeito que, diz com desgosto, “hoje não acontece, com os clubes todos em guerra e as sociedades anónimas, en-

cas que as proporcionam. E eu também gostava disso”. Polémicas à parte, Valentim Loureiro sente orgulho pelo trabalho que desempenhou na Liga. Desde logo, pela maior transparência que afirma ter trazido ao futebol. Um exemplo: “recordo que, durante muitos anos, os jogadores de futebol ganhavam 250 ou 300 contos e na folha salarial apareciam 30 ou 40, que era o salário mínimo. Enquanto presidente da Liga, aquilo desagradava-me. Por isso, juntamente com os presidentes dos “três grandes”, negociamos com o ministro das Finanças Miguel Cadilhe um acordo e uma nova legislação em que os jogadores pagavam, no primeiro

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OS BINGOS E AS GRANDES TRANSFERÊNCIAS

ano, um quinto do que pagava qualquer trabalhador comum, no segundo um quarto e no terceiro um terço. E isso ficaria em definitivo”. Contudo, nesse terceiro ano, recorda, “a ministra Ferreira Leite acabou com isso, o governo de então não honrou os compromissos que tinha assinado, mas pronto, passamos a ter uma vivência perfeitamente legal, com os jogadores a pagarem os impostos devidos e os clubes a viverem na legalidade”. Valentim Loureiro sublinha ter sido reconhecido por esse trabalho desenvolvido na Liga e recorda, com orgulho, um jantar de homenagem de que foi alvo na Maia e o Grau de Comendador da Ordem do Mérito concedido pelo então Presidente da República, Mário Soares. Quatro décadas depois, o major faz, assim, um balanço positivo da sua passagem pelo futebol: “Eu gostei de ter estado no futebol, gostei de ter estado no Boavista, onde ganhámos Taças de Portugal, Supertaças, expressão nacional e internacional. Para mim, o futebol foi sempre muito agradável. Teve um período mau com a história do Apito Dourado que, no que respeita ao futebol, acabou numa multa, num processo que atirou com o Boavista para uma divisão qualquer, que já nem sei qual foi. O Boavista foi punido de uma maneira absolutamente indecente e inventada, que muito prejudicou o clube”. “Eu gostava muito do futebol, porque gosto de me relacionar com pessoas. E o futebol proporcionava-me relacionar-me com os jogadores, os treinadores, os sócios, as entidades públicas…”, acrescenta. Atualmente, confessa, “o futebol, prawww.ligaportugal.pt

ticamente, acabou para mim”. Os problemas pessoais decorrentes do Apito Dourado e o que sucedeu ao Boavista deixaram-no “triste, desiludido, aborrecido”. Em relação ao futuro, “gostaria que houvesse melhor entendimento no futebol, porque hoje não é só uma atividade desportiva de lazer, mas também uma grande atividade profissional, com orçamentos de grande envergadura, tanto ao nível dos clubes, como da Liga e da Federação”. “Dá-me muita pena os constantes problemas que surjem no futebol com os vários clubes, sobretudo ao nível dos três “grandes”, mas não só, em que todos se atacam uns aos outros e a sã convivência que nós estabelecemos acabou”, conclui.

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Num percurso de 50 anos de ligação ao futebol, Valentim Loureiro não hesita em reclamar para si várias medidas que foram, de alguma forma, inovadoras, quer como presidente da Liga como do Boavista FC. Uma delas, que significou uma «tábua de salvação» para muitos clubes, foi a criação dos bingos. “Os bingos são criados no meu tempo enquanto presidente da Liga. Na altura, negociado com o governo, o primeiro clube que teve bingo foi o Farense e o segundo o Boavista. Quando foram criados eram boas fontes de receitas para os clubes. E o Boavista beneficiou muito disso. Naquela época, só com as receitas do bingo, o clube vivia perfeitamente, não precisava de mais nada”, recorda. Recorda, também, o clube axadrezado como “pioneiro a fazer grandes transferências”. A primeira, lembra, “foi o Moinhos, contratado ao Vilanovense por 150 contos, que eu na altura emprestei, e dois anos depois foi transferido para o Benfica por 2500 contos. Era uma quantia que dava para o Boavista viver tranquilamente, sem mais receitas”. “Depois do Moinhos veio o Fraguito, proveniente do Vila Real por 100 contos e depois transferido para o Sporting por 1800. Mais tarde, houve muitas outras, como o João Vieira Pinto, etc..”.

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SEM JEITO PARA A BOLA… FOI PIONEIRO DA PUBLICIDADE EM ESTÁDIOS

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pesar dos seus 50 anos de ligação ao futebol, quando questionado sobre se levava jeito para a bola nos tempos de juventude, Valentim Loureiro dá uma gargalhada e responde de pronto: “Eu? Não, não”. Desfeito o «mistério» - o major nunca seria um talento para o seu Boavista aproveitar nos relvados – eis uma explicação mais elaborada. “Entrei na Academia Militar e nós tínhamos aulas de educação física, esgrima, equitação, etc.. Até râguebi jogávamos. Eu era um cadete normal, nada por aí além. Do ponto de vista desportivo, foi essa a passagem da minha vida, entre os 17 e os 19 anos. Depois, já como oficial do Exército, era da área da Administração Militar, pelo que a minha vida sempre foi administrar, sem nenhuma ligação especial ao desporto. Estudei na Escola Comercial e Industrial de Viseu, cheguei a ser sócio do Académico, depois vim para o Instituto Comercial do Porto, e portanto nunca fui jogador, nunca me afirmei nisso”. A área de afirmação, diz, sempre foi a da gestão, evidenciando-se como empresário, sobretudo a partir de 1973, quando criou “a primeira Electrovisão, que era uma empresa de eletrodomésticos”. A entrada no mundo do futebol aconteceu em 1968, através do Boavista. “Fui www.ligaportugal.pt

convidado pelo António Silva Reis para vice-presidente”, recorda, tendo assumido também a chefia do departamento de futebol. Mas, bem vistas as coisas, a verdade é que o futebol já não era totalmente estranho para Valentim Loureiro. A tal ponto que se revela pioneiro da publicidade afixada nos estádios portugueses. “A primeira publicidade afixada em estádios que apareceu em Portugal, haja al-

associativa capaz de ajudar à venda dos eletrodomésticos”, recorda. Os adeptos mais velhos recordam-se, provavelmente, dos prémios que a empresa de Valentim Loureiro oferecia

aos marcadores de golos no Estádio das Antas. Num dos jogos, curiosamente um clássico frente ao Benfica, o portista Lemos – que foi também jogador do Boavista – açambarcou todos os prémios ao apontar quatro golos. “Ganhou um televisor, uma máquina de lavar roupa, uma máquina de lavar louça e um frigorífico. Portanto, quatro prémios para quatro golos”, revela Valentim Loureiro. Um verdadeiro enxoval!

guém que me desminta, foi da Electrovisão, no Estádio das Antas”. Uma aposta reveladora do talento para os negócios e, também, do reconhecimento precoce, há mais de 40 anos, das potencialidades do futebol para alcançar os consumidores. “Naquela altura, eu tinha um sócio portista e até estava mais ligado ao FC Porto porque, comercialmente, era do meu interesse. Via no FC Porto uma massa 45

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“O SUCESSO DOS CLUBES É O NOSSO SUCESSO” V erão de 1988. Num período de férias conjunto, Alberto Pereira, o agora treinador do Swansea, Carlos Carvalhal, e António Soares decidiram dar aso ao “espírito jovem e empreendedor e gosto pelo desporto”, e fundaram, nesse ano, em Braga, a Lacatoni. A sua denominação advém de uma “sui generis” combinação anagramática baseada nos nomes do trio administrador: “Lakota”, “Ca” e “Toni”.

Com uma área de fábrica 6000 m2, a produção em outsourcing e a comercialização de material desportivo mantém-se como corebusiness da empresa – que tem um total 24 colaboradores –, tendo os clubes locais e regionais de futebol engrossado, inicialmente, a sua carteira de clientes.

Lacatoni é a marca desportiva portuguesa que mais emblemas profissionais equipa em Portugal No Porto, Coimbra, Leiria, Lisboa, Elvas, Madeira e Açores implementaram-se, gradualmente, showrooms para a exibição do vestuário, calçado e acessórios. Um “notório crescimento na década de

90 assegurou uma posição considerável no mercado desportivo nacional”, refere António Soares à LIGA-TE, com as camisolas de GD Chaves e de SC Braga como pano de fundo. Em 1996, o Rio Ave FC foi o primeiro clube profissional português “a mostrar confiança na capacidade e sensibilidade” da Lacatoni, que “tem como missão vencer”. “A partir daí, mais gente confiou em nós, tudo se desenrolou e somos agora uma referência”, afirmou o administrador, de 56 anos, asseverando que “quando sentem segurança e competência, as coisas acontecem naturalmente”. Atualmente, são 11 o número de emblemas profissionais que se tornaram clientes da Lacatoni: SC Braga e SC Braga B, GD Chaves, Os Belenenses SAD, FC P. Ferreira, A. Académica, FC Famalicão, CD Cova da Piedade, CD Mafra,

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AGREGAÇÃO SC Covilhã, CD Aves e Boavista FC. Além destes emblemas, também o staff da Liga Portugal e os respetivos delegados, quando participam em eventos desportivos, vestem equipamentos e calçado Lacatoni. Assim, a Lacatoni é a marca desportiva lusa que mais emblemas profissionais (ou não) equipa em Portugal. Para António Soares, tem que ver com a “satisfação das necessidades” e a “compreensão de negócio”, fruto de três décadas de experiência. “Fazemos aquilo que cada clube pretende, em conjunto com os nossos designers, atentando à sua história e identidade do mesmo, criando-lhes exclusividade. Em contrapartida, o sucesso dos clubes é o nosso sucesso”, afiançou. Quem também se regozija por esses êxitos é a Liga Portugal, representante das formações profissionais, com quem a Lacatoni estabeleceu uma parceria na época 2015-16, algo que faz o responsável desdobrar-se em elogios. “A nossa avaliação é claramente positiva. Têm uma boa gestão, um presidente [Pedro Proença] que percebe da indústria, com visão e sensibilidade. Por isso, estaremos sempre disponíveis para continuar”, assegurou.

DESIGN E APLICABILIDADE

Por força da competitividade e exigência técnica da sua área de atuação, a Lacatoni, aproveitando o know how da Universidade do Minho, criou, em 2008, um projeto de desenvolvimento de vestuário desportivo multifuncional, sob a orientação de Raúl Fangueiro, reconhecido quadro da instituição académica e perito na Plataforma de Tecnologia e

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Inovação da União Europeia. Esse material de alto rendimento e sem costuras permite aliar características técnicas e estéticas garantes de uma maior funcionalidade e conforto termofisiológico, dando, assim, outro tipo de resposta às necessidades dos futebolistas profissionais em campo. Simultaneamente à fidelização de clubes da Liga NOS e da LEDMAN LigaPro, a Lacatoni trilhou o mercado das modalidades amadoras em Portugal, comercializando equipamentos a clubes de andebol, basquetebol, voleibol, hóquei em patins e futsal. “Bem vincados” por cá, “com produtos de desempenho semelhante ou até superior à concorrência”, a Lacatoni está ainda presente em outros países europeus como Espanha, França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Chipre, Grécia, Noruega e Inglaterra. O mercado africano está, também, garantido, com uma presença em Angola, em Moçambique e em São Tomé e Príncipe, o que dá à Lacatoni um estatuto de multinacional. O enfoque futuro passa por grassar a internacionalização “de uma forma diferente daquela que tem sido feita” no Velho Continente, assim como na Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), sendo “necessária uma reestruturação interna para aumentar, ainda mais, a competência profissional”. A “já planeada” integração de mais sete pessoas na Lacatoni, formadas e experientes no setor, visa igualmente alcançar o cliente individual praticante de desporto. “Ainda não temos dimensão nesse aspeto, mas o valor de marca sim, pelo que será o nosso objetivo”, rematou António Soares.

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LACATONI APOSTA

NA RESPONSABILIDADE SOCIAL Defensora da Responsabilidade Social, a Lacatoni, construiu a sua própria academia desportiva em 2004, tendo, hoje, várias equipas de futebol de sete e de 11, que competem distritalmente nas instalações do Grupo Desportivo do Bairro da Misericórdia, clube regional de Braga. Com um “acentuado cariz social”, a Academia Lacatoni preza, junto dos seus atletas, pelos princípios da educação e saber estar no desporto e na vida em geral, assim como a sua motivação escolar em cada ano letivo. Em abril do ano passado, ofereceu 18 camisolas ao GD Chaves para um leilão de angariação de verbas num jogo da 29.ª jornada da Liga NOS, destinando-as a uma jovem transmontana de 14 anos, portadora de uma doença rara e hepática designada ‘Wilson’. Corroborando esse espírito social, António Soares revelou que a Lacatoni paga ainda as propinas universitárias a 20 estudantes, em parceria com uma instituição bracarense. “Tentamos ser discretos, mas o nosso trabalho nesta área é grande, e fazemo-lo com muita vontade, sempre com a perspetiva de ajudar”, garantiu António Soares. LIGA-TE Nº5


NOTÍCIAS

PARCEIROS SOCIEDADES DESPORTIVAS

FC PORTO CONQUISTA SUPERTAÇA

Depois de se ter sagrado campeão da Liga NOS em 2017-18, o FC Porto arrancou a época 2018-19 a todo o gás, ao vencer o CD Aves, vencedor da Taça de Portugal da época transata, por 3-1, em jogo da Supertaça Cândido de Oliveira. Depois da equipa da Vila das Aves se ter adiantado no marcador por intermédio de Falcão, os “dragões” deram a volta ao marcador com os golos de Brahimi, Maxi Pereira e Corona. Esta foi a 21.ª vez que a equipa de Sérgio Conceição venceu esta prova, tendo ganho mais de metade dos troféus disputados.

COMISSÃO DE DIÁLOGO SOCIAL REUNIDA Pedro Proença, Joaquim Evangelista, José Pereira e Luciano Gonçalves, Presidentes da Liga Portugal, do Sindicato dos Jogadores, da Associação Nacional dos Treinadores de Futebol e da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, respetivamente, estiveram na segunda reunião da Comissão de Diálogo Social. Depois de a primeira sessão se ter realizado em julho de 2017, no segundo encontro, que colocou na mesma mesa alguns dos representantes máximos do futebol profissional em Portugal, foi apresentado o Plano Estratégico 2018-2021 do SJ, assim como foi abordado o desenvolvimento do futebol português, nomeadamente a violência no desporto e a integridade das competições, a utilização de jovens jogadores, os quadros competitivos e o calendário das competições, a formação e qualificação dos agentes desportivos e o papel da Comissão de Auditoria da Liga. A próxima reunião realiza-se em outubro.

AGREGAÇÃO EM CONFERÊNCIAS CONJUNTAS

Vítor Oliveira e Manuel Cajuda, treinadores do FC Paços de Ferreira e Académico de Viseu, respetivamente, deram o exemplo com uma conferencia de imprensa conjunta, no rescaldo da partida que ambas as equipas disputaram na Allianz CUP, onde os “castores” levaram a melhor sobre os viseenses por 3-2. Para Vítor Oliveira foi “um sinal de amizade e a prova de que o futebol, sendo algo profissional, também pode ser um espaço de convívio fantástico e onde se podem fazer amizades". Apesar de ter perdido a partida, Manuel Cajuda retribuiu as palavras elogiosas. Já no ano passado, os treinadores do CD Tondela, Pepa, e o do Rio Ave FC, Miguel Cardoso, realizaram semelhante feito, depois da partida entre ambas as equipas para a Liga NOS.

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LIGA PORTUGAL E SL BENFICA CONVIDAM TAILANDESES RESGATADOS DE UMA GRUTA

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Liga Portugal pretende convidar para estarem presentes na Final Four da Allianz CUP os 13 elementos de uma equipa juvenil de futebol que, em julho passado, foram resgatados de uma gruta na Tailândia, onde permaneceram encurralados durante quase três semanas. Com o intuito de formalizar este convite, o Presidente da Liga, Pedro Proença, solicitou uma audiência ao Embaixador daquele país em Lisboa, naquela que, a concretizar-se, será a primeira grande ação da Fundação para o Futebol. O convite visa a possibilidade de poderem assistir aos jogos da Final Four da

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Allianz CUP e participar em atividades no âmbito da Semana do Futebol, que irá decorrer de 19 a 26 de janeiro, em Braga. Desta forma, a Liga Portugal pretende colocar em prática a solidariedade do futebol profissional português com o grupo de jovens tailandeses, que formam a equipa da Academia Moo Pa. Espera, também, desta forma, contribuir para a total recuperação dos previsíveis danos psicológicos causados pelo grave incidente, proporcionando a estes jovens uma viagem inesquecível e o convívio com algumas das principais equipas do futebol português.

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Logo após o resgate do grupo, várias Sociedades Desportivas manifestaram publicamente a sua solidariedade, tendo o SL Benfica formalizado junto do Embaixador da Tailândia a disponibilidade para acolher os 12 jovens futebolistas e o seu técnico para um estágio de uma semana no Caixa Futebol Campus, no Seixal, assegurando na totalidade as respetivas viagens e estadia. A solidariedade foi global, envolvendo iniciativas propostas por vários clubes, ligas e federações de todo o mundo, numa demonstração de que o futebol é rei também no domínio da solidariedade.

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RODINEY SAMPAIO | PRESIDENTE SAD PORTIMONENSE Presidente da SAD do clube algarvio desde maio de 2017, Rodiney Sampaio aponta ao futuro, alicerçado no apoio dos adeptos portimonenses e num projeto estruturado e consistente

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ual o momento mais marcante para si, desde que assumiu a direção da SAD do Portimonense? O momento mais marcante foi ver e sentir a alegria de todos de Portimão na conquista do nosso maior objetivo, que foi colocar o Portimonense [2016-17] na primeira liga e campeão nacional [da LEDMAN LigaPro], sem dúvida. O que diferencia o Portimonense dos demais? O Portimonense é diferenciado logisticamente, está no Algarve, em Portimão, e com ideias e planeamentos próprios. Não depende de ninguém, apenas de si, são 300 dias de sol e alegria por ano, e isto é a nossa motivação e o nosso maior orgulho e diferencial. Somos acolhedores e todos são bem-vindos, colocando, acima de tudo, o respeito por todos. Como vê o seu clube daqui a cinco anos? Somos visionários e com um planeamento 3x1 (três anos por consolidar objetivos próprios), seremos uma referência nacional e internacional em cinco anos, não tenho dúvidas disso, seremos um clube forte, simpático, e acima de tudo sério. Quais os grandes objetivos do Portimonense para esta temporada que se avizinha? O nosso objetivo para este ano será o “step by step up”: vamos fazer melhor que a época passada e será assim nos próximos anos. Não pensamos numa temporada, pensamos sim em solidez e consistência. A manutenção está em primeiro plano. Que passos podem ser dados para promover uma maior sustentabilidade e competitividade da competição? A Federação Portuguesa de Futebol, a Liga Portugal e os clubes, em conjunto, têm como obrigação manter a segurança e organização total, auxiliando LIGA-TE Nº5

e praticando, saindo da teoria, apenas. Os clubes têm de ter uma estrutura digna para a prática do futebol, com estádios e relvados em condições, para ostentar o título de campeão europeu [de seleções AA], de sub-19 e com o melhor jogador do mundo. Os dirigentes têm de ser responsáveis por manter o melhor plantel e a sustentabilidade do clube, com princípios éticos e profissionais. Complete a seguinte frase: tendo como marca que o distingue o talento, o futebol português deve, a médio/longo prazo... ... caminhar para a propagação regional do futebol, levando condições para o desenvolvimento do desporto às regiões mais carentes, atraindo os jovens para a prática e paixão pelo futebol no âmbito regional, para que no futuro próximo exista uma competitividade entre todos, onde quer que estejam localizadas.

PORTIMONENSE Fundação: 28/11/1907 Estádio Municipal de Portimão Inaugurado em 01/06/1937 Lotação: 6 mil lugares

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1 II Divisão (2016-17) 2 II Divisão B (1978-79, 1992-93 e 2001-01) 50

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“SEREMOS REFERÊNCIA NACIONAL E INTERNACIONAL EM CINCO ANOS”

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PAULO LOPO | PRESIDENTE DA SAD DO LEIXÕES SC

“LEIXÕES SC É UM CLUBE DIFERENTE E APAIXONANTE” Paulo Lopo, defende que “a centralização dos direitos televisivos e a democratização do poder de decisão da Liga” são fundamentais para o futebol português

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ual o momento mais marcante para si, desde que assumiu a presidência da SAD do Leixões SC? São dois os momentos marcantes: o primeiro jogo, em Freamunde, em outubro de 2016. Estávamos numa situação complicada, estreávamos um treinador (Kenedy), defrontávamos um concorrente direto e ganhámos; O segundo momento foi o jogo com o Praiense, no playoff, em que garantimos a permanência na Ledman LigaPro após uma época muito difícil. O que diferencia o Leixões SC dos demais? LIGA-TE Nº5

É um clube diferente, apaixonante, especial, com uma vivência própria. Tem um misto de história rica com uma massa adepta ímpar. O ambiente durante os jogos tem uma envolvência emocional mágica e difícil de explicar de forma racional. O Leixões é grande desde as camadas jovens à equipa profissional e produz uma grande quantidade de talentos que se encontram espalhados pelos melhores clubes nacionais e internacionais. Como vê o seu clube daqui a cinco anos? Quando a minha administração tomou posse, a SAD e o Clube encontravam52

-se em falência técnica. Desde então fizemos um trabalho de recuperação financeira que permitiu reduzir o défice em 750 mil €, cerca de 20% do total do passivo. O nosso trabalho permitiu ainda à equipa profissional realizar um campeonato tranquilo e até aspirar a algo mais. Ao mesmo tempo, a equipa de sub-19 fez uma das melhores épocas de sempre como prova o honroso 5.º lugar conseguido no Nacional da 1.ª Divisão. Ou seja, daqui por 5 anos espero ter o Leixões no lugar que merece, que é a Primeira Liga, estabilizado financeiramente e sustentável desportivamente. Quais os grandes objetivos do Leixões www.ligaportugal.pt


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SC para esta temporada que se avizinha? O objetivo principal é uma época longe de sobressaltos, mas queremos fazer um campeonato melhor do que o anterior, tentando andar perto dos lugares cimeiros e com a ambição de poder lutar pela subida de divisão. Que passos podem ser dados para promover uma maior sustentabilidade e competitividade da competição? O Leixões é solidário com as propostas do G15 no sentido de descentralizar o

que esteja. Estamos confiantes de que assim será, porque temos atualmente uma Liga superprofissionalizada, responsável, participativa e bem gerida pelo presidente, Pedro Proença. Preocupa-nos mais o que está fora da Liga, nomeadamente o Campeonato de Portugal, que terá de ser obrigatoriamente reformulado, sob pena de poderem acabar mais alguns clubes históricos. É um campeonato com demasiadas equipas, desestruturado em termos desportivos e sem estabilidade financeira.

poder até há pouco nas mãos dos três grandes, consciente de que a evolução do negócio futebol terá de passar por dois fatores preponderantes: a centralização dos direitos televisivos e a democratização do poder de decisão da Liga, concedendo um voto a cada clube, independentemente da divisão em

Complete a seguinte frase: tendo como marca que o distingue o talento, o futebol português deve, a médio/longo prazo, caminhar para... ... campeonatos menos permeáveis à influência dos clubes grandes, acabando-se, por exemplo, com o excesso de empréstimo de jogadores.

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LEIXÕES SC Fundação: 28/11/1907 (111 anos) Estádio do Mar Inaugurado em 01/01/1964 Lotação: 9730 lugares

PALMARÉS

1 Taça de Portugal (1960-61) 1 II Divisão (2006-07) 2 Liguilha I/II Divisão (1971-72 e 1973-74)

2

II Divisão B (1937-38 e 2002-03) LIGA-TE Nº5


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AGREGAÇÃO

O AMBIENTE

É DE TODOS! CUIDEMOS DELE... USE O COPO CERTO

MENOS DESPERDÍCIO MAIS SUSTENTABILIDADE PROGRAMA LIGA AMBIENTE

devidamente separados. Para evitar o desperdício de plástico, cada funcionário passará a ter uma chávena de vidro e nas impressoras passará a haver uma “bandeja ecológica”, onde vai estar papel de rascunho e reciclado para impressões triviais. Esta série de medidas junta-se a um grande projeto tecnológico e que, paralelamente, aposta também na vertente ecológica, como é o caso do e-Liga, e que permite a poupança de uma tonelada de papel por temporada, com o ecossistema digital da Liga Portugal. São enormes gestos ecológicos, como

O SEU PAPEL É IMPORTANTE

A

s recentes imagens do paradisíaco mar das Caraíbas, junto à República Dominicana, com toneladas de lixo e plástico a dominarem a paisagem, estão ainda bem vivas, mas é preciso que todos tenham consciência dos passos que há a dar para que o meio ambiente seja um lugar mais saudável e onde seja bom viver. Na Liga estamos a dar os primeiros passos, agora de forma organizada, em relação ao melhor método para preservar os recursos naturais, essenciais no desenvolvimento da civilização e na sobrevivência da sociedade em geral. Com este projeto, entregue à área de Responsabilidade Social, a Liga Portugal pretende que os seus funcionários adotem comportamentos responsáveis para a poupança de recursos naturais, promovendo a recolha seletiva de materiais utilizados no quotidiano interno ou incentivar o uso de materiais reciclados e reutilizáveis. Nas instalações da Liga Portugal, no Porto e em Lisboa, passam a existir, espalhados por vários pontos, caixotes de reciclagem, onde os resíduos serão www.ligaportugal.pt

CADA GOTA CONTA

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desperdícios que daí possam vir, estão a ser analisados e aos nossos funcionários será pedida uma maior responsabilidade nestes campos. O adeus ao plástico, na organização que gere o futebol profissional, será feito de forma gradual e, mesmo sabendo que o corte não será definitivo, – seria utopia pensar nisso – é certo que as medidas passam por uma maior implementação de cuidados. Exemplo? Nas mesas de reuniões deixará de haver garrafas de plástico e serão todas substituídas por elementos de vidro, claramente mais ecológicas. A meta é simples:

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este, que nos orgulham diariamente. O uso de máquinas de água purificada ou a substituição de lâmpadas normais para LED são normas instituídas e que vão ser prolongadas com novas medidas e serem implementadas desde já. Em vários pontos estratégicos do edifício vão existir cartazes para lembrar a necessidade de reciclar, de poupar e cuidar do meio ambiente. Mais do que dizer vamos fazer, na Liga Portugal este é um projeto pensado e estudado. Nada foi estruturado ao acaso. Consumos de água e luz, e eventuais 55

DEIXE APENAS AS SUAS IDEIAS ACESAS

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LIGA-TE Nº5


AGREGAÇÃO: PORTUGUESES LÁ FORA

BRUNO BALTAZAR

“O FUTEBOL PORTUGUÊS É VISTO COMO UM EXEMPLO A SEGUIR PELOS CIPRIOTAS”

Outrora defesa central, Bruno Baltazar iniciou a carreira de treinador na época 2010-11, ao serviço do Sintrense. Seguiram-se o Atlético CP, a seleção nacional filipina, o Casa Pia, o El Jaish SC, do Catar e Olhanense SC, antes de rumar ao Chipre, em 2016-17. Na terceira ilha mais populosa do Mar Mediterrâneo, comum destino para técnicos portugueses “por serem reconhecidas capacidades técnicas, teóricas e profissionais”, o percurso de Bruno Baltazar tem sido ascendente. Cumpriu com o que lhe pediram no AEL Limassol, o que lhe valeu uma mudança para o Apoel, crónico campeão cipriota. E manteve a tradição. Assim como mantém como objetivo regressar a Portugal.

O

que o motivou a abraçar, em 2016, um desafio futebolístico no Chipre? Após ter saído do Olhanense, devido à situação muito complicada que se vivia no clube, fui surpreendido pelo convite do AEL Limassol que, a dois meses de terminar a época 16/17, estava também a atravessar um momento complicado e encontrava-se longe dos lugares europeus, o principal objetivo do clube. Tendo jogado no Chipre no passado,

ter a possibilidade de treinar um clube com grande expressão desportiva e social numa liga europeia e a oportunidade de poder participar em competições europeias, foi, sem dúvida, o maior aliciante que me fez aceitar o desafio. Ingressou, primeiro, no AEL Limassol, mas agora orienta um crónico candidato ao título, o APOEL. Tratou-se de um reconhecimento da sua capacidade… Um clube com a grandeza desportiva e social como o APOEL, com a exigência de ser campeão nacional a cada ano

conhecia a importância e a responsabilidade de treinar o AEL e sabia que apesar de ser um grande desafio, não poderia recusar o convite e por isso decidi aceitar. O campeonato cipriota continua a não ter grande expressão na Europa mas, sendo um treinador jovem e o facto de

e com a responsabilidade de participar na fase de grupos de uma das competições europeias, apenas contrata treinadores a quem reconhece capacidades para liderar um projeto com esta magnitude e responsabilidade. Foi, sem dúvida, o reconhecimento do trabalho realizado no AEL que abriu as

LIGA-TE Nº5

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portas do APOEL e neste momento apenas quero retribuir a confiança depositada em mim pelo presidente e pela direção do clube. O principal objetivo foi atingido e o título de campeão nacional foi alcançado após recuperarmos de uma posição desfavorável em relação ao nosso rival Apollon. A motivação de trabalhar mais para alcançar os objetivos propostos é enorme e o desejo de crescer como treinador faz-me abraçar este projeto com muito empenho e dedicação. Como descreve a sua experiência até ao momento? A experiência está a ser bastante positiva em termos profissionais e pessoais. Cheguei a Chipre em março de 2017 e, passado um ano e pouco, e analisando o meu percurso, fico bastante feliz por www.ligaportugal.pt


AGREGAÇÃO: PORTUGUESES LÁ FORA

constatar que sou campeão nacional com o APOEL e que obtive a respetiva classificação para a Liga dos Campeões, que alcancei uma classificação com o AEL para a Liga Europa e que tive a possibilidade de participar em vários jogos europeus. Portanto, estou muito feliz com a experiência até ao momento. Em termos pessoais posso dizer que gosto muito de viver no Chipre juntamente com a minha família. A qualidade de vida é muito boa e, apesar das rivalidades e da forma apaixonada como as pessoas vivem o futebol, Chipre é um país bastante agradável, seguro e perfeito para se viver tranquilamente. Qual o impacto do futebol profissional português no Chipre? Portugal e, principalmente, o futebol português é visto como um exemplo a www.ligaportugal.pt

seguir pelos cipriotas. Há mais de uma década que Chipre é destino profissional para vários jogadores e treinadores portugueses, pois são reconhecidas as nossas capacidades técnicas, teóricas, profissionais e de adaptabilidade a um contexto social e profissional diferente. Sendo ambos os países considerados pequenos a nível europeu, os cipriotas admiram-se com a nossa capacidade de formar tantos jogadores de qualidade e existe por aqui muita curiosidade para saber como esse "processo" é realizado. O treinador português é respeitado e admirado, mas confesso que existem outras nacionalidades vistas com mais respeito e crédito em relação à portuguesa. Enquanto "embaixador" do futebol português no estrangeiro, sinto a responsabilidade de representar os treinadores portugueses no Chipre e a responsabilidade de deixar boa imagem de forma a abrir portas para outros treinadores lusos no futuro. Como analisa, agora à distância, o futebol profissional em Portugal? Acompanho atentamente tudo o que se passa no futebol português e confesso que me preocupa o clima de "guerrilha" que existe neste momento. Vejo, com alarmismo, muita gente que não pertence ao futebol a ter voz ativa de forma bastante negativa, constato que existem programas televisivos que servem apenas para inflamar a opinião pública e criar ódio e divisão e que cada vez mais se discute e se debatem temas "acessórios", falando-se cada vez menos do jogo em si e da sua essência. Somos campeões europeus em seleções e há vários anos que temos o melhor jogador do mundo. Por isso, temos o direito, mas também a responsabilidade, de ter uma liga que se adeque ao estatuto que alcançámos no último Campeonato da Europa com bastante sacrifício. Temos treinadores, jogadores e outros agentes desportivos de classe mundial, por isso a nossa liga tem de alcançar o mesmo nível e tem de trabalhar arduamente para entrar no top 5 das ligas mundiais. Objetivo aparentemente algo utópico e desmedido, mas o que é certo é que o estado do nosso futebol é preocupante e requer uma profunda e cuidada análise. Ambiciona regressar para treinar nas competições profissionais? Regressar a Portugal é, sem dúvida, um objetivo, mas, neste momento, estou 57

bastante feliz no APOEL. Tem havido contactos e sondagens de clubes da Liga, o que demonstra que as pessoas em Portugal estão atentas ao meu trabalho e ao meu percurso. Quero, e tenho conseguido, fazer a minha carreira de uma forma sustentada para não dar passos maiores que a perna. Orgulho-me bastante dos clubes e da seleção por onde passei e dos vários objetivos que alcancei, destacando a subida de divisão no Sintrense, a final do play-off de subida atingida com o Casa Pia, a conquista da taça do Catar e o título de campeão nacional com o APOEL. Treinar em várias divisões, vários países e em diferentes contextos desportivos e culturais, permite-me ter mais conhecimento a diversos níveis, assim como crescer enquanto pessoa e treinador, possibilitando maior preparação para projetos de maior envergadura e responsabilidade, como é o caso do APOEL. No futebol o futuro é sempre bastante incerto, mas voltar a Portugal acontecerá naturalmente e num futuro próximo. Espero, ainda, que os campeonatos da 1ª e 2ª Liga sejam bem disputados, emotivos e que honrem a qualidade do nosso futebol. Juntos por um futebol português melhor!

APOEL DE NICOSIA Fundação: 1926 (92 anos) Estádio: New GSP Stadium Lotação: 22.859 lugares

PALMARÉS

27 Vencedor da Liga Marfin Laiki 21 Vencedor da Taça do Chipre 13 Vencedor da Supertaça do Chipre 1 Quartos-de-final da Liga dos Campeões (2011-12) LIGA-TE Nº5



FICHA TÉCNICA

LIGA-TE: EDIÇÃO 005 DIREÇÃO: Pedro Proença EDITORA: Vanda Cipriano REDAÇÃO: António Barroso, Pedro Bessa, Nuno Teixeira e Hugo Lopes FOTOGRAFIA: Hernani Pereira, Gualter Fatia e Pedro Trindade DIREÇÃO COMERCIAL E PATROCÍNIOS: Susana Rodas DESIGN E PAGINAÇÃO: Adriano de Carvalho IMPRESSÃO: Greca - Artes Gráficas TIRAGEM: 800 exemplares PERIOCIDADE: bimestral


Rua da Constituição 2555 4250-173 PORTO

T: +351 228 348 740 www.ligaportugal.pt


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