Revista Lojas & Lojistas nº 128 dezembro/2012

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Espírito de Natal Comerciantes se entregam à data, consumidores se rendem às ofertas

Fechando o caixa: afinal, 2012 foi um bom ano para o comércio?



Editorial

Avanço truncado

Em

uma de suas mais recentes pesquisas setoriais publicadas, a revista Exame PME aponta a burocracia como um dos

principais empecilhos para o desenvolvimento do empreendedorismo no país. Reconheço que tal informação, por si só, não surpreende e apenas reforça o que o Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo

Fotografia: José dos Ramos Taipina

(Sindilojas-SP) há muito proclama a respeito. A realidade é que o Brasil é um país com uma carga absurdamente alta – uma das mais elevadas do mundo – e isso, infelizmente, tende a se agravar ainda mais por um tempo. De acordo com o estudo realizado, 44% das empresas hoje ativas no país são afetadas pela complexidade do nosso sistema tributário. Mesmo empreendimentos com décadas e décadas de experiência padecem desse triste mal. No tocante à situação fiscal, 69% delas alegam que seu maior obstáculo é a burocracia dos órgãos que arrecadam tributos. Outro

Presidente Ruy Pedro de Moraes Nazarian Superintendente Paulo Roberto Boscolo

considerável contingente empresarial diz não conseguir acompanhar

Lojas & Lojistas

ao mesmo passo as constantes mudanças na legislação tributária –

Publicação oficial do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo

isso força muitas empresas a manter funcionários focados somente no acompanhamento da burocracia tributária, sem se envolver em qualquer outra prática operacional dentro delas, o que lhes gera um ônus muitas vezes desnecessário. Entendo que, enquanto o governo continuar encarecendo a vida do empresário ao sobrecarregá-lo com uma infinidade de obrigações acessórias, poucas chances tem o empreendedorismo nacional de avançar nos próximos anos. Somos reféns de uma complexidade tributária surreal; essa é a verdade. Se ao menos víssemos e usufruíssemos um mínimo retorno disso nos patamares empresariais e sociais... Torçamos por um 2013 um pouco diferente nesse aspecto.

Redação Rua Cel. Xavier de Toledo, 99 3º andar Centro CEP 01048-100 São Paulo SP Tel.: 11 2858 8400 redacao@sindilojas-sp.org.br Conselho editorial Ruy Pedro de Moraes Nazarian, Eduardo Di Pietro Sobrinho e Paulo Roberto Boscolo Coordenador editorial Juan Celayes MTB 44.959/SP Colaboradores Dionísio Alexandrini Neto, Eduardo Sylvestre, Valquíria Furlani, Vaneide Tito e Henrique Lima Diretor comercial Dirceu Ruiz Diretor de arte José dos Ramos Taipina Publicidade 11 3857 4922 11 99998 0909 [fax] 11 3965 5304 Impressão Gráfica Plural

Ruy Pedro de Moraes Nazarian

Conceitos e opiniões emitidas por entrevistados e colaboradores, tal como dos anúncios e informes publicitários nela veiculados, não necessariamente refletem o posicionamento oficial da Lojas & Lojistas ou do Sindilojas-SP. Esta revista não publica matérias pagas. É proibida a reprodução integral ou parcial de seu conteúdo sem autorização escrita do Sindilojas-SP.

Presidente do Sindilojas-SP

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SUMÁRIO

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Natal disputado Novamente cheio de expectativa por parte dos lojistas, o Natal chega com a mesma força, mas com algumas diferenças: o consumidor quer agora mais opções de pagamento, descontos e preza pelo bom preço. O vilão da história é o 13º salário, que será direcionado em boa parte para o pagamento de dívidas acumuladas durante o ano.

Panorama Fraudes com dados cadastrais de outras pessoas aumentaram este ano | Cheque pré-datado: sempre uma alternativa válida para o comerciante

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Novas parcerias

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Canal VendaMais

Saiba quais são os mais novos produtos e serviços colocados à sua disposição pelo Sindilojas-SP neste final de ano

Análise do contemporâneo

consumidor

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Carga Tributária

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Retomando a lição

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Planos de Saúde

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Espaço Vitrine

pela Redação VendaMais

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Legislação

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Consultoria

Tivemos um bom ano? Entre os altos e baixos da economia mundial, o setor do comércio se deparou com algumas surpresas no decorrer de 2012. Boas? Não necessariamente. Veja quais foram os fatores que fizeram deste ano um período tão difícil para setores como o comércio e a indústria. E tire suas próprias conclusões a partir disso.

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Compilação de assuntos tratados pela assessoria jurídica do Sindilojas-SP durante o mês de novembro de 2012.

Como funciona a Fiscalização do Procon pela assessoria jurídica do Sindilojas-SP

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Assessoria jurídica De segunda a sexta-feira, o Sindilojas-SP coloca à disposição dos lojistas do varejo um serviço exclusivo de assessorias especializadas, como consultoria jurídica, trabalhista, previdenciária, contábil, tributária e outras. Confira o cronograma semanal da entidade e agende uma consulta.

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Relatório da Receita Federal acusa crescimento anormal da carga tributária sobre o Produto Interno Bruto no país

Fazer bonito no Natal é a meta de 100 entre 100 comerciantes, sem dúvida, mas às vezes pequenos deslizes podem comprometer o desempenho de uma loja. Saiba o que a arquiteta Betty Birger tem a dizer a respeito e descubra se a sua decoração sazonal é uma aliada ou um obstáculo para suas vendas nesta época do ano.

As melhores operadoras do país sob condições exclusivas para o lojista do varejo

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Natal

Consumidor: mais exigente do que nunca por Dionisio Neto

Novamente cheio de expectativa por parte dos lojistas, o Natal chega com a mesma força, mas com algumas diferenças: o consumidor quer agora mais opções de pagamento, descontos e preza pelo bom preço. O vilão da história é o 13º salário, que será direcionado em boa parte para o pagamento de dívidas acumuladas durante o ano.

A

receita do sucesso de vendas no final de ano é simples: conhecer os desejos do público, estar atento aos indicadores econômicos e se preparar com antecedência para atender as necessidades dos consumidores. Fácil? Nem tanto, mas é um desafio que o mercado deve encarar. Se a sua loja ainda não sabe o perfil de consumidor que estará nas ruas nos últimos dias de dezembro, o momento de entender tudo isso é agora. Está preparado? Então vamos lá.

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Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) apontou que o número de brasileiros que pretende utilizar parte do décimo terceiro para as compras de Natal teve um leve recuo, passando de 17% para 16% em um ano. Talvez mais importante do que isso, o levantamento mostrou também que a maioria dos consumidores (61% dos entrevistados) irá utilizar o 13º salário para pagar dívidas.

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De acordo com especialistas, tal cenário pode ser traduzido da seguinte maneira ao lojista: Ofereça facilidades de pagamento e dê destaque aos descontos, pois certamente chamará atenção daqueles clientes que estão com o “dinheiro contado”. Mais desejados Outro estudo, agora realizado pelo PROVAR (Programa de Administração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de


Administração), em parceria com a menor comparado aos Além disso, o Center Felisoni Consultores Associados, anos anteriores e isso se Norte está promovendo projeta o desejo de consumo para o explica justamente pelo um café da manhã com o último trimestre do ano. Dentre as fato de que hoje muitas Papai Noel, aos sábados categorias analisadas, o item “Vestuário pessoas já contam com e domingos, para e Calçados” desponta como o de maior esse tipo de tecnologia a algumas crianças intenção de compra com 26,6%, seguido seu dispor, o que convidadas. Quespor “Viagem e Turismo”, com 12,4%, e enfraquece o interesse tionado sobre os itens “Informática” com 10,8%. Já os produtos em dar e receber tais que podem fazer mais de menor interesse de consumo são itens”. sucesso neste ano, o “Cine e Foto” e “Automóveis e Motos”, superintendente do Ricardo Afonso, superintendente com 4,4%, e “Eletroportáteis”, que Shopping centers Center Norte acredita que do Shopping Center Norte registraram 3,2%. o segmento de eletroeletrônicos (TV, Para o consultor especializado em Para chamar atenção do público e celulares, games e tablets) será o mais varejo e bens de consumo, Eugenio atrair consumidores, os shoppings da procurado pelo consumidor. No entanto, Foganholo, os paulistanos vão mesmo capital investem pesado na decoração, a dica de como atrair clientes vale pra utilizar parte de seu décimo terceiro além de elaborar promoções e sorteios. todos: “Uma loja bem ambientada, com salário para quitar dívidas, mas não O Shopping Center Norte é um bom vitrines atrativas, diversidade de deixarão o presente de Natal de lado. exemplo e aposta numa paixão nacional produtos e atendimento, certamente é Sobre os itens que estarão em evidência, que é objeto de desejo: o carro. Serão uma boa forma de seduzir o público”. ele é categórico: “Não sei se podemos sorteados dez veículos da marca Outro que pretende cativar o nos basear no tipo de produto que será Citroën. O superintendente, Ricardo público com as decorações é o mais visado pelos consumidores para Afonso, espera um crescimento de 8% a Morumbi Shopping, que prevê um o Natal deste ano. Talvez o mais correto 10% nas vendas em relação ao mesmo aumento de 8% em vendas e aumento para o varejo seja se fundamentar no período do ano passado. de 20% na circulação média. Com o ticket médio dos presentes. Acredito que “O fluxo de clientes aumenta mesmo tema “Reflexos de Natal”, a decoração a previsão ideal é de em torno de 100 e a expectativa é de 12% a mais, inédita conta com um total de 570 mil reais, portanto, o lojista que puder comparado a outros períodos do ano”. lâmpadas LED, entre árvores, lustres, explorar a venda de itens que custem Sobre a campanha, ele diz que o objetivo laços e cortinas de luz, espalhados até esse valor pode é oferecer a por todo o Shopping. Galhos, laços levar vantagem neste possibilidade do de veludo e um total de 44 árvores, Natal”. consumidor ganhar um entre 0,60 e 2,20 metros de altura, Em anos anteriores carro, seja ele complementam a decoração natalina. o comércio de compacto ou para toda Há também espaços de interatividade eletroeletrônicos se a família, por meio dos voltados para crianças de 4 a 12 animou com a alta sorteios. “Desta forma, anos, além é claro, do Papai Noel. procura especialmente este momento especial Assim como o Center Norte, o pelos tablets e que o Center Norte Morumbi Shopping aposta em celulares. Para pode proporcionar promoções para incentivar ainda Foganholo, em 2012 ficará marcado na vida mais o público a consumir. será diferente. “O setor desta pessoa para Desde o dia 27 de novembro, os continuará crescendo, sempre”, explica clientes que realizaram suas Eugênio Foganholo, consultor de varejo mas o índice será Afonso. compras nas lojas participantes da

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Natal

promoção, podem 2012 há algo de novo Pagamento facilitado é a grande aposta dos trocar suas notas por lá: pela primeira comerciantes neste Natal. É tudo ou nada para fiscais por cupons. A vez, a Rua 25 de Março garantir um bom volume de vendas cada R$ 600,00 em vai estar enfeitada para compras (valor o Natal. cumulativo) realizadas no período da as peças únicas da sua coleção e estilo Na esquina com a Ladeira Porto promoção, os clientes têm direito a da marca. Além disso, equipes bem Geral, um imenso Papai Noel de 4 metros uma moringa personalizada pelos treinadas, informadas sobre preços e de altura dá as boas vindas aos clientes artistas Elisa Sassi, Vitchê e Chivitz (3 produtos disponíveis são fundamentais que vêm de todo o Brasil para as modelos diferentes), além de um cupom para um relacionamento duradouro compras de Natal. Há também diversas para concorrer a 6 veículos de luxo, entre o cliente e a marca”, completa guirlandas, feitas de garrafas PET, que modelo BMWs 320i. A promoção vale Katia. estão instaladas em todos os postes da até a véspera do Natal. A gerente de 25 de Março e da Ladeira Porto Geral. A marketing do Morumbi Shopping, Katia A mais movimentada União Dos Lojistas Da 25 De Março e Ardinto Gandini, concorda que tais Adjacências (Univinco) prevê um ações são muito importantes, mas uma Falar de Natal sem lembrar-se da crescimento no volume de vendas em 8% vitrine atrativa é a principal porta de Rua 25 de Março é impossível. Nesta neste ano. entrada para uma boa venda. Passeando por lá, o administrador época do ano, a principal rua de “Nela é possível apresentar uma comércio da cidade recebe cerca de 1 de empresas André Costa (34), não tinha prévia do que a loja oferece, bem como milhão de clientes por dia. Só que em ideia exata de quanto iria desembolsar com os presentes de Natal, mas sabe bem o que deseja encontrar no comércio quando for às compras: “Para mim, é importante que as lojas dêem descontos, pois toda economia que eu fizer significa maior possibilidade de compra, assim posso presentear mais pessoas”. Ele ainda reflete sua expectativa como consumidor e entende que o parcelamento sem juros é um forte chamariz para atender suas necessidades. “Tenho consciência que se eu pagar à vista sempre posso ‘chorar’

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Brinquedos: em alta neste Natal

um pouquinho para o preço cair, mas às vezes prefiro que o lojista me ofereça a opção de dividir no cartão, sem subir o valor final”, observa Costa. Os pequenos A magia e o encanto da época natalina atingem diretamente as crianças, que são parte mais do que fundamental nas ações promocionais da indústria, do comércio e do mercado como um todo. Naturalmente os pedidos ao Papai Noel mudaram bastante nos últimos anos, onde apareceram novos desejos do setor de eletrônicos, moda, entre outros. Isso não significa, porém, que os brinquedos são carta fora do baralho. Pelo contrário. De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), no Natal de 2011, a indústria nacional de brinquedos lançou 450 produtos. Neste ano, serão 600 novidades. É bem verdade que a

tecnologia também invadiu o setor. Há empresas que apostam em atualizações de produtos antigos. Um bom exemplo é o conhecido jogo Detetive da Estrela, que agora ganhou um óculos 3D como acessório. Com uma unidade no shopping Iguatemi e outra no Morumbi Shopping,

a Cards Mania é especializada em brinquedos, cards e videogames. Na visão da gerente Cristiane, os brinquedos ainda fazem parte do sonho de consumo das crianças, especialmente os relacionados com desenhos, filmes e jogos: “Esses são os itens que mais vendem na loja e percebo que há uma tendência de crianças comprarem bonecos para colecionar e não só para brincar”. Segundo Cristiane, a tônica para o final de ano é manter um atendimento diferenciado, tendo uma relação mais próxima com o cliente e oferecendo muitas novidades, além do preço atrativo. Ela chama atenção também para o interesse dos pais e filhos pelos brinquedos com qualidade. “Hoje as crianças prestam muita atenção nisso, não querem qualquer brinquedo. Ele tem que ser bonito, funcional, bem acabado, mas também com preço competitivo”, ressalta a gerente da Cards Mania.

Entretenimento infantil: fundamental em qualquer Natal

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Saldo final

E aí, foi bom para você? por Juan Celayes

Base de informações: Relatório Focus BC | Consultoria contábil do Sindilojas-SP

Entre os altos e baixos da economia mundial, o setor do comércio se deparou com algumas surpresas no decorrer de 2012. Boas? Não necessariamente. Veja a seguir quais foram os fatores que fizeram deste ano um período tão difícil para setores como o comércio e a indústria. E tire suas próprias conclusões a partir disso.

estamos no último mês de 2012 e a pergunta que paira no ar é: este foi um bom ano para o comércio? Para responder a isso com um mínimo de propriedade, o Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP) apurou algumas informações ao longo deste último trimestre, com o objetivo de pontuar os principais fatores que caracterizaram o panorama econômico global e a forma como este afetou o setor internacional do comércio e, por fim, o local. De certo modo, pode-se dizer que 2012 será lembrado como um período deveras complicado para a economia mundial. Começou, como de costume, com o mesmo otimismo de sempre: projeções favoráveis, perspectivas positivas e promessas de medidas preventivas derivadas das lições anteriormente tomadas – 2011 não foi exatamente o ano da recomposição econômica internacional como fora antecipada e precipitadamente definido.

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Voltando a 2012: os primeiros três meses deste ano foram marcados pela valorização em mais de 10% do índice S&P da Bolsa de Nova York. Sem sombra de dúvidas, uma notícia bastante oportuna que repercutiu pelo mundo todo. Concomitantemente a isso, o Ibovespa avançara 19,3%, atingindo o patamar de 69 mil pontos. No Brasil, a expectativa sobre esse crescimento era de 3,5%. Já no final de março, no entanto, o quadro geral parecia mudar. Negativamente: A então desencadeada crise das dívidas na Europa começava a tomar proporções maiores a partir do hiato político gerado pela eleição na Grécia. A possibilidade da moeda única europeia criou um absoluto pânico nos mercados. Isso fez com que as expectativas de recuperação da economia estadunidense despencassem vertiginosamente, fomentando um quadro recessivo ainda mais grave do

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que o registrado nos três anos anteriores sobre o país. Com isso, o crescimento no mundo emergente começava a definhar mais uma vez. As exportações começavam a perder força e as relações econômicas internacionais, expressão. Nesse aspecto, a toda poderosa China foi drasticamente afetada: suas exportações regrediam para o chamado G7 e sua taxa de crescimento sequer atingia os 7%. Analistas de todo o mundo previam o inevitável colapso do modelo chinês de crescimento. Como consequência, as economias emergentes que dependiam dos preços elevados dos produtos primários para crescer seriam engolfadas também pela depressão econômica. E, então, o Brasil. Queda nos investimentos privados Segundo relatórios do Banco Central apresentados em janeiro, as previsões


para o ano fechado começaram a ser produção industrial mal atingia 0,4%. Chega então o segundo semestre do revistas para baixo. A média das Era mais do que necessário encorpar ano. Os comerciantes demonstram um expectativas de crescimento da esses percentuais. Com isso, entrava em otimismo maior desta vez. Ainda indústria era então de 3,40% ao ano. Já cena o comércio: mesmo oscilante desde descontentes com os resultados obtidos em maio, o mesmo relatório registrava o início do ano, o setor era a grande no decorrer dos últimos seis meses, esse crescimento em 1,6%. opção do país para sair do ponto passavam então a se antecipar aos A taxa Selic para o ano ainda se engessado em que se encontrara desde períodos de pico de vendas. Julho, mantinha no nível de 9,5%, uma vez que a metade do ano anterior. portanto, já expressava bem a proposta o BC ainda não havia se posicionado do Dia dos Pais do ano (celebrado em para enfrentar uma crise econômica de Desempenho fraco agosto) e o Dia das Crianças, então, já proporções maiores, derivada da então vinha logo em seguida. Muitas lojas de em vigor no Exterior. O trunfo estava em seu desempenho brinquedos e itens infantis já estavam No decorrer dos meses seguintes, o nas principais datas comerciais do devidamente estocadas e promovendo insatisfatório ambiente internacional calendário oficial. Passado o período suas respectivas campanhas. A continuou a refletir um pessimismo alusivo ao Carnaval, o país então estratégia até que deu certo: o Dia dos crescente no setor privado brasileiro. começa a funcionar para valer. Vem Pais obteve, sim, um saldo favorável e o Empresas de todos os gêneros e então a Páscoa, o Dia das Mães, o Dia Dia das Crianças não recuou. Contudo, segmentos passavam não apenas a dos Namorados... Desempenhos em ambos era esperado um pouco mais adiar, mas a anular qualquer tipo de insatisfatórios. No caso do Dia das do que o atingido. investimento em grande De qualquer forma, Logo no primeiro trimestre do ano, a então escala. Isso só a economia gerada pelo potencializou o desencadeada crise das dívidas na Europa comércio eletrônico no enfraquecimento da decorrer do ano vem começava a tomar proporções maiores a partir economia nacional. aguentando o tranco, Somente nos três do hiato político gerado pela eleição na Grécia. sustentando certa primeiros meses do A possibilidade da moeda única europeia criou regularidade em seu ano, a queda dos desempenho por todo o um absoluto pânico nos mercados. investimentos privados país, desde o início do chegou a mais de 8% ao ano. A Lojas & Lojistas ano. No trimestre seguinte, esse Mães, eterno vice em volume de vendas pretende veicular em sua primeira movimento foi mantido, embora sob para o Natal, o saldo ficou bem abaixo edição de 2013 os resultados oficiais uma taxa bem menor. Resultado: dos 12% de aumento então esperados. do e-commerce brasileiro, até então desaceleração do crescimento, com No máximo, equiparou-se ao resultado inconclusivos. estimativas mensais do PIB (realizadas obtido em sua edição anterior. Apresentadas todas essas pelo BC) chegando a nada mais que 1,2% Prestes a encerrar o primeiro semestre informações, cabe agora ao leitor concluir para o ano como um todo. Esse era o do ano, o comércio então apostou alto no por conta se este ano prestes a terminar levantamento oficial nos meses de maio Dia dos Namorados, em junho. Nada de foi ou não positivo para o seu respectivo e junho. mais também. Apenas uma elevação empreendimento. Uma coisa, porém, é Em julho, no entanto, o mercado simbólica de 2% sobre o resultado de consensual: entre os altos e baixos financeiro abriu os olhos para as 2011: 10% de aumento no volume de econômicos do ano, fica a promessa de circunstâncias em vigor. Segundo vendas. Todos esses dados foram um 2013 igualmente trabalhoso, no qual especialistas, o crescimento do PIB oficialmente publicados na Lojas & toda e qualquer forma de precaução será estava então congelado em 2,05% e a Lojistas, nas respectivas edições sazonais. sumariamente válida.

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Panorama

Fraudes com dados cadastrais de outras pessoas aumentaram este ano

À primeira vista

Um alerta importante às lojas do comércio: segundo levantamento da Serasa Experian, as tentativas de fraudes na contratação de produtos e serviços com o uso de dados de terceiros, como RG e CPF, aumentaram exponencialmente no decorrer de 2012. Segundo a pesquisa do órgão, até outubro último foram registrados 1,56 milhão de tentativas de fraude do gênero – um aumento de 13% em relação ao mesmo período de 2010, por exemplo. Cerca de 1/3 desse total de tentativas recai sobre empresas de telefonia. Contudo, companhias de seguro, construção, imobiliárias e turismo – setor de serviços – também constam entre

as mais afetadas por esse tipo de golpe. O comércio, mesmo com uma incidência um pouco menor, também registra índices consideráveis de prejuízos derivados de fraudes desse tipo. Ante as informações apresentadas pela Serasa Experian, o superintendente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Paulo Roberto Boscolo, reforça aos empresários varejistas a necessidade de um cuidado maior nesta época do ano, em que as vendas de Natal fomentam mais processos cadastrais em suas atividades: “As vendas alusivas ao Natal estão bastante expressivas desde meados de

outubro, o que consequentemente aumenta a necessidade de se captar dados cadastrais, dependendo da transação comercial feita. É muito importante que os lojistas se atentem bem aos dados que lhes são apresentados no processo”, orienta Boscolo. O Sindilojas-SP disponibiliza às empresas estabelecidas no varejo da capital (SP) um serviço diário de assessoria jurídica, que presta orientações sobre os cuidados que devem sempre ser tomados pelos lojistas durante suas transações comerciais. O atendimento às empresas é de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30. Telefone: 11 2858 8400.

Cheque pré-datado: sempre uma alternativa válida para o comerciante Com a cada vez mais imponente pressão do governo e a manifestação de alguns dos maiores bancos do país em prol do fim do pagamento parcelado sem acréscimo no cartão de crédito, a probabilidade de o bom e velho cheque pré-datado voltar com tudo a partir deste final de ano é grande. Mesmo com os altos níveis de endividamento e inadimplência registrados no decorrer deste último semestre, a verdade é que, mesmo sob a soberania do uso do cartão de crédito nas transações comerciais feitas em todo o território nacional, o cheque prédatado nunca saiu de circulação. Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o prédatado responde hoje por 2,3% do endividamento das famílias. Em novembro de 2011, registravam-se 4,6%.

Já de acordo com a Boa Vista Serviços, especializada em informações financeiras, o cheque pré-datado corresponde a 5% das dívidas acumuladas pelos consumidores entre agosto julho e agosto deste ano. Para o comércio, há um aspecto bastante positivo na circulação do prédatado no setor. A assessora contábil do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Vaneide Tito, explica esse apontamento: “Com a redução dos juros, melhora a condição para o lojista bancar a venda a prazo por meio do cheque prédatado em seu estabelecimento. Contudo, essa prática também demanda dele um grau maior de cuidado, uma vez que o pagamento sob essas condições apresenta mais riscos de inadimplência, tal como ocorre em vendas parceladas sem acréscimo no

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cartão”, orienta a assessora. Para mais orientações sobre a utilização do cheque para transações comerciais, seja ele pré-datado ou não, o empresário pode recorrer às consultas diárias prestadas pela assessoria jurídica e contábil do Sindilojas-SP. O atendimento vai das 8h30 às 17h30, de segunda a sextafeira. Há também um material compilado sobre o assunto, desenvolvido pela consultoria do sindicato. Para o dia a dia no varejo, é material essencial. Para obtê-lo, acesse www.sindilojas-sp.org.br e cadastre o seu pedido no campo ‘Série Informações’. Se preferir, fale diretamente com um dos atendentes do sindicato pelo telefone 11 2858 8400 ou envie mensagem para faleconosco@sindilojas-sp.org.br.


Mudança à vista

ECF com os dias contados SAT Fiscal e Cupom Fiscal Eletrônico substituirão gradativamente o ECF. Certificado Digital passa a ser obrigatório para o contribuinte.

A

través da Portaria CAT nº 147/12, a Secretaria da Fazenda estabeleceu as normas para a utilização do Sistema de Autenticação e Transmissão (SAT) de cupom fiscal eletrônico que substituirá gradativamente o Emissor de Cupom Fiscal (ECF), conforme descrito abaixo: I. Em substituição ao cupom fiscal emitido pelo ECF, a partir da data da inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICMS, para os estabelecimentos que vierem a ser inscritos a partir de 1º de julho de 2013; II. Em substituição à Nota Fiscal de Venda ao Consumidor, modelo 2: a.

A partir de 1º de janeiro de 2014, para os contribuintes que auferirem receita bruta maior ou igual a R$ 100.000,00 no ano de 2013;

b.

A partir de 1º de janeiro de 2015, para os contribuintes que auferirem receita bruta maior ou igual a R$ 80.000,00 no ano de 2014;

c.

A partir 1º de janeiro de 2016, para os contribuintes que auferirem receita bruta maior ou igual a R$ 60.000,00 no ano de 2015;

d.

Decorrido o prazo indicado no item “c”, a partir do primeiro dia do ano subsequente àquele em que o contribuinte auferir receita bruta maior ou igual a R$ 60.000,00.

Relativamente aos estabelecimentos que em 30 de junho do ano que vem já estiverem inscritos no Cadastro de Contribuintes do ICMS, a emissão do CF-e-SAT em substituição ao Cupom Fiscal emitido por ECF, observa-se o seguinte: A partir de julho do ano que vem: a.

Não serão concedidas novas autorizações de uso de equipamento ECF, exceto quanto se tratar de ECF recebido em transferência de outro estabelecimento paulista pertencente ao mesmo contribuinte;

b.

Será vedado o uso de equipamento ECF que conte cinco anos ou mais da data da primeira lacração indicada no Atestado de Intervenção, devendo o contribuinte, nesse caso, providenciar a cessação de uso do ECF, conforme previsto na legislação.

Para mais esclarecimentos sobre este assunto, ligue para 11 2858 8400 e solicite a assessoria contábil do Sindilojas-SP. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30. Você também pode registrar suas dúvidas pelo canal Fale Conosco, na página eletrônica do sindicato: www.sindilojas-sp.org.br

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Canal VendaMais

Análise do consumidor contemporâneo pela Redação da VendaMais

A

V ininha, uma tradicional rede de lanchonetes de Curitiba, parece entender bem como pensa essa nova geração de clientes. Em uma de suas mais recentes promoções, fez uma parceria com um bom estúdio de tatuagem local e sorteou um vale-tatuagem de R$ 400. Resultado: gerou bastante interesse e muitos comentários nas redes sociais. Como usar a mídia social Acompanhe esta troca de mensagens no Facebook entre um consumidor e a Samsung do Canadá. Às vezes, é importante falar a mesma linguagem do cliente e levar tudo na brincadeira: Fulano de tal: “Olá, comprei vários produtos da Samsung. Tenho uma TV de LCD, um smartphone Galaxy S e um laptop, todos da Samsung. Gostaria de saber se vocês poderiam me dar um Galaxy S3 de graça. Anexei o desenho de um dragão que fiz só para vocês. Tenham um bom dia”. Samsung Canadá: “Olá, Fulano de tal. Obrigado por seu interesse em um Galaxy S3 grátis. Infelizmente, se déssemos um S3 para todos que pedissem, nós acabaríamos com o estoque antes mesmo de ele ser posto venda, e a companhia iria à falência. Dito isso, o seu desenho de dragão é sensacional, então o estamos recompensando igualmente. Anexamos o desenho de um canguru em um monociclo”. O amigo secreto virtual tem dono Uma nova maneira de presentear está se espalhando pelo mundo: você escolhe uma música ou e-book em uma loja virtual, compra e o envia de presente para alguém. É uma boa forma de mandar lembranças para as pessoas que você quer bem. Mas cuidado ao fazer algo parecido na sua loja virtual, pois a Amazon.com já entrou com pedido de várias patentes para esse processo. Uma delas faz que o dinheiro só saia da sua conta quando a pessoa presenteada receber e utilizar o presente.

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Nicho de mercado Lavanda, flores do campo, hortênsia... Muitos produtos de limpeza ou desodorizadores de ar vêm com fragrâncias femininas. Aos homens, só resta o refúgio nos produtos à base de limão, para deixar o ambiente com um ar um pouco mais másculo. Entretanto, essa falta de escolha começa a mudar nos Estados Unidos. Pelo menos duas empresas já começam a oferecer velas aromáticas que deixam o ambiente com cheiro de couro, grama recém-cortada, caixa de charutos e outros mais adequados aos homens. E na sua empresa, existe outro público que vocês poderiam atender com certa facilidade? Retorno sobre investimento na mídia social Alguns conceitos para você medir corretamente o retorno sobre investimento de seus esforços no Facebook, no Twitter, no Google + e em outros: 

A mídia social não é grátis. É necessário que você ou alguém de sua equipe se dedique intensamente a ela, e isso requer tempo. Mesmo que você não tenha um funcionário exclusivo para as mídias sociais (nesse caso, seu custo é o salário dessa pessoa), calcule o valor das horas gastas por pessoas gerenciando as suas mídias.  Não é apenas por meio do aumento de vendas que você mede o seu retorno sobre investimento. O uso de mídias sociais pode gerar suspects e prospects a um custo mais baixo que por outros meios. Desse modo, poderá aumentar a eficiência dos seus serviços ao consumidor e atrair bons vendedores querendo trabalhar para você. Tudo isso também é retorno sobre investimento.  Isso é bom desde que você possa medir tal desempenho com lucro. Seguidores não são retorno sobre investimento, nem curtidas, muito menos os comentários em blogs, e-mails ou qualquer outra interação. Só é retorno sobre investimento se você ganhar ou economizar dinheiro.


Amassados

Outras informações:

Quem já usou um mapa rodoviário sabe que é praticamente impossível dobrá-lo de volta da maneira correta, sem amassálo. Uma empresa europeia, pensando nisso, aproveitou essa característica e desenvolveu um material especial, que permite a venda de mapas amassáveis. Abra a bola de plástico, consulte o que você quer consultar, amasse em um formato de bola e guarde na bolsa. Nada poderia ser mais prático.

Quase um terço dos entrevistados admitiu que participam de jogos sociais.  Quatro em cada cinco gostariam de trabalhar em casa por meio da internet.  65,1% disseram que utilizam a internet no tempo livre para acompanhar as novidades do trabalho. Fonte: Levantamento realizado pela OH! Panel a pedido do MercadoLivre, entre abril e

Cor e arte

maio de 2012 com 4.774 usuários site com mais de 16 anos.

O leitor Leandro Pereira nos apresentou mais um exemplo de que você pode diferenciar qualquer produto – até mesmo cartazes de “vende-se” em corretoras. A Iper, de Porto Alegre (RS), contratou um artista local para desenvolver cartazes coloridos, destacando as características e os pontos de referência de cada bairro, chamou atenção e transformou as ofertas em uma minigaleria de arte. Pesquisas de vendas Que a internet é um canal de vendas consolidado você já sabe! Uma pesquisa recente, realizada com um público especifico, revelou que 98,3% dos entrevistados realizaram compra ou venda pela internet nos últimos 12 meses. Agora conheça outras informações, da mesma pesquisa, sobre como seu cliente pode estar interagindo na internet neste momento:    

89,7% 84,1% 67,5% 66,4%

utilizam a internet para enviar e-mails. para fazer pesquisas. para participar de redes sociais. para se informar.

Grandes números 

5,2% foi quanto cresceu o crédito imobiliário no Brasil, comparando os quatro primeiros meses de 2012 com o mesmo período de 2011, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP). Mas se olharmos apenas o mês de abril, o financiamento para a construção e compra de imóveis decepciona: em 2012 emprestou-se 7% a menos do que no mesmo mês de 2011.  0,2% foi o crescimento – se é que podemos chamar de crescimento – da economia brasileira no primeiro trimestre de 2012 em comparação com o quarto trimestre de 2011. Dados do IBGE.  R$ 157 milhões é quanto a Tupy tem investido em sua nova fábrica em Joinville (SC). Segundo a empresa, a nova unidade irá “atender a demanda da indústria automobilística mundial”. Ou seja, nem todas as empresas estão desacelerando no Brasil.

Sobre o futuro da internet, os entrevistados declararam que: Artigo originalmente publicado na edição

 

67,9% gostariam de fazer mais compras na web. 43,7% gostariam de fazer mais compras e pagamentos por celulares ou tablets.  34,2% alegaram que planejam fazer mais cursos de e-learning.

de outubro de 2012 da revista VendaMais

Lojas & Lojistas - Dezembro 2012 15


Legislação Como conceder Férias Coletivas

Desoneração da folha de pagamento

O período não poderá ser inferior à dez dias corridos e o empregador deverá comunicar ao MTE, com antecedência mínima de quinze dias, as datas de início e término das férias, mencionando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos. O lojista deverá enviar ao Sindicato dos Comerciários, com antecedência mínima de quinze dias, a cópia da comunicação efetuada ao MTE, bem como deverá afixar o aviso no local de trabalho. As Empresas Optantes do Simples Nacional e de Pequeno Porte, estão desobrigadas de comunicar o MTE. Os menores de dezoito anos e os maiores de cinquenta anos, deverão gozar as férias de uma só vez, ou seja, não poderão ser fracionadas por meio de férias coletivas.

Nos termos do decreto em comento, a incidência da contribuição previdenciária, devida pelas empresas, deverá ser apurada com base no percentual entre 1% e 2% sobre o faturamento bruto, ao invés de 20% sobre a folha de pagamento. Aquelas tributadas especificamente pela atividade desonerada, não precisam recolher a contribuição e o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), quando não houver receita. As que possuem atividades mistas e não havendo faturamento, que tenha origem a atividade desonerada, deverão recolher 20% sobre a folha de pagamento. No caso da receita ser decorrente da atividade desonerada, o recolhimento deverá ocorrer sobre a receita bruta.

Produto têxtil: fiscalização do IPEM Natal: Prorrogação da jornada de trabalho No mês de dezembro, principalmente com a chegada do Natal, os comerciantes tendem a fechar as portas dos estabelecimentos mais tarde e por essa razão, há necessidade de que seus empregados trabalhem após a jornada contratual. O artigo 59 da CLT estabelece que a duração normal do trabalho poderá ser prorrogada em até duas horas, além daquela prevista no contrato. Para que isso ocorra, é necessário firmar acordo de prorrogação da jornada por escrito, com o pagamento das horas suplementares. O lojista também poderá utilizar o sistema de compensação de horas (banco de horas), previsto na cláusula 17 da CCT, desde que haja concordância do empregado.

Prorrogação do prazo do novo TRCT Recentemente, o Sindilojas-SP divulgou que o novo Modelo de Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho entraria em vigor no dia 1º de novembro último, em conformidade com a Portaria n° 1.057, de 06 de julho de 2012, do Ministério do Trabalho e Emprego. Ocorre que o prazo foi prorrogado, conforme instrução da Portaria n° 1.815, de 31 de outubro de 2012, publicada no Diário Oficial da União de 1° de novembro de 2012. Portanto, a exigência do novo modelo de Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho a ser utilizado pelas empresas, iniciará a partir de 1° de fevereiro de 2013. Dessa forma, os lojistas terão mais tempo para assimilação da nova obrigação.

Processos Administrativos: Consulta pela Internet O Procon-SP disponibiliza por meio de seu endereço eletrônico www.procon.sp. gov.br, a possibilidade das empresas consultarem os processos administrativos que tramitam perante a Fundação. Todas as ações promovidas contra fornecedores, desde 1998, foram digitalizadas e incluídas no sistema e poderão ser vistas pelo link (Consulta – Auto de Infração). Para ter acesso a essas informações, o interessado deverá possuir os nºs do CNPJ, CPF, Auto de Infração e o Número de Série. O requerente poderá fazer sua consulta online a qualquer hora e de onde estiver. O lojista poderá criar relatórios por meio do cruzamento de dados, das questões mais relevantes que geraram ações no Procon.

16 Lojas & Lojistas - Dezembro 2012

A fiscalização do IPEM, com relação a produto têxtil, é baseada na Resolução nº 02/2008 do Conmetro. Os fabricantes, importadores e comerciantes devem providenciar que as informações prestadas ao consumidor sejam prestadas de maneira correta e clara. Assim sendo, todo produto têxtil deve apresentar, obrigatoriamente, cinco tipos de informações: 1- nome ou razão social ou marca registrada e CNPJ (identificação do responsável pelo produto); 2- país de origem (identificação de origem do produto); 3- nome das fibras ou filamentos com seus respectivos percentuais; 4- tratamento e cuidados para conservação; 5- identificação de tamanho ou dimensão.

Vício oculto: prazo para reclamação Nos termos do artigo 26, parágrafo 3º do Código de Defesa do Consumidor, em caso de vício oculto, o prazo decadencial para o consumidor apresentar sua reclamação, inicia-se no momento em que ficar constatado o respectivo vício. Em recente decisão, o Superior Tribunal de Justiça, reconheceu, que mesmo após expirado o prazo de garantia contratual, o cliente tem o direito de reclamar do vício oculto, desde que seja feita nos períodos a seguir estabelecidos: dentro de 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos não duráveis e; 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimento de serviços e produtos duráveis. Referidos prazos iniciam-se na data da constatação do vício oculto. O consumidor deverá comprovar, de forma inequívoca, tal vício, para ter direito à qualquer tipo de indenização.

Fraude na marcação do ponto É comum funcionários que permanecem nas lojas após o expediente em atividades alheias à sua função, sem autorização de sua chefia imediata. Tais condutas têm gerado o pagamento de horas extras ou a sua inclusão no banco de horas. E mais, alguns utilizam terceiros na marcação do ponto. Esclarecemos que, antes de aplicar qualquer penalidade aos infratores é importante a empresa esclarecer as regras de marcação de ponto por meio de documentos. No que se refere às horas extras, o lojista deverá comunicar que estas somente serão feitas, com prévia autorização da chefia, ante procedimentos internos. Agindo assim, o lojista poderá punir o empregado que não as respeitar.


Peças de reposição

Fiscalização de Natal

Quem adquire um produto espera que ele funcione, a contento, mas caso ocorra algum problema e não haja peças para reparo, o Código de Defesa do Consumidor determina que o fornecedor do produto resolva o problema. Por isso, ao colocar um produto à venda, seja nacional ou importado, é conveniente certificarse de que há peças de reposição. A inexistência dessas peças dá ao consumidor o direito de optar pela troca do produto ou o desfazimento da compra, com a devolução dos valores pagos, devidamente corrigidos, mais a reparação pelos danos morais. Lembrem-se, a utilização de peças recondicionadas ou usadas pode configurar crime, a não ser que o próprio consumidor concorde, mediante termo de ciência e autorização.

Com a aproximação do Natal, surge uma grande preocupação dos lojistas em relação a suas vendas. Nesse período as fiscalizações aumentam, e os lojistas devem ficar muito atentos a isso, pois muitos dos produtos ofertados não estão de acordo com a legislação vigente, seja com relação à exibição de preços, indicação de faixa etária, falta de etiqueta obrigatória do Inmetro, entre outras exigências. Para evitar transtornos e eventuais autuações por parte dos órgãos fiscalizadores, os lojistas devem verificar se os produtos expostos em suas prateleiras atendem às suas exigências. Estas e outras orientações constam nos exemplares da Série Informações do Sindilojas-SP, disponíveis no site www.sindilojas-sp.org.br.

Estabilidade no contrato de experiência Os lojistas devem ficar atentos quando lançarem mão da 13º Salário: pagamento da segunda parcela O pagamento da segunda parcela do 13º salário deve ser contratação de empregados temporários, para atender o aumento da demanda provocado pelas festividades de final realizado até o dia 20 de dezembro de 2012, assim como a de ano. De acordo com o novo posicionamento trazido pelas contribuição previdenciária correspondente ao 13º salário. Devem ser observados alguns detalhes, Súmulas 244 e 378, o TST prevê que, para Para mais esclarecimentos sobre estes as funcionárias gestantes e em casos de como incidência de INSS, FGTS e Imposto acidente de trabalho e mesmo nos de Renda na Fonte. Após os descontos assuntos, entre em contato com a contratos por tempo determinado, dos encargos legais incidentes, deve assessoria jurídica do Sindilojas-SP, ser descontado o valor pago referente dentre os quais o contrato temporário, à disposição dos associados da entidade a 1ª parcela. No caso dos haverá estabilidade no emprego, no de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30. comissionistas, deverá ser adotada a acidente de trabalho e para a média de julho a dezembro, conforme funcionária gestante. Os lojistas devem Telefone: 11 2858 8400 letra “c” da cláusula 14ª da Convenção também tomar o cuidado de observar o www.sindilojas-sp.org.br Coletiva de Trabalho 2012/2013. que prevê a Lei nº 6.019 de 1974, que regula o trabalho temporário, para evitar Férias concedidas em dezembro futuros passivos trabalhistas. Diz a Convenção Coletiva de Trabalho deste ano que na Como contratar temporários hipótese de férias concedidas no mês de dezembro, sejam elas individuais ou coletivas, serão devidos dois dias a mais Com o impulso das vendas de final de ano, muitos lojistas de descanso para o empregado, desde que dentro desse utilizam-se da contratação de empregados temporários para período de férias estejam compreendidos o Natal e o Ano atender à demanda deste período. No entanto, é preciso que o lojista tome alguns cuidados nesta contratação, pois eles Novo, e ainda que estas datas recaiam entre a segunda e a devem ter remuneração igual aos empregados da loja, além sexta-feira. Importante alertar que o lojista deve ficar atento, pois neste ano, tanto o Natal quanto o Ano Novo cairão na de jornada diária de 8 horas, horas extras, férias proporcionais terça-feira. Deste modo, os empregados que gozarão suas no término do contrato, DSR, 13º e FGTS. É importante salientar férias neste período, farão jus ao acréscimo de mais dois que a contratação de temporário não poderá ser feita diretamente pelo lojista, devendo este servir-se de uma dias de descanso, conforme previsão expressa da cláusula empresa prestadora de serviço de mão de obra temporária. 28 da Convenção Coletiva de Trabalho. O empregado nessa condição não tem direito ao seguro 13º Salário : Cálculo do Comissionista desemprego e nem à multa de 40% dos depósitos do FGTS. Para calcular o 13º salário do empregado comissionista, o A regulamentação da profissão de comerciário comerciante deverá seguir as condições estabelecidas na O Senado Federal aprovou o projeto de Lei nº 3.592/12, que cláusula 14, letra ‘c’ da Convenção Coletiva de Trabalho 2012/ regulamentou a profissão de comerciário. O texto fixa a 2013, apurando a média das comissões, obedecendo o jornada normal de trabalho em 8 horas diárias e 44 horas seguinte critério: semanais, limites estes que só podem ser alterados em 1º – apurar a média de julho/agosto/setembro/outubro = para Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho. O projeto, no pagar a 1ª parcela em novembro/2012; entanto, admite jornadas menores, de seis horas, desde que 2º – apurar a média de julho/agosto/setembro/outubro/ não ocorram perdas na remuneração. Na prática pouca coisa novembro = para pagar a 2ª parcela em dezembro/2012, mudará para as empresas, que contarão com mais uma descontando-se o valor já pago, referente a 1ª parcela e; profissão regulamentada: comerciário, com o CBO próprio. 3º – apurar a média de julho a dezembro = para pagar a Apesar de todo o alarde em torno da matéria o projeto diferença das comissões até o 5º dia útil do mês de janeiro/ aprovado pelo Senado precisa ser sancionado pela 2013, descontando-se os valores já pagos. Presidência da República para se tornar lei.

Lojas & Lojistas - Dezembro 2012 17


Consultoria

Como funciona a Fiscalização do Procon pela Assessoria Jurídica do Sindilojas-SP

R

ecentemente, lojistas foram surpreendidos com a notícia

O responsável, querendo, poderá acompanhar os

de que pessoas inescrupulosas estariam se passando

trabalhos da equipe de fiscalização, mas não poderá interferir

por fiscais da Receita Federal para aplicar diversos golpes

nos trabalhos. Inexistindo irregularidades o agente

na praça, obtendo com isso vantagens indevidas.

preencherá um documento chamado ‘Registro de Ato

Infelizmente, o comércio varejista pode ser alvo dessas

fiscalizatório’, que conterá, além dos dados da empresa, o

quadrilhas, quando não conhece sobre as operações

nome completo e identidade do responsável, bem como sua

fiscalizatórias dos agentes fiscais. Assim, vamos nos inteirar

assinatura. O documento ficará em poder do fiscal para

neste momento, sobre os tais procedimentos fiscalizatórios

registro e arquivamento no Procon.

do Procon.

Em caso de irregularidade, será preenchido o ‘Auto de

As fiscalizações do Procon são realizadas por meio de

Constatação’, descrevendo o máximo de detalhes da situação

seus fiscais, identificados por meio da cédula de identidade

encontrada, como por exemplo, a identificação e a

fiscal que contém dentre outros dados, a foto do agente, o

localização dos produtos dentro da loja e também fará a

número de seu RG, nome completo e sua assinatura, bem como

transcrição dos dizeres contidos em cartazes, placas, faixas

a do Diretor de Fiscalização do Órgão. Geralmente, esse

e similares.

trabalho é realizado por uma equipe composta de, no mínimo, dois agentes.

O agente entregará ao responsável segunda via do documento, sendo que a primeira será examinada no setor

Ao entrar no estabelecimento, o líder da equipe deve se

competente, que verificará se a situação descrita configura

apresentar ao responsável, exibir sua credencial e esclarecer

infração às normas de defesa do consumidor. Sendo

quantas pessoas compõem a equipe e o motivo da

positivo será lavrado o ‘Auto de Infração’ e iniciado o

fiscalização. Caso o lojista tenha dúvidas acerca da

processo administrativo, concedendo ao lojista o direito

identidade dos fiscais e desejar confirmar a veracidade, ele

de defesa.

deve entrar em contato com a Ouvidoria do Procon, pelo telefone 11 3826 1457.

É importante que se diga que durante a fiscalização o agente poderá apreender alguns produtos que sirvam como

Ao final dos trabalhos, o responsável será convocado para

prova da infração descrita no AC, formalizada pelo ‘Auto de

apresentação dos documentos da empresa e assistirá o

Apreensão’, a ser lavrado em três vias, com a descrição do

preenchimento dos documentos de fiscalização. Neste

item apreendido, os dados do fiscal e também do responsável

instante, serão prestados os esclarecimentos sobre o

da loja. Fiquem de olho, pois neste mês de festividades, falsos

resultado da fiscalização e suas possíveis consequências.

fiscais podem querer se aproveitar da situação.

18 Lojas & Lojistas - Dezembro 2012


Lojas & Lojistas - Dezembro 2012 19


Economia

Carga tributária no país bate recorde da Redação | Base de informações: Receita Federal

Relatório da Receita Federal acusa crescimento anormal da carga tributária sobre o Produto Interno Bruto no país

N

em mesmo sob uma economia

a população sobre a forma de

Segundo o coordenador-geral de

debilitada,

do

benefícios previdenciários e seguro-

estudos econômico-tributários do Fisco,

fraquíssimo 2011, evitou que a carga

desemprego, por exemplo, a carga

Othoniel de Sousa, os recursos dos

tributária no país ultrapassasse a

tributária líquida também foi recorde,

parcelamentos especiais “inflaram” a

marca dos 35% do Produto Interno Bruto

ao atingir 20,1% do PIB.

arrecadação tributária de um ano com

herdada

dinheiro que deveria ter entrado nos

(PIB). De acordo com um levantamento

De todo modo, esse aumento já

realizado pela Receita Federal, a

estava previsto pela assessoria técnica

totalidade de tributos arrecadados pela

do Fisco, uma vez que, no decorrer de

A União fica com a maior parte dos

União, Estados e municípios no ano

2011, o recolhimento foi extraordinário,

recursos tributários. No ano passado, a

passado totalizou 35,3% de todas as

com o pagamento de R$ 5,8 bilhões em

Receita Federal recolheu pouco mais de

riquezas produzidas no Brasil. Isso

tributos devidos pela Vale, forte volume

R$ 1 trilhão por meio de impostos e

corresponde a um avanço de 1,8 ponto

oriundo do lucro das empresas, além

contribuições, o equivalente a 24,7% do

percentual em relação ao período

da consolidação do parcelamento de

PIB. A arrecadação dos Estados

anterior (2010). Segundo a RF, é um

dívidas inscritas no Refis da Crise e

representou 8,6% do PIB, enquanto os

recorde dos últimos dez anos.

outros programas.

municípios responderam por 1,9% do PIB

Tal

expansão

é

cofres públicos em anos anteriores.

justificada,

Ainda em 2011, a Receita obteve R$

principalmente, pelo aumento da

14,3 bilhões mais recursos por meio

De acordo com alguns especialistas,

arrecadação do Imposto de Renda (IR),

desses parcelamentos especiais do que

a carga tributária deve recuar este ano.

da Contribuição Social sobre o Lucro

no ano anterior – ao todo, os diversos

Os economistas Amir Khair, ex-

Líquido (CSLL), da Contribuição

programas de Refis renderam ao Fisco

secretário de Fazenda de São Paulo, e

Previdenciária, da Cofins e da

R$ 27 bilhões no ano passado.

Felipe Salto, da Tendências Consultoria,

tributação sobre o FGTS.

Descontados os parcelamentos, a carga

defendem que a carga tributária deve

tributária bruta atingiu 34,7% do PIB no

recuar ao nível de 34% do PIB, nível

ano passado.

mantido entre 2005 e 2008.

Carga líquida – Mesmo descontando o valor dos impostos que voltaram para

20 Lojas & Lojistas - Dezembro 2012

em tributos.


“Não tivemos receitas extraordinárias em 2012 como tivemos em 2011”, alega Khair. Para ele, o aumento da arrecadação de tributos por parte da União, Estados e municípios no ano passado

resistiu

O aumento da arrecadação de tributos por parte da União, Estados e municípios no ano passado resistiu à desaceleração da economia por causa da entrada de recursos atípicos nos cofres públicos. Amir Khair, economista

à

“Era de se esperar. O valor já era alto há dois anos e a carga fiscal sempre se manteve acima do PIB no país. Também não me

espantaria

próximo

se

um

levantamento

apresentasse uma nova

desaceleração da economia por causa

melhora na gestão pública, que reduziria

expansão da carga tributária, pois é

da entrada de recursos atípicos nos

a necessidade de uma carga tributária

bastante provável que a arrecadação

cofres públicos.

tão elevada para sustentar o Estado”.

de

impostos

apresente

um

Já para Salto, a carga tributária deve

Diante desse relatório geral da RF,

crescimento superior ao da economia

ficar entre 33% e 35% do PIB nos

o presidente do Sindicato dos Lojistas

em si, para variar. De todo modo,

próximos anos, se a economia voltar a

do Comércio de São Paulo (Sindilojas-

estamos de olho. Há anos o

crescer em um ritmo próximo de 4%. “O

SP), Ruy Nazarian, diz não se espantar

Sindilojas-SP vem contestando o

caminho deve ser o da simplificação

com o então recorde da carga

exagero que é a carga tributária neste

tributária e, ao mesmo tempo, o da

tributária no país.

país”, diz Nazarian.

Lojas & Lojistas - Dezembro 2012 21


Vale a pena ler de novo

Retomando a lição da Redação

Fazer bonito no Natal é a meta de 100 entre 100 comerciantes, sem dúvida, mas às vezes pequenos deslizes podem comprometer o desempenho de uma loja. Saiba o que a arquiteta Betty Birger tem a dizer a respeito e descubra se a sua decoração sazonal é uma aliada ou um obstáculo para suas vendas nesta época do ano.

N

ão apenas decorar por decorar, mas criar uma atmosfera autêntica que faça com que o cliente realmente se sinta no clima do Natal na loja. Esse é o grande desafio de muitos lojistas nesta época do ano, em que o verde, o vermelho e as tradicionais guirlandas prenunciam não apenas a chegada do bom velhinho, mas também a de milhares de consumidores dispostos a comprar, comprar e comprar. Eis a grande magia do Natal para o comércio. Por essa razão, a Lojas & Lojistas optou por retomar essa sempre conveniente lição, trazendo mais uma vez às suas páginas as orientações da arquiteta Betty Birger, figura já conhecida dos leitores da Lojas & Lojistas. Aqui, ela dá dicas sobre decoração natalina, apontando o que funciona e o que não funciona neste período tão especial para o varejo. Lojas & Lojistas – Comecemos pelo essencial: o que pode e o que não pode no processo de ambientação natalina em uma loja? Betty Birger – Vamos lá: pode tudo aquilo que seja pautado no bom senso e que o lojista saiba que não compromete as vendas em seu estabelecimento. Afinal, essa é a prioridade dele, correto? Tudo o que ele fizer em prol de um visual convidativo e que seja estrategicamente determinado para manter o cliente na loja o máximo possível é válido. A premissa básica é essa. Já o que não pode é agredir os olhos do cliente, sobrecarregando o ambiente e tornando-o confuso para quem o explora. Enfeites inconvenientes e iluminação exagerada são erros crassos que normalmente se repetem ano após ano em muitos estabelecimentos por aí.

L&L – Como, então, trabalhar a alusão direta ao Natal sem cair no exagero? BB – A partir de um ponto de equilíbrio. O lojista precisa estar consciente do significado da ocasião. No varejo, em particular, tudo se transforma nesta época; trata-se de um período de comunhão, de convite ao belo, de expor aos outros que você está sintonizado com o sentido inerente da celebração. A alusão direta é sempre importante, mas ela exige certos cuidados a serem tomados para não causar um impacto contrário sobre os clientes. O equilíbrio está na disposição consciente de artefatos sazonais no estabelecimento e em uma iluminação sutil, porém, de efeito. L&L – Fale um pouco sobre essa tal disposição consciente que acabou de mencionar. BB – Trata-se do cuidado que se deve ter para não distrair o cliente do propósito principal, que são os produtos. Eles devem sempre estar em destaque, não importa a ocasião. Este ano mesmo já vi lojas em que a decoração está mais evidente que os produtos. ERRADO! Todos os itens e referências natalinas devem constar como um complemento aos produtos ali oferecidos, e não o contrário. Outro aspecto importante da disposição consciente está relacionado à dimensão espacial da loja. Nada de comprometer a circulação do cliente com trambolhos ornamentais. Isso incomoda. Se a loja for pequena ou se ela se subdivide em muitas seções e corredores, evite forçar o cliente a desvios, esbarrões em prateleiras e inconveniências afins. Isso só compromete o potencial de vendas no local. L&L – E a iluminação de efeito, como você mesma disse: o que seria isso?

22 Lojas & Lojistas - Dezembro 2012

BB – Iluminação é sempre um fator delicado para as empresas em geral, pois ela tem suas peculiaridades. O exagero de luz nunca é produtivo. Primeiramente, porque vivemos em um período em que a demanda pela redução de energia é grande. Mostrar aos clientes que você é um empresário consciente e antenado à questão da sustentabilidade é importante. Isso diz muito sobre seu negócio. Ser ecologicamente correto está com tudo hoje em dia. Portanto, abusar das luminárias e lamparinas: saia dessa. Não há necessidade e, pode ter certeza, elas não têm um impacto final tão positivo assim. L&L – Então você recomendaria... BB – As lâmpadas fluorescentes e os leds. São materiais econômicos, em conta e capazes de emitir uma mensagem muito mais interessante às pessoas. Sob todos os sentidos, a economia é certa. Vale a pena investir e trabalhar com eles. Outra dica boa quanto à iluminação ambiente é lembrar o lojista de que o que deve estar à vista dos clientes são os efeitos teatrais que a luz pode estabelecer para o estabelecimento e não as lâmpadas e fontes que a geram. Isso é esteticamente incorreto. L&L – Uma última dica antes de se despedir da Lojas & Lojistas em 2010? BB – Priorize o bem-estar de seu cliente, lojista. Procure não apenas incitar-lhe a vontade de comprar em sua loja, mas deixe-o à vontade nela. Decore, ilumine, transforme o ambiente. Faça o que achar melhor para o seu negócio nesta época. Apenas tenha em mente que tudo o que está fazendo é para ele. Esse é o grande segredo para um Natal bem-sucedido no comércio.


Lojas & Lojistas - Dezembro 2012 23


Vitrine

24 Lojas & Lojistas - Dezembro 2012




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