Paquet谩
redescobrindo uma ilha buc贸lica
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Apresentação
Este é um guia voltado ao turismo arquitetônico e urbanístico na cidade do Rio de Janeiro. Em especial, abrange a Ilha de Paquetá (foto), localizada na Baía de Guanabara. O roteiro sugerido tem seu início na Praça XV de Novembro, local que concentra diversas construções de relevância histórica. Em seguida, segue-se de barca para a Ilha de Paquetá. Esse tradicional recanto turístico carioca integra paisagens naturais a um ambiente pitoresco, ao reunir ruas de saibro, casario histórico e lendas diversas. Através do percurso proposto, pode-se vivenciar o bucolismo presente na ilha, bem como compreender o seu apelido – “ilha dos amores” – dado por D. João VI.
Histórico
A colonização da Ilha de Paquetá é tão antiga quanto a do Rio de Janeiro. Sua descoberta ocorreu em 1555 pelo cosmógrafo francês André Thevet, ocasião na qual participava da expedição de Villegaignon com o objetivo de fundar a França Antártica no Brasil. Estácio de Sá vem ao Brasil com a missão de derrotar os franceses. Sua vitória resulta na fundação da cidade do Rio de Janeiro em 1565. Nesse mesmo ano, Estácio de Sá doa Paquetá a dois de seus companheiros de viagem, dividindo a ilha em norte e sul. Com a Família Real no Brasil, um alvará especial de D. João cria a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Monte. Em 1833, por decreto Imperial, a Ilha de Paquetá fica totalmente independente de Magé, passando a pertencer ao município da Corte. O bairro cresce a partir da vinda frequente de D. João VI a Paquetá (a partir de 1808) e através do romance “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo, apoiado, ainda, pelo funcionamento regular da linha das barcas, a partir de 1838.
Mobilidade
Como ponto de início do percurso, a Praça XV possui fácil acesso, estando localizada no Centro do Rio. Em suas proximidades, há inúmeras linhas de ônibus, a estação Carioca do metrô, além da estação das barcas – através da qual ocorre o embarque para a Ilha de Paquetá. Em Paquetá, o percurso proposto será realizado através de bicicleta, considerando a extensão da ilha. Por meio de paradas, torna-se interessante conhecer a diversidade de atrativos que Paquetá apresenta. Considerar tempo de visitação entre os atrativos foge da proposta deste guia, tendo em vista que o objetivo do mesmo é distanciar o visitante do relógio. Nesse sentido, trajetos estritamente definidos também são fora de escopo, já que a proposta é, de fato, perder-se pelas ruas de Paquetá e se encantar pelas surpresas que a ilha reserva.
ponte rio-niter贸i e sua monumentalidade
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Roteiro 1.1 Praça XV
2. 2 Paço Imperial 3. 3 Estação das Barcas 3
4 Baía de Guanabara 4.
5. 5 Ilha de Paquetá 6. 6 Igreja S. B. Jesus do Monte
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7 Caramanchão dos Tamoios 7. 8 Parque dos Tamoios 8.
9. 9 Capela de São Roque 10 Casa de Artes 11 Praia da Moreninha 12 Pedra da Moreninha 13 Parque Darke de Mattos
Roteiro 1.1 Praça XV
2. 2 Paço Imperial
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5. 5 Ilha de Paquetá 6. 6 Igreja S. B. Jesus do Monte 7 Caramanchão dos Tamoios 7.
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8 Parque dos Tamoios 8.
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9. 9 Capela de São Roque 10 Casa de Artes 11 Praia da Moreninha 12 Pedra da Moreninha 13 Parque Darke de Mattos
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A Praça XV de Novembro (panorama) retrata a história do Rio de Janeiro. Nos tempos coloniais e do império, era o local de desembarque para quem chegava ao Rio de Janeiro – o que inclui a família real e os governadores. Também foi o principal ponto de chegada de escravos africanos no Rio de Janeiro até a década de 1770, com a construção do Cais do Valongo.
praça xv
Como o Convento do Carmo foi a primeira grande construção, o local foi denominado inicialmente de Largo do Carmo e, posteriormente, de Largo do Paço. Hoje, reúne edificações centenárias que guardam a história do Rio de Janeiro – o Paço Imperial, o Arco dos Teles, o Convento das Carmelitas, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e o Chafariz do Mestre Valentim. 22°54'11.7"S 43°10'29.3"W
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O Paço Imperial (foto) foi construído em 1743 para a ser a Casa do Governo, já que era proibido chamá-lo de palácio, de acordo com uma lei lusitana da época. O edifício foi casa dos governadores por 20 anos e, com a transferência da capital da Bahia para o Rio de Janeiro em 1763, passou a ser Paço ViceReal. Com a chegada da corte portuguesa em 1808, uma das transformações imediatas que ocorrem na Praça XV foi a nomeação deste simples edifício do Brasil colônia com o título de Paço Real.
paço imperial
Neste local, D. João VI residiu por apenas nove meses. Da Proclamação da Independência (1822) até a Proclamação da República (1889) foi chamado de Paço Imperial, sendo utilizado como residência alternativa para os imperadores. Após a Proclamação da República, o prédio foi sede dos Correios e Telégrafos. Em 1938, o Paço foi tombado e, em 1985, depois de restaurado, tornou-se um centro cultural. Localização: Praça XV de Novembro, 48. 22°54'12.7"S 43°10'27.1"W
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estação das barcas
A Estação das Barcas é um conjunto de três edificações construídas, em estilo eclético, entre 1904 e 1911.
Os pavilhões mais externos se assemelham na fachada principal, sendo o da direita mais horizontal e alongado.
Com a fachada principal voltada para a Praça XV (foto), o conjunto abriga escritórios, lojas e serviços para o público, além da estação de passageiros propriamente dita.
O edifício central é o mais recente e sua aparência remete a dos palácios de exposições da época. Localização: Praça XV de Novembro, 21. 22°54'09.0"S 43°10'20.3"W
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baía de guanabara
A rota entre a Praça XV e Paquetá pela Baía de Guanabara é realizada através de barcas ou catamarãs sociais.
A partir da embarcação, pode-se avistar:
Nos finais de semana, a primeira barca parte às 04h30 e a última às 00h00 da Praça XV com destino à Paquetá. No sentindo contrário, a primeira partida ocorre às 06h00 e a última às 23h30.
– Pão de Açúcar;
A viagem é tranquila e possibilita espetacular vista com diversos atrativos.
– Serra dos Órgãos;
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– Ilha Fiscal; – Aeroporto Santos Dumont; – Ilha de Mocanguê; – Ponte Rio-Niterói (foto); – Ilha do Governador; – Ilha de Brocoió; – Dedo de Deus. 22°51'23.8"S 43°08'34.9"W
embarcação atracada em paquetá
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Após 70 minutos de viagem, a embarcação atraca em um dos lugares mais bucólicos do Rio de Janeiro: Paquetá (foto). Ao desembarcar, de imediato já é possível perceber o clima de cidade de interior, com coreto na praça, ruas de saibro e moradores sem pressa. A ilha, que conta com menos de dois quilômetros quadrados, encontra-se nos fundos da Baía de Guanabara. O lugar é cercado de lendas e romantismo.
ilha de paquetá
O isolamento geográfico, bem como a legislação de preservação contribuem para que boa parte do acervo arquitetônico da ilha seja preservado. Como automóveis não são permitidos, o transporte é feito apenas por bicicletas, trenzinhos e charretes. Os visitantes podem facilmente alugar bicicletas próximo à saída da estação das barcas, na Rua Furquim Werneck, 33. 22°45'44.4"S 43°06'28.7"W
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igreja do senhor bom jesus do monte
Erguida em 1763, a Igreja do Senhor Bom Jesus do Monte destaca-se na paisagem. Situada de frente para a Praia dos Tamoios, a bela construção pode ser avistada a partir da Baía de Guanabara (foto), ainda dentro da embarcação.
Sede da paróquia local, a construção possui interior em estilo neogótico, preservado desde sua última grande reforma no início do século XX. Localização: Praia dos Tamoios, 45. 22°45'42.6"S 43°06'27.4"W
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carramanchão dos tamoios
Em homenagem aos primeiros habitantes de Paquetá, o artista plástico Pedro Bruno construiu o Carramanchão dos Tamoios (foto).
Trata-se de uma plataforma que avança sobre a Baía de Guanabara, utilizada para encontros e serestas.
Localizados próximos à estação das barcas, a Igreja do Senhor Bom Jesus do Monte e o Carramanchão dos Tamoios são as primeiras atrações visitadas pelos turistas. Localização: Praia dos Tamoios, 137. 22°45'39.2"S 43°06'26.8"W
canh達o de sauda巽達o a d. jo達o vi
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parque dos tamoios
Localizado no fim da praia de mesmo nome, o Parque dos Tamoios caracteriza-se pelo seu pergolado semicircular que destaca, ao centro, o busto em homenagem a Carlos Gomes (foto), frequentador de saraus na ilha.
Como o seu nome sugere, o parque é outra homenagem de Pedro Bruno aos primeiros habitantes da Ilha de Paquetá. Localização: Praia dos Tamoios, 750. 22°45'23.3"S 43°06'27.9"W
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capela de são roque
A Capela de São Roque (foto) é uma homenagem ao padroeiro de Paquetá, tendo sido inaugurada em 1698, quando a ilha ainda fazia parte de Magé. No final do século XIX, durante a Revolta da Armada, a capela foi usada como necrotério. Sua última grande reforma ocorreu no início do século XX.
No altar, destaca-se a imagem de São Roque, retratado em frente à sua capela – obra do artista plástico Pedro Bruno. A visitação interna limita-se às missas semanais, que ocorrem aos domingos, às 08h30. Localização: Praça de São Roque. 22°45'13.1"S 43°06'37.9"W
vida cultural
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casa de artes
A Casa de Artes de Paquetá (foto) é uma instituição cultural que promove a revitalização e preservação da ilha através de projetos culturais.
A instituição está aberta todos os dias e apresenta uma exposição permanente, com obras de artistas locais e de fora, com foco na expressão da cultura da ilha.
O espaço, instalado em uma simpática chácara cor-de-rosa, reúne um rico acervo sobre a história local.
Localização: Praça de São Roque, 31. 22°45'11.2"S 43°06'41.0"W
uma das muitas ruas de saibro
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praia da moreninha
Considerada a praia mais tradicional de Paquetá, a Moreninha possui uma longa faixa de areia (foto), resultado de aterro durante a década de 70.
Logo a frente da praia, destaca-se a Ilha de Brocoió, que abriga o Palácio de mesmo nome, servindo de residência alternativa para o governador do Estado.
Turistas e moradores contam com um restaurante e com diversas barraquinhas ao longo da praia.
Localização: Rua da Moreninha. 22°45'15.3"S 43°06'45.6"W
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pedra da moreninha
A Pedra da Moreninha (foto) é um dos cenários da obra "A Moreninha" (1843), de Joaquim Manuel de Macedo, considerado o iniciador do romantismo brasileiro.
O sucesso do livro conferiu destaque à Paquetá, o que tornou a ilha nacionalmente conhecida.
Hoje, é o destino preferido dos turistas durante o fim de tarde, por possuir uma das melhores vistas para o pôr-do-sol. Localização: trecho final da Praia da Moreninha, com acesso por uma escada e uma ponte de madeira. 22°45'16.0"S 43°06'41.0"W
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parque darke de mattos
Para quem curte trilhas e mirantes, o Parque Darke de Mattos é ideal.
No alto do Morro da Cruz, palco da ocupação jesuíta, o Mirante Boa Vista (foto) oferece uma bela vista panorâmica da Baía de Guanabara.
Com jardins bucólicos e árvores centenárias, o Darke de Mattos também constitui-se em um parque romântico. Localização: esquina da Praia José Bonifácio com a Rua Luís de Andrade. 22°46'01.8"S 43°06'39.9"W
Considerações
O baixo custo atrelado à proximidade com o Rio de Janeiro tornam este roteiro uma boa escolha. Trata-se de uma opção para sair da rotina e entrar em contato com o meio ambiente (foto), distante do trânsito e da insegurança. Desse modo, a permanente calmaria faz de Paquetá ideal para um passeio a dois ou em família – com lazer garantido para desde crianças até idosos. Entretanto, Paquetá apresenta problemas ambientais e de infraestrutura. A degradação encontrada favorece o afastamento de turistas de uma ilha que teve seu auge, como refúgio nos finais de semana, ao longo do século XX.
natureza resiste em meio à poluição
mapa oficial da ilha de paquetรก