Revista SindilojasSP edição 162, outubro/2015

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EDITORIAL Integração necessária NO ÚLTIMO MÊS, TOMEI CONHECIMENto do conteúdo de uma interessante pesquisa sobre as chamadas “fachadas ativas”, as quais integram as propostas do Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade de São Paulo. Apesar do meu considerável conhecimento prévio sobre o assunto, confesso que o material em comento elucidou muitos aspectos da proposta que até então me eram um tanto vagos. Providenciado pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP), esse estudo mostrou-se bastante competente na finalidade de esmiuçar a viabilidade, a demanda e os impactos urbanos da implantação de comércios nos pisos térreos dos futuros prédios da cidade. Em linhas gerais, a pesquisa levanta o número de moradores e trabalhadores de um determinado trecho de uma região específica, calcula a renda média e o potencial de consumo local, apresentando, por fim, um resultado quociente na relação consumo/mês. Para o setor do comércio, essa proposta vem como um oportuno reforço para o seu desenvolvimento e fortalecimento enquanto setor econômico. Empresas que hoje enfrentam dificuldades para se manter em um determinado ponto comercial têm a chance de experimentarem uma nova oportunidade de estabilização nesses providenciais complexos. Novas empresas podem se aventurar a uma experiência que, pela mais do que oportuna integração residencial/comercial, tem tudo para ser satisfatória. Em qualquer caso, entendo que para o comércio, enquanto setor unificado, essas fachadas ativas só vêm somar. Sou, reconheço, um entusiasta desse projeto. Acredito mesmo que ele vem como uma ramificação de grande importância para o varejo de um futuro não muito distante. Precisamos, com certa urgência, resgatar os valores da coletividade em nossa sociedade. Aproximando ainda mais o comércio das áreas hoje essencialmente residenciais, incorporando-o às mesmas, estamos dando um grande passo para isso. Apenas minha percepção sobre uma das propostas do nosso plano diretor, leitor. Apenas mais uma perspectiva social, dentre tantas outras.

Ruy Pedro de Moraes Nazarian Presidente do Sindilojas-SP

Presidente Ruy Pedro de Moraes Nazarian Superintendente Paulo Boscolo

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Economia

Medidas anticrise Gigantes do varejo brasileiro apresentam suas estratégias para enfrentar crise econômica do país por JC LIMITAR O CRÉDITO, REDUZIR O PARCELAMENTO DAS VENDAS sem juros, reter a emissão de cartões próprios (private label) e elevar o capital de giro. Estas são algumas das alternativas que as grandes redes do varejo vêm adotando como meios de se manterem estáveis em meio à crise econômica do país. Listam-se aí nomes como Riachuelo, Magazine Luiza, O Boticário e Raia Drogasil, dentre outros de igual expressão no setor. Em depoimento prestado à imprensa no mês passado, o presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, alega que a atual crise vem impondo que as empresas olhem cada vez mais para seus respectivos caixas. “Atualmente, contamos com cerca de 26 milhões de cartões emitidos com a marca Riachuelo. Por mês, a emissão desses cartões gira em torno de 150 mil. Infelizmente, temos de reduzir esse número para preservar nossas contas”, explica o presidente da rede. Segundo a assessoria da Riachuelo, a marca tem despendido mais atenção sobre seus processos logísticos para abrir seu canal de vendas online. A intenção é que se comece a integrar todos os processos envolvidos nesse projeto para, em 2017, abrir com força o e-commerce da marca.

Varejo da América Latina (Latam Retail Show) realizado em São Paulo no fim de agosto último.

Apoio do governo

Maior acesso ao crédito

A presidente da rede Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, também tem se manifestado mais aos meios de comunicação quando a pauta é alternativas de sobrevivência das empresas na crise. Segundo ela, o financiamento do consumo por meio do varejo precisa ser melhor avaliado pelo governo, uma vez que, com a economia em baixa, não há como as empresas do varejo traçarem soluções por conta. “Temos discutido, junto ao Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), medidas que providenciem o destravamento da nossa atual economia. Praticamente toda sugestão que surge resvala na participação e no apoio do governo”, expôs a executiva durante o 18º Fórum de

Ao avaliar as medidas adotadas pelas principais redes do varejo brasileiro, o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Ruy Nazarian, aponta a necessidade de maior acesso ao crédito para as empresas do setor. “Boa parte das grandes empresas do varejo até contam com linhas de crédito para investimentos, porém, tal capital fica estancado em detrimento da forte burocracia em torno disso. O governo brasileiro precisa entender que esse recurso não apenas é vital para a sobrevivência dessas empresas, mas também para o fortalecimento da economia do país que, verdade seja dita, encontra-se atualmente sob uma condição calamitosa”, diz Nazarian.

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Expansão: saída para alguns Também presente nos painéis do Latam Retail Show 2015, a rede de farmácias Raia Drogasil está entre as empresas brasileiras que vêm lutando contra a crise econômica por meio de estratégias de expansão e não de delimitação. Segundo o presidente da rede, Marcílio Pousada, a empresa seguirá em frente com sua meta de abrir novas unidades pelo país. Durante sua apresentação no evento, ele afirmou que serão inauguradas 130 unidades da rede por 17 estados, ainda este ano. Ainda sobre o tópico ‘expansão’, o grupo O Boticário tem contado com o suporte de um centro de distribuição instalado recentemente em Salvador e duas novas fábricas em meio à crise. Artur Grynbaum, CEO da marca, confirma que o investimento em infraestrutura, assim como o constante esforço de se ampliar o modelo de negócio no país, com a criação da marca ‘Quem disse, Berenice?’, por exemplo, é o que vem garantindo que a empresa O Boticário continue sólida no mercado, apesar do atual cenário de instabilidade.


Mercado

Cosméticos: impactos da alta do dólar Saiba como algumas das principais marcas do mercado de cosméticos, higiene e afins têm enfrentado a elevação da moeda norte-americana. por JC COMO SE NÃO BASTASSE ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS A – a empresa possui lojas da marca australiana Aesop fora instabilidade inegável da atual economia interna, computa- do Brasil. se também entre os infortúnios empresariais a alta do dólar, Outra que também recorreu a reajustes em seus valores foi moeda esta ainda muito influente sobre o processo de a Hypermarcas. Entre abril e junho deste ano, ela aplicou ajustes desenvolvimento do comércio nacional. variáveis de 6% a 8% sobre toda sua linha de distribuição. O Em particular ao segmento de cosméticos e higiene no motivo, segundo seu presidente, Cláudio Bergamo, também foi país, a forma de se contornar essa alta do dólar se traduz na o contra-ataque à alta do numerário ianque. troca de embalagens importadas pelas nacionais, na busca Enfrentando sérias dificuldades com a importação de por fornecedores mais flexíveis e no reajuste nos preços dos peças componentes em alguns de seus principais itens produtos ao consumidor final. O aumento de exportações e a em circulação, a L’acqua di Fiori recorreu à estratégia de abertura de lojas em outros lançar uma edição limitada países também ajudam a “O mercado de cosméticos no Brasil ainda é de seus produtos em compensar a pressão cada vez muito dependente do dólar. Sempre que há uma embalagens nacionais, que maior da moeda estrangeira. permanecerão no circuito alta na moeda, os impactos sobre o processo Essa variação do câmbio varejista até o fim deste ano. costuma afetar de forma de importação de matérias-primas para os A LdF também procurou diferente cada ramificação da produtos são quase que imediatos.” estabelecer parcerias com indústria cosmética. Por Ruy Nazarian, Sindilojas-SP novos fornecedores, exemplo: os fabricantes de adquirindo formatos mais produtos para cabelos contam com uma ampla base de padronizados de embalagens ou desenvolvendo novos fornecedores dentro do país, enquanto que os cosméticos têm moldes como uma forma de reduzir seus custos. 80% de suas matérias-primas importadas. Também é o caso dos fabricantes de fragrâncias, que importam cerca de 60% Perspectiva do Sindilojas-SP de seus respectivos componentes básicos. Segundo a assessoria da Associação Brasileira da Na visão do presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos de São Paulo (Sindilojas-SP), Ruy Nazarian, nem sempre a troca (Abihpec), a discrepância dos impactos da alta do dólar entre de produtos importados por nacionais, seja por tecnologia ou as ramificações desse específico mercado no Brasil é grande disponibilidades desses itens no país, é possível. e quase sempre se reflete nos índices de mortalidade “O mercado interno de cosméticos, higiene e afins é um dos empresarial dentro dele. mais dependentes do dólar hoje em dia. Sempre que há uma alta na moeda, os impactos sobre o processo de importação de Caso a caso matérias-primas para os produtos são quase que imediatos. Infelizmente, o que mais vem ocorrendo em relação ao dólar é Apenas este ano, a marca Natura, maior fabricante de uma elevação atrás da outra. O que posso sugerir às empresas cosméticos do país, aplicou dois significativos reajustes do ramo é começarem a estudar um pouco mais novos nos preços dos seus produtos: em fevereiro, de 3,7%, e em fornecedores em potencial e considerá-los fortemente em junho, com 2,5%. A justificativa da empresa está justamente momentos de maior movimentação cambial. Dadas as atuais na compensação à alta do dólar. A marca também tem circunstâncias, talvez essa possa ser uma boa saída para as procurado driblar a elevação da referida moeda com uma empresas mais impactadas pela elevação da referida divisa maior representatividade de suas operações internacionais norte-americana”, sugere o presidente do Sindilojas-SP. | OUTUBRO 2015 | 11


Comportamento

Transações bancárias online: adepto ou não? Você ainda resiste à ideia de cuidar de suas finanças pela internet ou por dispositivos móveis? por JC

SE, COMO DIZEM, “TEMPO É DINHEIRO”, LOGO, O ÍNDICE DE LUCRO

“Demorou para que as pessoas assimilassem as

ou de prejuízo de um empreendimento pode ser facilmente

vantagens das operações eletrônicas, principalmente,

relacionado ao tempo que é despendido para a administração

em relação ao tempo otimizado que elas nos

das finanças da empresa. Quanto a isso, tudo o que puder ser

proporcionam. Ainda há, claro, quem opte pelo

providenciado para o quanto antes, melhor – e mais seguro –

tradicionalismo do serviço na boca do caixa bancário,

para os negócios. Foram-se os tempos em que um empresário

mesmo porque dependendo da transação a ser feita e

dispunha de um período certo do seu dia para se deslocar até

da quantia a ser tratada, o meio mais seguro continua

uma agência bancária e, lá, cuidar das suas contas devidamente.

sendo esse. Contudo, há mais de uma década que os

Hoje em dia, são cada vez mais raras as pessoas que se aventuram

meios eletrônicos têm sido os mais recorrentes entre

para uma visita ao banco, uma vez que até mesmo este tem se informatizado constantemente para prestar serviços cada vez mais eletrônicos/virtuais

e

Mais de 1,5 bilhão de transações eletrônicas foram realizadas no Brasil em 2014, segundo levantamento recente da Febraban.

menos

presenciais.

as pessoas. É uma tendência natural do comportamento da sociedade”, opina a consultora contábil

do

Sindicato

dos

Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Vaneide Tito.

Uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de

Jurandir Andrade, gerente de vendas da Perfumaria

Bancos (Febraban) em agosto último mostra que, no ano

Dalila, estabelecimento localizado na avenida Mateo Bei,

passado, mais da metade das transações no país foi realizada

na zona leste da capital, é um dos entusiastas do avanço

por meio da internet ou de dispositivos móveis. Segundo o

tecnológico voltado para as transações financeiras:

material, 47% das contas ativas no Brasil efetuaram

“Como a loja é pequena e contamos apenas com duas

transações pela internet, e 24% por smartphones. As

pessoas para tomar conta dela no dia a dia, não dá para

movimentações pelo chamado mobile banking cresceram

sair no meio do expediente e ir até os bancos em que temos

180% em relação ao ano anterior (2013), atingindo a

contas. Fazemos tudo pela internet. Nunca tivemos

totalidade de 260 milhões de operações do gênero. Por sua

problemas. Neste ano, acho que só fomos uma vez a uma

vez, o internet banking apresentou uma elevação bem mais

das agências para pedir um empréstimo que só poderia ser

sutil, porém, igualmente significativa nesse contexto

feito diretamente com a gerente. Fora isso, mais nada.

tendencial: 8%. Ao todo, a pesquisa mostra que esses serviços,

Praticamente, todas as pendências da loja são

juntos, somam mais de 1,5 bilhão de transações no período

administradas pelos meios eletrônicos mesmo. Para nós, é

avaliado.

praticidade”, diz o gerente.

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“Trata-se de uma minoria, mas ainda há quem julgue as

Curso natural

operações bancárias por internet ou dispositivos eletrônicos Resgatemos um pouco de história aqui:

como celulares um tanto arriscadas e, portanto, prefere se

Há algumas décadas, a pessoa que não estava disposta

deslocar às agências físicas. Em muitos casos, trata-se de um

a fazer uma transação pessoal em uma agência bancária

comportamento consequente a algum trauma como conta

tinha de contar não apenas com um grau sobre-humano de

invadida e desfalcada por hackers ou cibercriminosos.

paciência, mas também com uma disponibilidade de tempo

Contudo, mesmo os mais resistentes tendem a recorrer a

que hoje quase não existe para a maioria das pessoas

operações menores e menos arriscadas pelos meios

(mesmo porque as contas não esperam). Houve um tempo

eletrônicos, como consultas de saldo ou recargas de crédito

em que uma transferência bancária à distância levava cerca

telefônico, por exemplo”, explica o professor.

de uma semana para ser efetivada – uma semana era o tempo exato que um telegrama levava para chegar de uma

No comércio

agência à outra. Então, em meados dos anos 90, ocorre aquilo que todos conhecemos como o boom da internet e,

A tendência das operações financeiras eletrônicas é,

dentre seus inúmeros recursos, as primeiras agências

na verdade, de âmbito social. Portanto, seja em sua

bancárias online.

condição de pessoa jurídica ou física, o comerciante de

Segundo o estudo da Febraban, já em 2001, mais de 13

hoje está cada vez mais habituado a dispor de tais recursos como um meio de

milhões de clientes haviam aderido ao internet banking e realizado, pelo menos, 820 milhões de transações. Não tinha como ser diferente: a praticidade

e

agilidade

oferecidas,

A tendência das operações bancárias online é de âmbito social. Comerciantes estão cada vez mais habituados a esses recursos como forma de administrar suas finanças com praticidade e despendendo de menos tempo para isso.

ou parte delas, que seja. Tempo,

para

quem

empreende nesse ramo, é um fator imprescindível e até mesmo determinante para o

mesmo

assustadoras a princípio, estavam funcionando e

administrar suas finanças –

desenvolvimento dos negócios.

ajudando muito os correntistas adeptos. Era possível

“Um comerciante lida com muitos compromissos

efetuar um pagamento sem perder tempo na rua, no trânsito

diários, sejam estes voltados às negociações com

ou mesmo em filas.

fornecedores, à gestão de empregados, ao compromisso

O professor de Ciências Econômicas da Universidade

constante com suas vendas e, claro, aos cuidados

Cruzeiro do Sul, Jeomar Feitosa, explica que a percepção

necessários com suas finanças. Todo e qualquer meio de

sobre, principalmente, a otimização de tempo nas operações

otimizar tempo é fundamental para ele e a tecnologia está

foi imediata na população, porém, ainda hoje existem pessoas

aí justamente para isso”, sugere Vaneide T ito, do

muito resistentes ao uso dos recursos eletrônicos bancários.

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Ação nos bairros

Projeto ‘Vender Bem’ começa com pé direito Workshop Excelência no Atendimento ao Cliente obtém boa avaliação de participantes da primeira etapa de projeto que se estenderá por diversas regiões da capital até agosto de 2016 por JC

UM GRUPO DE MAIS DE 30 profissionais do varejo se reuniram na unidade Lapa/Tito do Senac São Paulo, em 27 de agosto último, para o workshop Excelência no Atendimento ao Cliente, primeiro treinamento oficial do projeto Vender Bem é o Nosso Negócio, fruto da parceria Sindilojas-SP e Senac São Paulo. Ministrado pelo professor Roberto Halfin, do SenacSP, o workshop apresentou aos participantes – que variavam de lojistas e gerentes de lojas a atendentes – uma série de questionamentos e abordagens voltadas ao desenvolvimento do tratar com o consumidor, de modo a explorar suas expectativas e perspectivas de negociação durante uma compra. Tópicos como receptividade, empatia, abordagem estratégica e equilíbrio de negociação foram bastante pontuados não apenas pelo palestrante, mas também pelos próprios profissionais ali presentes. “Só quem trabalha no comércio entende como é trabalhoso lidar com o cliente. Esse workshop valeu muito a pena. O palestrante foi muito dinâmico e abriu muitas oportunidades para que expressássemos nossas dúvidas sobre o assunto. Essa abertura favoreceu, inclusive, que trocássemos muitas das nossas experiências com os nossos colegas do ramo. Infelizmente, o varejo está carente de bons profissionais do atendimento e vendas. Esse encontro foi uma boa oportunidade para que repensássemos a forma como estamos investindo nesse recurso [mão de obra nas lojas]”, expõe a gerente da Gardênia Lingerie, Cristina Costa. 18 | OUTUBRO 2015 |

Outro feedback positivo sobre o workshop foi apresentado por Gabriela Gonçalves, da Elaine Collection, loja especializada em multimarcas: “Fiquei bastante satisfeita com este workshop. Um bom palestrante, uma boa interatividade entre os participantes… A experiência foi muito proveitosa. Seria bom que tivéssemos mais treinamentos assim. Todo lojista precisa disso”, diz a gerente. Próximas etapas Após o piloto na região da Lapa (zona oeste), o projeto Vender Bem é o Nosso Negócio segue durante os próximos meses para mais cinco pontos da capital. O próximo bairro contemplado é o de Santana, na zona norte da cidade. As visitas aos estabelecimentos têm início já nesta semana e se estenderão até meados de outubro. O workshop para os lojistas e vendedores da região está previsto para o início de novembro. “Com base nessa primeira experiência, estamos muito satisfeitos com a forma com que o projeto foi recebido pelos comerciantes e demais profissionais do ramo. Acredito que o tema ‘atendimento’ é algo sempre necessário de se explorar e renovar. Técnicas e soluções para isso estão sempre sendo atualizadas. É importante que o comércio acompanhe esse ritmo natural de desenvolvimento. Esperamos ampliar cada vez mais o alcance desse projeto nos bairros da capital, levando informação e instrução para as empresas do setor ”, prospecta o presidente do Sindilojas-SP, Ruy Nazarian. As próximas regiões, após o bairro de Santana, serão Penha, Jabaquara, Santo Amaro e Itaquera. Para mais informações sobre o projeto Vender Bem é o Nosso Negócio, acesse a página www.sindilojas-sp.org.br.


Seu sindicato

Sindilojas-SP apoia protesto de lojistas da av. Mateo Bei Afetados pelo período estendido da faixa exclusiva para ônibus implantada em frente aos seus estabelecimentos, comerciantes de São Mateus (ZL) marcham em protesto por uma das principais avenidas da região. por JC OS COMERCIANTES DA avenida Mateo Bei, na zona leste da capital, realizaram no dia 10 de setembro uma manifestação pública por grande parte da extensão da via, protestando contra o horário estendido da faixa exclusiva para ônibus aplicada em julho último no local. Segundo os organizadores da passeata, “a exclusividade para ônibus das 6h às 20h, de segunda sexta-feira, é completamente desnecessária”. O diretor do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Aldo Macri, que estava presente na ocasião, defende a legitimidade da manifestação, uma vez que os comerciantes locais vêm sofrendo fortes quedas nas vendas em detrimento da inacessibilidade provocada pela faixa em questão. “Esses comerciantes estão mais do que no direito de protestarem contra esse período estendido de exclusividade para ônibus na via em comento. Ela não apenas impossibilita que consumidores manobrem ou estacionem próximos aos estabelecimentos, como também interfere no processo habitual de carga e descarga de mercadorias das lojas. Com as vendas comprometidas, muitos desses lojistas temem não apenas serem forçados a recorrer a desligamentos de funcionários, como até mesmo ao fechamento de suas portas. Eles não estão pleiteando o fim da faixa exclusiva para ônibus – uma vez que entendem essa necessidade logística para o transporte público da cidade – mas à reconsideração do seu período diário de efetivação. Das 6h às 20h, sendo que esse intervalo abrange TODO o horário comercial dessas empresas, é muita coisa”, explica o diretor do sindicato. Apreensão generalizada De acordo com o lojista Márcio Leandro Soato, proprietário da Ricki’s Rigor, o objetivo da manifestação

não foi contestar a existência da faixa exclusiva para ônibus no local, mas sim ao seu período exagerado de operação. “Que fique bastante claro que não somos contra a faixa exclusiva em si. Ela é muito bem-vinda, desde que funcione em um horário que não ultrapasse o expediente comercial das empresas locais. Tentamos de todas as maneiras resolver nossa questão pelas chamadas ‘vias legais’. Tivemos várias reuniões com representantes da CET, da SPTrans e da subprefeitura local, mas em momento algum houve diálogo por parte nenhum deles. Resolvemos então partir para a ação. Fomos pessoalmente à Câmara Municipal levar ofícios com pedidos de agendamento de reunião com o Prefeito e com o Secretário Jilmar Tatto. O máximo que conseguimos foi uma reunião com o secretário-adjunto de assuntos governamentais da Prefeitura. Mesmo assim, nenhuma resposta positiva. Por conta da demora de uma resposta e a queda no movimento local ter sido muito grande – em média 40% – não tivemos outra opção senão chamar a atenção do Prefeito, pois só ele tem o poder para reverter essa situação, já que sabemos que o [Jilmar] Tatto não o fará. Por isso fizemos duas manifestações. Aliás, já temos mais agendadas. Toda sexta-feira haverá uma, até que se resolva a questão”, alega Soato. A vendedora E.C.R., que optou por não se identificar abertamente, trabalha na região há apenas cinco meses e se diz preocupada com o evidente declínio nas vendas dos estabelecimentos locais. “Mal cheguei e já estou na berlinda. A chefe já avisou que talvez tenha que me dispensar, caso as vendas não melhorem. Ela diz que está me segurando o quanto pode, mas que não tem como bancar o meu salário sem um mínimo de entrada na loja. Os clientes simplesmente sumiram”, desabafa a vendedora. Além do Sindilojas-SP, também apoiaram o ato público o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, a Câmara de Dirigentes Lojistas de São Mateus e a Associação de Moradores da região. | OUTUBRO 2015 | 19


Consultoria

O Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo tem como premissa a defesa dos interesses da categoria. A luta da entidade se dá, dentre outros fatores, em face de órgãos públicos e sindicatos das categorias profissionais na busca de melhorias, visando o crescimento e desenvolvimento do comércio lojista. Entre tantas conquistas obtidas através de negociações coletivas, podemos citar a possibilidade de funcionamento e trabalho aos domingos e feriados, a prática de um piso salarial diferenciado para MEs e EPPs e a comunicação prévia. Quanto aos serviços prestados aos filiados, o Sindilojas-SP oferece consultoria jurídica e contábil, fornece placas obrigatórias, manuais e cartilhas. Demonstramos a seguir, de forma mais detalhada algumas dessas conquistas. Regras para o trabalho aos domingos O trabalho aos domingos se tornou possível para o comércio desde o ano de 2000, com a publicação da Lei nº 10.101. Mas para que o estabelecimento possa funcionar aos domingos, deve atender às exigências contidas na cláusula 40 da Convenção Coletiva de Trabalho. A primeira exigência a ser cumprida é a solicitação de expedição do Certificado para Trabalho aos Domingos, que poderá ser obtido por meio de um cadastro no SindMais, disponível em nosso site. Este documento é indispensável para comprovar a regularidade do trabalho nesses dias, bem como evitar sanções em fiscalizações realizadas pela Prefeitura. No tocante às demais exigências, citamos a adoção o sistema de trabalhos em domingos alternados 1x1 ou o sistema 2x1, ou seja, a cada dois domingos trabalhados, segue-se um para descanso; o fornecimento de refeição conforme tabela estabelecida na convenção e o ressarcimento com transporte. O domingo é remunerado como um dia normal de trabalho, porém, o trabalho que exceder à jornada contratual, ensejará o pagamento da hora extra com acréscimo de 60%.

Exigências para o trabalho em feriados O funcionamento do comércio em feriados se tornou habitual, principalmente para lojas estabelecidas em shopping centers. Mas para que isso seja possível, o lojista deve atender às exigências da cláusula 41 da Convenção Coletiva de Trabalho. Os interessados devem solicitar junto ao Sindilojas-SP o Certificado para Funcionamento aos Feriados e Autorização para o Trabalho, através do cadastro no SindMais. Estes documentos asseguram às empresas o regular funcionamento em feriados e evita penalidades ao estabelecimento em caso 20 | OUTUBRO 2015 |

de fiscalização do Ministério do Trabalho. Dentre as outras exigências citamos: pagamento em dobro das horas efetivamente trabalhadas para mensalistas e comissionistas mistos e o pagamento de um DSR a mais para os comissionistas puros; folga compensatória sem prejuízo do descanso semanal; ressarcimento com transporte e pagamento de refeição. Importante lembrar que não é permitido o trabalho nos dias de 25 de dezembro e 1º de janeiro. O não cumprimento de qualquer exigência, acarretará na imposição da multa prevista na cláusula 41 no valor de R$ 373,00.

Regime Especial de Salário para ME e EPP Com o objetivo de manter o tratamento diferenciado previsto em lei às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, foi criado o Regime Especial de Piso Salarial – REPIS, previsto na cláusula 9ª da Convenção Coletiva. Este benefício é uma conquista da entidade patronal e tem como finalidade o incentivo ao crescimento e desenvolvimento da categoria. As empresas que aderirem, poderão praticar valores de pisos salariais diferenciados, com redução de 5% em relação aos valores previstos nas cláusulas 4ª e 5ª da CCT. Para a prática dos salários diferenciados, as empresas devem aderir ao REPIS através de requerimento realizado no SINDMAIS. Atendidos todos os requisitos, as empresas receberão a Certidão de Adesão que será válida durante a vigência da CCT. Contudo se a empresa praticar os pisos reduzidos sem a obtenção da Certidão de Adesão, estará passível de autuação pela fiscalização do Ministério do Trabalho, bem como a reclamações de seus empregados na Justiça do Trabalho em busca das eventuais diferenças salariais e seus reflexos. Referida Certidão deve ser renovada anualmente, com a nova data-base.


Horário de funcionamento dos shoppings aos domingos

Participação nos Lucros ou Resultados (PLR)

Com o advento da Lei nº 10.101/00, houve uma grande conquista para o comércio varejista em geral. A autorização legal para o trabalho em domingos. O funcionamento do comércio nestes dias, atende aos anseios dos consumidores e possibilita aos lojistas e vendedores uma oportunidade de faturar mais em razão do grande movimento. A jornada de trabalho, incluindo o domingo, deve ser estipulada pelo empregador, que deve respeitar os limites previstos em lei. Assim, como em qualquer outro dia da semana, o domingo é dia normal de trabalho e cabe ao empregador, repita-se, definir a jornada deste dia. A cláusula 40 da Convenção Coletiva de Trabalho em vigor estabelece as regras para trabalho em domingos e não restringe o horário de funcionamento do estabelecimento e de trabalho do colaborador. Assim, o lojista pode adotar no domingo a jornada que lhe for conveniente, pois o horário de funcionamento das lojas em shopping centers não se restringe ao horário das 14h às 20h, nem a jornada do empregado restrita a 6h.

Como em todos os anos, o Sindicato dos Comerciários encaminha para as empresas um comunicado para participar de reunião, a fim de formalizar um programa para o pagamento da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) da empresa. Nos termos do artigo 2º da Lei Federal nº 10.101/00, a participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: comissão paritária escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria, ou através de convenção ou acordo coletivo. Assim sendo, mesmo havendo a lei federal em epígrafe, que dispõe sobre o pagamento da PLR, esta não poderá ser exigida da empresa, por inexistir qualquer previsão na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Caso o lojista tenha interesse em fazer o acordo, deve estar ciente que essa verba não possui natureza salarial, desde que atenda aos requisitos previstos na referida lei.

Para que serve a “Comunicação Prévia”? Alguns empregados insatisfeitos com alguma situação dentro da empresa, procuram o sindicato profissional a fim de apresentar denúncia para apuração de supostas irregularidades. No intuito de ajudar as empresas filiadas, o Sindilojas-SP não mediu esforços para que fosse inserida a cláusula de nº 52 na Convenção Coletiva de Trabalho denominada “Comunicação Prévia”. Referido dispositivo obriga o sindicato dos empregados a comunicar, com antecedência a esta entidade patronal, qualquer denúncia que tenha sido formulada contra as empresas filiadas. A exigência dessa comunicação serve para dar ciência ao lojista das denúncias em tempo hábil e possibilitá-lo de sanar qualquer irregularidade que possa existir. Ou ainda, comprovar que não há irregularidades na empresa, no dia da reunião agendada. O procedimento é feito por meio de um comunicado ao lojista, via correio, para que entre em contato com a entidade patronal. Desta forma, orientamos as empresas filiadas que possuem algum tipo de denúncia, a procurar o departamento jurídico do Sindilojas-SP, para que possamos orientá-los.

A empresa foi autuada? Descubra o que o SindilojasSP pode fazer por você. O lojista no exercício de suas atividades está exposto a situações às quais nem sempre tem o controle, como é o caso de reclamação de consumidor, fiscalização do Ipem, Procon, Ministério do Trabalho, entre outros. Na qualidade de filiado ao Sindilojas-SP, ocorrendo evento que envolva algum desses órgãos, o lojista pode se valer da consultoria jurídica da entidade, que prestará todo esclarecimento necessário acerca do assunto e orientará sobre os procedimentos. Mas e se a empresa for autuada? Neste caso, o lojista deverá apresentar defesa expondo sua versão dos fatos e apresentar a documentação exigida pelo órgão fiscalizador. É importante que o lojista atue de forma preventiva, evitando que as fiscalizações resultem em autuações. Para isso, ressalte-se, o comerciante pode contar com o apoio de sua entidade representativa que, por meio de sua assessoria jurídica altamente qualificada prestará todas as orientações necessárias para a solução do conflito. | OUTUBRO 2015 | 21


Relações de consumo

Quando o consumidor abusa do seu direito de reclamar Artigo elaborado pela Assessoria Jurídica do Sindilojas-SP

A LEI QUE DISPÕE SOBRE A PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR É A LEI Federal nº 8.078 de 11 de setembro de 1990. Referida lei, conhecida como Código de Defesa do Consumidor, estabelece direitos e deveres nas relações de consumo e dispõe sobre as penalidades ao fornecedor que as descumpre. Mas, e quando o consumidor extrapola o seu direito de reclamar e denigre a imagem da empresa, que consequência sofre? Passamos a tratar a seguir dessa questão que tem movimentado os Tribunais, em favor dos empresários. Nestes casos, os autores são empresas e os réus, consumidores. Há algum tempo, as redes sociais e alguns sites específicos de reclamações, têm sido grandes aliados dos consumidores quando estes não ficam satisfeitos com um produto ou serviço. Um simples texto com a queixa não resolvida ou um vídeo expondo o vício do produto é capaz de mobilizar aquela empresa que se manteve indiferente à reclamação feita pelo cliente, acarretando não só na solução do problema, mas também um pedido de desculpa ao cliente lesado. Esse procedimento, além de evitar uma ação judicial, impede que a imagem da empresa fique manchada. Porém, nem todos os problemas se resolvem assim. Muitos consumidores, que se julgam donos da razão e acham que a internet é uma terra sem lei, acabam por extrapolar na sua reclamação e, antes mesmo de tentar uma composição amigável, criticam em público, de forma extremamente ofensiva a empresa, seus sócios e até mesmo seus empregados. Recentemente dois casos dessa natureza ganharam notoriedade pelo fato de terem o consumidor como réu. Um deles se deu com um cliente que, não satisfeito com a prestação de serviço de uma escola profissionalizante, postou uma reclamação com teor ofensivo no site Reclame Aqui, contra o proprietário. A empresa se sentiu lesada, ingressou com ação por danos morais e conseguiu decisões favoráveis na primeira e segunda instâncias. A relatora desembargadora entendeu que o cliente havia excedido. Neste caso, o cliente foi condenado a pagar R$ 9 mil a título de danos morais a ainda obrigado a retirar a reclamação do site, sob pena de multa diária de R$ 60. 22 | OUTUBRO 2015 |

A outra ação foi proposta pelo proprietário de uma loja de móveis que se sentiu lesado pelos textos publicados por uma cliente insatisfeita, no site Reclame Aqui e no Facebook. Mesmo a empresa se dispondo a sanar o vício do produto, a cliente publicou os textos protestando contra os profissionais da loja e usou palavras de baixo calão para descrever os serviços e a empresa. O juiz de primeira instância entendeu que a empresa teve sua reputação abalada e condenou a consumidora ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais. O juiz citou a Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que diz que pessoa jurídica também pode sofrer danos morais. Os desembargadores da 6º Vara Cível do TJ-DF concordaram que havia o dano moral, mas reduziram a condenação para R$ 2 mil. Ambos os casos aconteceram no Distrito Federal. As duas situações apresentadas, demonstram que as empresas não estão tão reféns de seus clientes e que podem sim sofrer dano moral e serem compensadas de alguma forma pela lesão que sofreram. Os consumidores, por outro lado, estão percebendo que nem sempre têm razão. Decisões desse tipo, ainda são raras, mas já abrem precedentes para as empresas. Nos casos apresentados, houve de fato abuso dos consumidores, mas quando a reclamação é feita dentro do limite, as empresas precisam agir rapidamente para que a má notícia não dissemine na internet e a boa imagem da empresa se torne difícil de ser recuperada. O aconselhável é que a empresa procure ouvir a queixa do cliente e resolva amigavelmente o problema (se ele existir) a fim de evitar demandas judiciais que são desgastantes para ambas as partes. O lojista pode contar com a consultoria jurídica diária do Sindilojas-SP para sanar dúvidas dessa natureza.

Dúvidas? Consulte a Assessoria Jurídica do Sindilojas-SP. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30. Contato: 11 2858 8400 faleconosco@sindilojas-sp.org.br


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Vendas

Em tempos de crise, você precisa ser AGRESSIVO! Se você perder o controle da sua vida e entregar a decisão do seu sucesso apenas na vontade de comprar dos seus clientes, infelizmente, você está perdido. por Fabrício Medeiros

PARE DE USAR EXEMPLOS DA APPLE,

Agressão 2

Google e Disney e desça para brincar no mundo real, naquele em que

Se o cliente entrar na loja, ele não pode ir embora sem

os clientes não estão comprando,

comprar. Revire o estoque todo, explore opções para o cliente

naquele em que empresas estão fe-

não ir embora sem levar alguma coisa. Quantas vezes

chando e empresários estão perden-

entramos em uma loja procurando um item e compramos

do os cabelos. Venha para o mundo

outro? Isso depende exclusivamente da habilidade de

frio, sujo e cruel do mercado, um lu-

convencimento do vendedor.

gar no qual os clientes nunca estiveram tão poderosos como agora.

Gosto de comprar na John John, pois mesmo com 37 anos bem vividos, ainda quero parecer jovem {risos!}. Mas o fato

Se você faz parte do grupo de 95% das empresas brasileiras

é que da última vez em que fui à loja, o vendedor foi

que precisam VENDER para sobreviver, então chegou o

preguiçoso e não vasculhou as opções no estoque que eu

momento de você deixar de ser bonzinho e começar a virar o

desejava – aliás, ficou olhando para o WhatsApp em alguns

jogo, sendo AGRESSIVO.

momentos. Depois vai chorar alegando que o movimento está fraco.

Agressão 1 Agressão 3 Se o cliente parar em frente à vitrine e olhar mais que 10 segundos, vá lá e faça uma abordagem casual, do tipo: “Linda

OK, o cliente pode não precisar para este momento, mas

mesmo essa peça que você está olhando. Muita gente para

ele deve ser inteligente o suficiente para comprar coisas na

aqui na frente da loja para admirá-la”.

promoção. Então, convença-o de que comprar mesmo sem

A Vivara fez uma coisa interessante: colocou na frente da

precisar é interessante, pois quando ele realmente estiver

loja um balcão do tipo que o cliente não precisa entrar na

precisando os preços não estarão mais tão agressivos como

loja para ser atendido. Ele fica com um pé dentro e outro fora.

agora.

A Vivara sacou que muita gente pode comprar seus produtos,

O mercado imobiliário é um exemplo disso. Vejo

mas infelizmente o luxo da loja intimida. Ou melhor,

construtoras zerando a margem apenas para vender e criar

intimidava.

fluxo de caixa. A hora é agora.

24 | OUTUBRO 2015 |


Agressão 4

de vendas sempre estica em tempos difíceis. Você pode perguntar: “Mas e quando acabarem os 80?” Ora,

Energia durante o atendimento! Mostre que a crise passa longe da sua cabeça. Esteja disposto, motivado e sempre

prospecção frenética, meu amigo. Busquemos mais 80 clientes depois disso.

sustente um sorriso (mesmo que teatral). Demonstre um sorriso do tipo: “Ei, está tudo bem? Estou vendendo para

Agressão 7

pessoas que entendem que esse é o melhor momento para comprar”.

Peça ajuda aos amigos e parentes para comprar de você.

Agressividade não é falar alto, gritar com o cliente e nem

Todos podem ajudar na sua meta, mesmo que seja uma

olhar para ele com jeito de doido. Pelo contrário: agressividade

calcinha de R$1,99 ou uma indicação de um cliente potencial.

é mostrar entusiasmo, simpatia e uma confiança

Seja agressivo também com parceiros. Peça ajuda efetiva e

absolutamente inquebrantável.

não apenas apoio moral.

Agressão 5

Sei que muita gente vai dizer que essas táticas podem ser agressivas além da conta e que muitos clientes podem

A meta é receber, pelo menos, três negativas antes

se ofender, mas acredite: em tempos de crise, os clientes

de desistir da venda. Seja por telefone, por e-mail ou

estão conscientes de que o período é o melhor para se

pessoalmente, aja como um persistente inteligente,

comprar e investir – mesmo com um pé atrás. Portanto, ao

sempre oferecendo opções a cada “não” recebido. Só

invés de tentar fazê-lo compreender o momento e sua

um vendedor bobalhão acredita que vai vender fácil

necessidade de vender, empurre-o para uma decisão. Mas

nos dias atuais.

empurre-o com força, OK?

Agressividade é ARRANCAR a venda de um cliente, mesmo sabendo que atualmente ele está andando com um escorpião no bolso.

Agressão 6

Faça prospecção frenética, fale o tempo todo de negócios com as pessoas – não fale de crise; fale de negócios. Há

Fabrício Medeiros possui formação em Educação Executiva em Business pela Universidade da Califórnia e em Negociação por Harvard. É professor de Negociação da FGV e consultor de vendas impossíveis. Artigo originalmente publicado na Revista VendaMais. Reprodução autorizada

algum tempo, um dos meus companheiros de trabalho entrou no Facebook e pesquisou 80 clientes potenciais para vender seu serviço. Disse que ligaria para cada um deles no intuito de fechar mais vendas. A meta é fechar pelo menos cinco contratos. Pouco, não acha? Relaxe. O funil | OUTUBRO 2015 | 25


Pense nisso

7 passos para fazer o cliente comprar novamente na sua loja por Jeff Wuorio

“VOLTE SEMPRE”. VOCÊ COM certeza já deve ter dito isso diversas vezes. Pois saiba que você fez muito bem, afinal, para qualquer empresa do comércio, clientes que ‘voltam sempre’ são fundamentais. É importante entender como manter os clientes. Aqui temos sete sugestões e estratégias: 1. Clientes fiéis custam menos que clientes novos Estudos mostram que é mais barato trazer um cliente de volta do que atrair novos clientes. Isso faz sentido se pensarmos no custo da propaganda, da mídia e de outras ferramentas para chamar a atenção de clientes novos. Além disso, conquistar um novo cliente pode depender do “momento certo”. “Os futuros clientes só vão prestar atenção em você quando estiverem prontos para comprar ou trocar de marca”, diz Ed Brennan, diretor de uma empresa de marketing e relações públicas. “Isso significa que você deve tentar atraílos o tempo todo, para atingir aqueles poucos que estão prontos para escolher a sua empresa”, conclui Ed. 2. Clientes fiéis são propagandas ambulantes Se um cliente volta, provavelmente é porque gostou do que viu. E, assim, há grandes chances de ele espalhar a notícia e o público virá de graça até você. Estimativas recentes dizem que cada pessoa influencia de 50 a 300 outras pessoas. Imagine quanto tempo um representante de vendas gastaria para atrair 300 clientes. No entanto, ter um cliente cativo e descobrir maneiras para que ele fale da sua empresa aos amigos faz com que você aumente a sua ‘equipe de vendas’ sem ter que gastar mais. 3. Para conquistar clientes, seja consistente Pode parecer que, para cativar os clientes, basta oferecer bons serviços e produtos. É verdade, mas a qualidade do serviço não pode variar. Os clientes voltam porque são bem tratados todas as vezes. 26 | OUTUBRO 2015 |

4. Contrate as pessoas certas Como os funcionários são a cara da empresa, o comportamento deles e o relacionamento com os clientes podem cativar os clientes e fazer com que eles voltem. Pessoas positivas, amigáveis e que realmente se importam com um bom trabalho são o primeiro passo nessa direção. Qualquer funcionário que vá ter contato com os clientes (desde uma recepcionista até o departamento de cobrança) tem que entender a importância de tratá-los bem. 5. Conheça bem os seus clientes É difícil criar fidelidade se você não sabe o que os clientes valorizam. Uma maneira de fazer isso é usar um software para ajudar a organizar o relacionamento com os clientes. Mesmo uma empresa pequena, que funcione na casa do seu dono, pode aproveitar um programa como esse. 6. Seja simples Um cliente fiel é aquele que você conhece. Cultive esse relacionamento da maneira mais pessoal possível. Por exemplo, saiba o nome dos clientes. Para isso, os programas como o BCM ajudam bastante, pois você pode ver as informações dos clientes e tudo o que já compraram quando quiser. Tratar os clientes de maneira pessoal é a melhor vantagem sobre a concorrência. Todo mundo adora entrar em uma cafeteria e ver que o garçom lembrou o seu nome e a sua bebida favorita. 7. Mantenha contato Mantenha contato com os seus clientes para incentivá-los a voltar. Use um blog na internet, um informativo ou outro veículo para nunca interromper a comunicação. “Enviamos uma carta escrita à mão para agradecer aos nossos clientes quando eles fazem pedidos acima de um determinado valor e incluímos um desconto para a próxima compra”, diz Heather Ledeboer, dona de uma loja de artigos para pais e filhos. “Também temos um blog que oferece informações e damos brindes semanais usando vídeos na internet. Os clientes acabam nos conhecendo e se tornam fiéis à nossa loja”. O norte-americanoJeff Wuorio é especialista em gerenciamento, marketing e tecnologia para pequenas empresas.


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