Nยบ 10 JU L 201 9
LUZ, CÂMARA, PIPOCAS, AÇÃO
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MUNDO JURÁSSICO: REINO CAÍDO
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LIGA-TE EM RESUMO 08/13 KICK-OFF
14/15 BOLA SELECT
16/19 NUNO PINTO
20/21 LIGA NOS
24/41 LIGAPRO
42/45 GIL VICENTE
47/51 COPA IBÉRICA 52/53 FUNDAÇÃO DO FUTEBOL
54/56 OS EMBAIXADORES DA LIGA PORTUGAL
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LIGA-TE Nº10
Editorial
UMA NOVA ERA
PEDRO PROENÇA | PRESIDENTE DA LIGA PORTUGAL
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época 2019-20 já arrancou e uma nova caminhada competitiva está a começar, para alegria de todos aqueles que praticam, seguem e amam futebol. Os grandes palcos das três competições profissionais – Liga NOS, LigaPro e Allianz CUP – voltam a receber o talento de jovens que sonham, de profissionais que dão melhor de si, de atletas que representam a elite de uma das maiores indústrias do mundo. Celebrados os títulos e os feitos, ultrapassadas as tristezas por objetivos não cumpridos, recuperadas as forças, é hora de recomeçar tudo de novo e olhar para as vitórias do futuro. Mais do que o início habitual de uma nova época, este ano desportivo significa para a Liga Portugal o arranque de uma nova era. Para trás ficam quatro anos marcados pela recuperação da credibilidade do organismo que representa o futebol profissional e, com isso, a desejada reaproximação de patrocinadores e adeptos. Foi um período de muito trabalho para dar resposta a desafios que passaram por encontrar soluções para a insustentabilidade das nossas LIGA-TE Nº10
competições e para a situação financeira muito complicada de várias Sociedades Desportiva e da própria Liga. Atuámos, por isso, com base num plano estratégico orientado para aumentar a competitividade, definir um modelo justo, transparente e equitativo de distribuição de receitas, introduzir novas tecnologias, apostar na meritocracia e na competência, adotar as práticas de sucesso das principais ligas europeias e melhorar a imagem da Liga Portugal – e, por consequência, do Futebol Profissional – junto de público e parceiros. Rigor, Talento, Profissionalismo e Agregação foram os valores que estiveram presentes em toda a nossa atuação. Apostámos na modernização, na rentabilização e na promoção da Liga e das suas competições. Acredito que fomos bem sucedidos, não só porque os relatórios assim o demonstram, mas também porque as Sociedades Desportivas voltaram a dar um expressivo voto de confiança no nosso projeto. Pessoalmente, um motivo de grande orgulho e de profunda gratidão pelo reconhecimento. Esta última época desportiva, cuja fase 4
final está refletida nesta edição, teve muito daquilo por que lutamos ao longo dos últimos quatro anos, destacando-se a competitividade da Liga NOS e da LigaPro, cuja maioria das decisões teve que aguardar pela última jornada. O fim de um mandato e a eleição para um novo quadriénio não significam, porém, que tenhamos cortado uma meta e regressado à casa de partida. Nem sequer houve “apito” para intervalo. Apesar do período eleitoral, a Liga Portugal continuou a trabalhar e apenas 14 dias depois das eleições e 12 dias após a tomada de posse dos novos órgãos sociais, viu a sua Assembleia Geral aprovar o Orçamento e Plano de Atividades para a época 2019-20. A confiança que as Sociedades Desportivas depositaram em nós merece que mantenhamos este nosso nosso compromisso com o Futebol Profissional. Continuaremos a trabalhar, mais motivados do que nunca, para a sustentabilidade, a prosperidade, a modernidade e a internacionalização. O Futebol Português tem muito talento dentro e fora do campo. Saibamos aproveitá-lo, potenciá-lo, dar-lhe a diwww.ligaportugal.pt
mensão que merece, através da inovação tecnológica, do combate sem tréguas à manipulação e à corrupção, da contribuição para o diálogo social, da implementação de um modelo de negócio mais vantajoso e da valorização do espetáculo desportivo, potenciando com isso o retorno económico. Foi com esse propósito que definimos um conjunto de 11 objetivos estratégicos para o período 2019-2023, assentes em cinco eixos de intervenção: 1. Afirmação da Liga Portugal, tendo em vista aumentar a sua notoriedade e protagonismo; 2. Valorização das Competições, para uma maior transparência e melhor regulação do Futebol Profissional português; 3. Industrialização do Futebol Português, com base numa estratégia integrada para maior valorização comercial do espetáculo, gerido como um negócio; 4. Aposta no Digital, para acelerar a
digitalização da Liga Portugal e no futebol português; 5. Internacionalização da Liga Portugal, para obtenção de uma significativa vocação da Liga Portugal além-fronteiras. No próximo quadriénio, que agora principiou, são muitos grandes os desafios que nos esperam. Desde logo, a necessidade de avaliar a viabilidade da negociação dos direitos televisivos no futuro. Continuar a estimular a competitividade e o equilíbrio competitivo. Internacionalizar as nossas competições profissionais de futebol. Garantir a sustentabilidade das Sociedades Desportivas. Dar resposta às mudanças tecnológicas através de uma política ativa de inovação. Assegurar a integridade das nossas competições desportivas. Responder positivamente à mudança do perfil dos nossos consumidores. Qualificar e valorizar o espetáculo. Incentivar, cada vez mais, o diálogo social, fazendo con-
vergir os interesses entre os seus protagonistas. Alterar o paradigma cultural que, frequentemente, dificulta a implementação de um novo modelo de negócio. Implementar um novo modelo de governação, simultaneamente democrático, ágil e fiável, que promova uma gestão moderna da Liga Portugal. Estamos conscientes de que não são objetivos fáceis de concretizar, mas temos a convicção de que unidos, desenvolvendo um trabalho conjunto em torno de um objetivo comum, seremos capazes de fazer do Futebol Profissional português não só uma atividade sustentável e rentável, mas também um exemplo para muitos outros setores económicos. Independentemente dos fatores competitivos dentro de campo, sem os quais o futebol não sobreviveria, a união fora dele deve ser um objetivo comum. Só assim estaremos a defender a indústria do Futebol Profissional, o negócio de todas as Sociedades Desportivas, potenciando o seu desenvolvimento e enriquecimento. Como dizia Vinícius de Moraes, “nunca estamos sozinhos quando vivemos e respiramos futebol”. É na união e no trabalho em equipa que está a nossa força. A Força do Futebol. Saibamos fazer-lhe jus!
Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal.
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RESTANTES ÓRGÃOS SOCIAIS DA LIGA PORTUGAL MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
PRESIDENTE: Carlos Manuel Baptista Branco VICE-PRESIDENTE: Paulo Pimenta Machado VOGAL: António Fernando Mesquita Barbeitos SUPLENTE: Pedro Alexandre Tardão Lima Pimentel Alves
PRESIDENTE: Fernando Mário Garcez Borges da Costa VICE-PRESIDENTE: Rui Pedro Neves da Costa Azevedo SECRETÁRIO: André Duarte de Matos Faria SECRETÁRIO: António Francisco Gaspar Lança Schwalbach
CONSELHO FISCAL
CONSELHO JURISDICIONAL
PRESIDENTE: Américo Joaquim Pires Esteves VOGAL: João Fernando Magalhães VOGAL: João Orlando Vieira de Carvalho VOGAL: Pedro João Alves Carneiro Marques VOGAL: Margarida Eugénia Dias Ferreira VOGAL: João Manuel do Nascimento Faria Gayo
DIREÇÃO DA LIGA PORTUGAL PARA A ÉPOCA 2019-20
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Direção da Liga Portugal para a época 2019-20 foi definida no passado dia 5 de julho, após os procedimentos que decorreram na sede do organismo, no Porto. Além do Presidente da Liga, Pedro Proença, e do representante da Federação Portuguesa de Futebol, o corpo
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diretivo mantém as sociedades desportivas do FC Porto, SL Benfica e Sporting CP que, por sua vez, cooptaram o CD Tondela e Gil Vicente FC, enquanto representantes da Liga NOS. Em representação da LigaPro, foram eleitos pelos seus pares o Leixões SC, o CD Mafra e CD Cova da Piedade.
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VOGAL: Maria João Ramos Monteiro Soares Ribeiro SUPLENTE: Andreia Lisete Miranda da Silva SUPLENTE: Filipe António Carvalho de Sousa Basto SUPLENTE: Natacha Carvalho Soares SUPLENTE: Sérgio Fernandes Seco de Castro Nabais
Os mandatos das Sociedades Desportivas agora eleitas têm a duração de uma época desportiva. De acordo com os Estatutos da Liga Portugal, a Direção é constituída pelo seu Presidente, que tem voto de qualidade, cinco Sociedades Desportivas da Liga NOS, três da LigaPro e um membro da direção da Federação Portuguesa de Futebol.
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PONTAPÉ DE SAÍDA NA ÉPOCA 2019-20
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omo já vem sendo hábito, a cerimónia “Kick-Off" assinalou, no dia 5 de julho, o arranque da nova época desportiva, com a realização do sorteio das Competições Profissionais e a entrega dos prémios referentes a 2018-19. O Palácio da Bolsa, no Porto, foi o local escolhido para o evento deste ano, que contou com a presença de mais de 300 convidados. A maioria das Sociedades Desportivas estiveram representadas, através dos seus presidentes, dirigentes ou jogadores, numa cerimónia que repetiu o êxito experimentado nas edições anteriores. João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto, João Vieira Pinto, em representação da Federação Portuguesa de Futebol, e o empresário Joaquim Oliveira, foram alguns dos ilustres que também fizeram questão de marcar presença no histórico monumento da cidade do Porto. Esta cerimónia assinalou ainda a apresentação da nova bola das competi-
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ções profissionais, a “Select Brillant Super TB”, da marca Select, num momento apadrinhado pelos Embaixadores da Liga Portugal, Neno e Jorge Andrade. Alan, também Embaixador da Liga, esteve igualmente presente na cerimónia, sendo o responsável pelo sorteio da primeira e da segunda fases da Allianz CUP, cujos jogos estão agendados para o final de julho e início de agosto. Estes encontros serão, aliás, os primeiros duelos oficiais da época, que iniciou no dia
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1 de julho do ano corrente. A Liga Portugal manteve, assim, a forte aposta num dos momentos da época mais esperados pelas Sociedades Desportivas e pelos amantes do futebol, num dia que tem como objetivo premiar os protagonistas da temporada anterior e revelar os tão ansiados sorteios da Allianz CUP, LigaPro e Liga NOS, num clima de agregação com todos os agentes responsáveis pelo sucesso das competições da Liga Portugal.
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JOAQUIM OLIVEIRA DISTINGUIDO COM O PRÉMIO PRESTÍGIO 2019 O empresário Joaquim Oliveira foi distinguido com o Prémio Prestígio 2019, atribuído pela Liga Portugal com o objetivo distinguir figuras que se destacaram na promoção e desenvolvimento do futebol português. Fundador da “Sport TV”, o primeiro canal de televisão em Portugal exclusivamente dedicado ao desporto, Joaquim Oliveira está, também, ligado a grupos como a Olivedesportos, Lusomundo, Sportinveste, Global Media Group e Controlinveste. Após receber o prémio das mãos de
Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal, Joaquim Oliveira fez uma emocionada declaração, aqui resumida: “É uma honra ser distinguido com o Prémio Prestígio Liga Portugal. Ainda mais quando, antes de mim, este prémio foi entregue a uma figura de tão grande prestígio, nacional e internacional, como o é Fernando Gomes. Quando, em 1984, fundei a Olivedesportos, motivava-me ajudar o futebol português a crescer e a valorizar-se. Mas estava longe de pensar que, decorridos 35 anos, a evolução seria tão significativa e que,
pessoalmente, todo o meu empenho e dedicação seriam reconhecidos com um prémio como este. Tenho orgulho em ser parceiro da Liga Portugal. O futebol português está hoje num período de qualidade e confiança sem precedentes. É uma honra e um orgulho ter participado em tudo isto, ter contribuído para ajudar o futebol português a atingir esta escala. Podem continuar a contar comigo. Sinto-me muito honrado com este prémio, que dedico à minha mulher, aos meus filhos e aos meus netos que, como sempre, me têm apoiado".
MELHOR JOGADOR LIGA NOS: BRUNO FERNANDES (SPORTING CP) “Quero agradecer a todos aqueles que votaram em mim para esta distinção como melhor jogador do ano da Liga NOS. Agradecer também a toda equipa, aos meus companheiros, staff, adeptos e a todos aqueles que ajudaram a que este prémio fosse conquistado pelo segundo ano consecutivo. Estou muito feliz e continuarei a lutar para que, no próximo ano, possa voltar a estar na luta por esta nomeação”.
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JOGADOR FAIR-PLAY LIGAPRO: RÚBEN FREITAS (CD MAFRA) “Os valores do fair-play passam um pouco pela família, os nossos pais, que nos ajudam muito, e nós transmitimos isso para dentro de campo, e isso é o mais importante”.
JOGADOR FAIR-PLAY LIGA NOS: ÉDER MILITÃO (FC PORTO) “Quero agradecer a todos o prémio do Fair-Play. Fico muito feliz, foi uma experiência muito boa que vivi em Portugal, muito obrigado pelo apoio de todos.”
JOGADOR JOVEM DO ANO LIGAPRO: JOTA (SL BENFICA B) “Gostava de agradecer a todos pela distinção com este prémio. Certamente um estímulo para daqui em diante me dar força e continuar a trabalhar forte.”
JOGADOR JOVEM DO ANO LIGA NOS:
Yanick Oliveira venceu a edição 2018-19 da Liga NOS Virtual, numa competição que contou com mais de 80 mil participantes. O prémio foi entregue por Felipe Gomes, responsável de patrocínios da NOS.
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JOÃO FÉLIX (SL BENFICA) “Quero agradecer a todos os capitães e treinadores da Liga NOS que votaram em mim. Estou muito contente por receber este prémio. É um troféu que não seria possível sem a ajuda da minha equipa, do Presidente, do mister que acreditou em mim e dos adeptos. O meu muito obrigado a todos”.
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MELHOR MARCADOR LIGAPRO: PIRES (FC PENAFIEL) É um grande orgulho receber este prémio pela terceira vez. Agradeço aos companheiros de equipa. Estou muito feliz e sinto-me com a mesma vontade e determinação.
João Moreira foi o primeiro classificado no quadro de Delegados da Liga Portugal, na época 2018-19. Com 95,872 de pontuação, o gestor de empresas, de 37 anos, marcou presença em 31 jogos da Liga NOS, LigaPro e Allianz CUP. A distinção foi entregue por Sónia Carneiro, Diretora Executiva Coordenadora da Liga Portugal.
MELHOR MARCADOR LIGA NOS: SEFEROVIC (SL BENFICA) É um orgulho enorme receber este prémio, fiz tudo para ganhar um lugar no futebol português. Estou muito feliz por ser o melhor marcador do campeonato, mas este não é um prémio individual, é um prémio da equipa, do presidente, do mister e dos adeptos. Muito obrigado a todos.
CLUBE FAIR-PLAY LIGA NOS: BELENENSES
MELHOR GUARDA-REDES LIGAPRO: RICARDO RIBEIRO (FC PAÇOS DE FERREIRA) É sempre um grande orgulho ser premiado pela segunda vez consecutiva. Sem a ajuda dos meus colegas e de toda a direção do FC Paços de Ferreira, que foi fantástica, nada disto seria possível.
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MELHOR TREINADOR LIGAPRO: VÍTOR OLIVEIRA (FC PAÇOS DE FERREIRA) Estou contente por receber este prémio, agradeço a todos os que votaram em mim. É um incentivo para continuar a trabalhar, sempre focado, a fim de ganhar muitas vezes e conseguir boas classificações.
MELHOR TREINADOR LIGA NOS: BRUNO LAGE (SL BENFICA) É um motivo de grande orgulho receber este prémio, principalmente por ser o reconhecimento do nosso trabalho. Partilho este prémio com o presidente, com a estrutura e principalmente com os jogadores, que foram os grandes obreiros da reconquista.
MELHOR JOGADOR LIGAPRO: RELVADO DO ANO LIGA NOS:
LUIZ CARLOS (FC PAÇOS DE FERREIRA) É um grande orgulho receber o prémio de melhor jogador da Liga Pro. Quero agradecer a todos os meus companheiros, equipa técnica e direção. Obrigado a todos os que votaram em mim.
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RODINEI SAMPAIO, PRESIDENTE DA SAD DO PORTIMONENSE “Essa é a qualidade para o bom futebol que o Portimonense tem vindo a apresentar. O relvado é muito importante, é onde nós trabalhamos. Todos os dias é bem tratado.” 12
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CLUBE FAIR-PLAY LIGAPRO: SL BENFICA B SÍLVIO CERVAN, VICE-PRESIDENTE DO SL BENFICA “Agradecer em nome do SL Benfica, é um prémio importante, agradecer a todos os competidores”.
NUNO SANTOS, JOGADOR DO SL BENFICA B “Este prémio é um reflexo do trabalho feito ao longo da formação no SL Benfica, somos educados para ganhar, mas há outros valores que são muito importantes neste clube e este prémio é um reflexo disto”.
PRÉMIO FUNDAÇÃO DO FUTEBOL: CAMPANHA “VIOLÊNCIA ZERO” JOÃO PAULO REBELO (SECRETÁRIO DE ESTADO DA JUVENTUDE E DESPORTO) “Esta campanha foi um sucesso também pelo apoio que recebeu. Quero agradecer à Direção da Liga Portugal e ao Presidente Pedro Proença, mas fundamentalmente a todos os clubes, jogadores e agentes desportivos que se juntaram a esta campanha. Somos todos contra a violência no desporto e temos de a erradicar. Este prémio é de todos aqueles que se mobilizaram e mobilizam para que a violência não tenha lugar no desporto.”
GOLO DO ANO: JOVANE CABRAL (SPORTING CP) “Quero agradecer por terem votado em mim para golo do ano, estou muito satisfeito. Muito obrigado”.
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EDUARDO, SC BRAGA
“É UMA BOLA MAIS LEVE”
Na sua posição, diz, “este tipo de bola faz com que o jogo seja mais aliciante porque devido a leveza da bola ela “viaja” de forma diferente e ganha trajetórias por vezes inesperadas”. “Enquanto guarda-redes é mais difícil e torna-se mais perigoso. Para os jogadores de campo é bem melhor, porque o remate torna-se mais fácil”, analisou. As evoluções que as bolas têm vindo a ter ao longo dos anos vão de encontro ao que o jogo também oferece e, por isso, uma bola mais leve torna-se “num estímulo adicional, porque o grau de dificuldade é maior.” Eduardo diz ainda “todas as bolas são diferentes” e alerta que, “por vezes, a mesma marca tem características diferentes de uma para outra bola”. “A marca, enquanto jogador profissional, e na minha opinião é uma questão de adaptação. Se fosse a meio da época talvez fosse mais complicado, mas visto que esta mudança foi no início da pré-época, acho que temos tempo para uma boa adaptação”, realçou. Para primeira impressão, e visto que já trabalhou com uma bola da fábrica SELECT e igual à Brillant SuperTB, Eduardo acha “que todas as equipas se irão adaptar.”
Guarda-redes, com uma longa carreira, está de volta a Portugal e fala sobre a bola da SELECT, que já chegou aos clubes portugueses
E
duardo, atual guarda redes do SC Braga, voltou ao futebol português, depois de ter saído em 2014 para o estrangeiro (Dinamo Zagreb, Chelsea e Vitesse). Foi precisamente em 2018-19, que o guardião, de 36 anos, teve o primeiro contacto com a Derbystar, nada mais do que a bola que rola nos campeonatos holandês, belga e alemão. Dizer Derbystar ou SELECT é rigorosamente a mesma coisa, já que as bolas são iguais e apenas por uma questão de patente, a marca dinamarquesa não manteve o nome naqueles três países. Agora, e já em pré-época com o conjunto minhoto, Eduardo falou com a revista Liga-te sobre a nova bola oficial das competições da Liga Portugal. Eduardo esteve uma temporada no Vitesse e foi lá que jogou com a Derbystar, estando, assim, habilitado a falar de uma bola “mais leve e com uma textura diferente”, face às existentes no mercado.
© HOSOCCER
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I N S T RU Ç Õ E S D E M A N U S E A M E N T O b O L A L I GA P O RT U GA L BOLA TERMO COLADA QUALIDADE DENTRO E FORA A bola SELECT Termo Colada é formada por 5 elementos cruciais:
SUPERFÍCIE
CÂMARA-DE-AR EM LATEX COBERTA POR VÁRIAS CAMADAS
COLAGEM TÉRMICA
VÁLVULA DE DUPLO BLOQUEIO
ESPUMA
Características da Bola Liga Portugal: Tamanho
Circunferência
Peso Normal
Pressão
Guia de Cuidados: Manutenção da Válvula
De forma a evitar danos, a válvula deverá sofrer manutenção regular através da aplicação de 1-2 gotas de óleo fino SELECT.
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Pressão
Enchimento
Encher a bola à pressão 0,8 bar e deixar repousar nas 24h seguintes. Um enchimento rápido com um compressor, pode danificar a colagem dos painéis. Além disso, se na primeira utilização o enchimento da bola for rápido e potente, pode resultar em bolhas nos materiais ou perda de ar em pequenos furos na colagem. Isto pode acontecer se o primeiro enchimento não for controlado e não parar nos 0,8 bar. No entanto, esta situação não tem efeito sobre a qualidade e a bola ficará boa para jogar.
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Após as 24 horas de repouso, garantir que a pressão da bola está no valor recomendado (0,8 1,0 bar). Use um medidor de pressão SELECT para verificar se a bola tem a pressão recomendada.
Limpeza
Limpe a bola com uma escova macia e água morna. De seguida seque com um pano e coloque numa sala ventilada com uma temperatura ambiente entre 15º e 20º C.
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Nuno Pinto
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uno, cheio de força para uma nova época? A força nunca saiu… estou com força! Mas ainda estou dependente de um exame que vou fazer, um exame que se faz 2 meses depois de completar os tratamentos e ver como o meu corpo reage sem os tratamentos. À partida, e com fé em Deus, vai estar tudo bem e, se assim for, vou começar em força. Fé em Deus, no Nuno e na sua família… Sim, como em tudo na vida temos de acreditar em algo e eu acredito em Deus e acredito na minha família. Acredito que foram eles que me deram esta força toda para conseguir ultrapassar esta fase. Não digo só a minha família de sangue, mas a minha família aqui do Vitória, os amigos, as pessoas que me acompanharam diariamente. Sem dúvida alguma foram eles que me deram força. LIGA-TE Nº10
Imagina a sua vida sem o futebol? Não! Neste momento não me imagino sem jogar futebol! Sei que um dia vai acabar e não vou puder jogar ao mais alto nível, vou ter que fazer outra coisa, mas espero que esteja ligada ao futebol porque é a única coisa que sei fazer, seja como treinador, ou como diretor. Como foi voltar naqueles 8 minutos, no último jogo da época 2018-19, a 18 de maio? Foi…não sei descrever, porque foi um concretizar de um sonho! Na altura falei com os meus companheiros, no balneário, e disse-lhes que quando eu era criança tinha um sonho, que era ser jogador profissional. E concretizei-o! Depois do que me aconteceu, ganhei outro sonho, que era voltar a jogar com os meus companheiros nem que fosse um, dois, três minutos e… mais uma vez, concretizei! Quando ninguém acredita16
va, nem o Dr. Ricardo, do Vitória, nem a Dra. Maria do Céu, do IPO, acreditavam que era possível. Meti na cabeça que ia conseguir, independentemente do meu estado. Dois dias antes desse último jogo, tinha feito tratamentos e não estava a 100%, como é normal! Mas tive autorização dos médicos e correu bem! Não dependia só de mim, claro, dependia muito do que os meus colegas conseguissem fazer e eles também foram uns guerreiros. Conseguiram a manutenção antes da última jornada, o que me deu a oportunidade de concretizar este novo sonho. O Nuno é um homem de convicções e não desiste enquanto não consegue… nasceu consigo ou aprendeu com a doença? Em parte nasceu comigo, não que tenha tido uma infância fácil…não foi difícil, mas também não foi fácil e tive muitos obstáwww.ligaportugal.pt
"VOLTAR FOI O
CONCRETIZAR DE UM SONHO”
Nuno Miguel Sousa Pinto, mais conhecido por Nuno Pinto, número 21 do Vitória Futebol Clube. Aos 32 anos deparou-se com o “maior obstáculo” da sua vida, um linfoma na região inguinal. Isento de tabus e sem problema em “falar abertamente” deste momento menos bom, relatou à revista Liga-te de todo o apoio que vem tendo ao longo dos meses e lembrou momentos desde o dia em que teve conhecimento do diagnostico até ao regresso: 8 minutos em campo, com a camisola do clube que aprendeu a “amar”. Uma conversa sempre com sorriso fácil e muito boa disposição à mistura.
culos na minha vida que tive de ultrapassar, sozinho ou na companhia de amigos. Claro que se ganha experiência, ganha-se maturidade e, ao longo da vida, fui ganhando essa maturidade, persistência…. E sim já nasceu comigo, mas ao mesmo tempo também a fui ganhando. Tem outra visão da vida? Neste momento não! (risos) Ainda estou em tratamentos e não tenho outra visão, talvez daqui para a frente, ou quando começar a jogar e tiver outro tipo de rotinas, possa ter outra visão. Pouco mudei no dia-a-dia, a não ser nos treinos e jogos, que agora não posso fazer. Mas pouco mudei na minha maneira de ser, na minha maneira de brincar, no convívio com as pessoas. Falou em ter ultrapassado vários obstáculos… este foi um dos maiores. O que sentiu quando teve conhecimento do diagnóstico? www.ligaportugal.pt
Este processo todo não me apanhou desprevenido porque os exames que ia fazendo, davam-me indicações. Não que era isto, mas que podia ser uma coisa grave! A minha reação, para comigo mesmo foi: “se é isto que tenho, se há um diagnostico e se há um tratamento, então, vamos fazer!” O problema foi dizer às pessoas de quem gostamos… Para mim, esse sim, é o maior problema. Não sei como é com as outras pessoas, sei que existem muitas a passar pelo mesmo, que não têm o apoio que eu tenho, nem metade, e é para elas que quero deixar uma mensagem. O nosso psicológico, o nosso positivismo conta muito neste tipo de situações e o apoio que tive de todas as pessoas foi muito importante. Há pessoas que infelizmente têm de lutar sozinhas e conseguem, são essas pessoas que temos de louvar! Existiram muitos momentos menos bons, certamente. Onde foi buscar a força, 17
até para confortar as pessoas que estavam à sua volta? Há momentos menos bons, sem dúvida nenhuma, nos quais eu pensava que não podia mostrar que estava mal. Tinha de mostrar que estava bem para as pessoas me darem a força que tinham, porque se mostro que estou mal, as pessoas vão abaixo e não conseguem transmitir a força que querem. Aqui no Vitória, em casa, com os meus pais, com os meus amigos, mostrava sempre que estava tudo bem e às vezes não estava, porque sabia que o retorno deles iria ser aquilo que eu queria. Mas, sim, havia momentos maus nos quais me levantava, não tinha sono, ia para a varanda olhar para a estrelas (risos). Agora estou a rir, e ainda bem, mas, na altura, não tinha piada. Ía ao quarto dos meninos e ficava a olhar para eles. Só assim é que ganhava forças para adormecer. LIGA-TE Nº10
“NÃO TENHO PALAVRAS PARA VASCO FERNANDES” “Ele é um grande guerreiro e Deus dá grandes batalhas aos grandes guerreiros…” lembra-se de quem disse estas palavras? O melhor capitão que podia ter tido… já o disse várias vezes, não tenho palavras para o ser humano que ele é e o capitão que ele é. É fantástico! Estamos a falar de Vasco Fernandes. O capitão, o colega e o amigo, o que lhe transmitiu durante estes meses? Em quase todos os tratamentos ele ligava-me. Quando não vinha ao Vitória dois ou três dias, ele ligava-me e dizia: “Então?? Já tenho saudades tuas… ‘bora, bora’”. Ele tentava sempre puxar-me para cima, ele é fantástico, é um amigo. Já o conhecia das seleções jovens e de jogar contra ele, mas não o conhecia como capitão. É um ser humano extraordinário. Quero realçar que ele é centenário neste clube. E, na última jornada, era o momento do Nuno Pinto, é verdade não posso esconder. Mas, para este momento acontecer, os meus companheiros tiveram de lutar e foi ele o timoneiro, foi ele que deu força e confiança à equipa. No meu último jogo, ele fez 100 jogos no Vitória, é uma marca redonda e os holofotes foram todos para o Nuno Pinto. No final do jogo esqueci-me de mencionar, mas menciono agora: O Nuno tem os 8 minutos de fama, mas o Vasco Fernandes é um centenário do clube. O Vasco Fernandes teve 10 meses a puxar pelos “meninos”, para que isto fosse possível. Recordamos que, a determinada altura, disse que não queria ser um exemplo, mas preferia ser um alerta. É importante falar abertamente de uma situação, mesmo que negativa? No início, quando já tinha feito o exame e sabia o que tinha, e quando as pessoas aqui em Setúbal ou na minha cidade, em Gaia, os meus amigos, ficavam a olhar para mim a pensar se haviam, ou não, de falar, eu próprio dizia: “Sei que estás um pouco receoso, LIGA-TE Nº10
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mas podes falar à vontade. Não tenho problema nenhum em falar, não tenho nada a esconder”. Acho que falar abertamente e não esconder pode ajudar. Falar com outras pessoas que passaram pelo mesmo, pode ajudar-nos em tudo. E, neste tipo de doença, toda a ajuda é sempre bem-vinda! Por isso, nunca tive problemas ou tabu em falar no que quer que seja, nem na minha doença. Se o tivesse não a teria tornado pública. Sabemos que a família foi a sua força para combater esta doença. Tem algum momento com a sua mulher ou com os
seus filhos, que possa e queira partilhar e que possa também ser um alerta? Tive várias conversas sobre esta situação. A minha filha mais velha tem 12 anos e só há bem pouco tempo é que soube o que, realmente, tem o pai. Nunca escondi que estava doente, mas tentei sempre esconder a palavra em si. Nunca lhe disse! Falei no colégio, falei na Naval, escola onde faz natação, e falei com os professores para terem atenção com ela, porque, dado o mediatismo que ia ser, ela podia isolar-se a um canto e ficar mais frágil. Não foi
o caso, disse-lhe que estava doente, que ia parar de jogar e treinar, inclusive mostrei-lhe o papo que tinha na zona inguinal e expliquei que só quando isso desaparecesse totalmente é que podia voltar à atividade. Ela chorou, disse que gostava de me ver jogar, mas aceitou. O meu filho do meio tem 6 anos só quer jogar à bola, estar na playstation e não entende. O meu filho mais novo tem 8 meses! Conversas com a minha mulher tive algumas, mas conversas do nosso dia. Evitávamos falar desta situação porque só ia trazer tristeza.
“VITÓRIA FC É O MEU CLUBE”
Falemos, agora, do Vitória FC. O que sente? É o meu clube! Como já disse é um clube, eu não sou daqui, que me habituei a amar, é diferente de todos os outros. Não me perguntem porquê, porque não sei, não consigo explicar, mas é verdade! O Vitória sempre me apoiou, desde o momento em que saiu o diagnóstico até agora. Estiveram sempre comigo e disseram-me: “Recupera, leva o tempo que quiseres. O que precisares estamos aqui, ajudamos-te”. Isso é mais um conforto que eu e a minha família temos. As pessoas de Setúbal são extraordinárias. Por isso é que digo que este clube é diferente! Ao minuto 21 [Nota: número da camisola que usa] dos jogos levantavam-se, batiam palmas e tinha o apoio deles na rua. A maioria das pessoas, sócios, adeptos, elementos da claque, abraçavam-se a mim e diziam-me que isto não era nada, que eu era forte e que ia conseguir. Que não me preocupasse. E é como digo, é mais um conforto, um apoio que tive para que tudo
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corresse bem e tivesse sucesso. No mundo do futebol houve algum momento ou alguém que o tivesse surpreendido pela positiva? Alguém que tenha tido uma atitude que não estava à espera? O Futebol tem o seu ego, tem as suas rivalidades, mas tem de ter! Eu sou muito amigo de uma pessoa que joga noutro clube e não é por ser amigo dele que não vou querer ganhar! Vou querer ganhar e ponto final, depois, fora do jogo, a história é outra! O que me surpreendeu foi a imensidão deste apoio. Sabia que isto ia causar algum impacto, mas não estava à espera de ser tão grande. No estrangeiro, em Portugal, todos os clubes, da primeira liga, segunda liga, distrital, segundas B, foi um apoio muito grande! O que não contava era que o capitão da nossa Seleção, o melhor jogador do Mundo, me mandasse me um vídeo. Se me surpreendeu? Respondo que talvez não, não sei! Ele é o jogador profissional que dá mais dinheiro a estas causas, por isso, em parte não me surpreendeu e noutra parte sim porque nós pensamos que estes tipos de situações só acontecem aos outros e quando nos calha ficamos surpreendidos. Sim, foi ele a pessoa que mais me surpreendeu! Gostava de deixar alguma mensagem? Queria deixar uma mensagem a todas as pessoas que estão a passar pelo mesmo, acho que é essencial. Para terem muita força, serem positivas, rodearem-se de pessoas alegres que transmitam força. Acho que este tipo de situações só é ultrapassado, com os tratamentos, claro, mas também com psicológico. O psicológico, se trabalhar bem e estiver lá em cima, acho que
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o nosso corpo aceita melhor! Muita força para essas pessoas que não têm metade do apoio que eu tive! A outra mensagem é para a minha família. Muito obrigado pela força que me deram, por estarem sempre comigo, independentemente da situação. Falo do meu pai, da minha mãe, da minha irmã, da minha mulher e dos meus filhos, todos excecionais! Outra é para o Vasco Fernandes, não posso deixar passar em claro. Queria mandar-lhe um grande abraço e um muito obrigado, porque ele em 6 meses conseguiu fazer de mim um homem feliz!
NUNO MIGUEL SOUSA PINTO Nascimento: 1986-08-06 (33 ANOS) Nacionalidade: Portuguesa Naturalidade: Vila Nova De Gaia Posição: Defesa (Defesa Esquerdo) Internacionalizações A Altura: 173 Cm Peso: 59 Kg Clube Atual: Vitória Futebol Clube Contrato: 2020
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2018/19
ÉPOCA Portugal
EQUIPA V. Setúbal
13
0
2017/18
Portugal
V. Setúbal
34
1
2016/17
Portugal
V. Setúbal
37
0
2015/16
Portugal
V. Setúbal
32
0
2014/15
Roménia
Astra Giurgiu
8
0
2013/14
Ucrânia
SC Tavriya
8
0
Bulgária
Levski Sofia
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0
2012/13
Bulgária
Levski Sofia
21
0
2011/12
Bulgária
Levski Sofia
12
0
Portugal
Nacional
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2010/11
Portugal
Nacional
20
1
2009/10
Portuga
Nacional
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2008/09
Portugal
Nacional
11
0
2007/08
Portugal
Trofense (E)
22
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2006/07
Portugal
Boavista
10
0
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LIGA NOS
MAIS DE 3 MILHÕES
NOS ESTÁDIOS DA LIGA NOS
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ma temporada com muitos adeptos nas bancadas para assistirem aos jogos da Liga NOS. É assim o balanço que pode fazer-se ao serem conhecidos os 3.557.720 espetadores que foram acompanhando ao vivo os encontros do principal escalão do Futebol Profissional português. A Revista Liga-te n.º 10 assinala em qua-
tro páginas as principais mudanças nos dois campeonatos, com destaque para o Campeão Nacional, e para as equipas que subiram do Campeonato Nacional de Seniores. Os restantes números, e são muitos, podem ser seguidos com atenção na publicação “Época em revista”, que escalpeliza o que de melhor aconteceu em 2018-19.
SL BENFICA CHEGA AO 37 O SL Benfica entrou na última jornada da Liga NOS com o título em vista e a precisar apenas de um empate para conquistar o 37.º título da história do clube, o que efetivamente viria a acontecer. Depois de ter recuperado de uma desvantagem de sete pontos, a equipa da Luz entrou num estádio engalanado para a festa e cedo deixou claro qual o objetivo. Ao
intervalo, a formação da casa já vencia por 3-0 – com golos de Seferovic (17’), João Félix (23’) e Rafa (39’) – mas na segunda parte viria a confirmação, com o internacional suíço a bisar (56’) – o Sta. Clara marcaria o tento de honra, por César, aos 59’. Refira-se, aliás, que Haris Seferovic foi o melhor marcador da Liga NOS, com 23 golos, tendo assinado boa fatia dos 103
golos com que os benfiquistas terminaram a temporada, e que levou a perfazer uma média de três golos marcados por jogo efetuado. Foram estes os principais registos do SL Benfica, orientada numa primeira fase por Rui Vitória e, posteriormente, por Bruno Lage, treinador que só não alcançou o pleno porque em 17 jogos que teve no comando técnico das águias, empatou um.
FC PORTO NA CHAMPIONS O segundo classificado da Liga NOS entra na qualificação para a Liga dos Campeões. O FC Porto chega à derradeira jornada com aspirações legítimas para o título, mas o facto de não
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depender apenas e diretamente de si, levou a que a equipa de Sérgio Conceição se ficasse pela luta para entrar na mais importante prova de clubes da UEFA.
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SPORTING CP, SC BRAGA E VITÓRIA SC NA LIGA EUROPA
EMBATE TITÂNICO O calendário da Liga NOS reservou para o fim um encontro entre duas equipas que tudo fizeram para se manterem no principal escalão do Futebol Profissional. Quis o destino que CD Tondela e GD Chaves se encontrassem ao cair do pano e a discutirem um lugar de permanência, com os flavienses a precisarem apenas de um empate para assegurarem um lugar na Liga NOS. Mas, o resultado não deixou dúvidas e foi a equipa da casa, a atuar no Estádio João Cardoso, quem acabou por alcançar os objetivos, com uma vitória expressiva, por 5-2, diante do adversário direto. O CD Tondela deixou claro, desde o início, que não pretendia deixar escapar a manutenção e aos 28’ já vencia por quatro golos de vantagem (Icaro Silva, 3’; João Pedro, 8’; J. Murillo, 16’ e Delgado, 28’). Aos www.ligaportugal.pt
A Liga Europa poderá ter representantes portugueses na temporada 2019-20. O Sporting CP, mercê do terceiro posto, consegue o apuramento direto, ficando à espera das duas equipas minhotas. O SC Braga entra na qualificação para a competição, enquanto o Vitória SC, com o 5.º lugar conquistado na última
jornada, chega ao playoff da Liga Europa. Os vimaranenses, note-se, entraram na derradeira ronda em desvantagem com o Moreirense, que era 5.º classificado desde a 27.ª jornada, mas num jogo de confronto direto a formação, então orientada por Luís Castro, venceu no terreno do adversário por 3-1.
38’, o GD Chaves reduz, por intermédio de Platiny, e antes do intervalo chega ao segundo golo (Maras, 45+1’), que não viria a ser suficiente. Aliás, foi a equipa de Tondela quem ainda faturou mais uma vez, com Murillo a bisar, aos 77’.
O GD Chaves, com 32 pontos, ocupou, assim, o primeiro dos lugares de despromoção, com 32 pontos, mais quatro que o CD Nacional e mais 12 pontos do que o CD Feirense, que há muito conhecia o seu destino.
© LUSA 21
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SUBIDAS DE DIVISÃO
HISTÓRICAS
Casa Pia e Vilafranquense carimbaram caminho do profissionalismo pela primeira vez
O
dia 16 de junho foi de grande festa em Lisboa e em Vila Franca de Xira, com as inéditas promoções de Casa Pia AC e UD Vilafranquense, que pela primeira vez vão participar nas competições da Liga Portugal. Os ribatejanos lograram este feito depois de terem terminado no segundo lugar da série C do Campeonato de Portugal, onde conquistaram 72 pontos em 34 encontros. Nos playoffs, as “Piranhas do Tejo” tiveram de superar duas eliminatórias até
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alcançarem a tão desejada promoção. O primeiro “obstáculo” foi o FC Vizela, que acabaria por sair derrotado, por 2-0, no primeiro jogo, disputado no Campo do Cevadeiro. A segunda mão trouxe outra réplica da equipa vizelense, que logrou bater, por 3-1, a UD Vilafranquense. O golo marcado fora de portas revelou-se, no entanto, decisivo para a passagem dos vilafranquenses. Seguiu-se a UD Leiria, numa eliminatória que acabaria apenas por se resolver no desempate por penáltis. Depois de uma
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igualdade a um golo em ambos os jogos, os ribatejanos revelaram nervos de aço desde a marca dos 11 metros (4-2), e “carimbaram” o tão desejado passaporte para a LigaPro. Sob o comando do experiente treinador Filipe Moreira, a equipa de Vila Franca de Xira encontrou em Luís Pinto a sua principal “arma” para desfeitear as redes adversárias. O extremo de 37 anos, que contabiliza 205 jogos na LigaPro, revelou que mantém intatas as suas qualidades, ao apontar 14 golos nos 34 encontros em que alinhou.
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A outra vaga foi preenchida pelo Casa Pia AC, que viveu um dos momentos mais altos dos seus 98 anos de história. Os casapianos terminaram no segundo posto da série D do Campeonato de Portugal, depois de terem amealhado 70 pontos nas 34 partidas da fase regular. O primeiro oponente dos “gansos” foi o SC Espinho, numa eliminatória que apenas se resolveu da marca dos 11 metros. Depois de cada equipa ter vencido por 1-0 em sua casa, os casapianos revelaram “sangue frio” e superaram os espinhenses, por 4-2, no desempate por penáltis. Nas meias-finais o conjunto lisboeta superou o SC Praiense, depois de ter vencido, por 1-0 no Estádio Pina Manique e ter perdido, por 2-1, no encontro disputado nos Açores. O golo apontado fora de casa acabou por “valer ouro”, e catapultou o conjunto comandado por Luís Loureiro até à edição 2019-20 da LigaPro. A veia goleadora de Gonçalo Gregório, avançado que apontou 22 golos nos 18 encontros disputados, foi decisiva para a boa primeira fase realizada pelo Casa Pia AC. Com a sua saída em janeiro, para o FC P. Ferreira, o conjunto lisboeta encontrou outros heróis, como Miguel Bandarra e João Coito, que apontaram golos decisivos nos play-offs
CASA PIA AC CAMPEÃO A final do Campeonato de Portugal, entre estes dois conjuntos, teve lugar no Estádio de Honra do Centro Desportivo Nacional do Jamor, no dia 23 de junho, com o Casa Pia AC a suceder ao CD Mafra como vencedor deste escalão. O encontro que opôs os dois “sobreviventes” do play-off terminou com uma igualdade a dois golos. Kel-
vin Medina e Gustavo Tocantins apontaram os tentos do conjunto ribatejano, enquanto que o capitão João Coito “bisou” na partida e levou a decisão do encontro para a marca dos 11 metros. Aí, os casapianos revelaram maior acerto e venceram, por 4-2, culminando com “chave de ouro” uma temporada ímpar na sua história.
ÚLTIMA JORNADA DITOU DESPROMOÇÃO DO FC AROUCA… Cinco equipas na luta até final da competição
A
jornada 34 da LigaPro ditou um verdadeiro “carrossel de emoções” para cinco equipas, que entravam na derradeira ronda ainda com possibilidades matemáticas de terminarem em lugares de despromoção. Varzim SC, UD Oliveirense, FC Arouca, CD Mafra e SC Farense foram os protagonistas de uma “batalha”, que terminou com a despromoção do FC Arouca, após derrota na deslocação ao reduto da UD Oliveirense. O conjunto da Serra da Freita, que na época 2016-17 garantiu uma inédita participação na fase de qualificação para a UEFA Europa League, terminou a época no 16.º lugar, com 40 pontos, resultado de dez vitórias, dez empates e 14 derrotas, com 40 golos marcados e 45 sofridos. Uma performance insuficiente para o FC Arouca garantir a manutenção na prova, “caindo” para o Campeonato de Portugal, onde competiu pela última vez na época 2009-10, época em que se sagrou campeão deste escalão.
terminaram a competição no 17.º e 18.º posto, respetivamente. Ambos os conjuntos entraram na última jornada já sem hipóteses de discutir a manutenção, com a equipa bracarense a descer de divisão pela primeira vez na sua história, resultado dos 37 pontos alcançados em 37 jogos. Os “vitorianos”, por seu turno, terminaram no último posto, com 31 pontos, em virtude das seis vitórias, 13 empates e 15 derrotas contabilizados na prova, regressando assim a um escalão onde participaram pela última vez na época 2013/14, em que asseguraram a promoção à LigaPro.
… COM “BÊS” DE SC BRAGA E VITÓRIA SC © André Sanano/FPF www.ligaportugal.pt
As restantes duas vagas de despromoção foram ocupadas pelas equipas “B” de SC Braga e Vitória SC, que 23
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LIGAPRO
CAMPEÃO NO FINAL A festa chegou a Paços de Ferreira na derradeira jornada da LigaPro, com a vitória frente ao CD C. Piedade, por 2-0, com golos de Tanque, no final da 1.ª parte, e de Bruno Santos na segunda etapa. Três pontos e um título de Campeão, que passou a ser o objetivo, assim que a subida ficou garantida. Com Vítor Oliveira no comando da equipa – o técnico garantiu a sua 11ª subida – a formação da Capital do Móvel passou a somar quatro título de Campeão do segundo escalão. Foi assim em 1990-91, em 1999-00, em 2004-05 e, agora, em 2018-19. Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal, entregou a Taça e a festa foi rija no relvado em Paços de Ferreira. Um final de temporada a celebrar!
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PAULO MENESES, PRESIDENTE DO FC P. FERREIRA
“TEMOS DE
SOLIDIFICAR
A NOSSA POSIÇÃO”
É o clube Embaixador da cidade e, por isso, diz o seu responsável máximo, tem responsabilidades acrescidas num regresso a um patamar de onde não devia ter saído. Mas que serviu para aprendizagem, confessa Paulo Meneses, orgulhoso do título de campeão da LigaPro.
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A
pós a relegação na última temporada, o Paços conquistou o título da LigaPro. Qual foi o plano traçado para atingir a subida? Em primeiro lugar, ter a consciência daquilo que teríamos que fazer. O planeamento daquilo que aconteceu, durante toda a época, começou a criar-se e a construir-se desde o primeiro dia. Eu diria mesmo que começou a construir-se em Portimão. Logo que saímos de Portimão, a viagem era longa e durante essa viagem foi possível começar a pensar em inverter a tendência que tinha sido aquela época. Achava que a equipa não era tão má quanto isso, quanto a tabela classificativa fazia crer. Depois foi preciso encontrar uma equipa técnica que fosse capaz. Não que a que tivéssemos não tivesse qualidade, mas era preciso fazer novamente os jogadores acreditarem. Basicamente era por aí. Era preciso que todos acreditássemos: equipa técnica, jogadores, estrutura e, também, os sócios. Contratámos cirurgicamente aquelas que entendíamos que seriam peças fundamentais para a época, tentando rentabilizar todos os que cá tivéssemos. Foi o que aconteceu e diria que foi essencial a união que se criou à volta do clube, numa altura de crise. Há alguma contratação que considere ter-se destacado mais? Não era justo que eu destacasse uma em particular e por uma razão muito simples: acho que todas as contratações que acabamos por fazer foram importantes, umas mais importantes numa determinada altura, outra noutro espaço de tempo. Todas foram complementares. O que o levou a escolher Vítor Oliveira? Eu saí de Portimão com a convicção, com a força, de conseguir este objetivo. E, na altura, tenho que lhe confessar que, apesar de ter sido o treinador da equipa adversária que carimbou a descida, a verdade é que, naquele momento, nunca pensei no Vítor Oliveira. Em toda a viagem, 600 quilómetros, nunca pensei! Pensei no dia seguinte, se não me falha a memória, por sugestão de um amigo comum, que me sugeriu que eu pudesse ter uma conversa com o “míster”. Resultou, tivemos uma conversa de meia-hora e, a partir daí, as coisas aconteceram de forma natural. Dois dias depois ele telefonou-me, tal como tinha combinado comigo e disse: “ok, eu sou o seu treinador”. Sabia que ele tinha muitos projetos em mão, acreditou no nosso e também em mim, acho eu. LIGA-TE Nº10
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Qual foi o segredo para a conquista do título e o regresso à Liga NOS? Conseguimos construir um grupo fantástico, na qualidade desportiva e na qualidade humana. E acho que, sem querer imiscuir-me em outras áreas que eu não domino, o grande trabalho que o Vítor Oliveira fez, desde o primeiro momento, foi fazer as pessoas acreditarem que tinham que estar juntas nesta caminhada. E depois, acho que não deixou dúvidas, desde a primeira hora, que sabia o que vinha fazer. E repare que ele www.ligaportugal.pt
dizia no início da época que nunca tinha acontecido duas equipas que desceram, subirem na época seguinte. E de facto, nunca tinha acontecido, nem nunca aconteceu. Nem este ano. Dominamos, diria, desde a primeira jornada do campeonato. E provamos, dentro de campo, que de facto tínhamos o melhor plantel e, com certeza, o melhor treinador. O nosso plantel era muito mais estruturado e tinha uma equipa já de base do ano passado, onde jogaram meia dúzia de jogadores que eram fundamentais naquilo que era já a equipa do ano anterior. Foi preciso retocar e potenciar a equipa. E acho que foi também a vantagem que ele (Vítor Oliveira) teve, ao potenciar jogadores que já vinham da época anterior, mas que não estavam a render, estavam muito abaixo do seu valor real. Qual o significado da conquista do quarto título da LigaPro? Em termos de conquista do título, propriamente dito, se eu fizer uma restrição a esta época, obviamente que significa muito. Agora, se me perguntar, em termos históricos, preferia não ter conquistado este título e ter mantido o 14º lugar na Liga NOS em 2017-18. Porque só um clube que teve a responsabilidade, num passado recente, de se reestruturar e preparar para aquilo que veio a acontecer, é que permite que o FC Paços de Ferreira tenha, neste momento, a viabilidade económica que lhe possa, a breve trecho, trazer a estabilidade que sempre teve e que sempre o caracterizou. Obviamente, depois de termos caído, exigia-se, em primeiro lugar, o regresso e, depois, o título. Quais os objetivos para a próxima temporada? Muito simples! O FC Paços de Ferreira tem que ter a consciência, neste momento, de estabilização na Liga NOS. Mas, para que não caia novamente num pesadelo, tem direito a sonhar de uma forma consciente e com apenas um objetivo. Tal como no ano passado assumi com frontalidade o objetivo da subida, com a mesma sinceridade lhe digo que este ano o objetivo é a permanência. Se acontecer algo mais, ótimo. Da mesma forma, o ano passado eu queria a subida e fomos campeões. Ótimo, fantástico! O objetivo é mesmo a permanência. Se conseguirmos algo mais, excelente. Qual o momento de temporada que distingue como chave para o sucesso esta temporada? Diria que foram dois. Um jogo que mar27
cou esta época foi a nossa vitória em Famalicão (21.ª jornada LEDMAN LigaPro). Acho que nessa altura acabámos por criar uma margem para o 2.º lugar que acabou por se mostrar essencial para que tivéssemos a capacidade de manter a distância até ao fim. Depois, há outro jogo que acho que tem a sua relevância, que é contra o SL Benfica B (25.ª jornada). Todos apelidávamos de grande grau de dificuldade. O SL Benfica B tinha uma excelente equipa, jogava muito bem e, portanto, não perder já era bom. Ter ganho foi excelente. A partir daí fiquei com a certeza do primeiro e principal dos objetivos estar conseguido. Há ainda um jogo na Covilhã (22.ª jornada), o qual perdemos categoricamente e o único reparo a fazer era a nós próprios, à nossa incapacidade. Esse jogo também nos fez acordar e ter a sensação de que nada estava conseguido. Foi reeleito dia 9 de maio como Presidente do FC Paços de Ferreira. Que balanço faz do trabalho realizado desde 27 de maio de 2014, altura em que assumiu a presidência do clube? O balanço devem ser outros a fazer, mas alguém me disse, um dia destes, que o facto de ter ido a eleições com lista única é o reconhecimento dos sócios de que o trabalho foi meritório. N futebol, somos avaliados todos os dias, a cada jornada. Às vezes justamente, outras vezes injustamente. Mas se eu fizer um balanço positivo, tenho uma mancha que vou carregar comigo. Não tenho dúvidas absolutamente nenhumas que tenho responsabilidades no que foi a descida de divisão. E eu não posso considerar um balanço positivo, por essa mancha que me vai acompanhar enquanto eu cá estiver. Agora, eu costumo dizer que nem a subida deste ano me conseguiu fazer suprir a dor do que eu sofri no ano passado. O meu balanço tem que ser duma direção e acho que fizemos um bom trabalho, um excelente trabalho. Temos instalações desportivas ao nível do que melhor existe na primeira Liga (Liga NOS) e era um crime que um clube com estas condições não estivesse entre os melhores. O Estádio tem vindo a ser remodelado. São expectáveis novos investimentos e alterações nas infraestruturas do clube? O investimento deve ser sempre calculado. Tem de ser feito com responsabilidade e é expectável que tenhamos capacidade de vender, de rentabilizar jogadores. Sabemos que o FC Paços de Ferreira tem uma forma de se financiar. LIGA-TE Nº10
As receitas ordinárias servem para fazer face a despesas ordinárias. Há uma coisa que posso assumir. No dia em que o FC Paços de Ferreira fizer algo desse género, de um investimento, de melhoramentos, comigo não vai criar dívida nem vai ficar a dever a alguém. Tem de ter as condições para fazer investimento e para, no final, honrar o compromisso. Quais os principais objetivos e projetos para o próximo mandato? Este ano tinha dito internamente que tinha um objetivo e que passava por tentar reunir as pessoas à volta do clube. Achava que precisávamos de ser um clube com adeptos. Aquilo que mais triste me deixa, quando olho para o futebol, é perceber que a média de espectadores por jogo vai diminuindo. E tirando aqueles jogos com os “grandes”, nos quais estamos sempre à espera para fazer receita, a verdade é que os clubes têm de criar as condições para terem pessoas no estádio. O futebol é feito para as pessoas, um futebol sem adeptos não faz sentido. E o FC Paços de Ferreira teve a capacidade, o mérito, de voltar a trazer ao estádio muitas pessoas. E temos de fazer outra coisa que acho fundamental e que passa por as pessoas, numa terra como esta, serem apenas do FC Paços de Ferreira. Hoje começo a ter essa noção! Vejo jovens, crianças, que “obrigam” os pais a serem sócios do FC Paços de Ferreira, porque os filhos são só do FC Paços de Ferreira. Não têm outro clube. E isto é algo que eu sempre admirei num ou noutro clube que conheço. As pessoas aqui começam a ser do FC Paços de Ferreira e fomos ao encontro delas. Outro dos objetivos que tenho para estas épocas que se avizinham é irmos ao encontro daquilo que é o tecido empresarial do concelho. Acho que o FC Paços de Ferreira tem condições, neste momento, e um estádio que também precisa de ser rentabilizado. Não só financeiramente, mas também na presença assídua de sócios, de pessoas que queiram vir ao estádio. E, portanto, acho que é preciso aproximar aquilo que é o clube da sociedade civil. O que aconteceu no ano passado ensinou ao FC Paços de Ferreira e aos seus dirigentes, mas também ao concelho que o clube fazia todo o sentido na primeira Liga (Liga NOS), porque somos o maior embaixador do concelho. Já não é o setor do mobiliário. Depois, temos de pensar em solidificar cada vez mais a nossa posição na primeira Liga (Liga NOS). Tem de ser um dos objetivos! LIGA-TE Nº10
“A MELHOR DECISÃO FOI NÃO TER IDO EMBORA” Qual foi a melhor decisão que tomou como Presidente? Não sei se conseguiria isolar uma só. Mas acho que a melhor de todas, dir-me-á que será imodéstia da minha parte, foi ter resistido à tentação de me ir embora há um ano. Naquele momento, se tivesse abandonado o barco, acho que não me perdoaria e nenhum sócio me perdoaria. Porquê? Porque era tão importante começar a trabalhar no mesmo dia, e se tivéssemos entrado num período eleitoral, mesmo que fosse eleito um presidente com capacidades acima da média e superiores às que eu terei, dificilmente o FC Paços de Ferreira teria conseguido os seus objetivos, como efetivamente conseguiu. Portanto, a melhor de todas foi não ter ido embora, acho eu. E a mais difícil? Foi candidatar-me este ano! Primeiro, porque estabeleci alguns critérios para me poder candidatar este ano. Sempre fui contra quem faz tabu destas decisões… parece que se estão a fazer de caros, desculpem a expressão, para alguém lhes pedir. Nunca fiz isso e critiquei sempre Presidentes que admiro pessoalmente e que faziam isso com alguma regularidade. Este ano quis pensar e refletir muito bem porque, se tinha conseguido aquele objetivo, era o momento certo para me ir embora. E então pergunta-se: mas porquê que não foste? Por duas razões. Assumi, o ano passado, uma visibilidade muito maior naquilo que é o futebol profissional. Até aí repartia funções e tarefas no clube com o engenheiro Rui Seabra, que continuou a ser importantíssimo este ano, porque esteve no processo, sempre solidário, sempre correto. Esteve muito mais na retaguarda, com menor visibilidade, mas com a mesma importância. E este ano, o engenheiro Rui Seabra transmitiu-me que se ia embora, tal como o Teófilo Costa. Sabia, à partida, que eram duas pessoas fundamentais na gestão do clube. E, portanto, este compasso de espera foi o tem28
po que tive para encontrar as pessoas que, à partida, considero que me dão as garantias para podermos continuar nesta tarefa de solidificar o FC Paços de Ferreira na primeira Liga (Liga NOS). Encontradas essas pessoas, precisava do apoio da minha família, que me disse que sim. São loucos pelo FC Paços de Ferreira e, portanto, acho que eles próprios também estão a fazer um bocadinho esse sacrifício, não só pelo pai, mas pelo clube. Depois era necessário ter também alguma dose de loucura, para juntar à motivação que não perdi. Se a tivesse perdido, tinha-me ido embora. São 18 anos consecutivos ligado ao FC Paços de Ferreira e, portanto, embora só um, diria assim, como Presidente de facto, naquilo que é o futebol profissional. O que distingue o FC Paços de Ferreira dos outros clubes? Não posso ter a presunção de achar que o FC Paços de Ferreira é melhor que os outros. Para mim é, porque é o meu clube do coração, o único clube que tenho, por ser meu, é como um filho, não é? Isto é um clube familiar e eu acho que aquilo que mais distingue, e que nos vai fazendo resistir até à exaustão, é a nossa alma e o nosso ADN. O FC Paços de Ferreira tem de dar passos certos, não pode falhar. O FC Paços de Ferreira não pode dar passos em falso, porque se o fizer põe em causa a sua própria sustentabilidade. E acho que ninguém perdoaria isso. www.ligaportugal.pt
“A LIGAPRO É SEMPRE DIFÍCIL E MUITO COMPETITIVA” Natural de Matosinhos, Vítor Oliveira é figura incontornável do futebol português. Aos 65 anos conquistou o sexto título e alcançou a 11.ª promoção ao principal escalão do futebol nacional. O “Rei das Subidas” faz uma retrospetiva da época transata e da carreira, com algumas curiosidades à mistura.
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FC P. Ferreira alcançou a liderança à 6.ª jornada e nunca mais deixou a posição. Qual o resumo que faz desta temporada? No fim pareceu fácil. Ficamos a cinco pontos do segundo e a 20 do terceiro, o que pareceu fácil, mas não é. A LigaPro é sempre um campeonato tremendamente difícil, muito competitivo e muito disputado. Felizmente, conseguimos uma primeira volta fantástica e acabámos por cimentar na segunda volta. Tivemos um período em que oscilámos, o que é perfeitamente natural e acabámos com alguma tranquilidade. Apenas a luta pelo primeiro lugar se manteve acesa até às duas
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a oportunidade de outros demonstrarem o seu valor? O Luiz Phellype era “só” o melhor marcador do campeonato. Perder o melhor marcador, num campeonato tão competitivo como é a LigaPro, é sempre um motivo de algum desagrado. Mas sabíamos perfeitamente que o clube precisava daquele encaixe financeiro, o Luiz Phellype precisava de dar o salto e, em comum acordo entre mim e a administração, entendemos que seria altura de libertar o Luiz Phellype, que cumpriu até determinada altura com aquilo que lhe foi pedido e foi para outros voos. Ficámos contentes pela saída dele e por algum êxito que teve no Sporting CP e, ao mesmo tempo, demos oportunidade aos outros que lá estavam, que corresponderam na plenitude. Conseguimos não ter uma diferença notória em termos de agressividade ofensiva e em termos de golos. Qual o jogo que marcou esta temporada? Esta temporada ficou marcada por dois jogos. O jogo em casa com o FC Famalicão, que perdemos por 1-2 e onde fomos manifestamente superiores. Fomos melhores, mas perdemos. Esse jogo alertou-nos. Deixou-nos de sobreaviso para os jogos seguintes e depois tivemos uma série muito positiva. E depois, na segunda volta, a nossa vitória em Famalicão. Resultado que nos deu um jeito tremendo, mas que me parece que foi de alguma forma
últimas jornadas. Foi um campeonato difícil, mas demos uma resposta muito positiva. Aproveitámos a fraqueza, na fase inicial, de algumas equipas, o caso de Estoril Praia e A. Académica, que não começaram muito bem e ganhámos alguma vantagem. Quer nós, quer o FC Famalicão. E depois conseguimos manter essa vantagem e, na parte final, ampliá-la. As equipas, depois de não conseguirem os seus objetivos, abrandaram e acabaram por ficar a uma distância muito mais significativa e que não traduz a diferença entre todos. Qual foi o segredo desta equipa para conseguir o título? Toda a gente sabe que não há segredo. É preciso fazer uma boa escolha de plantel. Eu penso que os campeonatos começam a ser ganhos no início da temporada. E quando temos a possibilidade de fazer um bom plantel, as possibilidades de êxito são muito maiores. Um grupo de jogadores bem escolhido, solidário, sólido, com bom sentido competitivo e com a noção exata que o futebol é um jogo coletivo. O cumprimento integral, por parte da administração, de tudo aquilo que lhe dizia respeito e um apoio incondicional, em casa e também fora, por parte da massa associativa. Penso que todos estes fatores somados permitiram que fizéssemos uma boa equipa e um bom campeonato. Na reabertura do mercado, em janeiro, perdeu Luiz Phellype para o Sporting CP. Foi um grande revés ou, pelo contrário,
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injusto. Atendendo ao que as equipas fizeram, o empate estaria mais de acordo com aquilo que as equipas produziram, mas, na parte final, acabamos por ser premiados. Penso que, no cômputo geral dos dois jogos, fomos melhores, mas os resultados não foram de acordo com aquilo que as equipas produziram. No primeiro jogo fomos notoriamente melhores e perdemos. No segundo jogo fomos iguais e acabamos por ganhar. Mas foram os dois jogos, porque foi o adversário mais direto que tivemos durante toda a competição, que marcaram significativamente a nossa equipa. No jogo de Famalicão, a proximidade era grande e aquela vitória foi importantíssima, talvez o jogo mais importante do campeonato. O FC Paços de Ferreira marcou 50 golos (segundo melhor ataque) e 21 golos sofridos (melhor defesa). O que define como mais importante para uma equipa no ataque à subida: uma defesa sólida ou um ataque demolidor? Penso que é tão importante defender bem como atacar bem. Agora, é evidente que se atacarmos bem e defendermos mal, dificilmente poderemos ter possibilidades de subida. O inverso pode acontecer. Defendendo bem, ainda que atacando menos bem, podemos realmente, com resultados às vezes escassos, somar pontos. Se não defendermos bem, é praticamente impossível ganhar um jogo. Não é um chavão dizer que uma equipa que defenda bem fica muito mais próximo da vitória. É evidente que se conseguirmos juntar a essa qualidade uma boa organização ofensiva, tudo ficará mais fácil. Com esta conquista, alcançou a 11º subida e a sexta vitória na LigaPro, a segunda ao serviço do FC P. Ferreira (1990-91). Qual a fórmula para atingir estes números? O futebol não é nenhuma ciência oculta. Exatamente como todas as outras ciências, há sempre uma justificação. Agora é evidente que é preciso percebermos o que estamos a fazer. A ideia que me norteia quando vou pegar numa equipa da LigaPro é fazer um bom plantel. Começar por trás não me parece que seja assim tão líquido. Sabemos que é preciso ter uma boa organização defensiva. Para isso, precisamos de bons jogadores e o que fazemos é uma seleção, que pelo nosso conhecimento da LigaPro, pensamos que podem ter êxito. São precisas algumas características importantes para os jogadores que querem ter sucesso na LigaPro. Muito mais importante é saber LIGA-TE Nº10
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"Golo em Famalicão foi o momento mais importante do campeonato. Foi o toque que nos indicou o caminho para sermos campeões" www.ligaportugal.pt
quais são aqueles capazes de resistir à pressão de jogar para subir de divisão, porque é uma pressão muito grande, em muito tempo, e nem todos estão devidamente capacitados para que isso aconteça. Por conseguinte, a seleção do plantel é a “pedra-toque” de toda esta situação. Depois são precisas boas condições de trabalho, porque temos muita mais facilidade de assistir à evolução da criatividade, da capacidade técnica, da imaginação e do sentido coletivo dos jogadores. Com boas condições treinamos muito melhor e conseguimos exteriorizar melhor as capacidades de cada um e coletivas da equipa. Depois uma administração que cumpra e honre os seus compromissos, porque dá uma tranquilidade muito grande e que depois vai refletir-se dentro do terreno de jogo. Uma massa associativa apaixonada, fundamentalmente nos jogos que correm menos bem. Penso que com estas quatro situações que acabei de referir, ficamos muito próximos do êxito. Depois há o fator sorte, que existe em tudo que é jogo. O futebol é um jogo e o fator sorte, que nos esquecemos quando ganhamos mas lembramo-nos do azar quando perdemos, também faz parte e é muito importante durante um campeonato tão longo como é a LigaPro. Qual a diferença deste título para os outros, se é que existe alguma? Os títulos são todos iguais. Uns mais difíceis, outros menos difíceis, mas é um título. O objetivo fundamental na LigaPro é a subida de divisão. O título digamos que é a cereja no topo do bolo. Mas são todos iguais. Emotivamente, por uma ou outra pessoa, por esta razão ou aquela, este título pode ter mais mérito, pode ser mais interessante do que outros que já tive. É evidente que há títulos que, por exemplo, o do Leixões SC, porque é o clube da minha terra, o clube que eu gosto, será sempre mais emotivo que qualquer outro título que tenhamos conseguido. São todos diferentes, mas têm todos um encanto absolutamente fantástico. Há alguma história que o tenha marcado mais na última temporada disputada? O futebol é uma série de emoções. Nós passamos de bestiais a bestas com uma facilidade absolutamente incrível. Cada domingo é uma situação nova para nós, com mais uma vitória, mais uma derrota ou mais um empate. As histórias vão-se repetindo, tal e qual os resultados. Vamos gerindo todas estas situações com todo o conhecimento que fomos adquirindo ao longo dos anos e que é extremamente importante na ges33
tão desses resultados. Penso que já não há muitas coisas que me surpreendam e que possa considerar especial no futebol. E o momento mais marcante da LigaPro 2018-19? O golo em Famalicão. No último minuto, penso que foi o momento mais importante do campeonato. Foi o toque que nos indicou o caminho para podermos ser campeões.
“CONTRATOS DE UM ANO DÃO TRANQUILIDADE” Passando agora para um lado mais pessoal, como surgiu a oportunidade de começar a carreira de treinador? Surgiu de uma forma algo imprevista. A minha ideia era vir para o Porto e terminar o curso de Engenharia Eletrotécnica, na FEUP, numa altura em que tinha 30 anos e acabava contrato com o Portimonense. Acabei por ser chamado pelo Presidente do Portimonense, naquilo que pensava ser uma tentativa de renovar contrato, até porque tinha feito a época toda e tínhamos logrado o acesso às competições europeias. A proposta acabou por ser para assumir o comando técnico da equipa, uma vez que o Manuel José ia sair para o Sporting CP, e aconselhou o meu nome para o seu lugar. Na altura rejeitei, mas depois de uma semana de insistência acabei por aceitar. Foi um grande desafio, porque não tinha habilitações e foi necessário começar a tirar os cursos de treinador. A minha única exigência foi a contratação de um preparador físico, que para mim era o melhor em Portugal, naquela altura, o professor Monge da Silva. Foi uma ajuda enorme e ainda hoje aplico muitas coisas que aprendi com ele. Quais os três jogadores que mais o marcaram na carreira e porquê? O que me marcou incondicionalmente foi o Drulovic. Penso que foi o melhor jogador que treinei. Depois destaco um jogador de seu nome Vítor Paneira, também fantástico. Foram muitos os nomes que marcaram, mas a destacar mais alguém seria o Radi, já em fim de carreira, e, também, um ponta de lança que não fez grande carreira em Portugal, chamado Roberto Carlos, que era um jogador acima da média. No fundo tive a felicidade de comandar grandes jogadores, como o Zahovic, por exemplo. Porque motivo o Drulovic foi tão importante? O Drulovic apareceu à experiência em Barcelos. Foi num período de guerra ciLIGA-TE Nº10
“AMBIÇÃO É DEIXAR O GIL VICENTE FC NA LIGA NOS!” Há algum objetivo que ainda tenha por concretizar? Sim. Um objetivo muito pesado, que passa por manter o Gil Vicente FC na Liga NOS. Penso que é um trabalho dificílimo, dadas as circunstâncias em que o clube chegou a este escalão e também pelas dificuldades em formar um plantel de raiz, sendo que posteriormente será necessário formar uma equipa competitiva, num campeonato muito bom como é a Liga NOS. Vai ser uma tarefa tremendamente difícil, mas vamos querer ter êxito e a minha ambição, neste momento, é deixar o Gil Vicente FC no escalão máximo do futebol nacional, na próxima época.
vil na Jugoslávia, em que ele tinha fugido para a Suécia, onde acabou por ser abordado por um português, de Barcelos, para vir treinar à experiência. Vieram três jogadores jugoslavos, mas ele foi o único que acabou por ficar. Fez duas grandes épocas no Gil Vicente FC, e depois acabou por ir para o FC Porto, onde fez uma série de anos fantásticos, algo que deu sequência nas duas épocas em que alinhou pelo SL Benfica. Ele era um jogador tecnicamente muito evoluído, com um pé esquerdo absolutamente fantástico. A velocidade era outra das suas armas, com a grande vantagem de poder desempenhar qualquer uma das posições de ataque. Para além disso, era um finalizador de excelência e fazia, também, muitas assistências para golo. Era um jogador acima da média, e uma pessoa excecional. Quais as maiores referências que tem como treinador? Eu tenho algumas referências que foram meus treinadores e com quem aprendi imenso. O Manuel José, que foi meu treinador durante vários anos, e que me transmitiu muito saber, é claramente LIGA-TE Nº10
um deles. Tenho, também, um treinador que era diferente da generalidade, porque já era um liberal naquela altura, chamado Quinito, que foi e continua a ser uma referência para a maior parte dos treinadores. No entanto, o treinador que mais me marcou foi o Mário Imbelloni, que sabia mesmo muito de futebol, às vezes até excessivamente. Tinha uma forma de conduzir o treino e os jogadores absolutamente fantástica para a época em questão. Qual foi a temporada que mais o marcou como treinador? Penso que é sempre a última e a que vem a seguir. Estamos no interregno entre uma e outra, e estamos permanentemente a fazer a análise do que fizemos, e daquilo que vamos fazer. O futebol é muito de proximidade e as últimas épocas realizadas são, por isso, as mais marcantes e as outras já passaram um bocado ao lado. Alguma que considere como a melhor? Na época 2014-15, ao serviço do U. Madeira, em que o projeto não era apenas de um ano. Embora eu faça sempre contratos de uma época, por uma 34
questão de princípio, a verdade é que tinha assinado por uma temporada, mas com a ideia de lançar as bases para, no ano seguinte, atacar a subida de divisão. Acabámos por conseguir a subida logo na primeira época e isso foi absolutamente fantástico. No entanto, a verdade é que todas as subidas têm o mesmo valor, e resultam de um trabalho imenso de um grupo enorme de pessoas. Já que tocou no tema, porque não aceita contratos com mais de um ano de duração? Por uma questão de tranquilidade. Penso que dá tranquilidade ao treinador e à administração saberem que só têm compromisso por um ano. Basta olhar para aqueles contratos de duas e três épocas, em que passados alguns meses os resultados não aparecem, e depois não são tomadas as medidas mais corretas porque existem indemnizações. Se chegarmos ao fim e as duas partes estiverem satisfeitas, será mais fácil chegar a acordo e continuar o projeto. Mas se uma das partes não estiver totalmente satisfeita, a situação fica logo resolvida, sem “pedras no sapato”. www.ligaportugal.pt
INVESTIMENTO MUITO FORTE NA PROFISSIONALIZAÇÃO” No primeiro ano como CEO da SAD do FC Famalicão, Miguel Ribeiro liderou o projeto que voltou a colocar os famalicenses na rota da Liga NOS, 25 anos depois da última presença neste escalão. Todo o árduo trabalho desenvolvido ao longo deste ano, bem como as mais valias adquiridas na sua passagem como Diretor Geral do Rio Ave FC, contribuíram para este desfecho, apenas possível graças a “um investimento muito forte na profissionalização do clube.” E a uma ligação fortíssima com os adeptos.
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MIGUEL RIBEIRO, CEO da SAD do FC Famalicão
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ue significado tem para si este projeto, iniciado este ano, e com resultados positivos logo à nascença? Essencialmente, o significado resulta de uma aposta muito clara na mudança de patamar de um clube importante, e que neste momento regressa ao seu lugar, à Primeira Liga (Liga NOS). Resulta de um investimento muito forte na profissionalização do clube, que começou há cerca de dez meses com a constituição da Sociedade Anónima Desportiva, na qual o clube e Quantum Pacific, os dois acionistas da Sociedade Desportiva, estabeleceram como meta e objetivo alcançar a Primeira Liga, por isso a concretização dos objetivos é sempre de saudar. O FC Famalicão alcançou a subida à Liga NOS logo no primeiro ano deste projeto. Que trabalho foi feito para que esta realidade fosse possível? A profissionalização do clube, acima de tudo. Acredito que estruturas fortes fazem um clube mais competitivo, e são uma forte “arma” para alcançar bons resultados. Numa primeira fase estruturámos o clube quer do ponto de vista administrativo e financeiro, quer do ponto de vista comercial, do marketing e da comunicação, e depois, no futebol profissional, propriamente dito, com a estruturação de departamentos de saúde e técnicos. Depois disso definimos uma meta, que mais do que uma obrigação era um objetivo, em que num período de entre dois a três anos iriamos colocar o FC Famalicão no escalão maior do futebol português. Felizmente foi alcançado logo na primeira época, o que de alguma forma nos antecipa o futuro, e é sempre bom quando se tem este tipo de projetos e estes se concretizam por antecipação.
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Antes de entrar na SAD do FC Famalicão, cumpriu um período de sete épocas no Rio Ave FC, como Diretor Geral. Até que ponto toda a experiência e conhecimento que adquiriu ao serviço do clube vilacondense foi importante para este projeto? Quando trabalhamos em estruturas esse “know-how” é adquirido com experiências e trabalho, e, de facto, o Rio Ave FC foi claramente fundamental nesse processo. O meu conhecimento advém muito do que aprendi, do que experimentámos e do que fizemos nestes últimos sete anos, e sem dúvida que pusemos em prática aquilo que estava testado num modelo de sucesso, uma vez que o modelo Rio Ave FC é claramente um exemplo a seguir. Trata-se de um clube ambicioso, que está sempre a lutar pelos primeiros lugares da Liga, que está sempre nas principais competições, e que a nível de estrutura e de gestão é claramente um projeto bem sucedido. Ao longo desse período em que exerceu funções no Rio Ave FC foram três os apuramentos conseguidos para as competições europeias. Até que ponto será possível replicar esse sucesso no FC Famalicão? Numa primeira fase será importante estruturar o FC Famalicão como clube de Primeira Liga (Liga NOS). Atingindo essa maturidade desportiva, a consequência será, mais ano menos ano, atingir esse tipo de lugares. Nos últimos anos, o quinto e sexto lugar têm estado sempre abertos a vários clubes como o Rio Ave FC, o Marítimo M., o Vitória SC, o FC Arouca e o Estoril Praia, o que nos mostra que, tradicionalmente, os quatro primeiros lugares estão definidos, havendo sempre uma permanente luta pela quinta e sexta posição. Convém não esquecer, no entanto, que o FC Famalicão está há 25 anos fora do escalão maior do futebol português, e, naturalmente, teremos de cumprir um processo de crescimento, e apenas quando este estiver concluído estaremos aptos a lutar por esses voos.
“ESTRUTURAR O CLUBE PARA AS NOVAS EXIGÊNCIAS” Que podemos esperar do FC Famalicão, neste ano de regresso à Liga NOS? Esta primeira época passará, essencialmente, por estruturar o clube de forma a corresponder às novas exigências, de uma Primeira Liga (Liga NOS). Esse processo abarca o ponto de vista desportivo, por um lado, e por outro, algo consiLIGA-TE Nº10
“Esta primeira época passará, essencialmente, por estruturar o clube de forma a corresponder às novas exigências”
derado por mim fundamental, como é o ponto de vista cultural, que passa por instituir dentro de portas uma cultura de vitória. Logrando a instauração dessa métrica, poderemos começar a olhar para patamares superiores, porque estamos a falar de questões essenciais, do ponto de vista estrutural e mental. Outro passo importante passa por dotar o plantel com bons jogadores, porque estes são os intérpretes do nosso jogo, que necessitam, também, de serem suportados por uma boa estrutura administrativa-financeira e marketing- comunicação. Conseguindo 38
reunir todos estes ingredientes estaremos, sem dúvida, mais bem preparados para estarmos num nível acima e, consequentemente, realizarmos uma boa época. O FC Famalicão tem vindo a seguir uma política de melhoria de infraestruturas, com a construção da academia em destaque. Que mais valias oferecem estas melhorias e serão estas um caminho a seguir no futuro? A academia é claramente um mérito do clube, porque foi o FC Famalicão que a construiu. A SAD é apenas a utilizadora das infraestruturas, sendo que houwww.ligaportugal.pt
não esquecer que para chegarmos aos lugares cimeiros tivemos de fazer um outro caminho. A nossa mudança de treinador resultou, essencialmente, de uma insatisfação com o curso que as coisas estavam a tomar, e entendemos ser necessário fazer uma alteração do corpo técnico, que fizemos, em boa hora, porque culminou com oito vitórias consecutivas, e consequente subida de divisão. Como tal, há claramente um mérito do Carlos nesta reta final, porque até chegarmos a esta parte do campeonato há um passado, que faz parte desta época, que respeitamos, e que merece ser respeitado.
“SIMBIOSE COM OS ADEPTOS”
ve uma convicção correta por parte do clube, de que este seria o caminho certo. Da parte da SAD falamos mais numa perspetiva de rendimento e dum critério de utilização. Quanto à melhoria de infraestruturas, o FC Famalicão tem, em curso, um projeto para um estádio novo, suportado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e temos, ainda, uma segunda fase de melhorias para implementar na academia, por parte do clube, sendo que nós, SAD, seremos os utilizadores dos dois espaços, através do pagamento de uma renda. www.ligaportugal.pt
Creio que tanto a SAD, numa perspetiva de arrendatária, como o município e o clube, num papel de proprietários, têm todo o interesse de que este seja um caminho para continuar a percorrer. Na temporada que findou, o FC Famalicão teve dois treinadores. A chegada de Carlos Pinto, que venceu sete dos oito jogos realizados, numa altura em que o clube vinha de uma sequência menos positiva, foi decisiva? Considerando que o Carlos protagonizou esta performance é óbvio que teve uma importância decisiva, mas convém 39
O FC Famalicão é o clube que registou a melhor média de espetadores desta época, na LigaPro. Até que ponto foi preponderante para o sucesso do clube este apoio constante, por parte da massa associativa? Nós sempre sentimos que jogávamos com 12 e, de facto, o 12.º jogador esteve sempre presente. Desde o início que criámos dentro de portas uma cultura de cuidar de quem cuida de nós e, efetivamente, houve uma simbiose total entre a equipa e os adeptos. Da nossa parte, fomos a hospitais, lares, escolas, intervencionámos junto dos nossos adeptos, inclusivamente, numa segunda-feira à noite, em Coimbra, os restaurantes estavam fechados e os nossos adeptos acabaram por ter o mesmo catering dos nossos jogadores. Eles foram, e são, claramente parte da nossa equipa, retribuíram-nos sempre, estiveram sempre ao nosso lado, e foram fundamentais nesta caminhada. O FC Famalicão conseguiu ser um caso à parte em diversas coisas, e os nossos adeptos foram, sem dúvida, uma peça-chave nesta caminhada. O FC Famalicão sempre foi um clube conhecido por ter uma massa associativa bastante fiel. Não obstante, até que ponto considera que estas iniciativas, junto da comunidade famalicense, foram importantes para conseguir atrair ainda mais adeptos? Temos a noção clara de que o FC Famalicão sempre teve muitos adeptos, fiéis e apaixonados. Naturalmente, reviram-se no trajeto desportivo quer da equipa, quer da SAD, e acompanharam-nos sempre. Mas, de facto, o FC Famalicão sempre teve adeptos e vai ter adeptos, porque é um concelho e uma cidade apaixonada pelo seu clube, e o seu clube apaixonado pelos seus adeptos. LIGA-TE Nº10
“EM TODOS OS ESTÁDIOS JOGÁMOS EM CASA”
Pela segunda época consecutiva, o nome de Carlos Pinto fica ligado a uma subida à Liga NOS. O treinador, de 46 anos, sucedeu a Sérgio Vieira no comando técnico dos famalicenses, alcançando sete triunfos em oito jogos. A estrutura “que deu todas as condições ao treinador” e os jogadores colhem elogios rasgados do técnico.
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FC Famalicão está de regresso à Liga NOS, 25 anos depois da última presença. Qual a sensação de ser um dos obreiros deste feito? Obviamente que é um feito muito positivo, mas quando falamos desta felicidade, adjacente a uma subida de divisão, temos de falar sempre dos grandes responsáveis pelo alcançar do objetivo, e esses são sem dúvida os jogadores, pela época fantástica que fizeram, numa primeira fase com o Sérgio Vieira e mais tarde comigo. Naturalmente que nos deixou, a todos, muito felizes, porque foi um momento único, algo que a própria festa confirmou, mostrando que o FC Famalicão é um grande clube e que regressa finalmente ao lugar em que merece estar. O Carlos Pinto chega ao clube numa altura em que este vinha de duas derrotas consecutivas e com a margem para os mais diretos concorrentes a diminuir. Qual foi a chave para conquistar sete vitórias consecutivas, que culminaram com a promoção prematura do clube? Foi muito importante entrar na semana em que houve a paragem do campeonato, o que acabou por nos dar 15 dias para preparar uma ideia de jogo. Sabíamos que os resultados eram muito importantes para os jogadores acreditarem, o que acabou por acontecer, em pleno, graças ao triunfo diante do
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CD C. Piedade e Leixões SC. A partir daí tudo se tornou mais fácil, e penso que o momento decisivo esteve mesmo nesses dois jogos, que fizeram com que os jogadores se identificassem com a nossa ideia e filosofia de jogo. O clube investiu recentemente na melhoria de infraestruturas, com a construção da academia em plano de destaque. Enquanto treinador, que mais valia estas melhorias trouxeram para o seu trabalho e dos jogadores? Neste momento, o FC Famalicão dá todas as condições, não só à equipa técnica, como aos jogadores. Temos um campo de treinos muito bom, com um relvado excelente, bem como um departamento médico muito bem equipado. A isto acresce, ainda, um ginásio ao nível dos melhores do país, que oferece todas as condições para desenvolver um bom trabalho. A meu ver o FC Famalicão está a trabalhar muito bem, e vai continuar, no futuro, até porque estamos a falar de um novo contexto profissional. O FC Famalicão foi o clube com a melhor média de espetadores da LigaPro. Que importância tiveram os adeptos nesta caminhada? Foi um momento fantástico. Aquela chegada à Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão é uma imagem que vai ficar para a vida, uma vez que estamos a falar de milhares de pessoas
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que esperavam, de há 25 anos para cá, pelo concretizar deste objetivo. Lembro-me do primeiro jogo que tivemos no Estádio Municipal de Famalicão, diante do CD C. Piedade, em que a vontade de os adeptos era tanta, que qualquer “murro que levássemos no estômago” fazia a bancada parar, e imperava sempre um silêncio terrível, porque ficava no ar a sensação de que ainda não seria desta. O que é certo é que atingimos o objetivo, e os adeptos tiveram um papel muito importante, uma vez que em todos os estádios jogámos praticamente em casa, o que revela a dimensão deste clube. Num âmbito mais pessoal, esta é a segunda subida consecutiva do Carlos Pinto à Liga NOS. Que importância estes sucessos têm para a sua carreira, e qual a chave para conseguir ser bem-sucedido num escalão tão competitivo como a LigaPro? Estamos a falar de uma estrutura que deu todas as condições ao treinador. A chave são sempre os jogadores, corroborando um pouco aquilo que o Bruno Lage (treinador do SL Benfica) disse, quando afirmou que são os jogadores que fazem o treinador, o que para mim é inteiramente verdade. Nesse aspeto, fui beneficiado porque tenho um plantel de grande qualidade, tanto técnica como humana, e quando assim é tudo se torna mais fácil para o treinador.
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“GRUPO DE EXCELÊNCIA” Algum momento em particular que recorde nesta caminhada vitoriosa? Sem dúvida que os estágios foram marcantes. Estamos a falar dum plantel que tem um compromisso e um foco muito grande, em relação a este FC Famalicão e, exemplo disso, é que os jogadores ficavam, todos eles, sentados à mesa a conviver, já depois da refeição ter terminado, durante cerca de meia hora. Isto revela, claramente, que o FC Famalicão tem um grupo de excelência, que trabalhou muito ao longo da época, e que manteve sempre um compromisso total, de acordo com aquilo que eram os objetivos propostos.”
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GIL VICENTE FC
PRONTO PARA O DESAFIO O Gil Vicente FC está de regresso à Liga NOS. Uma reintegração que sucede a uma época em que a equipa disputou o Campeonato de Portugal sem que os seus resultados contassem para somar pontos. Mesmo assim, os “gilistas” contabilizaram 22 vitórias e apenas oito derrotas em 34 jogos. Agora, os desafios são muitos para recuperar o nível exigido pelo futebol profissional. Apesar do “contexto terrível” dos últimos anos, o presidente do clube, Francisco Dias da Silva, encara o futuro com otimismo e tem pensada a estratégia para reconquistar adeptos, patrocinadores e… o tempo perdido.
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Devolver ao Gil Vicente FC o estatuto de equipa de primeira Liga é o objetivo do projeto de Francisco Dias da Silva. Um desejo que até nem é novidade para este empresário, fundador, há 45 anos, de uma das mais conhecidas empresas de confeção de Barcelos. Era ele o presidente do clube quando, na época 1989-1990, a equipa então orientada pelo treinador Rodolfo Reis festejou, pela primeira vez na sua história, a subida ao principal escalão do futebol português. Então, como hoje, não foi um caminho fácil. Foi preciso aguardar pelo apito final no último jogo, fora de “casa”, frente ao Varzim SC, para os adeptos gilistas festejarem na rua o maior feito da sua LIGA-TE Nº10
história. “De uma hora para a outra, milhares de pessoas saíram à rua, associando-se à onda vitoriosa que da Póvoa de Varzim chegava até Barcelos”, lê-se no livro que assinalou as Bodas de Diamante do Gil Vicente FC, comemoradas em 1999. Cumprido o objetivo, Francisco Dias da Silva deixou a presidência do “Gil” no final da época 1990-1991. Onze anos depois, em 2012, um outro clube da cidade precisava de alguém com um projeto que o salvasse de uma crise profunda: o Óquei de Barcelos. O empresário aceitou o desafio e, em pouco tempo, devolveu-lhe a mística perdida. Finais, dois títulos europeus (Taça CERS) e o pavilhão quase sempre cheio foi o 42
que se seguiu. E uma formação criadora de alguns dos melhores jogadores de hóquei em patins do mundo. Face a uma crise diretiva no Gil Vicente FC, em 2017, Francisco Dias da Silva foi, entretanto, novamente desafiado a assumir a presidência clube. Nova missão, novos desafios e – nas suas próprias palavras – um “contexto terrível” foi a realidade que encontrou. Confessa que não tem soluções mágicas, mas acredita que a experiência e o amor ao clube vão ajudá-lo a fazer do “Gil”, de novo, um clube de primeira liga. Eis o projeto, nas suas próprias palavras. A história de qualquer clube é feita de momentos marcantes. Uns pela positiva, outros nem tanto. Este regresso do Gil www.ligaportugal.pt
APOSTA NA FORMAÇÃO É PARA CONTINUAR Drulovic, Secretário, Brassard, Laureta, Mangonga, Dito, Caccioli, Pedro Roma… São muitos os jogadores que passaram pelo plantel do Gil Vicente FC e fizeram história no futebol português. Mas não só. Da formação do clube de Barcelos saíram, também, talentos que ficaram, para sempre, associados a alguns dos maiores feitos das chamadas “gerações de ouro” de 1989 e 1991. Desde logo, três campeões do mundo, em Riade (1988-89): Morgado, Paulo Alves e Jorge Couto. Dois anos depois, em Lisboa, Nuno Ca-
pucho recebia, também, a medalha de campeão do mundo pela seleção sub-20 de Portugal. A tradição de clube formador de talentos é algo que Francisco Dias da Silva quer manter. E nem mesmo a situação difícil que afetou o Gil Vicente FC, sobretudo na última época, fez abrandar a aposta nas camadas jovens. “Acabámos a época passada numa situação terrível, mas não abrandámos”, realça. “Já há uns anos que não íamos à fase final do nacional de juniores, e fomos este ano, ficando de fora equipas com melhores condições. Portanto, se houvesse alguma dúvida, está aí a
prova de que o Gil Vicente não desinvestiu na formação”, acrescenta. O projeto de Francisco Dias da Silva passa, aliás, pela melhoria das condições atualmente oferecidas à formação, designadamente ao nível das infraestruturas. “Acabando esta intervenção no estádio, temos um projeto, com processo já concluído, que envolve a construção de dois campos, junto ao topo norte. “Um de relva natural e outro sintético, com bancada e todas as condições para receberem jogos oficiais. É pouco, mas já será muito em relação ao que temos atualmente”, conclui.
Vicente FC à Liga NOS e a época que o antecedeu é um desses momentos? A história do Gil Vicente tornou-se muito difícil desde a hora em que fizeram esta maldade ao clube. Eu não estava cá há 12 anos, mas o que aconteceu a partir daí foi uma situação que trouxe prejuízos incalculáveis. Na altura, o Gil Vicente era um clube considerado de 1ª Liga. Desde então, os outros clubes foram evoluindo, foram-se adaptando, criando estrutura e infraestruturas, e estabilizaram-se. E o Gil foi ficando para trás. É muito difícil saber o que seria o Gil Vicente hoje se se tivesse mantido na 1ª Liga, com a evolução natural das coisas. Foi um clube que esteve parado no tempo, até um contexto muito difícil que foi a última época.
Foi uma época particularmente difícil, ao jogar sem discutir pontos… Somente com muita vontade e grande esforço é que mantivemos uma estrutura com dignidade, assumindo a responsabilidade dos compromissos, que não é mais do que aquilo que uma pessoa de bem deve fazer. Mas há contextos difíceis e este foi terrível. Foi e continua a ser. Penso que o Gil Vicente, provavelmente, será o único clube no mundo que passou por uma situação destas. Foi uma época a passar tempo, a jogar com os adversários sabendo que não contava para nada. Tenho, aliás, que dar os parabéns à equipa técnica e aos jogadores, porque fizeram um excelente trabalho. Agora vamos para uma nova realidade.
O novo treinador do Gil Vicente FC, Vítor Oliveira, disse que a próxima época será o maior desafio da carreira dele. No seu caso, acontece o mesmo, enquanto dirigente desportivo? Seguramente. O maior e, certamente, o mais difícil. É um contexto terrível. As equipas que sobem da LigaPro à Liga NOS têm uma base onde se apoiam. No nosso caso é completamente diferente. A aposta em Vítor Oliveira, um treinador muito experiente e com inúmeros sucessos na carreira, faz parte da estratégia para recuperar o tempo perdido? Tive algum cuidado na contratação do treinador. Já estávamos a trabalhar e depois continuámos com a orientação dele. E, realmente, tenho que lhe estar
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grato porque ele tinha, conforme é do conhecimento público, variadíssimos projetos mais fáceis. E nem sequer se pode estar a falar do aspeto financeiro, porque este projeto também não é financeiramente mais vantajoso do que outras propostas que ele tinha. Estou muito satisfeito por ele se ter disposto a vir ajudar. E se para ele é muito difícil, pode crer que para mim também vai ser, certamente. Mas com uma grande esperança. A preparação para a nova época desportiva fica marcada por uma série de intervenções no Estádio Cidade de Barcelos. O que está a ser feito? Nós tínhamos a ideia de que melhorar o relvado era fundamental. Não admitimos arrancar a época com as condições em que estava. Portanto, a ideia foi levantar tudo, ou seja, mais do que, simplesmente, substituir o relvado. Esta é uma obra mais profunda, para ficarmos com um relvado de boa qualidade e para o futuro. É uma obra para fazer num tempo recorde. Depois, também, o acesso ao relvado, na saída dos balneários. Melhorámos a entrada das equipas. Os balneários também precisavam de algumas obras. Remodelamos, igualmente, algumas salas de serviços relacionados com o futebol profissional. O ginásio também não estava adequado para esta nova realidade, pelo que se fez um novo ginásio. É um esforço grande num contexto como este? Embora este seja um estádio municipal, há aqui um investimento considerável do próprio Gil Vicente. Se me perguntarem se era a melhor altura para se fazer esta intervenção, não era, porque estamos muito debilitados financeiramente. É verdade que, exteriormente, e para o adepto, o estádio está impecável. Mas para quem vive as situações por dentro, no dia a dia, não estava. Melhor dizendo, tinha condições, mas já não tinha as melhores condições, nem tão pouco, num ou noutro pormenor, cumpria as exigências da Liga. Agora, com uma nova época prestes a iniciar-se, vem aí o desafio de reconquistar os adeptos que, eventualmente,
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FRANCISCO DIAS DA SILVA , presidente do Gil Vicente FC
“QUERO QUE OS ADEPTOS VENHAM AO GIL GANHAR ENERGIA” se afastaram do clube. Há anos, o senhor enfrentou um desafio idêntico no Óquei de Barcelos, que é hoje um fenómeno de adesão, com o pavilhão cheio em quase todos os jogos. Qual vai ser a sua estratégia para o Gil Vicente FC? Se outros clubes ainda não o conseguiram fazer, quem sou eu para dizer que vamos conseguir ter o estádio cheio em todos os jogos. Mas há uma coisa que eu sei: é que sou uma pessoa de bom senso. Uma coisa que resultou no Óquei de Barcelos foi a consciência da realidade do poder de compra dos portugueses. O Gil Vicente não está na Alemanha ou na Inglaterra. Está em Portugal e, por isso, temos de jogar com essa realidade. Temos que ter preços que as pessoas possam pagar, quer a nível de sócios quer dos adeptos no geral. É assim que penso que vamos trazer mais gente. Preços compatíveis com a realidade dos portugueses, para que as pessoas possam vir ao estádio. Sabemos que o Gil Vicente FC já iniciou uma campanha de angariação de novos associados e venda de lugares anuais. Como está a ser a adesão? Está a haver muito boa adesão. Estamos a sentir uma reação muito pronta das pessoas a fazerem-se sócios e a comprar lugares anuais. Estão de acordo com os preços que se estão a praticar. Depois entra o fator do treinador. A vinda de Vítor Oliveira é uma “carta na manga” para despertar o interesse dos adeptos? Sim. O Vítor Oliveira é a pessoa certa para este projeto. Pela sua competência, pela sua experiência, pela sua idoneidade. Para mim, isso é muito importante. Eu gosto muito de pessoas sérias. E os resultados desportivos? Também
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será um fator a ter em conta, não? Quando entrei no Óquei de Barcelos, com o pavilhão vazio e cheio de problemas, eu dizia que “pelo menos em casa, nós não podíamos perder muitos jogos”. Aqui passa-se o mesmo. Porque o adepto já tem frustrações que cheguem no dia a dia, para chegar cá e, independentemente de quem for o adversário, o Gil Vicente perder. Eu sei que este é um contexto terrível, mas também sei que nós temos de acreditar. E ganhar jogos em casa é fundamental para reconquistar os adeptos. Para que isso aconteça, é preciso o Gil vencer. No entanto, a situação financeira de qualquer clube, ou Sociedade Desportiva, não depende apenas dos seus associados. Há um contributo fundamental dos patrocinadores. Qual é a sua estratégia nesta área? Nós temos aqui um caminho longo para percorrer no domínio dos sponsors e do marketing. Mas, passo a passo, vamos fazendo as coisas. Neste momento, o que posso dizer é que tenho de estar muito grato às pessoas que, num contexto destes, não abandonaram o clube. Não são muitos, mas tivemos vários patrocinadores que, na época passada e naquele contexto, quiseram continuar a pagar o mesmo valor que, por exemplo, vão pagar esta época. Mas, naturalmente, temos que melhorar aí também, porque o Gil Vicente tem uma necessidade urgente de angariar receitas. Face a tantas dificuldades e sendo um empresário de sucesso, com uma vida profissional muito preenchida, o que o motiva a aceitar liderar o Gil Vicente FC num momento tão difícil? Foi o apelo que me fizeram. É o gostar muito do clube. É o sentir a maldade que lhe fizeram. Por muito que as pessoas digam que sabem, nunca ninguém vai
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perceber bem o quanto prejudicaram o Gil Vicente. Só nós próprios sabemos. A última época foi disputada com um plantel muito jovem. Agora, com o Gil Vicente FC de regresso à Liga NOS, vai ser possível aproveitar esses jovens? Olhe, ainda há dias dizia aos meus colegas de direção que tenho a esperança de que com muito trabalho e alguma sorte vamos começar a recuperar o tempo perdido. Tínhamos feito a inscrição para o campeonato de sub-23, que acreditava ia ser uma realidade, mas, infelizmente, não foi. Ao não entrarmos, criou-se mais um problema que temos de ultrapassar. Até porque o campeonato que fizemos, na época passada, não aconteceu por acaso. Eram miúdos com qualidade. Estamos agora a gerir isso, mas neste momento não posso garantir quantos vão fazer parte do plantel principal. Estamos a tentar arranjar soluções para ter os jogadores debaixo do nosso controlo. O Gil Vicente FC regressa à Liga NOS numa altura em que a direção da Liga Portugal, liderada por Pedro Proença, acaba de ser reeleita para um novo mandato. Que análise faz da estratégia da Liga para o futebol português, nomeadamente o forte incentivo à profissionalização? Estou de acordo com o projeto. Pergunto, frequentemente, por que razão o futebol português não está mais próximo de uma liga inglesa, alemã ou espanhola, quando a nível de técnicos e jogadores já somos dos melhores? Portanto, nós dirigentes, onde eu me incluo, é que devemos estar mal. É preciso mais paz, mais tranquilidade, que todos caminhem no mesmo sentido. Não é possível que pessoas que vivem desta indústria a tratem tão mal nalguns momentos.
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VESTE UNDER BLUE
PORTIMÃO ACOLHE PRIMEIRA COPA IBÉRICA
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epois do sucesso registado nos Encontros Ibéricos, realizados na pré-época da temporada 2018-19, a Liga Portugal e a LaLiga World voltam a unir esforços e vão organizar a primeira edição da Copa Ibérica, que será disputada no Portimão Estádio, entre os dias 19 e 21 de julho. Após o ano zero desta parceria, este será o primeiro torneio organizado em conjunto por estes dois organismos, tendo como principais objetivos a projeção internacional da marca Liga Portugal e o estreitamento de relações com a congénere espanhola e a promoção do futebol ibérico. O torneio, que foi apresentado dia 2 julho por Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal, Isilda Gomes, Presidente da edilidade local, e Robson Ponte, vice-presidente do Portimonense, será disputado em formato quadrangular, com o FC Porto e o Portimonense a se-
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rem as equipas portuguesas em prova. A LaLiga World, por seu lado, faz-se representar por Real Betis e Getafe CF. O arranque da prova está agendado para as 20H30 do dia 19 de julho, com o embate entre “dragões” e os “verdiblancos”, do Real Bétis. No dia seguinte é a vez da formação anfitriã entrar em prova, num duelo que irá opor os algarvios ao conjunto madrileno do Getafe CF, num encontro que irá principiar, igualmente, às 20H30. As duas equipas que vencerem as respetivas meias-finais, defrontar-se-ão na noite de 21 de julho, numa partida que definirá o vencedor da Copa Ibérica (20h30). No mesmo dia, da parte da manhã, realiza-se o jogo de atribuição do terceiro lugar da prova (11h30). A animar os dias em que decorre a Copa Ibérica, a cidade do barlavento algarvio terá uma Fan Zone de 18 a 21 de julho,
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em frente à Câmara Municipal de Portimão, que será ativada das 18 às 23 horas. De referir ainda que Portimão será Cidade Europeia do Desporto, em 2020, pelo que a organização da primeira edição da Copa Ibérica será o ponto de partida para um ano ímpar, a nível desportivo, na história da cidade algarvia.
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PORTIMONENSE SC
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conjunto da casa, o Portimonense Sporting Clube, foi fundado no dia 14 de agosto de 1914, e terminou no 12.º posto da edição 2018-19 da Liga NOS, resultado de 11 vitórias, seis empates e 17 derrotas. Esta época marcou uma clara aposta em jovens jogadores como Bruno Tabata, Lucas Fernandes e Paulinho. O experiente Jackson Martinez, melhor marcador da Liga NOS nas épocas 2012-13, 2013-14 e 2014-15, foi, no entanto, a principal “arma” para os algarvios chegarem ao golo, ao anotar nove tentos. A equipa algarvia regista 16 presenças no principal escalão do futebol português, onde alcançou como melhor classificação o quinto lugar, na época 1984-85. Esse registo acabaria por valer o acesso à 1.ª ronda da antiga Taça UEFA, onde os algarvios foram eliminados diante dos sérvios do FK Partizan. A época que se avizinha será a terceira consecutiva da equipa do Algarve na Liga NOS, com a Copa Ibérica a perfilar-se como o primeiro ensaio para a preparação da versão 2019-20 do Portimonense. Com o objetivo de dar continuidade ao projeto iniciado nas últimas temporadas, os algarvios estreiam-se na prova diante do Getafe CF, no dia 20 de julho, num relvado com direito a destaque e prémio.
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FC PORTO
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Futebol Clube do Porto, cuja fundação data de 28 de setembro de 1893, é um dos clubes mais titulados do futebol português. Na época 2018-19, os “dragões” terminaram no segundo lugar da Liga NOS, depois de terem somado 27 vitórias, quatro empates e três derrotas, tendo ainda alcançado os quartos de final da UEFA Champions League, bem como as finais da Taça de Portugal e da Allianz CUP. Iker Casillas e Pepe foram nomes incontornáveis do plantel “azul e branco”, que teve em Soares a principal referência ofensiva. O avançado brasileiro somou um total de 22 golos ao longo da época. A história dos portistas contempla ainda sucesso internacional, graças aos sete títulos europeus conquistados. Entre eles, duas UEFA Champions League, duas UEFA Europa League, uma UEFA Super Cup e duas Intercontinental Cup. Com vontade de continuar a enriquecer o seu palmarés, o FC Porto terá na Copa Ibérica o primeiro teste da nova época. A estreia dos “azuis e brancos” está agendada para o dia 19 de julho, onde irão ter pela frente o Real Bétis Balompié, naquele que será o jogo inaugural da Copa Ibérica.
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GETAFE CLUB DE FÚTBOL S.A.D.
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pesar das mudanças de nome que ocorreram ao longo da história e da refundação nos anos oitenta, o clube foi fundado em 1923. Em agosto de 1983 “renasceu” com o nome Getafe Club de Fútbol, sendo um dos clubes de futebol mais emblemáticos de Madrid. Na época 2018-19, a equipa de Getafe, em 45 jogos, venceu 19, empatou 16 e foi derrotada 10 vezes. A formação de Madrid ficou em 5.º lugar no campeonato espanhol, qualificando-se para a fase de grupos da Liga Europa e foram até aos quartos de final da Copa Del Rey. O jogador português, de Freamunde, Antunes, defesa esquerdo, está no clube há duas épocas e este ano foi nomeado, melhor lateral-esquerdo da La Liga. Aos 32 anos, o defesa participou em 28 partidas da La Liga e assinou um golo. No passado mês Maio, o internacional esquerdino contraiu uma lesão grave e enfrenta agora um período de reabilitação. Com um plantel que ronda uma média de 28 anos, e estando apenas há dois anos na La Liga Santander, podemos considerar este clube como um percurso e um crescimento desportivo de sucesso. O Getafe Club de Fútbol sobe ao relvado do Estádio Municipal de Portimão, no dia 19 de julho, frente ao Portimonense, para o primeiro jogo da Copa Ibérica.
© Getafe CF
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REAL BÉTIS BALOMPIÉ
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eal Bétis Balompié, fundada em1907, com mais de 100 anos de história, é um dos clubes centenários da La Liga. Na temporada 2018-19, a equipa andaluza, em 59 jogos, venceu 22, empatou 18 e foi derrotada 19 vezes. Uma época em que a segunda volta não foi bem sucedida, mas na qual também existiram momentos altos com a vitória em Camp Nou e em San Siro (Liga Europa, frente ao Milan). Um dos pontos altos desta equipa, apesar de ter ficado em 10.º lugar no campeonato, foi ter chegado a uma semifinal da Copa Del Rey, 14 anos depois. A aposta foi no crescimento da equipa e no consolidar do projeto, com as contratações de Pau López ou Sergio Canales, assim como a afirmação de jovens jogadores como, Diego Lainez (18 anos), Emerson (20 anos) ou Junior Firpo (22 anos) deram uma margem de progressão à equipa e ao crescimento do projeto. O jogador português William Carvalho foi uma das contratações mais importantes do clube nas últimas temporadas, bem como, Giovani Lo Celso. O internacional português e o jovem argentino acrescentaram qualidade e valor à equipa de Andaluzia. O projeto de futuro do Real Bétis é a aposta nesta equipa com uma visão de otimismo para a época 2019-20, começando com a competição na Copa Ibérica no mês de Julho, no primeiro jogo dia 19 Julho frente ao FC Porto.
© Real Bétis
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RESPONSABILIDADE SOCIAL
NO NORTE, CENTRO E SUL
MASCOTE LIGAS ENTREGA DONATIVOS
E DISTRIBUI SORRISOS EM INSTITUIÇÕES DE BRAGA E CASCAIS
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Fundação do Futebol – Liga Portugal vai realizar no dia 21 de julho, um almoço beneficência com vista a angariação de fundos para o projeto. Este almoço vai decorrer no hotel Tivoli Marina Portimão, no Algarve e o evento está inserido no programa da competição Copa Ibérica 2019, que se realiza naquela cidade algarvia, nos dias 19,20 e 21 de julho. A Fundação do Futebol – Liga Portugal continua em ações solidárias e, depois da última edição da Final Four, os jovens do Colégio de São Caetano de Braga, que foram voluntários e participaram na organização da competição receberam, no passado mês de maio, 16 computadores, material de estudo e de lazer que visam apoiar a respetiva e contínua evolução pedagógica. No dia da entrega dos donativos ao Colégio, a Fundação do Futebol-Liga Portugal proporcionou uma manhã diferente a todos os utentes. Depois de um momento de convívio foi hora de pôr “pés à obra”, que é como quem diz, darem início a um jogo amigável entre funcionários da Liga Portugal e os jovens da instituição. Todos os bens foram adquiridos através da angariação de fundos nas diversas ações de caráter social realizadas na Final Four da Allianz Cup, em Braga: Corrida do Adepto, Leilão de bolas e camisolas dos clubes finalistas e da venda de merchandising, assim como, os 16 computadores dados foram oferecidos pelo parceiro Estoril Sol Digital. O Colégio de São Caetano tem como desafio, acolher, criar uma relação significativa, e contribuir para a reinclusão familiar e a reinserção social dos jovens. Com este mesmo sentido de responsabilidade
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social, a Fundação do Futebol - Liga Portugal, no âmbito da celebração do Dia Mundial da Criança e da parceria com a campanha Pirilampo Mágico 2019, da FENARCECI, proporcionou um dia diferente aos 140 jovens adultos com deficiência intelectual e necessidades especiais, da instituição CERCICA, em Cascais. O Pirilampo Mágico convidou o simpático e divertido Ligas, mascote oficial da Liga Portugal a conhecer as instalações e a conviver com os jovens da instituição. O Ligas visitou as oficinas e ateliers do CAO (Centro de Atividades Ocupacionais), esteve no relvado com os atletas do CERCICA Clube e distribuiu presentes, bolas e t-shirts, para todos. No final tirou-se a habitual foto de família para mais tarde recordar! A CERCICA - Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Cascais, proporciona novos desafios e atividades promotoras de inclusão nas áreas de Educação, Formação e Emprego, Atividades Ocupacionais, Atividades Desportivas e Lúdico-Recreativas, Apoio Domiciliário e Residencial. Um dos inúmeros projetos da CERCICA é a loja CERGARDEN que vende artigos feitos pelos jovens nos diversos atelieres que a instituição contempla, assim como, produtos biológicos, peças de artesanato, pinturas, tapeçarias. A loja é aberta ao público. A Liga Portugal coloca assim em prática – e uma vez mais – o seu inerente sentido de Responsabilidade Social.
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4ª EDIÇÃO DA CORRIDA DO ADEPTO 2020
A Liga Portugal tem abertas as inscrições para a Corrida do Adepto 2020, uma prova de corrida e caminhada, que irá decorrer no dia 25 de janeiro, às 10h00, em Braga, no âmbito do programa da Final Four da Allianz CUP. A Corrida do Adepto destina-se a todos os apaixonados por atividades desportivas, nomeadamente de atletismo, corrida, 10Km e/ou caminhada, 5 Km. Este evento desportivo assume, uma forte componente de responsabilidade social, sendo que parte da verba gerada pelas inscrições será entregue a uma instituição de solidariedade social. O evento é organizado pela Liga, com o apoio da Câmara Municipal de Braga e do IPDJ – Instituto Português do Desporto e da Juventude. A organização técnica é da responsabilidade da Runporto.
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RICARDO E AS DUAS PAIXÕES: FUTEBOL E FOOT…GOLF R
icardo Alexandre Martins Soares Pereira, ficou conhecido pelo dia em que decidiu tirar as luvas, defender e marcar um penalti. Decorria o ano de 2004, e o jogador redes estava ao serviço da Seleção Nacional, então nos quartos de final do Europeu. O, agora, antigo guarda-redes foi apelidado de herói, depois de ter sido campeão pelo Boavista Futebol Clube e de ter ganho duas Taças de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira, ao serviço do Sporting CP. Enquanto guarda-redes profissional, a carreira começou no Clube Desportivo do Montijo, mas Ricardo deu o salto para um clube da Liga principal, ainda com 19 anos, então na primeira época de sé-
nior. Foi o Boavista Futebol Clube que o foi buscar ao Campeonato nacional - 2.ª divisão B, zona Sul - onde jogou durante 8 épocas. Esteve 5 anos no Sporting CP e passou por clubes como Bétis de Sevilha, Leicester City e Vitória FC. Terminou a sua carreira em 2013-14 ao serviço do Sporting Clube Olhanense. O ex-guarda-redes, ainda antes de terminar a sua carreira como jogador profissional de futebol, apaixonou-se por outra modalidade, o golfe. “Este desporto surgiu na minha vida em 2006 e foi quando começou esta paixão. Depois de muita insistência do Professor António Dantas tive a primeira aula e ficou um bichinho, por ser uma modalidade tão difícil”, explicou à revista Liga-te. Continuando esta conversa, Ricardo fri-
sou a importância deste desporto na sua vida. “O golfe é o ‘hobby’ que adoro. Já ganhei muitos troféus. Já fui campeão nacional MID-AMATEUR, em 2015, por equipas, e representei Portugal num campeonato do mundo de empresas, o que deixa muito orgulhoso”, acrescentou. Nos tempos livres, o ex-guarda redes encontrava no golfe uma forma de descontrair e de relaxar, o que “curiosamente ainda hoje acontece”: “Foi um escape que arranjei para estar descontraído e praticar o que, no fundo, mais gosto de fazer.” Durante a sua carreira de futebolista conseguiu sempre conciliar as suas grandes paixões e, findo o seu vínculo à competição de alto rendimento, começou a entrar em vários torneios e eventos ligados ao golfe.
COMO SE JOGA O FUTEGOLFE Footgolf, futegolf ou ainda futegolfe é um desporto no qual os jogadores pontapeiam uma bola de futebol, iniciando o jogo no tee de um campo de golfe. A bola, note-se, terá que cair num buraco, no solo, e isto terá que acontecer sucessivamente com um número mínimo de toques, à semelhança do golfe.
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Em 2008 experimentou o melhor de dois mundos, o Footgolf, em inglês, ou Futegolfe em português. “Tive oportunidade de praticar, ainda jogava futebol em Espanha. Foi engraçado porque a modalidade tinha sido lançada há pouco tempo e, na altura, achei bastante inovador”, referiu, salientando que esta modalidade passa por um conceito “em que a base são as mãos e o posicionamento do tronco aos pés”. “Achei curioso e quis logo experimentar. Sei que é um hobby apaixonante como é o golfe. Eu adorei jogar e sempre que tenho oportunidade faço questão de estar presente. É uma ótima forma de juntar as minhas duas paixões desportivas”, evidenciou. Acrescenta até que “há quatro anos”
participou, juntamente “com o Figo e dois amigos na final do WCGC (Worl Corporate Golf Championship), um evento que junta vários países e que se tem jogado nos últimos anos em Cascais”. “No início deste mês de julho irei jogar novamente e serei embaixador na final do Mundial WCGC.” O Embaixador da Liga Portugal tem projetos na sua vida paralelos ao mundo do futebol, não deixando de lado a sua paixão e continua a “competir” nos maiores campos de golfe nacionais e internacionais. De parte não está a possibilidade de vir a estar envolvido em algum projeto seu, mas lembra, com um sorriso, que “este tipo de iniciativas são só para profissionais.” “Mas… quem sabe um dia”, desabafou.
SIGNIFICADO DE SER EMBAIXADOR LIGA PORTUGAL
Portugal “com muita alegria e orgulho.” “É o momento de continuar a fazer parte do futebol do meu País”, acrescentou, realçando que é “um desafio representar a Liga Portugal ao mais alto nível e, por isso, é com muito prazer que estarei disponível para levar o nome da Liga e representar o futebol pelo pais e pelo mundo.”
O ex-guarda-redes português, de 43 anos, que passou a maior parte da sua carreira, em Portugal, ao serviço do futebol e também da Seleção Nacional, diz ter recebido o convite de Embaixador da Liga
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• Cuido de você – David Carreira, Kell Smith • Faz Gostoso – Blaya • Ai Minina – Tô Semedo, Badoxa • Tou na Moda – Mastiksoul, Los Manitos • Coração Não tem Idade (Vou Beijar) – Toy • Perro Fiel (feat Nicky Jam) • Atrevido – Djodje • Você Partiu meu Coração – Nego do Borel, Anitta, Wesley Safadão • X – Nicky Jam, J Balvin • Tá Kuiar Bué – TT, Virgul • Do You No Wrong – Richie Campbell • Shallow – Lady Gaga, Bradley Cooper • Matemática do Amor – Matias Damásio • Só eu sei – Virgul • Eterno - Anjos
• Pra que conversar - Paula Fernandes: • Colgando en tus manos - Carlos Baute con Marta Sánchez • Friday i’m in love - The cure • Mercy - Duffy • are young - Fun • Moving on up - M People • Lábios compartidos - Maná • in the air tonight - Phil Collins • Baby can i hold you - Tracy Chapman • Perdoname - Pablo Alboran com Carminho
• Manto de água - Ana Moura •Não dá - dama •Loucos - Matias Damásio •Promise - usher •Ponto de luz - Sara Tavares •Paradise - colplay •Life is real - ayo •Sunset - farruko •Hold you - gyptian •Impossible - james arthur •Sin tu amor - justin quiles •Cheerleader - omi •Heaven - richie campbell •Like i can - sam smith •Kingston town - ub40 •Meu ego - deejay tello
PLAYLIST SPOTIFY EMBAIXADORES LIGA PORTUGAL
ANDRÉ VILLAS-BOA
• Deixa acontecer - Grupo Revelação • Nada pra fazer - Vou pro sereno • A amizade - Grupo Fundo de quintal • Deixa a vida me levar - Zeca Pagodinho • O Bem - Arlindo Cruz • Malandro sou eu - Beth Carvalho • Me socorre aê - Grupo Revelação • Luz do Repente - Jocelina pérola negra • Eu prefiro acreditar - Zeca Pagodinho • A vida não está fácil - Pagode da 27 • Qualquer lugar - Renato da Rocinha • Nossa escola - Underground samba lapa • Alma boêmia - Quintal do Zeca pagodinho • Perseverança - Xande de Pilares • A vida é assim - Zeca Pagodinho
• Bob Marley- one love • UB 40- red red • Tina Turner- private dancer • Lionel Richie- stuck on you • Anthony Hamilton-never give up • Rosário-que bonito • Cesaria Evora-sodade • Kassav-zouk la sé sél medikaman nou ni • Black coffee-superman • Roberto Carlos-Baleias • Michael Jackson-you are not alone • Santos & Pecadores-fala-me de amor • Mastiksoul-gasosa • António José & Diogo Piçarra-a donde vas • Badoxa-minha mulher • Landrick-meu amor ft lonny Johnson • Matias Damasio-loucos • Aitana & Lola Indigo-me quedo • Ozuna-te soñé de nuevo
• Sultans of Swing- Dire Straits • Bohemian Rapsody- Queen • Day- U2 • Moment of Surrender- U2 • Sunday Bloody Sunday- U2 • Every step you take- Sting • Closer To the Edge- Thirty Seconds to Mars • Se Parece mas a Ti- Jambao • Filhos do Dragão- FC Porto • Smells like teen spirit- Nirvana • Alive- Pearl Jam • Dunas- GNR • Porto Sentido- Rui Veloso • Tá escrito- Grupo Revelação • Tudo o que eu te dou- Pedro Abrunhosa
LLAS-BOAS • History - One direction • Yesterday - Beatles • bohemian Rhapsody - Queen • Don t stop me now - Queen, • Heroes - David Bowie • November rain - Guns n Roses • You and i - Scorpions • Bad day - Daniel Powter • ANEL DE RUBI - RUI VELOSO • Jardim proibido - Paulo Gonzo
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• Desde cuando - Alejandro Sanz. • ill be missing you - Puff Daddy • Endless Rain - XJapan • Por que no ser amigos - Hombres g con Dani Martin, • Mille giorni de te e de mi - Cláudio Baglioni • J’ te l dis quand meme - Patrick Bruel
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NOTÍCIAS
PLANO DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO HISTÓRICO Na última Assembleia Geral Ordinária da época 2018-19, foi aprovado, sem quaisquer votos contra das Sociedades Desportivas, o Plano de Atividades e Orçamento para a época 2019-20, que prevê receitas superiores a 18 milhões de euros, um valor recorde e sem precedentes na história da Liga Portugal. O orçamento aprovado nesta reu-
CD FEIRENSE APRESENTOU LIVRO DO CENTENÁRIO Os “fogaceiros” apresentaram, no passado dia 14 de junho, um livro comemorativo do centenário do clube, intitulado “Os Primeiros 100 anos do CD Feirense”. Esta obra relata a vida do clube, ao nível de todas as modalidades, com depoimentos de figuras emblemáticas, histórias inéditas de bastidores e registo fotográficos de todas as décadas. A apresentação decorreu no Monumento do Centenário, em Santa Maria da Feira, e contou com forte afluência de associados, simpatizantes e membros dos corpos diretivos do clube.
nião magna, prevê, ainda, um total de receitas operacionais superiores a 1.000.000 euros. Este será o quarto ano consecutivo em que serão cumpridos todos os objetivos anunciados e aprovados, com os encargos transitados das épocas anteriores a ficarem liquidados, no final da nova época iniciada no dia 1 de julho.
PEDRO ROXO E ANTÓNIO ALBINO REELEITOS Os presidentes Pedro Roxo, da A. Académica, e António Albino, do Ac. Viseu, foram reeleitos para continuarem ao comando dos destinos dos respetivos clubes. O dirigente do clube conimbricense totalizou 57,95% dos votos e irá assim cumprir novo mandato, compreendido entre o triénio de 2019-22, depois de ter assumido a liderança dos “estudantes” em abril de 2017. Já o congénere viseense alcançou 67% da votação, e mantém a posição que logrou pela primeira vez em 2005, num mandato que estará em vigor entre 2019 e 2022.
OBRAS NO ESTÁDIO CARLOS OSÓRIO AVANÇAM Com o objetivo de voltar a receber jogos das competições profissionais em Oliveira de Azeméis, a UD Oliveirense iniciou no mês de junho as obras de requalificação do Estádio Carlos Osório. De forma a corresponder às exigências da Liga Portugal, irão ser feitas remodelações ao nível do relvado, torres de www.ligaportugal.pt
iluminação, bancadas, balneários, zona técnica, sala de imprensa, bancada de imprensa e torres de TV. O orçamento para esta obra ronda os 800 mil euros, valor que vai ser suportado pelo clube através de um empréstimo a ser liquidado num período de quatro anos. 57
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FICHA TÉCNICA
LIGA-TE: EDIÇÃO 010 DIREÇÃO: Pedro Proença EDITORA: Vanda Cipriano REDAÇÃO: Rita Matos, João Nave, Nuno Teixeira, Pedro Bessa e Tiago Sá Pereira FOTOGRAFIA: Gualter Fatia e Pedro Trindade DIREÇÃO COMERCIAL E PATROCÍNIOS: João Medeiros Cardoso DESIGN E PAGINAÇÃO: Adriano de Carvalho IMPRESSÃO: Greca, Artes Gráficas TIRAGEM: 1000 exemplares PERIOCIDADE: Bimestral
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