TFG - Parque Urbano Moinho Fratelli Maciotta

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FIAM FAAM CENTRO UNIVERSITÁRIO

BARBARA LIMA PARQUE URBANO MOINHO FRATELLI MACIOT TA

SÃO PAULO 2021



BARBARA LIMA

PARQUE URBANO MOINHO FRATELLI MACIOT TA

Trabalho Final de Graduação apresentado à banca examinadora do FIAM-FAAM Centro Universitário como requisito parcial a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Me. Cynthia Regina de Araújo Evangelista dos Santos

SÃO PAULO 2021


AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Lima, Barbara Parque Urbano, Moinho Fratelli Maciotta. São Paulo. FIAMFAAM – Centro Universitário, 2021. 88 Páginas Orientador: Cynthia Regina de Araújo Evangelista dos Santos. Monografia (Trabalho Final de Graduação) | FIAMFAAM – Centro Universitário. Curso de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, 2021. 1. Patrimônio; 2. Requalificação-Urbana; 3. Paisagismo. I. Regina de Araújo Evangelista dos Santos, Cynthia; II. FIAMFAAM – Centro Universitário; III Curso de Arquitetura e Urbanismo.


BARBARA LIMA

PARQUE URBANO MOINHO FRATELLI MACIOT TA

Trabalho Final de Graduação apresentado à Banca Examinadora do FIAM-FAAM Centro Universitário como requisito parcial a obtenção do título de Bacharel, em Arquitetura e Urbanismo. Data de aprovação: 09/12/2021.

Banca examinadora:

______________________ Me. Cynthia Regina de Araújo Evangelista dos Santos FIAMFAAM – Orientadora

______________________ Dra. Alessandra Castelo Branco Bedolini Professora Convidada Interna

______________________ Me. Olívia Malfatti Buscariolli Professora Convidada Externa

SÃO PAULO 2021



AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a minha família, sobretudo aos meus pais Tamaris e Nilson que sempre me apoiaram e se orgulharam durante a minha trajetória até aqui, Aos meus amigos, que se fizeram presente durante a minha jornada, me apoiando, incentivando e celebrando minhas conquistas. À todos os professores que passaram pela minha vida acadêmica e que pude obter parte do conhecimento passado, sobretudo à minha orientadora Cynthia Evangelista que me ajudou na elaboração deste trabalho e que se manteve presente nos momentos de dificuldade ajudando a solucionar os diversos problemas que apareciam durante o caminho. Um agradecimento em especial a minha professora Fernanda, da 3ª série do ensino fundamental que ao passar uma atividade solicitando o desenho da planta da sala de aula, instigou em mim, uma criança de 9 anos de idade, o desejo de se tornar arquiteta. Enfim, o desejo se tornou realidade e um sonho realizado.



As cidades têm a capacidade de proporcionar algo para todos somente porque e somente quando, são criadas por todos.

Jane Jacobs



INTRODUÇÃO.........

.......................................... . ......11

1. TEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO 1.1 Contexto Histórico............

13 ......14

1.1.1 Cidade

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1.1.2 Estação

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1.1.3 Moinho

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1.2 Análise Urbana

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1.2.1 Região

28

1.2.2 Bairro

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1.2.3 Entorno imediato

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1.2.4 Terreno

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2. O PROJETO

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2.1 Partido

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2.1.1 Urbano

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2.1.2 Patrimônio

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2.1.3 Arquitetônico

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2.2 Programa

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2.2.1 Estudo de Caso

66

2.2.1 Programa do projeto

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2.3 Características construtivas

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2.3.1 Urbano

84

2.3.2 Patrimônio

86

2.3.3 Arquitetônico

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2.4 Peças Gráficas

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REFERÊNCIAS

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INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como principal objetivo propor a requalificação da área central de Ribeirão Pires, que busca estabelecer novas conectividades e usos a partir das necessidades urbanas que serão identificadas através de análises bibliográficas e empíricas da região. Sobretudo na valorização do patrimônio histórico presente na área, especialmente o Moinho Fratelli Maciotta, o primeiro do estado de São Paulo e que atualmente se encontra negligenciado pela prefeitura e sofre pelas intempéries naturais e patologias decorrentes do uso antigo do edifício. Em um primeiro momento, o estudo se fundamentará na contextualização histórica do local buscando salientar a trajetória tanto da cidade quanto do Moinho, a fim de estabelecer conexões com a proposta de intervenção que será apresentada. respeitando suas condicionantes históricas. Em um segundo momento, a análise urbana abordará as condições atuais da região, na qual o entendimento do entorno em diferentes escalas será necessário para compreensão de suas principais características e condicionantes. Por fim, o trabalho irá apresentar a proposta de intervenção da região solucionando as problemáticas identificadas no decorrer do trabalho e aperfeiçoando as boas características, tornando-o um ambiente vital e significativo para o contexto urbano em que ele está inserido. Por fim, o trabalho irá apresentar a proposta de intervenção propriamente dita. O projeto busca solucionar as problemáticas identificadas no decorrer das análises, assim como aperfeiçoar as boas características reconhecidas na região, tornando-a um ambiente vital e significativo para o contexto urbano em que ele está inserido.

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1.1 CONTEXTO HISTÓRICO 1.1.1 CIDADE O município de Ribeirão Pires se encontra dentro da região metropolitana do estado de São Paulo, atualmente com 99.075km² e uma população de 124.159 habitantes. Localizado na região sudeste da RMSP (Região metropolitana de São Paulo) fazendo divisa com os municípios de Santo André, Rio Grande da Serra, Mauá e Suzano.

FIGURA 1 - Mapa situacional do município de Ribeirão Pires na RMSP. Fonte: elaborado pela autora.

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Todo seu território se encontra em área de preservação aos mananciais, a partir da lei 1172/76. Possui como principais conexões viárias a rodovia índia Tibiriçá, que conecta Ribeirão Pires aos municípios de São Bernardo e Suzano, e suas principais vias municipais, sendo elas a Avenida Santo André, Avenida Humberto Campos e a Avenida Capitão José Galo compondo o anel viário da cidade conectando vias coletoras que ligam diferentes regiões da cidade e aos municípios de Rio Grande da Serra e Mauá, que o conecta ao município de São Paulo pela região sudeste da cidade. De acordo com Freitas (2008) o início da ocupação urbana na cidade de Ribeirão Pires teve fortes influências da inserção da linha férrea no final do século XIX, que fora implantada na região de vale da cidade de Ribeirão Pires e que posteriormente seria categorizada como a região central da cidade que perdura até os dias atuais. Seu desenvolvimento teve como influência o crescimento exponencial da capital paulista em decorrência do avanço industrial em São Paulo e nas cidades vizinhas. A região central da cidade na qual a linha férrea estava inserida era palco para a exploração econômica, uma vez que as principais edificações eram construídas próxima a linha de trem, sendo ela de grande importância para o setor econômico do estado, denominada de São Paulo Railway, cruzava Jundiaí a região portuária de Santos. O vale central de Ribeirão Pires, na primeira metade do século XX, passou a ser um espaço definido pela constante articulação econômica entre os resultados da implantação da cidade ideal – o núcleo sede, que ocupa a colina a sudoeste –, e o desenvolvimento da cidade tradicional – que se estabeleceu no vale, tanto à margem do núcleo sede como também no outro lado da linha férrea. De um lado, situou-se o núcleo já implantado como a representação coletiva da imagem de Ribeirão Pires; do outro, desenvolveu-se um espaço definido pela produção destinada ao abastecimento de mercados externos baseado em meios de produção pré-industriais. (FREITAS, 2018, p. 92)

1.1.2 ESTAÇÃO A estação ferroviária de Ribeirão Pires teve sua inauguração em 1º de março de 1885 (FREITAS, 2008) pertencente a linha férrea São Paulo Railway que conectava Jundiaí a Santos com principal finalidade econômica e industrial sendo ela a primeira linha ferroviária do estado de São Paulo. Sua implantação teve forte influência nos novos assentamentos habitacionais ao longo da linha, assim como no comércio local.

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FIGURA 2 – Estação ferroviária de Ribeirão Pires. Vista a partir da passarela que vence a barreira férrea. Fonte: Autora, 2021.

Hoje a estação atende os serviços da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) sendo uma das estações pertencentes a linha 10 – turquesa conectando o distrito paulistano Brás com o município de Rio Grande da Serra. O conjunto ferroviário é então tombado pelo Condephaat a partir da resolução SC89/2011 como um bem histórico, arquitetônico, artístico, turístico e paisagístico da cidade de Ribeirão Pires. No que se diz a respeito as edificações remanescentes do conjunto ferroviário estão inclusas o corpo da estação, passarela, plataformas, cabine de controle, vila ferroviária e armazém. Na resolução de tombamento é frisada a importante relação que o conjunto ferroviário se deu com o contexto histórico da cidade, além da importância arquitetônica da estação, sendo ela um dos remanescentes da arquitetura inglesa da cidade com suas principais estruturas bem conservadas.

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FIGURA 3 – Complexo ferroviário e passarela. A direita a cabine de controle e ao fundo a passarela. Fonte: Autora, 2021.

No mais, a resolução tombamento, de número SC-89 de 18 de outubro de 2011, frisa a proteção da fachada e volumetrias presentes no complexo ferroviário, apontando as seguintes diretrizes para a conservação delas: I. Devem ser respeitadas em suas feições originais, quando ainda estiverem preservadas, as características externas e volumétricas dos prédios, elementos de composição de fachadas e materiais de vedação, os vãos e envasaduras, acabamento e ornamentação II. Serão aceitáveis alterações, desde que justificadas por uma melhor adequação e atualização do espaço ou de materiais, de forma a assegurar as funções a que se destinam. III. Fica contemplada a possibilidade de demolições ou construções de novos edifícios dentro do perímetro tombado, desde que as relações entre as novas construções e as destacadas neste tombamento sejam expressas com clareza. IV. Serão permitidas e até recomendáveis demolições de anexos e ampliações que tenham desfigurado os partidos arquitetônicos originais sem contribuir para a melhor adequação do espaço. V. De modo a melhor conciliar o novo e o existente será recomendável, em casos de intervenções, avaliar a possibilidade de restauração

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FIGURA 4 – Perímetro de tombamento e área envoltória. Fonte: Resolução de tombamento SC89/2011, alterado pela autora.

1.1.3 MOINHO A construção do moinho se deu em 1898, para abrigar a empresa Molino de Semole Fratelli Maciotta & C, da sociedade dos irmãos Maciottas imigrantes originários da Itália. Localizada no vale central da cidade de Ribeirão Pires, tinha conexão direta com a linha férrea, São Paulo Railway, com um ramal e plataformas próprios. (FREITAS, 2008)

Os Maciotta investiram 500 mil liras italianas para o novo projeto. A edificação original formava uma área de 450m2 (dentro de um terreno de 970.000 m2), equipada com seis cilindros completos – caldeira, cilindro, pistão e condensador. A construção de alvenaria constitui-se basicamente de fundação de granito, tijolos

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de olaria aparentes, argamassa de cal, areia e pedregulhos. A cobertura, que já não existe mais, era de madeira – provavelmente com telhas nacionais. (DUARTE, 2015. p, 16)

FIGURA 5 – Planta original do moinho. Fonte: GERGHI. 2012

De acordo com Gerghi (2012) em 1910 a fábrica passou a ser propriedade de José Mortari, passando a se chamar Moinho Mortari. Em função do crescimento de produção que o moinho sofria, foi necessário a construção de galpões anexos em alvenaria para suprir a atual necessidade. Seu uso foi fundamental para o crescimento da cidade, sobretudo da vila Mortari que se instalou próxima ao moinho.

FIGURA 6 – Planta cadastral do moinho. Fonte: GERGHI. 2012

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A Vila Mortari, por exemplo, é o resultado de um loteamento implantado à margem do Moinho Mortari (ex-moinho Fratelli Maciotta), nos anos de 1920, que cresce em produção e em tamanho, quando lhe são acrescentados novos galpões de alvenaria. As habitações, até hoje presentes, respeitam o padrão tipológico vigente no período: casas geminadas em sua grande maioria com recuos e varandas laterais. (FREITAS, 2008. p, 97)

Em 1946 o até então Moinho Mortari passa a ser uma refinaria de sal. Contou com grandes mudanças na sua configuração original com a construção de novos anexos além dos anteriores construídos sob a tutela dos Mortari. (GERGHI, 2021. p, 145) Ao longo da sua vida útil, o edifício sofreu sérias patologias em decorrência do sal presente no local, afetando parte das estruturas de concreto construídas posteriormente. (GERGHI, 2021. p, 145) Em 1980 a Refinaria de Sal Carmino Cotellessa, proprietária do moinho até o momento tem seu negócio enfraquecido devido ao cenário econômico da época, e fecha em 1996. (DUARTE, 2015. p, 31) Em 2001 a prefeitura de Ribeirão Pires inicia o processo de desapropriação do moinho, como cita Duarte (2015. p, 34) A Prefeitura de Ribeirão Pires iniciou o processo de desapropriação do terreno ocupado pela antiga fábrica de sal em 2001. Dois anos depois, a área passou a receber os preparativos para abrigar um centro educacional. O escritório Perrone e Associados, dos arquitetos Rafael Perrone e Marcio do Amaral, responsável pelo projeto, recebeu um levantamento topográfico da área, contendo a antiga fábrica e seus galpões. A primeira visita ao local revelou a decadência e abandono em que os prédios se encontravam. A última ocupação do local – o refino do sal – contribuiu muito para sua deterioração. O madeiramento estava estragado e as estruturas de concreto corroídas, pois o ferro havia se oxidado. O núcleo inicial, que abrigava o antigo moinho, era todo feito de tijolos e estava no centro do terreno.

O projeto de reconversão da área contou com a inserção de dois novos prédios que constituiria o complexo educacional Ibrahim Alves de Lima, uma escola de ensino fundamental e a secretaria de educação municipal da cidade. Entretanto o foco do projeto se tornou o edifício pré-existente da região pela sua característica histórica. Sendo ele o responsável por abrigar o centro de qualificação dos professores.

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FIGURA 7 – Implantação do centro educacional. 1. Praça / 2. Centro de qualificação dos professores / 3. Secretaria da educação / 4. Escola pública / 5. Estacionamento / 6. Pátio descoberto / 7. Quadra poliesportiva. Fonte: GERGHI. 2012

Os responsáveis pela intervenção no local foi o escritório do arquiteto Rafael Perrone, na qual tiveram alguns desafios ao longo do processo projetual. Dentre eles a necessidade de análise da situação atual do moinho, identificando diversas alterações feitas ao longo da vida útil do moinho que descaracterizaram a sua estrutura original. A partir da análise, foi identificado a possibilidade de demolição de determinados galpões que descaracterizavam a edificação original e a chaminé presente, um dos principais elementos visuais na paisagem urbana da cidade de Ribeirão Pires. A intervenção buscou principalmente resgatar suas características originais, valorizando a história do edifício. Durante a execução da obra, procurou-se resgatar e manter muitas das características originais. Algumas partes foram refeitas com os próprios tijolos encontrados no local. Parte das paredes externas, que ainda estavam em boas condições estruturais foi incorporado ao projeto. Coberturas e estruturas internas foram reformuladas usando estruturas metálicas, fechamentos em painéis leves, pisos elevados etc. (DUARTE, 2015. p, 38)

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FIGURA 8 – Planta do térreo. 1. Auditório / 2. Café / 3. Sala “A” exposições / 4. Sala “B” exposições / 5. Exposições / 6. Sanitários. Fonte: GERGHI. 2012

FIGURA 9 – Planta do pavimento intermediário. 1. Mezanino “A” / 2. Mezanino “b” / 3. Sala de aula. Fonte: GERGHI. 2012

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FIGURA 10 – Planta do pavimento superior. 1. Salas de aula. Fonte: GERGHI. 2012

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FIGURA 11 – Cronologia Construtiva do moinho Fratelli Maciotta. Fonte: Elaborado pela autora.

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A partir da figura 11 é possível identificar a cronologia construtiva e as diferentes formas que o moinho teve ao longo do tempo, evidenciando as intervenções realizadas de acordo com as necessidades de cada época. Além de ressaltar as mudanças feitas na intervenção de 2004. O complexo educacional foi inaugurado em 2004 e funcionou até o ano de 2009 quando a prefeitura solicitou ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) uma análise técnica para a identificação a situação atual do moinho. De acordo com o laudo do IPT (2009) foi identificado a presença de sais impregnados na estrutura original do edifico, que ocasionou a deterioração dos elementos metálicos, alvenarias e revestimentos inseridos pós restauração do edifício em 2004. Apesar disso, o IPT alega que não há um comprometimento estrutural do edifício, e que reparos são recomendados para evitar uma maior corrosão. (DUARTE, 2015)

FIGURA 12– Perspectiva da proposta final. Fonte: GERGHI. 2012

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FIGURA 13 – Fachada posterior e lateral. Fonte: GERGHI. 2012

FIGURA 14 – Mezanino pavimento intermediário. Fonte: Andres Ortero

Desde então edifício se encontra abandonado pela prefeitura do município sem realizar os reparos solicitados pelo IPT. Consequentemente a situação atual do edifício se mostra cada vez mais agravada pelas patologias identificadas pelo IPT, uma vez que não sofreu 26


reparos desde 2009, o ano em que foi identificado. Além disso, sofre com as ações naturais e de vandalismo. Em 2015 é apresentado um projeto à prefeitura na qual visa a demolição do moinho para a implementação de um shopping. Diante dessa situação, é elaborado uma diretriz de tombamento pelo historiador Marcílio Duarte na qual apresenta o histórico e a importância que o moinho tem para a história e paisagem urbana da cidade de Ribeirão Pires. Em 2018 o edifício sofre um processo de tombamento pelo Condephaat, a partir da resolução SC-15, de 26 de fev. de 2018. De modo a assegurar a preservação do edifício estabelece o perímetro do tombamento e área envoltória conforme figura abaixo:

FIGURA 15 – Perímetro de tombamento e área envoltória. Fonte: Resolução de tombamento C15, de 26-2-2018, alterado pela autora.

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1.2 ANÁLISE URBANA 1.2.1 REGIÃO

Figura 16 – Localização do perímetro de intervenção na RMSP e Ribeirão Pires. Fonte: Google Earth, 2021. Alterado pela autora

Figura 16 – Imagem aérea do perímetro de intervenção. Fonte: Google Earth, 2021. Alterado pela autora

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FIGURA 17 – Mapa de análise da região. Fonte: Elaborado pela autora.

A partir da análise da região central da cidade é possível perceber que a linha férrea é um objeto estruturante para a formação da cidade. É denominado centro alto e centro baixo da cidade a partir da divisão realizada pela linha férrea. A região nordeste a linha, onde está localizada o centro histórico da cidade e onde se deu as primeiras ocupações onde é possível identificar uma maior presença dos usos comerciais na região. Enquanto o centro alto, sudoeste a linha férrea, possui maior quantidade de residências e os

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comércios estão localizados apenas nas regiões de alto movimento, próximos a linha férrea. Um dos fatores para o acúmulo do uso comercial é o fluxo viário presente na cidade, suas principais vias estão localizadas paralelas a linha férrea, sendo elas responsáveis por distribuir o fluxo dos carros para o restante da cidade além de levar a outras regiões da RMSP. Sendo ela composta pela Avenida Santo André e a Avenida Humberto de Campos, localizadas à sudoeste da linha férrea no centro alto e a Avenida Capitão José Galo localizada ao nordeste a linha no centro baixo.

FIGURA 18 – 3D da região. Fonte: Elaborado pela autora.

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Quanto aos equipamentos urbanos é possível identificar uma maior quantidade no centro baixo da cidade, onde conta com a presença de escolas, centro cultural, praças, parques e clubes. No centro alto da cidade estão localizados alguns equipamentos que fazem parte da dinâmica da cidade e são responsáveis pelo fluxo de pedestres e de carros da cidade, como escolas publicas e privadas e um hospital de emergência. Além disso, há uma questão ambiental que deve ser considerada. A presença de um córrego que desemboca na represa Billings presente no canteiro central da avenida Brasil sendo ela responsável por levar o fluxo de carros para as regiões extremas da cidade. Sua situação atual é de um córrego canalizado e poluído e assim como a linha férrea ele se mostra uma barreira natural. A presença de áreas verdes e de convívio é escassa na cidade, ainda que todo o território da cidade esteja em área de proteção a manancial. A vegetação viária se faz presente no centro alto da cidade, ao passo que o centro baixo e histórico da cidade, há poucos resquícios vegetais, tornando o local árido e seco.

1.2.2 BAIRRO A área de intervenção se encontra na divisa entre dois bairros do município, o centro baixo e centro alto. Como citado anteriormente, ambos possuem características e dinâmicas diferentes que foram criadas a partir da separação causada pela linha férrea. Entretanto, junto a linha férrea as características se mesclam e tornam-se similares. Sua predominância de usos comerciais faz com que próximo a área de intervenção seja um local de alto movimento de veículos e de pedestres, resultando numa certa urbanidade espacial.

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1.2.3 ENTORNO IMEDIATO A análise dos usos se mostrou interessante pela diversidade presente próximo a área de intervenção. Um dos principais fatores que norteiam o conceito de urbanidade e vitalidade urbana é um espaço capaz de abranger diversos tipos de usos proporcionando relações interpessoais durante diversos períodos do dia.

FIGURA 19– Mapa de usos. Fonte: Elaborado pela autora.

Além disso é possível perceber a presença de equipamentos importantes que configuram a dinâmica do espaço, como a estação de trem, terminal de ônibus, igreja matriz e escolas.

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Tais equipamentos determinam diversos dados, como a quantidade de transeuntes presentes em determinados períodos do dia e os fluxos gerados em decorrências do uso. Tal análise se mostra necessária para a identificação dos fluxos e dinâmicas dentro da área para conceber um projeto que inclua as necessidades atuais dos usuários da região. Quando a questão topográfica, a área de intervenção se encontra no vale no qual a linha férrea esta inserida, em suas adjacencias há um aclive na topografia, sobretudo na região do centro alto. Por conta disso, as regiões mais altas mantem uma relação visual direta ao vale.

FIGURA 20– Igreja Matriz a esquerda e terreno da intervenção gradeado a direita. Fonte: Autora, 2021.

Um dos principais pontos a serem observados na análise do entorno imediato é como os fluxos se comportam e como esse fato altera a dinâmica e caracteristica do local. É possivel identificar que o principal fluxo de carros esta concentrado nas vias paralelas à linha férrea, possuindo grande importância para a cidade visto que são as vias que fazem a distribuição para outras regiões da cidade e municipios. O maior fluxo de pedestres se da por conta dos usos do local. É nótorio que a presença da linha férrea é um dos principais elementos que influenciam na presença de pedestres no local, assim como os pontos de ônibus. Outro fator que influencia nessa dinâmica, é a presença dos comércios e instituições como a igreja matriz e escolas, entretanto eles geram um fluxo de pedestres em periodos pontuais do dia. 33


Outro fator que comprova o alto fluxo de pedestres proximo a estação é a presença de comerciantes ambulantes, estão concentrados principalmente proximos a passarela que cruza a linha férrea de um lado ao outro.

FIGURA 21 – Mapa de Fluxos. Fonte: Elaborado pela autora.

1.2.4 TERRENO O perímetro de intervenção irá se concentrar no complexo educacional Ibrahim Alves de Lima na qual o Moinho Fratelli Maciotta está inserido, no terreno ao lado pertencente a CPTM, que fora o antigo pátio ferroviário, e as áreas verdes de permanência significativas para o projeto de requalificação, como a praça da igreja matriz e a praça José Elias Fernandes.

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O local se mostra ser um principal instrumento para revitalização da área central da cidade, possuindo uma potencialidade fundamental para a melhoria do local. Se encontra numa área estratégica e valorizada da cidade, próximo aos principais equipamentos urbanos e sobretudo a estação ferroviária. O local se encontra na zona de interesse ao patrimônio, de acordo com o plano diretor da cidade (Lei Nº 5907, de 23/10/2014), a zona é descrita como: As Áreas de Interesse do Patrimônio (AIP) são áreas formadas por sítios, ruínas e conjuntos de relevante expressão arquitetônica, histórica, cultural, turística e paisagística, cuja manutenção seja necessária à preservação do patrimônio cultural e natural do Município.

Quando a mobilidade e acessos o terreno se encontra lindeiro as principais vias da cidade, a avenida Santo André e a avenida Humberto de Campos, sendo ela um dos principais meios de conexão com cidades vizinhas como Rio Grande da Serra e Mauá. Nos fundos do terreno está localizada a linha férrea na qual o plano de intervenção irá propor uma travessia entre os dois lados da cidade permitindo uma maior permeabilidade, e sendo ele uma das principais condicionantes do terreno. Outra característica importante é a topografia do terreno próxima a entrada para a estação, o desnível presente do topo da avenida santo André até a cota mais baixa do terreno é de 6 metros. Quando as edificações pré-existentes algumas serão anexadas ao plano de intervenção, como o polo EMAD responsável pelo programa Saúde Em Casa do governo do estado de São Paulo e o depósito presente no terreno do complexo educacional. Além disso o primeiro ponto de ônibus da cidade se encontra lindeiro ao terreno de intervenção, que também será integrado ao projeto de requalificação da área valorizando-o como um patrimônio histórico da cidade. As edificações de uso comercial realizadas pela prefeitura da cidade se mostram em decadência a partir da análise urbana do local, localizado em um local desvalorizado e sem a presença de pedestres fazem com que grande parte dessas lojas não tenha uso devido a condição não propicia para vendas. O local será revisto na proposta de intervenção dando local ao plano de transposição da linha férrea. Quando ao uso

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comercial ele será realocado para outra parte do parque proporcionando maior uso e vitalidade para o local. Quando as praças da Igreja Matriz e a praça José Elias Fernandes que mantém conexão direta com o perímetro e intervenção, ambas se encontram degradadas e negligenciadas pela prefeitura. A praça da Igreja Matriz, localizada em frente à igreja possui área verde e uma cobertura capaz de abrigar diferentes eventos, entretanto ao longo dos dias ela se mantém vazia pela condição que se encontra, havendo escassez de mobiliário urbano que perpetua o desuso do local o tornando inseguro em determinadas horas do dia.

FIGURA 22 – Edificações de uso comercial próximo ao terminal de ônibus. Fonte: Autora, 2021.

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FIGURA 23 – Praça da Igreja matriz. Fonte: Autora, 2021.

FIGURA 24 – Praça da Igreja matriz. Fonte: Autora, 2021.

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FIGURA 25 – Praça José Elias Fernandes. Fonte: Autora, 2021.

FIGURA 26 – Praça José Elias Fernandes. Fonte: Autora, 2021.

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Quanto a praça José Elias Fernandes, foi implantado quiosques comerciais da mesma tipologia apresentada na figura 22 pela prefeitura do município. A partir da análise empírica do local pode-se observar que essa intervenção trouxa sensação de insegurança em determinados locais dessa praça, a tornando inutilizável para fins de permanência. Assim como no caso dos quiosques comerciais localizados próximo ao terminal de ônibus, o plano de intervenção deste projeto busca solucionar essa questão a partir da diretriz de realocação dessa tipologia de comércio para um local mais apropriado, assim esta praça pode voltar a ser um espaço agradável de convívio e passagem. A vegetação existente no terreno do antigo pátio da CPTM e no Complexo Educacional tem como predominância uma vegetação rasteira e arbórea, característica pela falta de manutenção. As árvores de grande porte se encontram no centro do terreno próximo as edificações pré-existentes.

FIGURA 27 – Vista do terreno do antigo pátio ferroviário. À direita o estacionamento utilizado pelos funcionários da CPTM e a esquerda a topografia acidentada do terreno. Fonte: Autora, 2021.

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Figura 28 – Mapa de situação 41 atual Fonte: Elaborado pela autora


FIGURA 29 – A primeira parada de ônibus da cidade. Fonte: Autora, 2021.

A partir da análise solar, pode-se observar que o terreno possui boa incidência solar durante todo o ano, tal fator ocorre pelo terreno estar inserido em uma área junto a linha férrea e que possui como características poucas edificações de grande porte e altura. Além disso, a falta de arborização no terreno

torna

o

espaço

FIGURA 30 - Solstício de Verão (21 de dez.) Fonte: Elaborado pela autora

pouco

agradável para o convívio ao ar livre devido à forte incidência solar durante o dia. A proposta de implantação de um parque trará bons resultados quanto ao

conforto

buscando

térmico inserir

do

espaço,

uma

maior

arborização e áreas verdes com o

FIGURA 31 - Solstício de Inverno (21 de jun.) Fonte: Elaborado pela autora

intuito de diminuir a ilha de calor 42


presente na região, tornando um ambiente mais agradável e confortável proporcionando

bons

espaços

de

convívio. A partir da análise urbana identificada até aqui, foi necessário a elaboração de um

mapa

diagnóstico

de

potencialidades e problemáticas (figura

Figura 32 - Equinócio de Primavera e Outono (21 de set. / 21 de mar.) Fonte: Elaborado pela autora

33) da região que será capaz de direcionar as principais diretrizes para a elaboração do plano de requalificação da área direcionando as intervenções necessárias para a solução das problemáticas presentes no local e evidenciando as potencialidades existentes. Além disso ele reafirma a necessidade de uma intervenção, sendo ela urbana e ao patrimônio, na área escolhida. Possuindo grande quantidade de problemáticas capazes de serem solucionadas através de um plano de requalificação possuindo grande potencial reestruturador na cidade de Ribeirão Pires.

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44 Figura 33 - Mapa de Análise urbana: Potencialidades e Problemáticas. Fonte: Elaborado pela autora


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2.1 PARTIDO Após a análise urbana e histórica da região foi possível identificar as suas principais problemáticas e potencialidades da região capazes de guiar as diretrizes de intervenção do espaço:

Figura 34 - Tabela de diretrizes. Fonte: Elaborado pela autora

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O projeto busca alinhar-se as necessidades urbanas e às condicionantes da região, obtendo um projeto capaz de reestruturar o centro da cidade através da requalificação dos espaços livres e reintegração do patrimônio histórico em sociedade. Tem como principal objetivo a reconexão dos espaços subutilizados com a cidade, tornando-se palco para as relações interpessoais capazes de revitalizar a urbanidade da região. Sendo assim, o projeto se divide em três vertentes que se convergem num projeto integrado: Urbanístico, Patrimônio e Arquitetônico.

2.1.1 URBANO O projeto urbano consistiu na elaboração de uma estratégia que pudesse requalificar a área que se apresenta subtilizada, embora tendo grande potencial reestruturador na cidade. A partir da análise das problemáticas e potencialidades do local foi decidido a elaboração de um parque urbano que contemplasse todas as necessidades da região além de se tornar um dos principais eixos entre os diversos tipos de equipamentos da região. Havendo a reintegração do espaço com a cidade e seus usuários, tornando-o um local de passagem e de permanência. Pensado a partir das relações e dinâmicas interpessoais que se dão nas áreas públicas da cidade, o projeto mantém relações com os usos préexistentes no local assim como na elaboração de novos usos capazes de potencializar a urbanidade na região. A partir do estudo abaixo foi possível identificar os principais eixos de conexão entre os usos pré-existentes do local, dando os primeiros sinais de um projeto urbano que correspondesse as necessidades do local.

49


Figura 35 - Diagrama conceitual dos eixos e fluxos principais. Fonte: Elaborado pela autora

O espaço foi pensado a partir da ideia de criar um roteiro de passagem para os transeuntes que passam pela região. Os elementos presentes no projeto além de propor um fluxo pré-determinado instiga a permanência dos usuários da região. Além de evidenciar os equipamentos urbanos pré-existentes do local. Um dos principais elementos capaz de propor a dinâmica entre o fluxo do pedestre e local de permanência foi a inserção das escadarias que vencem o desnível presente no terreno. Além de solucionar uma condicionante do terreno ele propõe espaços de permanência podendo funcionar como arquibancada para apresentações ou eventos que possam ocorrer no espaço. Na figura 36 é possível identificar a escadaria mais significativa do projeto na qual soluciona uma das condicionantes do terreno, o desnível entre o nível da rua e o nível mais baixo do terreno, e propõe um espaço de permanência a partir de um espaço amplo e livre localizado na sua frente a escadaria propiciando a utilização da escadaria como arquibancada para eventos que possa ocorrer no local. Na figura 37 é apresentado a 50


outra escadaria significativa para o projeto de intervenção, sua presença acontece pela presença do anexo criado para solucionar as questões de programa e a transposição entre os dois lados da cidade, tema que será retomado nos próximos itens do capítulo.

Figura 36 - Escadaria presente no projeto de intervenção. Fonte: Elaborado pela autora

Figura 37 - Escadaria de acesso ao anexo. Fonte: Elaborado pela autora

51


Figura 38 - Escadaria presente no projeto de intervenção. Fonte: Elaborado pela autora

Quanto as edificações pré-existentes que foram realocadas, as de tipologia comercial foram pensadas a ter o máximo de aproveitamento possível dentro do contexto urbano, sendo reinseridas próximo ao maior fluxo de pedestres sendo proveitoso para seu uso comercial, este item será abordado posteriormente

no

partido

arquitetônico da intervenção. Quanto as edificações de cunho residencial inseridas no terreno da CPTM foi prevista a realocação delas por alguns fatores, dentre eles a qualidade construtiva e no potencial Figura 39 - Tipologias residenciais atualmente. Fonte: Elaborado pela autora

de intervenção urbana que traria maiores ganhos para a comunidade.

52


Aliado a necessidade de realocação das famílias que residem neste local e a preocupação com a gentrificação que poderá ser ocasionada após a recuperação do centro da cidade através do plano de intervenção foi pensado numa diretriz projetual que abrigasse habitação e interesse social Figura 40 - Residência existente dentro do perímetro de intervenção. Fonte: Autora, 2021

na região. Sendo assim, o complexo industrial, que hoje se encontra desativado, dará local para a habitação de interesse

social

que

abrigará

a

família realocada e outras famílias que

estão

em

situação

de

vulnerabilidade e ou em áreas de Figura 41 - Residência existente dentro do perímetro de intervenção. Fonte: Autora, 2021

risco da cidade. Além de prevenir a gentrificação

do

espaço

requalificado, a região conta com inúmeros

equipamentos

urbanos

favorecendo o direito à cidade para aqueles com menor poder aquisitivo. Além disso, seu uso habitacional trará maiores benefícios para a região favorecendo

maior

fluxo

de

pedestres em diferentes horários Figura 42 - Imagem aérea do complexo industrial (desativado). Fonte: Google Earth, 2021 alterado pela autora.

aumentando cada vez mais o uso do parque.

53


Quando a intervenção das praças préexistentes a praça da igreja matriz recebeu um novo tratamento de piso, alteração do seu desenho antigo com um traçado mais atual

e

mobiliário

urbano

na

qual

possibilita a permanência dos usuários do local. Além disso, o novo desenho leva em consideração a edificação pré existente destinada a receber eventos e ser palco para shows e apresentações. Quanto a praça José Elias Fernandes, após a realocação das edificações comerciais que ali residia, foi reinserido na cidade como um espaço de permanência e circulação. Figura 43 – Implantação da praça da igreja Matriz. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 44 – Implantação da praça José Elias Fernandes. Fonte: Elaborado pela autora.

54


2.1.2 PATRIMÔNIO A intervenção ao patrimônio se concentrou na valorização do mesmo e na reinserção dele em sociedade. As principais diretrizes projetuais foi na elaboração e compatibilização de um novo uso que contemplasse a necessidade urbana e valorizasse o moinho como um patrimônio de grande importância para a história da cidade. Como principal diretriz para a reocupação do edificio foi no tratamento das patologias presentes em decorrência do sal presente nas paredes do prédio causando a oxidação dos elemetos metálicos inseridos durante a intervenção de 2004 feita pelo escritório do arquiteto Rafael Perrone. A intevenção se alinha as principais ideias do Camillo Boito (2003) na qual busca valorizar o patrimônio histórico valorizando todas suas passagens do tempo. O projeto de intervenção foi pensado a partir de uma intervenção mínima e na valorização do elemento histórico. “[...] ênfase no valor documental dos monumentos, que deveriam ser preferencialmente consolidados a reparados e reparados a restaurados; evitar acréscimos e renovações, que, se fossem necessários, deveriam ter caráter diverso do original, mas não poderiam destoar do conjunto; os completamentos de partes deterioradas ou faltantes deveriam, mesmo se seguissem a forma primitiva, ser de material diverso ou ter incisa a data de sua restauração ou, ainda, no caso das restaurações arqueológicas, ter formas simplificadas; as obras de consolidação deveriam limitar-se ao estritamente necessário, evitando-se a perda dos elementos característicos ou, mesmo, pitorescos; respeitar as várias fases do monumento, sendo a remoção de elementos somente admitida se tivessem qualidade artística manifestamente inferior à do edifício; registrar as obras, apontando-se a utilidade da fotografia para documentar a fase antes, durante e depois da intervenção, devendo o material ser acompanhado de descrições e justificativas e encaminhadas ao Ministério da Educação; colocar lápide com inscrições para apontar a data e as obras de restauro realizadas (BOITO, 2003, p.21, apud OLIVEIRA, 2009, p. 81)

À partir da análise e condição atual do moinho, pode-se observar que determinados elementos presentes na intervenção de 2004 desvalorizava o patrimônio e ou não havia harmonia entre o elemento histórico e a intervenção contemporânea. Foi decidido que a demolição destes elementos traria beneficios para a valorização do edificio. Dentre os elementos citados estão a caixa metálica na cor vermelha que apesar de se mostrar diferente da construção original evidenciando o passado e o presente não dialoga com o restante do patrimônio e obstrui a visualização do mesmo como representado na figura 45. 55


Figura 45 – Fachada frontal, intervenção de Rafael Perrone. Fonte: GERGHI. 2012

Outro elemento que prejudica o diálogo com o elemento histórico foi a criação da estrutura elevada no auditório, juntamente com o bloco de sanitários criado para compor o bloco de apresentações. Hoje ele se encontra em estado degradado, sofrendo com as patologias decorrentes a intempéries e vandalismo. Sendo assim, serão demolidos com o intuito de valorização do patrimônio histórico. Outro item a ser abordado são as paredes construidas para o bloco de sanitários e os frontões durante a intervenção de 2004. Apesar de ser uma intervenção contemporânea eles possuem a estética original do moinho, podendo ser considerada um falso histórico. Apesar disso, não haverá demolição dessas paredes mas sim o tratamento de revestimento para que elas possam ser diferenciadas da parede original. A intervenção buscou solucionar o problema da falta de acessibilidade dentro do moinho com a inserção de um piso elevado que nivelasse todos os blocos tornando-o acessível e conservando o piso em seu estado original. Em determinados pontos esse piso torna-se translúcido para a visualização do piso original.

56


Na laje de cobertura do anexo de sanitários, onde a caixa vermelha foi demolida, tornase um espaço de convívio e de contemplação para o parque localizado frente dele. A criação de um anfiteatro localizado na fachada lateral do edificio torna-se um dos elementos principais de intervenção do moinho. Possibilita a elaboração de diversos tipos

Figura 46 – Perspectiva da Intervenção do Moinho Fratelli Maciotta. Fonte: Elaborado pela autora Figura 47 – Perspectiva da Intervenção do Moinho Fratelli Maciotta. Fonte: Elaborado pela autora

57


de eventos além de ser um espaço contemplativo e de permanência. Valorizando o moinho como plano de fundo para essas interações humanas que se darão no exterior do edificio. Além disso buscou integrar o moinho aos outros edificios pré existentes do local, e ao parque. Favorecendo a permeabilidade do local e a intensa circulação de pedestres nessa região, um dos fatores primordiais para a vitalidade do espaço.

Figura 48 – Perspectiva da Intervenção do Moinho Fratelli Maciotta. Fonte: Elaborado pela autora

Figura 49 – Perspectiva da Intervenção do Moinho Fratelli Maciotta. Fonte: Elaborado pela autora

58


Figura 50 – Perspectiva da Intervenção do Moinho Fratelli Maciotta. Fonte: Elaborado pela autora

Figura 51 – Perspectiva da Intervenção do Moinho Fratelli Maciotta. Fonte: Elaborado pela autora

59


Figura 52 – Diretriz de intervenção do Moinho Fratelli Maciotta Fonte: Elaborado pela autora

60


2.1.3 ARQUITETÔNICO A intervenção arquitetônica buscou suprir as necessidades do plano urbano, dentre eles a questão da realocação das tipologias comerciais que fora demolida para abrigar outros usos e a criação de um anexo que mantem conexões diretas com o moinho servindo como um complemento. A galeria comercial foi implantada num local estratégico, onde posteriormente havia uma maior concentração de comércio ambulantes e alta circulação de pedestres, além de proporcionar um espaço de fachadas ativas ele influência na presença de pedestres passando no local durante várias horas do dia, um dos principais fatores para o sucesso comercial e vital para o desenvolvimento urbano. Sendo implantado entre o desnível da avenida Santo André com o nível mais baixo do terreno do parque, ele se passa despercebido a partir do nível da rua, entretendo se mostra presente no nível do parque. Algo que não compromete a permeabilidade visual do local.

Figura 53 – Corte da galeria comercial. Fonte: Elaborado pela autora.

61


Figura 54 – Corte do anexo. Fonte: Elaborado pela autora.

Quando ao anexo construído ele busca se integrar ao programa do moinho servindo como um complemento do mesmo, além disso ele faz parte da diretriz de transposição da linha férrea por uma passagem subterrânea conectando os dois lados da cidade. Localizado no subsolo, ele se mantém discreto na paisagem urbana sem ter interferências diretas com o moinho, valorizando o patrimônio histórico da cidade e permitindo maior permeabilidade visual para o espaço.

Figura 55 – Corte do anexo. Fonte: Elaborado pela autora.

62


Figura 56 – Vista da passagem principal do anexo e transposição a linha férrea. Fonte: Elaborado pela autora

Figura 57 – Vista da galeria comercial e o calçadão. Fonte: Elaborado pela autora

63


Figura 60 – Vista da galeria comercial e escadaria. Fonte: Elaborado pela autora

64


Figura 58 – Vista da passagem principal do anexo e transposição a linha férrea. Fonte: Elaborado pela autora Figura 59 – Vista do acesso principal do anexo Fonte: Elaborado pela autora

65


2.2 PROGRAMA 2.2.1 ESTUDO DE CASO Para a elaboração do programa da intervenção foram analisados dois projetos que mais se aproximavam da proposta final.

Figura 61 – Parque Linear Grande Canal da Cidade do México. Fonte: Onnis Luque, 2020

Um deles foi uma intervenção realizada na Cidade do México com a implantação de um parque linear realizada pelo escritório Arquitectura y Diseño Urbano em 2020. Teve como proposta principal a revitalização do canal da cidade, reinserindo o espaço na sociedade. Seu programa fora concebido para atender as necessidades da região e trazer vitalidade para o espaço atendendo todos os públicos da região. Uma das principais características que se aproximam do trabalho de intervenção no Parque Urbano Moinho Fratelli Maciotta é a questão da topografia e transposição que fora resolvida através de escadarias e ponte que conectam um lugar ao outro.

66


Figura 62 – Parque Linear Grande Canal da Cidade do México. Fonte: Onnis Luque, 2020, alterado pela autora.

Figura 63 – Parque Linear Grande Canal da Cidade do México. Fonte: Onnis Luque, 2020

67


Figura 64 – Tabela do programa do Parque Linear Grande Canal da Cidade do México. Fonte: Elaborado pela autora

Figura 65 – Setorização do Parque Linear Grande Canal da Cidade do México. Fonte: Elaborado pela autora

O segundo projeto analisado foi a intervenção de 2004 no complexo educacional Ibrahim Alves de Lima, na qual o plano de intervenção do Moinho Fratelli Maciotta fez parte. Este projeto foi escolhido para compreensão da dinâmica do espaço e suas problemáticas e potencialidades. Como dito no primeiro capítulo, o projeto nasceu na necessidade de revitalizar a área do moinho que se encontrava degradada e desapropriada desde 2001 pela prefeitura do município. 68


Contou com um programa composto por três edifícios, o Moinho Fratelli Maciotta que fora sede do centro de qualificação dos professores, a escola municipal e o a secretaria de educação.

Figura 66 – Tabela do programa do Complexo Ibrahim Alves de Lima. Fonte: Elaborado pela autora

69


Figura 67 – Setorização da intervenção de 2004 do moinho Fratelli Maciotta. Fonte: Elaborado pela autora

70


Figura 68 – Setorização da implantação do Complexo Ibrahim Alves de Lima. Fonte: Elaborado pela autora

71


2.2.2 PROGRAMA DO PROJETO Para a elaboração do programa do projeto foram analisados os estudos de caso visto anteriormente e a necessidade que o local apresentava. O programa deveria abranger todos os usos pré-existentes do perímetro de intervenção além de completá-lo de acordo com sua necessidade. A

figura

69

apresenta

um

diagrama conceitual do programa do parque e seus respectivos ambientes. compreendido

O

parque pelos

foi

principais

usos de contemplação, recreação e esporte contando com as áreas verdes e de circulação. Além disso, conta com as edificações que contemplam

o

restante

do

programa do parque. O anexo do

Figura 69 – Diagrama conceitual programa do parque urbano Moinho Fratelli Maciotta. Fonte: Elaborado pela autora

moinho e a galeria comercial. A galeria comercial conta com 11 unidades comerciais sendo seis delas com 22.8m² e cinco com 33.8m², banheiro público para os usuários do parque e transeuntes do local e um espaço família que conta com um fraldário e copa. Além disso há a presença de um bicicletário público, localizado próximo à estação de trem da CPTM sendo um incentivo aos moradores da região para o uso de bicicletas e transporte público. O anexo criado para completar o uso do moinho conta com o bloco de apresentações com um auditório de capacidade máxima de 143 pessoas, camarim, depósito e vestiários. O bloco administrativo com a sala de reunião e administração, copa, vestiários e bilheteria. Um café/lanchonete e por fim o banheiro público que contempla os usuários do auditório e lanchonete, assim como os usuários do parque e transeuntes.

72


Figura 70 – Planta da galeria comercial. Fonte: Elaborado pela autora

Figura 71 – Planta do anexo. Fonte: Elaborado pela autora

73


O programa do parque é elaborado a partir de três seguimentos, contemplativa, recreativa e esportiva. O setor esportivo conta com uma quadra poliesportiva, um espaço de academia ao ar livre com equipamentos variados e um espaço skatável. A área recreativa, conta com a presença de playground, petplace, área de piquenique, anfiteatro e a área destinada a eventos, shows e apresentações localizadas frente a escadaria.

74


O espaço contemplativo e de permanência se faz presente por todo o perímetro de intervenção, sobretudo a presença do deck contemplativo com espelho d’agua e cascata, calçadão de ipês, escadaria e pórticos.

75 Figura 72 – Planta de implantação do parque. Fonte: Elaborado pela autora


76


Figura 73 – Cortes urbanos do parque. Fonte: Elaborado pela autora

77


78


Figura 74 – Implantação do Moinho Fratelli Maciotta Fonte: Elaborado pela autora

79


Quanto ao Moinho Fratelli Maciotta, ele se torna um edifício com um programa expositivo dedicado a contar a história do edifício e da cidade de Ribeirão Pires. Conta com as áreas expositivas e a inserção do mirante presente no 1º pavimento. A presença do bar/restaurante no pavimento térreo proporciona uma maior quantidade de usuários no edifício, além de propor um uso em horário prolongado. Tal fator gera maior urbanidade para o espaço, visto que quanto mais usuários em diferentes horários do dia, maior será a vitalidade urbana daquele local. O bar/restaurante foi pensado para que dialogasse diretamente com o uso expositivo do moinho, mas que, se for preciso pode ser desconexo através de fechamentos que bloqueiam a passagem para o setor de exposição. Sendo assim, a presença de dois blocos de sanitários foi pensada para que esses dois setores do edifício pudessem ser independentes um do outro e quando necessário conectados. O bloco de sanitários que contempla o bar/restaurante já estava presente construído na intervenção de 2004. Já o bloco de sanitários que contempla o setor expositivo foi criado na intervenção atual. Inserido na fachada posterior do edifício, se mantém discreto na paisagem não interferindo a visualização dos usuários para o edifício original, seu acesso se faz pelo bloco onde fora o auditório na intervenção de 2004. No primeiro pavimento estão localizados o mezanino expositivo e o mirante. Já o segundo pavimento é contemplado por mais uma parte expositiva com um bloco de sanitários e salas dedicada a administração do prédio.

80


Figura 75 – Plantas 1º e 2º pavimento do Moinho Fratelli Maciotta Fonte: Elaborado pela autora

81


Figura 76 – Cortes e elevações Moinho Fratelli Maciotta Fonte: Elaborado pela autora

82


Figura 77 – Elevações Moinho Fratelli Maciotta Fonte: Elaborado pela autora

83


2.3 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS Assim como o partido, as características construtivas serão destrinchadas em três vertentes, urbana, arquitetônica e patrimônio.

2.3.1 URBANO Uma das principais características construtivas que fazem parte do parque e é aliado ao partido projetual do mesmo, foi a possibilidade de permeabilidade do solo que auxilia na drenagem do local, visto que a área a ser trabalhada se encontra no fundo de vale próximo ao córrego que desemboca na Represa Billings. Sendo assim, o piso utilizado foi o drenante sendo capaz de absorver parte das águas pluviais. Segundo o fabricante Braston, o piso possui a capacidade de absorção de até 3 litros de água em 5 segundos. Quanto ao acabamento, possui 4 cores distintas no projeto, como mostra

a

figura

79,

todos

do

fabricante Braston. Figura 78– Detalhe esquemático do piso drenante. Fonte: Elaborado pela autora

Figura 79 – Modelos de piso Drenante. Fonte: Braston

84


O mobiliário urbano projetado no parque foi pensado a partir dos diferentes usos e apropriações que o local terá, tornando o espaço democrático para todos. Conta com três principais tipologias de bancos localizadas ao longo do perímetro da intervenção. Sua materialidade é composta por concreto armado devida sua fácil e execução e baixa manutenção. Dialoga bem com a umidade presente nas floreiras através do tratamento de impermeabilizantes e supre a necessidade dos usuários com seu desenho de bancos e mesas.

Figura 80 – Tipologias de jardineiras/bancos. Fonte: Elaborado pela autora

85 Figura 81 – Calçadão comercial e jardineiras. Fonte: Elaborado pela autora


2.3.2 PATRIMÔNIO A intervenção ao patrimônio contou com a recuperação do edifício com base no parecer técnico elaborado pelo IPT em 2009 seguindo as seguintes sugestões: •

Recuperação das estruturas metálicas danificadas por conta da presença do sódio nas paredes originais através do chumbamento no encontro da parede original como sugerido pelo laudo técnico.

Criação de calçadas junto a edificação evitando a umidade ascendente do solo encostado nas paredes do prédio.

Recuperação do sistema de drenagem pluvial, adequando os telhados e reparando os danos existentes.

Adequação da caixilharia presente com material não metálico.

Além disso o projeto contará com a recuperação e conservação dos elementos originais danificados. A presença do piso elevado no pavimento térreo soluciona a questão da falta de acessibilidade dentro do edifício, além de impossibilitar o contato direto dos usuários com o solo original contaminado pelo sódio presente.

Além

de

facilitar

as

instalações elétricas e hidráulicas sem impacto

direto

no

patrimônio

tombado. O piso elevado conta com partes translucidas na qual o visitante consegue enxergar o piso original do edifício sem que haja o contato direto a ele como mostra a figura 77.

Figura 82 – Detalhe construtivo do piso elevado. Fonte: Elaborado pela autora

86


Figura 83– Entrada do bloco expositivo. Fonte: Elaborado pela autora

A inserção de floreiras pré-moldadas na entrada principal do bloco expositivo se faz por conta da impossibilidade de inserir jardins naturais grudados as paredes originais, além de preservar o piso original. Compõem um desenho paisagístico interessante propondo um percurso a ser feito até a entrada do prédio.

Figura 84 – Detalhe construtivo do piso elevado. Fonte: Elaborado pela autora

87


A intervenção atual considerou que as janelas presentes no vestiário e WC no bloco de sanitários construída na intervenção de 2004 não valorizava a fachada do edifício, sendo retiradas da proposta atual. Como solução de ventilação desse espaço foi inserido um duto de ventilação que desemboca no pavimento superior, na floreira presente no mirante. A tubulação é feita entre o forro e o piso conforme mostra o detalhe esquemático da figura 83.

2.3.3 ARQUITETÔNICA Quanto as características arquitetônicas das edificações construídas dentro do perímetro de intervenção do projeto podemos salientar a similaridade entre a localização junto a terra através de cortinas de concreto estrutural. A estrutura de ambas se faz pelo sistema convencional pilar e viga de concreto armado feita in loco, seu pré-dimensionamento foi calculado considerando o pé direito e largura do vão. Parte da vedação é feita em caixilharia na cor preta assim como os guarda corpos presente no projeto. O anexo responsável por completar o uso do moinho e possibilitar a transposição a linha férrea conta com a presença de uma cobertura translúcida possibilitando a passagem de luz e de ventilação na sua circulação principal. Apesar de ser uma edificação localizada abaixo no nível da terra esta característica torna o ambiente amplo e bem iluminado, diferente do que é pensado quando é falado sobre passagens subterrâneas. Sua estrutura é feita a partir de vigas vagão metálicas capazes de vencer seu vão de quase dez metros de comprimento. Revestido na cor branca como um dos métodos de clarear ainda mais o ambiente tornando-o agradável para os transeuntes e usuários do local.

88


Figura 85 – Cobertura translúcida presente na circulação central do anexo. Fonte: Elaborado pela autora

2.4 PEÇAS GRÁFICAS Ver pranchas de projeto.

89


90


REFERÊNCIAS ALTAMISA. Projeto de reforma, Moinho Fratelli Maciotta. Ribeirão Pires, 2011. ARCHDAILY MÉXICO, Equipe. "Parque linear recupera espaço do histórico Grande Canal da Cidade do México". ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius). Disponível em: www.archdaily.com.br/br/951247/parque-linear-recupera-espaco-do-historico-grandecanal-da-cidade-do-mexico. Acesso em: 24 out. 2021. BOITO, Camillo. Os Restauradores; trad. Beatriz Mugayar Kühl. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. BRASTON. Pisos/Revestimentos. Disponível em: http://braston.com.br/produtos/pisorevestimento/#modelo. Acesso em: 26 nov. 2021. CATP. Levantamento da Indústria e Refinaria de Sal C. Cotellessa. Ribeirão Pires, 2003. CONDEPHAAT.

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Ferroviário

de

Ribeirão

Pires.

Disponível

em:

http://condephaat.sp.gov.br/benstombados/conjunto-ferroviario-de-ribeirao-pires/. Acesso em: 26 nov. 2021 CONDEPHAAT. Edifício Moinho Fratelli Maciotta (fábrica de sal). Disponível em: http://condephaat.sp.gov.br/benstombados/edificio-do-moinho-fratelli-maciotta-fabricade-sal/. Acesso em: 26 nov. 2021 DUARTE, Marcílio de Castro. Diretriz De Tombamento Do Moinho Fratelli Maciotta. Ribeirão Pires, 2015. 71 p. FREITAS, P. M. G. de. A história da cidade como instrumento de projeto e intervenção: o Núcleo Colonial de Ribeirão Pires, um estudo de caso. Revista CPC, [S. l.], n. 6, p. 69101,

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DOI:

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Disponível

em:

https://www.revistas.usp.br/cpc/article/view/15625. Acesso em: 30 abr. 2021. GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. São Paulo: Editora Perspectiva, 2015

91


GERGHI, Lucianna Carla Pezzolante. Sobreposições de arquiteturas como forma de intervir no espaço urbano consolidado. 2012. 195 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2012. Disponível em: http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/2595. Acesso em: 30 abr. 2021. IPT. Plantas Moinho Fratelli Maciotta - contaminação por NaCl. Ribeirão Pires, 2009. JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2018 OLIVEIRA, Raquel Diniz. Teoria e Prática da Restauração. UNISANTOS, Patrimônio: Lazer & turismo, v. 6, n. 7, jul. - ago. - set./2009, p. 75-91 OLIVEIRA, Mirian Cruxên Barros de; CAVANI, Gilberto de Ranieri. Atuação do IPT na preservação do patrimônio arquitetônico do Estado: caso do edifício Dom Helder Câmara, de Ribeirão Pires. Instituto de Pesquisas Técnológicas do Estado de São Paulo (IPT), 2009. PERRONE, Rafael Antonio Cunha. Fábrica de Sal. Conversão do antigo edifício fabril no Centro Educacional de Ribeirão Pires. Projetos, São Paulo, ano 16, n. 183.05, Vitruvius, mar. 2016. Disponível em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/16.183/5972. Acesso em: 30 abr. 2021.

92


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