mobilidade como agente transformador do espaço

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“Certo, nós não mudaremos o mundo, mas podemos mudar o modo de vê-lo.” Milton Santos.



Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da professora Rosa Sulaine Silva Farias.

Centro Universitário Moura Lacerda Ribeirão Preto-SP / 2016



dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais, Enilza e Renato, expresso minha total gratidão pela paciência, por todo incentivo e encorajamento e principalmente por acreditarem sempre na minha capacidade e estarem ao meu lado em todos os momentos; Aos professores e colegas que me acompanharam nesta caminhada e contribuíram para a realização deste grande sonho; À minha querida cidade São Simão, que com imenso prazer apresento neste trabalho.



sumário introdução pg.08

1.

mobilidade como agente produtor do espaço

2.

pg.12

levantamento da pg.16 área de intervenção 2.1. 2.2. 2.3. 2.4. 2.5. 2.6. 2.7. 2.8.

localização evolução urbana conexões urbanas equipamentos públicos hierarquia viária uso do solo ocupação do solo questões urbanas

3.

mobilidade pg.40 através das escalas

4.

projeto de pg.46 intervenção urbana

3.1. projeto madrid rio 3.2. concurso 3 estações

4.1. estudo preliminar 4.2. anteprojeto

referências bibliográficas

pg.78


introdução


Segundo o Ministério das Cidades (2004), a mobilidade urbana sustentável é entendida como a articulação das políticas de transporte e de circulação, integrada com a política de desenvolvimento urbano, com a finalidade de garantir o uso público do espaço urbano, priorizando o pedestre, solucionando ou minimizando conflitos existentes entre a circulação a pé e o trânsito de veículos, oferecendo qualidade na orientação, sinalização e no tratamento urbanístico de áreas preferenciais para o seu deslocamento. Ambas as políticas públicas, responsáveis pela produção de um espaço urbano acessível e democrático, podem ser efetivadas através do sistema de infraestrutura verde, que segundo Herzog (2010), procura mimetizar os processos naturais de modo a minimizar os impactos causados por urbanizações inadequadas ao suporte geobiofísico e possibilitar o planejamento sustentável de novas áreas e empreendimentos. “A infraestrutura verde é composta por redes multifuncionais de fragmentos permeáveis e vegetados, preferencialmente arborizados e interconectados, que reestruturam o mosaico da paisagem” (HERZOG, 2010, p.04). Além disso, busca oportunidades de transportes alternativos não poluentes que estimulam uma vida urbana ativa e saudável.

A mobilidade urbana agrega em sua efetivação todas as principais características da configuração de uma cidade, tornando seu planejamento fundamental para o desenvolvimento urbano. O quadro atual de mobilidade urbana vivido pela maioria das pessoas evidencia a falta de planejamento e integração das políticas públicas. Na tentativa de reverter esse cenário, onde se convive menos com a cidade e com as pessoas que as coabitam, o presente trabalho atribui à mobilidade urbana a responsabilidade de “produzir uma cidade mais justa, que respeite a liberdade fundamental de ir e vir, que possibilite a satisfação individual e coletiva em atingir os destinos desejados, as necessidades e prazeres cotidianos”. (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004, p.14) A integração urbana pode ser dada através do “controle e gestão pública dos transportes, da compreensão das lógicas que racionalizam o uso do solo e da incorporação dos princípios de mobilidade urbana sustentável” (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004, p.23), e tem por finalidade “minimizar as desigualdades socioespaciais, ampliando o acesso à terra, o cumprimento da função social, superando fronteiras físicas e simbólicas e racionalizando o uso da infraestrutura” (BALBIM, 2011). 09


-tração dos principais, ou até mesmo únicos, serviços básicos no centro da cidade, estabelecendo uma forte dependência periferia-centro. Os deslocamentos basicamente se restringem à Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior e Avenida Simão da Silva Teixeira, por meio de veículos motorizados particulares, uma vez que as políticas públicas não incentivam e não oferecem suporte à utilização do transporte público e do transporte não motorizado (a pé e bicicleta), os quais carecem de estrutura adequada para atender a população. A Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior é uma importante rota de escoamento da produção de cana-de-açúcar, madeira de reflorestamento e cerâmica das cidades de São Simão, Santa Rosa de Viterbo e Tambaú em direção a Rodovia Anhanguera. Sua estrutura não contempla acessibilidade para pedestres e ciclistas, porém, isso não os afasta devido à falta de alternativas de deslocamento das pessoas que residem, trabalham ou estudam nos bairros Bento Quirino, Jardim dos Imigrantes, Jardim dos Ferroviários e Parque Industrial, localizados à direita da Rodovia, gerando grandes riscos para a população. Enquanto a população do lado direito da Rodovia não tem outra alternativa para aces-

Nos espaços livres públicos podem ser visualizados os espaços do cidadão e da vida em comunidade, onde as experiências sociais se desenvolvem com dinamicidade, pelas diferentes possibilidades de usos e pela convivência democrática e cidadã, expressadas por meio de manifestações culturais, encontros, lazer, recreação e celebrações. (ALIPRANDI, 2010, p.11)

É através das quatro temáticas apresentadas que o presente trabalho pretende se estruturar de modo a produzir espaços públicos qualificados, tanto para a mobilidade como para o lazer, no eixo da Avenida dos Estados na cidade de São Simão. Em São Simão, cidade de pequeno porte, o desenvolvimento urbano é decorrente de um cenário histórico de conflitos e epidemias que se deu no início de sua formação. Rodeada por morros, o crescimento da cidade se deu linearmente numa área de vale sentido centro-noroeste entre a Linha Férrea e a Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior, resultando numa configuração espacial limitada. Esta configuração gera uma série de problemas nos mais diversos âmbitos, dentre eles, na mobilidade urbana. A dinâmica urbana se dá através da concen10


-estrutura. O objetivo geral do presente trabalho consiste na elaboração de um projeto de intervenção urbanística, no eixo da Avenida dos Estados na cidade de São Simão, que atenda às necessidades de mobilidade da população priorizando os modos de transporte não motorizados e permitindo o acesso amplo e democrático ao espaço urbano de forma segura, socialmente inclusiva e sustentável, a fim de recuperar a dimensão humana e gerar maior qualidade de vida aos moradores.

-sar o centro da cidade a não ser pela própria Rodovia, a população do lado esquerdo, dos bairros Jardim Claudia Prado, Área Residencial do D.I, Jardim das Américas e Jardim Brasil pode se deslocar pela Avenida Simão da Silva Teixeira, via com funcionalidade arterial de pequenas dimensões que percorre toda a extensão da cidade fazendo a ligação de um bairro á outro. Segundo o projeto de loteamento do Jardim Claudia Prado, a via que deveria estar desempenhando o papel de coletora é a Avenida dos Estados, a qual nunca foi implantada de maneira apropriada. A escolha da área de intervenção, que conta com a Avenida dos Estados como principal articuladora do projeto, não foi decorrente apenas das situações precárias em que ela se encontra, mas também, de sua localização estratégica na malha urbana. Localizada entre duas vias de caráter principal, que não provém de estrutura adequada para atender às necessidades de mobilidade da população, a avenida é concebida como um eixo de ligação importante entre os equipamentos Poliesportivo Mauro Furlan, Ginásio de Esportes Amadeu Geraigire e Escola Técnica Prof. Francisco dos Santos e além disso, entre bairros, fragmentos de áreas verdes e vazios urbanos, porém, sem qualquer tipo de infra11


1.mobilidade

como agente produtor do espaรงo


A mudança de visão e interesses que foram gerindo as novas cidades mudou drasticamente ao longo tempo. Na metade do século XX, a tradicional ocupação do espaço dada através dos interesses humanos foi cedendo espaço a ideologias modernas de desenvolvimento, voltadas para a setorização de usos e o crescimento do tráfego de automóveis. Nesta época havia pouco conhecimento sobre como as estruturas físicas influenciavam no comportamento humano. (GEHL, 2010) No decorrer do processo de expansão urbana, foi se obtendo conhecimento razoável sobre os impactos gerados no ambiente e, consequentemente, na qualidade de vida das pessoas. De modo geral, o planejamento urbano retoma a visão tradicional da produção do espaço levando em consideração a dimensão humana, tema principal abordado na obra de Jan Gehl. Agora, no início do século XXI, podemos perceber os contornos dos vários e novos desafios globais que salientam a importância de uma preocupação muito mais focalizada na dimensão humana. A visão de cidades vivas, seguras, sustentáveis e saudáveis tornou-se um desejo universal e urgente. Os quatro objetivos-chave – cidades com vitalidade, segurança, sustentabili13

-dade e saúde – podem ser imensamente reforçados pelo aumento da preocupação com pedestres, ciclistas e com a vida da cidade em geral. (GEHL, 2010, p.06)

Segundo o Ministério das Cidades (2004), para a produção desse espaço é fundamental o processo participativo na concepção de políticas públicas, que tenham como finalidade a produção de cidades mais justas e humanas, lugar da promoção e expansão da cidadania, do fortalecimento da democracia através do acesso universal ao espaço urbano e do desenvolvimento econômico. A ideia de mobilidade centrada nas pessoas que transitam é ponto principal a ser considerado numa política de desenvolvimento urbano. A Política Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável prioriza modos de transporte nãomotorizados e coletivos, de forma efetiva, que não gere segregações espaciais, socialmente inclusiva e ecologicamente sustentável. Representa um novo paradigma que ultrapassa a visão setorial em busca de compreender a mobilidade urbana de maneira sistêmica e integrada com as demais políticas participativas de desenvolvimento urbano e socioeconômico. Aliado a essa premissa, a infraestrutura verde se apresenta como uma alternativa sus-


que o local oferece são como, via de transporte alternativo, áreas de lazer, proteção e ligação de importantes áreas culturais que sejam acessíveis a todas as camadas sociais da população pela sua proximidade das áreas habitadas, resultando na melhoria da qualidade de vida dos habitantes.

-tentável para estruturar a intervenção urbana proposta. Através do trabalho de Cecília Herzog é possível assimilar os benefícios que essas áreas podem assegurar para a qualidade de vida no meio urbano. A urbanização tradicional é baseada na infraestrutura cinza monofuncional focada no automóvel, interferindo e bloqueando as dinâmicas naturais. O planejamento de uma infraestrutura verde propicia a integração da natureza na cidade, de modo a que venha ser mais sustentável. Bem planejada, implementada e monitorada a infraestrutura verde pode se constituir no suporte para a resiliência das cidades. (HERZOG, 2010). Há diversas tipologias inseridas no conceito de infraestrutura verde, as quais trazem inúmeros benefícios como: “promover a infiltração, detenção e retenção de águas pluviais, filtrar as águas de escoamento superficial, permitir a permeabilidade do solo, prover habitat para a biodiversidade, amenizar as temperaturas, promover a circulação de pedestres e bicicletas, diminuir a velocidade dos veículos e conter encostas e margens de cursos d’água”. (HERZOG, 2010, p.5) Dentre estas tipologias, os corredores verdes se destacam devido à possibilidade de usos e funções múltiplas que oferece. Os usos de maior interesse em vista das possibilidades

A participação da comunidade e dos interessados na área é de fundamental importância para o planejamento, projeto e manutenção dos corredores. Essa participação deve ter representantes de todos os grupos interessados. Deve ser efetiva e abrangente, desde o início do processo. Planejar corredores verdes pode envolver grupos muito diversos. É uma oportunidade de fazer uma educação ambiental eficaz. (HELLMUND e SMITH, 2006 apud HERZOG, 2008)

A importância da constituição deste cenário aparece também no trabalho de Danielly Aliprandi, mas desta vez sob o ponto de vista da apropriação dos espaços públicos, onde se pretende avaliar o potencial de instrumentos e procedimentos que estão à disposição do arquiteto. Os espaços livres públicos são divididos, segundo Mesquita (2000) apud Aliprandi 14


não-lugar. Não-lugar define o espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico. Á fim de complementar o conceito a autora utiliza a obra de Bauman e compreende que “os nãolugares permitem certa travessia ou até permanência, segundo a necessidade de seu usuário, sendo que a ausência nesse tipo de local está na falta de interação e de diferença entre as pessoas que ali circulam”. (BAUMAN, 2001 apud ALIPRANDI, 2010) Levando em conta a denominação de Augé, o trabalho tem por finalidade transformar esse não-lugar, caracterizado pela falta de identidade e interação social, em um lugar, onde a vida pública seja exercida de maneira democrática. Com base na literatura de referência apresentada é possível explorar pontualmente o assunto de maneira que se construa um alicerce teórico e prático que viabilize o desenvolvimento do projeto.

(2010), em três categorias principais, de acordo com a função que exercem: 1) de equilíbrio ambiental, como as reservas ecológicas e os jardins botânicos; 2) de circulação, como as ruas, avenidas e estacionamentos; e 3) de convívio social, como praças, parques, faixas de praia, largos e quadras. Segundo Aliprandi (2010), o desenho de um espaço deve ser a imagem do que se passa nele. Se um desenho é imposto para aquele lugar, sem identificar-se com o que é, efetivamente, ali realizado ou sem remeter-se à memória dos usuários, os efeitos dessas ações podem ser a não utilização do espaço ou até ações de descuido e vandalismo. É preciso saber quais os verdadeiros efeitos de determinadas ações sobre o meio urbano. Cidades não são objetos idealizáveis abstratamente e nunca se comportam de acordo com as fantasias de quem as trata desta forma. São concretizações de modelos culturais, materializam momentos históricos e se desempenham como podem, tendo de comportar conflitos e conjugações que se armam e desarmam sem parar e em muitos níveis. (SANTOS, 1985 apud ALIPRANDI, 2010, p.22)

Segundo Marc Augé (1994) apud Aliprandi (2010) o local onde será implantado o projeto de intervenção, trata-se atualmente de um 15


2.levantamento área de intervenção



DISTRITO INDUSTRIAL

O objeto de intervenção, “eixo da Avenida dos Estados”, está localizado em São Simão, cidade do interior de São Paulo, na região administrativa de Ribeirão Preto. O designado eixo conta com uma dimensão aproximada de 3 km de extensão e está inserido no bairro Jardim Claudia Prado entre a Avenida Simão da Silva Teixeira e a Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior.

RIBEIRÃO PRETO

AVENIDA DOS ESTADOS

Mapa 02: Mapa da Unidade Territorial de São Simão com os acessos á cidade. Sem Escala

LEGENDA

N

Rod. Anhanguera Rod. Conde Francisco Matarazzo Jr. Rod. Dr. Chaffy Jorge Estr. Serra Azul Linha Férrea Área de Intervenção

5,758 KM²

ÁREA URBANA

285 KM

Fonte: Mapas retirados do Google Maps e editado pela autora.

CAPITAL SÃO PAULO 18

617,25 KM²

UNIDADE TERRITORIAL


2.1.localização ETEC - “ESCOLA AGRÍCOLA”

ROD. CONDE FRANCISCO MATARAZZO JÚNIOR POLIESPORTIVO

LEGENDA

área de intervenção Rod. Conde Francisco Matarazzo Júnior

Av. Simão da Silva Teixeira Av. dos Estados Área de Intervenção

GINÁSIO DE ESPORTES

SANTA ROSA DE VITERBO

AVENIDA SIMÃO DA SILVA TEIXEIRA

CEMITÉRIO

14.346

HABITANTES

Mapa 01: Apresentação do recorte da área de intervenção e identificação dos equipamentos e vias importantes.

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500m


/principais acontecimentos

1865 1871

1882 1887 1891 1892 1896 1898 1902 1911 1927 1960 1977 1980 1982

- São Simão é elevada a categoria de município. - A cidade de Ribeirão Preto separa-se de São Simão. - É inaugurado o trecho Casa Branca - São Simão da Companhia Mogyana de Estradas de Ferro e Navegação. - Epidemia de varíola. - É instalada a "Cia Melhoramentos de São Simão“. - A cidade começa a ser abastecida com água por meio de chafarizes e canalizadas para serviços domiciliares, para esgoto e abastecimento de luz elétrica. - Primeira epidemia da Febre Amarela; É inaugurado o novo cemitério. - Segunda epidemia da Febre Amarela. Fundação de Bento Quirino; - Terceira epidemia de Febre Amarela. - A cidade de Santa Rosa de Viterbo separe-se de São Simão. - A cidade de Serra Azul separe-se de São Simão. - A cidade de Luiz Antônio separa-se de São Simão. - É implantado o Loteamento Jardim Claudia Prado. - É inaugurada a primeira COHAB: Jardim das Américas. - É inaugurada a primeira indústria no Distrito Industrial.

O distrito foi criado por Lei Provincial nº 26, de 8 de março de 1842 e elevado à categoria de Município com a denominação de São Simão por Lei Provincial nº 75, de 22 de abril de 1865. Os primeiros moradores dedicaram-se à pecuária e à cultura da cana. Alguns anos depois, o advento da cafeicultura propiciou grande desenvolvimento, possibilitando a formação de um núcleo urbano e de uma elite local, além de atrair muitos imigrantes para suas fazendas, fluxo este facilitado pela chegada da Companhia Mogyana de Estradas

de Ferro (atual FEPASA), em 1882. (img 01*) Com uma acelerada ocupação, São Simão já demonstrava entre 1861 e 1887 um padrão de acúmulo econômico significativo que perdurou até o início dos surtos de febre amarela. A cidade passou por três epidemias, em 1896, 1898 e 1902, ocasionando muitas mortes e a dispersão da população no território. Em função do grande número de mortes, em 1896 foi inaugurado um novo cemitério à aproximadamente 5 km do núcleo urbano já desenvolvido, onde em 1902, foi fundada a nova estação e bairro Bento Quirino. A orientação da expansão urbana de São Simão se dá através destes dois núcleos que se desenvolveram em detrimento da Estação Ferroviária.

Fonte: Informações retiradas do Acervo da Fundação Cultural Simonense e mapa produzido pela autora. Sem escala.

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2.2.evolução urbana breve histórico

LEGENDA

1865

1900

1950

2000

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Mapa 03: Evolução da Mancha Urbana.

BENTO QUIRINO

CENTRO

O projeto da Avenida dos Estados, objeto de intervenção, foi concebido em 1977 juntamente com o loteamento Jardim Claudia Prado, o qual nunca foi entregue. Os lotes foram adquiridos por famílias com maior poder aquisitivo, que chegaram a comprar grandes quantidades com fim especulativo. A empresa responsável pela pavimentação da via entra em falência, deixando a obra já arrendada a mercê da Prefeitura Municipal que não assume a execução. A ausência de força política por parte dos proprietários da terra, em virtude dos mesmos não residirem no local utilizando apenas para fins de lazer, constituiu um problema de ocupação que pode ser observado até os dias de hoje.

Imagem 01*

21

2016


A cidade de São Simão é dividida em 17 bairros e a conexão entre eles e o centro da cidade, onde encontram-se os principais equipamentos, se dá de maneira limitada pela Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior e a Avenida Simão da Silva Teixeira. A análise foi dividida em 3 trechos, onde apresentam-se os principais pontos de conflito

TRECHO 01 Rod. Conde Francisco Matarazzo Júnior

Mapa 04: Mapa com a divisão da cidade em bairros. Sem Escala

Compreende a conexão dos bairros segregados do centro da cidade pela Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior, estes são: Bento Quirino, Jardim dos Ferroviários, Distrito Industrial e Jardim dos Imigrantes. A mobilidade se restringe a Rodovia e se dá principalmente por meio de veículos motorizados, uma vez que não possui infraestrutura urbana para pedestres e ciclistas na travessia.

LEGENDA Centro

Jardim dos Imigrantes

Jardim Cláudia Prado

Jardim João Furtado

Área Residencial do D.I.

Jardim São Luiz

Jardim das Américas

Conj. Evangelista

Jardim Brasil

Jardim da Saúde

Bento Quirino

Vila Monteiro

Jardim dos Ferroviários

Jardim Cava do Bosque

Distrito Industrial

Conjunto Hab. Padre Plinio Toldo

Fonte: Mapas produzido pela autora.

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2.3. conexões urbanas periferia x centro

TRECHO 02 Rod. Conde Francisco Matarazzo Júnior

TRECHO 03 Pontilhão

Av. dos Estados

Av. Simão da Silva Teixeira

Linha Férrea

Compreende a conexão dos bairros Jardim das Américas, Jardim Brasil, Área Residencial do D.I. e Jardim Cláudia Prado com o centro da cidade, a qual se dá pela Avenida Simão da Silva Teixeira. A Avenida dos Estados deveria ter como função coletar o fluxo destes bairros, mas pela ausência de infraestrutura a mobilidade se limita a Avenida Simão da Silva Teixeira.

Compreende a conexão dos bairros segregados do centro da cidade pela linha férrea, estes são: Jardim João Furtado, Jardim São Luiz, Conj. Evangelista e Jardim da Saúde, unidos por um único pontilhão onde é possível fazer sua travessia de forma adequada. Quando implementado estes bairros, não houve a preocupação em construir outros pontilhões para que a cidade pudesse se expandir nesta direção, acabando por limitar sua área urbana entre a linha férrea de um lado e o morro do outro.

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LEGENDA Educação

Os principais equipamentos públicos da cidade nos âmbitos de educação, saúde, cultura e lazer, e os principais pólos geradores de tráfego nos âmbitos de trabalho e compras estão destacados no mapa ao lado, onde é possível identificar a concentração destes no centro da cidade e a relação de dependência que é estabelecida entre periferia-centro.

Saúde

Cultura Lazer Trabalho

Compras Fonte: Mapa retirado do Google Maps e editado pela autora.

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equipamentos públicos 2.4. pólos geradores de tráfego LEGENDA

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Rod. Conde Francisco Matarazzo Júnior Av. Simão da Silva Teixeira Área de Intervenção

Mapa 05: Identificação dos pólos geradores de fluxo na cidade e as principais vias de deslocamento.

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A Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior, via de trânsito rápido que corta a cidade, é uma importante rota de escoamento da produção de cana-de-açúcar, madeira de reflorestamento e cerâmica das cidades de São Simão, Santa Rosa de Viterbo e Tambaú em direção a Rodovia Anhanguera. Sua estrutura não contempla acessibilidade de pedestres tornando a travessia destes muito perigosa. A Avenida Simão da Silva Teixeira, de caráter arterial, é caracterizada por interseções em nível e pela ligação de um bairro a outro da cidade. Possui passeio público, arborização e mobiliários urbanos, implantados em 2014 pela Prefeitura Municipal, á fim de qualificar a área e promover a mobilidade de pedestres. A Avenida dos Estados, segundo diretriz do loteamento Jardim Claudia Prado, deveria ser uma via coletora. Além disso, também proporcionaria a integração dos equipamentos Poliesportivo Mauro Furlan e Ginásio de Esportes Amadeu Geraigire.

Fonte: Mapa retirado do Google Maps e editado pela autora; *Imagem 02: foto de autoria própria retirada em 16/01/2016.

Imagem 02*

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hierarquia viária 2.5. física x funcional LEGENDA

Mapa 06: Hierarquia viária física.

Via de Trânsito Rápido Via Arterial Via Coletora Via Local (demais vias)

HIERARQUIA FÍSICA X FUNCIONAL Avenida dos Estados Projeto nunca implantado, conta com uma funcionalidade estritamente local, utilizada com pouca frequência pela falta de infraestrutura como pavimentação, calçamento, equipamentos, mobiliários, entre outros, depreciando o bairro. Entre o chão de terra batida e os entulhos de construção a avenida se consolida, tornando-se alvo da subutilização e das práticas criminosas.

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O eixo de intervenção está inserido na Zona Predominantemente Residencial (ZPR-2), de alta densidade. Em contrapartida, não apresenta esta alta densidade pela grande quantidade de lotes vazios Além disso, os poucos usos comerciais e de serviços distribuídos na área são insuficientes para atender os moradores e encontram-se distantes e/ou segregados do Jardim Claudia Prado, o que acaba por ressaltar a relação de dependência periferia-centro principalmente desta população. Quando o bairro foi concebido, em 1977, as quadras ao lado do equipamento institucional Ginásio de Esportes Amadeu Geraigire eram destinadas ao uso comercial conforme legislação. Porém, no decorrer do tempo, por pressões políticas o projeto original foi modificado na Câmara Municipal permitindo que a área fosse ocupada por lotes residenciais, pois não houve interesse da população em adquirir esses lotes estritamente comerciais. Com isso, a área encontra-se predominantemente vazia até os dias atuais, decorrente da falta de infraestrutura urbana. O outro grande vazio presente na área se dá em função da faixa de leito férreo, localizada atrás do Cemitério Municipal, porém não é de grande influência para o desenvolvimento do projeto.

Imagem 03: Vista da Av. Simão da Silva Teixeira em direção à Av. dos Estados. É possível identificar os vazios e a falta de infraestrutura.

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uso do solo 2.6. predominância por quadra LEGENDA

Mapa 07: Uso do solo.

Residencial

Comercial Serviços Industrial Institucional Vazios Areas Verdes

Imagem 04: Vista da Av. dos Estados em direção à Av. Simão da Silva Teixeira. A falta de infraestrutura é responsável pela criação de pontos de alagamento.

A partir do presente mapa é possível perceber o forte caráter residencial da área que se dá em função do plano de macrozoneamento do município, o qual confere uma coerência lógica para seu desenvolvimento e está contido na Lei Nº 103/2.005 de Uso e Ocupação do Solo.

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As áreas verdes presentes se dão em função das áreas de APP ao longo do Córrego São Simão, da Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior, e da Ferrovia. Segundo o art. 19 da Lei Nº 103/2.005, ao longo destes é obrigatório a reserva de uma faixa não edificante de quinze metros de cada lado. Apesar destas também apresenta áreas destinadas a praças que encontram-se abandonadas pela ausência de infraestrutura, gerando problemas de segurança e contribuindo para a degradação do espaço público. Além das áreas residenciais, as áreas institucionais e industriais também constituem o perfil da área tendo forte influência em função dos percursos e deslocamentos. Os equipamentos de esporte e lazer, Poliesportivo Mauro Furlan e Ginásio de Esportes Amadeu Geraigire e a Escola Técnica Prof. Francisco dos Santos constituem a tríade do projeto. - A Escola Técnica Prof. Francisco dos Santos (ETEC) ou Escola Agrícola de Ensino Integrado oferece cursos gratuitos que atrai pessoas de São Simão e região, sendo os maiores adeptos das cidades de Luiz Antônio, Guatapará e Santa Rosa de Viterbo. Localizada em Zona Rural, às margens da Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior, a acessibilidade à escola se dá de maneira perigosa.

Imagem 05: Praça vista pela Av. dos Estados.

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uso do solo 2.6. predominância por quadra LEGENDA

Mapa 07: Uso do solo.

Residencial

Comercial Serviços Industrial Institucional Vazios Areas Verdes

Imagem 07: Escola Técnica Prof. Francisco dos Santos (ETEC) vista pela Rod. Conde Francisco Matarazzo Júnior.

Imagem 06: Praça Arlete Frazão vista pela Av. dos Estados.

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- O Ginásio de Esportes Amadeu Geraigire ou “Bola Azul” (img. 07) localizado no Jardim Claudia Prado, já foi palco de grandes festivais e apresentações na cidade, porém atualmente se restringe a eventos esportivos como os torneios de Inverno, Pipa Bernardes e Taça EPTV que ocorrem todo ano. Dotado de uma boa infraestrutura, a quadra poliesportiva passa a maior parte do dia fechada tendo que agendar horários junto a Secretaria de Esportes para sua utilização. Abaixo do Ginásio existe uma extensa área vazia que no projeto original era destinada a uma praça, denominada Praça Brasil. Sem qualquer tipo de infraestrutura, o terreno é cedido pela Prefeitura Municipal para montagem de eventos itinerantes como parques de diversão, circos, rodeios, competições de jeep gaiola cross, entre outros. Quando não subutilizada a área encontra-se em total estado de abandono, uma vez que a limpeza do terreno só é realizada para receber estes eventos.

Imagem 08: Ginásio de Esportes Amadeu Geraigire visto pela Av. Simão da Silva Teixeira

Imagem 09: Evento itinerante (circo) montado na área abaixo do Ginásio de Esportes, visto pela Av. Simão da Silva.

Fonte: Mapa produzido pela autora; Imagens 03 á 11: Fotos de autoria própria retiradas em 16/01/2016 e 13/03/2016.

32


uso do solo 2.6. predominância por quadra LEGENDA

Mapa 07: Uso do solo.

Residencial

Comercial Serviços Industrial Institucional Vazios Areas Verdes

Imagem 11: Poliesportivo Mauro Furlan.

- O Poliesportivo Mauro Furlan vem sendo apropriado cada vez mais pela população, principalmente após a última reforma, quando a pista de caminhada recebeu pavimentação e foram instaladas academias ao ar livre e playground. Vem sendo executada também a reforma dos vestiários e a cobertura da quadra poliesportiva.

Imagem 10: Terreno com mato alto quando não utilizado pelos eventos, visto pela Av. Simão da Silva Teixeira.

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A composição urbana da paisagem no que se diz respeito ao gabarito se dá de maneira linear, não só na área de intervenção mas na cidade toda, onde predomina a horizontalidade com construções de tipologia térrea e algumas raras de até dois pavimentos. Marcada pela presença do verde da vegetação que cobre os morros, a paisagem não apresenta monotonia. Graças a essa horizontalidade são constituídos marcos na paisagem, como a Igreja Matriz e o Cruzeiro, servindo de ponto de orientação e contemplação. Esta configuração é a responsável pela linha do horizonte estar sempre delineada na sinuosidade dos morros, transmitindo os aspectos de tranquilidade e sossego traduzidos na qualidade de vida dos moradores. Além disso, também produz uma qualidade no espaço em função da boa iluminação e ventilação, uma vez que não apresenta barreiras construídas.

Imagem 12: Morro do Cruzeiro.

Fonte: Mapa produzido pela autora; Imagens 12 á 14: Fotos retiradas da página do Facebook “São Simão SP Brasil para Simonenses on line”.

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ocupação do solo 2.7. 2.7.1. gabarito Mapa 08: Ocupação do solo - Gabarito.

LEGENDA Predominância de Edificações Térreas

Imagem 14: Vista aérea da cidade, foto retirada do Morro do Cruzeiro.

Imagem 13: Morro do Cruzeiro e Igreja Matriz como marcos na paisagem.

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A relação entre as áreas edificadas e os vazios está traduzida no mapa ao lado, o qual apresenta as áreas mais e menos adensadas no eixo proposto. O adensamento, referente a concentração de edificações, se dá na região que compreende o Jardim dos Imigrantes e o início do Centro. Embora isso, o perfil da área é constituído através da presença dos vazios urbanos. Estes são porções de terra, urbanizadas ou não, que ficam à margem dos processos sociais e econômicos sem utilização ou ocupação. São decorrentes de interesses imobiliários especulativos no bairro Jardim Claudia Prado, da presença de chácaras e casas de veraneio e da falta de infraestrutura; da irregularidade no traçado urbano; e da faixa de leito férreo. Acabam por sua vez bloqueando o desenvolvimento equilibrado da cidade e potencializando problemas de segurança e falta de infraestrutura.

Fonte: Mapa produzido pela autora; Imagens 15 e 16: Fotos de autoria própria retiradas em 13/03/2016.

Imagem 15: Terreno Jardim Cláudia Prado.

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ocupação do solo 2.7. 2.7.2. figura-fundo Mapa 09: Ocupação do solo – Figura-Fundo.

LEGENDA Área Edificada

Imagem 16: Terreno Jardim Cláudia Prado.

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100 50

37

300 200

500m


Quais as reais necessidades da população quanto a implantação de um projeto urbano no eixo da Avenida dos Estados em São Simão? (questionário em anexo).

CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA

115 MORADORES

responderam a pesquisa

59%

tem de 40 a 60 anos ESTES, MORAM...

56% Centro

77% em casa com 3 a 5 pessoas

50%

41%

47%

com renda mensal de 3 a 6 salários mínimos 38

13%

Jd. Cláudia Prado

12%

Bento Quirino

estão há mais de 20 anos no bairro

ensino superior completo


2.8.questões urbanas pesquisa de campo

SOBRE MOBILIDADE

85%

63% pela Av. Simão da Silva Teixeira

das pessoas utilizam o carro para o seu deslocamento na cidade

Rod. Conde Francisco 19% pela Matarazzo Júnior

16% pela Av. dos Estados trabalho compras estudo

2%

lazer

38% acha RUIM a infraestrutura urbana oferecida à pedestres e ciclistas nestas vias

SOBRE ÁREAS DE LAZER

63%

costumam frequentar o Poliesportivo e/ou Ginásio de Esportes

SOBRE A INTERVENÇÃO NO EIXO DA AV. DOS ESTADOS

outros

48%

24% gostariam que melhorasse

frequentam pela falta de espaços alternativos

63%

acham que o principal problema gostariam que fosse desta via é a falta de pavimentação. pavimentada

98%

73%

gostariam de uma estrutura permanente para eventos ao lado do Ginásio de Esportes

69%

59%

utilizam a Av. dos Estados

60%

a segurança do local

gostariam que fosse implantado uma ciclovia

97%

79%

por meio de passarela

gostariam da integração urbana pela Rodovia 39

gostariam que fosse implantado um corredor verde ao longo do eixo


3. mobilidade atravĂŠs das escalas



Na busca de uma mobilidade sustentável e de um planejamento urbano integrado, a cidade de Madrid, optou por reduzir o espaço dos automóveis através da implantação do Projeto Madrid Rio, visando recuperar as margens do Rio Manzanares. Os 6 km das vias marginais ao rio Manzanares, correspondentes ao arco Oeste do rodoanel da cidade, foram enterrados, dando lugar a um parque linear de 500 mil m². O parque faz parte de um projeto mais amplo, o Madrid Calle 30, realizado entre 2004 e 2007 e considerado um dos mais importantes em termos de transformação urbana na Espanha. Ele foi responsável pelo soterramento de alguns trechos da rodovia M-30 (que margeia o rio Manzanares), bem como pela criação de novos acessos e túneis de interligação, o que melhorou as conexões da via com diversos bairros da cidade, e desses com a região central.

ANTES

Imagem 17: Vias marginais ao rio Manzanares.

Em 2005, foi realizado um concurso internacional de ideias para que se propusessem respostas à pergunta: “O que fazer com este vazio no centro da cidade, que abraça seis quilômetros do rio Manzanares?". A equipe vencedora considerou que um dos principais potenciais dos espaços livres gera-

DEPOIS

Imagem 18: Vias soterradas dando lugar a um parque linear.

42


3.1. projeto Madrid Rio a rodovia que virou parque

-dos junto ao rio era o de estabelecer conexões de diversas naturezas, em diversas escalas. No total, 47 subprojetos foram desenvolvidos, dentre os mais importantes o Salón de Pinos, Avenida Portugal, Huerta de la Partida, Jardins da Ponte de Segovia, Jardins da Ponte de Toledo, Jardins da Virgen del Puerto e o Parque da Arganzuela.

Neste projeto é importante destacar a relação da escala urbana/territorial com a do pedestre, a forma como esta é tratada, levando em conta a mobilidade urbana sustentável como elemento chave. Quando um trecho da Rodovia é soterrado dando espaço ao pedestre e criando um espaço público qualificado que evidencia as potencialidades do local, anteriormente não exploradas, como as margens do Rio Manzanares por exemplo. Esta estratégia proposta será levada para o projeto de intervenção no eixo da Av. dos Estados, assim como, a criação de uma nova identidade definido a partir dos elementos da paisagem, traçado, acessos, vegetação, equipamentos, atividades, usos, entre outros.

West 8, Burgos & Garrido, Porras La Casta e Rubio Alvarez Sala, 2006, Madrid, Espanha.

Salón de Pinos

Avenida Portugal

Parque da Arganzuela Huerta de la Partida

Mapa 10: Projeto Madrid Rio

43


Por ser composta de vias para acesso local, a proposta é desestimular a circulação de carros e qualificar as vias: Rua Gomes de Carvalho, Rua Beira Rio e Rua Cardoso de Melo, priorizando e estimulando o tráfego de bicicletas e pedestres, á fim de tornar o lugar mais agradável para o caminhar e para o estar. Enquanto no projeto Madrid Rio foi observado a relação da escala urbana/territorial com a do pedestre, neste projeto é observado a relação da escala local com a do pedestre. Essa diferença de escala permite ampliar os horizontes quanto a implantação de um projeto de mobilidade urbana sustentável, entendendo a importância e as estratégias propostas por cada um destes. Algumas das estratégias propostas, como a ampliação do espaço da calçada e de áreas de estar, o uso de mobiliários que permitam interações com o usuário e a estimulação da ocupação de futuros empreendimentos em terrenos vazios serão aplicadas no eixo da Avenida dos Estados, de modo a assegurar qualidade no passeio e segurança para os pedestres.

Com o objetivo de promover a saúde da população, melhorar o ambiente urbano e a acessibilidade universal, foi promovido o concurso de ideias para a intervenção urbana no entorno de três estações da Linha 9 da CPTM: Vila Olímpia, Berrini e Santo Amaro, localizadas no eixo do rio Pinheiros, na zona sul de São Paulo. Foi exigido que a acessibilidade dessas estações fossem repensadas sob a ótica do conceito “Active Design” ou Design Ativo, dando prioridade a mobilidade sustentável, melhoria da acessibilidade e segurança pública e viária. “Tem cara de praça, mas é la, no meio da rua. Um lugar para ficar. Tem bancos que parecem esculturas, umas barracas que vendem tudo e um filete de água para se refrescar. E agora tem mais árvores; lá no fundo, uma cobertura. Na outra rua tem até ciclovia. É legal para caminhar. É legal para estar. Não é mais só pra passar.” Carina Tiemi Fujimoto Oshita, Alessandra Giselle Mimura de Melo, Camila Motoike Paim e Leandro Ishioka, 2014, São Paulo, Brasil. Fonte: Pesquisa realizada nos sites: www.uspcidades.net/concurso3estacoes voteconcurso3estacoes.blogspot.com.br

44


3.2.concurso 3 estações uma praça lá na rua

RUA GOMES DE CARVALHO

Área coberta

Praça da água

Área para feirinha de rua

Zona exclusiva para pedestres

Praça da estação

Via de veículos compartilhada com pedestres em nível com a calçada

Ciclovia compartilhada com pedestres

Acesso de veículos exclusivo para trânsito local

RUA BEIRA RIO Estação de bike-share

Arborização contínua

Cruzamento de pedestres em nível

Áreas de estar ao longo da rua, em especial em áreas com uso intenso

RUA CARDOSO DE MELO

Mapa 11: Implantação Geral Estação Vila Olímpia

Ciclovia permanente

Via de tráfego lento com fluxo de veículos separado

RUA GOMES DE CARVALHO

Vagas de moto junto de pontos de interesse

RUA BEIRA RIO

45


4. projeto

intervenção urbana



4.1.2. conceito e partido o corredor verde, formado por vegetação nativa que se organiza de modo a proporcionar alternância de floração durante todo o ano; e as distintas pavimentações com piso permeável delimitando acesso de veículos, caminhos para pedestres, ciclovia, pista de caminhada, áreas de permanência, áreas de descanso, pontos focais. Inclusive permitindo que a população, com o soterramento da Rodovia, tenha como alternativa uma nova via de deslocamento na cidade. A “estrutura” passa continuamente, por meio de todos os equipamentos. Às vezes, permanece na superfície do passeio e, às vezes, sobe um pouco e cria elementos da arquitetura da paisagem (como bancos, escorregadores e balanços para as crianças). Em alguns lugares, como nas áreas de descanso, a linha passa por cima, tornando-se uma proteção solar para os dias quentes em forma de pérgolas que mantêm a mesma linguagem formal e os mesmos materiais. Dentro desta paisagem, as árvores assumiram o papel de acompanhantes, gerando alinhamentos contínuos e sombras que acompanham o usuário em seu caminho ao longo do percurso.

O projeto é definido por um EIXO, “linha concreta ou imaginária capaz de atravessar o centro de um corpo”, ou seja, a Avenida dos Estados se estabelece como essa linha concreta marcada na paisagem como uma veia sanguínea, indo e vindo, subindo e descendo, trazendo e levando vida, integrando diversos ambientes e promovendo a mobilidade urbana sustentável, num lance de conforto, beleza e praticidade. Tal analogia é definida por uma série de estruturas na cor vermelha, contrastando com o verde muito presente na cidade, que acompanham os usuários ao longo do percurso em um processo de interpretação do ambiente natural, histórico e cultural. Estas estruturas agregam ora funções de mobiliário urbano, ora elemento decorativo de composição da paisagem, orientando os fluxos e construindo um complexo interligado. Este complexo se estabelece como um novo coração para a cidade, fazendo a conexão das veias (estruturas) no centro do eixo que se dá num conjunto de áreas verdes destinadas às relações sociais como atividades esportivas e culturais além de promover a segurança na mobilidade e o bem estar da população. A proposta envolve, além das estruturas, uma série de painéis com obras do artista Marcelo Grassmann, permitindo a integração da arte com o homem e o ambiente urbano; 48


4.1. estudo preliminar 4.1.2. diretrizes gerais e projetuais

DIRETRIZES GERAIS

JUSTIFICATIVAS

DIRETRIZES PROJETUAIS

Melhoria na infraestrutura das vias

A população utiliza a Rodovia como via principal pois esta corta o município em toda sua extensão ocasionando vários acidentes com pedestres, ciclistas que a utilizam para atravessar de um lado para o outro. A estruturação da Av. dos Estados, o prolongamento de algumas vias e o soterramento da Rodovia solucionará os problemas diagnosticados.

- Prologamento da Av. dos Imigrantes - Prologamento da R. Pernambuco - Prologamento da R. Praça Brasil - Soterramento de um trecho da Rod. Conde Francisco Matarazzo Júnior - Estruturação da Av. dos Estados

Melhoria na infraestrutura urbana para pedestres e ciclistas Melhoria na segurança da área

Melhoria na qualidade dos espaços públicos

A Av. dos Estados, via sem pavimentação, sem iluminação e sem calçamento é subutilizada e gera insegurança para a população.

- Estruturação da Av. dos Estados - Implantação de Ciclovia

Pela área constituir caráter residencial, é alvo de furtos e roubos pela falta de circulação de pessoas.

- Área destinada à atividades comerciais

Falta de espaços públicos de qualidade, desconectados pela cidade. 49

- Implantação de Praças - Requalificação do Poliesportivo - Implantação de um Parque Urbano /Corredor Verde


LEGENDA Rodovia e vias de

Trecho subterrâneo da

acesso à cidade

Rodovia

Vias de influência

Área destinada a

Avenida dos Estados

atividades comerciais

Ciclovia/Ciclofaixa

Córrego São Simão

Via compartilhada

APP córrego

Áreas Verdes

Área de Intervenção 50


4.1.3. plano de zoneamento

0

Mapa 12: Plano de Zonemento. Fonte: Mapa produzido pela autora.

100 50

51

300 200

500m


/programa de necessidades TRECHO 01

TRECHO 02

TRECHO 03

1- PRAÇA DA AMIZADE

4- PARQUE INTEGRAÇÃO

6- PRAÇA ARLETE FRAZÃO

-

Passeio livre Jardins de contemplação Áreas de jogos Áreas para piquenique Áreas de descanso Muro verde

2- PRAÇA DO CIDADÃO -

Espaço multiuso Passeio livre Pista de caminhada Ciclovia Playground Academia ao ar livre Jardins de contemplação Espelho d’água Árvores frutíferas

3- PRAÇA MARCELO GRASSMANN -

Painéis com obras do artista Áreas de permanência Jardins de contemplação Aspersores de água

- Centro Cultural (Auditório e Salas Multiuso) - Estacionamento - Acesso á ETEC - Quadra de tênis - Quadra poliesportiva - Banheiro público - Bebedouros - Guarita de segurança - Pista de skate - Passeio livre - Ciclovia - Bicicletário - Pista de caminhada - Áreas de permanência - Área de eventos - Área de estacionamento de food trucks - Viveiro de mudas - Bosque da leitura

5- PRAÇA BRASIL -

Praça de eventos Áreas para barraquinhas Banheiros Apoio Teatro de arena e concha acústica Passeio livre Jardins de contemplação Áreas de permanência Acesso ao Ginásio de Esportes

52

-

Bicicletário Pista de caminhada Ciclovia infantil Passeio livre Playground Arvorismo Aspersores de água Áreas para piquenique


4.1.4. plano de massas Mapa 13: Plano de Massas. Fonte: Mapa produzido pela autora.

TRECHO 01

2 4 3 1

5

TRECHO 03 6

TRECHO 02

A fim de facilitar os procedimentos projetuais a área de estudo foi setorizada em 3 trechos, conforme a característica de uso e ocupação do solo.

0

100 50

53

300 200

500m


4.2. anteprojeto 4.2.1. implantação geral

54


Os 03 trechos possuem características distintas em função do uso e ocupação, o que resultou em 03 desenhos de perfil viário, porém mantendo uma unidade e identidade ao longo do eixo. As propostas para cada trecho serão apresentadas a seguir, além do trecho selecionado para a espacialização da proposta.

TRECHO 01

A presença da Rodovia cortando a cidade causa um impacto muito grande tanto na paisagem como na vida dos moradores. Com isso, é proposto o soterramento deste trecho demarcado, liberando o espaço para uma extensa área verde.

Implantação Geral 0 10

50

200m

100

TRECHO 02

TRECHO 03

O recorte selecionado para a espacialização da proposta (parte do trecho 01 e 02) é uma área com maior fluxo de pessoas em função do uso. Com isso, foi proposto a criação de uma via compartilhada (tipo 02).

A implantação de infraestrutura na Avenida dos Estados possibilitou melhor acesso aos equipamentos existentes e propostos. 55



4.2.2. implantação trecho 01

A

Mapa 15: Implantação trecho 01. Fonte: Mapa produzido pela autora.

0 10

50

200m

100

Á fim de qualificar a mobilidade da população, de modo que não precisem utilizar a Rodovia para cruzar a cidade em direção ao centro, foi prolongada a Rua Pernambuco ligando-a à Av. dos Imigrantes.

O trecho 1 é definido pelo desenho (tipo 1) da Avenida dos Estados que se dá entre a rotatória dos Imigrantes e a Rua Praça Brasil. Porém, o desenho é repetido ao longo do eixo quando apresenta as mesmas características deste trecho (área residencial – área verde). A rotatória permite o acesso à Avenida em nível e à Rodovia subterrânea.

Com o soterramento da Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior, o espaço em nível foi liberado para o pedestre e transformado em um grande parque linear com o objetivo principal de unificar a cidade integrando os bairros e assim, a população. 56


4.2.2.1. TRECHO 01 – Praça da Amizade Acessos á Rodovia

Jardins de contemplação Ponto de ônibus

Mapa 16: Implantação trecho 01 – Praça da Amizade. Fonte: Mapa produzido pela autora. Área para jogos Áreas de descanso

Passeio livre

Mobiliário interativo

50

0 15 5

30

100m

A Praça da Amizade trata-se de uma área verde existente sem infraestrutura e sem utilização, totalmente desconectada na cidade. Conta com uma vegetação de árvores de grande porte com copa larga que geram uma área sombreada para piqueniques e descanso que será complementada com árvores frutíferas, muro verde e paisagismo, criando um local agradável para a recreação ao ar livre. Além disso, a área passa a fazer parte de um corredor verde / parque linear que é proposto.

Área para piqueniques

Muro verde

Arborização existente / a ser implantada

57


4.2.2.2. TRECHO 01 – Praça do Cidadão Jardins de Muro verde / contemplação grafitti

Arborização existente / a ser implantada

Academia ao ar livre

Ciclovia permanente

Ponto de ônibus

Pista de caminhada / ciclovia

5

50 30

Áreas de descanso permanente

Árvores frutíferas

Arborização contínua

Prolongamento da Rua Pernambuco

Cruzamento de pedestres em nível (lombofaixa)

A Praça do Cidadão consiste num espaço público urbano de interação social, lazer e recreação ao ar livre, conta com diversas atividades e tem como principal funcionalidade a integração dos bairros Jardim dos Imigrantes e Jardim Cláudia Prado. O espaço de implantação conta com uma área verde já existente que margeava a Rodovia e a praça dos Imigrantes, onde todas foram conectadas e criaram esse complexo de áreas verdes no meio da cidade. Além disso, o prolongamento da Rua Pernambuco até a Av. dos Imigrantes cria uma conexão direta entre os bairros, anteriormente inexistente.

Espaço multiuso

0 15

Mobiliário interativo

100m

Mapa 17: Implantação trecho 01 – Praça do Cidadão. Fonte: Mapa produzido pela autora.

58


4.2.2.3. TRECHO 01 – Praça Marcelo Grassmann Prolongamento da Av. dos Imigrantes

Prolongamento da Rua Pernambuco Jardins de contemplação

5

Áreas de descanso

Ponto de ônibus

30

100m

Mapa 18: Implantação trecho 01 Grassmann. Fonte: Mapa produzido pela autora.

Cruzamento de pedestres em nível (lombofaixa)

A Praça Marcelo Grassmann, em homenagem a figura mais ilustre de São Simão, consiste num espaço público urbano de interação com a arte, tanto do artista como de artistas locais. Painéis serão distribuídos ao longo da praça como uma grande galeria ao ar livre, junto de espaços de descanso e contemplação.

50

0 15

Aspersores de água

Painéis de arte

Mobiliário interativo

Prolongamento da Rua Praça Brasil

Praça

Marcelo

59


4.2.2.4. TRECHO 01 – Av. dos Estados Corte AA – tipo 01

2,6

0,9

2,5

3,5

2,0

3,5

2,5

1,1

2,5

1,7

3,6

1,6

28,00 LEITO CARROÇÁVEL

LEITO CARROÇÁVEL

CICLOVIA

CALÇADA

ÁREA VERDE

ÁREA RESIDENCIAL

CALÇADA

A

A

0

Planta Baixa – tipo 01

2 1

60

5m


4.2.3. implantação trecho 02 A criação de uma rua compartilhada neste trecho garante a mobilidade mais segura para os pedestres no cruzamento entre as áreas verdes e a área comercial.

Com o soterramento da Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior, o Prolongamento da Av. dos Imigrantes, da R. Praça Brasil e a implantação do parque foi possível qualificar o acesso á ETEC.

Mapa 19: Implantação trecho 02 Fonte: Mapa produzido pela autora.

0 10

50

200m 100

O trecho 2 é definido pelo desenho da Avenida dos Estados que se dá entre a R. Praça Brasil e a bifurcação da Av. dos Estados. Possui dois desenhos distintos conforme características de uso e ocupação: tipo 1 (área residencial – área verde) e tipo 2 (área verde – área verde) e (área comercial – área verde). 61


4.2.3.1. TRECHO 02 – Parque Integração Banheiros / Bebedouros

Mapa 20: Implantação trecho 02 – Parque Integração. Fonte: Mapa produzido pela autora.

Pista de skate Quadras de tênis

Viveiro de mudas

Estacionamento

Centro Cultural

Bosque da leitura

Estacionamento

Guarita de segurança

Mobiliário interativo

Área de estacionamento de food trucks

Arborização contínua

Áreas de descanso permanente

Quadra poliesportiva Ciclovia permanente

0 10

62

50

200m 100


4.2.3.2. TRECHO 02 – Praça Brasil A Praça Brasil, além de integrar-se com o Ginásio de Esportes, constitui um espaço preparado para a realização de eventos, manifestações artísticas, culturais e sociais. A área destinada a atividades comerciais é um grande vazio urbano e a estimulação dessas atividades não presentes na área, segundo levantamento, atrai fluxo de pessoas e qualifica a segurança da área. A via compartilhada garante maior segurança para pedestres na travessia em direção ao parque.

Jardins de contemplação Praça de eventos Teatro de arena

Área para barraquinhas

Banheiros/ Apoio

Áreas de permanência

Área destinada a atividades comerciais

0 10

50

200m 100

Mapa 21: Implantação trecho 02 – Praça Brasil. Fonte: Mapa produzido pela autora.

63


4.2.3.3. TRECHO 02 – Avenida dos Estados Corte BB – tipo 02

5,2

3,6

3,5

3,5

3,6

2,5

1,7

3,6

1,6

28,80 CALÇADA

LEITO CARROÇÁVEL

CICLOVIA

CALÇADA

B

ÁREA VERDE

ÁREA VERDE

B

0

Planta Baixa – tipo 02

2 1

64

5m


4.2.4. implantação trecho 03 O trecho 3 é definido pelo desenho da Avenida dos Estados que se dá numa bifurcação com continuação na Avenida dos Estados até a Avenida Simão da Silva Teixeira. Possui dois desenhos distintos conforme características de uso e ocupação: tipo 1 (área residencial – área verde) e tipo 3 (área residencial – área residencial). Mapa 22: Implantação trecho 03 Fonte: Mapa produzido pela autora. Aspersores de água

Áreas de descanso Mobiliário interativo Pista de caminhada

Ciclovia infantil

A Praça Arlete Frazão trata-se de uma área verde existente sem infraestrutura e sem utilização, totalmente desconectada na cidade. Conta com uma vegetação de árvores de grande porte com copa larga que geram uma área sombreada para piqueniques e descanso. Além disso, a área passa a fazer parte de um corredor verde que é proposto. 0 10

50

Playground Áreas para piquenique Bicicletário

Arvorismo

200m 100

65


4.2.4.1. TRECHO 03 – Avenida dos Estados Corte CC – tipo 03

1,85

0,8

2,5

3,0

0,6

2,5

0,6

3,0

2,5

0,8

1,85

20,0 CICLOVIA

LEITO CARROÇÁVEL

CALÇADA

ÁREA RESIDENCIAL

LEITO CARROÇÁVEL

ÁREA RESIDENCIAL

CALÇADA

C

C

0

Planta Baixa – tipo 03

2 1

66

5m


Rua Praça Brasil

Área de parada (proibido estacionar)

Faixa de serviço (mobiliários) 3,5 1,7

6,0

1,7 3,5

Faixa de estacionamento permanente

Ciclovia bidirecional

Mobiliário interativo

1,1 28,8

Avenida dos Estados

3,5

3,5

3,5

3,5

2,5 1,7 3,6

1,6

PARQUE INTEGRAÇÃO

Canteiro central

PRAÇA BRASIL 3,5 1,7 3,0 3,0 2,5 1,7 3,5

Planta Baixa Avenida dos Estados 0

Ponto de ônibus

10 5

50m 25

67

Áreas de espera

8,5


Mobiliário solto Faixa de estacionamento permanente

Ciclovia bidirecional

Mobiliário interativo

Área para food trucks

Jardins de chuva

28,8

Avenida dos Estados

3,5

3,5

3,5

3,5

PARQUE INTEGRAÇÃO

ÁREA RESIDENCIAL ÁREA COMERCIAL

ÁREA COMERCIAL

5,2 Faixa de parada carga e descarga

2,5 3,0 3,0 2,5 11,0

5,2 Mobiliário solto

Faixa de parada carga e descarga

68



4.2.6. perspectivas

Perspectiva 01: Avenida dos Estados (Área Comercial – Parque Integração).

69


Perspectiva 02: Avenida dos Estados (Ă rea Comercial).

70


Perspectiva 03: Avenida dos Estados (Parque IntegraçãoPraça Brasil).

71


Perspectiva 04: Avenida dos Estados (Parque IntegraçãoÁrea Comercial).

72


Perspectiva 05: Avenida dos Estados (Parque IntegraçãoÁrea Residencial-Área Comercial).

73


4.2.7. memorial descritivo FAIXA LIVRE 3,6

FAIXA DE SERVIÇO 1,6

Faixa livre Desobstruída para a circulação de pedestres, com inclinação máxima de 3%.

25cm

25cm

FAIXA DE SERVIÇO 1,7

Piso tátil Formado por feixes salientes que indicam a direção a ser seguida por pessoas com deficiência visual. Faixa de serviço Onde ficam árvores, floreiras, postes, lixeiras, rampas, entre outros.

alerta

direcional

Detalhe de paginação em trama Desenho esquemático s/e.

Paginação Piso permeável intertravado retangular, assentado no desenho de trama com variação das cores (natural, grafite e palha) conforme planta ao lado. • Vantagens: variedade de formatos e cores, durabilidade, fácil manuseio e drenagem da água da chuva. Areia de rejuntamento

Peças pré moldadas de concreto

Conteção lateral

Planta Baixa – Passeio Modelo Escala 1:75

Detalhe de assentamento Desenho esquemático s/e.

74

Areia de assentamento

Subleito


Lixeiras As lixeiras de ferro e madeira são distribuídas ao longo do passeio próxima aos bancos. Além destas, também há lixeiras de coleta seletiva.

FAIXA DE SERVIÇO 1,7

FAIXA LIVRE 3,6

FAIXA DE SERVIÇO 1,6

Postes de iluminação Os postes tem um design moderno, com fiação enterrada. São distribuídos a cada 35m. A fiação aparente causa podas que mutilam, poluição visual e acidentes quando os fios se rompem.

5m

0,6m

Banco e bicicletário Os bancos são de concreto e madeira com um design simples e moderno.

bicicletário Desenho esquemático s/e.

Mobiliário interativo Estrutura em concreto pintado na cor vermelha que acompanha o usuário ao longo do percurso, servindo de banco, cobertura, elemento da paisagem, entre outros.

Desenho esquemático s/e.

75

Planta Baixa – Passeio Modelo Escala 1:75


2,5

LEITO CARROÇÁVEL 7,0

Asfalto ecológico Ecologicamente correto por colaborar com a diminuição de resíduos prejudiciais ao meio ambiente.

Aproveitamento de pneus usados.

Vegetação Jardins de chuva Sistema que contribui para a infiltração e retenção dos volumes de águas precipitados, está localizado próximo as esquinas e lombofaixas.

Parede do jardim de chuva Solo do jardim de chuva

3,5

JARDINS DE CHUVA

Em forma de trama seguindo o passeio.

Lombofaixa A passarela elevada que compreende a faixa de pedestres e a sinalização em piso tátil é implantado em pontos especificos de cruzamento mais intenso de pedestres.

JARDINS DE CHUVA 3,5

CICLOVIA

Paginação Piso permeável intertravado retangular na cor vermelho.

Sarjeta e meio fio Areia grossa

Forro e material agregado Desenho esquemático s/e.

76



referências bibliográficas ALIPRANDI D. A construção coletiva dos espaços livres públicos: O arquiteto e os procedimentos participativos – recentes experiências em Vitória (ES). 2010. 116.f. Trabalho de conclusão de curso (mestrado) – UFES/Universidade Federal do Espírito Santo. Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Vitória, 2010.

HERZOG, C. P. Infra-estrutura verde para cidades mais sustentáveis. Teoria e Prática em Construções Sustentáveis no Brasil – Projeto CCPS. Seção IV: Ambiente Construído. ICLEI, nov. 2010.

BRASIL. Ministério das Cidades. Política Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável. Brasília: Espalhafato Comunicações, 2004. (Cadernos MCidades, 6).

www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitext os/11.122/3483

www.butoh.com.br/saosimao

www.archdaily.com.br/br/01-60376/madridrio-west-8-burgos-e-garrido-porras-la-castarubio-alvarez-sala

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GEHL, J. Cidades para pessoas. Tradução de Anita di Marco. São Paulo: Perspectiva, 2013.

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HERZOG, C. P. Corredores verdes: expansão urbana sustentável através da articulação entre espaços livres, conservação ambiental e aspectos histórico‐culturais. In: Terra, Carlos G. e Andrade Rubens de. Coleção Paisagens Culturais – Materialização da Paisagem através das Manifestações Sócio‐Culturais. UFRJ‐EBA, 2008.

voteconcurso3estacoes.blogspot.com.br

78


anexo CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA

6- Qual a sua escolaridade? a) Sem escolaridade b) Ensino fundamental incompleto c) Ensino fundamental completo d) Ensino médio incompleto

1- Em que bairro você mora? a) Centro b) Jd. Cláudia Prado c) Jd. Dos Imigrantes d) Jd. Das Américas

e) Jd. Brasil f) Bento Quirino g) Outros

SOBRE MOBILIDADE

2- Quantas pessoas moram na casa?

3- Qual a moradores? a) b) c) d)

De De De De

faixa

7- Como você se desloca entre os bairros?

d) 08 a 10 Pessoas e) Acima de 10 pessoas

a) 01 a 02 pessoas b) 03 a 05 pessoas c) 05 a 08 pessoas etária

0 a 5 anos 6 a 12 anos 12 a 18 anos 18 a 25 anos

a) Automóvel b) A pé

a) Av. Simão da Silva Teixeira b) Rod. Conde Francisco Matarazzo Jr.

De 25 a 40 anos De 40 a 60 anos De 60 a 85 anos Mais de 85 anos

a) b) c)

c) 11 a 20 anos d) Mais de 20 anos

Ótima Boa Regular

c) Ruim d) Péssima

SOBRE ÁREAS DE LAZER

5- Qual a renda mensal da casa? a) Menos de 1 salário mín. b) De 1 a 3 salários mín. c) De 3 a 6 salários mín.

c) Av. dos Estados d) Outras

9- O que você acha da infraestrutura urbana oferecida à mobilidade de pedestres e ciclistas?

4- Há quanto tempo mora no bairro? a) 1 a 5 anos b) 6 a 10 anos

c) Bicicleta d) Transporte público

8- Qual via de acesso você utiliza para se deslocar entre eles?

dos

e) f) g) h)

e) Ensino médio completo f) Ensino superior incompleto g) Ensino superior completo

d) De 6 a 10 salários mín. e) Mais de 10 salários mín.

10- Você costuma frequentar o Poliesportivo e/ou o Ginásio de Esportes? a) Sim 79

b) Não


11- O que te atrai a esses lugares? a) Falta de espaços alternativos b) Qualidade dos espaços c) Facilidade de acesso

16- Você gostaria que fosse criado um parque linear/corredor verde ao longo do Eixo?

d) Equipamentos esportivos e) Proximidade de casa

a)

d) Segurança e) Paisagismo f) Mobiliário urbano

a) b) c) d) e)

SOBRE A INTERVENÇÃO NO EIXO DA AVENIDA DOS ESTADOS 13- Você utiliza a Av. dos Estados? a)

Sim

Dificuldade de acesso Falta de pavimentação Má iluminação

a) b) c)

d) Insegurança e) Outro

Pavimentação da via Paisagismo Equipamentos públicos

Estrutura permanente para eventos Praça Centro Cultural

19- Você gostaria que os bairros dos dois lados da Rodovia Conde Francisco Matarazzo Júnior se integrassem?

15- Que tipos de mudança você gostaria que acontecesse na área? a) b) c)

Pista para caminhada e cooper Ciclovia Academia ao ar livre Playground Locais para alimentação

f) Áreas de convívio g) Equipamento público h) Outro

18- O que você gostaria que tivesse no terreno ao lado do Ginásio de Esportes?

b) Não

14- Em sua opinião, qual o maior problema dessa via? a) b) c)

b) Não

17- Para a implantação de um parque linear assinale quais equipamentos você gostaria que tivesse na área.

12- O que você melhoraria nesta área? a) Áreas de convívio b) Acesso e circulação c) Equipamentos

Sim

d) Segurança e) Mobiliário urbano

a) 80

Sim

b) Não

d) Equipamentos Esportivos e) Outro

20- Por meio de quê? a) b) c)

Túnel Passarela Outro



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