CENTRO DE CULTURA E FOLCLORE

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Lorenna Borges


Lorenna Borges


Faculdade Redentor Arquitetura e Urbanismo

Lorenna Correia Borges TCC 1

Thiago Maia Orientador

Itaperuna, RJ Setembro, 2014


Sumário

Usos e funções………………………………………………..…29 Tipologia Arquitetônica………………………………………….30

Resumo.………………………………………………………….04

Gabarito…………………………………………………………..36

Introdução……………………………………………………….05

Sistema Viário…………………………………………..............38

Justificativa e relevância do tema…………………………..06 Histórico do centro cultural………………………………….10

Legislação ………………………………………………….…...41 NT -10 Saídas de emergência…………………………….….45

Aspectos Fisiográficos………………………………………..13

NBR 9050/2004………………………………………..………...45

Localização……………………………………………………….13 Histórico da ocupação……………….………………………….15

Manifestações culturais locais………………………………46

Mapa desenvolvimento urbano……………………………...…20

Carnaval……………………………………………………….….46

O tombamento……………………………………………….......21

Boi Pintadinho ou Boi Malhado………………………….……..47

O terreno…..…………………………………………………......23

Folia de Reis…………………………………………………......53 Associação de Afrodescendentes de Muqui……….………...61

Entorno Imediato

Grupo Cultural ETC………………………………………...…...63

Cheios/vazios…………………………………………………….28

FECIN……………………………………….…………………….64


Muqui na Passarela…………………………………………......66 Logomarca…………………………………………………...….69 Referências Projetuais………………………………………..70 Programa de necessidades básicas………………………..81 Referências.……………………..………………………………85 Anexo 1 – Controle urbanístico……………………………..88 Anexo 2 – Centro Cívico Municipal…………………………89 Anexo 3 – Diagnóstico de danos……………………………96 Anexo 4 – a proposta de intervenção…………………..…111 Anexo 5 – Plantas demolir/construir…………...…………113 Anexo 6 – Conceito e estudo da forma……………...……115 Anexo 7 - Memorial Justificativo …………………..…..….117 Anexo 8 – Programa e setorização………………………..118 Anexo 9 – O projeto…………………………………..………123 Parecer do orientador………………………………………..131


Resumo

Este trabalho trata da implantação de um Centro Cultural na cidade de Muqui-ES, a fim de suprir a carência da população em relação à própria história e de levar a todos que queiram, mais uma opção de cultura e lazer na cidade. Para isto, utilizou-se de pesquisas bibliográficas com o objetivo de conhecer melhor a cidade e os fatores importantes a serem considerados no projeto arquitetônico.

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Introdução

Possui fácil localização e acesso aos principais equipamentos urbanos e atividades culturais e econômicas da cidade.

Muqui está localizada ao sul do Espírito Santo e conta

Acredita-se que os Centros Culturais tiveram origem na

hoje com um grande acervo de bens imóveis tombados em

antiguidade clássica, porém, somente no século XIX surgiram

esfera estadual. Possui também uma cultura muito rica que é

os primeiros Centros Culturais que serviram de referência

representada pelo do carnaval de Boi Pintadinho, Folias de

para a criação dos demais.

Reis e outras manifestações.

Para conhecer melhor os fatores que são importantes á realização

Devido ao fato de ser considerado o maior sítio

deste

trabalho,

utilizou-se

de

pesquisas

histórico do estado do Espírito Santo, Muqui atrai visitantes de

bibliográficas em livros, artigos e sites da internet, coleta de

diversos lugares a fim de conhecer a cidade.

dados, levantamento dos imóveis tombados para análise tipológica

Apostando no desenvolvimento cultural da cidade,

e levantamentos documentais em visitas à

prefeitura da cidade de Muqui.

propõe-se a implantação de um Centro Cultural em Muqui denominado Centro de Cultura e Folclore, e este terá como objetivo levar a todos que queiram conhecer mais sobre a cidade um pouco da história e cultura local. O terreno escolhido para a implantação do projeto está localizado à Avenida Vieira Machado, no centro de Muqui.

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Justificativa e relevância do tema Muqui se destaca no cenário capixaba por seu acervo arquitetônico preservado com 227 imóveis tombados em esfera estadual (Resolução CEC Nº 003/2012), sendo considerado o maior sítio histórico do estado do Espírito Santo. Além do patrimônio físico material, tem-se ainda o imaterial que é composto por um rico folclore representado pelo Carnaval do Boi Pintadinho, que há mais de 70 anos está presente na cultura da cidade, inicialmente em festas religiosas como a de São João Batista, em junho, sendo a tradição levada mais tarde para o carnaval (CIRILLO, online) (Fig. 1), e o Encontro Nacional de Folia de Reis realizado anualmente na cidade e que, segundo historiadores, é o Fig. 1 – Carnaval Boi Pintadinho - Muqui

maior e mais antigo encontro folclórico do Brasil (CIRILO, online) (Fig. 2). Estes dois eventos caracterizam as principais

Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=162

manifestações artísticas e culturais da cidade.

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Apesar de toda a riqueza arquitetônica e cultural da cidade, comprovou-se através de pesquisas a carência de informação da população em relação à própria história, visto que não é oferecido nenhum tipo de incentivo à educação patrimonial no município, sendo que atualmente, os únicos locais disponíveis para conhecer essa história é a casa da D. Ney Rambalducci (Fig. 3), historiadora, que gentilmente abre sua casa à visitação, e o Museu Virtual da Câmara de Vereadores de Muqui (Fig. 4).

Fig. 2 – Folia De Reis - Muqui Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=164

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Fig. 4 – Site Câmara Municipal de Muqui Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp/

Outro local que foi destinado à cultura na cidade é a antiga estação de trem, atual rodoviária (Fig. 5), que na década de 1990 foi modificada, sendo adaptada para atender à Secretaria de Turismo, Biblioteca Municipal Cyro Duarte,

Fig. 3 – Casa D. Ney Rambalducci

Casa do Artesão e um pequeno auditório (SEBRAE/ES, Fonte: arquivo pessoal. Data: abril, 2014

online). Este local foi denominado Centro Cultural Wolfango Ferreira e, posteriormente, Centro Cultural Emanuel Britto Ribeiro, porém atualmente encontra-se em desuso destas

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funções abrigando somente a Secretaria de Agricultura e

Percebendo esta carência, vê-se a oportunidade de

Meio Ambiente, uma loja de artesanato que atualmente está

criar um Centro Cultural em Muqui com o objetivo de levar à

fechada e o auditório interditado por más condições de uso.

toda população e visitantes a história e a cultura da cidade. Será um local também onde as pessoas e os grupos culturais da cidade poderão promover a cultura e incentivar novas manifestações artísticas. As pessoas poderão interagir diretamente com a cultura, folclore e arte local, favorecendo assim o fluxo de pessoas na cidade que poderá impulsionar o turismo, sendo mais uma opção de lazer para os visitantes e o comércio local, que com o aumento de pessoas na cidade, aumenta o dinheiro em circulação e pode favorecer a criação de novos empreendimentos para atender às necessidades desse público.

Fig. 5 – Rodoviária, antigo centro cultural de Muqui. Fonte: Arquivo pessoal. Foto: Lorenna Borges Data: abril, 2014.

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Histórico do centro cultural

Os centros culturais são instituições criadas com o objetivo de se produzir, elaborar e disseminar práticas culturais e bens simbólicos, obtendo o status de local privilegiado para práticas informacionais que dão subsídios às ações culturais. São espaços para se fazer cultura viva, por meio de obra de arte, com informação, em um processo crítico, criativo, provocativo, grupal e dinâmico (NEVES, 2012).

Fig. 6 – Imagem Representativa Biblioteca de Alexandria.

De acordo com Ramos (2007), a origem dos centros culturais está ligada à antiguidade clássica, onde a Biblioteca

Fonte: http://blogs.fanbox.com/SinglePost.aspx?pbid=2034853&post=

de Alexandria foi caracterizada como a pioneira no assunto,

2639333&bts=50

composta de um amplo programa que continha jardins, observatórios, salas de trabalho, espaços para culto ás Foram criados no século XIX os primeiros centros

divindades, dentre outros.

culturais, denominados “Centros de Artes”, porém somente em 1977 foi inaugurado, na França, o primeiro edifício denominado centro cultural, o Centre National d’Art et Culture Georges Pompidou(Fig. 7) (RAMOS, 2007).

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e o Centro Cultural São Paulo (Fig. 9), ambos em São Paulo (NEVES, 2012).

Fig. 7 – Centro Nacional de Arte e Cultura George Pompidou Fonte: http://blogs.fanbox.com/SinglePost.aspx?pbid=2034853&post= Fig. 8 – Centro Cultural do Jabaquara, SP.

2639333&bts=50

Fonte: http://shieh.com.br/CENTRO-CULTURAL-JABAQUARA

No Brasil começou-se a falar em centros culturais na década de 1980, sob influência dos países europeus. Neste período foram criados o Centro Cultural do Jabaquara (Fig. 8)

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Fig. 9 – Centro Cultural São Paulo, SP. Fonte: http://www.centrocultural.sp.gov.br/aviso.html

De acordo com Neves (2012), no Brasil os centros culturais vêm surgindo através de investimentos pelas leis de incentivo à cultura, tendo visto que os órgãos públicos são os principais realizadores destes espaços.

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Aspectos fisiográficos Localização A cidade de Muqui está localizada ao sul do Espírito Santo na microrregião Centro Sul (fig. 11), que compreende as cidades de Apiacá, Atílio Vivácqua, Castelo, Cachoeiro de Itapemirim, Jerônimo Monteiro, Muqui, Mimoso do Sul e Vargem Alta. Distante 180 km da capital, Vitória (fig. 12), seu território possui uma extensão de 327,490 m². De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística) de 2013 sua população estimada é de 15.438 habitantes.

Fig. 10– Brasil – Espírito Santo Fonte: http://baudaweb.blogspot.com.br/ - Adaptado por Lorenna Borges

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Fig. 11 – Espírito Santo – Microregiões – Microregião Centro Sul - Muqui Fonte: http://www.ijsn.es.gov.br - Adaptado por Lorenna Borges 14


Histórico da ocupação

Inicialmente Muqui era habitada por índios Puris, mas não se tem registros de quando abandonaram o local. Consta em arquivos que a colonização iniciou-se por posseiros de nomes João Corumbá e Henrique Alemão aproximadamente no ano de 1840, na região do Vale do Sumidouro, próximo da serra dos Pirineus. Em 1849 José Pinheiro Souza Werneck vindo de Valença-RJ, chega à região do Sumidouro onde adquire terras em que será implantada mais tarde, no ano de 1852, a fazenda Santa Tereza, caracterizando o primeiro núcleo populacional. Com o aparecimento de mais fazendas à beira do ribeirão Muquy a povoação passa a ser chamada, em 1853, de Arraial dos Lagartos (Fig. 13) (CIRILLO, online)

Fig. 12 - Distância Muqui x Vitória

180 Km

Fonte: http://www.ijsn.es.gov.br - Adaptado por Lorenna Borges

15


Em 1890 o povoado foi desmembrado de Cachoeiro de Itapemirim e anexado a São Pedro de Alcântara de Itabapoana e no mesmo ano, a partir do decreto 53/1890 em

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

JERÔNIMO MONTEIRO

11 de novembro de 1890 foi anexada a Calçado (CIRILLO, Fazenda Verdade

Fazenda São Luiz

online).

Fazenda Santa Rosa

Em 1902 é inaugurada no povoado a estação

Fazenda São Gabriel Fazenda Primavera

ferroviária Leopoldina (fig.14), que liga Vitória ao Rio de Janeiro, que teve importante papel na economia local por

ATÍLIO VIVÁCQUA

Fazenda São João MUQUI

Fazenda Entre Morros

facilitar o escoamento da produção cafeeira da região e trazer

Fazenda São Francisco

os imigrantes libaneses, portugueses, espanhóis e italianos

Fazenda Boa Esperança

que ajudaram no processo de desenvolvimento da cidade. A Fazenda Santa Rita

Fazenda Santa Tereza, Sumidouro

partir desta ocasião pode-se perceber o desenvolvimento do vilarejo em torno da ferrovia (Fig. 15). Após a inauguração da linha férrea o vilarejo passa a chamar-se estação do Muquy

Perímetro Urbano

MIMOSO DO SUL

(IBGE, online).

Limite Municipal Núcleos Populacionais

Rio Muqui

Fig. 13 – Arraial dos Lagartos Fonte: Lorenna Borges. Data: abril de 2014.

16


Fig. 15 – Muqui, 1910. Fonte:http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=143

Em 1911 o vilarejo volta a ser distrito de Cachoeiro de Itapemirim, e mais tarde, em 22 de outubro de 1912, com a emancipação política passa a se chamar Vila de São João do Muquy (Fig. 16) em homenagem ao padroeiro da cidade, São

Fig. 14 – Muqui, 1902 – Inauguração Estação Ferroviária Leopoldina.

João Batista (CIRILLO, online). A vila neste momento

Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=143

constitui-se de dois distritos: São João do Muquy e São Gabriel do Muquy que permanecem até mais tarde, quando

17


em 1923, São João do Muqui passa a categoria de cidade (IBGE, online).

Fig. 16 – Mapa São João do Muqui (S/d) Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=143

Em 1943 São João do Muqui passa a se denominar Muqui e o distrito de São Gabriel denominar-se Camará Fig. 17 – Muqui - Divisões administrativas

(IBGE, online), como permanece até os dias atuais (fig. 17).

Fonte: http://www.ijsn.es.gov.br

18


demolidas para dar espaço às novas, fazendo com que a cidade aos poucos perca a coerência volumetria e sua harmoniosa relação com o ambiente natural que a cerca (p. 24).

É possível observar na cidade que muitos dos casarões construídos nas décadas de 1920 e 1930 são preservados até hoje, caracterizando o período de expansão da produção cafeeira e desenvolvimento da cidade.

Presenciando tais modificações no contexto urbano da Segundo Gonzaga (2005):

cidade, em 1988 foi enviado pelos moradores um abaixo assinado ao Conselho Estadual de Cultura solicitando o

A organização espacial do ambiente urbano sofreu grandes transformações em determinados trechos. A partir da década de 50, a cidade passa por um novo surto desenvolvimentista, após curto período de decadência econômica provocada pelos efeitos retardados da crise de 1929, nessa época a indústria e o comércio são novamente incrementados. No campo da arquitetura, nos anos 50, os modernistas encontram-se em plena atividade por todo país, principalmente na capital federal, com a qual Muqui possui estreitas relações comerciais por via ferroviária. Novamente a cidade volta a crescer e algumas edificações de antiquadas começam a ser substituídas por outras de feições mais “modernas”. Após esse breve surto de desenvolvimento, Muqui cai novamente no ostracismo econômico. As décadas de 80 e 90 são marcadas por um crescimento acelerado da malha urbana, principalmente pela ocupação desordenada dos morros periféricos da cidade, o que não significa que no período citado o município esteja passando novamente por outro surto de desenvolvimento. Esse crescimento da malha urbana é ocasionado pela contínua expulsão do homem do campo devido à redução da oferta de trabalho na região. Nesse momento terrenos vagos são reparcelados e ocupados, edificações “velhas” são

tombamento da cidade.

19


487

488

LEGENDA ARRAIAL DO LAGARTO. A PARTIR DE 1853

ESCALA: 1/15000

A PARTIR DE 1919 A PARTIR DE 1940 0 100

500

1000

2000

A PARTIR DE 1970

20

RIO MUQUI

PRANCHA: MUQUI - ESCALA 1/4000

172

ORIENTADOR: THIAGO MAIA

MAPA DE CRESCIMENTO DE MUQUI

171

ALUNA: LORENNA BORGES

171 A


O tombamento De acordo com a cartilha “Patrimônio histórico: como e por que preservar” (2008), o tombamento: É um conjunto de ações, realizadas pelo poder público e alicerçado por legislação específica, que visa preservar os bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e afetivo, impedindo a sua destruição e/ou descaracterização.

Apesar dos pedidos dos moradores, somente em 1998 iniciou-se o processo do tombamento da cidade, feito pelo Conselho Municipal de Cultura, onde 186 casarões foram incorporados no processo (Lei nº 070/99). Dez anos depois, em 05 de novembro de 2009 a SECULT (Secretaria Estadual de Cultura) decide tombar a cidade a nível estadual, num total de 299 mil metros quadrados, e abrangeu quase toda a área urbana, principalmente a avenida central da cidade (Fig. 18). Nela contém os principais imóveis construídos na década de

Entorno Imediato (EI) Entorno Imediato Especial (EIE)

1920, que contam a história do ciclo cafeeiro na região.

Poligonal de tombamento (PT) Poligonal de Entorno (PE)

Fig. 18 – Poligonal de Entorno (PE), Entorno Imediato e Entorno imediato especial. Fonte: Resolução CEC Nº 003/2012

21


Pelo fato de Muqui ser uma cidade rodeada por montanhas, viu-se a necessidade de determinar áreas de preservação

ambiental

e

paisagística

(Fig.

19)

que

compreende as áreas de preservação ou conservação dos recursos naturais e dos equipamentos ambientais e de paisagem (CEC nº 003/2012), definindo regras que ajudam no planejamento e ordenamento do sítio histórico e em algumas áreas proíbem a construção de novas edificações (área nonaedificandi) a fim de garantir a integridade ambiental do local (Fig. 20).

Área de Preservação Ambiental e Paisagística (APAP)

Poligonal de tombamento (PT)

Fig. 19 – Área de Preservação Ambiental e Paisagística (APAP) Fonte: Resolução CEC Nº 003/2012

22


O terreno Para a implantação do projeto, foi feita uma análise do perímetro urbano de Muqui dando maior destaque à área central da cidade, a fim de encontrar um local que atendesse com o fácil acesso, o fluxo das pessoas e as necessidades do projeto (Fig. 21).

Área non-aedificandi

Poligonal de tombamento (PT)

Fig. 20 – Área non-aedificandi Fonte: Resolução CEC Nº 003/2012

Área central, aprox. 300 m

Fig. 21 – Perímetro Urbano Muqui Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

23


O terreno escolhido fica situado à Avenida Vieira

O terreno engloba uma edificação existente, que faz

Machado, no centro de Muqui. O principal fator levado em

parte do acervo de bens imóveis com interesse de

consideração para a escolha do mesmo foi o fácil acesso por

preservação. Trata-se do Centro Cívico Municipal.

estar situado no eixo principal da cidade onde se concentram

De acordo com Rambalducci (2013), O Clube foi

a maioria das atividades culturais e econômicas. (Fig. 22).

fundado em novembro de 1947, porém não possuía sede própria, tendo seus eventos realizados no salão nobre da Prefeitura Municipal. Após alguns anos, foi feita uma mobilização, arrecadando verba para a compra de um edifício

Fig. 22 – Aproximação Centro

para ser a sede do clube.

Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

Em 1954 foi lançada a pedra fundamental, dando início às obras de reforma do edifício, que foi inaugurado anos mais tarde, em 1960. (RAMBALDUCCI, 2013) O Clube, um edifício de dois pavimentos, era composto por um salão de festas onde eram promovidos os bailes da Avenida Vieira Machado

cidade e um campo de futebol de salão. No pavimento térreo,

Terreno

além das dependências do clube, situava-se também uma loja de tecidos e aviamentos. Mais tarde, com as mudanças de presidência do clube, foram feitas obras de melhoria,

24


acrescentando uma área externa para bar, sauna, vestiários e piscinas. (RAMBALDUCCI, 2013) Atualmente o Centro Cívico Municipal se encontra desativado. A área de lazer externa está totalmente degradada e a quadra já não existe mais. As Piscinas também não possuem mais utilidade, devido ao seu estado de conservação. O andar térreo foi muito modificado, e a loja existente foi transformada em duas salas comerciais (Fig. 23).

Fig. 23 – Centro Cívico Municipal Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

25


Quanto às análises do entorno, Muqui não possui

principal referência por estar localizado em frente ao terreno, sendo também o principal ponto de encontro de pessoas.

transporte público municipal, mas por se tratar de uma cidade pequena, é possível caminhar pelo centro e bairros próximos da cidade em um curto espaço de tempo. A avenida que foi escolhida para a implantação do projeto, possui pontos de ônibus intermunicipal, praça de táxis, e a presença da rodoviária, tornando viável o fácil acesso ao local para quem chega à cidade de ônibus. No comércio, o entorno oferece os serviços como, lojas de roupas, supermercados, padaria, bar, lanchonetes e restaurantes. Por estar localizado na avenida principal da cidade, o terreno possui fácil identificação e no entorno também é possível encontrar pontos referenciais importantes (Fig. 24) que ajudam na localização, como o Teatro Neném Paiva, Escola de Música Manoel Vicente de Castro, Igreja matriz São João Batista, Escola de 1º grau Marcondes de Souza, Prefeitura Municipal e o Jardim Público Municipal, que é a

26


Terreno

Esc. Marcondes de Souza

Igreja Matriz

Jardim Municipal

Teatro/ Escola de musica

Rodoviária

Prefeitura Municipal

Fig. 24 – Pontos referenciais - Centro Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges Imagens: Lorenna Borges, maio 2014

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MA T EUS PAIV A COR ONE L RUA

260 m L

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LEGENDA

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120 m 0 10

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CHEIOS E VAZIOS R300

ESCALA: 1/4000

28

ALUNA: LORENNA BORGES

RIO MUQUI DO NORTE

ORIENTADOR: THIAGO MAIA

56 m

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TERRENO

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PRANCHA: CHEIOS E VAZIOS - ESCALA 1/4000

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PAIV A US COR ONE LM ATE RUA

260 m 200 m A

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RESIDENCIAL

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INSTITUCIONAL

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MISTO - RES/COM U

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RIO MUQUI DO NORTE

56 m

0 10

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USOS DO SOLO R300

ESCALA: 1/4000

29

100

ORIENTADOR: THIAGO MAIA

120 m

ALUNA: LORENNA BORGES

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PRANCHA: USOS DO SOLO - ESCALA 1/4000

AR

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RUA CEL MARCONDES

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R


Tipologia 1 – Casas térreas residenciais I

Tipologia Arquitetônica É possível observar na cidade os vestígios de um farto

Normalmente casas térreas com afastamentos laterais

período econômico observando algumas casas e sobrados.

e algumas com pequenos afastamentos frontais. Nestes

Muitas construções do início do século XX são preservadas

afastamentos encontram-se pequenos jardins que em alguns

no local. O estilo eclético, caracterizado pela mistura de

casos foram substituídos por garagens.

elementos arquitetônicos distintos, é o mais presente entre as

O acesso se dá por avarandados laterais e algumas

edificações tombadas em Muqui, possuindo também algumas

edificações possuem um pequeno lance de escada.

edificações em estilo art decó. Os

lotes

na

área

urbana

central

têm

Algumas possuem porões que podem ser utilizados ou

como

apenas servem como afastamento do chão, a fim de evitar

características pequenas dimensões de frente e fundos e

problemas relacionados à umidade.

maior dimensão no comprimento, assim, as edificações existentes normalmente foram construídas nos limites do terreno. Para realizar o estudo das tipologias arquitetônicas locais

utiliza-se

como

base

a

divisão

criada

por

HAUTEQUESTT FILHO, 1999 apud GONZAGA, 2005 e HAUTEQUESTT FILHO 2011, onde evita-se ao máximo a utilização de nomenclaturas dos estilos arquitetônicos devido as alterações que ocorreram.

30


de uso residencial. Possuem afastamentos laterais, e em um dos lados este afastamento é maior. As plantas podem ser retangulares ou em L, sempre no limite da via pública. O acesso é feito, na maioria das vezes, por um avarandado lateral e através de uma pequena escadaria de formas arredondadas e decorações volutas. A cobertura de alguns avarandados é feita por uma laje sustentada por colunas com capteis decorados, outras tem a cobertura feita por um pequeno telhado que recebe um forro de madeira. Fig. 25: Casa Léia Fragoso Foto: Lorenna Borges. Junho, 2014

Tipologia 2 – Casas térreas residenciais II São representadas pelas edificações mais requintadas da cidade. São formadas por edificações de um pavimento,

31


ao pavimento superior se dá na maioria das vezes por uma escada lateral que conduz a um avarandado. Na maioria das vezes possuem uso residencial, no pavimento superior, e comercial, no térreo, onde antigamente era utilizado para armazenar café.

Fig. 26: Casa Da Família Villela Vieira Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1538595

Tipologia 3 – Sobrado Também edificações

são

conhecidos

como

caracterizadas

por

palacetes, possuírem

estas dois

Fig. 27: Palacete Geraldo Viana

pavimentos, situadas normalmente no alinhamento da rua. Fonte: http://muquinews.blogspot.com.br/p/casario.html

Algumas possuem pequenos afastamentos laterais. O acesso

32


Tipologia 4 – Casas térreas mistas Esta tipologia tem como característica a divisão de um mesmo edifício em comercial e residencial. A planta é normalmente retangular, sendo possível observar a simetria da fachada. Construída sobre o alinhamento da via pública, tendo o acesso à residência feita por uma das fachadas laterais.

Fig. 28: Casa Elias Haddad Foto: Saulo Mateus. Junho, 2014.

Tipologia 5 – Armazéns São caracterizados por construções de uso comercial que funcionavam como galpões ou armazéns destinados ao estoque e comercialização de café ou a pequenas indústrias.

33


Técnicas construtivas como alvenaria estrutural dão espaço ao concreto armado e nas fachadas é possível observar o uso de elementos geométricos, em oposição aos elementos orgânicos utilizados anteriormente.

Fig. 29: Antiga Casa da Farinha Foto: Saulo Mateus. Junho, 2014.

Tipologia 6 – Outros Composta por edificações mais novas ou reformadas

Fig. 30: Casa Família Carvalho, 1970.

que possuem características do período moderno brasileiro.

Autor: Genildo C. H. Filho, 2008.

As edificações térreas passam a ser implantadas no centro do lote, com afastamentos pequenos nas laterais e frontais. 34


COR ONE LM ATE US PAIV A RUA

260 m

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200 m

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140 m

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TIPOLOGIA 3 - SOBRADOS

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TIPOLOGIA 6 - OUTROS

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TERRENO RIO MUQUI DO NORTE

56 m

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ESCALA: 1/4000

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ORIENTADOR: THIAGO MAIA

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170 m

ALUNA: LORENNA BORGES

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PRANCHA: TIPOLOGIAS - ESCALA 1/4000

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Gabarito Analisando o entorno imediato ao terreno, observa-se que o gabarito é variável entre um e quatro pavimentos, porém a predominância na Avenida Vieira Machado é de edificações com um e dois pavimentos.

36


AIV A ATE US P ONE LM CO R RUA

260 m

L TE

200 m A

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140 m

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80 m

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1 PAVIMENTO

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2 PAVIMENTOS

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O

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3 PAVIMENTOS 4 PAVIMENTO

56 m

0 10

50

R300

GABARITO ESCALA: 1/4000

37

100

ORIENTADOR: THIAGO MAIA

CE

170 m

ALUNA: LORENNA BORGES

RIO MUQUI DO NORTE

120 m

L

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TERRENO

PRANCHA: GABARITO - ESCALA 1/4000

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A


Sistema Viário O sistema viário é favorável em relação ao terreno, pois ele está situado em local de fácil acesso por tanto para quem utiliza os meios de transporte quanto aos pedestres. Na avenida principal passam os ônibus que fazem a linha intermunicipal ligando Muqui a Cachoeiro do Itapemirim e Mimoso do Sul. Estes ônibus também são responsáveis pelo transporte da comunidade rural para a sede. Bem próximo ao terreno está situada a rodoviária da cidade, e também tem-se um ponto de ônibus na Avenida Vieira Machado. O ponto de taxi fica situado bem em frente à rodoviária. Muqui não possui ciclovias, porém é grande o numero de ciclistas que utilizam as ruas da cidade para se locomoverem. Os pedestres utilizam as calçadas para a locomoção. Na cidade também não existe sinalizações de trânsito como faixas de pedestres.

38


Mão dupla Mão única

Via Local

Via Arterial

Via Coletora

Fig. 31 – Sistema Viário Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

39


Ponto de ônibus

Taxi

Via de transporte público/Avenida Principal

Fig. 32 – Sistema Viário Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

40


Legislação De acordo com a setorização, disponibilizada pela Resolução CEC (Conselho Estadual de Cultura) Nº 003/2012 (Fig. 33), o terreno está localizado no setor ferroviário parte baixa. Este setor possui características que lembram a morfologia fundiária colonial, com lotes irregulares limitados pelo Rio Muqui. Possui alguns bens de interesse cultural edificações

contemporâneas

e/ou

de

baixa

relevância

histórica e/ ou arquitetônica.

Setor Eixo Ferroviária parte alta

Setor jardim Público

Setor Eixo Boa Esperança

Setor Eixo Ferroviária parte baixa

Fig. 33 – Setorização do Sítio Histórico Urbano de Muqui. Fonte: Resolução CEC Nº 003/2012.

41

Setor Entre Morros

Poligonal de tombamento


VII – Será permitido o uso de telhas de vidro em até 20% da superfície do telhado sempre que o impacto das visuais das coberturas do edifício seja o menor possível se observado, em primeiro lugar, a partir das vias que conformam a quadra onde está inserida a edificação e, em segundo, dos pontos notáveis como os adros das igrejas, capelas e mirantes naturais.

Para fins de novas construções e reformas de construções históricas ou de interesse de preservação neste setor, o CEC prevê algumas diretrizes a serem seguidas, e são elas: Coberturas Art.54º. Sobre estabelecido:

os

planos

de

cobertura,

Terraços, varandas, alpendres e marquises.

fica

Art.56º. Não será permitida a construção de terraços, com ou sem cobertura, nos imóveis localizados nas Poligonais de Tombamento.

I – Deverão ser em telha cerâmica, necessariamente, nas edificações históricas de interesse de preservação onde for comprovada a sua utilização anterior, no modelo pré-existente;

Parágrafo único. Não será permitida a inserção de edificações ou pavimento de edificação com trama estrutural vazada e elementos estruturais aparentes, como pilares, pilotis, vigas e outros. A respectiva área deverá ter fechamento em alvenaria, rebocada e pintada com tinta sem brilho.

II – Deverão ser em telha cerâmica, preferencialmente, nas edificações novas e nas reformas de edificações sem relevância histórica e/ou arquitetônica; III - Será tolerada a utilização de telha de fibrocimento sem amianto, de concreto e do tipo ecológica em edificações novas e reformas de edificações sem relevância histórica e/ou arquitetônica, desde que as mesmas se aproximem em cor, da telha cerâmica, que não possuam brilho ou refletância significativa e estejam ocultas por platibanda da visão do transeunte;

Art.57º. A construção de varandas ficará condicionada a respeitar os critérios de Face de Quadra, observada a tipologia das varandas dos imóveis protegidos. Art.58º. Não será permitida a construção de alpendres e marquises sobre o passeio público nas Poligonais de Tombamento.

IV – Deverão ser mantidas as cobertura originais das edificações históricas de interesse de preservação, no que diz respeito ao desenho, inclinação, materiais e volumetria;

Fachadas Art.59º. Ficam definidos os seguintes critérios para as fachadas das edificações nas Poligonais de

42


II – Não será permitido o uso de cores fortes e/ou vibrantes em qualquer porção das fachadas dos imóveis, seja de interesse de preservação ou não;

Tombamento, objetivando a manutenção da leitura urbana e da tipologia arquitetônica: I – manutenção dos revestimentos originais das alvenarias externas, dos ornamentos, elementos integrados externos, muros e gradis externos segundo as características históricas e estilísticas dos imóveis históricos de interesse de preservação;

d) As fachadas das edificações novas deverão receber, obrigatoriamente, pintura sem brilho não sendo permitido o uso de acabamentos brilhantes de tintas, vernizes, esmaltes ou outros, bem como a imitação de pedras, tijolos ou de qualquer outro revestimento por meio de pintura;

II – A composição das fachadas nas novas construções deverá obedecer as particularidades dos imóveis do entorno como: o ritmo constante de distâncias entre os vãos, a simetria e as proporções entre os elementos, a altura das coberturas, a constância na combinação de certos elementos, a simetria na sua composição e as proporções entre as diferentes medidas da fachada;

Esquadrias Art.62º. O material e o revestimento das esquadrias das edificações nas Poligonais de Tombamento, deverão se enquadrar em uma das categorias:

III - É vedado o revestimento, acabamento e ornamentação das fachadas, frontal, laterais e de fundos, com materiais reflexivos, tais como, panos de vidro, alumínio, aço inox e similares, nas suas diferentes composições industriais, assim, como a aplicação de película reflexiva ou a construção de revestimentos anti-reflexo;

II – As esquadrias das edificações novas deverão ser, preferencialmente, em madeira, devendo ser justificado a utilização de outro material, o qual deverá ser compatível com a linguagem estética dos imóveis protegidos por esta Resolução.

IV – As fachadas voltadas para o Rio Muqui deverão receber a mesma importância das fachadas voltadas para o logradouro, devendo receber tratamento estético e estilístico qualitativo em harmonia com o Sítio Histórico de Muqui

III – Fica vedado o uso de panos de vidro do tipo “pele de vidro”, com ou sem montantes, em qualquer imóvel dentro das Poligonais de Tombamento; IV – O uso de gradil de proteção deverá ser em ferro ou aço galvanizado pintado, sendo proibida a sua instalação em imóveis históricos de interesse de preservação quando implicar na mutilação de qualquer parte ou elemento arquitetônico, sendo recomendado, sempre que possível, a instalação dentro da caixa do vão a ser protegido;

Art.60º. A utilização de cores nas fachadas das edificações deve objetivar a manutenção da leitura urbana e da tipologia arquitetônica e estilística, e estará condicionada aos seguintes critérios:

43


V – A proporção, as dimensões e a tipologia das esquadrias das novas construções deverão respeitar aquelas das edificações históricas da Face da Quadra;

§3º. Deverão ser mantidos os elementos e acabamentos originais de pisos, forros, escadas, paredes e outros, sempre que possível. §4º. As substituições dos elementos internos deverão ser justificadas, buscando alternativas atuais compatíveis com a edificação, evitando-se a

Muros e gradis

introdução de materiais sintéticos como plástico, PVC, polietileno, fibra de vidro, alumínio e outros.

Art.63º. Nas Poligonais de Tombamento só poderão ser utilizados, para fechamento dos lotes, muros em pedra seca e/ ou em alvenaria e/ou gradil de ferro, revestidos de argamassa e pintados em cores conforme padrão estético-estilístico do conjunto e/ou da edificação.

§5º. Serão considerados, para efeito da presente resolução, além dos aspectos originais da edificação, aqueles que, embora não sejam originais, retratem uma intervenção consolidada que importe preservar.

§1º. Os muros em pedra ou alvenaria terão altura máxima de 1,20m, podendo ser complementado até a altura de 2,0m com gradil de ferro, salvo em caso de muros de contenção, com finalidade estritamente estrutural, previamente projetado por profissional habilitado pelo CREA e aprovados pela Secult/CEC.

Quanto ao controle urbanístico, a resolução CEC prevê em uma tabela (ver anexo 1) todos os afastamentos necessários para a não descaracterização do sítio histórico de

§2º. O uso de muros frontais estará condicionado ao critério de avaliação por Face de Quadra.

Muqui.

Art.64º. As reformas internas em imóveis históricos de interesse de preservação deverão obedecer o partido original da edificação, buscando sempre oluções que amenizem o impacto das adaptações necessárias. §1º. Buscar-se-á a manutenção das estruturas e configuração original da planta sempre que possível. §2º. As alterações necessárias para adaptação de áreas úmidas e acessibilidade devem respeitar as características próprias do imóvel.

44


NT(Norma Técnica) – 10 Saídas de emergência.

NBR 9050/2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos

Para fins de adequar o projeto quanto às normas de combate e prevenção a incêndio foi utilizada a Norma Técnica

Para

a

adequação

do

projeto

em

relação

á

10/2013 do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo que

acessibilidade foi utilizada a NBR 9050/2004. Esta norma

trata das de emergência em edifícios. Esta norma garante das

garante o acesso de pessoas portadoras de necessidades

condições necessárias que uma edificação deve possuir que

especiais, permanentes ou temporárias, ao edifício.

em caso de incêndio a população do edifício possa sair em segurança do local e também prevê o fácil acesso dos bombeiros para o combate ao fogo e retirada da população. Para atingir estes objetivos devem-se projetar as saídas comuns da edificação para que possam servir como saídas de emergência ou saídas de emergência, quando exigidas (NT - 10).

45


Manifestações culturais locais

denominação Grupo Infantil e em 2 de março , foi fundado o “Club Carnavalesco Vencedores” (RAMBALDUCCI, 2013). Os

Carnaval

primeiros registros fotográficos do carnaval datam da década O carnaval em Muqui sempre foi caracterizado pelos

de 1920, de acordo com Machado (2012) um dos blocos mais

desfiles pela rua principal da cidade, Avenida Vieira Machado.

famosos era o “Fazendo Inferno” (Fig. 34), presidido por

Inicialmente era brincado através de blocos, ranchos, corsos

Catília Rizzo Costa e um bloco composto só por homens, “Os

e escolas de samba.

Credores que Esperem” (Fig. 35).

Os primeiros registros que se tem a respeito do carnaval são de 1905 a 1912, onde, segundo Machado (2012) foi o Cap. Felippe Pereira de Castro um dos primeiros idealizadores desta festa, começando pelas Cavalhadas, festa folclórica típica da época. Para o carnaval, Cap. Felippe importava de Campos dos Goytacazes carros alegóricos para remodelá-los e utilizá-los nos corsos, que consistia no desfile de carros enfeitados que buscava reproduzir a batalhas de flores, característico dos carnavais das elites da época, baseado nos carnavais europeus.

Fig. 34 – Bloco Fazendo Inferno, década de 1920 Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=160

Mais tarde, em 1915, foi criada em 24 de fevereiro a associação carnavalesca “Menores Muquiense” com a

46


O Boi Pintadinho ou Boi Malhado Atualmente, o carnaval em Muqui acontece com o desfile dos Bois Pintadinhos que percorrem a avenida principal, denominada no período do carnaval de Corredor da Boiada. É possível observar festas folclóricas envolvendo a figura do boi em várias regiões do Brasil. Estudiosos acreditam que este evento tem origem no cristianismo, e que geralmente está associada ao festejo a algum santo Fig. 35 – Bloco Os Credores que Esperem, década de 1920

(CARNAVAL DO BOI, online).

Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=160

Em Muqui, acredita-se que o festejo do boi teve origem na festa de São João Batista, comemorada no mês de junho, já que este é o santo padroeiro da cidade, provavelmente no ano de 1940, e só foi levada para o carnaval trinta anos depois, quando foi criado o “Boi do Bijoca”, em 1970 (CARNAVAL DO BOI, online). Segundo Machado, o povo desfilava atrás do boi cantando o refrão:

47


“O boi malhado quando sai na rua, olhando lá

ruas, entrando debaixo dele e promovendo a brincadeira. Á

pra lua

sua frente a/o espadeira (o) tem a responsabilidade de guiar o Quem nunca viu, vem ver, vem ver,

boi para que ele não faça movimentos que possam machucar

O boi malhado brinca com você”

os foliões (Fig. 36).

E na volta, o refrão mudava: “Adeus, adeus, dona Aurora, Adeus, adeus, dona Aurora, Porque o malhado já vai embora”

O carnaval do boi possui características especiais que atraem a curiosidade dos turistas. Os grupos surgem representando seus bairros, ruas ou fazendas. O boi é confeccionado muitas vezes por pessoas que não possuem riquezas, mas que fazem questão de manter viva na cidade a tradição do carnaval e a cultura, que atrai sempre muitos visitantes. O boi é composto de uma armação de madeira e ferro coberta com um tecido colorido que a cada ano cada grupo escolhe qual será o motivo que estampará o boi. A cabeça é

Fig. 36 – Boi do Bijoca, carnaval 2012.

feita com o crânio de boi e quando não é possível, faz-se com

Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

papelão. Uma pessoa é responsável por levar o boi pelas

48


Atrás do boi, um grupo de bateria faz a trilha sonora de

brincar o carnaval. Surgiu da década de 1970 quando os

cada boi. Com batidas características de cada grupo, trazem

moradores da Rua Fortunato Fraga, no Bairro São Pedro

alegria e divertem os foliões.

resolveram criar um boi que os representassem nos dias de carnaval (Fig. 37).

O boi tem de 40 à 50 minutos para passar pelo Corredor da Boiada, neste tempo ele desfila fazendo movimentos de dança, rodopios e um dos movimentos mais famosos é quando o boi para e abaixa no chão simulando a sua morte. Neste momento a bateria diminui o ritmo da batida e os foliões se reúnem em volta dele e gritão: “E o boi morreu, e o boi morreu”, até que o boi começa a levantar levemente ao som crescente da bateria, e recomeça toda a brincadeira. Neste embalo ele passa por toda avenida, sem pontos de paradas

pré-definidas,

fazendo-a

de

acordo

com

a

necessidade de cada grupo e os foliões que os acompanham. Muitos são os grupos que se apresentam no período do Carnaval pelo Corredor da Boiada, dentre eles alguns

Fig. 37 – Boi Fortunato, carnaval 2012.

possuem destaque especial por sua história, como o “Boi

Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

Fortunato Pé Queimado” ou somente “Boi Fortunato”. Este grupo foi um dos primeiros a aderir a figura do boi para

49


Nesta época também surgiu o “Boi do Fulô”. Segundo

O boi “Ás de Ouro” tem origem nos antigos carnavais

Machado, anos mais tarde a família deu continuidade à

de rancho (Fig. 39). Representando a comunidade de

tradição, porém com um novo boi, batizado “Boi Chapado”

Camará, distrito de Muqui. Esse boi sempre faz a alegria de

(Fig. 38).

quem participa do carnaval. Sua batida é irreverente e animada e a organização do grupo é uma característica marcante.

Fig. 38 – Boi Chapado, carnaval 2012.

Fig. 39 – Rancho Ás de Ouro, Camará

Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=160

50


Além do próprio Boi Ás de Ouro (Fig. 40), o grupo

Atualmente novos bois surgem, sempre buscando

conta com o Jaguará, figura do folclore brasileiro que é um

inovar alguma característica. Neste contexto, surgiu a “Vaca

tipo de boneco com a cabeça de um cavalo (CARNAVAL DO

Mocha” (Fig. 41), caracterizada por se tratar de um grupo

BOI, online).

formado só por mulheres, onde todas se vestem de rosachoque, inclusive a própria vaca (CARNAVAL DO BOI, online). Este grupo é um dos mais elitizados do carnaval. Representa o Centro da cidade e possui marchinha própria: Marcha vaca mocha Quando ela passa, faceira, Contagiando a rua inteira, Venha cair na folia, a vaca mocha é só alegria Venha cair na folia, a vaca mocha é só alegria

Fig. 40 – Boi Ás de Ouro, carnaval 2012. Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

51


jovens do bairro San Domingos. Este boi trás a animação das batidas de sua bateria em ritmo de funk e apesar de ter pouco tempo, se comparando aos outros, este boi já arrasta multidões atrás dele e é um dos bois mais aguardados do carnaval muquiense.

Fig. 41 – Vaca Mocha, carnaval 2014. Fonte: Arquivo pessoal

O Boi “Cyclone” (Fig. 42) é outro grupo que merece

Fig. 42– Boi Cyclone, carnaval 2013.

destaque. Foi criado em 2002 e é formado por participantes

Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

52


Folia de Reis

Acima de tudo, esse é um grupo que representa não uma ruptura da tradição, mas a capacidade de compreender o

No documentário “Folia de Reis: costumes, crença e

seu tempo e assimilar outras formas de se enxergar e fazer

tradição” (EULER LUZ TELEPRODUÇÕES E FERNANDA DE

cultura popular (CARNAVAL DO BOI, online).

PAULA, online), o autor fala sobre a folia de reis como

Atualmente, o carnaval de Muqui conta com 17 grupos

representante da manifestação cultural mais autentica da

de bois, e os esforços para manter a tradição são muitos. O

espiritualidade cristã. A manifestação iniciou-se na Península

que se percebe é que apesar das dificuldades, no final tudo é

Ibéria por volta do séc. XVI, onde em Portugal e Espanha, os

válido, mantendo viva a tradição do carnaval, que se

poetas cantadores da idade média, homenageavam os santos

transforma em alegria quando o boi sai na rua.

reis com tambores, gaitas, pandeiros, etc (EULER LUZ TELEPRODUÇÕES E FERNANDA DE PAULA, online). No Brasil, a Folia de Reis iniciou-se em meados do séc. XVI, por volta do ano de 1534, trazida pelos portugueses sendo utilizado como instrumento de catequese pelos jesuítas. Os aspectos da manifestação variaram de região para região, guardando as em essência os valores religiosos que lhe deram origem (EULER LUZ TELEPRODUÇÕES E FERNANDA DE PAULA, online). O festejo das Folias de Reis está ligado ao catolicismo e em alguns lugares acontece no período de 24 de dezembro

53


a 6 de janeiro, dia de Santos Reis, quando se encerram os festejos natalinos. Tornou-se popular durante o século XIX em locais onde a produção cafeeira prosperava, como em cidades do interior de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro,

entre

outras

(GOVERNO

DO

ESTADO

DO

ESPÍRITO SANTO, online). Em Muqui, acredita-se que este costume foi trazido pelos

imigrantes

portugueses

ou

pelos

colonizadores

(MACHADO, 2012). De acordo com Cirillo (online), as companhias, nome Fig. 43– 63º encontro nacional de Folia de Reis/ Muqui – 2013. Foto: Romero Mendonça/Secom-ES

dado aos grupos de Folia de Reis, normalmente se organizam em grupos de onze pessoas, onde uma é o Mestre da Folia,

Fonte: http://www.es.gov.br/Noticias/164241/encontro-nacional-de-foliasde-reis-deixou-muqui-mais-colorida.htm

um tipo de líder espiritual, dois Palhaços, que representam Herodes e os soldados que perseguiram o Menino Jesus e os tocadores que seguem tocando seus instrumentos (Fig. 43).

Durante os festejos do Natal as companhias saem cantando pelas ruas e param nas casas que as convidam para cantar os versos, que buscam relembrar a visita dos Reis Magos a Jesus. A jornada das folias se inicia com uma oração, logo após, os foliões vão até a Igreja, para uma

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bênção. Acompanhados de seus instrumentos, como o violão, pandeiro e outros levam a boa nova por onde passam e ao final da jornada pedem aos moradores das casas que ofertem dinheiro a eles. De acordo com o Inventário de Ofertas Turísticas de Muqui, este dinheiro é utilizado para a festa do arremate que acontece sempre após o dia 20 de janeiro. A Folia de Reis possui muitos simbolismos em seus elementos, a bandeira de Santos Reis é um dos principais (Fig. 44). Ela representa o manto de Maria ofertado aos reis magos. Ela é levada a frente da folia pelo bandeireiro e ninguém passa a sua frente sem reverencia-la. Nela contém

Fig. 44– Bandeiras de Santos Reis

imagens dos Reis Magos e santos de devoção dos foliões.

Fonte: http://cecpdesaojose.blogspot.com.br/2013/01/museu-do-folclorerecebe-folias-de-reis.html

De acordo com o documentário “Folia de Reis: costumes,

crença

e

tradição”

(EULER

LUZ

TELEPRODUÇÕES E FERNANDA DE PAULA, online), são possíveis observar também na bandeira de Santos Reis que as cores e flores contidas nela representam a alegria de

55


anunciar o nascimento de Cristo. As fitas penduradas também possuem uma simbologia para cada cor, sendo elas: Branco: Representa São José Azul: A virgem Maria Vermelho: Rei Baltazar, que levou de presente o incenso; Verde: Rei Gaspar, que ofertou a mirra; Amarelo: Rei Belchior, que ofertou o ouro. As roupas utilizadas pelos foliões são geralmente de

Fig. 45– Chapéus decorados. 63º Encontro Nacional de Folia de Reis/ Muqui – 2013. Foto: Bruno Lima

cores variadas, principalmente as que contêm na bandeira de

Fonte: http://www.guiacuca.com.br/evento/encontro-nacional-de-folia-dereis-de-muqui-2013

Santos Reis. Eles vestem calças e camisas de cetim, o chapéu muitas vezes é confeccionado por eles mesmos e utilizam espelhos para decorá-lo (Fig. 45). Os palhaços normalmente usam roupas coloridas feitas de chitão ou outro tecido (Fig. 46) (INVENTÁRIO DE OFERTAS TURÍSTICAS DE MUQUI, 2005).

56


Folias. Não se tem registros de como ocorreram estes torneios, sabe-se que nos dois primeiros anos a participação foi somente de Folias locais, sendo realizado em 1952 um torneio maior, com mais premiações e mais organizado, o que atraiu Folias de várias regiões (CIRILLO, online). A partir do ano de 1999 o Torneio de Folias passou a se chamar Encontro nacional de Folias de Reis e em 2001 ele perdeu o caráter competitivo que tinha no início. Os encontros acontecem anualmente e reúnem folias de estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, de outras cidades do Espírito Santo e as folias de Muqui.

Fig. 46– Palhaços. 63º encontro nacional de Folia de Reis/ Muqui – 2013. Foto: Romero Mendonça/Secom-ES

Os foliões começam a chegar à cidade logo cedo, e às

Fonte: http://www.es.gov.br/Noticias/164241/encontro-nacional-de-foliasde-reis-deixou-muqui-mais-colorida.htm

oito horas da manha acontece a acolhida com café da manhã e o cadastramento das folias, que normalmente é feita no ginásio da escola Marcondes de Souza, localizada no centro

Em 1950, o então prefeito Dr. Dirceu Cardoso,

da cidade. Posteriormente acontece a abertura oficial do

demostrando seu grande apreço pela Folia de Reis, assinou

evento no mesmo lugar, seguida da assembleia dos foliões.

na cidade a lei que decretava Dia de Reis, seis de janeiro,

Na parte da tarde acontece a reunião dos mestres das Folias,

feriado na cidade, e marcou em Muqui o primeiro Torneio de

realizada no Centro Cívico Municipal, situado em frente ao

57


Jardim Público. Às três horas da tarde os foliões saem em marcha para apresentação pelas ruas do sítio histórico (Fig. 47), onde são apreciados por turistas e moradores. Nesta apresentação não fazem muitas paradas, pois às quatro horas da tarde já se inicia a marcha para a manjedoura, nome dado para as visitas nas casas programadas para receber as folias. Nestas casas os foliões se apresentam e lhes é oferecido um lanche pelos moradores. Ás cinco horas da tarde acontece na Igreja Matriz de Muqui a benção das folias (Fig. 48), nesta ocasião, somente os mestres e tocadores entram na igreja, os palhaços aguardam do lado de fora. Após a missa é feito o encerramento do evento na Praça Geraldo Viana, onde recebem os agradecimentos, premiações, etc

Fig. 47– Marcha das Folias. 63º Encontro Nacional de Folia de Reis/

(RAIZ CULTURA DO BRASIL, Online).

Muqui – 2013. Foto: Romero Mendonça/Secom-ES Fonte: http://www.es.gov.br/Noticias/164241/encontro-nacional-de-foliasde-reis-deixou-muqui-mais-colorida.htm

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Fig. 48– Benção das Folias. 61º encontro nacional de Folias de Reis/ Muqui – 2011. Foto: Gilson Borba Fonte:http://www.soues.com.br/plus/modulos/estabelecimento/index.php?c dgrupo=14&cdmunicipio=1942&cdbairro=

Folia de Reis “Estrela do Oriente” – Localidade do Desengano

Segundo Machado, Muqui possui atualmente dez Folias de Reis, e são elas:

Folia de Reis “Estrela do Norte” – Localidade do Sumidouro

Folia de Reis “Três Reis do Oriente” – Localidade de santa Rita

Folia de Reis “Sete Estrelas” – Localidade de São Francisco

Folia de Reis “Estrela Gloriosa” – Localidade de São Luiz

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Folia de Reis “Estrela da Manhã” – Localidade do Tororó Folia de Reis “Estrela Guia do Martir São Sebastião” – Sede Folia de Reis “Estrela D’Alva” – Sede Folia de Reis “Cruzeiro do sul” – Sede Folia de Reis “Cruzeiro do sul” – Sede

De acordo com o Inventário de Ofertas Turísticas de Muqui (2005), os encontros de folias favoreceram muito para a manutenção desta manifestação cultural, haja vista que muitos grupos de folias que estavam extintos voltaram à ativa impulsionada por este evento, além do interesse de crianças e adolescentes ter aumentado, gerando maior perspectiva de

Fig. 49– 61º encontro nacional de Folias de Reis/ Muqui – 2011.

continuação deste folguedo de geração para geração (Fig.

Fonte: http://www.secult.es.gov.br/?id=/noticias/materia.php&cd_matia=

49).

3236

60


Associação de afrodescendentes de Muqui

caxambu, uma espécie de tambor utilizado para tocar o jongo. Gostava também de servir pratos que servia para a “Sinhá”.

Formada pela família Rosa, a associação surgiu da necessidade de contribuir para a preservação da história de Muqui e da própria família. A família Rosa é descendente de escravos da Fazenda Santa Rosa, que hoje se localiza no município vizinho, Atílio Vivácqua. De acordo com Mota (2013) Dolores Rosa veio aos 16 anos para Muqui, com seu filho José Rosa que mais tarde casou-se com Benedicta Barbosa Ramos Rosa. A família Rosa foi alforriada em 1885, porém, mesmo com o fim da escravidão Benedicta trabalhava como escrava para a “Sinha” e anos mais trade decidiu fugir (MOTA, 2013). Gostava

de

ser

chamada

de

“mãezinha

Fig. 50 – Jongo Fonte: http://www.es.gov.br/EspiritoSanto/paginas/folclore.aspx

velha

caxambuzeira” e reunia sempre a família para contar histórias e cantar o jongo (MOTA, 2013) (Fig.50), manifesto que

Segundo Mota (2013), mãezinha fundou, junto com seu

envolve canto, dança e percussão de tambores (GOVERNO

marido, a Escola Rancho Tradição, e começou a festa do

DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, online), tocar o

caxambú e do jongo no dia da festa do bairro São Pedro.

61


A família Rosa é responsável não só pela preservação de documentos, como cartas de alforria e documentos de doações de terras, mas também pela preservação de histórias da família, cantos de jongo, caxambu e jaguará. Também são responsáveis pelas manifestações religiosas na casa Ile Ache Oba Ayra Loni, onde acontecem encontros de candomblé e umbanda (Fig. 51), e pela escola de samba Rancho Tradição (Fig. 52), que leva para o Corredor da Boiada a história do

Fig. 51: Imagem representativa. Terreiro de Umbanda

negro em Muqui.

Fonte: www.terreirodeumbanda.com

Mesmo com a riqueza cultural material e imaterial envolvendo a família Rosa, por falta de incentivos econômicos a cultura negra está em decadência no município. As manifestações pouco acontecem. No ultimo ano, por falta de recursos, a escola de samba Rancho Tradição não conseguiu sair nas ruas durante o carnaval. A manifestação do jongo e caxambú também não acontecem mais com tanta frequência, ficando somente o candomblé como elemento ativo na cultura da família Rosa. Fig. 52: Bloco Tradição. Carnaval 2012. Fonte:http://www.camaramuqui.es.gov.br/galeria_fotos_exi be.asp?id_grupo_foto=58#25

62


Grupo Cultural Etc

passarela, evento de moda envolvendo a cultura local e o grupo teatral Conosco Flui.

Este grupo se define como um coletivo de jovens que visam preservar e divulgar o patrimônio histórico de Muqui através de oficinas produzidas por eles mesmos, onde desenvolvem projetos e ações culturais voltadas para a cidade (Fig. 53). O grupo surgiu em 2007 com práticas audiovisuais utilizando os poucos recursos tecnológicos que possuíam. Neste ano num ato de ousadia criaram um projeto de longa metragem utilizando a cidade como cenário, amigos e vizinhos como atores, uma câmera fotográfica digital e um computador como instrumentos de trabalho. Já que a maioria dos jovens ainda estava no ensino médio, este projeto foi concluído durante as férias escolares e teve o nome de

Fig. 53 - Grupo Cultural Etc

“Floresta Encantada”. Esta ação foi o início das práticas

Fonte: http://etccultural.blogspot.com.br/search?updated-min=2011-0101T00:00:00-08:00&updated-max=2012-01-01T00:00:00-08:00&maxresults=50

audiovisuais na cidade. Este grupo também é responsável pelo surgimento de eventos que hoje fazem parte do calendário da cidade, como o FECIN, Festival de TV e Cinema do Interior, o Muqui na

63


Fecin - Festival de TV e Cinema do Interior O Em 2012 aconteceu a primeira edição do FECIM,

evento

inclui

oficinas

de

poesia,

literatura,

apresentações para crianças, apresentação de curtas e

Festival de TV e Cinema Independente de Muqui.

longas metragens e shows na praça da cidade, atraindo todo tipo de público, tornando o evento uma ação cultural de

Idealizado por jovens da cidade, o evento busca

importância na região (Fig. 55).

envolver a cidade em um ambiente cinematográfico, com o objetivo de tornar o Sítio Histórico de Muqui um novo pólo de referência nesta área (Fig. 54).

Fig. 54 – Jovens grupo ETC para a produção do FECIN.

Fig. 55 – Mesa redonda Fecim 2012

Fonte:https://www.facebook.com/mulitpliqui/photos/a.757265734298939.1 073741828.757253064300206/822241997801312/?type=1&theater

Fonte: http://portalyah.com/members/grupoculturaletc/

64


Para concorrer com vídeos, basta enviá-los com

Neste ano o evento mudou o nome de FECIM para

antecedência a equipe do FECIN. Os vídeos são exibidos

FECIN - Festival de TV e Cinema do Interior, a fim de tornar

durante o evento e ao final é realizada a cerimônia para a

mais abrangente o evento.

premiação dos melhores (Fig. 56).

Fig. 56 – Premiação, FECIM 2013. Fonte: http://www.muquiemfoco.com/2013_09_01_archive.html

65


Muqui na passarela

Idealizado pelo jovem Wander Polati, morador de Muqui. Este projeto tem por objetivo realizar uma coleção e um desfile de moda na cidade de Muqui, baseado na história, no patrimônio e nas manifestações folclóricas, artísticas e culturais da cidade (MUQUI NA PASSARELA, online). Wander produz desenhos relacionados à moda desde sua infância e com este projeto pôde aplicar um conceito moderno e dinâmico às manifestações culturais da cidade além de ser uma forma de prestigiar a juventude local oferecendo oportunidade de atuar nesta área (Fig. 57).

Fig. 57 – Modelo desenhado por Wander Polati. Muqui na passarela, 2012. Fonte: http://auroradecinema.wordpress.com/2014/02/18/multipliqui-fazgrande-festa-cultural-em-muqui/

66


A primeira edição do evento ocorreu em 2012 e contou

Este ano aconteceu a segunda edição do projeto,

com a participação da modelo internacional Marcelia Freesz,

realizado no Jardim Público Municipal, utilizando os casarios

que é natural de Muqui, e da ex-modelo nacional Bia Furtado

em volta como cenário para o desfile.

que também é da cidade. Nesta ocasião, segundo Wander, os

De acordo com o autor, esta coleção foi apresentada

modelos produzidos inspirados no patrimônio histórico da

com menos traços carnavalescos, apesar de estes estarem

cidade.

presentes no dia a dia da comunidade na história dos bois, cultivo do café, etc.(Fig. 59).

Fig. 58 – Muqui na passarela, 2012.

Fig. 59– Muqui na passarela, 2014. Foto:Olavo Macedo, Lente em poesia.

Fonte:https://www.facebook.com/media/set/?set=a.691123137573739.107 3741829.687921771227209&type=1

Fonte:https://www.facebook.com/muqui.napassarela?fref=photo&sk=photo s

67


As roupas produzidas não tem finalidade comercial.

Este projeto representa a não ruptura, atualização e

São confeccionadas através de trabalho artesanal, adquirindo

modernização da cultura muquiense, mostrando que é

um caráter alegórico, podendo vir a ser motivo de mostras e

possível envolver a cultura e arte local em diferentes ações e

exposições, tornando-se assim verdadeiras obras de arte

manifestações.

(Fig. 60).

Fig. 60 – Muqui na passarela, 2014. Foto:Olavo poesia.

Macedo, Lente em

Fonte:https://www.facebook.com/muqui.napassarela?fref=photo&sk=photo s

68


Logomarca – Centro de Cultura e Folclore

A ideia era de criar uma skyline utilizando os elementos que estão presentes no cotidiano da população local (Fig. 62).

A logomarca do projeto foi idealizada a partir da junção

O rolo de fita – Representa a renovação cultural

dos aspectos topográficos (Fig. 61) em que a cidade está

voltada para a produção cinematográfica.

inserida, manifestações folclóricas/culturais e arquitetura da O boi – O famoso carnaval folclórico da cidade.

mesma.

O tambor – remete as batidas do caxambú presente na cultura negra. O casarão – Arquitetura local. O palhaço – Folia de Reis.

Fig. 61 – Vista aérea de Muqui, ES. Fig. 62 – Logomarca.

Fonte:http://www.folhavitoria.com.br/entretenimento/blogs/elogoali/2013/11 /25/bem-vindo-a-muqui-ciscuito-turistico-da-morubia/

Conceito: Lorenna Bertassoni

69

Borges.

Criação:

João

Fernando


Referencias projetuais  Biblioteca Infantil e Centro Cultural Ficha técnica Arquitetos: Anagrama Localização: Monterrey, Nuevo Leon, México Ano: 2013

Fig. 63 – Biblioteca infantil Fonte:

http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e-

centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6

O projeto está situado na cidade de Monterrey que é conhecida por suas montanhas e a representatividade industrial. O parque Fundidora é um exemplo da arquitetura industrial, construído no ano de 1900 ele abriga jardins,

70


auditórios, parques temáticos e espaços culturais como o

espaço

dinâmico

Conarte (Conselho para a Cultura e Artes de Nuevo León).

(ARCHDAILY, online)

para

brincadeiras

e

aprendizado.

A biblioteca infantil e centro cultural foram feitos dentro de um armazém que é patrimônio tombado do Estado.

Fig. 64 – Auditório Fonte:

Fig. 65 – Biblioteca infantil

http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e-

centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6

Fonte:

http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e-

centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6

O projeto conta com uma plataforma de leitura multiuso e assimétrica que simula a topografia local, gerando um

71


 Proposta Vencedora para o Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste Ficha técnica Arquitetos: Tongji Architectural Design and Research Institute Localização: Kunming, China Ano: 2013

Fig. 66 – Auditório Fonte:

http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e-

centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6

72


Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste, localizado em Kunming, China.

Fig. 67 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste Fonte:

Fig. 68 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste

http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-

Fonte:

para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-

http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-

para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-

architectural-design-and-research-institute

architectural-design-and-research-institute

Os escritórios Tongji Architectural Design e Research

O edifício foi pensado utilizando os limites do terreno e

Institute foram os vencedores do concurso para o Centro de

tendo o interior dividido em quatro partes arredondadas onde

73


os seguimentos podem funcionar individualmente, poerem

protegem o edifício e criam uma comunicação do interior com

interligados com passarelas.

o exterior. O

subsolo

contém o

pavimento

técnico

e

um

estacionamento. O primeiro andar do edifício é aberto ao público e abriga a cultura nacional e exposições de arte, espaços de proteção do patrimônio e uma lanchonete. O prédio é dividido em quatro partes: o centro de exposições ao norte, a academia de arte a leste, o teatro ao sul e os estúdios de arte a oeste.

Fig. 69 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste Fonte:

http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-

para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongjiarchitectural-design-and-research-institute

As culturas foram colocadas de forma abstrata nas fachadas, que são compostas de painéis metálicos, que

74


 Centro Cultural Cais do Sertão Ficha técnica Arquitetos: Brasil Arquitetura Local: Recife, PE Ano: 2010

Concebido juntamente com a curadoria, realizada por Isa Grinspum Ferraz, Helena Tassara e Marcelo Macca, o projeto ficara na zona portuária do Recife Antigo.

Fig. 70 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste Fonte:

http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-

para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongjiarchitectural-design-and-research-institute

75


O projeto cria uma relação direta com o bem tombado ao abrir um vão ao nível do pedestre conectando o prédio novo ao antigo.

Fig. 71 - Centro Cultural Cais do Sertão Fonte:

http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-

museu-recife-05-04-2011

Fig. 72 - Centro Cultural Cais do Sertão Fonte:

http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-

museu-recife-05-04-2011

O projeto dialogará com o único bem tombado do entorno, a torre Malakoff. A ideia era ocupar um galpão

No térreo, rio São Francisco indica o caminho, levando

existente e construir outro volume ao lado, porém decidiu-se

o visitante a diversas experiências relacionadas ao sertão.

erguer outro edifício no lugar onde será demolido o galpão e

Um mezanino indica o fim do percurso, nele contem um

utilizando elementos do antigo.

estúdio que pode ser usado para gravações de musicas de Gonzaga. 76


O fechamento do prédio é feito com elementos vazados de concreto, que tem o objetivo de proteger e criar efeitos internos de acordo com a luz solar.

Fig. 73 - Centro Cultural Cais do Sertão Fonte:

http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-

museu-recife-05-04-2011

O

edifício

possui

ainda

biblioteca

e

discoteca

multimídia, espaço para exposições temporárias, auditório,

Fig. 74 - Centro Cultural Cais do Sertão

oficinas, salas de múltiplo uso e restaurante na cobertura. Fonte:

http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-

museu-recife-05-04-2011

77


 Centro Cultural de Eventos e Exposições de Cabo

Formado por dois edifícios, que se conectam por um

Frio - Menção Honrosa

corpo articulador, o Centro Cultural e de Eventos de Cabo Frio foi projetado o intuito de promover a aproximação entre

Ficha técnica

as margens do terreno – tecido urbano e Laguna – criando

Arquiteta: Luciana Dornellas Pio Magalhães

assim novos enquadramentos da paisagem gerando praças e

Local: Cabo Frio, RJ, Brasil.

pátios, em uma distribuição dinâmica do programa e dos

Ano: 2014

usos.

Fig. 75 - Centro Cultural de eventos e exposições de cabo Frio Fig. 76 – Centro Cultural de eventos e exposições de cabo Frio Fonte: http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-eventos-eFonte:

exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa

http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-eventos-e-

exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa

78


 Pavilhão austríaco – Expo 2015

No edifício Noroeste foi instalado o foyer receptivo e o centro de feiras, ambos com pés direitos generosos e que

Ficha técnica

possibilitam os mais variados eventos. Arquitetos: Bence Pap e Mario Gasser

No edifício Sudeste, o restaurante panorâmico, a comedoria, as salas multiuso e as salas de apoio são a

Local: Milão, Itália

companhia do amplo teatro e auditório.

Fig. 78 – Pavilhão austríaco – Expo 2015 Fig. 77 – Corte perspectivado edifício sudoeste Fonte:

Fonte: http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-expo-2015-bybence-pap-and-mario-gasser.html

http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-eventos-e-

exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa

79


Impulsionado por uma abordagem conceitual de destacar a diversidade cultural e de artesanato local dentro das regiões austríacas, o pavilhão é uma representação desses

conhecimentos

em

conjunto

com

topografia

diversificada da Áustria, que produz uma grande variedade dentro do cultivo de culturas agrícolas e de bens. A proposta arquitetônica é de uma arca, carregando uma biblioteca com diversos produtos austríacos, produzidos localmente com uma filosofia sustentável. O pavilhão é organizado como um edifício de dois andares, executado com

Fig. 80 – Pavilhão austríaco – Expo 2015

uma estrutura de aço. Fonte: http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-expo-2015-bybence-pap-and-mario-gasser.html

Fig. 79 – Pavilhão austríaco – Expo 2015 Fonte: http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-expo-2015-bybence-pap-and-mario-gasser.html

80


Programa de necessidades básicas

Setor cultural Ambiente

Descrição

Metragem quadrada

Recepção

Área de chegada, credenciamento e espera.

60 m²

Sala de exibição

Espaço voltado para exibição de vídeos, com telão, e com equipamentos audiovisuais.

60 m²

Praça multiuso

Área externa voltada para manifestações culturais.

200 m²

Arena de apresentações

Anfiteatro externo voltado para apresentações e debates

100 m²

Auditório

Área de exposições

Sala para projeção de som e imagem, voltada para a realização de seminários, cursos, congressos e convenções de público restrito. Capacidade para 100 pessoas Locais disponíveis para exposições de materiais culturais, obras de arte e afins. Exposições permanentes e temporárias

81

150 m²

300 m²


Guarda de instrumentos

Bar/cafeteria

Local destinado ao armazenamento de instrumentos relativos a um grupo de folia, um grupo de boi e demais instrumentos. Lanchonete fast-food. Ambiente interno para atendimento ao público com instalação contendo área de atendimento, cozinha, DML e lixo.

20 m²

150 m²

Loja de souvenir

Pequeno ponto comercial destinado à venda de lembrancinhas locais.

15 m²

Área de estudos/biblioteca

Pequena biblioteca com acervos e espaço para estudos e leitura.

400 m²

Sala de arquivos – Arquivo público

Local com acervo de documentos à disposição do público.

30 m²

Sala de aula

Espaço com instalações e equipamentos voltados para o ensino. Quantidade: duas salas.

80 m²

Sala de oficinas

Ambiente voltado para produção e ensino de artesanatos e produtos relacionados a cultura local.

90 m²

Sala multiuso

Instalações de salas com equipamentos diversos para realização de oficinas, cursos, debates, criação, etc. Quantidade: uma sala.

82

50 m²


Laboratório de imagem

Espaço voltado para a editoração eletrônica de vídeos, documentários, etc.

50 m²

Estúdio de imagem e som

Ambiente equipado para produção audiovisual

100 m²

Camarim

Espaço voltado para preparação dos foliões/artistas para as apresentações

30 m²

Atelier de criação

Espaço para a produção de ideias para fantasias e acessórios relacionados à cultura local.

30 m²

Atelier de costura

Produção de fantasias e acessórios.

30 m²

Sala de estar

Ambiente reservado para artistas/foliões que aguardam para utilizar o camarim ou atendimento nos ateliês

50 m²

Figurino

Espaço destinado à guarda de figurinos utilizados nas apresentações

25 m²

Banheiros

Instalações sanitárias divididas por sexo. Feminino (6 bacias e 5 cubas). Masculino (6 bacias e 5 cubas). Duas instalações por pavimento.

83

25 m²


Setor administrativo

Ambiente

Descrição

Metragem quadrada

Recepção

30 m²

Banheiros adaptados – feminino e masculino

4 m²

Sala de arquivos

Local destinado ao abrigo de arquivos e documentos privados ou de valor.

15 m²

Sala da direção

15 m²

Sala da coordenação

15 m²

Sala de reuniões

Espaço para reuniões do setor administrativo.

84

15 m²


Setor de serviço Ambiente

Descrição

Metragem quadrada

Vestiário feminino

Instalações sanitárias compostas por duas bacias, dois chuveiros e duas cubas. Destinada aos funcionários.

15 m²

Vestiário masculino

Instalações sanitárias compostas por duas bacias, dois chuveiros e duas cubas. Destinada aos funcionários.

15 m²

Lixo

20 m²

Cozinha/copa

Depósito de lixo com capacidade de abrigo de até três dias. Local destinado a lanches rápidos. Destinado aos funcionários

DML

Depósito de materiais de limpeza

10 m²

Segurança

Sala de controle e monitoramento de câmeras com acesso externo

10 m²

Depósito

Local destinado à guarda de materiais e equipamentos no período que não estiverem sendo utilizados.

10 m²

85

10 m²


 NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,

Referências

espaços e equipamentos urbanos.  NEUFERT, P. Arte de Projetar em Arquitetura. 17ª ed. Barcelona: Ed. Gustavo Gili, 2011.

 GHIRARDELLO, N.; FARIA, G. G. M. Patrimônio histórico: como e por que preservar. Bauru, SP: Canal 6, 2008.

 RAMBALDUCCI, N. E. Muqui, passado de glória, futuro de esperança. 2ª ed. Muqui: edição do autor, 2013.

 GONZAGA, J.R. Limites e possibilidades sobre o tombamento do patrimônio histórico de Muqui/ES. 2005. Dissertação (Mestrado em Planejamento Regional e Gestão de Cidades). Universidade Cândido Mendes, Campos dos Goytacazes, RJ. 111p.

 SEBRAE/ES. Inventário da Oferta Turística – Muqui– ES. Vitória: SEBRAE/ES, 2006.  PORTAL DA SECRETARIA DE CULTURA DO ESPIRITO SANTO. CEC Resoluções. Resolução CEC 003/2012. Disponível em < http://secult.es.gov.br/?id=/cec/resoluções>. Acessado em 22/02/2014.

 HAUTEQUESTT, G. C. Arquitetura Urbana do Café em Muqui-Es. 2011. Dissertação (Mestrado em Artes, na área de concentração Patrimônio e Cultura). Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES. 251 p.

 CAMARA MUNICIPAL DE MUQUI. Museu Virtual. Disponível em <http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp >. Acessado em 10/03/2014

 _________. Lei Ordinária Nº 70 de 6 de outubro de 1999. Dispõe sobre o Tombamento do Patrimônio Histórico e Artistico do Municipio de Muqui e dá outras providências. Muqui, outubro de 1999.

 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Cidades@. Disponível em <http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=& codmun=320380&search=espiritosanto|muqui|infografi cos:-historico>. Acessado em 10/03/2014.

 MACHADO, A.M.B. L. Muqui…suas gentes, suas tradições! 1ª ed. Muqui: edição do autor. 2012.  MOTA, M. Projeto “Dolores Rosa”. Premio FUNARTE de Arte Negra. Muqui, ES. 2013.

 YOUTUBE. Folia de reis - Costumes, Crença e Tradição. Disponível em 85


 POLATI, W. “Muqui na passarela” Disponível em < http://movimentohotspot.com/projeto/muqui-napassarela/>. Acessado em 04/05/2014.

<https://www.youtube.com/watch?v=SaXO2KmwiCQ>. Acessado em 24/04/2014.  PORTAL DO GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Principais manifestações folclóricas do Espírito Santo. Disponivel em <http://www.es.gov.br/EspiritoSanto/paginas/folclore.as px>. Acessado em 25/04/2014.

 GRUPO CULTURAL ETC. “Histórico do Grupo”. Disponível em <http://etccultural.blogspot.com.br/2011/04/historicodo-grupo.html>. Acessado em 04/05/2014.  SERAPIÃO, F. “Brasil Arquitetura: Centro cultural Cais do Sertão”. Disponível em <http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasilarquitetura-museu-recife-05-04-2011>. Acessado em 04/05/2014.

 CARNAVAL DO BOI. O boi. Disponível em < http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php>. Acessado em 29/04/2014.  ARCHDAILY. Biblioteca Infantil e Centro Cultural por Conarte / Anagrama. Disponível em <http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/bibliotecainfantil-e-centro-cultural-por-conarte-anagrama>. Acessado em 04/05/2014

 FECIN. O festival. Disponível em <http://www.fecin.com.br/novo/o-festival/>. Acessado em 05/05/2014.  RAMOS, L. B. Centro Cultural: território privilegiado da ação cultural e informacional na sociedade contemporânea. Disponível em < http://www.cult.ufba.br/enecult2007/LucieneBorgesRam os.pdf>. Acessado em 07/05/2014.

 FURUTO, A. "Proposta Vencedora para o Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste / Tongji Architectural Design and Research Institute" Disponível em <http://www.archdaily.com.br/br/01137956/proposta-vencedora-para-o-centro-de-arte-ecultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongjiarchitectural-design-and-research-institute>. Acessado em 04/05/2014.

 NEVES. R. R. Centro Cultural: a Cultura à promoção da Arquitetura. Disponível em < http://www.ipog.edu.br/uploads/arquivos/55d81f6d4bcb 86ffeb259195254b6ff5.pdf>. Acessado em 07/05/2014.

86


 NT -10. Saídas de emergência. Disponível em < http://www.cb.es.gov.br/(X(1)F(brfBxaak5hwBjmdxcOZ 70hu4zPUzgcFip0KbqyHsQx7z8lB3ilXNyIh3tkMIjwFSXlQdJM5n9P Uw6QYwWCThwSeJhFCDvWt10WFmGmkprlxxpZX42Sv8uda1sNo6s0fJcwZ410C8Z_8CGZsJNtQJ9WDk1))/conteudo/atividadestecn icas/normastecnicas/default.aspx>. Acessado em 12/06/2014.  RINALDI, M. “Austrian Pavilion Expo 2015 By Bence Pap And Mario Gasser”. Disponível em <http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilionexpo-2015-by-bence-pap-and-mario-gasser.html>. Acessado em 17/06/2014.  MAGALHÃES, L. D. P. “A Água Vem À Cidade. A Cidade Vai À Água”. Disponível em < http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-deeventos-e-exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa>. Acessado em 17/06/2014.

87


Anexo 1 - Controle urbanístico SETOR

GABARIT

ALTURA

O

MÁXIMA1

AFASTAMENT O FRONTAL

AFASTAMEN TO LATERAL

AFASTAMEN TO FUNDOS

USOS PERMITIDOS2

MÁXIMO Eixo da Ferrovi a Parte

10m para edificações na face do lote

baixa 2 pav. acima do nível da Eixo da Ferrovi a Parte

7m para edificações no fundo do lote3

rua

3,0m da edificação existente para edificações no fundo do lote4

7m

alta

Eixo boa Espera

Sem afastamento frontal

nça

Jardim Público

1,50m no caso de haver abertura para ventilação e iluminação

3,0m na lateral em que houver varanda de edificação histórica no imóvel vizinho

15,0m da margem do Rio Muqui nos lotes que fazem limite com o Rio.

3,00 m

7m para edificações no fundo do

Comércio e serviço local, atividades culturais e recreativas e uso institucional compatíveis com o uso residencial: R. Bernardino Monteiro; R. Vieira Machado; - R. Getúlio Vargas; R. Hitler Acha Ayub. * Residencial: - todos os logradouros. Comércio e serviço local, atividades culturais e recreativas e uso institucional compatíveis com o uso residencial: R. Vieira Machado; R. Getúlio Vargas; Residencial: - todos os logradouros. Comércio e serviço local, atividades culturais e recreativas e uso institucional compatíveis com o uso residencial: R. João Jacinto; Residencial: - todos os logradouros. Comércio e serviço local, atividades culturais e recreativas e uso institucional compatíveis com o uso residencial: R. Vieira Machado; R. Poty Formel; R. Gercy Tamara Martins; R. Ciro Duarte. Residencial: - todos os logradouros.

8m

8m para edificações na face do lote Entre Morros

3,00m

Sem afastamento frontal para edificações na face do lote

Sem afastamento frontal

15m da margem do Rio Muqui. 3,0m

Comércio e serviço local, atividades culturais e recreativas e uso institucional compatíveis com o uso residencial: R. Cel. Pedro João; R. Francisco Siano; Residencial: - todos os logradouros.

lote

88

1 Incluindo a cobertura. 2 Desde que não acarretem fluxo demasiado de veículos/ pessoas. 3 Nos casos onde o lote permita novas construções, sendo vetado novos desmembramentos. 4 Idem.


Anexo 2 - Centro Cívico Municipal – Análise do edifício

Além do salão de festas, o andar superior conta ainda com um banheiro feminino, um palco para apresentações, camarim e uma área de cozinha que servia de apoio aos

Inaugurado em 1960, o edifício do Centro Cívico

eventos que ali aconteciam (Fig 3).

Municipal já passou por diversas modificações. O prédio adquirido possuía apenas um pavimento, onde funcionava

Em 1974, buscando aproveitar a área não construída

uma loja de tecidos e aviamentos. Segundo Rambalducci

do terreno o presidente do clube decidiu ampliar as

(2013) a planta foi traçada pelo muquiense Dr. José Brasil

instalações do edifício, construindo duas piscinas, adulto e

Siano, porém não há registros físicos do projeto original.

infantil. Posteriormente, foi construída uma área de lazer composta por saunas, vestiários, bar e uma área coberta com

A partir do projeto iniciaram-se as obras para a

mesas e bancos (Fig. 4). (RAMBALDUCCI, 2013)

construção de um segundo pavimento que abrigaria o salão

A área comercial também sofreu alterações, sendo

de festas do clube.

dividida em duas lojas com instalações como banheiros e

No andar térreo permaneceu a área comercial, sendo

depósitos para atender as necessidades dos comerciantes

construído ao lado um hall dando acesso ao pavimento

(Fig. 5 e 6).

superior. Ainda no térreo é possível observar na nova construção a instalação de um banheiro, uma área para bar,

Na área destinada anteriormente para depósito de

um depósito, que segundo relatos dos frequentadores, era

mesas e cadeiras, foi construída uma casa para o zelador

destinado a guardar cadeiras e mesas que seriam utilizadas

com quatro quartos, sala, copa, cozinha e banheiro.

no salão de festas e um campo de futebol de salão (Fig. 1 e 2).

89


90 ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


91 ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


92 ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


93 ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


94 ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


A volumetria do edifício é simples, sendo composta de apenas um bloco retangular com inserção de elementos decorativos circulares abaixo da janela e na sacada da fachada principal. Apesar de possuir alguns elementos verticais inclinados as marquises e a distribuição das aberturas marcam uma horizontalidade na construção (Fig. 7).

Fig. 7 - Linhas horizontais Fonte: Arquivo pessoal

95


Anexo 3 - Diagnóstico dos danos Fachadas Na fachada principal é possível observar as marcas das mudanças ocorridas no decorrer dos anos. Utilização de porta de vidro nas lojas e revestimento de granito nas paredes do térreo é uma delas. O acréscimo de uma marquise sobre o passeio fornece cobertura nas entradas das lojas. Devido à exposição às ações das intempéries a pintura também está comprometida, apresentando manchas de umidade e descascamento em boa parte da fachada (Fig. 8). Na fachada noroeste observa-se alto índice de degradação, como partes faltantes na alvenaria e passagem irregular de canos pela parede.

96


Fachada Sudeste Fachada Sudoeste

Fachada Noroeste

Fachada Nordeste Fig. 8 – Danos nas fachadas

97


Interior – térreo Hall

98


Circulação Piso: Ladrilho cerâmico vermelho hexagonal. Apresenta sinais de desgaste e manchas de umidade. Nos degraus das escadas o mármore branco não apresenta patologias. Paredes: Revestimento em madeira a 1,70 m do piso. Apresenta em algumas partes apodrecimento por umidade e por insetos xilófagos. No restante a pintura branca sobre emboço fino encontra-se em bom estado de preservação. Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados Esquadrias:

básculas

com

perfil

metálico

e

vidro,

apresentam pinturas descascadas em alguns pontos. Portas de madeira com vidro em bom estado de conservação.

99


Piso: Ladrilho hexagonal cerâmico amarelo. Apresenta apodrecimento por umidade e sinais de desgaste pelo uso. Paredes: revestimento em azulejo hidráulico branco a 1,45 m do

piso.

Apresenta

fissuras

em

alguns

pontos

e

apodrecimento por umidade. No restante da parede a pintura em tinta branca encontra-se em bom estado de conservação. Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados. Esquadrias: básculas com perfil metálico e vidro, apresentam pinturas escascadas em alguns pontos. Portas de madeira com vidro em bom estado de conservação.

100


Banheiro

101


Piso: Revestimento cerâmico novo.

Loja 1

Paredes: Revestimento cerâmico novo a 1,45 m do piso. No restante da parede a pintura em tinta branca encontra-se em bom estado de conservação. Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados. Esquadrias: básculas com perfil metálico e vidro, apresentam pinturas escascadas em alguns pontos. Portas de madeira em bom estado de conservação.

Piso: Revestimento cerâmico. Apresenta desgaste devido ao uso, trincas e fissuras. Paredes: Pintura branca sobre emboço fino. Observa-se em alguns pontos o apodrecimento por umidade, eflorescências, descolamento da tinta e mofo.

102


Teto: Rebaixamento de PVC. Apresenta instabilidade em alguns pontos. Esquadrias: Porta de entrada com perfil metálico e vidro, de correr, duas bandeiras. Portas de madeira para áreas internas com aplicação de verniz em bom estado de conservação.

103


Loja 2

104


Piso:

Revestimento

cerâmico.

Apresenta

Área externa

instabilidade,

trincas, fissuras e ausência de peças. Paredes: Pintura sobre emboço fino. Observa-se em alguns pontos

o

apodrecimento

por

umidade,

eflorescências,

descolamento da tinta e mofo. Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados. Esquadrias: portas metálicas com vidro e pintura cinza. Apresenta desbotamento de pintura e ferrugem em alguns pontos.

105


Piso: Piso de cimento. Apresenta instabilidade, trincas, fissuras e alguns pontos a ausência total deles. Paredes: Pintura sobre emboço fino. Observa-se em vários pontos

o

apodrecimento

por

umidade,

eflorescências,

descolamento da tinta e mofo. Teto: laje com tijolos aparentes. Em alguns pontos observase a ausência de peças e apodrecimento por umidade. Esquadrias:

portas

em

madeira

com

pintura

azul.

Apresentam-se em estado de degradação, apodrecimento por umidade e em alguns pontos a pintura está descascada.

106


Salão

Piso: Piso de madeira. Encontra-se em bom estado de conservação, não apresentando patologias, apenas falta de brilho devido ao uso. Paredes: Revestimento em madeira a 1,60 m do piso, em bom estado de conservação. No restante a pintura branca sobre

emboço

fino

encontra-se

em

bom

estado

preservação e a parede não apresenta trincas ou fissuras.

107

de


Piso: Revestimento cerâmico novo.

Teto: Pintura com brilho na cor bege. Sancas lateral e central com iluminação embutida bem preservada. Instalações de

Paredes: Pintura sobre emboço fino. Observa-se em alguns

ventiladores de teto com bom funcionamento. Pontos de

pontos

iluminação conservados.

o

apodrecimento

por

umidade,

eflorescências,

descolamento da tinta e mofo.

Esquadrias: Portas com madeira escura e vidro bem

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta

preservadas. Janelas em madeira com pintura branca e vidro.

fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.

A pintura em alguns pontos apresenta descascamento. A

Esquadrias: porta de madeira com vidro e envernizada. Bem

estrutura está conservada.

conservada.

Cozinha

108


Camarim Piso: Ladrilho hexagonal cerâmico amarelo. Apresenta sinais de desgaste pelo uso. Paredes: Pintura sobre emboço fino sem trincas ou fissuras. Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados. Esquadrias: Porta de madeira envernizada. Apresenta alguns arranhões e descascamento do verniz em alguns pontos. Janelas de madeira com pintura branca e vidro. Bem conservada.

109


Banheiro Feminino Piso: Ladrilho retangular cerâmico branco. Apresenta sinais de desgaste pelo uso. Paredes: Azulejo cerâmico decorado na cor bege a 1,70 m do piso. Apresenta trincas e fissuras em algumas partes. No restante Pintura sobre emboço fino sem trincas ou fissuras. Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados. Esquadrias: Porta de madeira envernizada. Apresenta alguns arranhões e descascamento do verniz em alguns pontos. Portas de madeira com pintura branca. Apresentam apodrecimento por umidade em algumas partes e presença de insetos xilófagos. Básculas com perfil metálico e vidro, apresentam pinturas descascadas em alguns pontos.

110


Anexo 4 - A proposta

comércio,

passa

a

abrigar

a

galeria

de

exposições

temporárias. Na residência, buscando voltar à originalidade do

Pensando em uma proposta que buscasse retornar o

projeto, são retiradas as paredes criando outro ambiente,

edifício ao máximo possível da sua concepção original,

unindo a antiga circulação e área de bar à antiga residência,

busca-se fazer as devidas alterações de forma com que o

onde abrigará as exposições permanentes. A entrada

patrimônio seja preservado tendo um melhor aproveitamento

continua sendo utilizada para fazer o acesso a parte externa.

do ambiente.

As esquadrias foram alongadas para proporcionar melhor

Na fachada é proposta a retirada da marquise

iluminação e ventilação natural ao ambiente.

acrescida posterior ao projeto, que faz a cobertura sobre o

Para se cumprir a legislação de acessibilidade (NBR

passeio, visto que já existe uma marquise superior a esta que

9050) utiliza-se de plataforma elevatória para fazer o acesso

cumpre a função de proteger as entradas. A volumetria do

de uma área de exposições para a outra, um elevador dando

edifício não será alterada.

acesso ao pavimento superior e uma rampa aos fundos da

No térreo, foram mantidas as entradas originais, sendo

edificação faz o acesso para a parte externa do edifício.

que uma delas, situada na área comercial, foi dividida de

Os banheiros também estão situados no térreo e serão

modo que voltasse a ser duas, como era originalmente.

adaptados nas normas de acessibilidade.

Houve a derrubada das paredes internas que separavam as lojas e seus ambientes de apoio. Desta forma, cria-se um ambiente unificado, e onde anteriormente funcionava o

111


No pavimento superior, a proposta é de fazer o mínimo

No restante do salão serão mantidas as características originas na estrutura e revestimentos.

de alterações possíveis, a fim de preservar as características do salão existente. A partir da análise das normas de combate e prevenção de incêndio, foi constatada a necessidade de criar uma saída de emergência, visto que a escada existente não atende as medidas mínimas de segurança. Para isto, foi feita uma escada externa ao edifício, com acesso através da área em que se situava a cozinha, tornando-se esta uma área de circulação. No camarim foi feito um rebaixo de parte do piso que se encontrava no nível do palco, deixando-o no nível do salão. O acesso do camarim pelo salão foi fechado, ficando somente com o acesso pelo palco. Onde se fica o banheiro feminino, foi proposto a adaptação para uma área técnica de suporte para os eventos realizados no salão, com acesso pelo palco e pelo salão.

112


113 ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


114 ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


Anexo 6 - Conceito e estudo da forma

O terreno está localizado à Avenida Vieira Machado, no centro histórico de Muqui

Buscando criar um espaço de vivencia, é retirado um volume central, criando um pátio descoberto, que servirá também como área útil do projeto

Com o objetivo de manter o alinhamento existente, respeitando os limites de gabarito do entorno construído e preservando a vivencia da cidade é erguido um único volume, aproveitando toda área livre do terreno.

O volume é composto por três blocos unidos entre si. Posteriormente, retira-se uma massa central no bloco da frente. 115

Para que se cumpra a legislação vigente é aplicado os afastamentos previstos em lei e outros destinados a viabilidade do volume

A partir dessa abertura frontal, cria-se uma ligação entre o terreno e a rua, objetivando a atração das pessoas para dentro do terreno. No local dessa abertura, também surge um pátio coberto.


A forma valoriza a utilização tanto dos espaços internos quando do espaço externo. A comunicação visual pode ser feita, facilitando a participação do publico de dentro e fora do edifício.

A criação do pátio favorece a incidência da iluminação natural nas fachadas voltadas pra ele

116

As aberturas do volume também favorecem a circulação dos ventos dominantes (SE) e da brisa do rio.


Anexo 7 – memorial Justificativo

edifício. De igual forma esta comunicação é feita do segundo pavimento através da biblioteca e da área comum de circulação.

Para a realização do projeto do Centro de Cultura e O acesso ao edifício acontece no interior do lote,

Folclore, foi feita uma análise cuidadosa da cidade e da

através da praça multiuso. O setor administrativo situa-se em

legislação pertinente ao patrimônio histórico.

um bloco separado, visando maior conforto e privacidade para O conceito utilizado foi o próprio entorno e a forma foi

trabalho.

pensada de modo que impactasse o mínimo possível nas A área de guarda de instrumentos e montagem de

características urbanísticas existentes, como os alinhamentos

figurinos ficou localizada no térreo com o objetivo de

de lote existentes e gabarito.

favorecer aos foliões e artistas que se apresentarão na praça A abertura frontal criada na forma funciona como

e anfiteatro.

elemento atrativo, que convida as pessoas para o interior do No

lote onde se encontra uma praça e um anfiteatro voltados

pavimento

superior,

ficou

situada

a

área

para apresentações culturais, desta forma elas podem

educacional, fornecendo maior tranquilidade e conforto para

participar diretamente da cultura local.

as pessoas que utilizarão dela.

No interior do projeto a comunicação visual no térreo

Como fechamento do projeto, foi utilizada a alvenaria,

pode ser feita através de grandes esquadrias de vidro

conforme indicado na legislação. Na cobertura será utilizada

voltadas para o interior do lote, dando uma maior visibilidade

telha de fibrocimento ondulada, pintada em cor que se

do que acontece na área externa para quem está dentro do

assemelhe a da telha cerâmica.

117


Anexo 8 - Programa e setorização

Circulações verticais

Setor administrativo Ambiente

Metragem quadrada

Recepção

30 m²

Banheiros adaptados – feminino e masculino

4 m²

Sala de arquivos

15 m²

Sala da direção

15 m²

Sala da coordenação

15 m²

Sala de reuniões

15 m² 118


Setor de serviços Ambiente

Metragem quadrada

Vestiário feminino

15 m²

Vestiário masculino

15 m²

Lixo

20 m²

Cozinha/copa

10 m²

DML

10 m²

Segurança

10 m²

Depósito

10 m²

Banheiros

25 m²

119


Setor cultural Subsetor - Lazer Ambiente

Recepção Área de vivência

Metragem quadrada 60 m²

70 m²

Sala de exibição

60 m²

Praça multiuso

200 m²

Arena de apresentações

100 m²

Área de exposições

300 m²

Guarda de instrumentos

20 m²

Camarim

30 m²

Atelier de criação

30 m²

Atelier de costura

30 m² 120

Sala de estar

50 m²

Figurino

25 m²


Subsetor - Comum Ambiente

Metragem quadrada

Bar/cafeteria

150 m²

Loja de souvenir

15 m²

121


Subsetor - Educação Ambiente

Metragem quadrada

Área de estudos/biblioteca

400 m²

Sala de arquivos – Arquivo público

30 m²

Sala de oficinas

90 m²

Sala multiuso

50 m²

Laboratório de imagem

50 m²

Estúdio de imagem e som

100 m²

Sala de aula

80 m²

Auditório

150 m²

122


O

ORIENTADOR: THIAGO MAIA

TE

AR

DU

ALUNA: LORENNA BORGES

O

AD NS FO

A IZ

LU

RO

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123

A

RU A RU

A RA EI VI

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RU

A RU

AV

H AC

M

RUA CEL MARCONDES


124 ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


125 ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


126 PLANTA BAIXA PAVIMENTO SUPERIOR

ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


127 CORTES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


128 FACHADAS

ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES

CENTRO DE CULTURA E FOLCLORE


129 FACHADAS

ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


130 FACHADAS

ORIENTADOR: THIAGO MAIA

ALUNA: LORENNA BORGES


Parecer do orientador

131


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