Revista Lojas & Lojistas nº 130 Fevereiro 2013

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Identidade visual O que fazer e no que investir para tornar sua loja única para o cliente Mais: Plano de cargos e salários / Legislação / Segurança pública



Editorial

Ainda assim, um avanço

Na

virada do último mês, fomos informados de que o setor do comércio no país registrou um aumento de 7,3% em seu movimento pleno em 2012. Embora tenha sido um desempenho inferior ao oficialmente computado no ano anterior (7,9%), ainda assim foi um avanço significativo. Afinal de contas, para todos os efeitos, 2012 não necessariamente foi um período fácil para a nossa economia. Acompanhe-me, leitor: de acordo com os dados apresentados pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), o mês de dezembro de 2012, por incrível que pareça, apresentou um leve recuo em comparação aos seus dois meses anteriores – à parte, que fique bastante claro aqui, os seus tradicionais efeitos sazonais, que não foram levados em conta nesse processo de análise mensal. Ao que consta, 2012 até começou bem para o setor. Mas o crescimento experimentado pelo varejo, principalmente, em seu primeiro trimestre não se sustentou com a mesma intensidade ao longo do ano, em virtude do arrefecimento da economia brasileira. É fato que os primeiros meses do ano em questão foram favorecidos por fatores como o aumento de 14% do salário mínimo e as medidas de incentivo econômico aplicadas pelo governo na época. Infelizmente, isso não se prolongou. Mesmo com um certo esforço do setor para se recuperar no último trimestre, o consumo já havia desacelerado consideravelmente até então. Os consumidores estavam, sim, muito mais cautelosos e resistentes. Agora, o governo propõe novas medidas de incentivo para a sociedade, de modo a incitá-la a consumir com mais confiança este ano. Fala-se muito, ultimamente, em menores juros e maior oferta de crédito. Vamos ver. Uma coisa é certa: sobrevivemos a um ano economicamente fraco, que poderia muito bem nos comprometer logo de cara neste que ora vigora. Mas não é isso o que acontece. Estamos avançando. Gradual e sutilmente, mas ainda assim avançando. Continuemos trabalhando para isso.

Ruy Pedro de Moraes Nazarian

Fotografia: José dos Ramos Taipina

Presidente Ruy Pedro de Moraes Nazarian Superintendente Paulo Roberto Boscolo

Lojas & Lojistas Publicação oficial do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo Redação Rua Cel. Xavier de Toledo, 99 3º andar Centro CEP 01048-100 São Paulo SP Tel.: 11 2858 8400 redacao@sindilojas-sp.org.br Conselho editorial Ruy Pedro de Moraes Nazarian, Eduardo Di Pietro Sobrinho e Paulo Roberto Boscolo Coordenador editorial Juan Celayes MTB 44.959/SP Colaboradores Dionísio Alexandrini Neto, Eduardo Sylvestre, Valquíria Furlani, Vaneide Tito e Henrique Lima Diretor comercial Dirceu Ruiz Diretor de arte José dos Ramos Taipina Publicidade 11 3857 4922 11 99998 0909 [fax] 11 3965 5304 Impressão Gráfica Plural Conceitos e opiniões emitidas por entrevistados e colaboradores, tal como dos anúncios e informes publicitários nela veiculados, não necessariamente refletem o posicionamento oficial da Lojas & Lojistas ou do Sindilojas-SP. Esta revista não publica matérias pagas. É proibida a reprodução integral ou parcial de seu conteúdo sem autorização escrita do Sindilojas-SP.

Presidente do Sindilojas-SP

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SUMÁRIO

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Segurança pública Mais do que simples fóruns periódicos, reuniões do Conseg unem autoridades e representantes comunitários para estabelecer medidas voltadas para a maior segurança dos bairros e municípios.

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Fale ao cliente

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Ajustando perfis Fazer uma equipe funcionar bem não é tarefa simples. Saiba por que é tão importante identificar o perfil de cada um dos seus colaboradores na empresa.

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Canal VendaMais Tecnologia: um atalho até seus clientes por Rodrigo Brasil

Produtos & Serviços Qual é a fórmula certa para manter clientes na loja? Como estimulá-los a, mais do que simplesmente estarem ali, adquirem alguma coisa nela? O segredo está na comunicação com ele. Entenda por quê.

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Assessorias especializadas

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Fique por dentro

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Feriados

Identidade visual Não basta ser diferente; tem de se destacar. Mais: tem de ser uma referência para ele. Tarefa difícil? Nem tanto. Descubra os segredos para se administrar uma identidade visual eficiente para a sua loja e como fazer dela um recurso infalível para captar mais vendas e, portanto, lucro para o seu negócio.

Legislação Compilação de assuntos tratados pela assessoria jurídica do Sindilojas-SP durante o mês de janeiro de 2013.

Consultoria Plano de cargos e salários pela assessoria jurídica do Sindilojas-SP

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No ponto certo É possível que um simples aspecto como a escolha do ponto de venda reflita sobre o desempenho de uma loja? Estaria o sucesso – ou o fracasso – de um empreendimento comercial relacionado a isso?

Dirf 2013 deve ser entregue até dia 28 deste mês | RAIS: certificado digital acima de 20 vínculos | CAGED: certificado digital acima de 20 vínculos

Você faz ideia do quando sua empresa perde quando não abre as portas em um feriado? Descubra um outro lado dessas pausas aparentemente inofensivas no expediente do mês.


Segurança

IntegrAÇÃO comunitária Fonte: Secretaria da Segurança Pública de São Paulo

Mais do que simples fóruns periódicos, reuniões do Conseg unem autoridades e representantes comunitários para estabelecer medidas voltadas para a maior segurança dos bairros e municípios. Nessas ocasiões, todos têm voz ativa. Até mesmo você.

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ais conhecidos como CONSEGs, os conselhos comunitários de segurança são constituídos por grupos de pessoas de um mesmo bairro ou município, que se reúnem periodicamente para discutir, avaliar e estabelecer, sempre que possível, medidas preventivas e resolutivas para problemas relacionados à falta de segurança local. Hoje, esses conselhos podem ser encontrados em, praticamente, todo o país. São pouquíssimos os municípios brasileiros que não contam com um deles. Cada um desses conselhos serve como uma espécie de entidade de apoio à Polícia Estadual nas relações comunitárias, vinculando-se, por adesão, às diretrizes emanadas da Secretaria de Segurança Pública jurisdicional, por intermédio do Coordenador Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança. Tradicionalmente, as reuniões de cada conselho são mensais, sempre realizadas no período noturno em imóveis de uso comunitário. Todas seguem uma agenda anual previamente estabelecida. Em cada encontro, a Secretaria de Segurança Pública tem como representantes o Comandante da Polícia Militar da área e o Delegado de Polícia Titular do correspondente Distrito Policial. A legitimidade dos conselhos comunitários de segurança tem sido reconhecida pelas várias esferas de governo e por inúmeros institutos independentes, o que faz com que os Consegs correspondam, atualmente, a uma ampla iniciativa policial orientada pela e para a própria comunidade em curso no Brasil. Como surgiram A criação dos Consegs deu-se por meio do Decreto Estadual n.º 23.455, de 10 de maio de 1985, e regulamentado pela Resolução SSP-37, sendo a função de Coordenador Estadual dos Consegs criada pelo Decreto Estadual n.º 25.366, de junho do ano seguinte. Como funcionam Cada Conseg demanda a participação de dois representantes oficiais da segurança local: o Delegado de Polícia Titular e o Comandante da Polícia Militar no bairro ou município onde funciona o conselho. Além deles, participam também representantes dos poderes públicos, das

entidades associativas, dos clubes de serviço, da imprensa, de instituições religiosas ou de ensino, organizações do comércio, da indústria ou prestadoras de serviços, tal como outros líderes comunitários que residem, trabalham ou estudam na área de circunscrição do respectivo conselho. Em São Paulo Hoje, os Consegs estão implantados em mais de 520 municípios, sendo que os mais populosos deles admitem mais de um conselho para si. Ao todo, são 84 desses conselhos na capital, 40 na região metropolitana e mais 660 deles, espalhados pelo Interior e litoral do Estado. Quase que diariamente, um novo Conseg é homologado pela Secretaria de Segurança Pública. A cada vez maior participação de líderes comunitários tem sido uma das principais razões para a propagação desses conselhos hoje em dia. Cada conselho de segurança possui autonomia para captar os recursos necessários ao desempenho de suas tarefas, sempre sob os ditames da legislação em vigor. Basicamente, um conselho necessita de material impresso, recursos reprográficos, selos e transporte. A participação comunitária é imprescindível para a captação e a operacionalização de recursos. Os Consegs mais estruturados costumam ter mais êxito na captação desses recursos e conseguem até mesmo arcar com custos de construção e reforma de imóveis, destinados ao uso policial, recuperação e manutenção de frota policial e dotação de recursos materiais (informática, telecomunicações, etc.) das unidades de polícia da correspondente à área de atuação. Esses recursos são próprios de cada conselho e são captados junto à comunidade local. Doações podem ser realizadas por qualquer pessoa e processadas diretamente à polícia, via um Conseg. Como participar Para identificar o Conselho Comunitário de Segurança de sua respectiva região, acesse o site www.conseg.sp.gov.br e utilize o buscador disponível logo em sua página inicial. Por meio dessa ferramenta, você não apenas localiza o Conseg correspondente à sua jurisdição residencial e/ou comercial, mas também acompanha as atividades de cada um deles, com datas e locais para reuniões devidamente informados.

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Abordagem

Passe o recado certo por Juan Celayes

Comunicar é preciso, lojista. Comunicar bem, mais ainda.

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ual é a fórmula certa para manter clientes na loja? Mais: como estimulá-los a, mais do que simplesmente estarem ali, adquirem alguma coisa? Sim, pois não há frustração maior para um lojista do que ver um consumidor em potencial circular pelo seu estabelecimento, olhar aqui, esticar o pescoço ali, perambular entre seus corredores e sair sem ao menos fazer uma única pergunta sobre qualquer produto disposto. Nem mesmo o preço, por mera curiosidade. De matar, não é verdade? Como, então, evitar que situações assim aconteçam ou, pior, se tornem rotineiras em sua loja? O primeiro passo para isso é, sem a menor sombra de dúvida, identificar a raiz do problema. Para tanto, faz-se necessário um exercício de análise e avaliação das circunstâncias comuns no local. Por que alguém que entrou em sua loja saiu sem demonstrar o menor interesse por qualquer coisa nela? Levemos em conta algumas hipóteses: Problemas na abordagem e no atendimento de seus vendedores? Pode ser. Preços (quando expostos diretamente) incompatíveis com a expectativa do próprio consumidor? Também, por que não? Razões para justificar uma situação dessas não faltam. Contudo, existe um fator comum em qualquer razão que possa vir a ser apontada nessas situações: desinteresse. Absoluto e total desinteresse do consumidor. Mas por quê? Verdade seja dita, o maior – quando não o único – responsável por essa falha é o próprio lojista. Muito mais do que um simples comerciante, ele é um empreendedor e DEVE pensar e agir como tal. Há uma diferença muito grande entre uma condição e outra, e o lojista tem por obrigação sabê-la bem e aplicá-la melhor ainda. Quem empreende algo e transcende o limiar do próprio tino comercial sabe que não há como convencer alguém de algo sem um mínimo processo de persuasão. Seja ela verbal, visual, olfativa ou mesmo sinestésica, é importante que o consumidor encontre no ambiente alguma forma de comunicação direta consigo. Somente por meio desse estímulo,

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dessa subliminar provocação, é que ele poderá expressar alguma forma de reação, mesmo que mínima a princípio. Uma vitrine atraente e bem trabalhada, por exemplo, já seria um ótimo começo. Mas entremos na loja... Em um ponto de venda, a comunicação de ofertas ou lançamentos propostos deve ser sempre muito clara, concisa e alinhada à provável expectativa do consumidor. Mas como antecipar o que ele espera encontrar ali? Todo bom empreendedor deve saber de antemão para quem ele se propôs a abrir um negócio e trabalhar. A definição do seu público-alvo é fundamental. Melhor: uma lei da sobrevivência na selva do varejo. Se ele não faz uma mínima ideia, que seja, do que o consumidor pode estar buscando ali, é melhor tentar um novo teste vocacional. Na linha da comunicação visual, é muito importante que o lojista saiba bem como expor os seus produtos, dos mais requisitados aos menos. Todos eles merecem, cada qual a seu modo, um mínimo de cuidado e dedicação em sua disposição na loja. Caso contrário, não haveria razão alguma para tê-los ali. Para isso, é importante que o empreendedor/lojista tenha em mente a diferença entre dispor e expor um item. Evidentemente, não há como expor produtos na loja de forma com que todos eles disputem a atenção do consumidor, tão logo este entre no estabelecimento. Com certeza, não há espaço físico para algo assim e muito menos lógica em tal estratégia. Não dá. Portanto, mais uma vez as habilidades empreendedoras do lojista devem ser colocadas em prática e ele terá de definir quais produtos merecerão destaque e quais terão de esperar sua vez de brilhar aos olhos do consumidor. Quanto mais esclarecido ele estiver em relação a isso, melhor o seu desempenho diante do consumidor. Pode acontecer, no entanto, de ele se deparar com uma quantidade grande de produtos cuja importância merece a atenção do consumidor. É claro que pode. Mas não tem jeito: ainda assim, ele terá de definir o que deve se sobressair no mix proposto por sua loja. Se ele chegar a esse ponto e ainda tiver dúvidas quanto ao que pode ser


colocado em maior evidência, recomenda-se aqui uma profunda avaliação da planilha de controle de saída e retorno de produtos: Quais são mais solicitados pelos consumidores? Quais contam com o reforço de uma marca de credibilidade no mercado? Quais estimulam o consumo de outros itens oferecidos na loja? Quais deles fazem uma grande ou, ao menos, positiva diferença no caixa ao final do mês? Esse tipo de análise certamente ajudará o lojista a chegar a uma decisão. Definida a disposição geral de seus produtos e a exposição de suas ofertas e promoções, cabe a ele investir em recursos que potencializem a comunicação com o consumidor. Dispostos de forma estratégica e sensata, cartazes e banners sempre ajudam. Principalmente quando eles se integram harmoniosamente ao meio. E já que se fala em meio aqui, todo cuidado para o conforto e bem-estar dos consumidores é muito válido também. Propor uma circulação livre e cômoda por corredores entre as

prateleiras, araras e ilhas é algo sempre recomendável. Por mais que o seu mix de produtos seja grande, evite copiar o layout de muitas lojas de departamento por aí que ‘socam’ produtos e clientes em seus nada estudados espaços físicos. Fuja disso. Não há nada pior para o consumidor do que se sentir sufocado dentro de uma loja ou ter de ficar desenroscando cabides de sua bolsa ou roupa – às vezes, até o cabelo. Outro aspecto importantíssimo da circulação livre na loja: quanto mais tempo o cliente estiver submetido aos estímulos de consumo, maior será a probabilidade de uma venda ser fechada. Anote isto. Em linhas gerais, a comunicação deve ser pensada pelo lojista como um conjunto de elementos que, se bem explorados e empregados, estimulam o consumidor a buscar cada vez mais informações sobre os produtos, a ponto de finalmente optar por adquiri-los. Ao estabelecer esse valor como uma de suas prioridades enquanto empreendedor, seu sucesso é praticamente certo. Desde que o mundo é mundo, comunicação é tudo. Nos negócios, nas relações interpessoais, na vida. Acredite mesmo nisso.

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Equipe

Ajustando perfis Base de informações: Business School SP

Os quatro tipos de funcionários indispensáveis para sua empresa

U

ma das principais dificuldades que um empresário tem é de gerir as pessoas da sua pequena empresa. E para que essa equipe em questão trabalhe com eficiência e produtividade, o gestor precisa, antes de tudo, identificar se os perfis profissionais e comportamentais de seus colaboradores são compatíveis, para que proceda a devida harmonia no ambiente de trabalho. Docente da Business School, o especialista Gilberto Guimarães orienta que o recrutamento das pessoas certas é crucial para montar um time satisfatório. “O primeiro passo é definir qual o perfil ideal para o cargo que você está buscando”, afirma. As competências técnicas são as mais fáceis de serem avaliadas, com documentos e certificados, mas não devem ser os únicos aspectos considerados na hora da contratação. O Consultor de Recursos Humanos do Sebrae-SP, Osmar Bueno de Carvalho Jr., complementa o argumento de Guimarães com o seguinte apontamento: “A competência comportamental é mais difícil de medir, mas é possível traçar como a pessoa é com uma avaliação psicológica”.

O executor. No caso de startups, por exemplo, colocar a mão na massa faz parte do caminho para se ter sucesso. De nada adianta ter ótima visão do mercado e uma ideia de produto ou serviço se não tem uma pessoa do time que se dedica a executar essas ideias. No caso de pequenas empresas, é importante contar com aquele colaborador que transpareça gostar do que faz e que seja genuinamente proativo. Essa é uma competência daqueles profissionais que sabem quais são as medidas e ações necessárias para solucionar cada problema.

Perfis recomendáveis

O comprometido. O engajamento do profissional com a empresa é indispensável para que as metas sejam atingidas. Além disso, o comprometimento deve ser estendido para as pessoas com quem elas trabalham. Nesse contexto, é recomendável priorizar ao máximo o trabalho em equipe, uma vez que nenhum indivíduo trabalha e prospera sozinho. Além da contratação de profissionais com esse espírito, faz parte do papel do empreendedor saber como levar o conhecimento sobre a missão, os valores e os objetivos da empresa aos funcionários. Dessa maneira, ele conseguirá ter um time mais unido e com a percepção do que precisa ser feito para alcançar os objetivos da empresa.

O comunicativo. A capacidade de interagir com pessoas é um traço comportamental essencial para profissionais da área de vendas, por exemplo. É o tipo que se abre, ouve e demonstra paciência para com os demais. É aquela pessoa que, nitidamente, gosta de se relacionar. A maneira como as vendas de um serviço ou produto são realizadas interfere na percepção que os clientes têm da sua marca e da empresa. Se o trabalho em questão exige relacionamento direto com o público, não é recomendável investir em uma pessoa mais séria e sisuda, pois isso, estatisticamente falando, costuma afastar as pessoas.

O criativo. Para que a sua empresa consiga implantar ações inovadoras, profissionais que são mais flexíveis e impulsivos tendem a ser mais criativos. São aquelas pessoas que gostam do processo de criação. Em uma empresa, não cabe apenas ao líder apresentar essa característica – tal como nem deve ele mesmo pressupor que assim o seja e repassar isso, direta ou indiretamente, aos seus colaboradores. Independente da área de atuação do seu negócio, a criatividade é necessária tanto para promover o seu produto quanto na maneira de se relacionar com o público-alvo.

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Canal VendaMais

Tecnologia: um atalho até seus clientes por Rodrigo Brasil

Tradicionais serviços por telefone convivem agora com atendimento via e-mail, site, interação com aplicativos para smartphones e tablets

As

novas tecnologias possibilitam às empresas aperfeiçoar e ampliar os serviços de atendimento

sociais recebem 8.600 mensagens. Como resultado, o índice de satisfação do consumidor elevou-se de 87% para 93% em ao consumidor, de modo a estreitar o contato com o público, 2011, com 90% dos casos resolvidos logo no primeiro contato. Além disso, a empresa usa aplicativos em suas campanhas, substituir os volumosos manuais por versões digitais, como aquele para iPad que utilizou durante o evento de beleza aumentar a satisfação dos clientes e ainda reduzir custos. Os tradicionais serviços de atendimento por telefone “Circuito Fashion”, em maio. O novo aplicativo mobile é uma convivem agora com atendimento via e-mail, site, interação interessante utilização do tablet para venda consultiva de cosméticos de acordo com com aplicativos para smartphones e tablets. Os tradicionais serviços de atendimento por preferências e costumes do consumidor. Para Aldir Estes novos suportes, mais telefone convivem agora com atendimento via Brandão, diretor de interativos, propiciam maiores oportunidades de e-mail, site, interação com aplicativos para Operações de Desenconhecer as necessidades smartphones e tablets. Estes novos suportes, volvimento da CINQ das pessoas e buscar mais interativos, propiciam maiores Technologies, o aplicativo para O Boticário é uma satisfazê-las. oportunidades de conhecer as necessidades forma de conectar mais O Boticário, que facilmente as clientes à continuamente figura no das pessoas e buscar satisfazê-las. marca. “Aplicativos mobile primeiro lugar no ranking das empresas campeãs em atendimento ao consumidor, tem têm a capacidade de criar interatividade muito facilmente e feito bom uso destas ferramentas. A empresa praticamente este case é um exemplo de uma ferramenta de marketing de dobrou de tamanho no ano passado, chegando a cerca de relacionamento muito bem-sucedida”, diz ele. 3.000 lojas no país. O Grupo registrou a maior expansão entre A Black&Decker é outra empresa que se destaca na esfera os concorrentes, pulando de uma fatia de 6% do mercado há virtual, com o Fale Conosco, disponível no site, e com a criação cinco anos para 8,2% em 2011. de perfis no Facebook, Twitter e YouTube no último ano. Para alcançar este resultado, ampliou seu call center em “Já ativamos mais de 11 mil usuários, o que demonstra a 55% e treinou a equipe para atender aos consumidores de importância dessas ferramentas de contato para a troca de modo personalizado. Mantém também uma página no experiências”, avalia Julio Landaburu, gerente de marketing para as Facebook atualizada constantemente e posta no Twitter áreas de eletrodomésticos e ferramentas da Stanley Black&Decker. matérias que possam chamar a atenção dos clientes, Desde 2008 a empresa passou a disponibilizar em seu possibilitando-lhes postar mensagens e estabelecer um canal site vídeos explicativos com informações sobre a utilização direto de comunicação com a empresa. Seu website recebe de seus produtos, no intuito de ajudar na realização de tarefas, atualmente cerca de 4.000 e-mails diários, e suas redes prolongar a vida útil do equipamento e economizar no gasto

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de energia. A aproximação direta do usuário permitiu dezenas de ajustes nos manuais de instrução e em produtos. “Algumas vezes, corrigimos construções e tempos verbais em manuais ou fizemos alterações em embalagens. Esse canal nos permitiu também agilizar processos e diminuir os índices de reclamações, bem como os problemas com produtos de todas as linhas”, afirma Landaburu. Recentemente, a Mitsubishi Motors também lançou um aplicativo para celulares que disponibiliza ao cliente todas as informações do manual do proprietário. Com o recurso, o cliente pode fazer uma busca por algum assunto sobre o qual tenha dúvida, sem precisar recorrer aos tradicionais manuais impressos. “A ideia da Mitsubishi é tornar o dia a dia dos proprietários da marca mais cômodo. Sabemos que os clientes passam grande parte do seu tempo com seus carros e, neste momento, conhecê-los por completo pode tornar a experiência mais prazerosa”, afirma Fernando Julianelli, diretor de Marketing da empresa. O aplicativo está disponível para duas plataformas: IOS, no Iphone, por meio da App Store; e Android, em celulares como Samsung Galaxy, por meio da Google Play. O cliente também pode optar por acessar o site do aparelho (www.aplicativomitmanuais.com.br) para ser redirecionado à página de download do gadget. “O aplicativo tem uma interface bastante simples, rápida e intuitiva. Assim que o proprietário entra, ele se depara com uma estante virtual em que pode visualizar o manual de qualquer veículo da linha, além dos valores das revisões. Lembrando que, uma vez baixado, todo o conteúdo fica armazenado na memória do celular, então o cliente pode consultar de onde quiser, a hora que quiser, sem depender de conexão”, explica Julianelli. A Citroën do Brasil também iniciou recentemente uma ação de marketing inovadora envolvendo a Internet e o telefone celular. Neste formato integrado de mídia, o usuário interage com a peça, colocando o número do celular e o CEP de sua residência, e imediatamente recebe um SMS – Short Message Service ou serviço de mensagem curta – com o endereço da concessionária mais próxima de sua casa. “Os resultados superaram nossas expectativas. Prevíamos 5 mil cadastros em um mês e, em apenas 2 dias, tivemos 2 mil cadastros. Ainda esta semana estaremos enviando a lista com os interessados para a rede de concessionários”, comemora Adriana Santoniello, do Departamento de Marketing da Citroën Brasil. E você, leitor? O que está esperando para abraçar a tecnologia como uma sólida aliada para o sucesso de seus negócios?

Rodrigo Brasil é colaborador das revistas VendaMais e Liderança. O artigo de sua autoria, aqui reproduzido com a devida autorização da Editora Quantum, foi originalmente publicado na edição de novembro de 2012 da revista VendaMais.

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Ponto de venda

Menina dos olhos por Dionisio Alexandrini Neto

Não basta ser diferente; tem de se destacar, saltar mesmo aos olhos do consumidor. Mais: tem de ser uma referência para ele. Tarefa difícil? Nem tanto. Descubra os segredos para se administrar uma identidade visual eficiente para a sua loja e como fazer dela um recurso infalível para captar mais vendas e, portanto, lucro para o seu negócio. Abra primeiramente os seus próprios olhos, lojista.

T

odo cliente que entra em uma loja o faz por uma simples razão: ele quer satisfazer uma vontade, um desejo próprio de consumo ou até mesmo uma mera curiosidade. Trata-se de algo bastante natural, característico da

condição humana. Explorar isso da melhor forma possível é, portanto, uma reação igualmente natural do lojista. Ou, pelo menos, deveria ser. Recursos que façam a diferença e consigam atrair o público para dentro de uma loja são imprescindíveis hoje em dia, independentemente da natureza do empreendimento. Na maioria das vezes, a vitrine é o primeiro contato que o cliente tem com o estabelecimento. Contudo, é interessante quando se

12 Container: Lojasvisual & Lojistas Fevereiro 2013 inovador bem aceito entre consumidores

observa uma linha alternativa de abordagem no varejo, quando um estabelecimento simplesmente foge ao trivial vitrinismo e recorre a alguma maneira diferente se expor ao público, seja por meio de sua marca ou da linha de produtos que trabalha. Discorrer a respeito de identidade visual pode soar um pouco estranho em um primeiro momento, mas basta resgatar os exemplos de algumas célebres empresas do varejo se situar melhor ao assunto. Imaginarium, Chilli Beans e até mesmo o todo poderoso McDonald’s são ótimos demonstrativos. Note o leitor que, em todas elas, o conjunto de cores, padronização e desenho das lojas, formas de atendimento e modo de apresentação dos produtos são claros e definidos.


Outro bom exemplo é a Container, idealizada pelo empresário gaúcho André Krai, que viu a oportunidade de transformar containers velhos em lojas de moda, em que araras são feitas com corrimãos de ônibus e os pufes são de latões reciclados. Além do Marcelo Sinelli, visual moderno que proporcionam, ainda atendem a uma demanda cada vez maior de obras sustentáveis e ecologicamente corretas. As primeiras lojas foram em Xangri-Lá, no litoral do Rio Grande do Sul e em Florianópolis, na Praia dos Ingleses. O projeto despertou a curiosidade e interessou quem viu aquelas lojas totalmente fora do que estavam acostumados a ver, o que, consequentemente, fez surgirem franquias até mesmo em São Paulo. As lojas vendem itens de mais de 500 marcas de moda jovem, além de uma linha própria, produzida no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Visual: fundamental Para Marcelo Sinelli, consultor de Marketing do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), a identidade visual de uma loja é fundamental e deve refletir os valores da marca e os atributos que ela quer transmitir para o mercado. “É importante trabalhar com símbolos fortes e cores contrastantes, que identifiquem claramente a marca. O mais importante é definir quais são os atributos da marca e vinculá-los à identidade visual a esses atributos. E, finalmente, uma vez que ela esteja definida, deve haver coerência e clareza no seu uso para evitar a geração de mensagens confusas e variadas para o cliente.

Cuidados na definição De acordo com Sinelli, a primeira recomendação é haver adequação da identidade visual à marca e ao público-alvo, verificar se não há qualquer problema em relação ao uso de logo e nomes de marca para evitar do Sebrae-SP problemas jurídicos. É preciso ficar atento também com mensagens desconexas ou contraditórias que possam confundir o cliente ou diluir a imagem da marca. Para uma loja que já está algum tempo no mercado, mudar a identidade visual é uma nova chance de alavancar as vendas, mas também pode ser um risco. “Depende do motivo da mudança e de como ela é feita. As marcas evoluem, acompanhando as mudanças de mercado, políticas, sociais e econômicas. Se a empresa detectar que precisa mudar sua identidade visual por deficiências na qualidade do material, ou mesmo por uma mudança de foco e estratégia, a cautela deve ser maior ainda”, alerta o consultor do Sebrae-SP. A empresa pode também querer apenas atualizar sua marca, fazendo uma mudança em seu logo ou na tipologia usada. Nesse caso, a transformação deve ser feita com cautela e muito bem comunicada ao mercado. Apesar do risco inerente a toda mudança, há vários casos de empresas que fizeram essa alteração ou atualização com sucesso. Segundo Sinelli, como os mercados estão cada vez mais competitivos, com produtos parecidos, a luta pelo mercado se dá, muitas vezes, em função de preço. Ter uma marca forte e diferenciada faz com que o cliente reconheça valor naquele produto/serviço, encare-a como objeto de desejo e até mesmo se sinta inclinado a pagar um pouco a mais pelo diferencial que

ela propõe. É isso que faz com que uma marca se torne reconhecida pelo mercado e ganhe pontos no mercado. Consultoria: recomendável Na opinião do responsável pela área de marketing do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Eduardo Sylvestre, para se colocar em prática o conceito da identidade visual no comércio, é preciso agir com cautela. A orientação é que o lojista sempre recorra ao auxílio de profissionais ou empresas especializadas antes de tomar qualquer decisão do gênero, justamente para se evitar riscos desnecessários – e, por vezes, muito caros – no processo. “O lojista é uma figura essencialmente multiatarefada, que acumula muitas funções ao mesmo tempo; até mesmo a de empresário. É inegável que muitos possuem capacidade, competência e aptidão para colocar em prática mudanças necessárias nas identidades visuais de seus respectivos empreendimentos, mas o fator tempo é quase sempre seu principal adversário. Por essa razão, buscar o auxilio de uma empresa especializada é o caminho mais rápido e não raro, menos oneroso para esse tipo de coisa, pois o conhecimento dos materiais e fornecedores por meio dos prestadores favorecerá a aquisição de produtos de qualidade com menor custo. Além disso, a experiência

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Ponto de venda

Puket: identidade sensorial que ‘impregna’

adquirida e a visão não viciada de quem está fora do ambiente da loja, aliado ao know-how do comerciante, resultará em um trabalho mais bonito e eficiente. Os lojistas associados ao Sindilojas-SP contam com significativos descontos na mão de obra junto a algumas de suas empresas parceiras”, indica Sylvestre. O que e como fazer Pensando na estrutura de uma loja, a personalização de itens como manequins, balcão e prateleiras pode fazer a diferença para se criar ou fortalecer a identidade visual de uma empresa. Na visão do gerente de marketing do Sindilojas-SP, um conjunto bem definido permite ao consumidor sentir empatia e proximidade com o estabelecimento, chamando sua atenção, distinguindo-o de seus concorrentes. Assim, independentemente da estrutura que se opte para equipar e manter funcionando este estabelecimento, tudo tem que estar de acordo, transmitindo essa identidade de forma harmônica como se fosse um mesmo organismo. Mas ele faz um alerta: “Um grave erro é pensar na loja de forma setorizada – setor dos caixas, pacote, troca e outros. Uma empresa comercial deve se assemelhar a um iceberg, com

apenas uma di- conscientes de que, se buscarmos fazer visão: a parte a vontade do consumidor, possivelmente visível seria tudo faremos o mesmo um pouco melhor. Nada aquilo que é errado com isso, até porque ainda se importante para ganha dinheiro com cavalos e aguçar os sentidos computadores tradicionais. Mas se do cliente, le- tivermos uma boa ideia, colocá-la em vando-o a ação de prática pode ser mais interessante do que compra. Abaixo pedir uma opinião”, sugere Sylvestre. da linha d’água, longe da sua Mais recursos percepção, está o Além do que já foi destacado aqui, restante. Pensada dessa maneira, o outras ‘armas’ a favor do lojista podem esta-belecimento ser aproveitadas para determinar certo se torna uma ver- tipo de visualidade própria ao seu na memória dadeira máquina empreendimento: embalagens persocomercial, pois enquanto o consumidor nalizadas, manequins diferenciados na permanecer em contato com a loja, vitrine, uniformes padronizados, eletrônica, telefônica ou presen- diferentes e de destaque para os cialmente, a possibilidade de venda se funcionários, dentre uma infinidade de recursos. Até mesmo algo que não é manterá ativa”, ressalta. Dentro desse contexto, o lojista pode visual é capaz de contribuir e muito para naturalmente se questionar: uma loja essa questão: o marketing olfativo. Ou que está no mercado há algum tempo e seja, explorar os aromas e cheiros como quer colocar em prática uma identidade uma ferramenta de comunicação para visual nova, deve “dar ouvidos” ao cliente complementar as estratégias de marketing empregadas por sua empreantes de adotar mudanças desse tipo? “Certa vez, Henry Ford disse que se sa é algo a se pensar. Segundo tivesse perguntado ao cliente o que ele especialistas, a atmosfera ambiente realmente queria, ele provavelmente favorece a interação dos consumidores aos produtos ouviria como resposta ‘um cavalo É sempre interessante expostos, aumais rápido’. Mais atualizar a identidade mentando os pontos de conrecentemente, Steve Jobs alegou visual da loja. Há muitas tato, integrando mais um sentido que ‘o consumidor vantagens nisso, mas há (o olfato), agunão sabe o que quer até que lhe riscos também. Tudo deve çando a percepção daquele m o s t r e m o s ’. ser bem planejado, c l i e n t e s o b r e Quando este último lançou o pensado e feito de acordo o s valores da marca. IPad, a crítica foi O curioso é geral. Para muitos, com o grau de relacionaque nem sempre não passava de mento com o consumidor. é preciso utium IPhone maior e que ninguém precisava. Claro, estamos lizar fragrâncias vendidas no mercado falando de visionários que mudaram a para chamar a atenção. Nas lojas da trajetória do mundo. Basta estarmos Puket, especializada em pijamas,

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lingeries e meias de diversas formas e cores, o aroma agradável das lojas provém dos próprios produtos, principalmente das meias com solas antiderrapantes. “Sabemos que o nosso aroma gera uma memória olfativa, o que remete os consumidores ao encantamento da nossa marca e dos produtos ofertados”, diz a diretora de produtos da empresa, Andrea Mendes. Segundo ela, a maior identidade da marca é o universo lúdico e colorido dos itens. “Tudo em nossas lojas chama muito a atenção das pessoas, pois se trata de um conceito inovador no mercado, em que as vitrines se destacam pelas cores e pelo mix e irreverência de produtos”, complementa. Identidade simpática Outro exemplo de como uma loja pode se destacar com uma comunicação adequada e individualizada é a Pampili, especializada em calçados femininos infantis. A marca tem uma identidade visual forte. Inclusive, criou um espaçoconceito com um ambiente diferenciado, que deixa a loja parecida a um quarto dos sonhos de qualquer menina: penteadeiras, armários, sofás, espelhos, objetos especiais e até mesmo netbooks. Tudo à sua disposição e interação. Para o gestor de varejo da empresa, Diego Colli, muitas meninas, mesmo sem saber ou lembrar o nome da loja, pedem às mães para que as levem na “loja rosa” ou na “loja do quarto dos sonhos”. Ele acredita que a marca é foco de atração, por meio do qual as crianças chamam suas mães para entrar no espaço conceito. “A Pampili conversa de igual para igual com a menina, como uma verdadeira amiga e não como uma loja de calçados. Toda a nossa publicidade é pensada para falar diretamente com essa pequena consumidora. É essencial

para a marca que as meninas se identifiquem com o universo que lhes proporcionamos”, explica. O produto principal da Pampili é o calçado infantil, mas para aproveitar o sucesso do espaço-conceito, a marca criou uma linha de roupas e acessórios, como laços para cabelos, bijuterias, meiacalça, pijamas, fantasias e camisetas, que também podem ser comprados. Para Colli, hoje esses produtos de extensão estão cada vez mais ganhando destaque na escala de compras. “Essa linha complementar de produtos representa, atualmente, 25% das vendas. Há três anos, a Pampili era apenas uma indústria de calçados. Hoje, porém, encontra-se muito além disso. O espaço-conceito funciona, inclusive, como um laboratório pelo qual se pode ver de perto o que está sendo bem aceito entre o público feminino infantil e, assim, inserir esses novos produtos”, finaliza Diego Colli. Pensando em investir em uma identidade própria para a sua loja, leitor? Faz bem. Acesse o site www.sindilojassp.org.br e confira, em seu campo de produtos e serviços, a relação de empresas que trabalham com o desenvolvimento de visuais, estruturas e recursos para estabelecimentos comerciais. Lá, você encontrará diversas opções, inclusive, as que melhor se adequam ao orçamento do seu negócio. Confira.

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Legislação Pisos Salariais (Estadual): novos valores Lei nº 14.945/13

Foi publicada no dia 15 de janeiro de 2013, no Diário Oficial do Estado de São Paulo, referida lei que atribui novos valores de pisos salariais mensais dos trabalhadores para o exercício de 2013. Os pisos foram fixados em três faixas: R$ 755, R$ 765 e R$ 775. Os pisos salariais aqui fixados não se aplicam aos trabalhadores que tenham pisos definidos em lei federal, em convenção ou acordo coletivo de trabalho, salvo se inferiores ao valor fixado no inciso I do artigo 1º desta lei. Também não se aplica aos contratos de aprendizagem regidos pela Lei Federal nº 10.097 de 2001. Os novos valores estão vigorando desde 1º de fevereiro de 2013.

66.2007.5.02.0023), proferiram decisões isentando algumas empresas do pagamento da multa pelo não cumprimento da lei. Os julgadores entenderam que ficou demonstrado o interesse dessas empresas em atender o dispositivo legal, porém, a falta de capacitação profissional acarretou a não contratação dessas pessoas, isentando-as da penalidade anteriormente imposta.

Desoneração da folha de pagamento Lei n° 12.546/11

O Governo Federal incluiu o comércio varejista na desoneração da folha de pagamento. A partir de abril deste ano, 22 ramos do comércio foram inseridos no programa que determina a troca da base de arrecadação dos impostos trabalhistas de 20% de INSS sobre a folha de pagamento por uma incidência de 1% sobre o Rescisão contratual: empréstimo consignado faturamento bruto. A medida é compulsória, com exceção para Lei nº 10.820/03 as empresas enquadradas no Simples Nacional. A lista dos Nos termos da lei citada, os empregados regidos pela CLT poderão segmentos do comércio varejista beneficiados dependerá do autorizar de forma irrevogável e irretratável, o desconto em folha CNAE e inclui dentre outros: lojas de departamentos de pagamento de valores correspondentes ao pagamento de o u magazines, eletrodomésticos, empréstimos, financiamentos e móveis, artigos de vestuário, operações de arrendamento De 2ª a 6ª feira, das 8h30 às 17h30, o Sindilojas-SP tecidos, artigos de cama, mesa e mercantil concedidos por coloca à disposição das empresas do varejo da banho, brinquedos, cosméticos, etc. instituições financeiras. No caso de capital um serviço de assessoria e consultoria dispensa, existe a possibilidade da jurídica pelo qual os empresários podem sanar suas empresa descontar no termo de Atenção: Carnaval não é feriado dúvidas sobre diversos assuntos relacionados a rescisão de contrato de trabalho o Ponto facultativo estes e outros assuntos pertinentes aos seus valor correspondente a título de Inexiste na legislação qualquer respectivos empreendimento no comércio. Para empréstimo consignado. O parágrafo dispositivo que determine como acessar o serviço, ligue para 11 2858 8400 (dentro 1º, do artigo 1º da referida lei feriado os dias destinados à festa do período acima indicado). observa que o desconto poderá popular do “carnaval”, em incidir sobre verbas rescisórias, se assim previsto no respectivo especial, a terça-feira. As empresas podem optar pelo contrato de empréstimo, até o limite de 30%. trabalho normal nesses dias ou pela dispensa de seus empregados, sem prejuízo de sua remuneração. Caso opte pela não abertura do estabelecimento, poderá firmar acordo Crimes virtuais de compensação de horas com seus colaboradores. Se o Lei nº 12.737/12 empregador desejar abrir o estabelecimento, as horas Referida lei veio tipificar os chamados crimes virtuais, ou seja, trabalhadas serão remuneradas como dia normal de trabalho, crimes praticados através da Internet. A partir de agora, quem desobrigando a empresa do cumprimento das condições invadir computadores poderá ser punido com multa ou até previstas na cláusula 41 da Convenção Coletiva de Trabalho, prisão. Constitui nova modalidade de crime criar programas de a qual dispõe sobre trabalho nos feriados. violação de dados e sistemas ou divulgar e negociar dados obtidos de forma ilícita. Caso a invasão resulte na obtenção de segredos comerciais, informações sigilosas ou controle à Preço diferenciado: formas de pagamento distância não autorizado, a pena será de 6 meses a 2 anos e Artigo 39, inciso X (CDC) multa. A apuração desses crimes dependerá da representação Embora o tema provoque polêmica, é comum observarmos no da vítima, não basta o Boletim de Ocorrência. As penas desses comércio, a prática de alguns estabelecimentos em diferenciar delitos poderão ser aumentadas se resultar prejuízo econômico. o preço de seus produtos nos pagamentos realizados em dinheiro dos realizados através de cartão, de débito ou crédito. Contudo, é oportuno lembrar que tal prática é vedada conforme Preenchimento de cota para deficientes previsão na Portaria nº 118 do Ministério da Fazenda, bem TST libera empresas como, pela Resolução nº 34 do Conselho de Defesa do O artigo 9º da Lei nº 8.213/91, determina que toda empresa Consumidor. Assim, orientamos aos lojistas a não praticar a que possuir 100 ou mais empregados está obrigada a contratar diferenciação de preços, pois a conduta configurará prática beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de abusiva, proibida pelo Código de Defesa do Consumidor. Aja deficiência. Recentemente o Tribunal Regional do Trabalho preventivamente e reveja a política de recebimento praticada. da 2ª Região/SP e o Tribunal Superior do Trabalho (AIRR-220600-

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Consultoria

Plano de cargos e salários pela Assessoria Jurídica do Sindilojas-SP

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ema recorrente nas consultas atendidas pelo Sindilojas-SP, como no horizontal. Outro regramento fundamental é a o plano de cargos e salários tem suscitado muito definição temporal na qual o profissional atingirá o interesse entre os lojistas. Oportunamente, apresentamos crescimento planejado pela empresa. Não há na legislação uma pequena explicação sobre o tema, capaz de satisfazer as trabalhista regras específicas que tratem do plano de carreira principais dúvidas. e da gestão de cargos e salários. De maneira didática, podemos conceituá-lo como o Contudo, o Tribunal Superior do Trabalho disciplinou conjunto de regras que estipulam como os empregados podem alguns aspectos. Por meio da Súmula nº 6, o TST determinou progredir na empresa em relação ao seu salário e as suas que o quadro de pessoal organizado em carreira será válido funções. Tem como objetivo deixar claro para todos os quando homologado pelo Ministério do Trabalho. O órgão colaboradores as regras de competente para decidir sobre ascensão e política salarial o referido pedido de É importante citar que, no âmbito adotada. homologação e seus resinterno de cada empresa, deve haver a Por consequência, quando pectivos regulamentos é a se admitir um profissional, ele colaboração dos setores que a Gerência Regional do Trabalho. saberá, de antemão, qual sua Temos na Portaria nº 2 do MTE, compõem, no intuito de abastecer o perspectiva na carreira e as de 25 de maio de 2006, os suas possibilidades na departamento de recursos humanos critérios necessários para empresa. Também fica claro com os dados que possibilitem auferir essa homologação, em para todos que não é por ser especial a discriminação o desenvolvimento de cada colaborador. ‘amigo do chefe’ que se ocupacional de cada cargo, os garantirá um bom salário ou critérios de promoção, avaum cargo mais significativo. A importância do plano de cargos liação, desempate, dentre outros. e salários está na possibilidade de garantir a isonomia entre É importante citar que, no âmbito interno de cada empresa, os funcionários através do exercício da avaliação da deve haver a colaboração de cada setor através de suas estrutura funcional da empresa. gerências, no intuito de abastecer o departamento de recursos Deve-se, portanto, separar as tarefas e as res- humanos com os dados que possibilitem auferir o ponsabilidades que corresponderão a cada quadro, desenvolvimento de cada colaborador. Esses gestores atribuindo valores justos e coerentes. Isso possibilitará participarão do denominado Comitê de Avaliação. aos empregados que demonstrarem maior produtividade Enfim, ao conferir efetividade ao plano de carreira, e que estejam realmente focados nos objetivos da seja por antiguidade ou merecimento, a empresa empresa, serem devidamente reconhecidos e remunerados implementa algo que trará a valorização dos profissionais a contento. da organização, fazendo-os entender que são capazes de Finalizada a elaboração do plano de cargos e salários, a contribuir e muito para que a empresa faça a diferença empresa deverá implantar o plano de carreira. Nessa questão, no mercado. Este pode ser o grande desafio para as as progressões devem ser claras, tanto no âmbito vertical empresas em 2013.

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PDV 2

No ponto certo por Juan Celayes

É possível que um simples aspecto como a escolha do ponto de venda reflita sobre o desempenho de uma loja? Estaria o sucesso – ou o fracasso – de um empreendimento comercial relacionado a isso?

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star bem localizado em um ponto comercial de fácil acesso, com fluxo constante de pessoas e em um imóvel adequado pode fazer toda a diferença na vida de um comerciante. Mas o contrário também pode, para sua infelicidade. Até o ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontava que cerca de 40% das microempresas estabelecidas no país mal chegam ao seu quarto ano de atividade. Para os especialistas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), esse índice se mostrava ainda mais elevado: 50%, sendo que desse total, 27% das MPEs mal conseguem superar o primeiro ano de negócios. O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Ruy Nazarian, entende que um dos principais motivos para a ‘quebra’ de muitas empresas é a falta de um plano de negócios, processo esse que também envolve a escolha do ponto comercial. Ele explica que esse planejamento começa com uma cuidadosa escolha do local para o empreendimento em questão. “Errar em aspectos como marketing ou linha de produtos é até reversível, mas errar na escolha do ponto...”. Para Nazarian, é importante que o local tenha boa visualização, seja de fácil acesso e, se possível, ofereça estacionamento aos clientes, seja ele próprio ou não. Ele também orienta que alguns aspectos físicos como árvores, pontos de ônibus e bancas de jornal podem interferir negativamente nos negócios, acredite o leitor ou não. “Isso tudo acaba comprometendo tanto a visibilidade, como o fluxo de visitas à loja”, aponta. Reconhecimento de campo Uma boa dica é procurar estar sempre informado quanto ao potencial da região contemplada: averiguar se ela comporta muitas lojas do mesmo segmento, se ela apresenta

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bom equilíbrio com o contingente residencial local e se a circulação de pessoas é constante. “Mesmo os pontos de comércio segmentado podem favorecer muito o comerciante. Nesses casos, o concorrente pode até ajudar a atrair público para o local”, complementa Nazarian. Por essa razão, pontos em áreas de comércio popular costumam ser as mais visadas e valorizadas pelos empreendedores do setor. Um estudo realizado pela TNS Research International em 2011 – muito atual, mesmo após dois anos – constatou que a Rua 25 de Março possui hoje o metro quadrado mais caro da capital – ali, o aluguel de uma loja pode chegar a R$ 30 mil, superando pontos nobres como a rua Oscar Freire e Jardins. Para Nazarian, é uma matemática óbvia: “Nos Jardins, o ganho é pela qualidade; em centros populares como a Rua 25 de Março, é pela quantidade”. O levantamento da TNS também mostrou que o quadrilátero mais caro da cidade é formado pelas ruas José Paulino, Aimorés, Professor Cesare Lombroso e Ribeiro de Lima. Segundo a pesquisa, isso decorre da praticamente nula rotatividade de lojas nesses trechos. “Por isso que tão importante quanto ir a campo para fazer reconhecimento, é buscar informação com as consultorias especializadas. Elas podem oferecer informações muito pertinentes sobre o local pretendido. Comercialmente, inclusive”, sugere o presidente do Sindilojas-SP.

Consultoria especializada Todas as quintas-feiras, das 15h às 17h, o advogado e especialista em direito imobiliário Mario Cerveira Filho presta atendimento personalizado aos filiados e associados Sindilojas-SP na sede da entidade. Para agendar uma consulta, ligue para 11 2858 8400.


Fique por dentro

^ ´ dia 28 deste mes Dirf 2013 deve ser entregue ate Oficialmente publicada em outubro do ano passado, a Instrução Normativa RFB nº 1.297/12 definiu as regras para o cumprimento de uma das mais importantes obrigações acessórias para o empresário. De acordo com o seu conteúdo, a Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf) de 2013, com informações do ano-calendário 2012, deve ser enviada até o último minuto do dia 28 de fevereiro deste ano. O envio do documento é realizado por meio do programa Receitanet, encontrado no site da Receita Federal: www.receita.fazenda.gov.br. O procedimento exige a assinatura digital obtida com certificado digital válido, exceto para os

optantes do regime tributário Simples Nacional. A Dirf é uma obrigação das fontes pagadoras que contém informações sobre as retenções de imposto de renda de salários e outros pagamentos efetuados ao longo do ano. Referência para cruzamento de dados, se prestada de forma incorreta ou incompleta, compromete a restituição do recebedor com imposto retido, além de gerar punição com multa para o empregador. Para mais informações, ligue para 11 2858 8400 e fale com a assessoria contábil do Sindilojas-SP. O atendimento é prestado de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30.

RAIS: certificado digital acima de 20 vínculos Em meados de janeiro, o Diário Oficial da União publicou algumas instruções para a entrega da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), ano-base 2012. O prazo para entrega do documento está em vigor desde 15 de janeiro e se estende até o dia 8 de março. Aqueles que não entregarem a RAIS dentro desse período, omitir informações ou prestar declaração falsa ou inexata, estarão sujeitos a uma multa cujo valor inicial é de R$ 425,64 – acrescida de R$ 106,40 por bimestre de atraso, contados até a data de entrega do referido documento ou da lavratura do auto de infração (caso este proceda primeiro). O preenchimento da RAIS é obrigatório para todos os estabelecimentos inscritos no CNPJ com ou sem empregados. No caso das empresas sem empregados ou que tiveram suas atividades paralisadas em 2012, faz-se obrigatória a entrega

da RAIS Negativa. De todo modo, a entrega do documento cabe a todos os empregadores, conforme determina a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). As declarações devem ser fornecidas pela internet, mediante utilização do programa gerador de arquivos da RAIS, conhecido como GDRAIS2012. É importante que as empresas estejam cientes de que, a partir deste ano, todos os estabelecimentos e arquivos que possuem 20 vínculos empregatícios ou mais, devem dispor da certificação digital (padrão ICP Brasil) para transmitir a declaração referente ao ano-base 2012. Casos em que haja necessidade de retificação de informações já prestadas também têm um prazo a cumprir: a RAIS Retificadora, sem multa, também deve ser providenciada até o dia 8 de março. A certificação digital também se faz necessária para tal.

CAGED: certificado digital acima de 20 vínculos Desde 11 de janeiro, as empresas com 20 ou mais vínculos empregatícios estão obrigadas a recorrer à certificação digital para efetuar a transmissão do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Antes disso, o uso do certificado digital era facultativo. A mudança decorreu da publicação de uma nova portaria do MTE que determina tal obrigatoriedade. O CAGED deve ser declarado por toda pessoa jurídica que

tenha admitido, desligado ou transferido funcionários com contrato de trabalho regido pela CLT. Esse cadastro deve ser atualizado mensalmente junto ao MTE, até o sétimo dia do mês subsequente ao de referência das informações. A exigência de certificação digital recai sobre todas as empresas que costumam movimentar com frequência seus respectivos quadros de empregados com carteira assinada.

Ainda não possui o certificado digital? Por meio do convênio estabelecido entre o Sindilojas-SP e a empresa Autofax, os lojistas do comércio podem adquirir o certificado digital sob condições muito especiais. Além disso, ele conta com um atendimento diferenciado e, mais importante, rápido e eficiente. Acesse o site www.redecom.com.br/sindilojas-sp, preencha o cadastro de solicitação, registre a compra do produto e agende uma data para sua validação na sede do Sindilojas-SP. Endereço: Rua Cel. Xavier de Toledo, 99 1º andar (próximo à Estação Anhangabaú do Metrô) munido dos documentos necessários – a relação Lojas está descrita no site acima indicado. 2013 23 & Lojistas - Fevereiro


Feriados

Prejuízo datado da Redação

Você faz ideia do quanto sua empresa perde quando não abre as portas em um feriado? Descubra um outro lado dessas pausas aparentemente inofensivas no expediente do mês.

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emos de admitir: gostamos dos feriados. Que atire a primeira pedra aquele que se pegou, em algum momento do mês passado, consultando o calendário oficial para conferir a lista dos feriados de 2013. No entanto, como tudo em nossas vidas, os feriados também possuem uma outra faceta, muitas vezes ignorada, mas que é capaz de fazer toda a diferença para uma empresa. Aparentemente inofensivos e bem intencionados, alguns feriados – dependendo do dia da semana em que caem – podem se revelar um tanto comprometedores para um empreendimento em atividade. Muitas vezes, essa ‘pausinha estendida’ na semana acaba por comprometer a produção de uma empresa, interferindo, inclusive, em seu caixa. Ou seja: prejuízo, lojista. Não são poucas as pesquisas que denunciam esse lado negativo dos feriados. Todas, a propósito, apontam os setores do comércio e da indústria como os mais afetados pelas interrupções ocasionais em seus respectivos expedientes, principalmente nos casos das fatídicas ‘emendas’. Praticamente, todos os anos a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgam um novo índice de prejuízo sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país, derivado dos feriados do ano. Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Ruy Nazarian, é imperativo que os empresários do comércio se mantenham sempre atentos às próximas pausas do ano em seus expedientes. “Muitas empresas não dimensionam o prejuízo ocasionado por um feriado até que seja tarde demais. Grande parte dos feriados instituídos não lhes impõe o não funcionamento e é justamente a isso que os empresários devem se pautar. Dependendo das circunstâncias, ele pode considerar se lhe vale ou não a pena uma pausa decorrente disso”, orienta. “Para qualquer empreendimento no varejo, independentemente de porte ou segmento, portas abertas são sempre essenciais. Quanto mais tempo assim elas permanecerem, menos riscos de prejuízos o empresário enfrenta”, complementa Nazarian.

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Consumidores disponíveis Em particular ao setor do comércio, vale destacar aqui um ponto potencialmente positivo no tocante aos feriados: o consumidor. Grande parte da população aproveita os feriados para fazer tudo aquilo que, durante o expediente semanal habitual, não consegue. A saída às compras é uma opção. Por isso, é interessante que o comerciante evite desperdiçar as oportunidades que um feriado tem a oferecer. Em muitos casos, é exatamente nessa ocasião que muitas lojas e estabelecimentos afins faturam além do volume médio de um dia normal. Carnaval não é feriado Segundo orientação da assessoria jurídica do SindilojasSP, o Carnaval, ao contrário do que muitos pensam, não corresponde a um feriado. A assessoria aponta que não existe nada na legislação até hoje em vigor qualquer dispositivo que determine como tal essa tradicional festividade. Assim, cabe única e exclusivamente às empresas a opção de funcionar normalmente nessa ocasião. Procedimento no comércio De acordo com a cláusula 41ª da Convenção Coletiva de Trabalho 2012/2013, o lojista disposto a abrir as portas de seu estabelecimento durante algum feriado deve encaminhar ao seu respectivo sindicato patronal, com sete dias de antecedência à ocasião em questão, um requerimento da sua intenção, comprovando também que todas as exigências estabelecidas pela convenção coletiva têm sido devidamente cumpridas por sua empresa. Mais esclarecimentos sobre esse procedimento podem ser obtidos com a própria assessoria jurídica do Sindilojas-SP, através do telefone 11 2858 8400, de segunda à sexta-feira, durante o horário comercial.




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