Nº 12 NOV 2019
João Pedro Sousa com bom arranque na Liga
"ACREDITO NO FUTEBOL PORTUGUÊS" "LIGA ESTÁ MAIS FORTE" "JOGADORES PRECISAM DE COMPETIR"
DESCIDA DO IVA NO DESPORTO DEBATIDO NO GOVERNO E GRUPOS PARLAMENTARES
A P R E S E N TA
Uma nova geração de rede móvel, para uma geração sem limites
Rede móvel pronta para o 5G
EDITORIAL
IRREVERSÍVEL E PROFISSIONAL A internacionalização da marca Liga Portugal é, agora, um caminho sem retorno, assente em ideias estruturadas e num profissionalismo em crescendo do Futebol Profissional que precisa de novos ânimos e motivos para se reinventar. O Plano Estratégico da Liga Portugal, feito pela consultora EY e iniciado há mais de um ano, aponta sem constrangimentos os pontos críticos do Futebol Profissional português, confirmando aquilo que tantas vezes tenho dito e que passa pela inevitabilidade de olharmos mais para esta modalidade como uma verdadeira Indústria. Esta mudança de mindset permitirá abrir vias e possibilidades que conduzam a um aumento de competitividade no plano nacional e, por consequência, no campo internacional. Temos todos responsabilidade no rumo que queremos seguir. Liga Portugal, FPF, Sociedades Desportivas e Governo. Fundamental, por isso, termos um olhar consciencioso sobre o que projetamos para o futuro mais imediato do nosso www.ligaportugal.pt
Futebol. São 11 os desafios que a EY nos lança, e bem, sob pena de perdermos de forma irreversível o comboio do Futebol europeu. Centralizar os direitos audiovisuais é obrigatório num Futebol e numa Sociedade evoluída, aliás, como a Liga Portugal tem vindo a dizer nos últimos anos. Quando o fizermos estaremos, definitivamente, mais perto da elite, abandonando a cauda de uma Europa do futebol já obsoleta em termos de ideias. Numa aragem de frescura regressam ao Futebol português treinadores que carregam a experiência de outros campeonatos. Depois de Carlos Carvalhal ter defendido mais jogos, abraçando também a Allianz CUP como prova importante para quem quer competir, é agora a vez de ler o que pensa João Pedro Sousa. Um treinador que, em Famalicão, tem feito um trabalho notável, aliado a uma boa e inteligente gestão por parte dos responsáveis pela SAD do clube. 3
Com ele trouxe a experiência acumulada em Inglaterra e um discurso ambicioso, pronto a apontar o caminho. Mais espetáculo e maior conforto traduzem-se em argumentos vitais para o aumento de adeptos nos estádios. Afirma, sem receio, que as regras devem ser mudadas e que só um Futebol de bancadas cheias de adeptos entusiastas pode ser um bom negócio para quem compra e, por consequência, para quem consome. Não nos basta dizer que queremos fazer e crescer, é preciso efetivar. É esta a lógica do Futebol-Indústria, que vive assente numa imagem de agregação, diálogo e profissionalismo. É a que estamos a traçar para o Futebol Profissional português!
Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal.
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LIGA-TE EM RESUMO 5/9 ENTREVISTA JOÃO PEDRO SOUSA JOÃO PEDRO SOUSA
Assembleia da República aprovou, em 2018, a redução do IVA para 6% em todos os espetáculos culturais, incluindo espetáculos de canto, dança, música, teatro, cinema, tauromaquia e circo. O Desporto foi, porém, ignorado, continuando a ser taxado a 23%, sendo esta uma decisão que incomoda o desporto português em geral e não apenas o Futebol Profissional. Esta decisão, que exclui o Desporto da extensa redução do IVA, é uma medida tida como discriminatória e injusta, sobretudo pela forma como o desporto está a ser tratado, neste capítulo, até pelo muito que contribui positivamente para a nossa sociedade e para a formação de jovens. A Liga Portugal continua a sua luta e, para além da difusão de mensagens, a apelar a assinatura da petição, viu alguns dos Embaixadores da Liga Portugal e atletas de outras modalidades juntarem-se a esta ação, que terá o seu auge nas jornadas 12 da Liga NOS e na ronda 11 da LigaPro. Esta é uma campanha promovida pela Liga Portugal, com o apoio das Sociedades Desportivas, e que terá o seu enfoque na petição para reduzir o IVA a 6% em todos os espetáculos desportivos.
EMBAIXADORES LIGA PORTUGAL Sónia Carneiro esclarece dúvidas
“ASSUNTO EM DEBATE COM O GOVERNO E COM GRUPOS PARLAMENTARES”
Decidiu abraçar a primeira experiência como treinador principal e deixou para trás a Premier League e o Everton, numa decisão que levou ao fim de uma ligação de anos como adjunto de Marco Silva. João Pedro Sousa quer, aos 48 anos, construir a sua carreira, com ideias próprias, e com a sua forma de trabalhar. Uma decisão que foi a “certa” e muito impulsionada por Miguel Ribeiro, Presidente da SAD de um clube peculiar, com adeptos e uma região perfeitamente identificados com os seus ideais. Está feliz em Famalicão!
Quais as razões que levam a Liga Portugal a assumir esta luta, nesta altura? Este é um assunto que tem estado na nossa agenda há pelo menos um ano. Como foi público, constou das reuniões que tivemos com todos os Grupos Parlamentares. Portanto, não é de agora. Estamos todos mais atentos ao assunto, nesta altura, porque a Liga resolveu acionar uma ação para a descida da taxa de IVA nos bilhetes (jornada 12 da Liga NOS e 11 da LigaPro). Mas este é um assunto com o qual nos preocupamos imenso há já algum tempo. Os clubes estão envolvidos nesta questão? Completamente! As Sociedades Desportivas estão envolvidas nesta questão, o que se entende, tendo em conta que foram elas que suportaram há sete anos a subida da taxa de IVA na bilhética para 23%, não aumentando o preço que era cobrado aos adeptos. Estamos a falar de uma quantia avultado, como devem imaginar. Mas não só o Futebol Profissional está unido nesta causa. Temos várias modalidades e vários atletas de topo, dou como exemplo o Miguel Oliveira, associados a esta causa, que é de todos os que amam o Desporto. Afinal, o Desporto é ou não um espetá-
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PLANO ESTRATÉGICO LIGA PORTUGAL
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Não foi possível identificar apenas um problema, mas sim diversos que concorrem todos em simultâneo para a incapacidade de com as mesmas tradicionais ações e iniciativas, se possam obter resultados diferentes. A mudança terá que ser disruptiva e ultrapassando estes 11 grandes desafios:
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Sistematizar todos os desafios ao Futebol Profissional face aos três grandes constrangimentos encontrados, resultou de um estudo profundo, sistematizado e organizado face à realidade instalada e identificada pela EY:
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E 14-15 PLANO ESTRATÉGICO DA LIGA PORTUGAL
m 2017, decidimos que seria fundamental atualizar o anterior plano estratégico e business plan da Liga Portugal, compreendendo de forma global quais os principais desafios ao sector do Futebol Profissional. Hoje temos sistematizados dois documentos pela EY (a consultora estratégica da Liga Portugal) fundamentais para o sector, o Diagnóstico ao Futebol Profissional (apresentando a abril de 2019), e o Plano Estratégico para o ciclo 201923, que é um documento bastante ambicioso, que mostra como pode a Liga atuar de forma efetiva no mercado e que deu origem ao atual plano de atividades e estratégico da própria Liga Portugal. Desde fevereiro de 2018, que a consultora EY começou a fazer reuniões primeiro internas com a Liga Portugal, e depois externas, com todos os stakeholders envolvidos: Sociedades Desportivas, patrocinadores e parceiros, operadores televisivos, media, opinion leaders, entre outros com atividade no e para o Futebol Profissional.
PERDA DE COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL (QUE EM MUITO RESULTA DA PRÓPRIA FALTA DE COMPETITIVIDADE NACIONAL)
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4. SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DAS SOCIEDADES DESPORTIVAS
7. RESPOSTA À MUDANÇA DO PERFIL DO CONSUMIDOR
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INTERNACIONALIZAÇÃO DO FUTEBOL
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VALORIZAÇÃO DAS COMPETIÇÕES
CENTRALIZAÇÃO DOS DIREITOS AUDIOVISUAIS
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APOSTA NO DIGITAL
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ntegridade. Foi disso que a Liga Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o Sindicato de Jogadores (SJ) falaram nas visitas que fizeram, no mês de novembro, aos plantéis do Vilafranquense e Casa Pia. Duas sessões que serviram para os jogadores, treinadores e staff dos clubes que esta época chegaram ao Futebol Profissional ficarem a conhecer a realidade em quem aposta em jogos de futebol, ou está diretamente envolvido: trata-se de crime e com penas altas. Esta campanha de Integridade tem percorrido o país do Futebol nos últimos anos e para as três instituições nunca é tarde para deixar clara a mensagem que um jogador de Futebol Profissional não pode apostar nesta modalidade, seja de forma direta ou através de pessoas com as quais tenha contacto direto e reconhecido, sob pena de crime e infração disciplinar (ver quadro). Mas ficaram também conhecedores de uma mudança na lei, que aconteceu em 2017: receber dinheiro para ganhar jogos também é crime!
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INDUSTRIALIZAÇÃO DO FUTEBOL
AMBIÇÕES
JOGADOR FUTEBOL PROFISSIONAL SE ACEITAR MANIPULAR UM JOGO POR CAUSA DE UMA APOSTA
(RE)POSICIONAMENTO DO FUTEBOL NACIONAL NO TOP 5 DAS LIGAS EUROPEIAS VALORIZAÇÃO ECONÓMICA E DESPORTIVA DO FUTEBOL PORTUGUÊS
9. DIÁLOGO SOCIAL
10. ALTEAÇÃO DO PARADIGMA CULTURAL Perante este cenário, a empresa consultora colocou a nota de que face aos atuais constrangimentos, ou há uma capacidade de disrupção agregada e coletiva desde o governo, às Sociedades Desportivas, e às organizações que o gerem ou o Futebol Profissional português está e entrará num ciclo de perda de valor irreversível.
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PELA INTEGRIDADE NO FUTEBOL
AFIRMAÇÃO DA LIGA PORTUGAL
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3. INTERNACIONALIZAÇÃO
8. QUALIFICAÇÃO E VALORIZAÇÃO DO ESPETÁCULO
ESGOTAMENTO DO ATUAL MODELO DE FINANCIAMENTO
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A Liga Portugal, fez do plano apresentado pela EY, o seu plano disruptivo - somos pelos interesses superiores do Futebol Profissional - a competitividade, a inovação, a internacionalização e a promoção do negócio. Queremos, com as Sociedades Desportivas, fazer crescer esta indústria para patamares de notoriedade e eficiência, compatíveis com o muito valor que cria!
SE PEDIR A TERCEIROS PARA MANIPULAR UM JOGO POR CAUSA DE UMA APOSTA
SE NÃO DENUNCIAR UMA MANIPULAÇÃO DA QUAL TEM CONHECIMENTO
CRIME Pena prisão superior a 10 anos
CRIME Pena superior a 7 anos
INFRAÇÃO DISCIPLINAR Suspensão de 1 a 5 anos e multa de 357€ a 21.675€
INFRAÇÃO DISCIPLINAR Suspensão de 1 a 5 anos e multa de 357€ a 21.675€
INFRAÇÃO DISCIPLINAR Suspensão de seis meses a 1 ano e multa de 892,80€ a 17.340€
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DIRETOR JURÍDICO DA LIGA PORTUGAL “Estamos a atuar em várias frentes. Tal como o João Oliveira disse, há uma verificação por parte da Liga dos salários dos jogadores e dos trabalhadores LIGA-TE Nº12 das Sociedades Desportivas, ou seja, o pagamento tem de ser comprovado de três em três meses e isso elimina um dos fatores que proporcionam o match fixing. Falamos obviamente de dificuldades que forçam, tantas vezes, os jogadores a arranjarem outras formas de financiamento. Além disto, também tem sido feito um trabalho de previsão regulamentar dos ilícitos disciplinares relacionados com a viciação de resultados. Os jogadores ficam agora a saber que as apostas na modalidade são totalmente proibidas”. financeiramente, é importante, e desportivamente também o é, porque proLIGA-TE Nº12 move a competição com outras equipas, nomeadamente da Liga NOS, que de outra forma não era possível. Como tal, é importantíssimo na parte financeira e competitiva”. INFRAESTRUTURAS
DEBATE DE TEMAS IMPORTANTES FUNDO DE
“Tem sido fundamental para nós, foi uma ideia muito boa e os clubes têm de se organizar de modo a poder aproveitar este benefício da melhor maneira possível, para uma melhoria do estádio, das transmissões televisivas, para que os adeptos possam ter uma experiencia diferente”. VICTOR FRANCO Presidente do Casa Pia AC “Quando subimos à LigaPro, houve uma exigência a nível da requalificação do Estádio Pina Manique, e fizemos um esforço para cumprir os requisitos que a Liga exigia, sendo que o Fundo de Infraestruturas comparticipou parte do total desse investimento”. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
QUADRO COMPETITIVO DA LIGAPRO
PRESIDENTES DA LIGAPRO DEBATEM TEMAS IMPORTANTES
Importância da Allianz CUP, fundo de infraestruturas, e outros assuntos estiveram na mesa dos líderes de uma prova à qual não falta competitividade LIGA-TE Nº12
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ANA MARQUES
JURISTA DA FPF “A irradiação do match fixing, como qualquer outro fenómeno, é quase impossível. Nesse sentido, a Federação e os seus parceiros, a Liga e o Sindicato, pretendem que a informação chegue a todos os destinatários. Estas são ações para todo o futebol e, com elas, estamos a criar na formação uma geração mais honesta e nos Campeonatos Profissionais, estamos a criar consciencialização. O nosso objetivo é lutar por um futebol mais limpo. Um jogador, hoje em dia, pode não conhecer as penas todas, mas sabe que as consequências são graves. Para a carreira e para a vida”.
TREINADOR DO VILAFRANQUENSE “Cada vez mais o futebol é um negócio e compete a todas as instâncias superiores terem cuidado com a máquina do futebol. Agradecemos que a Liga, a FPF e o Sindicato de Jogadores procurem fazer este tipo de ações. As etapas são feitas e todos estão a contribuir para um futebol melhor. Se o futebol é a minha vida, todo o cuidado é pouco. Devemos estar atentos ao que está à nossa volta! Compete aos treinadores contribuírem para que as coisas sejam melhores e defenderem o futebol”.
JOÃO OLIVEIRA
SECRETÁRIO GERAL DO SINDICATO DOS JOGADORES “Tem sido prioridade o combate ao match fixing, porque sabemos que em Portugal, na Europa e no Mundo existe - e temos de dizê-lo abertamente. As competições profissionais em Portugal evoluíram muito, tanto na I como na II Liga, com questões salariais resolvidas, mas ainda temos um trabalho longo. Estas organizações criminosas viajam para o nosso país, porque há coisas que são atrativas para eles e é mais fácil recrutarem jogadores, treinadores, dirigentes… É um flagelo. O Sindicato tem mecanismos para os jogadores se protegerem”.
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RUI DUARTE
TREINADOR DO CASA PIA AC
JOÃO VIEIRA
JOGADOR DO VILAFRANQUENSE
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sabemos o quão difícil é conseguir ganhar um jogo”. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
IMPORTÂNCIA DA ALLIANZ CUP HORÁCIO BASTOS Presidente da UD Oliveirense
“Para a LigaPro é uma prova extremamente importante, e penso que para a Liga NOS também é uma prova que se consegue enquadrar bem, e que serve
PEDRO MACHADO
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EDGAR PINHO Presidente do Varzim SC “É fundamental para a competitividade da LigaPro. A Allianz CUP não é só mais uma competição, pois esta acrescenta
que o número de equipas e consequentemente de jogos é bom. O que não acho que seja bom, e que a mudar iria tornar ainda mais competitiva a prova,
muita competitividade e dá oportunidade aos clubes”. António Albino, Presidente do Académico de Viseu FC e a competitividade da
seria uma melhor distribuição da receita, proveniente da centralização dos direitos televisivos, pois as equipas ficariam muito mais apetrechadas.”
LigaPro “Cada vez mais, a LigaPro é recheada de equilíbrio, pois com 18 equipas, num
António Gaspar Dias, Presidente do FC Penafiel e a importância da Allianz CUP “Não tenho dúvida nenhuma que é importante. Para as equipas da LigaPro,
cenário em que qualquer equipa pode descer, essa competitividade está comprovada. O primeiro é capaz de vencer o último e o último é capaz de vencer o primeiro”.
NOVO PINA MANIQUE CARLOS OSÓRIO QUASE PRONTO
A
19 de novembro, a sede da Liga Portugal foi palco de uma reunião entre o Presidente da instituição que gere o Futebol Profissional português, Pedro Proença, e os Presidentes da LigaPro, num encontro que serviu para debater vários dos te-
mas prementes da atualidade da prova. Mostrando grande sintonia relativamente aos temas em debate, os Presidentes das Sociedades Desportivas da LigaPro concordaram que é necessário continuar a trabalhar pela promoção da competição. As transmissões e restantes produtos televisivos, a melhoria das infraestruturas e o crescimento da visibilidade da prova foram alguns dos temas destacados. A manutenção do quadro competitivo em vigor foi igualmente sublinhada, sendo isto considerado fundamental para a estabilidade e competitividade das equipas que disputam a LigaPro, da mesma fora que, durante a reunião, foi realçada a importância da Allianz CUP no espaço competitivo dessas mesmas equipas, assim como o aspeto financeiro da prova. Os Presidentes das Sociedades Desportivas reprovaram, também, a possibilidade de alteração do modelo de repartição de verbas provenientes da UEFA, que promove desde 2000-01 a distribuição igualitária pelas Sociedades Desportivas da Liga NOS e da LigaPro. O Presidente da Liga Portugal voltará a reunir com os representantes máximos das Sociedades Desportivas da LigaPro em fevereiro de 2020. 27
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passado dia 2 de novembro assinalou a estreia do Estádio Pina Manique nas competições profissionais, no embate que, curiosamente, colocou frente a frente as duas formações recém-promovidas à LigaPro: Casa Pia AC e Vilafranquense. Um momento inesquecível, na longa história da formação lisboeta, que contou com a presença do Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, e da Diretora Executiva de Competições da Liga Portugal, Helena Pires, ambos a reconhecerm o investimento e o esforço levado a cabo pelos responsáveis do emblema casapiano, por forma a adaptar-se a um novo contexto profissional. Para Pedro Proença é “um orgulho imenso” ver a obra concluída, sabendo que a mesma “significou um esforço imenso para o Casa Pia AC”. “Hoje temos umas instalações absolutamente habilitadas a entrarem nas competições profissionais”, frisou. Numa visita às novas instalações, guiada por Victor Franco, e feita antes da
para o Casa Pia AC esta obra, que significou um investimento imenso. Mas
inauguração que decorreu com pompa e circunstância, os responsáveis
tinha que ser, porque os clubes do Campeonato Portugal não estão pre-
da Liga mostraram-se particularmente agradados com as melhorias e o aspe-
parados para as exigências da LigaPro”, referiu Victor Franco.
de requalificações, com a remodelação total das bancadas, balneários e posto médico, de forma a satisfazer as exigências regulamentares da Liga Portugal. Nota de destaque, também, para a infraestrutura montada para as
to de um estádio completamente novo. “De facto, é uma grande satisfação
O histórico recinto, inaugurado no ano de 1900, foi alvo de um conjunto
transmissões televisivas, situada no lado oposto à bancada central.
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36/39 TIAGO LENHO FALA DA AJUDA DA PÓS-GRADUAÇÃO EM ORGANIZAÇÃO E GESTÃO NO FUTEBOL PROFISSIONAL
as fotos tiradas pela Liga-te. O recinto, situado no centro da cidade
remodelação, desde a zona técnica, bancadas, zona de imprensa e relvado, cumprindo o regulamentado da Liga. Nos últimos dois anos, a equipa da UD Oliveirense, esteve a jogar fora da sua cidade e longe dos seus adeptos, em recinto emprestado, no Estádio Municipal de Aveiro. Certo é que, fruto desta situação, a UD Oliveirense, a cumprir a terceira temporada na LigaPro, nunca jogou oficialmente no seu estádio. Um regresso ambicionado por todos e esperado pelos adeptos e cidadãos de Oliveira de Azeméis. Devolver à cidade o seu clube de coração e poder contar com o apoio de todos é um desejo de toda a equipa e de um clube, que já conta com 97 anos de história. www.ligaportugal.pt
ISABEL JONET, Presidente do Banco Alimentar Contra a Fome LIGA-TE Nº12
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Aos 18 anos, Mário Lima já alcançou um feito pouco comum. A média de 19.9, com que entrou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, fazem do jovem, que alinha ao serviço dos sub-19 do CD Feirense, a prova viva de que é possível conciliar a vida académica e o desporto em apenas 18 anos, mas uma maturidade incomum para a idade. Com uma infância passada entre os livros e os relvados, Mário Lima notabilizou-se pelo excelente percurso em ambas as frentes, que culminou com a sua entrada para o curso de Engenharia e Gestão Industrial, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com uma notável média de 19.9. Um sucesso para o qual, o jovem jogador que alinha no eixo da defesa da equipa de sub-19 do CD Feirense, considera essencial “estar atento ao que os professores dizem, uma vez que eles cedem boas indicações, quer para conhecer os conteúdos das matérias, quer para potenciar o melhor desempenho possível nos testes”. Apesar desta grande dedicação pelos estudos e de “todos os dias tentar rever a matéria aprendida no próprio dia”, Mário nunca deixou para trás a grande paixão pelo futebol e, em especial, pelo CD Feirense, “emblema do coração” que desde sempre representou. A família, mais concretamente o pai e o tio, foi parte importante para este caminho, uma vez que “também praticaram futebol, e desde cedo procuraram incutir essa paixão”, admite o jovem
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“PARTICIPAR PARA UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E INCLUSIVA”
final do mês de novembro trouxe ao Futebol Profissional mais uma parceria no âmbito do projeto “Valores em Cadeia”, neste caso concreto, abrangendo o da Solidariedade. Nos estádios da Liga NOS e da LigaPro houve recolha de alimentos, para serem distribuídos em diferentes instituições. Isabel Jonet, Presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, fala à Revista Liga-te, sobre a campanha de combate à fome, a parceria entre as duas entidades e o valor do desporto como veiculo de comunicação, destacando, o voluntariado como um aspeto a reforçar. Como tem visto a evolução do Banco Alimentar, onde está há 25 anos, e
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PARCERIA37COM O BANCO ALIMENTAR
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stá para breve, o regresso a casa! Já faltam poucos dias para a UD Oliveirense voltar a jogar no Estádio Carlos Osório, o que vai acontecer a 15 de dezembro, no jogo frente ao FC Penafiel, marcado para as 11h15, com transmissão na Sport TV. O que co-
de Oliveira de Azeméis, inaugurado no ano de 1932, foi alvo de uma grande
ção familiar. “Foi graças a eles que, aos seis anos, ini-
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meçou por ser uma requalificação passou a uma obra de raiz, como mostram
jogador, com orgulho evidente na atividade desportiva que pratica e na liga-
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e no meu ponto de vista, é uma prova que deve continuar”.
Da Pós-Graduação em Organização e Gestão no Futebol Profissional a Diretor Desportivo do Gil Vicente FC. Este é o caminho de Tiago Lenho, agora com 31 anos de idade. O antigo jogador profissional, com passagens por emblemas como o Leixões SC ou o SC Farense, conta-nos o que o levou a escolher a formação disponibilizada pela Liga Portugal, fazendo um balanço da presente temporada e olhando, ainda, para a relação com o irmão Nélson Lenho, Diretor Desportivo do GD Chaves e também antigo jogador profissional
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CASA PIA AC “É muito importante ficarmos a conhecer as leis. Sem sabermos, podermos estar a prejudicar a nossa equipa, o clube e a vida pessoal. Sabia que não podia apostar, mas desconhecia que fosse crime. Não Estas ações são muito importantes, para não nos colocamos em risco”.
para promover as duas provas profissionais. Tem vindo a crescer, de ano para ano, quer em termos de organização como em termos de retorno financeiro,
“Estamos numa fase de estabilização da competição em termos de número de equipas, e o campeonato em si só demonstra a sua competitividade, pelo
TIAGO LENHO
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temos de ter consciência que é perigoso. Não queremos isso! O futebol tem de ser limpo e discutido apenas dentro das quatro linhas. É importante para todos, mas muito para os jogadores que estão em planteis com algumas dificuldades”.
16/17 INTEGRIDADE VISITOU CASA PIA E VILAFRANQUENSE
pode vencer o primeiro, cada jogo é uma ´guerra. Quando ganhamos um jogo é uma alegria tremenda porque
GUSTAVO RODRIGUES VICE-PRESIDENTE DO CD NACIONAL
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“São ações sempre importantes… Se nos abordarem já sabemos o que fazer. Querem desvirtuar a beleza do futebol com estas situações. É importante acabar com este flagelo. Os jogadores, agora, sabem as leis e o que não podem fazer, se não querem colocar tudo em risco. Estamos expostos e, às vezes sem saber, podemos prejudicar a nossa equipa e isso é ilegal”.
“Estas ações são importantes para alertar os jogadores. Sabemos que é um fenómeno que tem crescido bastante e
JOSÉ CRISTO Presidente do CD Mafra “Tenho dito isso desde o início, o último
32-33 CASA PIA AC E UD OLIVEIRENSE COM CASA NOVA
“PARTE DIRETIVA É A QUE NECESSITA DE MAIOR FORMAÇÃO”
FILIPE MOREIRA
OPINIÕES EM DISCURSO DIRETO PAULO MARIZ ROZEIRA
11. NOVO MODELO DE GOVERNANÇA
RODOLFO CANAVESI CEO DO ESTORIL PRAIA
26/27 PRESIDENTES DA LIGAPRO EM REUNIÃO NA LIGA
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Desta forma, a estratégia definida passa por 5 grandes eixos estratégicos.
2. COMPETITIVIDADE E EQUILÍBRIO COMPETITIVO
6. INTEGRIDADE DAS COMPETIÇÕES AUSÊNCIA DE VISÃO DO FUTEBOL ENQUANTO INDÚSTRIA
NUNO GOMES
''O Futebol é um espetáculo desportivo, todos nós gostamos de ver as bancadas dos estádios cheias! Assine a petição para reduzir o IVA a 6% nos espetáculos desportivos!''
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1. CENTRALIZAÇÃO DOS DIREITOS AUDIOVISUAIS
5. RESPOSTA À MUDANÇA TECNOLÓGICA
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''A cultura, como sabem, tem várias vertentes, tem várias paixões, uma delas é o desporto e para que todos possam usufruir do melhor espetáculo, assine a petição. O desporto é cultura e tem de ser taxado com o IVA a 6%. Conto com todos!''
As ações apresentadas para os eixos estratégicos de desenvolvimento da Liga Portugal, são assim disruptivas e alinham com a missão reinventada - garantir a excelência da organização das competições profissionais, em pleno respeito pela sustentabilidade económica e financeira da instituição e dos seus associados, não deixando de nos posicionarmos como uma das mais importantes Ligas da Europa, permanentemente na senda das boas práticas internacionais, valorizando económica e desportivamente o Futebol Profissional português.
POR SUSANA RODAS
Diretora Executiva de Marketing da Liga Portugal
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RICARDO
culo? Se sim, tem que o ser para tudo! A descida do IVA para 6% tem sido falada com o Governo? Com o Governo e não só. Como sabem temos tido reuniões periódicas com o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, Dr. João Paulo Rebelo, e, naturalmente, esta tem sido uma questão abordada. Mas este assunto vai continuar a ser abordado com os Grupos Parlamentares, como já aconteceu o ano passado, para que possam ter sensibilidade quando o assunto estiver em discussão na Assembleia da República. Quando pedimos a descida da taxa de IVA para 6% nos bilhetes, tem a ver com o facto dessa ser a taxa existente quando, em 2012, houve a subida para 23% e foram os clubes que suportaram esse aumento. Por outro lado, foi também essa a taxa aplicada na revisão dos demais espetáculos, até à tourada. E o nosso lema é factual: Desporto é espetáculo. De qualquer forma, e apesar de querermos a meta ambiciosa dos 6% de IVA, não negamos a possibilidade de haver uma descida para uma taxa intermédia, numa primeira fase. Seria um bom sinal que o país estaria a passar ao Desporto. E o nosso lema é factual: Desporto é espetáculo.
PRODÍGIO DA ENGENHARIA MANTÉM PRODÍGIO DA ENGENHARIA MANTÉM VIVA A PAIXÃO PELO FUTEBOL VIVA A PAIXÃO PELO FUTEBOL
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10/12 DESPORTO QUER REDUÇÃO DA TAXA DA IVA NOS BILHETES
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“SER TREINADOR DO FAMALICÃO É UM DESAFIO SOBERBO”
a adesão das pessoas a causas como esta? O primeiro Banco Alimentar foi criado em 1991 e, desde então, o modelo foi replicado, existindo hoje 21 Bancos Alimentares autónomos, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares e unidos pela mesma missão: a luta contra o desperdício de alimentos para os levar à mesa de quem deles necessita. Ao longo dos últimos 25 anos assistimos a uma crescente adesão das pessoas e das empresas à proposta lançada pelos Bancos Alimentares, contribuindo com alimentos, com tempo,
atentas a uma realidade que ainda afeta muitas pessoas em Portugal. Sendo o Futebol Profissional um desporto que gera emoções e move multidões, como o vê a ser um veículo de comunicação para este tipo de campanhas? Precisamente por esse facto, penso que esta iniciativa permite comunicar a mais pessoas e em canais diferentes o trabalho levado a cabo pelos Bancos Alimentares. O futebol chega a milhões de pessoas e aliar a campanha do Banco Alimentar à comunicação desenvolvida permitirá aumentar o número de pessoas que ficam impactadas.
com serviços, com donativos, o que tem permitido constituir uma incrível rede de apoio que leva alimento a muitas famílias que têm graves dificuldades económicas, em parceria com mais de 2.500 instituições que as apoiam diariamente e tentam minorar sofrimentos e carências. A Responsabilidade Social tem vindo a marcar a agenda do Futebol. Como vê esta parceria com a Fundação do Futebol - Liga Portugal? A disponibilidade da Fundação do Futebol para mobilizar os clubes, os adeptos, os atletas e todas as pessoas que nutrem
O que acha que ainda falta fazer no campo da Responsabilidade Social e sensibilização para as mais diferentes problemáticas sociais? Um dos aspetos que será necessário ainda reforçar é o compromisso do voluntariado, encarando-o como participação de cidadania ativa, mais do que uma ocupação de tempo ocasional. Precisamos que todas as pessoas olhem à sua volta e vejam que podem intervir, ajudando que precisa, mas também contribuindo para comunidades mais limpas, preservando o ambiente e cuidando das
por este desporto por vezes uma enorme paixão, revela um extraordinário sentido de Responsabilidade Social e muita inteligência. Potenciará seguramente a visibilidade da causa da luta contra a fome em Portugal e permitirá chegar a pessoas que por vezes não estão tão
pessoas. Participar para uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária traz benefícios para todos e o comprometimento é palavra chave nesta participação. Seria importante sensibilizar os jovens desde tenra idade para participarem, como sucede noutros países.
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ciei a minha carreira no CD Feirense e, desde aí, nunca mais parei, até porque é algo que me dá imenso gosto de fazer”, confessou o defesa. Se o prazer pelo futebol teve forte contributo do pai, a vertente académica contou com cunho da mãe de Mário Lima, que “tirou exatamente o mesmo curso”, de Engenharia e Gestão Industrial. Uma família que tem clara influência na forma de estar do jogador na vida. Esta é uma área que, de resto, parece enraizada no sangue do jovem “fogaceiro”, uma vez que na sua família “quase só há engenheiros”. Mário Lima
UNIÃO COM SOCIEDADE PONTO VERDE PELA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL No âmbito da parceria entre a Fundação do Futebol – Liga Portugal e Sociedade Ponto Verde, as entidades irão desenvolver um Manual de Boas Práticas Ambientais, onde será definido um conjunto de comportamentos e práticas ambientais sustentáveis. A este documento pioneiro no Futebol Português, irá juntar-se um conjunto de ações no terreno. Uma destas primeiras iniciativas está agendada para a Final Four da Allianz CUP, em Braga, que vai decorrer entre 18 e 25 de janeiro, de 2020.
será mais um. Apesar deste apoio e aconselhamento
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Durante a competição estarão presentes “mochileiros SPV”, equipados com eco-
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constante da sua família, a verdade é que Mário sempre teve uma forte dose de autonomia, que não o impediu de tomar as decisões mais indicadas para a sua vida. Desde logo, a grande atração “pelo futebol e pelo conhecimento”, aliado ao facto de ser “muito curioso em relação a tudo o que se passa em redor”, foram fatores determinantes para que não fosse “difícil conciliar as duas tarefas”, apesar dos sacrifícios que vai fazendo, fruto de duas paixões. Certo é que este gosto, aliado a “um grande interesse pela matemática e física”, deram origem “à paixão pela engenharia”, pelo que não foi nada complicado escolher qual a carreira a seguir. Este foi um interesse que, em termos académicos, culminou com a opção pelo curso de Engenharia e Gestão Industrial, em função do facto de, hoje em dia, “um engenheiro necessitar de ter conhecimentos mais aprofundados na área da gestão, se, de facto, ambicionar chegar mais longe numa empresa.” Uma escolha ponderada e pouco vulgar num jovem pronto a apostar numa carreira profissional. Este é um percurso que, até agora, deixa Mário Rui Mata Lima “muito feliz e honrado”, apesar de algumas dificuldades extra, que “são naturais”. Desde LIGA-TE Nº12
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pontos móveis, tendo em vista o objetivo de facilitar a recolha de embalagens, que possam vir a ser recicladas.
LUTA CONJUNTA COM A LIGA PORTUGUESA CONTRA O CANCRO A Fundação do Futebol – Liga Portugal não ficou indiferente ao flagelo do Cancro da Próstata e, numa iniciativa pioneira, juntou-se à Liga Portuguesa Contra o Cancro e à Fundação Benfica, numa ação que contou com a participação de todos os clubes da Liga NOS e LigaPro. No caso específico do embate entre SL Benfica e Rio Ave FC, as equipas entraram em campo com menos dois jogadores, destacando, uma vez mais, o impacto da doença na sociedade. O objetivo desta campanha foi apelar, a todos, para a importância da prevenção do cancro da próstata, que tem todos os anos 6 mil casos novos em Portugal.
ASSINATURA DO PROTOCOLO COM A SPECIAL OLYMPICS PORTUGAL A Fundação do Futebol – Liga Portugal e o Special Olympics Portugal assinaram um protocolo no âmbito da promoção de eventos e iniciativas, inseridos no desenvolvimento e reconhecimento social das pessoas com deficiências. Participar e auxiliar no planeamento, e implementar ações de Responsabilidade Social, será um dos principais objetivos desta parceria. A primeira das quais, terá lugar na Final Four da Allianz CUP, em Braga, com o Special Olympics Portugal a fazer uma demonstração com uma das suas equipas, ao intervalo da final. 55
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54-55 FUNDAÇÃO DO FUTEBOL LIGA PORTUGAL EM AÇÃO COM BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME
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JOÃO PEDRO SOUSA
“SER TREINADOR DO FAMALICÃO É UM DESAFIO SOBERBO”
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Decidiu abraçar a primeira experiência como treinador principal e deixou para trás a Premier League e o Everton, numa decisão que levou ao fim de uma ligação de anos como adjunto de Marco Silva. João Pedro Sousa quer, aos 48 anos, construir a sua carreira, com ideias próprias, e com a sua forma de trabalhar. Uma decisão que foi a “certa” e muito impulsionada por Miguel Ribeiro, Presidente da SAD de um clube peculiar, com adeptos e uma região perfeitamente identificados com os seus ideais. Está feliz em Famalicão! 5
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que leva um treinador a deixar o futebol inglês para abraçar um projeto como o do FC Famalicão? O desafio. Sou uma pessoa que gosta muito de desafios, e este foi-me colocado por pessoas muito competentes, extremamente ambiciosas. Achei que era a altura certa, com as pessoas certas e o clube certo para dar este passo. Está a ser a minha primeira experiência como treinador, e felizmente, as coisas estão a correr bem. Estamos a falar do Dr. Miguel Ribeiro? Sim, foi o Dr. Miguel Ribeiro que me apresentou inicialmente o projeto, as pessoas que iam fazer parte dele e a ideia que ele tinha para o clube e para o futuro. Não foi difícil convencer-me. Reconheço no Dr. Miguel Ribeiro muita competência, já conhecia o trabalho que ele tinha feito no Rio Ave, e penso que era de um desafio destes que eu precisava para dar um passo diferente na minha carreira. Estava no topo, numa situação confortável, mas sou uma pessoa que gosta de desafios, achei este bastante aliciante e estou muito contente por abraçar este projeto. Falando abertamente, de que forma é que um treinador que está no banco num Everton-Liverpool, ou num Everton-Manchester United vive, depois, o campeonato português? São realidades completamente distintas, é um choque. Mas, se calhar, é isso mesmo que me motiva, ou seja, já vivi essa parte dos jogos planetários, e agora esta é a minha motivação… Porque não? Tentar chegar lá outra vez com as minhas LIGA-TE Nº12
ideias, com a minha forma de trabalhar, com aquilo que eu aprendi no passado! Foi também isso que me levou a apostar nesta carreira, acreditar que também eu consigo chegar a outros patamares. É um jovem treinador a ter a primeira experiência como treinador principal. Já pensava nisto ou decidiu dar este passo de repente? Não posso esconder que já pensava nisto e, inconscientemente, as coisas foram-se construindo na minha cabeça. O nosso dia a dia obriga-nos a pensar em muitas coisas, e nos anos todos em que estive com o Marco Silva – e tenho muito orgulho em ter estado com ele! - muitas vezes pensava que existiam outros caminhos e isso obrigou-me a acreditar que podia caminhar com a mesma projeção. Foi isso que, após uma conversa com o Marco alguns meses antes de tomar esta decisão, me fez perceber que estava a crescer aquele “bichinho” de querer assumir um projeto assim. Ser treinador principal do Famalicão é um desafio soberbo e foi com muito gosto que o aceitei. E tem estado a correr muito bem… No fundo, passa por aliar a boa gestão do clube à parte técnica… Sim, está a correr bem, fruto do planeamento que foi feito e dos recursos humanos de muita competência que existem no clube, que foi apetrechado de gente nova, mas toda ela com muita qualidade. Percebemos o desafio que é a exigência de trabalhar diariamente num clube como o FC Famalicão, que tem uma massa adepta fantástica, e as coisas têm corrido bem, mas sabemos que 6
este é só o primeiro passo e que esta é uma maratona muito grande e com muita exigência. Desportivamente, o objetivo traçado é a permanência na Liga NOS. Não passa disso, correto? Não passa disso, nem faz sentido ser de outra forma. O clube esteve 25 anos sem jogar na Liga NOS, o treinador é novo e esta é a sua primeira experiência. Os jogadores também são novos e estão a conhecer algumas realidades, por isso, faz todo o sentido irmos passo a passo. Não queremos crescer demasiado rápido, porque pode ser prejudicial, portanto, esta foi a melhor forma de começar: traçar um objetivo consciente. Depois sim, depois desse objetivo estar cumprido, podemos sentar, conversar e, sem qualquer tipo de receio, assumir outro tipo de objetivo. Em algum momento da sua aposta imaginou que estaria em primeiro lugar na Liga NOS durante 8 jornadas? Claro que não. Agora digo-lhe que partimos e preparámo-nos para esta competição ela para disputar todos os jogos e tentar vencê-los. Sabemos que seria uma utopia dizer que íamos ganhar os jogos todos, sabemos que isso poderia não acontecer. Como profissionais do futebol, estamos aqui todos os dias a trabalhar e não fazia sentido outra coisa que não fosse preparar a equipa para ganhar os jogos. Esse é o primeiro objetivo e alcançámo-lo, se calhar, em mais jogos do que o que inicialmente estava previsto, é um facto. Mas não vou esconder que o nosso plano era ganhar esses jogos. Felizmente conseguimos, ficou acima das nossas mewww.ligaportugal.pt
lhores expectativas, mas vamos manter o nosso discurso. O único jogo que perdemos foi no Dragão, perdemos por 3-0 e perdemos muito bem: o FC Porto foi superior, dominou-nos completamente, mas o plano que traçámos para o jogo foi para ganhá-lo. Fomos ao Dragão sem qualquer tipo de receio e foi a única derrota que tivemos até à 8ª jornada. Disse numa entrevista que tinha o seu modelo de jogo, mas que o adaptava à cultura do clube. O que tem utilizado é o seu modelo de jogo? É adaptável? Adaptável é sempre. Pelo menos, quando penso num modelo de jogo, numa forma de jogar, tenho de pensar em várias vertentes… Uma delas é o tipo de jogador que temos, o perfil, o contexto competitivo. Neste caso em concreto, também tenho de pensar nos adeptos porque, de
facto, é uma parte muito importante do clube, são adeptos que gostam do jogo, temos sempre as bancadas cheias, é fácil chegar à conclusão de que o famalicense é um adepto que gosta de futebol. Ao fazer a minha análise e ao começar a idealizar a nossa forma de jogar, tive de ter isso em consideração. Se o adepto gosta do espetáculo, tenho de tentar dar-lhe espetáculo, com direito a vitórias. É um modelo mais ofensivo? Sim, a equipa técnica acha que é a melhor forma de chegar às vitórias, de ganharmos mais vezes. É tentar atacar, tentar ter a bola, sempre com equilíbrio. Tudo isto é difícil de conseguir, porque há adversários muito competentes. A nossa ideia é apresentarmos um jogo criativo, um jogo apaixonante, de alegria, de maneira a que os próprios jogadores gostem do que estão a fazer, dentro do campo
e ao nível do treino durante a semana. Acho que os adeptos estão satisfeitos, essa é uma grande preocupação, mas temos vindo a corresponder. Sente essa alegria dentro do balneário? Claramente. Todos os dias da semana, o feedback que temos dos jogadores é mesmo esse. Quando a equipa técnica fez o planeamento da época, uma das situações tida em conta foi precisamente a de criar uma forma de treinar que fosse de encontro ao que pretendemos ao domingo. Se queremos um jogo alegre, os jogadores satisfeitos com aquilo que estão a fazer, também terá de ser assim durante a semana. Esse é um feedback muito importante e realmente os jogadores gostam da nossa forma de treinar, da nossa forma de estar no clube, do nosso dia-a-dia. Penso que todos estão satisfeitos com isso.
“A LIGA ESTÁ MAIS FORTE”
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aiu de Portugal há cinco anos. Tem havido uma tentativa de profissionalizar cada vez mais a Liga Portuguesa. Sentiu essa diferença, esse crescimento? Relativamente aos dois últimos anos em que estive cá, no Estoril, houve claramente houve uma melhoria, ao nível da organização. Penso que a própria Liga está mais forte, mais atenta àquilo que os adeptos também pedem e precisam, ao conforto dos estádios. Comparativamente às outras ligas em que estive, nomeadamente na Premier League, não é justo compararmos as coisas. Mas, por exemplo, relativamente à liga grega, estamos à frente, a uns passos bem distantes… Somos uma liga mais competitiva, com mais qualidade, mais organizada. Estamos no caminho certo. Hoje em dia a Premier League é uma marca. Pela sua experiência, qual é o caminho que a Liga Portuguesa tem de trilhar para que, daqui a 5 anos, possa de facto haver uma comparação? Fazermos uma comparação com a Premier League agora, é um erro. Se retrocedermos ao ano em que eles juntaram, em 1992, que foi quando nasceu a Premier League como um projeto muito bem definido, aí talvez já consigamos encontrar pontos importantes para nós crescermos. A Premier League nasce em 1992 e nesse primeiro ano há jogos apenas com 3 mil espetadores, como foi o caso do Wimbledon-Everton. Não www.ligaportugal.pt
estamos a falar de há um século atrás, estamos a falar de 1992. Nos anos anteriores, as equipas inglesas e o campeonato passaram por muitas dificuldades, muitos problemas fora e dentro dos estádios, e há aí um ponto de viragem. Eles olharam para o projeto, para o futebol, e pensaram: o que temos de dar? Temos de trazer as pessoas para os estádios, temos de dar conforto às pessoas, temos de lhes dar um espetáculo. Não podemos limitar o futebol apenas ao período de tempo desde que o árbitro apita até ao final. Esse tempo é muito curto e por isso eles viraram o espetáculo para os adeptos e a prioridade em Inglaterra é o adepto, é o jogador e é o treinador. Ano após ano, criaram este monstro, no sentido positivo, que é a Premier League. Até o Championship é um campeonato extremamente organizado… O Championship é o reflexo do que se passa na Premier League, é uma competição brutal. Os estádios estão sistematicamente cheios, e não é só ao sábado nem só ao domingo, porque também há jogos a meio da semana e os estádios estão cheios. Tivemos oportunidade de lutar por taças internas e disputar jogos com equipas de escalões secundários, a meio da semana. Recordo-me de um caso, o Everton tinha 10 mil lugares destinados à equipa adversária e estamos a falar de uma equipa que está a 200 milhas (320 kms) de Liverpool 7
e, a meio da semana, eles esgotaram os 10 mil lugares. O segredo é a palavra espetáculo. Os adeptos sabem o que vão ver, sabem que podem contar com um pré-jogo e, nesse sentido, os próprios clubes organizaram-se de uma forma muito engraçada, de viciar, e quando eu falo em viciar é no bom sentido. Viciar os adeptos na ida ao jogo, até a conviver com os adeptos da equipa adversária, mesmo depois do jogo, ao juntarem-se nos bares… Passa um bocadinho por aí, perceber como é que eles construíram esta máquina e seguir alguns exemplos que acho ser importantes. Portugal tem capacidade se aproximar em poucos anos? Temos matéria prima, temos treinadores, temos jogadores, temos bons dirigentes… E temos organização, nisso somos ímpares. Repare, já conseguimos organizar coisas tão importantes com tanta qualidade, temos treinadores, jogadores, dirigentes. Temos tudo na mão! LIGA-TE Nº12
“JOGADOR PRECISA DE COMPETIÇÃO” F
oquemo-nos na calendarização. Temos treinadores, como o Carlos Carvalhal, que defendem que temos poucos jogos e que precisamos competir mais. Mas há também quem fale em excesso de competição. Qual é a opinião do treinador do Famalicão? Mais jogos fazem falta. Se estamos a criar um espetáculo para os adeptos e estamos um mês sem dar espetáculo, o adepto em vez de ir ao futebol, vai ao cinema, ou vai ao teatro. Quer queiramos quer não, o cinema, o teatro, os centros comerciais tiram gente aos estádios, a nossa concorrência também é essa. Temos de trazer os miúdos, que em vez de estarem a jogar Playstation em casa, ou irem ao cinema, ou ao McDonalds, têm de ir ao futebol, têm de gostar e de se sentirem confortáveis. Estarmos três semanas sem um jogo do campeonato não é apelativo para quem gosta e para quem tem de aprender a gostar de futebol. É isso que temos de fazer, chamar gente aos estádios. Pode ouvir-se “vê-se em casa, na televisão…”. Mas não é a mesma coisa. Vendemos muito mais e mais caro um jogo de futebol com as bancadas completamente cheias do que com uma câmara a filmar uma bancada completamente vazia. São coisas completamente diferentes. De facto, acho que o quadro competitivo tem de ser melhorado, a época desportiva inicia LIGA-TE Nº12
oficialmente a 1 de julho, até ao Natal vamos ter 14 jogos do nosso campeonato. É muito pouco. E que impacto têm as paragens prolongadas do ponto de vista físico? Também aqui as opiniões divergem… Sou da opinião que prejudicam a todos os níveis. Se me falar de uma equipa que tenha um número de lesões muito grande e dizer que é bom porque ajuda na recuperação, estou de acordo. Agora para manter ritmo de jogo competitivo, parar 2, 3, 4 semanas acho que não faz muito sentido, porque o próprio jogador precisa de competição e temos de lhe dar competição. Se eles estiverem tanto tempo sem competir, o jogador começa a sentir-se desmotivado. E é o pior que pode acontecer.
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m algum momento se arrependeu de ter deixado Inglaterra? Nunca, a minha experiência aqui tem sido fantástica. Geralmente não me arrependo das decisões que tomo, posso chegar à conclusão de que se calhar não foi a melhor. Mas, neste caso, foi a melhor decisão que tomei. Por onde passam as suas ambições? Sou uma pessoa ambiciosa, mas nada me vai fazer desfocar deste clube. Aliás, quando tomei a decisão de iniciar a carreira como treinador principal a ideia era isso acontecer em Portugal. Queria que fosse aqui, pois gosto e acredito no nosso futebol. Para já, o futebol português e o Famalicão são a minha aposta. Uma das caraterísticas fortes do Famalicão é a paixão dos adeptos… É um clube diferente?
Sim, claramente é um clube diferente, não só pelos adeptos. A própria cidade respira o clube. Há cidades perto de Famalicão, com clubes com uma outra história, e não vejo esta envolvência, esta dinâmica e este amor pelo clube. Raramente vejo aqui um segundo clube nas crianças de Famalicão. Elas são todas do Famalicão, não há uma que seja de um clube ‘grande’. Isso deixa-nos orgulhosos e dá-nos ainda mais força para trabalhar e dar alegria a estes adeptos. Como define o João Pedro Sousa enquanto treinador? Para além de ambicioso, penso que sou um treinador exigente com a tarefa e com os objetivos a que nos propusemos. Não tenho objetivos individuais, tenho um objetivo coletivo!
“ACREDITO E GOSTO DO FUTEBOL PORTUGUÊS”
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Assembleia da República aprovou, em 2018, a redução do IVA para 6% em todos os espetáculos culturais, incluindo espetáculos de canto, dança, música, teatro, cinema, tauromaquia e circo. O Desporto foi, porém, ignorado, continuando a ser taxado a 23%, sendo esta uma decisão que incomoda o desporto português em geral e não apenas o Futebol Profissional. Esta decisão, que exclui o Desporto da extensa redução do IVA, é uma medida tida como discriminatória e injusta, sobretudo pela forma como o desporto está a ser tratado, neste capítulo, até pelo muito que contribui positivamente para a nossa sociedade e para a formação de jovens. A Liga Portugal continua a sua luta e, para além da difusão de mensagens, a apelar a assinatura da petição, viu alguns dos Embaixadores da Liga Portugal e atletas de outras modalidades juntarem-se a esta ação, que terá o seu auge nas jornadas 12 da Liga NOS e na ronda 11 da LigaPro. Esta é uma campanha promovida pela Liga Portugal, com o apoio das Sociedades Desportivas, e que terá o seu enfoque na petição para reduzir o IVA a 6% em todos os espetáculos desportivos.
EMBAIXADORES LIGA PORTUGAL Sónia Carneiro esclarece dúvidas
“ASSUNTO EM DEBATE COM O GOVERNO E COM GRUPOS PARLAMENTARES” Quais as razões que levam a Liga Portugal a assumir esta luta, nesta altura? Este é um assunto que tem estado na nossa agenda há pelo menos um ano. Como foi público, constou das reuniões que tivemos com todos os Grupos Parlamentares. Portanto, não é de agora. Estamos todos mais atentos ao assunto, nesta altura, porque a Liga resolveu acionar uma ação para a descida da taxa de IVA nos bilhetes (jornada 12 da Liga NOS e 11 da LigaPro). Mas este é um assunto com o qual nos preocupamos imenso há já algum tempo. Os clubes estão envolvidos nesta questão? Completamente! As Sociedades Desportivas estão envolvidas nesta questão, o que se entende, tendo em conta que foram elas que suportaram há sete anos a subida da taxa de IVA na bilhética para 23%, não aumentando o preço que era cobrado aos adeptos. Estamos a falar de uma quantia avultado, como devem imaginar. Mas não só o Futebol Profissional está unido nesta causa. Temos várias modalidades e vários atletas de topo, dou como exemplo o Miguel Oliveira, associados a esta causa, que é de todos os que amam o Desporto. Afinal, o Desporto é ou não um espetá-
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culo? Se sim, tem que o ser para tudo! A descida do IVA para 6% tem sido falada com o Governo? Com o Governo e não só. Como sabem temos tido reuniões periódicas com o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, Dr. João Paulo Rebelo, e, naturalmente, esta tem sido uma questão abordada. Mas este assunto vai continuar a ser abordado com os Grupos Parlamentares, como já aconteceu o ano passado, para que possam ter sensibilidade quando o assunto estiver em discussão na Assembleia da República. Quando pedimos a descida da taxa de IVA para 6% nos bilhetes, tem a ver com o facto dessa ser a taxa existente quando, em 2012, houve a subida para 23% e foram os clubes que suportaram esse aumento. Por outro lado, foi também essa a taxa aplicada na revisão dos demais espetáculos, até à tourada. E o nosso lema é factual: Desporto é espetáculo. De qualquer forma, e apesar de querermos a meta ambiciosa dos 6% de IVA, não negamos a possibilidade de haver uma descida para uma taxa intermédia, numa primeira fase. Seria um bom sinal que o país estaria a passar ao Desporto. E o nosso lema é factual: Desporto é espetáculo.
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RICARDO
''A cultura, como sabem, tem várias vertentes, tem várias paixões, uma delas é o desporto e para que todos possam usufruir do melhor espetáculo, assine a petição. O desporto é cultura e tem de ser taxado com o IVA a 6%. Conto com todos!''
NUNO GOMES
''O Futebol é um espetáculo desportivo, todos nós gostamos de ver as bancadas dos estádios cheias! Assine a petição para reduzir o IVA a 6% nos espetáculos desportivos!''
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CHAINHO
''Queremos mais pessoas nos estádios, queremos mais emoção e para isso é preciso mais condições. Não se esqueça de assinar a petição para reduzir o IVA a 6%. Todos juntos, fazemos a diferença!''
NENO
''O IVA já baixou para todos os espetáculos, menos para o desporto! Desporto é espetáculo, por isso, assine a petição.''
JORGE ANDRADE ''Apoiar a petição para a redução do IVA a 6% nos eventos desportivos é uma missão de todos. Assinem a petição e apoiem esta causa.''
HELTON
''Cresci a ouvir que o desporto também é um espetáculo. Assine a petição e ajude a reduzir o IVA para 6%. Conto convosco.''
RENATO GARRIDO | SELECIONADOR NACIONAL HÓQUEI EM PATINS RICARDO BARREIROS | CAMPEÃO MUNDIAL HÓQUEI EM PATINS RICARDO MELO GOUVEIA | GOLFISTA NIC VON RUPP | SURFISTA ''O IVA já baixou para todos os espetáculos. Desporto é espetáculo, assine esta petição.''
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ATLETAS DE OUTRAS MODALIDADES
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MIGUEL OLIVEIRA PILOTO DE MOTA GPS
''O desporto, além de ser um grande espetáculo, faz parte da nossa cultura. Queremos os eventos desportivos cheios de pessoas a apoiar e acessíveis a todos, mas para isso precisamos da tua ajuda! Faz como eu e assina a petição para reduzir o IVA para todos os espetáculos desportivos a 6%. Conto contigo!''
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PLANO ESTRATÉGICO LIGA PORTUGAL
POR SUSANA RODAS
Diretora Executiva de Marketing da Liga Portugal
Sistematizar todos os desafios ao Futebol Profissional face aos três grandes constrangimentos encontrados, resultou de um estudo profundo, sistematizado e organizado face à realidade instalada e identificada pela EY:
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m 2017, decidimos que seria fundamental atualizar o anterior plano estratégico e business plan da Liga Portugal, compreendendo de forma global quais os principais desafios ao sector do Futebol Profissional. Hoje temos sistematizados dois documentos pela EY (a consultora estratégica da Liga Portugal) fundamentais para o sector, o Diagnóstico ao Futebol Profissional (apresentando a abril de 2019), e o Plano Estratégico para o ciclo 201923, que é um documento bastante ambicioso, que mostra como pode a Liga atuar de forma efetiva no mercado e que deu origem ao atual plano de atividades e estratégico da própria Liga Portugal. Desde fevereiro de 2018, que a consultora EY começou a fazer reuniões primeiro internas com a Liga Portugal, e depois externas, com todos os stakeholders envolvidos: Sociedades Desportivas, patrocinadores e parceiros, operadores televisivos, media, opinion leaders, entre outros com atividade no e para o Futebol Profissional. LIGA-TE Nº12
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PERDA DE COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL (QUE EM MUITO RESULTA DA PRÓPRIA FALTA DE COMPETITIVIDADE NACIONAL)
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AUSÊNCIA DE VISÃO DO FUTEBOL ENQUANTO INDÚSTRIA
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ESGOTAMENTO DO ATUAL MODELO DE FINANCIAMENTO
Perante este cenário, a empresa consultora colocou a nota de que face aos atuais constrangimentos, ou há uma capacidade de disrupção agregada e coletiva desde o governo, às Sociedades Desportivas, e às organizações que o gerem ou o Futebol Profissional português está e entrará num ciclo de perda de valor irreversível.
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Não foi possível identificar apenas um problema, mas sim diversos que concorrem todos em simultâneo para a incapacidade de com as mesmas tradicionais ações e iniciativas, se possam obter resultados diferentes. A mudança terá que ser disruptiva e ultrapassando estes 11 grandes desafios:
As ações apresentadas para os eixos estratégicos de desenvolvimento da Liga Portugal, são assim disruptivas e alinham com a missão reinventada - garantir a excelência da organização das competições profissionais, em pleno respeito pela sustentabilidade económica e financeira da instituição e dos seus associados, não deixando de nos posicionarmos como uma das mais importantes Ligas da Europa, permanentemente na senda das boas práticas internacionais, valorizando económica e desportivamente o Futebol Profissional português. Desta forma, a estratégia definida passa por 5 grandes eixos estratégicos.
1. CENTRALIZAÇÃO DOS DIREITOS AUDIOVISUAIS
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2. COMPETITIVIDADE E EQUILÍBRIO COMPETITIVO
3. INTERNACIONALIZAÇÃO
4. SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DAS SOCIEDADES DESPORTIVAS
AFIRMAÇÃO DA LIGA PORTUGAL
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INTERNACIONALIZAÇÃO DO FUTEBOL
5. RESPOSTA À MUDANÇA TECNOLÓGICA
6. INTEGRIDADE DAS COMPETIÇÕES
7. RESPOSTA À MUDANÇA DO PERFIL DO CONSUMIDOR
8. QUALIFICAÇÃO E VALORIZAÇÃO DO ESPETÁCULO
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CENTRALIZAÇÃO DOS DIREITOS AUDIOVISUAIS
APOSTA NO DIGITAL
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VALORIZAÇÃO DAS COMPETIÇÕES
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INDUSTRIALIZAÇÃO DO FUTEBOL
AMBIÇÕES (RE)POSICIONAMENTO DO FUTEBOL NACIONAL NO TOP 5 DAS LIGAS EUROPEIAS VALORIZAÇÃO ECONÓMICA E DESPORTIVA DO FUTEBOL PORTUGUÊS
9. DIÁLOGO SOCIAL
10. ALTEAÇÃO DO PARADIGMA CULTURAL
A Liga Portugal, fez do plano apresentado pela EY, o seu plano disruptivo - somos pelos interesses superiores do Futebol Profissional - a competitividade, a inovação, a internacionalização e a promoção do negócio. Queremos, com as Sociedades Desportivas, fazer crescer esta indústria para patamares de notoriedade e eficiência, compatíveis com o muito valor que cria!
11. NOVO MODELO DE GOVERNANÇA
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PELA INTEGRIDADE NO FUTEBOL
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ntegridade. Foi disso que a Liga Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o Sindicato de Jogadores (SJ) falaram nas visitas que fizeram, no mês de novembro, aos plantéis do Vilafranquense e Casa Pia. Duas sessões que serviram para os jogadores, treinadores e staff dos clubes que esta época chegaram ao Futebol Profissional ficarem a conhecer a realidade em quem aposta em jogos de futebol, ou está diretamente envolvido: trata-se de crime e com penas altas. Esta campanha de Integridade tem percorrido o país do Futebol nos últimos anos e para as três instituições nunca é tarde para deixar clara a mensagem que um jogador de Futebol Profissional não pode apostar nesta modalidade, seja de forma direta ou através de pessoas com as quais tenha contacto direto e reconhecido, sob pena de crime e infração disciplinar (ver quadro). Mas ficaram também conhecedores de uma mudança na lei, que aconteceu em 2017: receber dinheiro para ganhar jogos também é crime!
JOGADOR FUTEBOL PROFISSIONAL SE ACEITAR MANIPULAR UM JOGO POR CAUSA DE UMA APOSTA
SE PEDIR A TERCEIROS PARA MANIPULAR UM JOGO POR CAUSA DE UMA APOSTA
SE NÃO DENUNCIAR UMA MANIPULAÇÃO DA QUAL TEM CONHECIMENTO
CRIME Pena prisão superior a 10 anos
CRIME Pena superior a 7 anos
INFRAÇÃO DISCIPLINAR Suspensão de 1 a 5 anos e multa de 357€ a 21.675€
INFRAÇÃO DISCIPLINAR Suspensão de 1 a 5 anos e multa de 357€ a 21.675€
INFRAÇÃO DISCIPLINAR Suspensão de seis meses a 1 ano e multa de 892,80€ a 17.340€
OPINIÕES EM DISCURSO DIRETO PAULO MARIZ ROZEIRA
DIRETOR JURÍDICO DA LIGA PORTUGAL “Estamos a atuar em várias frentes. Tal como o João Oliveira disse, há uma verificação por parte da Liga dos salários dos jogadores e dos trabalhadores das Sociedades Desportivas, ou seja, o pagamento tem de ser comprovado de três em três meses e isso elimina um dos fatores que proporcionam o match fixing. Falamos obviamente de dificuldades que forçam, tantas vezes, os jogadores a arranjarem outras formas de financiamento. Além disto, também tem sido feito um trabalho de previsão regulamentar dos ilícitos disciplinares relacionados com a viciação de resultados. Os jogadores ficam agora a saber que as apostas na modalidade são totalmente proibidas”. LIGA-TE Nº12
ANA MARQUES
JURISTA DA FPF “A irradiação do match fixing, como qualquer outro fenómeno, é quase impossível. Nesse sentido, a Federação e os seus parceiros, a Liga e o Sindicato, pretendem que a informação chegue a todos os destinatários. Estas são ações para todo o futebol e, com elas, estamos a criar na formação uma geração mais honesta e nos Campeonatos Profissionais, estamos a criar consciencialização. O nosso objetivo é lutar por um futebol mais limpo. Um jogador, hoje em dia, pode não conhecer as penas todas, mas sabe que as consequências são graves. Para a carreira e para a vida”.
JOÃO OLIVEIRA
SECRETÁRIO GERAL DO SINDICATO DOS JOGADORES “Tem sido prioridade o combate ao match fixing, porque sabemos que em Portugal, na Europa e no Mundo existe - e temos de dizê-lo abertamente. As competições profissionais em Portugal evoluíram muito, tanto na I como na II Liga, com questões salariais resolvidas, mas ainda temos um trabalho longo. Estas organizações criminosas viajam para o nosso país, porque há coisas que são atrativas para eles e é mais fácil recrutarem jogadores, treinadores, dirigentes… É um flagelo. O Sindicato tem mecanismos para os jogadores se protegerem”. ASSISTA À REPORTAGEM COMPLETA NA LIGA TV
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FILIPE MOREIRA
TREINADOR DO VILAFRANQUENSE “Cada vez mais o futebol é um negócio e compete a todas as instâncias superiores terem cuidado com a máquina do futebol. Agradecemos que a Liga, a FPF e o Sindicato de Jogadores procurem fazer este tipo de ações. As etapas são feitas e todos estão a contribuir para um futebol melhor. Se o futebol é a minha vida, todo o cuidado é pouco. Devemos estar atentos ao que está à nossa volta! Compete aos treinadores contribuírem para que as coisas sejam
“São ações sempre importantes… Se nos abordarem já sabemos o que fazer. Querem desvirtuar a beleza do futebol com estas situações. É importante acabar com este flagelo. Os jogadores, agora, sabem as leis e o que não podem fazer, se não querem colocar tudo em risco. Estamos expostos e, às vezes sem saber, podemos prejudicar a nossa equipa e isso é ilegal”.
temos de ter consciência que é perigoso. Não queremos isso! O futebol tem de ser limpo e discutido apenas dentro das quatro linhas. É importante para todos, mas muito para os jogadores que estão em planteis com algumas dificuldades”.
RUI DUARTE
TREINADOR DO CASA PIA AC
melhores e defenderem o futebol”.
JOÃO VIEIRA
JOGADOR DO VILAFRANQUENSE
PEDRO MACHADO
“Estas ações são importantes para alertar os jogadores. Sabemos que é um fenómeno que tem crescido bastante e www.ligaportugal.pt
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CASA PIA AC “É muito importante ficarmos a conhecer as leis. Sem sabermos, podermos estar a prejudicar a nossa equipa, o clube e a vida pessoal. Sabia que não podia apostar, mas desconhecia que fosse crime. Não Estas ações são muito importantes, para não nos colocamos em risco”. LIGA-TE Nº12
UNIÃO E FORMAÇÃO
A 11º edição do Curso de Delegados teve novo formato. Pela primeira vez na história teve a duração de dois dias e o resultado foi positivo
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o caminho da formação e com o objetivo claro de melhorar as competências dos Delegados da Liga Portugal, realizou-se no passado mês de outubro, o 11.º Curso de Formação de Delegados da Liga Portugal, que pela primeira vez na história da formação dos Delegados teve a duração de dois dias, em Rio Maior. Este novo formato constitui mais uma prova de que a evolução e, sobretudo, a formação dos Delegados são apostas fortes da atual Direção da Liga Portugal, que reconhece o papel determinante do Delegado na organização dos jogos dos Campeonatos Profissionais. Com a preocupação de abordar aspetos técnicos e reforçar o profissionalismo, o curso permitiu fazer o balanço dos primeiros meses de atividade, mas também efetuar uma análise profunda de procedimentos atuais na organização de jogo. A Diretora Executiva de Competições, Helena Pires, dirigiu o curso e falou de aspetos práticos, bem como da importância do Match Center e da plataforma e-Liga, em funcionamento na Liga Portugal. Também o Diretor de Conteúdos e Media da Liga Portugal, Tiago Madureira, mostrou exemplos do que há melhorar em termos de ativa-
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ções nos jogos, com o primeiro dia a ter ainda espaço para um teste teórico. A adoção de uma postura pedagógica e preventiva em relação a os agentes desportivos, também, foram alguns dos temas na ordem do dia, num curso que contou ainda com a presença do Coordenador dos Delegados, Reinaldo Teixeira, e do Formador, João Pina. Os 36 Delegados e sete estagiários presentes, participaram em todas as ações e iniciativas, e ainda tiveram tempo para aperfeiçoar o ambiente entre o grupo.
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No final do primeiro dia, os Delegados dividiram-se em quatro grupos para realizarem jogos de futebol, onde todos se defrontaram. O ambiente foi de descontração, já após o dia d e trabalho, e permitiu aos Delegados o reforço do espírito de união. No domingo, e após toda a parte teórica, o grupo assistiu junto ao jogo Vilafranquense - UD Oliveirense, a contar para a oitava jornada da LigaPro. ASSISTA À REPORTAGEM COMPLETA NA LIGA TV
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HELENA PIRES
DIRETORA EXECUTIVA DE COMPETIÇÕES DA LIGA PORTUGAL “Este tipo de formações, e em concreto esta, que é inédita, porque pela primeira vez na história da formação dos Delegados, que eles estiveram dois dias connosco, permitiu-nos ter mais tempo para a abordar todas as temáticas, criar mais interação e perceber claramente quais os objetivos da organização. No final do dia, queremos fazer com que eles continuem a ser o grande fator de motivação, de pedagogia e cumprimento regulamentar, junto das Sociedades Desportivas.”
PAULO MARIA
DELEGADO DA LIGA PORTUGAL “Esta formação foi extremamente importante. Pela primeira vez, tivemos uma formação de Delegados de dois dias consecutivos. Sentimos, que hoje, os Delegados da Liga são uma equipa muito mais bem preparados, para aquilo que são as exigências do jogo e interação com todas as Sociedades Desportivas que compõem a Liga Portugal. Estes dois dias, permitiram-nos uniformizar processos, em tudo o que é a organização do jogo, esclarecer dúvidas e fortalecer laços.”
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Após estar decorrido o primeiro terço do campeonato, as emoções da Liga NOS estão ao rubro. O talento e a competitividade que marcaram estas 11 jornadas iniciais ficam bem patentes, através do trabalho dos nossos repórteres fotográficos! O principal escalão do Futebol português promete muito mais até final da temporada!
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Imprevisibilidade. Esta é a palavra que melhor caracteriza a LigaPro, onde, até agora, muitas equipas se perfilaram com ambições de subida. Numa época recheada de equipas históricas do futebol nacional, esta competição tem crescido (e muito!) nos últimos anos! No final, apenas duas alcançarão esse objetivo, mas até lá são as nossas lentes que vão eternizando bons momentos vividos nos estádios do país.
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BONS RELVADOS PARA O ESPETÁCULO
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om o objetivo de reunir todas as condições para que o Futebol Profissional possa estar, cada vez, mais perto de um patamar de excelência, a Liga Portugal tem adotado uma série de medidas, tendo em vista a que os 36 relvados das suas competições possam estar nas condições ideais para o espetáculo desportivo. O objetivo é claro. As exigências competitivas e técnicas, no Futebol Profissional, estão num nível muito elevado e, como tal, o bom estado de conservação dos relvados é uma condição fundamental para que seja garantida a qualidade de jogo e a evolução da indústria que depende, também, em grande medida, da imagem exposta
nas transmissões televisivas. Nesse sentido, o Departamento de Competições da Liga Portugal procede a um conjunto de vistorias, quando considere premente, de forma a aferir, com frequência, o estado dos relvados das Sociedades Desportivas. A essas vistorias, acresce o trabalho desempenhado pelos Delegados, árbitros e responsáveis de Matchcenter da Liga Portugal, em dia de jogo, que observam o comportamento do “tapete verde” antes, durante, e após a partida. O resultado dessa observação reflete-se, posteriormente, numa classificação resultante de cada um dos jogos das competições profissionais, que acaba por ser divulgada, publicamente, no site da Liga Portugal, onde cada relvado é
classificado de zero a cinco, ao longo de cada um dos jogos, que recebe no decorrer de cada época. A classificação dos relvados obedece a uma série de critérios, definidos no início de cada época, que abrangem os seguintes aspetos: Regularidade, Corte, Marcações, Comportamento do Terreno durante o jogo e Aspeto visual. Como forma de reconhecimento, para com o relvado que obtenha a melhor classificação final, nestes parâmetros, a Liga Portugal atribui no final de cada época, o prémio “Melhor Relvado da Época”. Esta distinção foi entregue no final das duas últimas temporadas, com o relvado do Portimão Estádio, do Portimonense, a ser o vencedor em ambas as ocasiões.
RELVADO DO ANO 2019-20 Clube
Jogos em Casa
Média
Clube
Jogos em Casa
Média
1
SC Braga
5
4,62
1
SL Benfica B
5
4,62
2
Gil Vicente FC
6
4,54
2
UD Oliveirense
6
4,54
3
Portimonense
5
4,40
3
Estoril Praia
5
4,40
4
Vitória SC
6
4,31
4
GD Chaves
6
4,31
5
Rio Ave FC
6
4,30
5
CD C. Piedade
6
4,30
*Classificação até às jornadas 11 da Liga NOS e 10 da LigaPro
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PRESIDENTES DA LIGAPRO DEBATEM TEMAS IMPORTANTES
Importância da Allianz CUP, fundo de infraestruturas, e outros assuntos estiveram na mesa dos líderes de uma prova à qual não falta competitividade LIGA-TE Nº12
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DEBATE DE TEMAS IMPORTANTES FUNDO DE INFRAESTRUTURAS
RODOLFO CANAVESI CEO DO ESTORIL PRAIA “Tem sido fundamental para nós, foi uma ideia muito boa e os clubes têm de se organizar de modo a poder aproveitar este benefício da melhor maneira possível, para uma melhoria do estádio, das transmissões televisivas, para que os adeptos possam ter uma experiencia diferente”. VICTOR FRANCO Presidente do Casa Pia AC “Quando subimos à LigaPro, houve uma exigência a nível da requalificação do Estádio Pina Manique, e fizemos um esforço para cumprir os requisitos que a Liga exigia, sendo que o Fundo de Infraestruturas comparticipou parte do total desse investimento”. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
QUADRO COMPETITIVO DA LIGAPRO
GUSTAVO RODRIGUES VICE-PRESIDENTE DO CD NACIONAL “Estamos numa fase de estabilização da competição em termos de número de equipas, e o campeonato em si só demonstra a sua competitividade, pelo que o número de equipas e consequentemente de jogos é bom. O que não acho que seja bom, e que a mudar iria tornar ainda mais competitiva a prova, seria uma melhor distribuição da receita, proveniente da centralização dos direitos televisivos, pois as equipas ficariam muito mais apetrechadas.” António Gaspar Dias, Presidente do FC Penafiel e a importância da Allianz CUP “Não tenho dúvida nenhuma que é importante. Para as equipas da LigaPro,
financeiramente, é importante, e desportivamente também o é, porque promove a competição com outras equipas, nomeadamente da Liga NOS, que de outra forma não era possível. Como tal, é importantíssimo na parte financeira e competitiva”. JOSÉ CRISTO Presidente do CD Mafra “Tenho dito isso desde o início, o último pode vencer o primeiro, cada jogo é uma ´guerra. Quando ganhamos um jogo é uma alegria tremenda porque sabemos o quão difícil é conseguir ganhar um jogo”. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
IMPORTÂNCIA DA ALLIANZ CUP HORÁCIO BASTOS Presidente da UD Oliveirense “Para a LigaPro é uma prova extremamente importante, e penso que para a Liga NOS também é uma prova que se consegue enquadrar bem, e que serve para promover as duas provas profissionais. Tem vindo a crescer, de ano para ano, quer em termos de organização como em termos de retorno financeiro, e no meu ponto de vista, é uma prova que deve continuar”.
EDGAR PINHO Presidente do Varzim SC “É fundamental para a competitividade da LigaPro. A Allianz CUP não é só mais uma competição, pois esta acrescenta muita competitividade e dá oportunidade aos clubes”. António Albino, Presidente do Académico de Viseu FC e a competitividade da LigaPro “Cada vez mais, a LigaPro é recheada de equilíbrio, pois com 18 equipas, num cenário em que qualquer equipa pode descer, essa competitividade está comprovada. O primeiro é capaz de vencer o último e o último é capaz de vencer o primeiro”.
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19 de novembro, a sede da Liga Portugal foi palco de uma reunião entre o Presidente da instituição que gere o Futebol Profissional português, Pedro Proença, e os Presidentes da LigaPro, num encontro que serviu para debater vários dos temas prementes da atualidade da prova. Mostrando grande sintonia relativamente aos temas em debate, os Presidentes das Sociedades Desportivas da LigaPro concordaram que é necessário continuar a trabalhar pela promoção da competição. As transmissões e restantes produtos televisivos, a melhoria das infraestruturas e o crescimento da visibilidade da prova foram alguns dos temas destacados. A manutenção do quadro competitivo em vigor foi igualmente sublinhada, sendo isto considerado fundamental para a estabilidade e competitividade das equipas que disputam a LigaPro, da mesma fora que, durante a reunião, foi realçada a importância da Allianz CUP no espaço competitivo dessas mesmas equipas, assim como o aspeto financeiro da prova. Os Presidentes das Sociedades Desportivas reprovaram, também, a possibilidade de alteração do modelo de repartição de verbas provenientes da UEFA, que promove desde 2000-01 a distribuição igualitária pelas Sociedades Desportivas da Liga NOS e da LigaPro. O Presidente da Liga Portugal voltará a reunir com os representantes máximos das Sociedades Desportivas da LigaPro em fevereiro de 2020. www.ligaportugal.pt
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PRÉMIOS MENSAIS SETEMBRO 2019 MELHOR JOGADOR DO MÊS LIGA NOS
FÁBIO MARTINS (FC FAMALICÃO) Um dos grandes destaques do FC Famalicão, Fábio Martins assumiu-se como o grande dínamo da manobra ofensiva famalicense, sendo um dos jogadores com mais ataques da competição. Dois golos e duas assistências foram os principais números do extremo, que participou diretamente em quatro dos nove tentos da sua equipa em setembro. ......................................................................
MELHOR JOGADOR DO MÊS LIGAPRO
DANIEL BRAGANÇA (ESTORIL PRAIA) Em setembro o Estoril Praia só soube vencer e é impossível não sublinhar o contributo de Daniel Bragança para o feito. O médio emprestado pelo Sporting CP foi titular em todos os jogos da equipa da linha e apontou dois golos, além de uma assistência. ......................................................................
EUROBIC GUARDA-REDES DO MÊS LIGA NOS
MARCHESÍN (FC PORTO) Chegou à cidade do Porto e conquistou este prémio em agosto e agora em setembro. O guardião da seleção argentina sofreu apenas dois golos em setembro, mantendo a baliza a zeros frente a Vitória SC, Santa Clara e Rio Ave. ......................................................................
DEFESA DO MÊS LIGA NOS
NEHUÉN PÉREZ (FC FAMALICÃO) Se dúvidas houvesse de que a idade no futebol é só um número, Nehuén Pérez é uma prova do contrário. O central chegou a Famalicão pouco depois de fazer 19 anos, mas nem por isso deixou de se fixar no onze e ajudar a equipa liderada por João Pedro Sousa a vencer todos os jogos disputados em setembro. ......................................................................
MÉDIO DO MÊS LIGA NOS
números, mas também por aí é fácil perceber a sua preponderância: nos dois jogos que disputou para a Liga NOS em setembro, fez o golo do empate no Estádio do Bessa e fez o golo da vitória na Vila das Aves com um golo sem resposta. ......................................................................
AVANÇADO DO MÊS LIGA NOS FÁBIO MARTINS (FC FAMALICÃO) O extremo famalicense entrou em setembro com vontade de brilhar e bisou no primeiro encontro do mês, frente ao FC Paços de Ferreira, somando ainda uma assistência. Voltou a oferecer um golo no encontro com o Belenenses e, pelo meio, brilhou frente ao Sporting CP. ......................................................................
TREINADOR DO MÊS LIGA NOS
JOÃO PEDRO SOUSA (FC FAMALICÃO) O treinador português prolongou a invencibilidade do FC Famalicão mais um mês e em setembro o registo foi ainda melhor: três vitórias em igual número de jogos, nove golos marcados e apenas quatro sofridos.
BRUNO FERNANDES (SPORTING CP) A enorme influência do capitão leonino na manobra da equipa ultrapassa os
GOLO DO MÊS LIGA NOS
RÚBEN LAMEIRAS (FC FAMALICÃO) Uma grande jogada coletiva permitiu a Rúben Lameiras marcar o primeiro golo da reviravolta famalicense frente ao Sporting CP. Fábio Martins conduziu a partir de trás, deu para Alex Centelles e o lateral, depois de driblar a defensiva leonina, entregou para a finalização certeira do extremo. ......................................................................
GOLO DO MÊS LIGAPRO
MIGUEL BANDARRA (SC FARENSE) O conjunto de Faro foi a casa da UD Oliveirense conquistar os três pontos graças a um momento de inspiração do seu camisola 17. Com um excelente livre à entrada da área, Bandarra desfez o nulo que persistia há 82 minutos. ......................................................................
SETEMBRO A votação recolheu as escolhas de cada treinador das respetivas equipas das Sociedades Desportivas. No que toca aos prémios de Golo do Mês, a votação, aberta ao público, foi feita no site da Liga.
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“A NOSSA LIGA ESTÁ AO NÍVEL DAS MELHORES DO MUNDO” PEDRO MARTINS TREINADOR DO OLYMPIACOS
Aos 49 anos, Pedro Martins enfrenta o primeiro desafio profissional no estrangeiro, depois de várias épocas no escalão maior do futebol português, onde comandou Marítimo M., Rio Ave FC e Vitória SC. O técnico português aborda, nesta entrevista, o novo projeto no Olympiacos, recorda alguns dos momentos mais marcantes da sua carreira e lança um olhar sobre o atual panorama do futebol profissional português
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sta é a sua primeira época no estrangeiro. Qual o balanço que faz desta experiência? Antes de mais, devo dizer que estive em Portugal a convite da Liga Portugal na Soccerex e foi um prazer estar num evento como este, a falar do futebol português e da sua internacionalização. É relevante e isso, também, é um sinal do crescimento do nosso futebol e daquilo que estamos a produzir internamente. Relativamente à questão inicial, o balanço que faço destes primeiros 14 meses é extremamente positivo. O Olympiacos, como sabem, é um grande clube na Grécia, sendo que histórica e culturalmente será mesmo, provavelmente, o maior, e para mim só pode ser um grande prestígio ter esta oportunidade. Nos últimos dez anos, o Olympiacos tinha ganho praticamente www.ligaportugal.pt
todos os campeonatos, à exceção do ano anterior antes da minha chegada e deste que terminou, o que motivou uma profunda reestruturação do clube. Esse foi o principal motivo que nos levou a construir um plantel muito jovem e de grande qualidade, naquele que foi um passo, depois de um ciclo de sucessos, importante para reinventar e refrescar a filosofia do clube. Passado um ano, depois do trabalho desenvolvido e do crescimento de toda a gente, da minha adaptação, da habituação dos jogadores ao meu processo de treino, e, também, da interiorização daquilo que é o futebol na Grécia, até porque muitos dos nossos jogadores são estrangeiros, assistimos a um desenvolvimento muito positivo, uma vez que a equipa está com uma grande dinâmica, que culminou, inclusivamente, com a entra29
da na Liga dos Campeões. Esse foi um feito extremamente importante para o Olympiacos, mas também para todo o futebol grego. Relativamente ao panorama do futebol grego, quais são os grandes objetivos para esta temporada, do Olympiacos? Um dos grandes objetivos era a entrada na Liga dos Campeões, pela visibilidade LIGA-TE Nº12
e pela vertente financeira. Agora, o principal objetivo, é, de facto, o Olympiacos reconquistar o título na Grécia, sabendo das dificuldades adjacentes ao facto de existirem três crónicos candidatos: O AEK, o PAOK, do Abel, e o Olympiacos. Há uma rivalidade muito grande entre o Olympiacos e o PAOK, do Abel. Como é que gerem esse contexto? Nós percebemos bem a realidade do que é “exterior”. Da minha parte, e, de certeza, da parte do Abel, fazemos o nosso trabalho e preparamos as equipas da melhor forma, para que sejam competitivas, e para que a rivalidade não passe para dentro de campo interferindo naquilo que é o jogo. Posto isto, vejo com normalidade absoluta este tipo de situações, porque o que nós queremos é preparar bem os jogos e os jogadores, de maneira a que no final seja conseguido o grande objetivo que nós delineámos no início. Que análise faz à evolução do jogador português nos campeonatos estrangeiros, nomeadamente na Grécia? Falando dos meus jogadores, tenho a dizer que o José Sá está a fazer uma grande época. Já o ano passado esteve muito bem, mas agora está um guarda-redes ainda mais maduro, com ritmo de jogo e muita confiança. Portanto, o José Sá é um dado adquirido que é um grande guarda-redes, que hoje já se pode considerar experiente e que, após um ano na Grécia, viu o seu trabalho reconhecido por toda a gente. O mesmo se aplica ao Daniel Podence. No ano passado fez uma época absolutamente extraordinária e está, agora, a conseguir voltar à normalidade daquilo que foi a época transata. Aquilo que foi feito durante estes 14 meses, no fundo, culminou premiado com a sua chamaLIGA-TE Nº12
da à seleção e, portanto, é merecido, embora eu reconheça que não é nada fácil, porque a seleção nacional dispõe de grandes jogadores, todos eles com grande qualidade. Por fim, o Rúben Semedo tem feito dois meses com um trabalho muito bom, de grande qualidade, sendo já um valor seguro do futebol português. No fundo, estes três jogadores, que têm estado sob o meu comando, são certezas e são um “garante” da qualidade do jogador português. Como vê o papel da Liga Portugal no processo de internacionalização do jogador português? É muito importante, porque o nosso futebol tem que aumentar o seu alcance, a nível internacional. Estou certo de que a Liga tem feito um esforço para que os nossos quadros profissionais sejam cada vez mais competitivos, e que possam alcançar uma visibilidade adequada à qualidade dos nossos intérpretes – jogadores e treinadores. Acho que este é um dos passos mais importantes, embora existam outros. Estruturalmente, Portugal ainda precisa de crescer, no entanto, são este tipo de eventos que permitem dar a conhecer a nossa realidade, e tenho a certeza que o facto de termos muitos jogadores e intermediários entre os melhores do mundo é um claro sinal de que, internamente, estamos a fazer o nosso trabalho muito bem. Como tem visto o investimento da Liga Portugal, na melhoria das condições para um futebol cada vez mais profissional? Muito importante, sem dúvida. Infelizmente não vejo esse tipo de trabalho ser levado a cabo na Grécia, e esse é um passo que deveria ser tomado à semelhança do que tem vindo a ser feito em Portugal. Há, de facto, uma melhoria 30
acentuada na qualidade dos estádios em Portugal, embora seja necessário continuar a crescer. Toda a tecnologia que tem servido de suporte para os árbitros é, também, fundamental, e tudo isto comprova que a Liga Portugal está ao nível das melhores do mundo, e, como tal, só pode estar de parabéns, porque são este tipo de medidas que potenciam o nosso crescimento, de forma a que este seja visível no exterior, e permitem aos profissionais terem todas as condições para melhorarem o espetáculo, que é o mais importante. Num lado mais pessoal, qual é a sensação de se estrear na mais importante competição de clubes, a nível europeu? Foi importante. A ambição dos jogadores e dos treinadores passa, sempre, por participar num evento tão importante como é a Liga dos Campeões. Portanto, para mim, é um privilégio e uma felicidade tremenda estar nesta fase. Como tal, só temos que dar uma boa imagem e demonstrar a nossa qualidade de jogo, com a minha vontade de dar mais uma demonstração da qualidade do treinador do futebol português. Estando de fora, como é que olha para o atual momento das competições em Portugal? Todos os anos, acabamos muito bem em termos competitivos, de certa maneira como resultado do problema estrutural, que mencionei anteriormente. A constante necessidade de vender jogadores anualmente e o facto de exportarmos um número elevado de jogadores continuadamente, faz com que a nossa Liga perca qualidade, o que leva a que sejam necessários alguns meses para que nos possamos reinventar. Parece muito tempo, mas não é, e o que é facto é que o tempo acaba por ser muito curto, mas em Portugal nós temos esta capacidade para o fazer. Qual é o momento mais marcante, até agora, da sua carreira? Tive vários. Apraz-me registar que em todas as fases de pré-eliminatória de acesso às competições europeias consegui sempre a entrada na fase de grupos. Aconteceu isso com o Marítimo M., Vitória SC, Rio Ave FC, e duas vezes com o Olympiacos, onde conseguimos a entrada na Liga Europa, no ano passado, e agora na Liga dos Campeões. São marcos, tal como foi a final da Taça de Portugal de Portugal, de 2016-17, com o Vitória SC. Posso dizer que tive a felicidade de alcançar vários marcos importantes durante a minha carreira, por todos os clubes em que passei. www.ligaportugal.pt
“GOLO DE ESMAEL GONÇALVES VAI FICAR NA MEMÓRIA" Qual foi o jogador que mais o marcou? Há vários que foram muito importantes. Não gostaria de especificar porque seria injusto com gente que trabalhou comigo, e que teve uma enorme importância no meu crescimento como treinador. Portanto, tive o prazer de treinar grandes jogadores e grandes profissionais, sendo que muitos deles também evoluíram muito comigo, conseguindo tornarem-se mais valias para os clubes. E o golo mais importante? Acho que o golo é o ponto alto do futebol, pelo amor e paixão que acarreta. Quando os jogos são renhidos, tão
iguais e idênticos, é aqui que se faz a diferença, no fundo, entre o que é ser bom e mau, e que transcende, inclusivamente, a paixão dos adeptos. Posto isto, se tivesse de escolher um seria o golo do Esmael Gonçalves, no playoff de acesso à Liga Europa, na época 2014-15, no Rio Ave FC. Foi um golo no último segundo, diante do Elfsborg, num jogo em que nós precisávamos de ganhar. Nesse ano, conseguimos a entrada na fase de grupos da Liga Europa, e este é um dos golos que vai ficar na minha memória, durante muitos anos.
“ADAPTEI-ME MUITO BEM NA GRÉCIA” Numa perspetiva pessoal, como descreveria o Pedro Martins? A minha vida, no fundo, é trabalhar e estar muito focado com o jogo, com o treino, e nos jogadores, bem como toda em toda a dinâmica que envolve o Olympiacos. Estou num grande clube, mas o que é facto é que as rotinas não diferem muito do último clube que representei em Portugal, o Vitória SC, porque esta é a minha vida. Sou apreciador, como um bom português, de um bom peixe e de uma boa carne, e são esses momentos que tento tirar quando tenho algum tempo livre, com tudo o resto a ser muito focado e direcionado para o futebol. Ambiciona regressar a Portugal? Em minha casa temos a televisão a toda a hora nos canais portugueses, e sempre que posso venho até Portugal. Portanto, acho que me adaptei muito bem na Grécia, que também tem muitas similaridades com a nossa cultura, e como tal não tenho estranhado a mudança. É evidente que tenho saudades de várias coisas de Portugal, da família e dos amigos, mas consigo adaptar-me porque, volto a dizer, na Grécia há muitas coisas que são idênticas àquilo que nós temos em Portugal. www.ligaportugal.pt
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NOVO PINA MANIQUE
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passado dia 2 de novembro assinalou a estreia do Estádio Pina Manique nas competições profissionais, no embate que, curiosamente, colocou frente a frente as duas formações recém-promovidas à LigaPro: Casa Pia AC e Vilafranquense. Um momento inesquecível, na longa história da formação lisboeta, que contou com a presença do Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, e da Diretora Executiva de Competições da Liga Portugal, Helena Pires, ambos a reconhecerm o investimento e o esforço levado a cabo pelos responsáveis do emblema casapiano, por forma a adaptar-se a um novo contexto profissional. Para Pedro Proença é “um orgulho imenso” ver a obra concluída, sabendo que a mesma “significou um esforço imenso para o Casa Pia AC”. “Hoje temos umas instalações absolutamente habilitadas a entrarem nas competições profissionais”, frisou. Numa visita às novas instalações, guiada por Victor Franco, e feita antes da inauguração que decorreu com pompa e circunstância, os responsáveis da Liga mostraram-se particularmente agradados com as melhorias e o aspeto de um estádio completamente novo. “De facto, é uma grande satisfação LIGA-TE Nº12
para o Casa Pia AC esta obra, que significou um investimento imenso. Mas tinha que ser, porque os clubes do Campeonato Portugal não estão preparados para as exigências da LigaPro”, referiu Victor Franco. O histórico recinto, inaugurado no ano de 1900, foi alvo de um conjunto 32
de requalificações, com a remodelação total das bancadas, balneários e posto médico, de forma a satisfazer as exigências regulamentares da Liga Portugal. Nota de destaque, também, para a infraestrutura montada para as transmissões televisivas, situada no lado oposto à bancada central. www.ligaportugal.pt
CARLOS OSÓRIO QUASE PRONTO
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stá para breve, o regresso a casa! Já faltam poucos dias para a UD Oliveirense voltar a jogar no Estádio Carlos Osório, o que vai acontecer a 15 de dezembro, no jogo frente ao FC Penafiel, marcado para as 11h15, com transmissão na Sport TV. O que começou por ser uma requalificação passou a uma obra de raiz, como mostram as fotos tiradas pela Liga-te. O recinto, situado no centro da cidade de Oliveira de Azeméis, inaugurado no ano de 1932, foi alvo de uma grande remodelação, desde a zona técnica, bancadas, zona de imprensa e relvado, cumprindo o regulamentado da Liga. Nos últimos dois anos, a equipa da UD Oliveirense, esteve a jogar fora da sua cidade e longe dos seus adeptos, em recinto emprestado, no Estádio Municipal de Aveiro. Certo é que, fruto desta situação, a UD Oliveirense, a cumprir a terceira temporada na LigaPro, nunca jogou oficialmente no seu estádio. Um regresso ambicionado por todos e esperado pelos adeptos e cidadãos de Oliveira de Azeméis. Devolver à cidade o seu clube de coração e poder contar com o apoio de todos é um desejo de toda a equipa e de um clube, que já conta com 97 anos de história.
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ROAD TO BRAGA
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Finalistas da Final Four 2020 quase conhecidos
fase de grupos da Allianz CUP define-se no fim de semana de 21 e 22 de dezembro, mas, até agora, não tem faltado competitividade nas 16 equipas envolvidas nos quatro grupos de uma competição que cresce ano após ano. E é daqui que vão sair as quatro equipas que estarão na Final Four 2020, em Braga, numa altura em que as quatro finalistas de 2019 estão todas em prova. O Sporting CP, que está no Grupo C da presente edição, é o atual detentor do título de Campeão de Inverno e mede forças com Portimonense, Rio Ave FC e Gil Vicente FC para voltar a marcar presença em Braga. Os próximos jogos serão decisivos. No Grupo A, o SC Braga, clube anfitrião da Final Four pelo terceiro ano consecutivo, volta a jogar antes do Natal em Paços de Ferreira, num confronto decisivo entre o primeiro e segundo classificado de um Grupo, onde estão também Marítimo M. e Penafiel. Já no Grupo B, Vitória FC, SC Covilhã, SL Benfica e Vitória SC medem forças, sabendo que só um chegará a Braga. Na última ronda da 3.ª fase, o SC Covilhã desloca-se a Guimarães, para defrontar o Vitória local, enquanto o SL Benfica defronta o Vitória FC, no estádio do Bonfim. Por fim, o Grupo D, onde estão FC Porto, GD Chaves, Casa Pia AC e Santa Clara. Na derradeira jornada, o FC Porto desloca-se a Trás-os-Montes e ao reduto do GD Chaves, enquanto o Santa Clara no Estádio de São Miguel o Casa Pia AC. Certo é que 2019 termina já com as quatro equipas apuradas para a Final Four 2020, cuja festa arranca a 18 de janeiro, com a inauguração da Fan Zone, no centro da cidade de Braga- Música, entretenimento, corrida do adepto e muito futebol estão prometidos no cartaz da Allianz CUP.
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“PARTE DIRETIVA É A QUE NECESSITA DE MAIOR FORMAÇÃO”
TIAGO LENHO Da Pós-Graduação em Organização e Gestão no Futebol Profissional a Diretor Desportivo do Gil Vicente FC. Este é o caminho de Tiago Lenho, agora com 31 anos de idade. O antigo jogador profissional, com passagens por emblemas como o Leixões SC ou o SC Farense, conta-nos o que o levou a escolher a formação disponibilizada pela Liga Portugal, fazendo um balanço da presente temporada e olhando, ainda, para a relação com o irmão Nélson Lenho, Diretor Desportivo do GD Chaves e também antigo jogador profissional
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“NÃO ENTRO MUITO NO BALNEÁRIO… É O ESPAÇO DOS JOGADORES”
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uem é o Tiago Lenho? Sou uma pessoa muito calma, muito tranquila no seu dia-a-dia. Quer no mundo profissional, quer na parte pessoal. Mas que não deixa de ter muitas ambições na vida e de lutar por elas. Após encerrar a carreira como jogador, frequentou a pós-graduação em Organização e Gestão no Futebol Profissional, em 2017-18. O que o levou a optar por esse curso? Eu queria continuar ligado ao futebol. A minha vida sempre foi no futebol. Desde pequeno, desde que me conheço que estou dentro deste mundo e queria por aqui continuar. Tinha a certeza que exercendo novas funções, diretivas neste caso, que seria uma mais valia para mim. Acho que, de facto, a parte diretiva no futebol é aquela que necessita de maior intervenção, de maior formação e de capacitar cada vez mais os dirigentes. Tanto é que vemos os principais organismos do futebol em Portugal, quer a Liga, quer a Federação, a lançarem cada vez mais formações nesse sentido. Qual o balanço que faz da pós-graduação? Foi positivo. Retive bastantes conhecimentos que, enquanto jogador, me passavam totalmente ao lado, nomeadamente na parte financeira e na parte jurídica. A nível de competições e regulamentares tinha bastantes ideias, mas obviamente que o curso as pormenorizou, portanto só posso retirar coisas positivas de tudo aquilo que seja acrescentar à nossa formação. Qual a importância que este tipo de iniciativas, como a pós-graduação em Organização e Gestão, e agora uma segunda em Comunicação no Futebol Profissional, têm para o desenvolvimento do futebol? São muito importantes. O futebol está a crescer e cada vez mais ouvimos falar nos clubes a funcionarem como empresas. E, como empresas, têm de ter pessoas capacitadas e pessoas com formação estão sempre mais aptas a exercer as suas funções. Os clubes têm de olhar para as capacidades dos funcionários, de forma a poder tirar mais valias daquilo que é o seu negócio. Então, obviamente, que acho que estas LIGA-TE Nº12
iniciativas acrescentam muito e são importantes para a vida dos clubes. Sente que a pós-graduação foi importante para lhe abrir a porta do projeto do Gil Vicente FC? Foi. Quando me decidi inscrever na pós-graduação, estava a exercer funções no departamento de formação do Boavista FC. Obviamente que encarei como uma mais-valia no meu currículo e acredito que foi mais fácil para o Gil Vicente FC tomar a decisão de eu vir para o clube. Que ambições tem a longo prazo? Não sou muito de fazer planos a longo prazo na minha vida profissional. Preocupa-me muito o sucesso do Gil Vicente FC, que será, naturalmente, o sucesso de todos que aqui trabalhamos. Neste momento, esse é o meu grande foco. Como surgiu a possibilidade de assumir o papel de Diretor Desportivo do Gil Vicente FC? O Gil Vicente FC necessitava de alguém. O presidente entendeu que necessitava de contratar um Diretor Desportivo para a época de 2018-19, uma época difícil. Através de um amigo em comum, que nos apresentou, acabamos por nos reunir e acho que o presidente gostou de conhecer as ideias. Acredito que o facto de ter concluído a pós-graduação também pesou e foi então que surgiu o convite para ingressar no clube. Que funções exerce concretamente? No dia a dia sou uma pessoa próxima da equipa. Tive um papel que considero importante no processo de construção do plantel, juntamente com outros companheiros que me auxiliaram. Eu e
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os meus companheiros tentamos, também, dar resposta aos problemas que vão surgindo, além de estarmos sempre atentos ao que vai acontecendo no mercado. Com o aproximar da época de transferências, em janeiro, estamos alerta quanto ao que possa surgir e a eventuais reajustes que sejam necessários. É, por isso, um trabalho feito com antecipação, porque só assim conseguimos ter algum sucesso. Acreditas que o seu passado como jogador ajuda-o a ser um melhor profissional? Sim, de certa forma. Por exemplo, nesta parte de compreender melhor aquilo que são os problemas dos jogadores, ajuda bastante. Porque já estive do outro lado e muitas vezes percebo o que vai na cabeça deles, muito daquilo que é o espírito de grupo e o que pretendem. Não sou uma pessoa de entrar muito no balneário, porque reconheço que é um local e um espaço dos jogadores, um tipo de “casa”. E neste aspeto, o facto de eu já ter sido jogador dá-me esse conhecimento e ajuda-me a perceber que, apesar de eles não me proibirem de lá estar, tenho de respeitar e não interferir naquele espaço, deixando-os mais à vontade. Que avaliação faz do arranque do clube no campeonato? Se olharmos e pensarmos naquilo que as pessoas viam no Gil Vicente FC, como o mais forte candidato à descida, ou seja, só faltava juntar mais um para fechar as contas, o nosso arranque foi positivo. Temos seis pontos à sétima jornada. Agora, internamente, esperávamos mais, porque somos pessoas ambiciosas e queremos sempre mais. Não podemos considerar um arranque negativo, mas sim dentro daquilo que era expectável, com a ambição de poder fazer mais e melhor. Acredito, mesmo considerando
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O OUTRO LADO DE TIAGO LENHO
“JOGAR ERA MAIS FÁCIL…”
o arranque como relativamente bom, que poderíamos ter feito melhor. Como tem acompanhado a envolvência dos adeptos e da própria cidade neste regresso do emblema à Liga NOS? Eu tenho o “privilégio” de ter aqui vivido duas realidades distintas. Na época passada, os adeptos estavam completamente afastados da equipa, o que também é compreensível, pois estivemos uma temporada inteira no Campeonato de Portugal, onde os nossos pontos não contavam e isso acabou por distanciar as pessoas.
“ESPERAMOS E SENTIMOS QUE O FATOR CASA VAI SER PREPONDERANTE” Este ano, era expectável que houvesse uma reaproximação dos adeptos. Internamente desenvolvemos, também, algumas dinâmicas para que fosse possível catapultar um bocadinho mais este reaproximar das pessoas, de maneira a que fosse ainda mais forte e sentido. Foi algo que superou a expectativa, com o Gil Vicente FC a ultrapassar a barreira dos cinco mil associados, quando vínhamos com pouco mais de mil, o que para nós foi uma agradável surpresa. Esperamos e sentimos que o fator casa vai ser preponderante, existindo a expectativa que os adeptos e a sua envolvência seja cada vez mais importante e que o nosso estádio seja um terreno difícil para os adversários. Quais são os objetivos do clube? Esta época, o objetivo principal passa pela manutenção. O Gil Vicente FC vem de um processo difícil, que todos acompanharam. Muitos anos com alwww.ligaportugal.pt
gumas dificuldades, mas sempre cumprindo os seus deveres. E, por isso, tem de olhar com calma para o futuro. Esta temporada, reconhecemos que é fundamental a permanência na Liga NOS. Depois será passo a passo, com o clube a ir crescendo sustentadamente. No futuro, pretendemos ter uma melhoria nas infraestruturas, essencialmente para a parte da formação, pois andamos um bocadinho com a casa às costas e necessitamos de dar esse passo, para depois conseguirmos uma maior agregação de talento e aproveitar o que vem dos escalões jovens. Mas, como disse anteriormente, tem de ser passos dados de forma sustentada, conseguir a manutenção esta época, estabilizar, ir criando uma estrutura cada vez mais forte, para depois, se quisermos pensar noutros voos, estarmos preparados para isso. Como vê a competitividade da Liga NOS? O nível de competitividade acho que tem aumentado, embora também ache que podíamos ser muito melhores e podíamos ter uma Liga bem mais competitiva. Mas isso é algo que está muito aliado à parte financeira, que é o que nos permite criar plantéis mais fortes e mais competitivos ou menos fortes e menos competitivos. Aquela ideia de que com pouco se faz muito, pode acontecer uma ou outra vez, mas geralmente não é assim que funciona. E isto parte obviamente dos direitos televisivos, que são muito falados e que as entidades competentes em Portugal, estão a trabalhar no sentido de equilibrar um bocadinho mais as contas dos clubes. Isso daria outra competitividade à Liga e, consequentemente, o futebol português sairia muito valorizado. 39
Regressando a uma vertente mais pessoal, se pudesse escolher, preferia regressar aos relvados ou manter-se nas atuais funções? Jogar e treinar era muito mais fácil do que estar na parte diretiva. Eu chegava ao estádio, treinava e ia para casa. Era uma manhã ou uma tarde e os problemas que pudessem acontecer ficavam por aí. Na parte diretiva, os horários não existem na grande maioria das vezes. Obviamente temos momentos mais calmos, com o decorrer do campeonato, que são rotinas diárias. Mas há alturas, principalmente quando o mercado está aberto, que é difícil. Praticamente não temos horários e torna-se mais complicado conciliar a vida pessoal com a profissional. No entanto, acho que é muito desafiante e, nesta fase que já deixei de jogar, prefiro estar nas funções que estou atualmente do que estar a jogar. Alguma vez lhe passou pela cabeça como seria se alguma vez defrontasse o seu irmão, Nélson Lenho? A jogar, aconteceu apenas uma vez, num encontro amigável entre Leixões SC e GD Chaves, em que jogamos um contra o outro. Agora, nas funções de Diretores Desportivos, vai ser normal. Temos uma ótima relação desde sempre, foi uma pessoa que me ajudou muito, tanto no futebol, como na minha vida pessoal. Portanto, a acontecer, será sempre um jogo especial, por defrontar o meu irmão, mas vais ser mais um jogo e, no final, que seja eu a ganhar. Vocês partilham ideias e ajudam-se nas vossas funções? Sim, partilhamos algumas coisas. Obviamente que há assuntos que são do foro interno dos clubes e que não são falados entre nós. Ambos compreendemos perfeitamente isso e respeitamos. Mas há outras que partilhamos, especialmente a nível de troca de ideias sobre jogadores. Acontece várias vezes e acabamos por nos ajudar mutuamente nesse aspeto. Somos pessoas com perfis um bocadinho parecidos, valorizamos muito a família e os valores familiares e espero que tanto ele, como o GD Chaves, tenham muito sucesso esta época.
LIGA-TE Nº12
V
ictor Oliveira é sócio do Sporting Clube de Coimbrões há 49 anos. De há uns anos para cá decidiu que estava na altura de preparar-se para um dia conseguir ajudar o clube com o qual tem “uma ligação umbilical”. Esse dia chegou mais cedo do que imaginava. “Optei por frequentar a Pós-Graduação da Liga Portugal porque, como queria ajudar o clube, senti obrigatoriamente a necessidade de me preparar. Sou da área de Gestão mas precisava de perceber o fenómeno do futebol e a Pós-Graduação foi um mergulho incrível no mundo do futebol. Deu-me as ferramentas e os conhecimentos certos para fazer o meu trabalho no Sporting Clube de Coimbrões”, referiu o Presidente do clube. O balanço da passagem pela Pós-Graduação, esse é claramente positivo, até por ter sido “um beber de informação de todas as incidências ligadas ao futebol, por dentro”. “Foi importante por todas as competências que consegui adquirir, nomeadamente em áreas que desconhecia, como a jurídica. Sendo o marketing desportivo uma matéria que já conhecia e dominava, precisava, ainda assim, de compreender algumas particularidades. Particularidades essas que agora quero aplicar ao serviço do Sporting Clube de Coimbrões”, acrescentou. Na liderança do clube desde maio de 2019, Victor Oliveira reconhece que ter frequentado a Pós-Graduação em Organização e Gestão “teve claramente impacto e muita influência no papel” que desempenha como Presidente. “A parte das competições foi de facto muito prática, próxima dos estádios, deu para sentir bem o que é o futebol LIGA-TE Nº12
e compreender a sua essência de uma outra forma. Foi uma das experiências que mais gostei. Outro ponto que considerei ser de extrema importância foi a rede de contactos que conseguimos criar, entre todos aqueles que frequentaram a Pós-Graduação da Liga Portugal. Algumas dessas pessoas estão comigo neste projeto e são fundamentais para atingirmos os objetivos, evolução e crescimento que queremos para este clube”, salientou. E, afinal, como têm sido os primeiros tempos no Coimbrões? “Intensos”, desabafou, mas traduzidos num “desafio incrível”. “Começámos com uma folha em branco e agora já estamos a ver coisas a acontecer. Este processo tem apenas cinco meses mas com muita preparação e trabalho, sobretudo na área da comunicação. Queremos virar o clube para fora, para a sociedade e para os nossos adeptos”, destacou, para revelar: “Aquilo que eu projeto e ambiciono enquanto presidente é que um dia consigamos elevar este clube a patamares superiores e a voos mais altos no futebol profissional. Este clube é o maior representante em futebol masculino do concelho de Vila Nova de Gaia, o terceiro mais populoso do país e que nunca teve nenhum clube nos campeonatos profissionais”. Victor Oliveira recorda a turma que encontrou na Liga Portugal: “Foi especial, senti que algumas daquelas pessoas já estavam de alguma forma ligadas ao futebol. Outra parte dos alunos, queria muito entrar neste mundo. Tal como temos os melhores treinadores e os melhores jogadores, temos de ter também os melhores dirigentes do mundo. Esta Pós-Graduação da Liga Portugal contribui decisivamente para isso”, analisou. 40
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“FOI UM MERGULHO INCRÍVEL NO MUNDO DO FUTEBOL”
Uma vida inteira de devoção ao Sporting Clube de Coimbrões levou Victor Oliveira a concentrar forças no sentido de servir o clube do coração. José Perfeito e Gilsioney Marques fazem-lhe companhia no novo projeto à frente do clube de Vila Nova de Gaia. Os três frequentaram a Pós-Graduação em Organização e Gestão para o Futebol Profissional da Liga Portugal e da Faculdade de Direito da Universidade Católica do Porto e dizem-se mais do que preparados para os desafios que se avizinham www.ligaportugal.pt
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OS COLEGAS DE FORMAÇÃO
TUDO PELA PAIXÃO AO FUTEBOL
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ste tem sido um trajeto que Victor Oliveira não tem feito sozinho. Como Diretor tem José Perfeito e como colaborador Gilsioney Marques, companheiros da Pós-Graduação da Faculdade de Direito da Universidade Católica do Porto, em parceria com a Liga Portugal. Para Gilsioney Marques, “o contacto entre todos via Liga Portugal foi perfeito” e adianta que Victor Oliveira aparece “numa necessidade de transformar o Coimbrões, principalmente em ano centenário”. “Sem dúvida que temos vindo a colocar em prática aquilo que aprendemos na Pós-Graduação. O futebol precisa de ser renovado e tem de ser analisado como um produto ou um serviço de mercado. Porém, existe a agravante da paixão”, afirmou este colaborador do Coimbrões, de nacionalidade brasileira, e que já trabalhou na Federação Paranaense de Futebol, entidade que tutela as competições e os clubes da CBF na região do Paraná. Já José Perfeito lembrou que foi “a paixão pelo futebol” que o levou à Pós-Graduação. “Cheguei a uma altura da vida em que queria trabalhar no futebol profissional e não havia melhor maneira de aprender: na melhor casa do futebol em Portugal. Essa foi a principal razão que me levou a inscrever”, explica, com LIGA-TE Nº12
um notável brilho nos olhos. “Este é um desafio muito grande, dado que é um clube com algumas limitações, no entanto temos uma equipa bastante forte, que se aplica e dedica totalmente. Até ao momento, tem sido uma experiência muito enriquecedora, com altos e baixos, mas no final tudo valerá a pena. Se o Sporting Clube de 42
Coimbrões der um passo em frente, cá estarei para ajudar o clube a dar esse mesmo passo em frente”, confessou. Gilsioney Marques e José Perfeito estão em clara harmonia: “É importante para os alunos conhecerem por dentro os bastidores e perceberem como é que as coisas funcionam no futebol”.
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NOVA PÓS-GRADUAÇÃO DA LIGA PORTUGAL JÁ EM CURSO
Diretor Jurídico, Diretora Executiva e Presidente da Liga Portugal nas primeiras aulas
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Pós-Graduação em Comunicação no Futebol Profissional é a segunda Pós-Graduação da Liga Portugal e teve início no dia 17 de setembro, numa sessão conduzida pela Diretora Executiva de Marketing da Liga Portugal, Susana Rodas, e pelo Professor Manuel Cunha, da Universidade Católica de Braga, Coordenador Científico da Pós-Graduação. As primeiras sessões, que tiveram como objetivos definir e enquadrar a Liga Portugal e as Competições Profissionais, foram lecionadas por Paulo de Mariz Rozeira, Diretor Jurídico, e Helena Pires, Diretora Executiva da Liga Portugal. Também o Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, lecionou numa sessão conjunta das duas Pós-Graduações, onde pôde apresentar aos alunos o plano de atividades da Liga e fazer uma projeção do que será o próximo quadriénio do organismo que tutela o futebol profissional em Portugal. Ricardo Lemos, Diretor de Projeto e ex-Assessor de Imprensa do SL Benfica partilhou com os alunos a sua experiência na Comunicação Numa aula que abordou especificamente as práticas comunicacionais no futebol profissional, os alunos puderam contactar com Ricardo Lemos, profissional com experiência na área em SL Benfica e SC Braga. O agora Diretor de Projeto dos encarnados sublinhou o lema “ninguém fala
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para os jornalistas, fala para os adeptos através dos jornalistas” e abordou as várias formas de trabalhar a comunicação de um clube, nomeadamente o apoio à comunicação do treinador. Comentário desportivo e liderança de Sociedades Desportivas foram outros tópicos abordados De forma a melhor compreenderem a atualidade da agenda mediática, sobretudo no espaço televisivo, os estudantes contaram igualmente com uma aula lecionada por Rui Orlando, Coordenador da Sport TV Porto. O orador convidado destacou a importância do futebol na sociedade portuguesa e alertou para a necessidade de conhecer os programas de comentário desportivo, bem como os seus protagonistas. Já Rui Gomes, docente na Universidade do Minho e especialista em psicologia
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no desporto, lecionou três sessões onde abordou a Liderança nas Sociedades Desportivas. O psicólogo de formação apresentou um modelo teórico de tipos de liderança, destacando os prós e os contras de cada estilo de liderança possível, e explicou aos alunos as várias formas de abordagens comunicacionais existentes, preparando-os para melhor saberem liderar num contexto exigente. Sport TV e BTV receberam os formandos para uma aula no terreno Numa aula diferente, os estudantes de futebol profissional viajaram até Lisboa para conhecer os estúdios televisivos da Sport TV e da BTV. A experiência teve início nas instalações do primeiro canal desportivo premium português, onde Miguel Prates abordou o dia-a-dia de uma estação televisiva e apresentou as diversas especificidades do estúdio, deixando ainda espaço para as várias questões dos formandos. Também Ricardo Palacin, diretor da BTV, deu a conhecer aos alunos os estúdios do canal, inseridos nas instalações do Estádio da Luz, travando um diálogo com os mesmos onde foram abordadas essencialmente as áreas profissionais da comunicação. No final, os formandos consideraram a experiência enriquecedora e mostraram a sua satisfação por mais uma experiência única proporcionada pela Pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional. LIGA-TE Nº12
CRAQUES DA LIGA PORTUGAL COM LEGIÃO DE FÃS NO DIGITAL
Jogadores das equipas que compõem as competições profissionais de futebol em Portugal somam milhões de seguidores nas redes sociais
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relatório do mês de outubro da agência internacional “Iquui Sport” faz um apanhado dos jogadores com maior representatividade nas redes sociais, colocando-os num ranking que soma o número de seguidores nas principais plataformas digitais: Facebook, Instagram e Twitter. O destaque entre os jogadores dos clubes da Liga Portugal é Iker Casillas,
jogador do FC Porto. O internacional espanhol, que está na quinta época no futebol português, soma um total de 50 milhões de seguidores nas três plataformas. É no Facebook que Casillas junta um maior número de fãs, com quase 26 milhões. Segue-se o Instagram, com cerca de 15 milhões. Após Casillas, o companheiro de equipa Pepe é atleta com maior impacto nas redes sociais. O internacional portu-
guês, de 36 anos, soma 22,6 milhões de seguidores, sendo o segundo jogador a atuar em Portugal com maior número de seguidores em cada uma das três principais plataformas: 10,7 milhões de fãs no Facebook, 3,6 milhões no Twitter e 8,3 milhões no Instagram. Jesé, avançado que chegou esta temporada ao Sporting CP, é o atleta que fecha o top 3, com um total de 5 milhões de seguidores.
TOP 20 COM 13 JOGADORES COM MAIS DE 1 MILHÃO DE SEGUIDORES Atletas integram plantéis de FC Porto, Sporting CP, CD Aves, SC Braga, Santa Clara, Rio Ave FC e Portimonense. Do top 20 de jogadores dos clubes portugueses com maior número de seguidores nas redes sociais, 13 têm mais de um milhão na soma das três principais plataformas. Para além de atletas que pertencem a Sociedades Desportivas com maior histórico de conquistas e que, entre outros factores, contam com mais presenças em competições europeias ou mundiais, os profissionais com maior número de seguidores representam vários emblemas nacionais. O egípcio Kahraba, do CD Aves, é, por exemplo, o terceiro jogador com maior número de seguidores no Instagram, com um perfil que conta com quase 2,3 milhões. Um número impressionante e idêntico a Mehdi Taremi, atleta do Rio Ave FC (2,25 milhões). Hassan, do SC Braga, tem, também, um número impressionante de seguidores: 1,2 milhões só no Instagram e 4 milhões no somatório de todas as redes.
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1 - CASILLAS | 50 M
11 - ENZO ZIDANE | 1,4 M
2 - PEPE | 22,6 M
12 - ALEX TELLES | 1,0 M
3 - JESÉ | 4,9 M
13 - CORONA | 1,0 M
4 - KAHRABA | 4,6 M
14 - URIBE | 854 K
5 - HASSAN | 4 M
15 - MARCHESIN | 851 K
6 - MALICK EVOUNA | 2,9 M
16 - COATES | 779 K
7 - MEHDI TAREMI | 2,2 M
17 - MARLOS MORENO | 678 K
8 - BOLASIE | 1,6 M
18 - PIZZI | 667 K
9 - JACKSON MARTINEZ | 1,6 M
19 - BONATINI | 641 K
10 - PIAZÓN | 1,5 M
20 - GRIMALDO | 576 K
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CRISTIANO RONALDO: O MAIOR DO MUNDO TAMBÉM NO DIGITAL Tal como é hábito na carreira do internacional português, os números não deixam margem para dúvidas: CR7 é o jogador com mais seguidores em todo o mundo, com um universo de fãs a ultrapassar os 370 milhões (!). No TOP 15 surgem ainda dois jogadores bem conhecidos dos adeptos portugueses: James Rodríguez (ex-FC Porto) e David Luiz (ex-Benfica).
TOP 5 MUNDIAL 388,8
231,9
223,3
94,5 0
CRISTIANO RONALDO
NEYMAR
MESSI
JAMES
88,5
GARETH GALE
INSTAGRAM DA LIGA PORTUGAL CONTINUA A CRESCER Desde a última edição da Revista Liga-te que a conta do futebol profissional cresceu 40 mil seguidores. A percentagem de crescimento continua é a maior da Europa há 11 meses consecutivos A Liga Portugal está presente nas principais redes sociais, tal como lhe demos conta na última edição da revista Liga-te, sendo o Instagram a plataforma com maior impacto. Alguns meses volvidos e a tendência mantém-se. Ao todo, o perfil da Liga Portugal cresceu cerca de 40 mil seguidores desde a última edição da Liga-te, atingindo, em
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novembro, os 270 mil seguidores. A percentagem de crescimento do Instagram da Liga Portugal continua a ser a maior quando comparada com as principais ligas europeias, fixando-se, em outubro, nos 6,48 por cento. A Ligue 1 Conforama, que surge no segundo segundo posto, tem uma percentagem de crescimento de 3,93. A Bundesliga fe-
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cha o top 3, com 3,88 por cento. Em termos estratégicos, a Liga Portugal aposta na promoção das suas equipas, dos jogadores e do futebol positivo, oferecendo uma série de conteúdos diversificados e que vão de encontro com o que de melhor se faz na Europa e no Mundo.
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PRODÍGIO DA ENGENHARI PRODÍGIO DA ENGENHARIA MANTÉM VIVA A PAIXÃO PELO FUTEBOL VIVA A PAIXÃO PELO FUT
Aos 18 anos, Mário Lima já alcançou um feito pouco comum. A média de 19.9, com que entrou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, fazem do jovem, que alinha ao serviço dos sub-19 do CD Feirense, a prova viva de que é possível conciliar a vida académica e o desporto
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em apenas 18 anos, mas uma maturidade incomum para a idade. Com uma infância passada entre os livros e os relvados, Mário Lima notabilizou-se pelo excelente percurso em ambas as frentes, que culminou com a sua entrada para o curso de Engenharia e Gestão Industrial, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com uma notável média de 19.9. Um sucesso para o qual, o jovem jogador que alinha no eixo da defesa da equipa de sub-19 do CD Feirense, considera essencial “estar atento ao que os professores dizem, uma vez que eles cedem boas indicações, quer para conhecer os conteúdos das matérias, quer para potenciar o melhor desempenho possível nos testes”. Apesar desta grande dedicação pelos estudos e de “todos os dias tentar rever a matéria aprendida no próprio dia”, Mário nunca deixou para trás a grande paixão pelo futebol e, em especial, pelo CD Feirense, “emblema do coração” que desde sempre representou. A família, mais concretamente o pai e o tio, foi parte importante para este caminho, uma vez que “também praticaram futebol, e desde cedo procuraram incutir essa paixão”, admite o jovem jogador, com orgulho evidente na atividade desportiva que pratica e na ligação familiar. “Foi graças a eles que, aos seis anos, iniciei a minha carreira no CD Feirense e, desde aí, nunca mais parei, até porque é algo que me dá imenso gosto de fazer”, confessou o defesa. Se o prazer pelo futebol teve forte contributo do pai, a vertente académica contou com cunho da mãe de Mário Lima, que “tirou exatamente o mesmo curso”, de Engenharia e Gestão Industrial. Uma família que tem clara influência na forma de estar do jogador na vida. Esta é uma área que, de resto, parece enraizada no sangue do jovem “fogaceiro”, uma vez que na sua família “quase só há engenheiros”. Mário Lima será mais um. Apesar deste apoio e aconselhamento
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constante da sua família, a verdade é que Mário sempre teve uma forte dose de autonomia, que não o impediu de tomar as decisões mais indicadas para a sua vida. Desde logo, a grande atração “pelo futebol e pelo conhecimento”, aliado ao facto de ser “muito curioso em relação a tudo o que se passa em redor”, foram fatores determinantes para que não fosse “difícil conciliar as duas tarefas”, apesar dos sacrifícios que vai fazendo, fruto de duas paixões. Certo é que este gosto, aliado a “um grande interesse pela matemática e física”, deram origem “à paixão pela engenharia”, pelo que não foi nada complicado escolher qual a carreira a seguir. Este foi um interesse que, em termos académicos, culminou com a opção pelo curso de Engenharia e Gestão Industrial, em função do facto de, hoje em dia, “um engenheiro necessitar de ter conhecimentos mais aprofundados na área da gestão, se, de facto, ambicionar chegar mais longe numa empresa.” Uma escolha ponderada e pouco vulgar num jovem pronto a apostar numa carreira profissional. Este é um percurso que, até agora, deixa Mário Rui Mata Lima “muito feliz e honrado”, apesar de algumas dificuldades extra, que “são naturais”. Desde LIGA-TE Nº12
mesmo tempo, continuar a jogar futebol”, relembrando que o mundo do desporto é bastante complexo, uma vez que “pesam sempre outros fatores imprevisíveis, como as lesões”. Mas é nos fatores controláveis que Mário coloca o seu principal foco. É através deles que o jogador das camadas jovens do CD Feirense deixa uma mensagem para todos os que tenham o objetivo de construir uma carreira académica e futebolística. Um “caminho que não é fácil e requer muito trabalho”, mas que demonstra que é “perfeitamente possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo.”
“CAMINHO REQUER TRABALHO”
ser engenheiro, sem saber, já era um gestor do seu próprio tempo. Um verdadeiro exemplo de perseverança e dedicação, que “vive o sonho” que sempre idealizou. Do Colégio de Terras de Santa Maria para a FEUP, e toda uma vida dedicada ao CD Feirense, por entre livros e relvados, Mário Lima logrou ultrapassar todas as dificuldades, com distinção, alicerçado no suporte da sua família e amigos. Futebol e a Engenharia vão continuar, para já, de mãos dadas na vida deste jovem defesa. Com ideias bem definidas do que quer para si, Mário Lima deixa claro que, a nível profissional, o principal objetivo passa por “terminar o curso nos próximos cinco anos e, ao
logo, neste, que é o seu primeiro ano de faculdade “o horário é mais carregado”, o que não demove o jovem de Santa Maria da Feira de dar continuidade ao “trabalho diário e continuo”. Um trabalho que deixa, em aberto, a perspetiva de um futuro muito promissor. Para já, o defesa de 18 anos tem o objetivo bem definido “de dar sempre o máximo, com toda a responsabilidade e, ao mesmo tempo, continuar a aproveitar a companhia da sua família e amigos”. Esta é a história de Mário, que antes de
Curta mas preenchida carreira
Jogos
GOLOS
2016-17
27
6 - Juniores B
2017-18
22
4 - Juniores B
2018-19
19
0 - Juniores A
2019-20
11
0 - Juniores A
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LIGA PORTUGAL
NO WORLD SCOUTING CONGRESS
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s dias 12 e 13 de novembro trouxeram a quarta edição do World Scouting Congress, ao Porto Palácio Hotel, naquela que foi a primeira vez que este evento contou com a parceria da Liga Portugal. Através do painel “Futebol com Talento”, organizado pela Liga, que contou com a participação de Sónia Carneiro (Diretora Executiva Coordenadora da Liga Portugal), Vítor Matos (Treinador de desenvolvimento de elite no Liverpool FC) e José Gomes (Treinador), foi possível debater vários assuntos estruturantes do Futebol Profissional, com especial enfâse para as alterações à carga fiscal, essenciais para que seja mais fácil reter talento nos campeonatos profissionais.
EDGAR PINHO É O NOVO PRESIDENTE DO VARZIM SC
TERCEIRA REUNIÃO DOS GRUPOS DE TRABALHO Decorreram, no mês de setembro, as eleições para os Orgãos Sociais do Varzim SC, com Edgar Pinho a ser eleito o novo Presidente dos “poveiros”, para os próximos três anos. Apesar de ter concorrido ao ato eleitoral como candidato único, o empresário de 59 anos contou com o voto de mais de 300 associados, que responderam afirmativamente à chamada às urnas.
FC PAÇOS DE FERREIRA AJUDA A “FINTAR O CANCRO” Durante o mês de outubro, o FC Paços de Ferreira promoveu uma campanha de prevenção do cancro da mama. Com o título “Fintemos o Cancro”, a ação dos castores visou a consciencialização dos adeptos e, ainda, a angariação de fundos para a causa. Para o efeito, os pacenses atuaram em todos os jogos disputados neste período com meias cor-de-rosa e promoveram ainda uma campanha de bilhética, onde disponibilizaram ingressos para o jogo com o Rio Ave FC, referente à oitava jornada da Liga NOS, em troca de donativos para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. www.ligaportugal.pt
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Dando sequência ao trabalho desenvolvido, desde 2015-16, a Liga Portugal continua a promover os Grupos de Trabalho, dos quais já resultaram três das cinco reuniões previstas. Os sete diferentes Grupos de Trabalho contam com a coordenação de: Helena Pires (Competições), Susana Rodas (Marketing), Miguel Faria (Tecnologia e Prevenção e Segurança), Margarida Miranda (Responsabilidade Social), Tiago Madureira (Conteúdos e Media), Telmo Viana (Financeiro) e Paulo Mariz Rozeira (Jurídico). Os próximas compromissos estão agendados para os dias 11 de dezembro e 13 de fevereiro, com as conclusões do trabalho desenvolvido ao longo destas reuniões a serem apresentadas durante as Jornadas Anuais da Liga Portugal, que irão decorrer, no Estádio José Alvalade, em abril de 2020. LIGA-TE Nº12
O VALOR DO ASSOCIATIVISMO EMPRESARIAL Foi o tema em discussão no painel de abertura, que contou com a participação da Liga Portugal
O
Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, participou no Congresso anual da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que decorreu no Centro de Congressos do Estoril, no passado dia 22 de outubro. Subordinado ao tema “Portugal: Crescimento ou Estagnação? A resposta está nas empresas!, este evento durou o dia inteiro e prendeu a atenção dos presentes, tendo a sessão sido aberta pelo Presidente da CIP, António Saraiva, que fez as honras da casa e deu o pontapé de saída para o debate do papel das empresas no desenvolvimento da economia. Já Pedro Proença foi orador no primeiro painel, denominado “O Valor do Associativismo Empresarial”, cuja moderação esteve a cargo do jornalista Pedro Pinto e onde estiveram representadas empresas como a Altice, Mercadona, Indico Capital Partners, Farminveste. Na apresentação que fez, o líder da Liga Portugal deu destaque ao modo www.ligaportugal.pt
como o Futebol é visto em termos globais, realçando que a modalidade “tem uma representatividade que permite ser vista como uma indústria”. “Uma indústria que tem um peso significativo. Representamos cerca de 0,2% do PIB, mais de 2000 postos de trabalho diretos, a nossa receita anual ultrapassa os 600M€ de receitas e pagamos mais de 24M€ de impostos. Desde 2015 quando assumimos esta responsabilidade o futebol posicionou-se como uma verdadeira indústria”, referiu. Para Pedro Proença é “fundamental olhar para o Futebol Profissional en51
quanto atividade económica e que necessita um modelo sustentável de crescimento”, até porque, “hoje em dia, o futebol posiciona-se como uma das indústrias com maior relevância.” Reeleito em junho de 2019, com 95,8 % dos votos, Pedro Proença recordou as linhas de orientação estratégicas e os cinco eixos estratégicos prioritários e propostos, que passam pela Afirmação da Liga, a Valorização das Competições, a Industrialização do Futebol português, a Aposta no Digital e a Internacionalização da Liga Portugal e do modelo de distribuição dos direitos televisivos em Portugal. “Temos a clara noção do que valemos hoje, no mercado nacional e internacional. A centralização dos direitos audiovisuais será um tema marcante, obrigatoriamente discutido e é um dos grandes desafios”, destacou o responsável da Liga. O Congresso da CIP prolongou-se durante o dia, com a cerimónia de encerramento a cargo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. LIGA-TE Nº12
CONTAS POSITIVAS!
RESULTADOS OPERACIONAIS POSITIVOS
DE 2,024 MILHÕES DE EUROS
RENDIMENTOS VS GASTOS ÚLTIMAS 7 ÉPOCAS Evolução dos Rendimentos, Gastos e Resultados Operacionais da Liga Portugal (épocas 2012-13 a 2018-19) Rendimentos
Gastos
Resultado Operacional
18 651 507
15 554 766
13 384 589
14 812 822
12 342 847
14 712 371
11 845 258
11 182 623
11 908 796
9 730 836
12 263 080
5000 000€
11 276 475
10 000 000€
12 504 579
15 000 000€
16 627 986
20 000 000€
2 867 113
2 469 975
2 170 177
2 023 521
2015-16
2016-17
2017-18
2018-19
0€ - 726 173
- 1 228 104 - 2 532 244
- 5000 000€
A
2012-13
2013-14
apresentação pelo quarto ano consecutivo de resultados operacionais positivos é um motivo de natural satisfação para a Liga Portugal, que viu o seu Relatório de Atividades e Contas da época 2018-19 ser aprovado sem votos contra, numa Assembleia Geral que decorreu a 30 de setembro, na sede da Liga Portugal. Pedro Proença chegou em 2015-16 e, desde então, contrariou a negatividade LIGA-TE Nº12
2014-15
das contas da Liga, passando a apresentar resultados operacionais positivos. O da última temporada foi de 2,024 milhões de euros, que, pela natureza dos estatutos da Liga Portugal, cifram-se em 1,207 milhões de euros no que se refere a associativos e 817 mil euros de comerciais. Nota para o facto da Liga Portugal ter atingido os objetivos económicos obtendo um resultado operacional superior ao previsto em Plano de Atividades e Orçamento, votado no início da última 52
época, cujo valor total se perspetivava em 1,981 milhões de euros. Também o total dos rendimentos foram superiores em 1,5 milhões de euros em relação ao previsto. Numa análise ao Relatório e Contas, constata-se a regularização, na totalidade, da divida à Banca, bem como 98% do valor em divida ao Estado e 91% a fornecedores diversos. No final de 2019-20, a Liga Portugal terá também liquidadas as dividas à FPF e ao Estado. www.ligaportugal.pt
Já os resultados da atividade comercial, líquidos da dedução estatutária para o Fundo de Infraestruturas de apoio à LigaPro, cifraram-se em 561 mil euros. Certo é que o primeiro mandato de Pedro Proença terminou de forma bastante positiva, contando com a participação de 23 clubes, ao longo destes quatro anos (2015-2019) sobretudo porque, de forma rigorosa, foi implementado o Business Plan e foram saneadas as contas e o passivo herdado.
Destaque também para o facto dos rendimentos terem vindo sempre a aumentar nestes quatro anos de mandato, com valores acima dos 14 milhões de euros em 2015-16 e 2016-17, dos 15 milhões em 2017-18 e acima dos 18 milhões de euros na última época. Estes são números que permitem à Direção da Liga Portugal perspetivar o futuro, sobretudo no que diz respeito ao novo ciclo, 2019-23, com muita confiança. Foi igualmente decidido, nesta Assem-
bleia Geral, que, tendo presente a existência de diversos passivos contingentes, fiscais e judiciais, em que a Liga Portugal é demandada desde 2003, o saldo positivo da exploração comercial seria destinado à criação de um Fundo de Contingência, salvaguardando com prudência o futuro da Liga. Esta foi uma proposta que não mereceu a unanimidade das Sociedades Desportivas, mas foi aprovada por maioria, com 36 votos a favor, 5 contra e 9 abstenções.
REESTRUTURAÇÃO DA DÍVIDA - 2015 A 2019 Valor Inicial/ Vencido
Reestruturação
Valor Mensal
Saldo Final 2016-17
% de Regularização
Saldo Final 2017-18
% de Regularização
Saldo Final 2018-19
% de Regularização
Saldo Final 2019-20
% de Regularização
1.FPF
2 636 226€
Junho 2016 (48 prestações mensais)
54 921,8€
1 922 248€
27%
1 468 710€
44%
604 135€
77%
-€
100%
2. SJ F P
6 1 8 1 30 €
Maio 2016 (48 prestações mensais)
11 395€
421 614€
32%
354 450€
43%
148 135€
76%
11 274€
98%
3. Instituições Financeiras
850 000€
Nov 2015 (33 prestações mensais)
20 000€
490 000€
42%
230 000€
73%
-€
100%
-€
100%
4. Estado - Processos de Execução Fiscal Antigo
2 075 812€
Dez 2016 (Redução de 434 586€ + 36 pretações mensais)
57 661€
1 112 273€
46%
430 336€
79%
42 539€
98%
-€
100%
5. Fornecedores
1 012 075€
...
280 000€
491 167€
51%
361 669€
64%
88 262€
91%
88 262€
91%
423 978€
4 447 301€
38%
2 845 165€
60%
883 070€
88%
99 536€
99%
Entidades
TOTAL
7 192 242€
Orçamento 2018-19
Exectado 2018-19
Desvio
Rendimentos
17 118 790
18 651 507
1 532 171
Gastos
15 137 020
16 627 986
1 490 966
R es ultado Op e ra c i o na l
1 981 770
2 023 521
41 751
EXECUTADO Controlo Orçamental 2018-19
RESULTADOS OPERACIONAIS POSITIVOS PELO QUARTO ANO CONSECUTIVO www.ligaportugal.pt
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LIGA-TE Nº12
PARCERIA COM O BANCO ALIMENTAR
“PARTICIPAR PARA UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E INCLUSIVA”
O
final do mês de novembro trouxe ao Futebol Profissional mais uma parceria no âmbito do projeto “Valores em Cadeia”, neste caso concreto, abrangendo o da Solidariedade. Nos estádios da Liga NOS e da LigaPro houve recolha de alimentos, para serem distribuídos em diferentes instituições. Isabel Jonet, Presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, fala à Revista Liga-te, sobre a campanha de combate à fome, a parceria entre as duas entidades e o valor do desporto como veiculo de comunicação, destacando, o voluntariado como um aspeto a reforçar. Como tem visto a evolução do Banco Alimentar, onde está há 25 anos, e
ISABEL JONET, Presidente do Banco Alimentar Contra a Fome LIGA-TE Nº12
a adesão das pessoas a causas como esta? O primeiro Banco Alimentar foi criado em 1991 e, desde então, o modelo foi replicado, existindo hoje 21 Bancos Alimentares autónomos, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares e unidos pela mesma missão: a luta contra o desperdício de alimentos para os levar à mesa de quem deles necessita. Ao longo dos últimos 25 anos assistimos a uma crescente adesão das pessoas e das empresas à proposta lançada pelos Bancos Alimentares, contribuindo com alimentos, com tempo,
atentas a uma realidade que ainda afeta muitas pessoas em Portugal. Sendo o Futebol Profissional um desporto que gera emoções e move multidões, como o vê a ser um veículo de comunicação para este tipo de campanhas? Precisamente por esse facto, penso que esta iniciativa permite comunicar a mais pessoas e em canais diferentes o trabalho levado a cabo pelos Bancos Alimentares. O futebol chega a milhões de pessoas e aliar a campanha do Banco Alimentar à comunicação desenvolvida permitirá aumentar o número de pessoas que ficam impactadas.
com serviços, com donativos, o que tem permitido constituir uma incrível rede de apoio que leva alimento a muitas famílias que têm graves dificuldades económicas, em parceria com mais de 2.500 instituições que as apoiam diariamente e tentam minorar sofrimentos e carências. A Responsabilidade Social tem vindo a marcar a agenda do Futebol. Como vê esta parceria com a Fundação do Futebol - Liga Portugal? A disponibilidade da Fundação do Futebol para mobilizar os clubes, os adeptos, os atletas e todas as pessoas que nutrem por este desporto por vezes uma enorme paixão, revela um extraordinário sentido de Responsabilidade Social e muita inteligência. Potenciará seguramente a visibilidade da causa da luta contra a fome em Portugal e permitirá chegar a pessoas que por vezes não estão tão
O que acha que ainda falta fazer no campo da Responsabilidade Social e sensibilização para as mais diferentes problemáticas sociais? Um dos aspetos que será necessário ainda reforçar é o compromisso do voluntariado, encarando-o como participação de cidadania ativa, mais do que uma ocupação de tempo ocasional. Precisamos que todas as pessoas olhem à sua volta e vejam que podem intervir, ajudando que precisa, mas também contribuindo para comunidades mais limpas, preservando o ambiente e cuidando das pessoas. Participar para uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária traz benefícios para todos e o comprometimento é palavra chave nesta participação. Seria importante sensibilizar os jovens desde tenra idade para participarem, como sucede noutros países.
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UNIÃO COM SOCIEDADE PONTO VERDE PELA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL No âmbito da parceria entre a Fundação do Futebol – Liga Portugal e Sociedade Ponto Verde, as entidades irão desenvolver um Manual de Boas Práticas Ambientais, onde será definido um conjunto de comportamentos e práticas ambientais sustentáveis. A este documento pioneiro no Futebol Português, irá juntar-se um conjunto de ações no terreno. Uma destas primeiras iniciativas está agendada para a Final Four da Allianz CUP, em Braga, que vai decorrer entre 18 e 25 de janeiro, de 2020. Durante a competição estarão presentes “mochileiros SPV”, equipados com ecopontos móveis, tendo em vista o objetivo de facilitar a recolha de embalagens, que possam vir a ser recicladas.
LUTA CONJUNTA COM A LIGA PORTUGUESA CONTRA O CANCRO A Fundação do Futebol – Liga Portugal não ficou indiferente ao flagelo do Cancro da Próstata e, numa iniciativa pioneira, juntou-se à Liga Portuguesa Contra o Cancro e à Fundação Benfica, numa ação que contou com a participação de todos os clubes da Liga NOS e LigaPro. No caso específico do embate entre SL Benfica e Rio Ave FC, as equipas entraram em campo com menos dois jogadores, destacando, uma vez mais, o impacto da doença na sociedade. O objetivo desta campanha foi apelar, a todos, para a importância da prevenção do cancro da próstata, que tem todos os anos 6 mil casos novos em Portugal.
ASSISTA À REPORTAGEM COMPLETA NA LIGA TV
ASSINATURA DO PROTOCOLO COM A SPECIAL OLYMPICS PORTUGAL A Fundação do Futebol – Liga Portugal e o Special Olympics Portugal assinaram um protocolo no âmbito da promoção de eventos e iniciativas, inseridos no desenvolvimento e reconhecimento social das pessoas com deficiências. Participar e auxiliar no planeamento, e implementar ações de Responsabilidade Social, será um dos principais objetivos desta parceria. A primeira das quais, terá lugar na Final Four da Allianz CUP, em Braga, com o Special Olympics Portugal a fazer uma demonstração com uma das suas equipas, ao intervalo da final. www.ligaportugal.pt
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LIGA-TE Nº12
Por Duarte Gomes
O PALANQUE, O GRITO, OS CARTÕES E AS CORES
P
ara redigir este artigo decidi colocar-me, ainda que por breves instantes, na vossa pele. O exercício foi simples: queria perceber o que é que um ex-árbitro podia dizer de diferente. O que podia acrescentar de valor, sem cair no lugar comum de pisar e repisar esclarecimentos teóricos ou decisões técnicas. Não é que isso não vseja relevante e oportuno - é, sempre - mas há outras coisas importantes que podem também ter o seu interesse. Espero eu. O desafio não foi fácil. Depois de muito pensar, achei que seria engraçado (e diferente) convidar-vos a embarcar numa curta viagem ao passado. Então vejamos. Os meus amigos sabem como é que surgiram os árbitros no futebol moderno e porquê? Sabem porque é que, ainda hoje, continuam a ser persona non grata no meio? Sabem como surgiram as leis, os cartões, os apitos e tantas outras inovações? Então, vamos a isso! Há muitas teorias históricas sobre a forma como nasceu o jogo que hoje todos veneramos. Diz-se que na antiga China (entre 2500-3000 AC) já existiam manifestações de algo muito parecido com o que hoje chamamos de futebol. Mais tarde, entre 900-200 AC, os Maias usavam as mãos e os pés para jogar o que designavam de "Pok ta Pok". Daí para cá, o futebol foi sendo jogado um pouco por todo o lado, mas sem qualquer tipo de regras e de forma, por vezes, tão cruel que levou Phillip Stubles a descrevê-lo como "algo violento e bárbaro que só estimula a inimizade, a cólera, o ódio e a malícia". Isto em pleLIGA-TE Nº12
no Séc. XIX. O futebol moderno começou, segundo consta, em Inglaterra. Em 1848 a "Cambridge University Association Football Club" desenhou aquelas que seriam as suas primeiras regras. E, no meio disto tudo, levanta-se a pergunta óbvia: como é que aparecem os árbitros? O crescimento exponencial do fenómeno fez emergir essa figura. E desengane-se quem acha que o epíteto de "bom malandro" é coisa só nossa, dos tempos mais recentes. Não. Nada disso. Desde que surgiram que os árbitros são considerados os verdadeiros desmancha-prazeres do jogo. É fácil perceber porquê: até então, eram os jogadores que interrompiam a partida a seu bel-prazer, quando achavam que uma falta tinha sido cometida. Bastava gritar e pronto. Parava tudo. Mas o interesse cresceu, as pessoas entusiasmaram-se, as competições organizaram-se e, pronto, o "pára que é falta" deixou de fazer sentido, deixou de ser eficaz. Tinha de haver alguém que, não pertencendo às equipas, pudesse intervir, de forma neutral e equidistante, sempre que algo de errado acontecesse. Os primeiros árbitros ficavam numa espécie de palanque, situado fora das quatro linhas. Só intervinham quando todos os jogadores de uma equipa (a que se sentisse lesada) fossem lá cima exigir decisões. A coisa nem sempre correu bem (rezam as crónicas que o palanque veio abaixo várias vezes), o que levou a uma oportuna mudança de planos: o juiz passou a estar lá em baixo, no terreno de jogo, junto aos jogadores. Primeiro fora das quatro linhas e, mais 56
tarde, dentro do campo. Outra evolução foi a da figura do reclamante: para que não fossem todos os atletas a exigir medidas ao pobre do árbitro, entendeu-se que só falaria o jogador que representasse o grupo. Esse seria aquele que usasse um boné (cap em inglês): daí surgiu a expressão "capitão" de equipa. Daí para cá, tudo evoluiu de forma quase galopante: o apito surgiu porque gritar falta já não era eficaz (havia cada vez mais gente a assistir aos jogos); os então fiscais de linha apareceram porque um só juiz não conseguia ter mão em vinte e dois homens alterados; e as leis de jogo lá se foram compondo, uma a uma, ano após ano. Pormenor curioso foi o do surgimento dos cartões, esse em momento bem mais recente: numa das mais importantes partidas do Mundial de 66 (que orgulho de vocês, Magriços), o alemão Rudolph Kreitlin teve dificuldades acrescidas para dirigir o escaldante Inglaterra/Argentina. Na altura, as advertências e expulsões eram apenas verbais. Dadas por comando de voz. No final da primeira parte, o pequeno juiz germânico pediu ao capitão argentino, Antonio Rattín, que não voltasse ao jogo na porque não parava de protestar as suas decisões. Na prática, estava a expulsá-lo. O sul-americano, muito alterado, alegou não perceber o que lhe dizia Kreitlin e pediu um tradutor. Instalou-se a confusão, que durou largos minutos e chegou à tribuna. O episódio memorável exigiu medidas urgentes.
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Ken Aston, o “inventor” dos cartões no futebol
Primeiro equipamentos de árbitros
O árbitro alemão a dar-lhe ordem de expulsão
O argentino que alegou não perceber que tinha de ser expulso
Ken Aston, ex-internacional inglês e que pertencia então ao Comité de Arbitragem da FIFA, decidiu criar uma forma de tornar as sanções disciplinares mais claras e públicas. Foi assim que nasceram os cartões. O amarelo, que era uma espécie de aviso à navegação e, claro, o vermelho... que era o "pára tudo, que os limites já foram ultrapassados". A ideia de usar cartões foi de Hulda, a sua esposa. Quanto às cores, nada de mais: Aston copiou o conceito da cor dos semáforos. Less is more, certo?
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Daqui a cem anos, faço novo ponto de situação. Entretanto, o espetáculo mais emocionante do mundo continuará a escrever a história que um dia alguém lerá com entusiasmo. 57
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FICHA TÉCNICA
LIGA-TE: EDIÇÃO 012 DIREÇÃO: Pedro Proença EDITORA: Vanda Cipriano REDAÇÃO: Rita Matos, João Nave, João Cardoso, Nuno Teixeira, Tiago Sá Pereira, Bruna Valente e Pedro Paupério FOTOGRAFIA: Gualter Fatia e Pedro Trindade DIREÇÃO COMERCIAL E PATROCÍNIOS: João Medeiros Cardoso DESIGN E PAGINAÇÃO: Adriano de Carvalho e Isabel Tavares IMPRESSÃO: Greca, Artes Gráficas TIRAGEM: 1000 exemplares PERIOCIDADE: Bimestral
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