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Tempus Fugit

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Tempo errado

Tempo errado

Tempus Fugit Rodrigo Santos

Acendo mais uma taça, Bebo mais um cigarro À espera de um amanhã Que não virá.

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O tempo perdeu a contagem, A vergonha, o recato; Os dentes se atropelam, Dias acavalados.

O mal que nunca perdura, A noite que nunca se finda: Isso tudo é balela, agora, Pra vender livro ruim de poesia.

Trancafiados na alvenaria, Emoldurados em janelas, Caboclos na encruzilhada Sentindo saudades do mato.

Não há mais nenhum fio tênue Que nos separa da loucura. Cada qual, um Simão Bacamarte, Fazendo pão, yoga e lives vazias.

Aquele convívio com pares - ímpares em sua essência – Escondia a sua pior companhia: Só agora você se vê.

Foi preciso sofrer uma praga De proporções bíblicas Para você aprender a se amar. De novo.

Rodrigo Santos é autor dos livros de poesia Máscaras sobre Rostos Descarnados e Brechó de Almas, e dos romances Mágoa e Macumba, além de figurar em mais de uma dezena de coletâneas no Brasil e no mundo. É um dos criadores do evento multicultural Uma Noite na Taverna, vencedor do Prêmio Flup 2012.

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