Lojas & Lojistas nº 141 Janeiro 2014

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Zelo acima de tudo Muito mais que cama, mesa e banho

Contribuição Sindical Patronal O investimento ideal para sua empresa Mais: Benefícios exclusivos | Produtos e serviços | Consultorias especializadas



Editorial

Pés no chão

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varejo brasileiro passou o ano de 2013 praticamente inteiro trabalhando com um consumidor mais cauteloso e comedido, em virtude – dentre outros fatores – da desaceleração do aumento de renda e do avanço da inflação. Esse consumidor, no decorrer dos últimos doze meses, aderira ao hábito de pesquisar mais, de observar com mais critério o movimento (muitas vezes oscilante) do mercado em que, à sua forma, está aderido. Isso acabou fazendo com que os comerciantes se adaptassem a uma realidade desconfortável, não ideal. Eles foram forçados a aperfeiçoar seus mecanismos de atuação: controle de caixa, fluxo de mercadorias e estratégias de alcance ao cliente, dentre outros recursos, tiveram de ser revistos e reajustados. E mesmo com todo o esforço despendido, os resultados foram bastante fracos nas vendas, estas refreadas e à mercê de um endividamento crescente do consumidor brasileiro. Até mesmo as vendas de fim de ano que, tradicionalmente, ‘salvam a Pátria’, deixaram a desejar. Muito. Embora não tenham sido catastróficas, o volume respectivo registrado por diversos indicadores ficou muito aquém do pretendido e esperado. Há quem relacione tal defasagem a um provável esgotamento do modelo de crescimento da nossa economia. Discordo. De certo modo, o Governo Federal adotou diversas medidas para estimular o consumo no ano passado. Exemplo de uma iniciativa que apresentava grande potencial é o ‘Minha Casa Melhor’. Isso só não sucedeu melhor porque, de fato, as famílias estão mesmo mais endividadas no país, nos últimos quatro anos. Com base em tudo isso, entendo que 2014 seja um ano não muito melhor para o setor do comércio. Ainda trabalharemos com menos crédito voltado ao consumidor. Para nós, empresários comerciantes, isso é um grande delimitador. Deixo aqui, portanto, uma sugestão ao empresário leitor: O varejo, como um todo, precisa de precaver, adotando indicadores que diagnostiquem seus custos de distribuição e manutenção de estoques, dentre outros mecanismos de prospecção de desempenho. Toda forma de cautela é ímpar no presente e (futuro imediato) quadro. Este será um ano significativo para o nosso país: teremos mais uma vez as eleições (e toda a sua tradicional bagagem de investimentos) e uma Copa do Mundo. Portanto, tudo o que for feito no decorrer dos próximos meses tomará uma proporcionalidade muito maior. Estejamos atentos a essa tendência. Boa sorte para todos nós.

Ruy Pedro de Moraes Nazarian Presidente do Sindilojas-SP

Fotografia: José dos Ramos Taipina

Presidente Ruy Pedro de Moraes Nazarian Superintendente Paulo Roberto Boscolo

Lojas & Lojistas Publicação oficial do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo Redação Rua Cel. Xavier de Toledo, 99 3º andar Centro CEP 01048-100 São Paulo SP Tel.: 11 2858 8400 comunicacao@sindilojas-sp.org.br Conselho editorial Ruy Pedro de Moraes Nazarian, Eduardo Di Pietro Sobrinho e Paulo Roberto Boscolo Coordenador editorial Juan Celayes MTB 44.959/SP Colaboradores Aline Aniceto, Luzia Azevedo, Valquíria Furlani, Elisângela Mardegan, Rômulo Martins, Sérgio Mitumori, Eduardo Sylvestre e Vaneide Tito Diretor comercial Dirceu Ruiz Diretor de arte José dos Ramos Taipina Publicidade 11 99998 0909 [fax] 11 2532 9611 Impressão Gráfica Plural Conceitos e opiniões emitidas por entrevistados e colaboradores, tal como dos anúncios e informes publicitários nela veiculados, não necessariamente refletem o posicionamento oficial da Lojas & Lojistas ou do Sindilojas-SP. Esta revista não publica matérias pagas. É proibida a reprodução integral ou parcial de seu conteúdo sem autorização escrita do Sindilojas-SP.

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SUMÁRIO

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Investimento retorno

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Efetue o pagamento da Contribuição Sindical Patronal 2014 até 31 de janeiro e garanta à sua empresa aquilo que ela precisa para se destacar no mercado. Entenda como esse investimento funciona e o que ele te garante, enquanto empresário do comércio.

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Seu sindicato Sindilojas-SP consegue liminar, suspendendo o aumento do IPTU na capital | Em defesa dos lojistas prejudicados pelos ‘rolês’ realizados na capital | Apoio aos lojistas da Rua Santo Amaro, no centro de SP | Atuação do sindicato favorece recuo da Prefeitura quanto ao horário de restrição ao estacionamento | Análise de projeto de revitalização de ruas comerciais

Crédito moderado em 2014

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Novas parcerias No intuito de oferecer ao lojista cada vez mais recursos para o desenvolvimento de suas atividades no comércio, Sindilojas-SP amplia seu rol de convênios com empresas fornecedoras dos mais variados serviços e produtos. Saiba quais são os mais novos parceiros do sindicato.

Perfil Referência no setor de cama, mesa e banho, Zelo foca nas parcerias e na inovação para manter consolidada sua marca no mercado.

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Consultorias especializadas

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Consultoria

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Fique por dentro

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Pense nisso

Produtos & Serviços Canal VendaMais Construindo bons relacionamentos

Legislação Compilação dos principais assuntos tratados pela assessoria jurídica do Sindilojas-SP durante o último bimestre de 2013

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RH e Jurídico: integração necessária pela Assessoria Jurídica do Sindilojas-SP

por Raúl Candeloro

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De segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30, o Sindilojas-SP disponibiliza aos seus filiados e associados um serviço exclusivo de consultoria para as mais diversas finalidades de âmbito jurídico e contábil. Veja como é simples usufruir um bom serviço de apoio para a sua empresa.

Parcelamento do ICMS de dezembro/2013 | Declaração Simplificada de Pessoa Jurídica Inativa 2014 | Programa Gerador da Dirf 2014 liberado | Confaz prorroga benefícios fiscais | Manual ‘Discriminação de Impostos nas Notas Não espere pelo Salvador da Pátria por Toni Sando


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Seu sindicato Sindilojas-SP consegue liminar, suspendendo o aumento do IPTU na capital

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stá suspenso, até então, por determinação do Tribunal da Justiça, o reajuste previsto para este ano do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), proposto pela Lei nº 15.889/ 13, sancionada pelo Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. A liminar concedida pelo TJ foi resultado de uma intensa manifestação da sociedade empresarial de São Paulo que vinha rebatendo com força tal aumento. O Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), assim como outras entidades de classe, entrou de imediato com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a referida lei. Além disso, manifestou-se por diversas vezes perante a Prefeitura, estendendo a apreensão de milhares de comerciantes que viam – e continuam vendo – em tal elevação

tributária um risco para seus empreendimentos em atividade. O Sindilojas-SP defende que a lei em comento, ora suspensa por força de uma liminar, viola os princípios da razoabilidade e da capacidade contributiva real prevista pela nossa Constituição. O aumento por ela proposto não apenas é abusivo, como também incoerente à realidade socioeconômica do empresário paulistano. Essa vitória, embora parcial, mostra a disposição do Sindilojas-SP em defender seus filiados na constante luta contra os aumentos sucessivos de impostos que estão sufocando os comerciantes. Para acompanhar o desdobramento deste assunto, acompanhe regularmente a revista Lojas & Lojistas e o site www.sindilojas-sp.org.br.

Sindilojas-SP entra em defesa de lojistas prejudicados pela realização dos ‘rolês’ pela cidade

Em

dezembro último, o Sindilojas-SP estendeu à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo a reivindicação de centenas de comerciantes estabelecidos em shopping centers da capital, vítimas dos prejuízos gerados pelos encontros organizados por jovens via internet, vulgarmente denominados ‘rolês’. Para se ter uma ideia do impacto desses ‘eventos’, registrou-se a aglomeração de quase 10 mil pessoas na área reservada para estacionamento de um dos maiores empreendimentos comerciais da capital no ano passado. Segundo os organizadores desses encontros, a concentração realizada nos shopping centers correspondem a uma resposta às constantes proibições da Polícia Militar aos bailes funk de rua, tidos como oportunidades de entretenimento para jovens oriundos das periferias da capital. No entanto, tudo o que costuma resultar desses encontros é caos, criminalidade e prejuízo certo para o comércio de shopping. Um dos casos mais extremos foi o do Shopping Aricanduva que,

no dia 7 de novembro do ano passado, teve de baixar suas portas com muita antecipação por causa do tumulto e das diversas tentativas de roubo às lojas durante a realização do dito ‘rolê’. O presidente do Sindilojas-SP, Ruy Nazarian, ao tomar conhecimento das circunstâncias impostas aos lojistas do empreendimento, contatou de imediato a Secretaria de Segurança Pública, apresentando a seguinte argumentação: “As perdas sofridas por esses lojistas é quase irreparável, uma vez que ocorreram em um dia de sábado, expediente tradicionalmente oportuno para o comércio, e em um período prévio ao Natal, que dispensa maior detalhamento sobre sua importância no varejo. É imperativo que as autoridades atuem com rigor sobre isso daqui para frente, uma vez que outros encontros em massa como o promovido no estacionamento do Shopping Aricanduva continuam sendo organizados na internet. Não gostaríamos de ver esse triste episódio reprisado sobre outros comerciantes no decorrer deste ano”, diz o presidente do Sindilojas-SP.

Sindilojas-SP estende reivindicações de lojistas da rua Santo Amaro, no Centro, a secretarias de segurança pública

Um

grupo de lojistas estabelecidos na rua Santo Amaro, no bairro da Bela Vista da capital, contatou o Sindilojas-SP, denunciando alguns problemas derivados da aglomeração cada vez maior de moradores de rua na extensão da referida via e suas adjacências. Alguns comerciantes sugerem que essas pessoas sejam oriundas das famigeradas ‘cracolândias’ na região central da cidade. Os principais problemas apontados pelos lojistas é o aumento da criminalidade (furtos e roubos), o acúmulo de lixo nas calçadas e a degradação visual local. Disso, derivase a automática queda nas vendas e na frequência dos consumidores, fator que compromete profundamente a saúde dos estabelecimentos comerciais. Ciente6 de Lojas tais circunstâncias, o presidente do Sindilojas-SP, & Lojistas - Janeiro 2014

Ruy Nazarian, contatou a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e a Secretaria Estadual da Segurança Pública, no intuito de repassar às respectivas autoridades as reivindicações por melhoria e solução ao problema em questão. “É importante ressaltar que a inquietação dos lojistas que contataram o Sindilojas-SP não possui caráter discriminatório ou socialmente intolerante, pois é fato que os problemas gerados pela influência negativa desses moradores de rua afeta não apenas empreendimentos comerciais da região, mas também residentes e transeuntes habituais”, destaca Nazarian. Até o fechamento desta edição, o Sindilojas-SP não obteve retorno das referidas secretarias. Os ofícios encaminhados às autoridades podem ser conferidos na íntegra no site www.sindilojas-sp.org.br.


Atuação do Sindilojas-SP favorece recuo da Prefeitura em proibição para estacionamento em vias comerciais da capital

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esde meados de setembro do ano passado, quando da adaptação de faixas exclusivas para ônibus por toda a capital, comerciantes de diversos pontos da cidade procuraram pelo Sindilojas-SP, solicitando o apoio da entidade na luta contra as restrições arbitrárias para estacionamento nos perímetros afetados pela referida faixa. Com a iniciativa da Prefeitura de São Paulo de inserir esses corredores exclusivos para ônibus por toda a cidade, muitas ruas e avenidas tradicionalmente comerciais passaram a sofrer prejuízos em virtude da dificuldade de circulação dos consumidores, que passaram a ser impedidos de estacionar em frente aos estabelecimentos por um longo período do dia. Para todas essas vias, o horário de restrição passava a ser das 6h às 20h. Ciente do impacto negativo que isso estava gerando aos comerciantes, o Sindilojas-SP passou, então, a acompanhar a situação mais de perto, conferindo in loco as circunstâncias de diversas regiões afetadas com a mudança e registrando as circunstâncias vividas pelos lojistas. Munindo-se, assim, com mais recursos para argumentar em defesa dos comerciantes prejudicados, o sindicato estendeu às autoridades a reivindicação de centenas de comerciantes então comprometidos pelo horário restritivo para estacionamento. Tal atuação, junto à ação dos próprios empresários do comércio, refletiu de forma positiva para os lojistas de determinadas regiões. Em dezembro, comerciantes das avenidas Mateo Bei, Conselheiro Carrão, Vila Ema e João XXIII, tal como a Rua do Orfanato, todas situadas na zona leste da capital, tiveram a restrição revertida: a proibição ao estacionamento passou a ser somente das 6h às 9h (sentido bairro/centro) e das 17h às 20h (sentido centro/bairro).

Segundo a assessoria da Prefeitura, outras regiões reivindicantes podem ter a mesma restrição reduzida no decorrer dos primeiros meses deste ano. O Sindilojas-SP continua acompanhando essa situação por toda a cidade.

Revitalização das ruas comerciais de São Paulo: Sindilojas-SP estuda alternativas para viabilização de projetos

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presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Ruy Nazarian, e o diretor da entidade, Aldo Nuñez Macri, participaram do Fórum GVCev Polos Varejistas de Rua, promovido pela Fundação Getúlio Vargas, realizado em 10 de dezembro último. O objetivo do evento foi discutir alternativas para estimular as revitalizações das ruas comerciais da cidade de São Paulo, além de elaborar projetos que possam fortalecer e promover as regiões por eles contempladas. Comerciantes interessados em apresentar ideias e sugestões podem direcioná-las para o e-mail sindilojas@sindilojas-sp.org.br.

Fale Conosco Quer estender ao Sindilojas-SP alguma reivindicação ou necessidade da região em que sua loja está? Acesse o site www.sindilojas-sp.org.br e acesse o canal FALE CONOSCO. Se preferir, ligue para 11 2858 8400 e solicite o atendimento do Núcleo de Defesa Empresarial do sindicato.

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Projeção

Crédito deve ser moderado este ano Fonte: Diário do Comércio

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o crescimento do crédito foi mesmo moderado em 2013, como se esperava – os resultados oficiais ainda serão divulgados no fim de janeiro –, neste ano a tendência deve ser a mesma. Com um ritmo menor de crescimento, o crédito também deve influenciar as vendas do comércio. Segundo a pesquisa de projeções e expectativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as operações totais de crédito devem crescer 14,5% neste ano. Para a pessoa física, a evolução no crédito projetada pela pesquisa é de 10,5%. Os especialistas ainda aguardam os dados oficiais do ano passado, mas a LCA Consultoria estima que o crescimento das operações totais de crédito em 2013 tenha sido de 15%. Para 2014, a consultoria espera uma elevação menor, de 14%, considerando um desaquecimento de concessões de financiamentos por parte dos bancos públicos, como a Caixa e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). “Existe uma orientação do governo para reduzir o ritmo de concessões de crédito em 2014. Na nossa avaliação, o crédito para o consumo deve continuar crescendo em ritmo moderado”, diz Wermeson França, economista da LCA Consultoria. Ele lembra que, em 2013, houve um crescimento puxado pelo crédito direcionado, do BNDES, e do segmento imobiliário. “São linhas de menor risco. Os financiamentos imobiliários devem fechar o ano passado com alta de 33%”, afirma. Pessoa física Segundo os dados mais recentes do BC, nos 12 meses encerrados em novembro o crédito para a pessoa física cresceu 8,2%, ante 10,5% em 2012. O próprio governo já sinalizou que o ritmo menor de aumento deve atingir um patamar sustentável. Esta trajetória do indicador pode sinalizar um 2014 mais morno para as vendas do comércio varejista. O crédito destinado ao consumo para pessoa física é um dos componentes que influenciam as vendas a prazo do comércio. De acordo com a Associação Comercial de São Paulo, as vendas à vista devem ajudar o comércio, mas com o crédito mais restrito as vendas parceladas tendem a desacelerar. “Os grandes bancos estão deixando o crédito ao lojista,

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destinado ao financiamento das vendas de eletrodomésticos ao consumidor, e agora se concentram nos imóveis. É uma linha mais segura. Por outro lado, as financeiras estão voltando a fazer parcerias com os lojistas”, explica. Para Wermeson França, a estimativa para o crescimento das vendas no comércio é de 4,5% em 2013 e de 4% em 2014. Além do crédito crescendo em ritmo moderado, os fatores que contribuem para isso, no momento, são a inflação alta e concentrada em alimentos, o comprometimento das famílias com dívidas e o custo de financiamento mais elevado, em um cenário de seletividade maior por parte dos bancos. “O índice de comprometimento de renda está em 22% e manteve esse patamar ao longo de 2013, sem quedas. Esse porcentual sobre a renda compreende todas as prestações e financiamentos que o consumidor tem no sistema financeiro. É a parcela da renda das famílias destinada ao pagamento de juros da dívida. É considerada a mais alta em relação aos padrões internacionais do indicador, que está em torno de 15% nos Estados Unidos”, diz o economista. Ajuste Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), lembra que em 2013 houve um ajuste nas carteiras de crédito dos bancos, que privilegiou os consumidores com real capacidade de pagamento. “Essa qualidade nas carteiras de crédito já reflete na queda da inadimplência. O consumidor passou por um momento de aprendizado. Em 2014 vamos ter um consumidor mais ajustado e fazendo escolhas realistas em um ambiente de estímulos, como em todo ano eleitoral”, avalia. O economista lembra que, com a inadimplência em níveis baixos, os bancos podem voltar a buscar mais risco para suas carteiras, na tentativa de conquistar mais nichos de mercado. “Existe a procura por um novo mercado de oferta. O crédito ainda roda muito no curto prazo e o desafio é colocálo no longo prazo. Vamos precisar ver como será o direcionamento da política econômica do governo, após a eleição, para saber se haverá espaço para o alongamento de prazos no crédito”, conclui Tingas.


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Perfil

Em um só lugar Referência no setor de cama, mesa e banho, Zelo foca nas parcerias e na inovação para manter consolidada sua marca no mercado. por Rômulo Martins

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anter a sustentabilidade de um negócio diante do vaivém da economia é um desafio constante. É preciso versatilidade e perspicácia para compreender as particularidades de cada momento e adotar ações estratégicas que irão atrair a clientela. Referência nacional no setor de cama, mesa e banho desde 1962, a Zelo soube reunir, ao longo de sua trajetória, os ingredientes necessários para ingressar no hall das

Zelo em números Lojas: 63 Funcionários: 1.200 Faturamento: R$ 428 milhões * Marcas comercializadas: 60 ** * em 2012 ** número aproximado

queridinhas entre os consumidores brasileiros. Além do selo próprio, conta em suas 63 lojas espalhadas pelo país com marcas notadamente reconhecidas no mercado por aliar qualidade, conforto e bom preço. Artex, Buddemeyer, Buettner, Döhler, Karsten, Scavone estão entre as opções. Ao realizar parceria com o estilista Alexandre Herchcovitch, em 2003, a companhia aproximou a moda do homewear, uma ação inovadora que agregou ainda mais valor às peças comercializadas em sua rede. Outro insight, que contribuiu para o sortimento dos produtos vendidos pela empresa, surgiu a partir de sugestões recebidas dos próprios clientes. Tratase das linhas de times de futebol, resultado de um casamento recente com a Warner Bros, que aproximou do universo homewear especialmente o

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público masculino. O trabalho pautado pela qualidade dos produtos e do atendimento ao cliente é o que gera resultado e reconhecimento, segundo a gerente de Marketing da companhia, Maria Fernanda Razuk, com passagem por empresas como Reckitt Benckiser, que fabrica e comercializa as marcas Harpic, Veja, Vanish, Bom Ar, dentre outras. Este ano, a Zelo venceu o prêmio Época Reclame Aqui – As Melhores Empresas para o Consumidor 2013 na categoria Cama, Mesa e Banho, além de diversas honrarias que vem recebendo ao longo de sua trajetória no mercado nacional. Maria Fernanda falou a Lojas & Lojistas sobre as especificidades que tornam a empresa referência no setor em que atua. Confira trechos da entrevista.


Cenário econômico Segundo a gerente de Marketing da Zelo, apesar dos desafios e das incertezas que o mercado interno impõem, a companhia vem se mantendo estável. Em 2012, obteve faturamento de R$ 428 milhões. “Ao longo das décadas, os empresários brasileiros aprenderam a ser versáteis e são reconhecidos no mundo por isso”, afirma. Variedade de marcas Maria Fernanda diz que a opção por comercializar dezenas de marcas nas lojas da rede - são cerca de 60 selos, além da marca Zelo -, visa proporcionar ao cliente o que há de melhor no setor de cama, mesa e banho em um só lugar. “Questão de praticidade”. Homewear e moda Com o objetivo de aproximar a moda do homewear e, ao mesmo tempo, oferecer ao consumidor produtos exclusivos, em 2003, a Zelo fez parceria com o estilista Alexandre Herchcovitch, que assina peças para a empresa até hoje. A gerente de Marketing da companhia explica que a ideia era criar uma coleção “fast fashion”, que reunisse qualidade e design diferenciado a preço acessível. Segundo ela, uma forma de atrair a clientela com inovações e produtos diversificados. Homewear e futebol Focada na importância da variedade dos produtos ofertados e nas necessidades do consumidor, a Zelo lançou recentemente coleções de times de futebol por meio de parceria com a Warner Bros. “A ideia inicial partiu dos próprios clientes”, diz Maria Fernanda. “Além de agregar ao nosso sortimento, a linha de times aproxima o público masculino do universo homewear”, sinaliza.

O papel da comunicação Na visão da gerente de Marketing, a consolidação de uma marca passa fundamentalmente por esforços de comunicação. Segundo ela, é preciso clareza e objetividade para comunicar de forma criativa os conceitos da marca nos diversos veículos, que inclui além de publicidade, presença nos meios jornalísticos e ações na web para gerar mídia espontânea. “Temos investido cada vez mais em mídia on-line”, ressalta. e-commerce As compras pela internet representam 7% do faturamento da companhia e crescem 25% ao ano, diz Maria Fernanda. De olho no filão que é o universo do e-commerce, a Zelo recebeu, no ano de 2011, o selo diamante pelo Ebit, prêmio máximo de Excelência e Qualidade no Comércio Eletrônico. Honrarias Ao longo dos anos, a companhia venceu diversos prêmios em categorias variadas por sua atuação no mercado como o Hors Concours, por quatro vezes consecutivas, e os concedidos pela Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), em cinco edições, como a melhor loja de artigos para o lar. Este ano, a Zelo recebeu o prêmio Época Reclame Aqui – As Melhores Empresas para o Consumidor 2013 na categoria Cama, Mesa e Banho. Segundo Maria Fernanda, a honraria é resultado de um atendimento que preza pela qualidade, realizado por equipes bem treinadas. “É um reconhecimento importante do trabalho que a empresa vem realizando”, resume.

Cronologia da evolução

1962 Inauguração da

primeira loja, localizada no bairro do Brás, em São Paulo.

1989 Loja instalada no

Shopping Pátio Paulista, em São Paulo. Foi a primeira loja Zelo em shopping center.

2000 Empresa começa a comercializar seus produtos pela internet.

2003 Parceria com

estilista Alexandre Herchcovitch. Objetivo foi aproximar moda do homewear.

2011 Companhia

conquista selo diamante pelo E-bit, prêmio máximo de Excelência e Qualidade no Comércio Eletrônico e prêmio Reclame Aqui – Qualidade no Atendimento 2011 na categoria Cama, Mesa e Banho.

2013 Vence prêmio

Época Reclame Aqui – As Melhores Empresas para o Consumidor 2013 na categoria Cama, Mesa e Banho.

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Canal VendaMais

A construção de um (bom) relacionamento por Raúl Candeloro & Júlio Clebsch

O desafio de ser relevante no relacionamento com o cliente é um caminho sem volta. Buscar o entendimento e uma estratégia de inserção na vida do seu consumidor é o que fará a diferença entre o sucesso de sua empresa, seu fracasso, ou, quando muito, se você irá juntar-se ao time (da grande maioria) dos medíocres (com lucratividade medíocre) que brigam eternamente por conquistar o cliente através do preço mais baixo. Entretanto, para que um relacionamento possa nascer, é preciso observar algumas características (qualidades) diferenciadoras essenciais: Interação – Toda forma de relacionamento é interativa e se aprofunda quando acontece entre pessoas que compartilham os mesmos valores, princípios e ética. Nós conversamos para conhecer um pouco melhor um ao outro e isso nos dá motivos para continuarmos a cultivar esse relacionamento. Queremos nos conectar com pessoas e empresas que pensam e agem como nós. Se não, de que forma você montou, ao longo do tempo, sua equipe de colaboradores, pelo menos os mais estratégicos para a organização? Confiança e pontualidade – Relacionamentos de sucesso têm de gerar confiança. Podemos fazer negócio com alguém, mas se não houver confiança essa relação não se estenderá ao longo do tempo. Não só queremos ter certeza que a empresa com a qual fazemos negócio cuidará das informações que fornecemos a ela (dados cadastrais, cartão de crédito, histórico financeiro etc.), como queremos ter certeza que ela está nos ofertando um produto ou serviço que irá resolver nosso problema. Importante também é confiar em prazos de entrega de mercadorias, é não ficar esperando muito tempo no balcão até ser atendido por alguém, é saber que em dois ou três toques o telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor será atendido. É ter certeza de que ao postar uma reclamação no site da empresa ela retornará esse contato em poucos minutos. Você, claro, tem suas marcas de preferência. Então, enumere algumas das razões que o tornaram fiel a elas. Certamente, alguma estará relacionada à confiança que você deposita nela. Assumir o ponto de vista do cliente – Trate o cliente como você gostaria de ser tratado por um fornecedor seu. Uma lógica simples, mas nem sempre bem executada. Valorizar o

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consumidor e fazê-lo sentir-se especial, uma equipe de colaboradores que gosta do que faz e tem prazer em servir, conhecer profundamente o que está vendendo e como o produto ou serviço pode resolver o problema do cliente faz toda a diferença. Sua empresa tem o cargo de gerente de clientes? Ou, pelo menos, de tempos em tempos, alguns colaboradores viram clientes por um dia? Entender necessidades – O verdadeiro sucesso vem de enxergar a empresa, seus produtos ou serviços, do modo como o cliente a vê. E, claro, atender essas necessidades muito melhor que qualquer concorrente. Quão importante o produto ou o serviço que você oferece é para a vida de seu cliente? Que diferença ele faz? Os últimos 10 anos viram um incremento fenomenal no número de consultas a oftalmologistas e, por consequência, no número de óculos vendidos. A princípio, as óticas acreditaram que isso era fruto de uma renda melhor e de uma preocupação com a saúde. Errado! Muitas pessoas, nesse período, puderam comprar seu primeiro carro e para obterem a carteira de motorista submeteram-se a exames de vista. Você compreende claramente o quão importante o produto ou serviço que você oferece é na vida de seu cliente? Investir no social – Essa é uma tendência que veio para ficar. Contribuir para a melhoria da comunidade, seja através da educação, da proteção ao meio ambiente, de um programa de reciclagem ou sustentabilidade fará muita diferença. Clientes querem que você contribua com causas que sejam importantes para eles. E não se trata de um programinha de marketing social desses que se vê por aí. Falamos de empresas e colaboradores envolvidos com alguma causa específica,


pondo a mão na massa! De que maneira você e sua empresa colaboram para o progresso social da comunidade na qual estão inseridos? Inovar – Em um mundo dinâmico, veloz, os clientes buscam por coisas diferentes, criativas e inovadoras. Queremos ser surpreendidos positivamente. E, melhor ainda, pagamos por isso. Cada vez mais os pontos de venda procuram aperfeiçoar a experiência de compra do cliente, apelando, muitas vezes, para seus sentidos (tato, olfato, visão, audição e paladar). Se você quiser atrair e fidelizar clientes, apresente periodicamente novidades a eles. Encantar – A execução bem-sucedida de todas as etapas anteriormente citadas é, talvez, a melhor ferramenta para originar ou impulsionar o marketing boca a boca, sonho de consumo de 10 entre 10 empresas que investem pesadamente em diferenciais. Clientes que indicam sua empresa para amigos, familiares e colegas são testemunhas de que relacionar-se com você é uma garantia de que vale a pena envolver-se com sua empresa. Há confiança, prazer, valor, significância e presteza na sua marca.

Em síntese, e fazendo uso de uma afirmação de Richard Whiteley, autor de A empresa totalmente voltada para o cliente, “as empresas que almejam o sucesso devem proporcionar a qualidade definida pelo ponto de vista do cliente e não aquela desenvolvida a partir de seu próprio entendimento”. Acrescentamos mais uma observação: acreditamos piamente que empresas que querem encantar seus clientes buscam mais que apenas lucros maiores, buscam a excelência naquilo que fazem.

Raúl Candeloro é palestrante e editor das revistas VendaMais e Liderança. Júlio Clebsch é gerente editorial das revistas VendaMais e Liderança. Artigo originalmente publicado na edição de dezembro/2013 da revista VendaMais. Reprodução autorizada.

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Legislação Desoneração da folha de pagamento

Cotas para deficientes físicos

Solução de consulta nº 41/13 (RFB)

Lei nº 8.213/91

A Receita Federal do Brasil publicou no Diário Oficial da União do dia 06 de dezembro de 2013, a Solução de Consulta nº 41/13, que dispõe sobre o recolhimento da contribuição previdenciária prevista na Lei nº 12.546/11. De acordo com esse dispositivo mesmo aquelas empresas que não possuem empregados registrados, mas que estejam vinculadas ao sistema substitutivo em razão da atividade principal descrita na Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, deverão recolher a contribuição previdenciária vinculada à maior receita auferida ou esperada. O fato gerador do imposto “auferimento de receita” não tem como condição a existência de empregados.

O artigo 93 da lei citada estabelece um percentual de vagas destinadas a portadores de deficiência de acordo com o número de funcionários da empresa. Por esses critérios, empresas que não cumprem integralmente as cotas estipuladas, acabam por sofrer autuações do Ministério do Trabalho e punições financeiras altas, a título de indenização por danos morais coletivos. As empresas que cumprem a lei, com a garantia da renda do portador de necessidades especiais mediante a contraprestação dos serviços, viabiliza a inclusão social do deficiente físico. Em muitos casos, cumpre a função do Estado, qualificando e treinando o deficiente por meio de uma postura ativa.

Afastamento por auxílio-doença Contrato de experiência

Quando um empregado em experiência apresentar atestado médico, cuja somatória ultrapasse 15 dias de incapacidade, o empregador deve proceder da seguinte forma: Suspende a contagem do contrato de experiência a partir do 16º dia de afastamento, quando, então, o contrato deixará de gerar qualquer efeito e, após a alta médica previdenciária, o empregado retornará à empresa para cumprir o restante do contrato. Contudo, se os quinze primeiros dias de atestado médico ultrapassarem ou coincidirem com a data de término de contrato, a empresa poderá concluir a rescisão contratual, e caso não o faça, automaticamente o contrato passa a vigorar a prazo indeterminado.

Aviso prévio durante estabilidade Súmula nº 348 (TST)

Suspensão do contrato de trabalho Funcionário aposentado

Suspensão é a ocorrência provisória que leva a paralisação do contrato de trabalho e seus principais efeitos, deixando de vigorar todas as cláusulas. Na suspensão o empregador não é obrigado a pagar os salários e o afastamento não é contado como tempo de serviço. Isso acontece com funcionário aposentado que se afasta por doença. Pelo fato de não poder cumular benefícios, o funcionário que é considerado inapto pelo médico, fica afastado sem receber qualquer remuneração, seja do empregador, seja da Previdência Social. São casos de suspensão: o auxílio doença após os primeiros quinze dias; aposentadoria por invalidez; suspensão disciplinar, entre outros.

Emissão de cheques

O empregado que possui algum tipo de estabilidade provisória, seja ela prevista em lei ou Convenção Coletiva de Trabalho, não pode receber comunicação de dispensa antes do término desta garantia, sob pena de nulidade do aviso prévio. A Súmula acima citada do Tribunal Superior do Trabalho considera inválida a concessão do aviso prévio na fluência da garantia de emprego, por se tratar de institutos incompatíveis. Contudo, se o empregador não quiser aguardar o término da estabilidade e rescindir o contrato neste período, deverá indenizar essa garantia, bem como o aviso prévio e projetar todo o período para pagamento de verbas como férias e 13º salário.

Atenção dobrada às datas

Menor aprendiz e contrato de experiência

Contrato de experiência: rescisão antes do prazo

Artigo 428 (CLT)

Súmula n° 163 (TST)

A CLT define o contrato de aprendizagem como um contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado. O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos. Sendo o contrato por prazo determinado, aplicam-se as regras pertinentes a essa modalidade, dentre as quais a automática transformação do contrato a termo em contrato a prazo indeterminado, pela simples continuidade da prestação de serviços. Assim, após o término do contrato de aprendiz, a empresa não poderá firmar contrato de experiência, tendo em vista que um contrato por prazo determinado não pode ser seguido de outro contrato por prazo determinado.

Na dissolução do contrato de experiência não é devido o aviso prévio, pois trata-se de contrato determinado. Excetua-se a regra se houver cláusula contratual que assegura o direito do empregado ou do empregador em proceder com a rescisão antecipada, fundamentada no artigo 481 da CLT e na Súmula 163. Nessa hipótese, aplicam-se os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado. Inexistindo a referida cláusula assecuratória, o empregador, ao despedir o empregado sem justa causa antes do prazo, obriga-se ao pagamento de indenização correspondente à metade da remuneração a que este teria direito até o término do contrato.

16 Lojas & Lojistas - Janeiro 2014

Uma ocorrência comum no mês de janeiro é a emissão de cheques com data equivocada. Muitos clientes não se atentam para a mudança do ano e, ao preencherem o documento, ao invés de colocarem a data do ano corrente, colocam a do ano anterior. Como essa situação não tem previsão legal, os lojistas devem ficar atentos quando receberem cheques, pois o preenchimento equivocado pode causar transtorno para ambas as partes. Caso isso ocorra, orientamos a não rasurar o cheque e entrar em contato com o cliente, a fim de trocar o documento. Receba cheques com segurança. Aceite cheques nominais, cruzados e sem rasuras.


Tolerância legal para atraso

Centralização de documentos

Artigo 58 (CLT)

Portaria nº 3.626/91 (MTPS)

O artigo mencionado, em seu § 1º, estabelece que não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Este tempo de dez minutos deve ser entendido como tolerância para o registro do ponto e não regra. É facultado a empresa elaborar Regulamento Interno limitando atrasos mensais. O atraso, se exercido todos os dias ou na maioria dos dias da semana pelo empregado, poderá ser considerado pelo empregador como desídia, com a aplicação de advertência e na reincidência punições mais severas.

As empresas que possuírem mais de um estabelecimento poderão centralizar os documentos sujeitos à inspeção do trabalho, com exceção do registro dos empregados, do controle de horário de trabalho e do Livro de Inspeção d o Tra b a l h o, q u e d eve rã o p e r m a n e c e r n o l o ca l d a prestação de serviços, ou seja, em cada estabelecimento. Essa previsão está contida no artigo 3º da Portaria m e n c i o n ad a , d o M i n i s t é r i o d o Tra b a l h o e P re v i d ê n c i a Social. Quando houver uma fiscalização no estabelecimento, a exibição dos documentos centralizados dar-se-á num prazo de dois a oito dias, a critério do agente de inspeção do trabalho, conforme parágrafo 1º, artigo 3º citado.

Vale-Cultura: concessão e benefício Decreto nº 8.084/13

O Vale-Cultura é um programa que oferecerá R$ 50 mensais a trabalhadores para gastos com atividades culturais. A empresa que aderir ao programa, oferecerá esse benefício aos empregados de carteira assinada, através de cartão magnético, priorizando quem recebe até cinco salários mínimos. As empresas participantes tributadas com base no lucro real, poderão deduzir até 1% do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica. O decreto estabelece os percentuais que podem ser descontados dos salários dos trabalhadores. Esse benefício não terá encargos fiscais e não integrará o salário. Para aderir, basta acessar o site www.vale.cultura.gov.br e cadastrar a empresa.

Carteira de Exercício Profissional Instrução Normativa nº 02/13

Considerando a necessidade de atualizar as normas sobre Carteira de Exercício Profissional, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa instituiu modelo de cédula da Carteira para titular de empresário individual, titular e/ou administrador de empresa individual de responsabilidade Ltda – Eireli e outros. Este documento comprova, para quaisquer efeitos, o exercício da atividade profissional. Este documento será expedido pela Junta Comercial e terá validade enquanto o titular mantiver a condição de empresário, administrador, etc, como acima mencionado. O uso indevido da carteira ensejará sua cassação e o infrator ficará sujeito às penalidades da lei.

Formação do nome empresarial Instrução Normativa nº 15/13

Foi sancionada no dia 6 de dezembro passado, a Instrução mencionada que dispõe sobre a formação do nome empresarial. Dentre outras considerações, o empresário individual e o titular de empresa individual de responsabilidade Ltda – Eireli só poderão adotar como firma o seu próprio nome. Na ocorrência de mesma identidade ou semelhança, há possibilidade de indicar de forma mais precisa a designação de sua pessoa ou a descrição de sua atividade. Encontram-se impossibilitados de utilizar as expressões ‘júnior’, ‘filho’, ‘neto’, dentre outras, por não serem consideradas sobrenome e inexistir formas de serem abreviadas, pois indicam uma relação de ordem e parentesco.

Alteração de Guias Recursais Instrução Normativa n° 20/2002

O Pleno do Tribunal Superior do Trabalho alterou a referida Instrução Normativa, adotando a Guia de Recolhimento da União Judicial (GRU) como documento de arrecadação de cus tas e emolumentos em subs tituição a DARF. A mudança proporcionará ao Tribunal Superior do Trabalho e aos Tri bunais Regionais do Trabalho a realização do acompanhamento e controle das receitas, pois será possível verificar individualmente cada recolhimento efetuado. Para o pagamento, o documento deverá ser preenchido e impresso no site da Secretaria do Tesouro Nacional, devendo o recolhimento ser efetuado exclusivamente no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal.

Diferenças salariais da CCT Instrução Normativa nº 971/09 (RFB)

A Receita Federal do Brasil, através do artigo 108 da referida Instrução, autoriza que as contribuições decorrentes de créditos previdenciários, dos valores pagos em razão da CCT que implique reajuste salarial, deverão ser recolhidas até o dia vinte do mês subsequente ao da assinatura da Convenção. O recolhimento deve ser feito por meio da GFIP, constando o código 650, e na GPS, o código 2950, além do número de processo 46219.031099/2013-60. Desde que observado o prazo acima, não haverá incidência de juros ou multas moratórias.

Novo salário mínimo entra em vigor Decreto nº 8.166

Desde o dia 1º de janeiro de 2014 está em vigor o novo valor do salário mínimo no país. O piso nacional passa de R$ 678,00 (seiscentos e setenta e oito reais), para R$ 724,00 (setecentos e vinte e quatro reais). Ainda de acordo com o decreto, o valor diário do salário mínimo corresponderá a R$ 24,13 e o valor horário, a R$ 3,29. A Presidenta da República concedeu o aumento por meio do Decreto nº 8.166, de 23 de dezembro de 2013, publicada no Diário Oficial da União em 24 de dezembro último.

Lojas & Lojistas - Janeiro 2014 17


18 Lojas & Lojistas - Janeiro 2014


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Consultoria

RH e Jurídico Uma integração bastante necessária

algum tempo temos assistido casos de

números de uma estatística desastrosa e saudosista?

empresas aparentemente sólidas que, de

As pesquisas têm demonstrado que umas das principais

repente caem na malha fina da Justiça do Trabalho como

causas de endividamento das empresas tem sido por conta

devedoras de alto passivo trabalhista.

de reclamações trabalhistas ajuizadas por empregados que

Existem inúmeros casos de empresas de renome no Brasil

procuram amparo na Justiça do Trabalho, por motivos que

que, da noite para o dia acordaram com uma enxurrada de

vão desde um simples aborrecimento até as situações que

reclamações trabalhistas propostas por seus empregados,

envolvem o descumprimento da legislação trabalhista.

vindo a sucumbir no mundo corporativo. Muitas vezes, olhando para o passado, nos perguntamos:

Evitar demandas trabalhistas é uma tarefa que hoje cabe a todos os departamentos de uma empresa, em especial ao

Qual caminho essas empresas trilharam para chegar a

departamento de Recursos Humanos (RH) que é o intermediário

esse ponto, tornando-se páginas viradas na história, meros

entre os empregados e o empregador. E um passo importante

20 Lojas & Lojistas - Janeiro 2014


para que isso ocorra é a perfeita integração e sintonia entre

pelo RH. Deve ser de confiança da empresa, além de ter pleno

este departamento e o departamento jurídico da empresa.

conhecimento dos fatos.

Juntos, esses dois setores podem montar um planejamento

Conhecer os fatos é imprescindível para que o preposto

preventivo para evitar que a empresa fique vulnerável à

não se torne um mero espectador na sala de audiência, já que

fiscalização do Ministério do Trabalho ou a uma avalanche

seu depoimento pode se transformar em confissão da empresa.

de reclamações trabalhistas propostas por funcionários

Na esfera preventiva, o departamento jurídico tem o papel

insatisfeitos. Prevenir o conflito é um trabalho que cabe,

de orientar e assessorar o RH quanto à tomada de decisões

conjuntamente aos dois setores da empresa.

que envolvam a legislação como um todo e a prevenir conflitos

No entanto, quando o conflito já estiver instalado, seja

trabalhistas.

através de processo, seja através de descontentamento dos

O RH deve municiar o jurídico com todos os documentos e

funcionários, essa integração passa a ser crucial e

informações, para que este possa lhe orientar da melhor forma

imprescindível, pois os fatos e os documentos devem

e, se necessário, elaborar uma boa defesa.

passar do RH para o Jurídico de forma natural para que

Foi pensando nesses dois fatores que o Sindilojas-SP, em

este faça uma defesa consistente e oriente a empresa da

sua missão de nortear as relações de trabalho das empresas

melhor forma possível.

com seus colaboradores, coloca à disposição dos lojistas

É neste momento que surge a figura do preposto da empresa, que é aquele funcionário, escolhido e convocado

sua consultoria jurídica, com a finalidade de auxiliar o RH em sua sagrada missão.

Lojas & Lojistas - Janeiro 2014 21


Fique por dentro

Parcelamento do ICMS de dezembro/2013 Decreto 59.966/13

O

Decreto 59.966, de 17 de dezembro de 2013, prevê sobre a possibilidade de os contribuintes que exercem a atividade de comércio varejista poderem recolher o ICMS referente às saídas de mercadorias realizadas no mês de dezembro de 2013 em duas parcelas mensais e consecutivas, com dispensa de juros e multas, desde que: I - a primeira parcela seja recolhida até o dia 20 do mês de janeiro de 2014

II - a segunda parcela seja recolhida até o dia 20 do mês de fevereiro de 2014 As condições para a opção ao parcelamento do ICMS do mês de dezembro de 2013, bem como quais os contribuintes poderão optar por este parcelamento (conforme o código de atividade – Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) estão estabelecidas no Decreto 59.966/2013.

Declaração Simplificada de Pessoa Jurídica Inativa 2014 Instrução Normativa nº 1.419/13

P

or intermédio da instrução normativa supracitada, publicada no DOU de 17 de dezembro último, fica determinado que a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) 2014 deve ser apresentada pelas pessoas jurídicas que permaneceram inativas durante todo o ano-calendário de 2013, inclusive, aquelas que forem extintas ou que sofrerem cisão total ou parcial, fusão ou incorporação durante este ano. Deve ser considerada pessoa jurídica inativa aquela que não tenha efetuado qualquer atividade operacional, não

operacional, patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no mercado financeiro ou de capitais. Cabe ressaltar que a falta de apresentação da DSPJ Inativa, alusiva ao ano passado, ou a sua apresentação fora dos prazos fixados, sujeita a pessoa jurídica à multa de R$200, que será emitida automaticamente, no momento do envio da declaração em atraso. A multa será gravada juntamente com o recibo de entrega. A DSPJ Inativa 2014 deve ser entregue no período de 2 de janeiro a 31 de março de 2014.

Manual ‘Discriminação de Impostos nas Notas’ Adquira gratuitamente o seu com o Sindilojas-SP

J

á há alguns meses em vigor, a Lei nº 12.741 determina que as empresas varejistas e prestadoras de serviços detalhem não

somente em suas notas fiscais emitidas ao consumidor, mas também em painéis afixados em ponto visível de seus respectivos estabelecimentos, todos os impostos embutidos nos valores dos produtos. Embora os comerciantes tenham até junho deste ano para se adequarem completamente a esse sistema, é importante que isso não seja deixado para o último momento. Para aqueles que ainda não se adaptaram a essa realidade, informamos que o Sindilojas-SP disponibiliza aos seus filiados/associados o manual técnico desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que apresenta os padrões técnicos de comunicação entre sistemas

22 Lojas & Lojistas - Janeiro 2014

de emissão de cupons e notas fiscais. Nesse manual também está incluso o arquivo IBPTax, do movimento De Olho no Imposto, com uma planilha apresentando a carga tributária média de todos os produtos e serviços, baseados na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e na Nomenclatura Brasileira de Serviços (NBS). Vale lembrar que a empresa que, a partir do dia 10 de junho deste ano, descumprir a lei, pode ser enquadrada no Código de Defesa do Consumidor, o qual prevê multa, suspensão da atividade e até cassação da licença de funcionamento. Para solicitar gratuitamente esse manual, entre em contato com o Sindilojas-SP: 11 2858 8400 | faleconosco@sindilojas-sp.org.br.


Confaz prorroga benefícios fiscais Prazo é prorrogado para julho deste ano

O

Convênio ICMS nº115/2013, que altera o Convênio ICMS nº 96/09, prorroga os prazos de diversos benefícios fiscais que seriam encerrados em 2013. Ao todo, 13 benefícios tiveram seus prazos estendidos para 2014, 2015 ou 2017. Dentre os benefícios estendidos está o garantido pelo

Convênio ICMS nº 76, o qual autoriza os Estados a concederem crédito presumido de ICMS na aquisição de equipamentos Emissores de Cupom F iscal (ECFs). A possibilidade se encerraria em 31 de dezembro último, contudo, foi prorrogada para 31 de julho de 2014.

Programa Gerador da Dirf 2014 liberado Pessoas físicas e jurídicas

A

Receita Federal do Brasil publicou a Instrução Normativa RFB nº 1.406, que disciplina as regras para apresentação

da Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte e aprova a utilização do Programa Gerador da Dirf 2014. Essa norma determina que devem apresentar a Dirf 2014 todas as pessoas jurídicas e físicas que pagaram ou creditaram rendimentos sobre os quais tenha incidido retenção do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) – ainda que em um único mês do ano-calendário – ou que tenham efetuado pagamento,

crédito, entrega, emprego ou remessa a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior. O prazo para a entrega da declaração termina em 28 de fevereiro deste ano. A falta de apresentação da DIRF no prazo fixado ou sua apresentação em atraso está sujeita à multa de 2% ao mês calendário ou fração, incidente sobre o montante do imposto de renda informado na declaração, ainda que integralmente pago, limitada a 20%, observados os valores mínimos.

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Pense nisso

Ainda bem que o Salvador da Pátria não chegou por Toni Sando

N

os antigos filmes do velho oeste americano, era muito comum, quase no final da história, o mocinho ser capturado pelos índios, que o colocavam amarrado no meio da aldeia sob um sol ardente ou quando não, próximo a uma grande fogueira. Quando parecia que esse era o seu fim, eis que surgia do alto da montanha a cavalaria, com um dos soldados tocando seu clarinete e o outro com uma bandeira (americana, é claro), invadindo a aldeia e resgatando o suposto bom moço. Talvez por influência de Hollywood com a produção de filmes em que sempre há um herói ou pela nossa suposta religiosidade, por meio da qual muitas crianças já são batizadas nos primeiros meses de vida, sem mesmo ter a chance de optar pela sua própria religião, parece que estamos sempre em busca de um milagre. De um ‘Salvador’. No mundo corporativo, vivemos sob constante tensão do mercado, das políticas internas, da concorrência e não se pode esperar um ‘Salvador’, ou reagimos aos movimentos, mudamos ou alguém nos tira da aldeia. No setor privado (vamos nos concentrar no setor do comércio aqui), apesar de todo o esforço, counting e investimento em treinamento, ainda há o empreendedor/gestor que se considera e tem orgulho de parecer ser o ‘Salvador’, centralizando as decisões e transformando sua equipe em um grupo de pessoas dependentes, inibindo as iniciativas e se vangloriando de suas interferências. Talvez não entenda que juniorizar sua equipe é fazer mal para si mesmo. No setor público também é comum ver o servidor falando do governo numa terceira pessoa, não trazendo para si a responsabilidade da solução. Mesmo no mercado associativo, no qual tenho dedicado parte da minha vida no decorrer dos últimos sete anos, também observo isso com bastante clareza. Há sempre uma expectativa de que é alguém, um indivíduo excepcional em algo, que vai fazer acontecer. No mundo das associações, muitos estão envolvidos em um determinado debate, mas não estão necessariamente comprometidos com a missão. Não se pode negar que há os persistentes, pessoas que por anos dedicam parte do seu tempo para participar de varias entidades. São como evangelizadores, pregando pela

24 Lojas & Lojistas - Janeiro 2014

causa, mas que não conseguem avançar ou ter a agilidade necessária em um mundo de rápida transformação. Ficam na expectativa de que alguém ou uma outra entidade tem de assumir o trabalho e ser, então, o tal salvador. Nesse compasso de esperar por soluções milagrosas, suporte financeiro ou convênios públicos é que muitos deixam de tomar atitudes concretas e liderar em sua própria aldeia. Unir forças em sua própria tribo, buscar conhecimento e compartilhar experiências com outras tribos é mais importante do que esperar que um Salvador que nem sempre trabalha pela Pátria, resolve o problema da aldeia ou define o que deve ou não ser executado. A real, leitor: é bastante conveniente e cômodo esperar pelo Salvador. Isso não requer esforço de sobrevivência. Fica a constante falsa sensação de que alguém virá ajudar. Quando não existe a figura do Salvador, as pessoas se unem, se esforçam para sobreviver e têm a chance de compartilhar os seus sonhos e angústias. Certa vez, li uma reportagem na Folha de São Paulo a respeito da história de grandes líderes mundiais que eram órfãos de pais. A necessidade fez com que se tornassem grandes. Não tinham a quem recorrer para sobreviver e mesmo assim prevaleceram. Venceram. Pode ser também o caso de aparecer um suposto Salvador que, em nome da Pátria, quer se dar bem, mais isso é conteúdo para uma outra história... Minha reflexão é que não adianta esperar que alguém nos diga o que precisa que ser feito. Ficar parado, aguardando por uma orientação para seguir em frente pode ser um passo para trás. Quem mais sabe o que tem de ser feito é quem vive o dia a dia. Basta um pouco de atitude para se libertar dos ‘salvadores’ de plantão e transformar sua missão em ação. Atitude salva. Toni Sando é formado em Administração de Empresas na USJT. Cursou pós-graduação em Marketing na ESPM, com MBA em Gestão Empresarial na Fundação Getúlio Vargas. Atuou nas áreas de marketing, vendas, operações e produtos no mercado financeiro. Foi responsável pela área de marketing da Accor Hotels para a América do Sul. Atualmente, é Presidente Executivo do São Paulo Convention & Visitors Bureau e sóciodiretor da TSM Assessoria e Gestão de Negócios. Site: www.visitesaopaulo.com




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