BIOCONSTRUÇÃO APLICADA À ARQUITETURA DE ECOVILAS

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

LIGIA JAMPANI BENTOS 11192400322

BIOCONSTRUÇÃO APLICADA À ARQUITETURA DE ECOVILAS

MOGI DAS CRUZES- 2020


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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

LIGIA JAMPANI BENTOS 11192400322

BIOCONSTRUÇÃO APLICADA À ARQUITETURA DE ECOVILAS

Monografia de conclusão de curso aplicada ao curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes no ano de 2020, como requisito para obtenção do título de Graduada em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Silvia Beatriz Zamai

MOGI DAS CRUZES- 2020


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“A arquitetura do lugar deve ser mais importante do que a arquitetura do tempo.� Gunnar Asplund


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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer meus pais, Célia Jampani e Solano Primo Bentos por todo suporte e por todas as vezes que estiveram ao meu lado. Aos professores e mestres, que durante os anos de faculdade compartilharam seus conhecimentos e ajudaram nessa longa jornada em busca da formação na profissão de arquiteto e urbanista. Um agradecimento especial à todos os meus companheiros de jornada acadêmica que me auxiliaram muito, em especial à Samantha Abdala da Silva, Lucas Porto e Nícolas Pisteco, que estiveram sempre juntos me fortalecendo em cada etapa. Gostaria de agradecer também, meu irmão Markus Adolfo Jampani Bentos, por estar comigo, lado a lado e me apoiando por todos esses anos juntos.


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LIGIA JAMPANI BENTOS 11192400322

BIOCONSTRUÇÃO APLICADA À ARQUITETURA DE ECOVILAS

Monografia de conclusão de curso aplicada ao curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes no ano de 2020, como requisito para obtenção do título de Graduada em Arquitetura e Urbanismo.

Aprovado em: ____________

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Silvia Zamai Professora Orientadora

_________________________________________ Professor Convidado

_________________________________________ Arquiteto Convidado


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RESUMO Esse trabalho tem o intuito de apresentar a fundamentação do projeto de uma Ecovila construída através de materiais da bioconstrução. Por meio de pesquisas e estudos sobre a funcionalidade desses materiais, foram analisados diversos dados, entre eles, o motivo que faz com que as pessoas desejem sair dos centros urbanos e procurar uma vida mais saudável e socialmente mais igual. Através destes estudos foi possível entender melhor as necessidades dos possíveis usuários de uma ecovila, possibilitando uma noção mais assertiva do que é necessária para atender aos mesmos. Foram feitos estudos de casos, para melhor entendimento das funções que existirão no projeto, assim como também foram feitas análises da cidade de Mogi das Cruzes - local do projeto - e da área de intervenção em que será inserida a ecovila. Esses estudos foram aliados à pesquisas sobre legislações competentes para um projeto desse tipo, e também foram pesquisados os perfis de todos os usuários possíveis para esse projeto. Essa fundamentação indica possíveis caminhos a se seguir para um projeto de uma ecovila e projetos que utilizam a bioconstrução como meio construtivo. Palavras Chave: Ecovila, Bioconstrução, Sustentabilidade, Qualidade de vida

ABSTRACT

This work aims to present the rationale for the design of an Ecovillage built using materials from bioconstruction. Through research and studies on the functionality of these materials, several data were analyzed, among them, the reason that makes people want to leave urban centers and seek a healthier and socially more equal life. Through these studies it was possible to better understand the needs of the possible users of an ecovillage, allowing a more assertive notion of what is necessary to meet them. Case studies were carried out to better understand the functions that will exist in the project, as well as analyzes of the city of Mogi das Cruzes - project site - and of the intervention area in which the ecovillage will be inserted. These studies were combined with research on competent legislation for such a project, and the profiles of all possible users for this project were also researched. This rationale indicates


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possible paths to follow for an ecovillage project and projects that use bioconstruction as a constructive means.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Residência de Pau- a- pique ...................................................................... 19 Figura 2- Residência em Adobe ................................................................................ 20 Figura 3- Residência em Superadobe ....................................................................... 21 Figura 4- Residência em COB................................................................................... 22 Figura 5- Construção em Solo Cimento .................................................................... 22 Figura 6- Edifício em Taipa de Pilão ......................................................................... 23 Figura 7- Tabela Oxfam de emissão de CO² por renda ............................................ 25 Figura 8- Mapeamento de Ecovilas no mundo ..........................................................26 Figura 9- Mapeamento de Hortas comunitárias no Brasil ......................................... 28 Figura 10- Mapeamento de Hortas comunitárias no Estado de São Paulo ............... 28 Figura 11- Mapeamento de Hortas Comunitárias na Região do Auto Tietê e grande São Paulo .................................................................................................................. 29 Figura 12-Matrimandir ............................................................................................... 30 Figura 13- Residência em Auroville ........................................................................... 31 Figura 14- Foto aérea de Auroville ............................................................................ 31 Figura 15- Maquete de Auroville ............................................................................... 32 Figura 16- Foto externa Ecovila Zmote ..................................................................... 33 Figura 17- Planta Ecovila Zmote ............................................................................... 34 Figura 18- Área externa Eco Villa Zmote. ................................................................. 34 Figura 19- Fachada Museu Yves Saint Laurent. ...................................................... 36 Figura 20– Fachada Museu Yves Saint Laurent ....................................................... 36 Figura 21– Pátio interno Museu Yves Saint Laurent. ................................................ 37 Figura 22– Implantação Museu Yves Saint Laurent. ................................................. 38 Figura 23– Fachadas Museu Yves Saint Laurent...................................................... 39 Figura 24– Auditório Museu Yves Saint Laurent. ...................................................... 39 Figura 25– Fachada Condomínio Horizontal ............................................................. 41 Figura 26– Planta Térreo Condomínio Horizontal ..................................................... 42 Figura 27– Planta 1º pavimento Condomínio Horizontal ........................................... 43 Figura 28– Pátio central Condomínio Vertical ........................................................... 44 Figura 29– Fachada Condomínio Tandem ................................................................ 46 Figura 30– Passarelas Condomínio Tandem ............................................................46


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Figura 31- Fachada Condomínio Tandem ................................................................. 47 Figura 32– Elevações Condomínio Tandem ............................................................. 47 Figura 33- Perspectiva Condomínio Tandem ............................................................ 48 Figura 34– Planta Térreo .......................................................................................... 48 Figura 35- Planta Pavimento 1 .................................................................................. 49 Figura 36- Planta Pavimento 2 .................................................................................. 50 Figura 37– Planta Pavimento 3 ................................................................................. 51 Figura 38- Planta Pavimento 4 .................................................................................. 52 Figura 39- Elevação Norte......................................................................................... 53 Figura 40- Elevação Sul ............................................................................................53 Figura 41- Elevações Leste/ Oeste ........................................................................... 54 Figura 42- Foto aérea Ecovila Clareando .................................................................. 56 Figura 43- Loteamento Ecovila Clareando ................................................................ 56 Figura 44- Mapa estado de São Paulo ...................................................................... 58 Figura 45- Vista Superior do Terreno ........................................................................59 Figura 46- Dimensões do Terreno............................................................................. 59 Figura 47- Mapa de Macrozoneamento da Cidade de Mogi das Cruzes .................. 60 Figura 48- Mapa de principais vias de acesso do Parque Olímpico .......................... 60 Figura 49- Mapa de Zoneamento do Terreno............................................................ 61 Figura 50- Tabela de índices Urbanísticos do Terreno ............................................. 61 Figura 51- Imagem frontal do Terreno....................................................................... 62 Figura 52- Mapa do terreno com análises micro- ambientais .................................... 63 Figura 53- Mapa do terreno com análises micro- ambientais .................................... 64 Figura 54- Mapa do terreno com análises macro- ambientais................................... 65 Figura 55- Tabela do Anexo 3 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes ....................................................................................................................... 69 Figura 56- Tabela do Anexo 3 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes ....................................................................................................................... 69 Figura 57- Imagens do Anexo 5 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes ....................................................................................................................... 71 Figura 58- Tabela do Anexo 5 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes ....................................................................................................................... 72 Figura 59- Instruções para fazer parede de Taipa de Pilão ...................................... 95 Figura 60- Propriedades térmicas da Taipa de Pilão ................................................ 96


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Figura 61- Exemplo de construção de Taipa de Pilão ............................................... 97 Figura 62- Exemplo de construção de Taipa de Pilão ............................................... 97 Figura 63- Exemplo de horta comunitária .................................................................98 Figura 64- Exemplo de horta comunitária .................................................................98 Figura 65- Croqui Implantação .................................................................................. 99 Figura 66- Croqui Implantação ................................................................................ 100 Figura 67- Croqui Implantação ................................................................................ 100


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SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13

2.

O TEMA ............................................................................................................. 14

3.

2.1.

BIOCONSTRUÇÃO .................................................................................. 14

2.2.

PERMACULTURA .................................................................................... 14

2.3.

ECOVILAS................................................................................................15

OBJETIVO ......................................................................................................... 15

3.1 GERAL ................................................................................................................ 15 3.2 ESPECÍFICO....................................................................................................... 15 4.

JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 16

5.

PROBLEMATIZAÇÃO ....................................................................................... 16 6.1 BIOCONSTRUÇÃO ...................................................................................... 17 6.2 ECOVILAS.................................................................................................... 24 6.2.1 MAPEAMENTO DE ECOVILAS NO BRASIL E NO MUNDO ...................26 6.2.2 GLOBAL ECOVILLAGE NETWORK ........................................................ 27 6.3 HORTAS COMUNITÁRIAS .......................................................................... 27

7.

ESTUDOS DE CASO......................................................................................... 29 7.1 AUROVILLE ................................................................................................. 29 7.2 ECOVILA ZMOTE......................................................................................... 33 7.3 MUSEU YVES SAINT LAURENT MARRAKECH ........................................ 35 7.4 CONDOMINIO HORIZONTAL ...................................................................... 40 7.5 CONDOMINIO TANDEM .............................................................................. 45 7.6

8.

ECOVILA CLAREANDO .......................................................................... 55

ÁREA DE INTERVENÇÃO ................................................................................58 8.1 CIDADE- MOGI DAS CRUZES .................................................................... 58 8.2 TERRENO ....................................................................................................59 8.2.1 ÍNDICES URBANÍSTICOS DO TERRENO: ............................................. 61 8.2.2 ANÁLISE DO TERRENO: ........................................................................ 62 8.3 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO .................................................... 63 8.4 ANÁLISE MICRO- AMBIENTAL ..................................................................64 8.5 ANÁLISE MACRO- AMBIENTAL................................................................. 65

9.

DIRETRIZES E PREMISSAS ............................................................................ 66 9.1 CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DE MOGI DAS CRUZES .............. 66 9.1.1 Dos Acessos, Circulação E Segurança ..................................................... 66


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9.1.1.1 Dos Espaços De Circulação ................................................................... 66 9.1.1.2 Das Escadas .......................................................................................... 66 9.1.1.3 Do Dimensionamento dos Espaços de Circulação................................. 66 9.1.2 Dos Compartimentos Das Edificação ........................................................ 67 9.1.2.1 Da Classificação e Dimensões ............................................................... 67 9.1.2.2 Das Instalações Sanitárias ..................................................................... 67 9.1.3 Do Conforto Ambiental Da Edificação ....................................................... 68 9.1.4 Das Obras Complementares À Edificação Principal ................................. 70 9.1.5 Dos Estacionamentos E Garagens ........................................................... 70 9.1.6 Das Disposições Específicas Para As Edificações Por Uso ..................... 72 9.2 CÓDIGO SANITÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO ................................ 73 9.2.1 Dimensões Mínimas Dos Compartimentos ............................................... 73 9.2.2 Locais De Trabalho ................................................................................... 74 9.3 NBR 9050 – ACESSIBILIDADE ................................................................... 76 9.3.1 Acessos E Circulação ............................................................................... 76 9.3.2 Equipamentos Urbanos .............................................................................77 10.

ESQUEMAS ESTRUTURANTES..................................................................... 80

10.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES- ECOVILA ................................................ 80 10.2 ORGANOGRAMA ............................................................................................ 89 10.3 SETORIZAÇÃO ............................................................................................... 90 10.4 FLUXOGRAMA ...............................................................................................92 11. PERFIL DOS USUÁRIOS .................................................................................. 93 12. CONCEITO ARQUITETÔNICO ......................................................................... 94 13. PARTIDO ARQUITETÔNICO ............................................................................94 14. PARTIDO URBANÍSTICO ................................................................................. 99 15. ESTUDOS ......................................................................................................... 101 16. CONCLUSÃO .................................................................................................. 127 17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 128


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1.

INTRODUÇÃO

O conceito de ecovilas refere-se a formas alternativas de organização socioespacial de grupos populacionais, que buscam um novo meio de vida em comunidades, com atenção especial às questões ambientais e aos laços sociais, ambos aspectos enfraquecidos pelos processos de alienação e individualização iniciados com a modernidade. Tendo em vista as crises globais enfrentadas nos dias atuais, o momento é oportuno para compreender os valores que compõem modos alternativos de viver. Além de que, observa-se que, a bioconstrução, como meio construtivo se alinha nesse processo de cuidado com o meio ambiente, com a redução de resíduos produzidos pela construção civil. Sabe-se que a área da construção civil é umas das que mais produz resíduos sólidos no mundo e sua durabilidade é muito menor do que das construções feitas de terra crua, como podemos notar nas construções do antigo Egito, que estão até hoje de pé e datam de períodos a partir de mil anos A.C., já as construídas em alvenaria duram em torno de 100 anos. Várias civilizações desenvolveram técnicas diferenciadas acerca desta tecnologia sustentável. Os povos que mais utilizaram a técnica são os povos da Mesopotâmia e do antigo Egito. A desvalorização da terra como material construtivo se deu por volta da época da revolução industrial, quando a terra crua foi substituída pelo tijolo cozido, posteriormente industrializado através da queima de madeira, energia fóssil ou eletricidade. A partir de então, as casas de terra crua passaram a ser associadas às habitações características

da

população

menos

favorecida,

significando uma moradia repudiada. A partir do século XX, começamos a notar as devastações do meio ambiente e que se isso não mudar, a vida na Terra terá seus dias contados. As construções sustentáveis, feitas a partir da construção vernacular, com energias autorrenováveis, além de serem benéficas ao meio ambiente, são cerca de 40% mais baratas do que as construções feitas com materiais regulares. O objetivo dessa pesquisa é investigar os meios de construção, como a arquitetura vernacular, os meios de energia e saneamento, materiais, tudo de forma


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alternativa, mostrando como podemos estar ligados ao meio ambiente e degradar cada vez menos o meio em que vivemos, junto com o estudo da permacultura associados às sociedades formadas através das ecovilas.

2.

O TEMA

2.1.

BIOCONSTRUÇÃO

Bioconstrução é um meio de construir causando o menor impacto ambiental possível, desde a escolha dos materiais, até a viabilização do modo de vida do usuário, pensando no bem estar, saúde e qualidade de vida. Uma das vertentes da Bioconstrução é a arquitetura vernacular, que é derivada da palavra vernáculo, que significa natural de um país, cidade, região. Isso quer dizer que na arquitetura vernacular os materiais utilizados na obra são naturais da região do empreendimento, como a utilização de barro, madeiras e outros meios construtivos alternativos, diminuindo gastos com transporte e fabricação de materiais mais comuns, além de que esses materiais alternativos favorecem o conforto térmico das edificações. Na bioconstrução prioriza-se a sustentabilidade, com meios de consumo de energia e saneamento básico naturais e econômicos. 2.2.

PERMACULTURA

O termo é a junção das palavras “agriculture” e “permanet” (as duas em inglês), ou seja, agricultura permanente. Surgiu em 1978, a partir do trabalho de um naturalista chamado Bill Mollison e o estudante David Holmgren, na Austrália. Permacultura nada mais é do que um método holístico, visando o planejamento socialmente justo, ecologicamente sustentável e financeiramente viáveis, basicamente unindo o humano à paisagem, como um só.


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2.3. As

ECOVILAS ecovilas

são

comunidades

cujos

princípios

se

voltam

para

a

sustentabilidade e novas formas de se viver em sociedade, sempre buscando novas formas de vida com qualidade ambiental e de se viver em sociedade. Nas ecovilas se estimula o desenvolvimento pessoal e comunitário, procurando estabelecer relações harmônicas com o ecossistema. Preza-se a permacultura, onde as construções são feitas como o menor impacto ambiental possível e onde os moradores e usuários produzem a maioria de seus alimentos e buscam utilizar de energias sustentáveis e afins. 3.

OBJETIVO

3.1 GERAL Esta pesquisa tem como objetivo investigar os meios construtivos alternativos para minimizar o máximo possível do impacto ambiental causado pela área da construção civil, ligada à investigação dos meios de vida em sociedade alternativos das ecovilas. Analisar várias técnicas construtivas, de saneamento básico e energias, sempre buscando o menor impacto ambiental para a região proposta e com menor custo de materiais possível. 3.2 ESPECÍFICO Estudar e diagnosticar as tecnologias de bioconstrução, eficiência energética, reciclagem de resíduos, reuso de águas servidas e pluviais, economia de recursos e no conforto bioclimático. Estudar os comportamentos aplicados à sociedade de Ecovilas. Aplicar os estudos de Bioconstrução ao projeto de Ecovila, atingindo os profissionais de Arquitetura e Urbanismo, objetivando demonstrar como as técnicas construtivas sustentáveis podem ser aplicadas em projetos residenciais.


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4.

JUSTIFICATIVA

Como pudemos perceber nos últimos tempos, os impactos ambientais gerados por conta do consumo exacerbado que vem da cultura capitalista, vem afetando a vida humana de diversas formas, que se não forem mudadas, podem acarretar em problemas mais graves para nossa existência. Devemos começar a pensar a vida de uma forma diferente, mais sustentável, com menos geração de lixo, menos extração de matérias primas da natureza, menos desmatamento, entre outras coisas. As construções sustentáveis, feitas a partir da construção vernacular, com energias autorrenováveis, além de serem benéficas ao meio ambiente, são cerca de 40% mais baratas do que as construções feitas com materiais regulares. Pensando nisso, o tema escolhido foi a Bioconstrução, um sistema construtivo que visa o menor impacto ambiental possível e as ecovilas, que são sociedades alternativas, de contracultura, sendo uma micro sociedade onde seus usuários buscam a qualidade de vida e a preservação ambiental e humana num todo. O terreno escolhido, está inserido em uma Macrozona de qualificação da Urbanização, ou seja, é uma área de expansão urbana, sendo previsto pelo plano diretor municipal a implantação de novos equipamentos urbanos. A inserção da Ecovila, como sendo de uso misto, auxiliará na diversidade de atividades propostas para a população em geral. 5.

PROBLEMATIZAÇÃO

Sabe-se que a área da construção civil é umas das que mais produz resíduos sólidos no mundo e sua durabilidade é muito menor do que das construções feitas de terra crua, como podemos notar nas construções do antigo Egito, que estão até hoje de pé e datam de períodos a partir de mil anos A.C., já as construídas em alvenaria duram em torno de 100 anos. Desde sempre se soube que os recursos naturais não eram inesgotáveis, porém a economia capitalista, priorizando sempre o enriquecimento dos países desenvolvidos, sempre ignorou este fato.


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O ser humano, como ser pensante, intelectual, desde do início de sua evolução, sempre produziu meios de revolucionar e transformar os meios de vida. Porém com essas evoluções, vieram os problemas ambientais. Com todos os impactos ambientais que estamos sofrendo, o modo de consumir deve ser repensado, até por que não conseguiremos parar totalmente de consumir, porém podemos mudar o estilo de vida humano, visando sempre reutilizar, reciclar e reaproveitar tudo o que podemos, diminuindo o lixo gerado. O terreno escolhido está em uma zona que está em processo de urbanização, ou seja, seus equipamentos urbanos estão inseridos em desequilíbrio, com predominância do uso residencial. Os estudos de caso e visitas técnicas realizados neste trabalho, foram todos feitos de forma remota, por conta da pandemia de COVID 19 em que estamos vivendo, não sendo permitido o contato humano, justamente pelo alto índice de contaminação em que se há pelo vírus. 6. REVISÃO HISTÓRICA SOBRE O TEMA 6.1 BIOCONSTRUÇÃO Segundo Santoro e Penteado (2009), há 10.000 anos, a humanidade utiliza os materiais naturais ao seu alcance (principalmente a terra) para construir suas habitações. Após a Revolução industrial, começaram a ser utilizados materiais industriais nas construções. Essa mudança, que se baseia nos meios de consumo exacerbado, vem consumindo os recursos naturais, degradando o meio ambiente, e fazendo com que o ser humano acredite, cada vez mais, que é necessária esta forma de consumo.

(...)Numa breve análise histórica, percebemos que a relação da humanidade com a natureza desenvolveu-se num sentido utilitarista, em que os recursos naturais existem para serem explorados e usufruídos de modo a garantir as necessidades e o bem-estar do homem. Nessa concepção, com relação à escolha e a exploração dos recursos energéticos, verifica-se uma completa desconsideração dos limites naturais no esforço continuado para suprir as necessidades de consumo que o ser humano tomou como padrão. Assim,


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tanto as características das fontes primárias quanto a quantidade de energia a ser gerada são pouco consideradas, de forma que se atenda a um apetite voraz por insumos energéticos. (SANTORO e PENTEADO, P 61. 2009)

Além disso, esse tipo de produção e consumo exacerbados, estimulam a exclusão das populações menos favorecidas, falhando na oferta de serviços básicos e moradia à essa classe de pessoas (DAVIS, [2006] 2015). A primeira definição de desenvolvimento sustentável foi utilizada pelo Relatório Brundtland em 1987 (BRUNDTLAND 1987), afirmando que desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Segundo Prompt (2008), a construção de um ambiente sustentável, traz autonomia às comunidades, não dependendo de recursos e de grupos de fora. O domínio das técnicas de bioconstrução são mais um passo para essa autonomia. Essa autonomia é sinônimo de liberdade para esta comunidade. Estudar os ecossistemas, recursos, energias, maximizar o uso de fontes de energias renováveis e consumir eficientemente, são instrumentos de qualificação arquitetônica e de solidariedade, além de exigir reflexão e ação de todos os profissionais envolvidos na construção (ADAM, 2001). O

conceito

de

Bioconstrução

engloba

diversas

técnicas

da

arquitetura vernacular mundial, algumas delas com centenas de anos de história e experiência, tendo como característica a preferência por materiais do local, como a terra, diminuindo gastos com fabricação e transporte e construindo habitações com custo reduzido e que oferecem excelente conforto térmico (SOARES, 1998). As bioconstruções são um elemento importantíssimo da Permacultura, buscando desde o planejamento, execução e utilização, o máximo aproveitamento dos recursos disponíveis com o mínimo impacto. Algumas das técnicas de bioconstrução são: 

Pau a pique: também conhecido como taipa de mão, taipa de sopapo e

taipa de sebe, é uma técnica que consiste no entrelaçamento de madeiras verticais fixadas no solo, com vigas horizontais, geralmente de bambu, amarradas entre si por


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cipós. Após o entrelaçamento, tem os vão preenchidos com barro, transformando-se em parede.

Figura 1- Residência de Pau- a- pique

Disponível em: https://portalvirtuhab.paginas.ufsc.br/files/2014/03/FICHA-26-Pau-a-pique.pdf. Acesso em: 30/09/2020.

Adobe: são tijolos de terra crua, água e palha e algumas vezes outras

fibras naturais, moldados em fôrmas por processo artesanal ou semi- industrial. Muito utilizado no antigo Egito e na Mesopotâmia. A construção feita com este tijolo torna-se muito resistente, e o interior das casas muito fresco, suportando muito bem as altas temperaturas. Em regiões de clima quente e seco é comum o calor intenso durante o dia e sensíveis quedas de temperatura à noite, a inércia térmica garantida pelo adobe minimiza esta variação térmica no interior da construção. As construções de adobe devem ser executadas sobre fundações de pedra comum, xisto normalmente, cerca de 60 cm acima do solo, para evitar o contato com a umidade ascendente (infiltração), que degradaria o adobe. Da mesma forma é importante a construção de coberturas com beirais a fim de proteger as paredes das águas de chuva.


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Figura 2- Residência em Adobe

Disponível em: https://museudecacule.wordpress.com/2016/03/01/construcao-em-adobe/#jpcarousel-1895. Acesso em: 30/09/2020.

Superadobe: é um processo construtivo no qual sacos de polipropileno

são preenchidos com solo argiloso e moldados no próprio local através do apiloamento do mesmo, através de pistões, que em seguida são colocados no local onde será a parede, em fiadas de 20cm de altura. A principal característica do superadobe é sua simplicidade e rapidez em relação ao adobe comum. Além de ser um material com baixo custo e conforto térmico e acústico, as construções tem grande resistência e suportam conturbações variadas.


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Figura 3- Residência em Superadobe

Disponível em: https://portalvirtuhab.paginas.ufsc.br/superadobe/. Acesso em: 30/09/2020.

COB: é uma técnica que é composto de argila, areia e palha e consiste

em moldar as paredes como se fossem uma grande escultura. Com os pés, é feita uma mistura dos componentes, criando uma massa homogênea e plástica que será moldada. Após a mistura, são feitas bolas de argila posicionadas uma sobre a outra, assim, levantando as paredes. Além das paredes, existe a possibilidade de criar parte do mobiliário da casa como por exemplo estantes e bancos. O limite é o da imaginação.


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Figura 4- Residência em COB

Disponível em: https://jardimdomundo.com/inspiracao-casa-de-campo-em-cob/. Acesso em: 30/09/2020.

Solo cimento: é uma mistura composta por terra, cimento e água. A terra ideal para a mistura deve ser arenosa contendo entre 70% a 80% de areia. O tijolo deste material é feito pela prensa, manual ou automatizada, dessa mistura. Após a prensa ele passa pela cura e secagem, não sendo necessária sua queima. Figura 5- Construção em Solo Cimento


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Disponível em: https://revistaadnormas.com.br/2019/09/17/os-ensaios-em-tijolos-de-solo-cimento. Acesso em: 30/09/2020.

Taipa de Pilão: é uma técnica construtiva que consiste em comprimir a

terra em formas de madeira, denominada de taipas, onde o barro é compacto horizontalmente disposto em camadas de aproximadamente quinze centímetros de altura até atingir a densidade ideal, criando assim uma estrutura resistente e durável. As paredes de taipa de pilão surgiram na China e foram construídas pelo povo Longshan entre 2600-1900 a.C. e foram muito usadas em monastérios budistas tradicionais. Aos poucos, a técnica foi se espalhando para o Oriente Médio e Norte da África, onde foi construída a cidade de Cartago. A Cidade de Catargo era governada pelos Fenícios e era um grande centro comercial. Os romanos, que a destruíram, levaram a tecnologia da taipa de pilão para a Europa. Essa técnica pode ser usada para formar paredes externas estruturais, sobrecarregadas com pavimento superior ou com madeiramento do telhado. Atualmente, algumas empresas já desenvolveram essa técnica com a aplicação de novos materiais e equipamentos pneumáticos, alcançando altos níveis de qualidade e produtividade. Figura 6- Edifício em Taipa de Pilão

Disponível em: https://www.temsustentavel.com.br/taipa-de-pilao-e-solucao-ecologica-esustentavel/. Acesso em: 30/09/2020.


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6.2 ECOVILAS Pensar em novas formas de vivermos em sociedade é um ato urgente a ser tomado (CAPRA, 2002) pois não se sabe ao certo sobre como estarão os recursos naturais que utilizamos hoje em dia, como água potável, alimentos e energia, estarão no futuro (MEADOWS, 1972). Doenças, mudanças climáticas, fome, diversidades econômicas, entre outros problemas atuais, estão ai para nos provarem que precisamos de mudanças urgentes. Segundo a OXFAM (2015), a desigualdade de renda tem relação direta com a produção de Gás Carbônico (CO²), que é um índice utilizado para medir os impactos sobre o estilo devida que quantifica os efeitos sobre a emissão e utilização de recursos naturais sobre o clima. Analisando as porcentagens da emissão de CO² pela população, notamos que os 10% mais ricos são responsáveis pela emissão de 49% do CO² mundial, enquanto que os 50% mais pobres, representam apenas, 10% da produção total de CO². Logo notamos que uma capacidade maior de consumo reflete em um estilo de vida que gera cada vez mais poluentes.


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Figura 7- Tabela Oxfam de emissão de CO² por renda

Disponível em: <https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/mbextreme-carbon-inequality-021215-en.pdf>. Acesso em: 22/09/2020.

Mas analisando a morfologia urbana, notamos que interação de habitação e transporte têm importância fundamental para a redução de CO² na atmosfera. Devido à necessidade de deslocamento da população menos favorecida, que geralmente está concentrada nas periferias urbanas, e os meios de trabalho e atividades econômicas distribuídos em poucas centralidades, fazem com que a queima de combustíveis fósseis, utilizada nos transportes, intensifique os processos poluentes. Sendo assim, os meios de vida nas cidades devem ser repensados e reestruturados tendo em vista as diferenças sociais de seus habitantes. Inspiradas nas comunidades alternativas dos anos 60, as ecovilas tem ganhado cada dia mais espaço no Brasil e no Mundo. As principais bases conceituais de ideologia numa ecovila são: avida em harmonia com a natureza e suas leis, convivência fraterna e solidária e um estado de consciência elevada.


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6.2.1 MAPEAMENTO DE ECOVILAS NO BRASIL E NO MUNDO Segundo a Fellowship for International Community e o banco de Dados da Global Ecovillage Network, existem hoje, pelo menos, três mil comunidades intencionais e ecovilas em todo mundo. (NETWORK, 2005) Países com maior número de comunidades intencionais 1 º -Estados Unidos: 1915 comunidades; 2º – Canadá: 202 comunidades; 3º – Reino Unido: 92 comunidades; 4º – Austrália: 84 comunidades; 5º – Costa Rica: 48 comunidades; 6º – Alemanha: 38 comunidades; 7º – México: 32 comunidades; 8º – Suécia: 29 comunidades; 9º – Brasil: 22 comunidades; Figura 8- Mapeamento de Ecovilas no mundo

Disponível em: http://recbrasil.com.br/2015/10/ecovilas-e-comunidades-no-brasil-ummapeamento/. Acesso em: 04/10/2020.


27

6.2.2 GLOBAL ECOVILLAGE NETWORK Ross e Hildur Jackson, fundadores da Gaia Trust, decidiram, em 1990, reunir diversas comunidades intencionais, criando a Global Ecovillage Network (GEN). (...) Em 1990, o Trust se perguntou como poderia usar melhor seus recursos para promover o movimento em direção à sustentabilidade. Concluímos que, mais do que qualquer outra coisa, o mundo precisava de bons exemplos do que significa viver em harmonia com a natureza de forma sustentável e espiritualmente satisfatória em uma sociedade tecnologicamente avançada. (JACKSON, Ross. 2005)

A Associação visava resolver os problemas sociais e ambientais globais. O termo ecovila foi criado à pouco tempo, mas antes já existiam comunidades intencionais espalhadas pelo mundo. 6.3 HORTAS COMUNITÁRIAS

As hortas comunitárias são mantidas por um grupo de pessoas da mesma comunidade. Este modelo de cultivo de verduras e legumes, tem ajudado no combate à fome. Na maioria dos casos, a produção é feita a partir dos princípios de agricultura orgânica, ou seja, sem os inseticidas e fungicidas tradicionais, o que garante mais qualidade ao que é produzido. À seguir, algumas imagens do Mapeamento de Hortas Comunitárias no Brasil, segundo a Falling Fruit, que é um aplicativo desenvolvido para conectar pessoas e hortas comunitárias no mundo todo. Criada por Caleb Phillips e Ethan Welty, a ferramenta colaborativa já mapeou quase um milhão de áreas destinadas ao cultivo comunitário dentro das cidades.


28

Figura 9- Mapeamento de Hortas comunitárias no Brasil

Disponível

em:

http://fallingfruit.org/?c=forager%2Cfreegan&locale=en.

Acesso

em:

26/09/2020.

Figura 10- Mapeamento de Hortas comunitárias no Estado de São Paulo

Disponível 26/09/2020.

em:

http://fallingfruit.org/?c=forager%2Cfreegan&locale=pt-br.

Acesso

em:


29

Figura 11- Mapeamento de Hortas Comunitárias na Região do Auto Tietê e grande São Paulo

Disponível 26/09/2020.

em:

http://fallingfruit.org/?c=forager%2Cfreegan&locale=pt-br.

Acesso

em:

Podemos analisar que em Mogi das Cruzes e região não temos nenhum tipo ou modelo de horta comunitária. A implantação de uma é primordial para a educação e incentivo da população local. 7. ESTUDOS DE CASO 7.1 AUROVILLE Fundada em 1968, o propósito da Auroville é de realizar a unidade humana, como um povoado internacional dedicado à busca de uma vida sustentável e harmoniosa, onde homens e mulheres de todos os países possam viver em paz e em progressiva harmonia, acima de todas as crenças, ideais políticos e nacionalidades. É uma comunidade localizada no Estado de Tamil Nadu, sul da Índia, idealizada por Mirra Alfassa e seu mentor e companheiro, Sri Aurobindo. Foi projetada pelo arquiteto francês Roger Anger, em formato de galáxia, onde várias “linhas de força”, parecem sair do ponto central da cidade, onde fica o Matrimandir, um templo ligado à linhagem do Yoga. (WIKIPÉDIA, 2020) Sua proposta urbanística é bastante original e desenvolve a cidade em forma de uma espiral. De acordo com os idealizadores do projeto, o design simboliza a evolução humana cujo ápice é o majestoso templo central. A UNESCO reconheceu a cidade como sendo muito importante para o futuro do desenvolvimento humano


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Figura 12-Matrimandir

Disponível em: Acessado em:24/09/2020.

https://en.wikipedia.org/wiki/Matrimandir#/media/File:Matrimandir.JPG.

A cidade ocupa uma área de 20 quilômetros quadrados. Apesar de ter sido erguida em um terreno deserto e abandonado, a área conta hoje com um milhão de árvores plantadas pelos próprios moradores. Sua população é de aproximadamente 2.500 habitantes, originários de mais de 45 países, inclusive do Brasil. As arquiteturas da cidade, assim como seu traçado urbanístico, têm características orgânicas e sustentáveis. A comunidade busca sempre aproveitar de maneira consciente os recursos naturais através da utilização de fontes energéticas renováveis como: luz solar, energia eólica e o biogás. Eles aproveitam águas pluviais e reciclam suas águas. Auroville conta também com coleta seletiva de lixo e é exemplo de integração entre o processo de produção de alimentos e o crescimento da malha urbana, através do desenvolvimento de sua área industrial pautada na “indústria verde”, juntamente com suas hortas urbanas. A Auroville é subdividida em áreas, como: A Área da Paz – localizada no centro da cidade, onde fica localizado o Templo de Matrimandir e seus jardins, o anfiteatro onde está guardada a “Urna da Unidade Humana”, com terra de 124 nações e 23 estados indianos, e o lago que serve para irrigar toda a área. A Área Industrial – com cerca de 100 hectares, ao norte da Área da Paz, a indústria verde é um dos pilares dos esforços de Auroville para se tornar uma cidade autossustentável.


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A Área Residencial – com cerca de 200 hectares. Nessa parte de Auroville estão construídas as “Guests Houses”, que recebem hóspedes de todo o mundo que chegam para conhecer a filosofia e o cotidiano de Auroville. Nesta área se encontram também as casas dos residentes. Figura 13- Residência em Auroville

Disponível em: https://ecoviladamontanha.org/auroville/. Acesso em: 28/09/2020.

Figura 14- Foto aérea de Auroville

Disponível em: https://viagensculturais.files.wordpress.com/2010/06/aurovillemasterplanne.jpg. Acesso em: 22/09/2020.

A Área Internacional – ao oeste da Área da Paz, abriga os pavilhões nacional e cultural, agrupados por continentes. Seu objetivo é demonstrar a unidade na diversidade, onde as pessoas de cada uma das nações do mundo possam se expressar.


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A Área Cultural – com cerca de 90 hectares, está situada no leste da Área da Paz e foi planejada para se tornar um local para realização de pesquisas na área de educação e expressões artísticas. (AVENA, 2010) Figura 15- Maquete de Auroville

Disponível em: https://viagensculturais.files.wordpress.com/2010/06/auroville-7.jpg. Acesso em: 22/09/2020.

TABELA DE ANÁLISE PONTOS POSITIVOS  Ótima subdivisão territorial;  Materiais ecológicos e produção de energia sustentável;  Reflorestamento de uma área onde antes era deserta;  As formas das residências e edifícios são de formatos variados/ incomuns;  Reciclagem da água;  Projeto de uma cozinha Solar;

PONTOS NEGATIVOS  Grandes distâncias a serem percorridas entre uma zona e outra, sendo que os usuários tem que sair da área residencial e se locomover até a área industrial, por exemplo, para trabalhar;

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

 Grande interação social, promovendo a igualdade entre os povos;

 Por ser uma comunidade criada para preservação ambiental, a maioria das vias não é preparada para tráfego de carros, dificultando o acesso de visitantes;


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7.2 ECOVILA ZMOTE Esta Ecovila, localizada em Viana do Alentejo, Portugal, no ano de 2016, projetada pelo escritório CAVE, foi projetada com o intuito de ser uma versão melhorada das ecovilas existentes. Tudo foi projetado pensando no bom funcionamento da residência, desde de seus ambientes até seus acabamentos. O conceito do projeto era fundir o interior com o exterior e transformar seus espaços sociais em um amplo espaço com diferentes ambientes e funções. Os quartos estão dispostos todos na mesma fachada, afim de proporcionar maior privacidade. (ARQUITECTURA, 2020.) Figura 16- Foto externa Ecovila Zmote

. Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/799012/eco-villa-zmontecave/5819dcebe58ece9336000112-eco-village-zmonte-cave-photo. Acessado em:24/09/2020.


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Figura 17- Planta Ecovila Zmote

DisponĂ­vel em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/799012/eco-villa-zmontecave/5819dea5e58ece9336000118-eco-village-zmonte-cave-. Acesso em: 24/09/2020.

Figura 18- Ă rea externa Eco Villa Zmote.


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Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/799012/eco-villa-zmontecave/5819dcebe58ece9336000112-eco-village-zmonte-cave-photo. Acesso em: 24/09/2020.

TABELA DE ANÁLISE PONTOS POSITIVOS  Aproveitamento funcional dos espaços;  Varanda ampla;  Integração entre os espaços;  Construída em madeira;  Rampa de acesso acessível;

PONTOS NEGATIVOS  Projeto pequeno;  Poucos espaços para acomodar usuários;  Áreas comuns muito próximas às áreas privativas;

OPORTUNIDADES  Grande terreno;  Possibilidade de ampliação do projeto;

AMEAÇAS  Podemos notar que apesar de existir rampa de acesso para cadeirantes no projeto, o piso não é acessível;

7.3 MUSEU YVES SAINT LAURENT MARRAKECH O museu, localizado em Marrakesh, no Marrocos, foi concebido para abrigar uma importante seleção da coleção impressionante do estilista francês Yves Saint Laurent, possuindo 5.000 itens de vestuário, 15.000 acessórios de alta costura, além de dezenas de milhares de esboços e objetos variados. O edifício foi projetado pelo escritório francês Studio KO, tendo 4000 m² e possui ainda um espaço de exposição permanente de 400m², um espaço de exposições temporárias de 150m², auditório com 130 lugares, livraria, caférestaurante com terraço e uma biblioteca com 5.000 livros. Do lado externo, o edifício é composto de formas cúbicas adornadas com tijolos que criam um padrão semelhante a fios de tecido. Na parte interior criaram uma atmosfera que remete ao forro de uma jaqueta de alta costura. O projeto é um bom exemplo de arquitetura vernacular, pois foi construído em terracota (é um material constituído por argila cozida no forno, sem ser vitrificada, neste caso, feito com terra marroquina), concreto e terrazzo (é um revestimento com base em concreto ou resina com pedaços e lascas de mármore, vidro, quartzo e


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granito) de cor terrosa, com fragmentos de pedra marroquina extraídos do local. (ARCHDAILY BRASIL, 2019)

Figura 19- Fachada Museu Yves Saint Laurent.

Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925870/museu-yves-saint-laurent-marrakechstudio-ko/5d8a2018284dd1676d000086-yves-saint-laurent-museum-marrakech-studio-ko-photo. Acesso em: 25/09/2020.

Figura 20– Fachada Museu Yves Saint Laurent

Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925870/museu-yves-saint-laurent-marrakech-studioko/5d8a1fbc284dd107fc000153-yves-saint-laurent-museum-marrakech-studio-ko-photo. Acesso em: 25/09/2020.


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Figura 21– Pátio interno Museu Yves Saint Laurent.

Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925870/museu-yves-saint-laurent-marrakechstudio-ko/5d8a1e99284dd107fc00014d-yves-saint-laurent-museum-marrakech-studio-ko-photo. Acesso em: 25/09/2020.


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Figura 22– Implantação Museu Yves Saint Laurent.

Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925870/museu-yves-saint-laurent-marrakechstudio-ko/5d8a209e284dd107fc00015c-yves-saint-laurent-museum-marrakech-studio-ko-ground-floorplan. Acesso em: 25/09/2020.


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Figura 23– Fachadas Museu Yves Saint Laurent.

Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925870/museu-yves-saint-laurent-marrakechstudio-ko/5d8a20be284dd1676d000088-yves-saint-laurent-museum-marrakech-studio-ko-facades. Acesso em: 25/09/2020.

Figura 24– Auditório Museu Yves Saint Laurent.


40

Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/925870/museu-yves-saint-laurent-marrakechstudio-ko/5d8a1d8e284dd1676d00007b-yves-saint-laurent-museum-marrakech-studio-ko-photo. Acesso em 25/09/2020.

TABELA DE ANÁLISE PONTOS POSITIVOS  Boa distribuição de circulação vertical;  Matériaprima vernacular;  Plástica funcional, vinculada a função do edifício;

PONTOS NEGATIVOS  Por se tratar de ser construído em terracota, um material poroso e robusto, deve-se analisar que o edifício abriga diversas peças de tecido, podendo não haver bom arejamento dos espaços ou retenção de umidade nas peças;

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

 Espaços amplos;

 Terreno pequeno, com pouca possibilidade de ampliação do projeto;

7.4 CONDOMINIO HORIZONTAL Este projeto de condomínio Horizontal, construído em Prosperidad, no México, pelo escritório de arquitetura Psi, possui uma área construída de 2800m², com 14 moradias, que foram planejadas com um pátio central para proporcionar ventilação e iluminação natural em cada um dos ambientes, conseguindo um isolamento visual e

acústico

Horizontal

do

exterior.

Disponível

(Plataforma

em:

Arquitectura.

14

Casas

Condominio

<https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/890108/14-

casas-condominio-horizontalpsi?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>).


41

Figura 25– Fachada Condomínio Horizontal

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/890108/14-casas-condominiohorizontal-psi/5a9cb169f197cc6a530000b6-14-casas-condominio-horizontal-psi-foto. Acesso em: 26/09/2020.


42

Figura 26– Planta Térreo Condomínio Horizontal

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/890108/14-casas-condominiohorizontal-psi/5a9cb100f197cc562c000293-14-casas-condominio-horizontal-psi-primera-planta. Acesso em: 26/09/2020.


43

Figura 27– Planta 1º pavimento Condomínio Horizontal

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/890108/14-casas-condominiohorizontal-psi/5a9cb113f197cc562c000294-14-casas-condominio-horizontal-psi-segunda-planta. Acesso em: 26/09/2020.


44

Figura 28– Pátio central Condomínio Vertical

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/890108/14-casas-condominiohorizontal-psi/5a9cb379f197cc6a530000c1-14-casas-condominio-horizontal-psi-foto. Acesso em: 26/09/2020.

TABELA DE ANÁLISE PONTOS POSITIVOS

PONTOS NEGATIVOS  Ventilação cruzada  Janelas das por conta do pátio residências interno; muito  Bom aproveitamento próximas, pouca do terreno; privacidade;  Ventilação e  Não há iluminação naturais espaço de em todas as lazer dentro residências; do terreno;  Isolamento do meio externo;

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

 Boa integração  Pisos não entre os acessíveis; moradores;  Terreno  Qualidade de vida pequeno, com por meio de pouca diminuição de possibilidade meios eletrônicos de ampliação para ventilação do projeto; das residências;


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7.5 CONDOMINIO TANDEM Localizado em Québec, no Canadá, projetado pelos arquitetos Fugère Arqchitecture, com uma área de 19m², tendo 5 andares, foi construído em um local, onde antes abrigava um estacionamento. O Projeto deu uma nova cara e função ao local. No primeiro andar, fica localizado um comércio local para atender a comunidade em geral. Em seus outros pavimentos, existem 11 moradias de dois andares cada, com vista para a rua adjacente. Os apartamentos dos pisos superiores usufruem do pátio interior, que permite que cada unidade se beneficie de um efeito de iluminação contínuo. Um sistema de passarelas externas também permite que cada departamento tenha sua própria entrada privada. Todo o projeto foi pensado de forma sustentável, como a orientação do edifício, a vegetação do pátio, o teto branco com grandes áreas cobertas de vegetação. Também possui um jardim vertical, trazendo privacidade à quem mora ali, que contribui para o resfriamento natural de todo edifício. A geometria do pátio foi pensada de acordo com a trajetória do sol para maximizar a iluminação natural. A volumetria das unidades de cobertura é afastada do pátio para minimizar as sombras da luz solar. (Plataforma Arquitectura. Condomínio

Tandem.

Disponível

<https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a56ff197cca1a300003d-tandem-condos-sur-cour-fugerearchitecture-photo>.)

em:


46

Figura 29– Fachada Condomínio Tandem

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a5abf197cca1a300003e-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-photo. Acesso em: 29/09/2020.

Figura 30– Passarelas Condomínio Tandem

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a5f4f197cca1a3000040-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-photo. Acesso em: 29/09/2020.


47

Figura 31- Fachada Condomínio Tandem

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a56ff197cca1a300003d-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-photo. Acesso em: 29/09/2020.

Figura 32– Elevações Condomínio Tandem

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a467f197cc2b1c00002c-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-courtyardelevations. Acesso em: 29/09/2020.


48

Figura 33- Perspectiva Condomínio Tandem

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a4a5f197cc2b1c00002e-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-sectionaxonometry. Acesso em: 29/09/2020.

Figura 34– Planta Térreo

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a3baf197cca1a3000035-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-level-1-plan. Acesso em: 29/09/2020.


49

Figura 35- Planta Pavimento 1

DisponĂ­vel em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a3cff197cc2b1c000029-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-level-2plan?next_project=no. Acesso em: 29/09/2020.


50

Figura 36- Planta Pavimento 2

DisponĂ­vel em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a3e5f197cca1a3000036-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-level-3plan?next_project=no. Acesso em: 29/09/2020.


51

Figura 37– Planta Pavimento 3

DisponĂ­vel em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a3f9f197cc2b1c00002a-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-level-4plan?next_project=no. Acesso em: 29/09/2020.


52

Figura 38- Planta Pavimento 4

DisponĂ­vel em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a40ff197cca1a3000037-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-level-5plan?next_project=no. Acesso em: 29/09/2020.


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Figura 39- Elevação Norte

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a4bcf197cca1a300003b-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-northelevation?next_project=no. Acesso em: 29/09/2020.

Figura 40- Elevação Sul


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Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a4bcf197cca1a300003b-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-northelevation?next_project=no. Acesso em: 29/09/2020.

Figura 41- Elevações Leste/ Oeste

Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/921418/condominio-tandem-fugerearchitecture/5b18a47af197cca1a300003a-tandem-condos-sur-cour-fugere-architecture-east-andwest-elevations?next_project=no. Acesso em: 29/09/2020.

TABELA DE ANÁLISE PONTOS POSITIVOS  Bom aproveitamento do terreno;  Ventilação e iluminação naturais em todas as residências;  Fachada ativa;  Teto branco com grandes áreas cobertas de vegetação  Jardins verticais para resfriamento das residências;

PONTOS NEGATIVOS  Janelas das residências muito próximas, pouca privacidade;

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS  Pouco acessível;  Pouca possibilidade de ampliação do projeto;  Terreno pequeno;  Sem áreas de lazer;


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7.6 ECOVILA CLAREANDO A Ecovilla Clareando está localizada em Piracaia, Área de Preservação Ambiental (APA) e trata-se de zona rural de expansão urbana, distante 14 km do centro da cidade. Há cinco nascentes de água dentro do loteamento, sendo uma extensão do Acampamento Franciscando. O projeto possui um loteamento residencial dividido em 97 lotes, sendo que cada um possui entre 1000m² a 1400m², todos com infra- estrutura, como: ruas com guias e sarjetas, captação de águas pluviais, energia elétrica, água, entre outros (áreas institucionais, áreas verdes e áreas comuns do loteamento). A proposta da Ecovilla era ser um condomínio rural com os ex-acampantes, dando continuidade ao clima de fraternidade e amor incondicional que é gerado nas semanas dos acampamentos. Muitos simpatizantes pediram para "abrir as porteiras" para todos aqueles que se afinassem com a proposta. Os principais valores da Ecovilla são: amorosidade, alegria, respeito, cooperação, simplicidade autoconhecimento, espiritualidade, arte e beleza. As construções da Ecovila Clareando utilizaram recursos naturais e materiais reciclados de forma inteligente, reduzindo bastante o impacto ambiental. As casas são construídas com tijolos de adobe ou solocimento, pau-a-pique, estrutura de toras de eucalipto, acabamento em terraesterco, pintura de terracal, forros térmicos de lona e bambu, vidros reaproveitados, entre outros. Além disto, todas as casas contam com sistemas de captação de água de chuva e tratamento de esgoto. Elas também possuirão o sistema que aquecimento solar de água. Duas casas já têm os aquecedores solares. (COZZA)


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Figura 42- Foto aérea Ecovila Clareando

Disponível em: http://www.clareando.com.br/informacoes.html. Acesso em: 04/10/2020.

Figura 43- Loteamento Ecovila Clareando

Disponível em: http://www.clareando.com.br/informacoes.html. Acesso em: 04/10/2020.


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TABELA DE ANÁLISE PONTOS POSITIVOS  Arquitetura vernacular;  Reaproveitamento de materiais;  Aquecimento solar;  Reaproveitamento de água;

PONTOS NEGATIVOS  Lotes muito distantes um do outro;  Ecovila muito longe de um centro urbano;

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

 Grande área para  Próximo à áreas ampliação do proteção projeto; ambiental;  Área para implantação de centros de lazer abertos à comunidade;


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8. ÁREA DE INTERVENÇÃO 8.1 CIDADE- MOGI DAS CRUZES Mogi das Cruzes é um município da Mesorregião Metropolitana de São Paulo, no Estado de São Paulo. Pertence a Região Metropolitana de São Paulo e está localizada a 60 km da capital. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população estimada da cidade em 2020 era de 450.785 habitantes. Mogi das Cruzes faz limite a oeste com as cidades de Arujá, Itaquaquecetuba, Suzano e Santo André. Ao sul, as cidades limítrofes são Santos e Bertioga. À leste temos as cidades de Biritiba Mirim e Guararema e finalizando as fronteiras da cidade, ao norte temos Santa Isabel.

Figura 44- Mapa estado de São Paulo

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mogi_das_Cruzes. Acesso em: 30/09/2020.


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8.2 TERRENO Local do Terreno: Av. Pref. Maurílio de Souza Leite Filho, Parque Olímpico, Mogi das Cruzes- SP Figura 45- Vista Superior do Terreno

Disponível em: https://www.google.com.br/maps/place/Av.+Pref.+Maur%C3%ADlio+de+Souza+Leite+Filho,+Mogi+da s+Cruzes+-+SP/@-23.5631848,46.2003474,530m/data=!3m1!1e3!4m5!3m4!1s0x94cdd8909792f4cf:0x22f8781e8e9fd21c!8m2!3d23.5627202!4d-46.2011887. Imagem editada pela autora. Acesso em: 24/09/2020.

Figura 46- Dimensões do Terreno

Imagem criado pela autora.


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Figura 47- Mapa de Macrozoneamento da Cidade de Mogi das Cruzes

DisponĂ­vel em: http://www.mogidascruzes.sp.gov.br/public/site/doc/202001161918295e20d325775ac.jpg. Acesso em: 24/09/2020.

Figura 48- Mapa de principais vias de acesso do Parque OlĂ­mpico

Editado pela autora.


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Figura 49- Mapa de Zoneamento do Terreno

Disponível em: http://www.pmmc.com.br/public/site/doc/201701091437505873a03e70509.pdf. Acesso em: 30/09/2020.

Figura 50- Tabela de índices Urbanísticos do Terreno

Disponível em: http://www.mogidascruzes.sp.gov.br/public/site/doc/201901171411235c40a92b01e4d.pdf. Acesso em: 30/09/2020.

8.2.1 ÍNDICES URBANÍSTICOS DO TERRENO: C.A.: Min.: 1 Max.: 1,5 T.O.: 50%


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T.P.: 20% 8.2.2 ANÁLISE DO TERRENO: O terreno, localizado no Parque Olímpico, na cidade de Mogi das Cruzes, está inserido em uma Macrozona de qualificação da Urbanização, que é caracterizada como uma área de expansão da Urbanização, onde se identificam processos de urbanização em curso, tendo seus equipamentos urbanos inseridos em desequilíbrio na distribuição, com predominância n ouso residencial e com poucA diversidade em outros tipos de uso. Esta área está em expansão, sendo prevista pelo plano diretor a implantação de novos equipamentos em equilíbrio com a divisão das zonas, como implantação de terminais de ônibus, ambulatórios médicos, praças, centros de lazer, entre outros. A inserção da Ecovila, como centro não apenas residencial, mas de lazer e comércio, auxiliará na diversidade proposta pelo plano diretor vigente. Figura 51- Imagem frontal do Terreno

Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-23.5622301,46.1979805,3a,75y,182.56h,90.32t/data=!3m6!1e1!3m4!1s56CpNuBN_eyVUwIrylHjw!2e0!7i16384!8i8192. Acesso em: 24/09/2020.


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8.3 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO Figura 52- Mapa do terreno com análises micro- ambientais

Mapa feito pela Autora.

O levantamento planialtimétrico nos mostra interessantes informações sobre o terreno escolhido. O terreno tem sua fachada voltada para a direção Norte, com ventos predominantes da região Leste. Como não existem edificações altas no entorno do terreno, é possível aproveitar a insolação a qualquer período do dia.


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8.4 ANÁLISE MICRO- AMBIENTAL Como podemos notar na figura abaixo, o terreno possui poucas curvas de nível, sendo assim, pode ser considerada uma vantagem, já que oferece mais liberdade para o projeto, sem necessariamente precisar de muita movimentação de terra. O terreno possui dois acessos, facilitando a diferenciação de entradas, como visitantes e moradores. Figura 53- Mapa do terreno com análises micro- ambientais

Mapa feito pela autora.


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8.5 ANÁLISE MACRO- AMBIENTAL

Na figura abaixo, podemos analisar o uso do solo do entorno do terreno. É possível perceber uma predominância de uma grande área verde na parte de trás do terreno. Já nas redondezas, é predominante o uso residencial, com um gabarito baixo. Figura 54- Mapa do terreno com análises macro- ambientais

Mapa feito pela autora.


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9. DIRETRIZES E PREMISSAS 9.1 CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DE MOGI DAS CRUZES- LEI COMPLEMENTAR Nº 143, DE 15 DE JANEIRO DE 2019 O Código de Obras e Edificações do município de Mogi das Cruzes estabelece normas gerais e específicas a serem obedecidas para a elaboração de projetos, licenciamentos, execução, manutenção e utilização de obras, edificações e instalações, públicas ou privadas, nos imóveis inseridos em todo o território municipal. 9.1.1 DOS ACESSOS, CIRCULAÇÃO E SEGURANÇA 9.1.1.1 Dos Espaços De Circulação Segundo o Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes, consideramse espaços de circulação as escadas, rampas, os corredores e os vestíbulos. Os de uso público ou coletivo devem possuir largura mínima de 1,20m. 9.1.1.2 Das Escadas

As escadas devem atender, conforme a classificação, às seguintes determinações: A escada de uso coletivo deve ter largura mínima recomendável de 1,50m, sendo 1,20m o mínimo admissível. O espelho dos degraus das escadas de uso coletivo devem estar entre 0,16m e 0,18m. Serão obrigatórios patamares intermediários sempre que a escada vencer desnível superior a 3,20m ou quando houver mudança de direção. O patamar deve ter dimensão mínima de 1,20m. As escadas deverão ter corrimão com 0,92m de altura, com largura máxima de 6cm, e afastado da parede no mínimo 4cm. Escada com 1,20m de largura terá corrimão de apenas um lado. Escadas com mais de 1,20m de largura deverão ter corrimão de ambos os lados. As escadas de uso coletivo devem ser interrompidas a partir do pavimento correspondente a soleira do ingresso da edificação, orientando o usuário ao exterior.

9.1.1.3 Do Dimensionamento Dos Espaços De Circulação Coletiva


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O espaço de frente com a saída das escadas deverá ter dimensão mínima de uma vez a largura da escada. As portas de escoamento devem abrir no sentido da saída, não podendo reduzir as dimensões da circulação. Os espaços de circulação para acesso aos elevadores devem ter largura não inferior a 1,50m. O hall de acesso a pelo menos um elevador deve ser interligado à circulação vertical por espaço de circulação coletiva. 9.1.2 DOS COMPARTIMENTOS DAS EDIFICAÇÃO

9.1.2.1 Da Classificação E Dimensões Os compartimentos nas edificações são classificados em grupos de acordo com a função e permanência, o que determinará seu dimensionamento mínimo e a necessidade de ventilação e iluminação natural. No Grupo A estão os compartimentos de permanência prolongada destinados a repouso, em edificações de uso residencial ou de prestação de serviço de saude e educação. No Grupo B estão os compartimentos destinados ao estudo em edificações destinadas a prestação de serviços educacionais. No Grupo C estão os compartimentos destinados a cozinha, copa e de permanência transitória como despensas, lavanderias e áreas de serviço. No Grupo D estão os compartimentos que podem ser iluminados e ventilados por meios artificiais, como instalações sanitárias, vestuários, casas de maquinas, áreas de circulação e depósitos em geral.

9.1.2.2 Das Instalações Sanitárias São consideradas instalações sanitárias os compartimentos de higiene pessoal dos diversos usuários das edificações destinadas a todos os usos. As instalações são definidas e classificadas quanto ao uso: Residencial: aquelas integradas às unidades de uso uni e multiresidencial. Público e coletivo: aquelas integradas às edificações de uso comercial, de serviço, especial ou socioinstitucional, localizadas preferencialmente próximas a circulação coletiva da edificação. Os tipos de instalações sanitárias são: Banheiro: de uso residencial, com uma bacia sanitária, um lavatório e um chuveiro. Sanitário: uso privativo ou publico e coletivo, com uma bacia sanitário e um lavatório.


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Quando se tratar de sanitário masculino poderá ter um mictório. Vestiário: de uso privativo, público e coletivo com pelo menos um chuveiro e área para troca de roupa com armários, podendo ser conjugado com sanitário, com uma bacia sanitária e um lavatório. As instalações sanitárias deverão seguir, no mínimo, as seguintes condições: dispor de vãos de ventilação, iluminação e insolação; ter pisos e paredes revestidos; ter faixa de circulação interna de 0,90cm quando possuírem até duas bacias, e 1,20m quando possuírem mais de duas bacias. Nas edificações de uso coletivo, as instalações sanitárias não podem ter acessos diretos aos locais de trabalho e os locais de refeição. 9.1.3 DO CONFORTO AMBIENTAL DA EDIFICAÇÃO 9.1.3.1 Da Insolação, Iluminação E Ventilação Todos os compartimentos que se enquadram nos Grupos A e B, das Classificações e Dimensões dos Compartimentos da Edificação, deverão possuir vãos para insolação, iluminação e ventilação direta, abrindo para o exterior da construção ou pátio. Os compartimentos dos Grupos C e D poderão ser ventilados e iluminados por abertura zenital com área equivalente a 50% da área mínima exigida para os vãos desses compartimentos. Os corredores, circulações, patamares e similares podem ter ventilação vinda da abertura de acessos a outro compartimento com abertura exterior. Não serão consideradas para efeito de insolação e iluminação de quartos e dormitórios, aberturas voltadas para o sul com ângulos menores que o com direção leste-oeste. Deverão ser explorados de preferência o uso de iluminação e renovação do ar natural para conforto térmico das edificações, incluindo a ventilação cruzada. Para serem consideradas áreas de ventilação e insolação, os pátios descobertos para edificações entre 4m e 7m de altura deverão ter área de 10m2 e largura de 1,50m. 9.1.3.2 Das Aberturas De Iluminação E Ventilação Dos Compartimentos As aberturas estão descritas no Anexo 3 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes, apresentadas nas Figuras 53 e 54 abaixo:


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Figura 55- Tabela do Anexo 3 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes

Disponível em: Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes.

Figura 56- Tabela do Anexo 3 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes

Disponível em: Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes.


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9.1.3.3 Do Conforto Térmico Considerando as condições climáticas locais, o partido arquitetônico deverá proteger as aberturas das radiações diretas; permitir a ventilação cruzada no interior da edificação; a vegetação não poderá impedir a passagem dos ventos, mas deverá garantir sombreamento; evitar usar materiais com baixa inércia térmica. 9.1.4 DAS OBRAS COMPLEMENTARES À EDIFICAÇÃO PRINCIPAL 9.1.4.1 Dos Abrigos De Veículos Os abrigos de veículos deverão ter pé-direito mínimo de 2,30m e recuos mínimos obrigatórios. Para o uso multirresidencial, os abrigos de veículos poderão ser executados nas faixas dos recuos mínimos obrigatórios das divisas e dos alinhamentos, devendo ter acesso por via interna. 9.1.5 DOS ESTACIONAMENTOS E GARAGENS 9.1.5.1 Do Acesso O acesso de veículos compreende o espaço situado entre o alinhamento de guias do logradouro e o alinhamento da construção, devendo ter acessos independentes para pedestres e veículos. O acesso de veículos deverá respeitar um afastamento de no mínimo 6m dos alinhamentos do meio fio da via. As aberturas para entrada e saída deverão ser separadas, podendo ser em ruas diferentes. Quando o estacionamento tiver capacidade para 12 vagas em imóveis comerciais e 24 vagas para imóveis residenciais, a entrada e a saída poderão ser feitas por um único acesso, de no mínimo 3,50m. Os acessos deverão contar com área de acumulação para um veículo quando tiver até 30 vagas de estacionamento. 9.1.5.2 Da Circulação Os corredores de circulação deverão seguir o Anexo 5 dos Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes, conforme é possível observar na Figura 55 a seguir:


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Figura 57- Imagens do Anexo 5 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes

Disponível em: Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes.

9.1.5.3 Das Vagas As vagas deverão atender as seguintes medidas: Vaga para automóveis: 2,50m x 4,80m; Vaga para veículo de carga: 3m x 7m; Vaga para PNE: faixa de 1,20m + 2,50m x 5m Vagas para bicicleta: 0,70m x 1,85m Vaga para motos: 1,20m x 2,50m O número mínimo de vagas obrigatórias segue o Anexo 5 dos Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes, conforme Figura 56 abaixo:


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Figura 58- Tabela do Anexo 5 do Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes

Disponível em: Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes

Os estacionamentos descobertos com área superior a 150m2 entre vagas e área de circulação deverão ter piso permeável com no mínimo 20% de permeabilidade. 9.1.6 DAS DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS PARA AS EDIFICAÇÕES POR USO 9.1.6.1 Dos Prédios Comerciais E De Serviços As edificações deverão ter pé-direito mínimo de 3m no pavimento térreo. As edificações para usos comerciais e de serviços deverão observar o programa mínimo de uma copa (até 30 usuários) ou refeitório (mais de 30 usuários) com ponto de água para lavagem das mãos; sanitário público; vestiário quando necessário; deposito de material de limpeza; sala para administração. 9.1.6.2 Dos Serviços De Alimentação


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As edificações que contenham serviços de alimentação, mesmo não sendo a atividade principal do estabelecimento, deverão ter cozinha ou copa e despensa ou depósito. 9.1.6.3 Dos Serviços De Hospedagem As edificações destinadas a hotéis, flato, apart hotéis, pensões, hostes, pousadas, motel e congêneres, além das disposições da presente lei complementar, deverão atender as seguintes exigências: Além de compartimentos destinados a habitação, deverão ter vestíbulo com local para recepção; sala de estar geral; sanitários para os hospedes separados por sexo; sanitários e vestuários para funcionários separados por sexo; entrada de serviço. 9.2 CÓDIGO SANITÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO 9.2.1 DIMENSÕES MÍNIMAS DOS COMPARTIMENTOS Os compartimentos deverão ter conformação e dimensões adequadas à função ou atividade a que se destinam, atendidos os minimos estabelecidos neste Regulamento e em suas Normas Técnicas Especiais. Os compartimentos não poderão ter áreas e dimensões inferiores aos valores estabelecidos nas normas especificas para as respectivas edificações de que fazem parte, e, quando não previsto nas referidas normas específicas, aos valores abaixo: Salas em habitações: 8.00 m2; Salas para escritorios, comércio ou serviços: 10,00 m2; Dormitórios: 8.00 m2; Dormitórios coletivos: 5.00 m2 por leito; Quartos de vestir, quando conjugados a dormitórios: 4,00 m2; Cozinhas: 4,00 m2; Compartimentos sanitários: Contendo somente bacia sanitária: 1,20 m2, com dimensão mínima de 1,00 m; Contendo bacia sanitária e lavatório: 1,50 m2, com dimensão mínima de 1,00m; Contendo bacia sanitária e área para banho, com chuveiro: 2,00 m2, com dimensão mínima de 1,00 m; Contendo bacia sanitária, área


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para banho, com chuveiro e lavatório: 2,50 m2, com dimensão mínima de 1,00 m; Contendo somente chuveiro: 1,20 m2, com dimensão mínima de 1,00 m; Vestiários: 6,00 m2; Largura de corredores e passagens: Habitações unitamiliares e unidades autônomas de habitações multifamiliares: 0,90 m; Outros tipos de edificação: Uso comum ou coletivo: 1,20 m; Uso restrito: poderá ser admitida redução até 0,90 m. Os pés-direitos não poderão ser inferiores aos estabelecidos nas normas específicas para a respectiva edificação e, quando não previstos, aos valores a seguir: Habitações: Salas e dormitórios: 2,70 m; Garagens: 2,30 m; Demais compartimentos: 2,50 m. Edificações destinadas a comércio e serviços: Pavimentos térreos: 3,00 m; Pavimentos superiores: 2,70 m; Garagens: 2,30 m. Instalações sanitárias: 2,50 m. 9.2.2 LOCAIS DE TRABALHO 9.2.2.1 Iluminação Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação natural ou artificial, apropriada à natureza da atividade. A área para iluminação natural de um local de trabalho deve corresponder, no mínimo, a um quinto da área total do piso. Para a iluminação artificial, quando justificada tecnicamente, deverão ser observadas as normas previstas na legislação sobre higiene e segurança do trabalho. A iluminação deve ser adequada ao trabalho a ser executado, evitando-se o ofuscamento, reflexos fortes, sombras e contrastes excessivos. 9.2.2.2 Ventilação Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural ou artificial que proporcionem ambiente compatível com o trabalho realizado. A área total das


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aberturas de ventilação natural dos locais de trabalho deverá ser, no mínimo, correspondente a dois terços da área iluminante natural. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a ventilação natural não preencher as condições e conforto térmico a juízo da autoridade competente. 9.2.2.3 Circulação Os corredores, quando houver, deverão ser livres, dimensionados para proporcionar o escoamento seguro dos empregos, e dirigidos para saídas de emergência. A largura dos corredores não poderá ser inferior a 1,20 m. As saídas de emergência terão portas abrindo para o exterior e largura não menor que as dimensionadas para os corredores. As rampas e as escadas deverão ser construídas com largura mínima da escada de 1,20 m, devendo ser de 16, no máximo, o número de degraus entre patamares; a altura máxima dos degraus (espelho) deverá ser de 0,16 m, e a largura (piso) de 0,30 m; serão permitidas rampas com 1,20 m de largura, no mínimo, e declividade máxima de 15%. 9.2.2.4 Instalações Sanitárias Os locais de trabalho terão instalações sanitárias separadas, para cada sexo, e dimensionadas por turno de trabalho, nas seguintes proporções: uma bacia sanitária, um mictório, um lavatório e um chuveiro para cada 20 empregados do sexo masculino; uma bacia sanitária, um lavatório e um chuveiro para cada 20 empregados do sexo feminino. Os compartimentos das bacias sanitárias e dos mictórios deverão ser ventilados para o exterior não poderão ter comunicação direta com os locais de trabalho nem com os locais destinados às refeições; e deverá existir, entre eles, antecâmaras com abertura para o exterior. As instalações sanitárias deverão ter piso revestido de material resistente, liso, lavável e impermeável, inclinado para os ralos, os quais serão providos de sifões; paredes revestidas de material resistente, liso, impermeável e lavável, até a altura de 2,00 m, no mínimo; portas que impeçam o seu devassamento.


76

Os compartimentos com bacias sanitárias deverão ter área mínima de 1,20 m2, com largura mínima de 1,00 m. 9.3 NBR 9050 – ACESSIBILIDADE 9.3.1 ACESSOS E CIRCULAÇÃO 9.3.1.1 Circulação - Condições Gerais Segundo a Norma NBR9050 de Acessibilidade, os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e antiderrapante sob qualquer condição, que não provoque trepidação em dispositivos com rodas (cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê). Admite-se inclinação transversal da superfície até 2% para pisos internos e 3% para pisos externos e inclinação longitudinal máxima de 5%. Inclinações superiores a 5% são consideradas rampas e, portanto, devem atender especificações próprias. Recomenda-se evitar a utilização de padronagem na superfície do piso que possa causar sensação de insegurança (por exemplo, estampas que pelo contraste de cores possam causar a impressão de tridimensionalidade). 9.3.1.2 Acessos - Condições Gerais Nas edificações e equipamentos urbanos todas as entradas devem ser acessíveis, bem como as rotas de interligação às principais funções do edifício. O percurso entre o estacionamento de veículos e a entrada principal deve compor uma rota acessível. Quando da impraticabilidade de se executar rota acessível entre o estacionamento e as entradas acessíveis, devem ser previstas vagas de estacionamento exclusivas para pessoas com deficiência, interligadas à entrada através de rota acessível. Quando existirem catracas ou cancelas, pelo menos uma em cada conjunto deve ser acessível. Deve ser prevista a sinalização informativa, indicativa e direcional da localização das entradas acessíveis. Acessos de uso restrito, tais como carga e descarga, acesso a equipamentos de medição, guarda e coleta de lixo e outras com funções similares, não necessitam obrigatoriamente atender às condições de acessibilidade.


77

9.3.1.3 Vagas Para Veículos As vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou sejam conduzidos por pessoas com deficiência devem ter sinalização horizontal; contar com um espaço adicional de circulação com no mínimo 1,20 m de largura, quando afastada da faixa de travessia de pedestres. Esse espaço pode ser compartilhado por duas vagas, no caso de estacionamento paralelo, ou perpendicular ao meio fio; ter sinalização vertical para vagas em via pública e para vagas fora da via pública; quando afastadas da faixa de travessia de pedestres, conter espaço adicional para circulação de cadeira de rodas e estar associadas à rampa de acesso à calçada; estar localizadas de forma a evitar a circulação entre veículos. 9.3.1.4 Sanitários E Vestiários Os valores identificados como máximos e mínimos nesta seção devem ser considerados absolutos. Demais dimensões devem ter tolerâncias de mais ou menos 10 mm. Os sanitários e vestiários acessíveis devem localizar-se em rotas acessíveis, próximos à circulação principal, preferencialmente próximo ou integrados às demais instalações sanitárias, e ser devidamente sinalizados. Os sanitários e vestiários de uso comum ou uso público devem ter no mínimo 5% do total de cada peça instalada acessível, respeitada no mínimo uma de cada. Quando houver divisão por sexo, as peças devem ser consideradas separadamente para efeito de cálculo. 9.3.2 EQUIPAMENTOS URBANOS 9.3.2.1 Locais De Reunião Restaurantes, refeitórios, bares e similares Os restaurantes, refeitórios e bares devem possuir pelo menos 5% do total de mesas, com no mínimo uma, acessíveis a P.C.R. As mesas devem ser distribuídas de forma a estar integradas às demais e em


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locais onde sejam oferecidos todas as comodidades e serviços disponíveis no estabelecimento. 9.3.2.2 Locais De Hospedagem Em hotéis, motéis, pousadas e similares, os auditórios, salas de convenções, salas de ginástica, piscinas, entre outros, devem ser acessíveis. Pelo menos 5%, com no mínimo um do total de dormitórios com sanitário, devem ser acessíveis. Estes dormitórios não devem estar isolados dos demais, mas distribuídos em toda a edificação, por todos os níveis de serviços e localizados em rota acessível. Recomenda-se, além disso, que outros 10% do total de dormitórios sejam adaptáveis para acessibilidade. As dimensões do mobiliário dos dormitórios acessíveis devem atender às condições de alcance manual e visual previstos e ser dispostos de forma a não obstruírem uma faixa livre mínima de circulação interna de 0,90 m de largura, prevendo área de manobras para o acesso ao sanitário, camas e armários. Deve haver pelo menos uma área com diâmetro de no mínimo 1,50 m que possibilite um giro de 360°. A altura das camas deve ser de 0,46 m. Os dispositivos de sinalização e alarme de emergência devem alertar as pessoas com deficiência visual e as pessoas com deficiência auditiva. O sanitário deve possuir dispositivo de chamada para casos de emergências. 9.3.2.3 Cozinhas Quando nas unidades acessíveis forem previstas cozinhas ou similares, deve ser garantida a condição de circulação, aproximação e alcance dos utensílios. As pias devem possuir altura de no máximo 0,85 m, com altura livre inferior de no mínimo 0,73 m. 9.3.2.4 Bibliotecas E Centros De Leitura Nas bibliotecas e centros de leitura, os locais de pesquisa, fichários, salas para estudo e leitura, terminais de consulta, balcões de atendimento e áreas de convivência


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devem ser acessíveis. Pelo menos 5%, com no mínimo uma das mesas deve ser acessível. Recomenda- se, além disso, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para acessibilidade. A distância entre estantes de livros deve ser de no mínimo 0,90 m de largura. Nos corredores entre as estantes, a cada 15 m, deve haver um espaço que permita a manobra da cadeira de rodas. Recomenda-se a rotação de 180°. A altura dos fichários deve atender às faixas de alcance manual e parâmetros visuais.


80 10. ESQUEMAS ESTRUTURANTES 10.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES- ECOVILA

SETOR

AMBIENTE Estacionamen to

FUNCÃO Guarda dos veículos

Nº DE PESSOAS 50

LAYOUT Demarcação de vagas com pintura de piso

Mínimo de uma vaga por unidade residencial e pé direito mínimo de 2,30m

Demarcação de vagas com pintura de piso

Quando a vaga for disposta em 90º ter dimensões de 3,00m de largura por 7,00m profundidade

ACESSO Carga e descarga

Receber/enviar objetos, móveis, entre outros

Entrada Social

Controlar o acesso do público ao privado

Dormitórios

Suítes Individuais

POUSADA/ ALOJAMEN TO

Cozinha

Salão coberto

Dormitório de uso coletivo (suíte) Suítes para Casais

Espaço para preparo de alimentos Àrea de lazer coberta

1

2

Portão social

4

Beliches, sanitário coletivo, mesa pequena, roupeiro

2

Cama de casal, mesa e roupeiro (sanitário)

10

40

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Mesa, cadeira, geladeira, fogão, forno, aparelhos eletrodomésticos e armários TV, rack, sofás, mesas, puffs

Circulação de uso público ou coletivo possuir no mínimo 1,20m de largura Pé direito mín. 2,60 m; área mín. 5 m2 por leito; ventilação natural mín. 0,30 m2; Pé direito mín. 2,60 m; área mín. 5 m2 por leito; ventilação natural mín. 0,30 m2; Parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural e pé direito mínimo de 2,40m Ventilação natural e pé direito mínimo de 2,60m

QUANT

25

ÁRE A MÍNIM A (m²)

ÁREA TOTAL (m²)

12,00

300

2

21,00

42,00

1

2,00

2,00

7

50,00

350

3

10,00

30,00

1

40,00

40,00

1

50,00

50,00


81 Àrea aberta

SETOR

AMBIENTE

Banheiros de uso comum

POUSADA/ ALOJAMEN TO

Área de lazer Aberta

FUNCÃO

Banheiros Femininos e Masculinos

10

Nº DE PESSOAS

6 Fem.

Bancos

LAYOUT

Vasos Sanitários, pias

6 Masc.

1

20,00

20,00

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

QUANT

ÁREA MÍNIMA (m²)

ÁREA TOTAL (m²)

Ventilação natural; separação por sexo; acessível PNE; 1 cuba e bacia a cada 20 leitos

1

10,00 Fem

20,00

10,00 Masc.

Área de Serviço

Recepção

DML

Àrea para lavagem de roupas de cama e afins

Àrea de checkin/ checkout Depósito de Materiais de Limpeza

5

8

1

Máquina de lavar, varais, máquinas secadoras, tanques Balcão/ poltronas

armários

Pé direito mínimo de 2,60m para área coberta de máquinas+ área aberta para secagem de roupas, pelo menos 1 tanque Pé direito mínimo de 2,60m

1

5,00 área coberta 10,00 área descoberta

15,00

1

10,00

10,00

1

2,50

2,50

Pé direito mínimo de 2,60m


82 SETOR

AMBIENTE

FUNCÃO

Suíte

Dormitório com banheiro

Sala de Estar/ Jantar

Nº DE PESSOA S

2

Àrea de Estar e consumo de refeições

4 /6

Cozinha

Guarda de equipamentos e ferramentas para manutenção

1

Área de serviço

Àrea para lavagem de roupas

1

Lavabo

Banheiro comum, sem chuveiro

LAYOUT

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Cama de casal, mesa e roupeiro (sanitário)

Pé direito mínimo de 2,60m, ventialção natural

Mesa, sofá, televisão, cadeiras Mesa, armário, prateleira e tanque

Parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural e pé direito mínimo de 2,40m

Máquina de lavar, tanque

Pé direito mín de 2,40m

RESIDÊNCIAS (7)

1

4 Horta particular

Àrea descoberta para plantio da família

Pé direito mínimo 2,60m,ventilação natural

Vaso sanitário, pia Local para lavagem de hostaliças

ÁREA MÍNIMA (m²)

ÁRE A TOTA L (m²)

2 (p/ residência)

10,00

20,0 0

1(p/ residência)

18,00

18,0 0

1(p/ residência)

8,00

8,00

QUANT

1(p/ residência)

4,00

Ventilação natural, pé direitomínimo de 2,40m

1(p/ residência)

2,25

Pelomenos 1 tanque

1(p/ residência)

25,00

4,00 2,25


83 SETOR

AMBIENTE

FUNCÃO

Espaço para Horta

Plantio de hortifrutis para consumo próprio e venda local

Local de armazenamen to para produtos colhidos(resfri ado) HORTA COMUNITÁ RIA

Àrea resfriada para armazenamento de Hortaliças

Nº DE PESSOA S

LAYOUT

área de lavagem de hortaliças

Banheiros de uso comum

Depósito para materiais utlizados na horta

1

1

Geladeiras e armários

1

5

Tanques

Àrea com Tanques para lavagem de Hortaliças

Banheiros Femininos e Masculinos

QUANT

25

Armários Depósito de insumos e utensílios

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

6 Fem. 6 Masc.

Vasos Sanitários, pias

Insolação e ventilação natural, parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural, área mínima de 4,00m2. e pé direito mínimo de 2,40m

100, 00

ÁRE A TOTA L (m²) 100

16,0 0 1

16,0 0

16,00

Insolação e ventilação natural, parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural, área mínima de 4,00m2. e pé direito mínimo de 2,40m

1

Insolação e ventilação natural, parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural, área mínima de 4,00m2. e pé direito mínimo de 2,40m

1

Ventilação natural; separação por sexo; acessível PNE; 1 cuba e bacia a cada 20 leitos

ÁREA MÍNIMA (m²)

10,00

1

10,00 Fem 10,00 Masc

16,0 0

10,0 0

20,0 0


84 SETOR

AMBIENTE

FUNCÃO

Cozinha Industrial

Àrea de preparo de refeições

Nº DE PESSOA S 7

Guarda de Alimentos Despensa

REFEITÓRI O/ RESTAURA NTE COMUNITÁ RIO

1

LAYOUT Fogão, balcão, área de cozimento, pias

Geladeiras e armários

Freezer Freezer Guarda de alimentos refrigerados

Salão Principal

1

50

Mesas e cadeiras

Salão de refeições

Banheiros de uso comum

Banheiros Femininos e Masculinos

6 Fem. 6 Masc.

Vasos Sanitários, pias

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

QUANT

1

Insolação e ventilação natural, parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural, área mínima de 4,00m2. e pé direito mínimo de 2,40m

Insolação e ventilação natural, parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, área mínima de 1,00m² por pessoa, ventilação natural e pé direito mínimo de 2,40m Ventilação natural; separação por sexo; acessível PNE; 1 cuba e bacia a cada 20 leitos

ÁREA TOTAL (m²) 50,00

Parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural e pé direito mínimo de 2,40m

Insolação e ventilação natural, parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural, área mínima de 4,00m2. e pé direito mínimo de 2,40m

ÁREA MÍNIMA (m²) 50,00

15,00 1

1

15,0 0

16,00

50,00 1

1

10,00 Fem 10,00 Masc

16,00

50,00

20,00


85 SETOR

AMBIENTE

FUNCÃO

Salão principal

Espaço para leitura

Nº DE PESSOA S 50

Atendimento Recepção

2

LAYOUT Mesas, cadeiras e estantes para guarda de livros

Balcão, cadeiras

Mesa e cadeira BIBLIOTEC A COMUNITÁ RIA

Salas de Estudo

Banheiros de uso comum

Salas restritas para estudo

Banheiros Femininos e Masculinos

1

6 Fem. 6 Masc.

Vasos Sanitários, pias

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

QUANT

ÁREA MÍNIMA (m²)

ÁREA TOTAL (m²) 100,00

Pé direito mínimo de 2,60m, estantes com no mínimo 0,90cm de distanciamento

1

Pé direito mínimo de 2,40m

100, 00

2,00 2,00

1

1,50m² livres, pé direito mínimo de 2,40m

Ventilação natural; separação por sexo; acessível PNE; 1 cuba e bacia a cada 20 leitos

4

3,00

1

10,00 Fem

12,00

20,00

10,00 Masc

DML

Depósito de Materiais de Limpeza

1

Armários

Pé direito mínimo de 2,60m

1

2,50 2,50


86 SETOR

AMBIENTE Loja de Artesanatos

Quitanda

FUNCÃO

Nº DE PESSOA S

Local para exposição e venda de artesanatos produzidos na Ecovila

20

Local para exposição e venda de hortaliças produzidos na Ecovila

20

LAYOUT Estantes, mesas,cadeiras

Estantes, mesas,cadeiras

LOJA Local de armazenamen to para produtos colhidos(resfri ado)

Àrea resfriada para armazenamento de Hortaliças

1

Balcão Àrea para preparo de Sucosnaturais

DML

Depósito de Materiais de Limpeza

2

1

Geladeiras e armários

Pias, máquinas de suco, balcão, cadeiras/ bancos

Armários

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

QUANT

Pé direito mínimo de 2,60m, estantes com no mínimo 0,90cm de distanciamento

1

Insolação e ventilação natural, parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural e pé direito mínimo de 2,40m

Pé direito mínimo de 2,60m

ÁREA TOTAL (m²)

20,00

20,00

25,00 25,00

1

Insolação e ventilação natural, parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural, área mínima de 4,00m2. e pé direito mínimo de 2,40m Insolação e ventilação natural, parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m, ventilação natural, área mínima de 4,00m2. e pé direito mínimo de 2,40m

ÁREA MÍNIMA (m²)

16,00 1

16,00

10,00

1

1

10,00

2,50 2,50


87 SETOR

AMBIENTE

FUNCÃO

LOJA

CENTRO DE ARTESANA TOS/ OFICINAS

Banheiros de uso comum

Banheiros Femininos e Masculinos

Sala de Artesanatos

Sala para criação de artesanatos

salas de oficinas gerais

6 Fem. 6 Masc.

10

10

Sala para cursos e uso geral

Banheiros Femininos e Masculinos Banheiros de uso comum

DML

Nº DE PESSOA S

Depósito de Materiais de Limpeza

6 Fem. 6 Masc.

1

LAYOUT

Vasos Sanitários, pias

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Ventilação natural; separação por sexo; acessível PNE; 1 cuba e bacia a cada 20 leitos

Mesas, cadeiras, armários

Insolação e ventilação natural, pé direito mínimo de 2,60m

Mesas, cadeiras, armários

Insolação e ventilação natural, pé direito mínimo de 2,60m

Vasos Sanitários, pias

Armários

QUANT

1

ÁREA MÍNIMA (m²)

ÁREA TOTAL (m²)

10,00 Fem

20,00

10,00 Masc

2

10,00

10,00

3

10,00

10,00

1

10,00 Fem

20,00

Ventilação natural; separação por sexo; acessível PNE; 1 cuba e bacia a cada 20 leitos Pé direito mínimo de 2,60m

1

10,00 Masc

2,50 2,50


88 SETOR

AMBIENTE

FUNCÃO Nº DE PESSOA S

Sala de meditação

Salas para massagens CENTRO DE PRÁTICAS HOLÍSTICA S/ SPA Sala de hidromassage m

Sauna

Sala para prática de Yoga

Sala para práticas de Meditação

Sala para aplicação de Massagens

Sala com banheira para hidromassagem

Sauna para aromaterapia

10

Tapetes

2

Maca, estante

2

2

20 Sala para prática de Yoga

LAYOUT

Banheira, estante

Bancos

Tapetes

QUANT

ÁREA MÍNIMA (m²)

2

15,00

Insolação e ventilação natural, pé direito mínimo de 2,60m

3

4,00

Ventilação natural; separação por sexo; acessível PNE

3

9,00

4

4,00

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Insolação e ventilação natural, pé direito mínimo de 2,60m

Parede revestida com material impermeável no mínimo até 1,50m e pé direito mínimo de 2,40m Pé direito mínimo de 2,60m

20,00 1

ÁREA TOTAL (m²)

30,00

12,00

27,00

16,00

20,00


89 10.2. ORGANOGRAMA


90

10.3.

SETORIZAÇÃO


91


92 10.4.

FLUXOGRAMA


93

11. PERFIL DOS USUÁRIOS O perfil dos usuários de ecovilas é de pessoas jovens, querendo uma experiência de vida nova, uma nova forma da cultura, diferente da vivida em sociedades dos dias atuais. São aqueles jovens que buscam por um estilo de vida mais saudáveis. Porém, é justamente essa população mais jovem que tem deixado os estabelecimentos agropecuários, buscando melhores oportunidades de trabalho e de formação profissional, “Se o produtor rural pode dar uma formação melhor para o filho, ele sai e nem sempre volta [a trabalhar na agricultura]”, analisa a pesquisadora Maria Monica O’Neill. Dessa forma, é necessário diferenciar os perfis de quem sobrevive há gerações na agricultura familiar e quem chega para viver nas ecovilas rurais. Segundo um censo agropecuário do IBGE de 2017, houve um envelhecimento no ramo da agropecuária em relação à 2006. “Se continuar essa redução, muitos desses produtores vão parar as atividades, porque não têm força de trabalho nem renda para contratar”, continua Maria Monica O’Neill. Já as ecovilas acabam sendo um perfil diferente, a maioria não é baseada na agricultura como atividade econômica principal, como esclarece Maria Accioly, Doutora em Ecologia Social, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, “São em geral famílias de classe média e classe média alta, com dinheiro para comprar uma terra e investir ou trabalham com outras coisas, até trabalho remoto. A agricultura no Brasil é extremamente desvalorizada para o pequeno produtor”. O perfil dos usuários da ecovila, também se enquadra no perfil de pessoas mais idosas, que estão se aposentando e gostariam de um lugar mais tranquilo e junto à natureza para viver a vida. Geralmente, os serviços nas ecovilas são prestados de formas voluntárias, por quem reside nas residências fixas e por quem deseja passar uma temporada de autoconhecimento e prestar serviços à comunidade.


94

12. CONCEITO ARQUITETÔNICO

A proposta do projeto é criar um ambiente onde se possa viver em contato da natureza, produzir seu próprio alimento, aproveitando as oficinas de artesanato, entre outras. Além disso, a ecovila tem uma proposta para visitantes que desejam conhecer mais o estilo de vida da permacultura, podendo se hospedar por alguns dias e realizar trabalhos voluntários, tudo isso feito de maneira não industrial, no caso, utilizando de elementos da Bioconstrução, como a arquitetura vernacular e de energias renováveis. Um dos pontos mais importantes a serem priorizados neste projeto, é a integração dos edifícios, que serão separados por setores, porém devem ter uma ligação entre eles. 13. PARTIDO ARQUITETÔNICO

As residências e demais construções serão de taipa de pilão, que visando baixo custo, sustentabilidade, resistência e estética, é um material de grande valor. Além disso, a técnica de taipa é não-tóxica, à prova de fogo e é resistente ao cupim. O cálculo deste tipo de parede é o seguinte: 10cm de espessura para cada 1m de altura. Primeiro se faz uma fundação, para afastar a parede da umidade, podendo ser feita de pedra ou concreto. Serão utilizadas as sapatas corridas, que permitem uma distribuição de cargas uniformes no solo e dificultam a capilaridade. O traço da Taipa de pilão deve ser de 30% de argila e 70% de areia, para quando a argila secar, ela não contrair e rachar. As chapas de madeira, serão do tipo naval resinadas, para não haver o risco da madeira apodrecer. A cada 10 ou 15cm de altura, a mistura deve ser apiloada. As madeiras podem ser reutilizadas diversas vezes.


95

Figura 59- Instruções para fazer parede de Taipa de Pilão

Disponível em: https://sustentarqui.com.br/wp-content/uploads/2020/05/como-fazer-taipa-depil%C3%A3o-1024x643.png. Acesso em: 03/10/2020.


96

Figura 60- Propriedades térmicas da Taipa de Pilão

Disponível em: https://sustentarqui.com.br/casa-terra/. Acesso em: 03/10/2020.

Nas partes em que as instalações hidráulicas estiverem presentes, será feito o uso de de concreto, para não haver risco de infiltração de água nas paredes. A seguir algumas imagens referenciais de projetos construídos com taipa de pilão:


97

Figura 61- Exemplo de construção de Taipa de Pilão

Fonte: ecoeficiente.com.br

Figura 62- Exemplo de construção de Taipa de Pilão

Fonte: ugreen.com.br/


98

Será construída uma horta comunitária, onde moradores, voluntário de várias regiões do país e pessoas que vivem no entorno da Ecovila, poderão plantar alimentos para seu próprio consumo. Figura 63- Exemplo de horta comunitária

Fonte: https://carvalhoadm.com.br/media/carvalhoadm/2018/11/252997-horta-comunitaria-emcondominio-conheca-essa-tendencia.jpg

Figura 64- Exemplo de horta comunitária


99

Fonte: https://www.arqblog.com.br/wp-content/uploads/2017/09/horta-comunitaria-5-800x533.jpg

Serão implantadas cisternas para captação de água da chuva. A energia será através de captação de luz solar, com implantação de painéis fotovoltaicos por toda a Ecovila. As passagens externas serão de bloquetes ecológicos, permitindo a permeabilização das águas de chuva no solo. 14. PARTIDO URBANÍSTICO  

 

Ecovila aberta, transformando a calçada e o terreno em um só, como se fosse um grande parque; Implantação de mobiliários urbanos, como lixeiras recicláveis (depois esse lixo selecionado será destinado a cooperativas de reciclagem e os lixos orgânicos serão destinados à composteira) e bancos, para os usuários da ecovila e os moradores do entorno possam usufruir como área de lazer; Calçada ecológica, de material permeável, permitindo a absorção da água no solo; Grandes áreas arborizadas;

Figura 65- Croqui Implantação

Imagem criada pela autora.


100

Figura 66- Croqui Implantação

Imagem criada pela autora.

Figura 67- Croqui Implantação

Imagem criada pela autora.


101

15. ESTUDOS


102


103


104


105


106


107


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110


111


112


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118


119


120


121


122


123


124


125


126

VOLUMETRIA 1

VOLUMETRIA 2


127

16. CONCLUSÃO A questão do aquecimento global e da necessidade de redução da produção de resíduos é hoje um assunto de grande relevância para o futuro do planeta. Diversos são os motivos para que pessoas busquem cada vez mais viver de forma alternativa. Todos esses motivos buscam apenas um objetivo: a qualidade de vida. É imprescindível que as pessoas busquem cada vez mais uma forma de vida sustentável e harmônica. E esse é o objetivo desse projeto, pesquisar a vida em comunidade de uma forma mais simples e menos degradante ao meio ambiente. A arquitetura possui diversos nichos e, portanto, fica aqui a reflexão de como utiliza-la de uma forma mais natural e envolta à natureza, que tem tanto à nos oferecer. A Ecovila inserida em Mogi das Cruzes tem a missão de incentivar mais os moradores a buscar cada vez mais esse modo de vida.


128

17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VAN LENGEN, Johan. Manual do Arquiteto descalço- São Paulo,2014. MAJEROWICZ, Ilana. TOGASHI, Raphael. VALLES, Isabel. Ecovilas Brasil: caminhando para a sustentabilidade do ser- Rio de Janeiro, 2017. ORTIZ, Lúcia Schild. Cartilha Energias renováveis sustentáveis: uso e gestão participativa no meio rural- Porto Alegra, 2005. SOARES, André Luis Jaeger. Conceitos básicos sobre Permacultura- Brasília, 1998. JENKINS, Joseph C. The Humanure Handbook- 1996 SOARES, André. Soluções Sustentáveis- Construção Natural. Pirenópolis, GO, 2007. SANTORO, Renata; PENTEADO, Cláudio. Bioconstrução: utilizando o conhecimento ecológico para a criação de construções saudáveis. XIII encontro da associação nacional de pós-graduação e pesquisa em planejamento urbano e regional. Florianópolis, SC. 2009 BRUNDTLAND, Gro Harlem. Our common future: The World Commission on Environment and Development. Oxford: Oxford University, 1987 PROMPT, Cecília. Curso de Bioconstrução. Brasília, 2008. ADAM, R.S. Princípios do ecoedifício: integração entre ecologia, consciência e edifício. São Paulo, 2001. DAVIS, Mike. Planeta Favela. [2006] Trad. Beatriz Medina. São Paulo, 2015. CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação. São Paulo, 1982. MEADOWS, Donella; MEADOWS, Dennis L; RANDERS, Jorden; BEHRENS III, Willian W. The limits to grow- a report for the Club of Rome’s project on the predicament of mankind. Nova Iorque, 1972. OXFAM. Extreme Carbon Inequality. Oxfam Media Briefing, 2015. [Online] Disponível em: <https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/mb-extremecarbon-inequality-021215-en.pdf>. Acesso em: 22/09/2020.


129

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130

CÓDIGO

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SANITÁRIO

DO

ESTADO

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SÃO

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<https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/1978/decreto-1234227.09.1978.html>. Acesso em: 01/10/2020. COZZA,

Andre.

Ecovila

Clareando.

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http://www.clareando.com.br/informacoes.html>. Acesso em: 04/10/2020. LOSCHI, Camille Perissé e LOSCHI, Marília. Mais Perto da Natureza. Retratos, a Revista Do Ibge. Rio de Janeiro, n. 15, ano 2, p. 14- 21, jan. 2019.


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