LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
CONDICIONANTES FÍSICAS Localização
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
Corpo de Bombeiros
Praça Sérgio Pacheco Av. Rondon Pacheco Av. João Naves
Parque do Sabiá
Terminal central
O terreno escolhido está localizado na cidade de Uberlândia-MG no bairro Nossa Senhora Aparecida entre as ruas Natal e Belém. O bairro em questão está situado próximo à região central do município e importantes avenidas, como a Av. João Naves e Rondon Pacheco. Devido a sua localização na malha urbana, o bairro apresenta uma grande integração com a cidade e os equipamentos públicos, sendo possível ter acesso à vários pontos importantes da cidade relacionados ao lazer, transporte, educação e serviços públicos. Em relação ao zoneamento urbano, o bairro está situado na Zona Mista cujo usos predominantes são o habitacional e comercial em uma área de grande densidade populacional.
Centershopping
UFU Educação Física
Fórum
UFU Santa Mônica
Prefeitura Municipal
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES FÍSICAS Acessos e Serviços
Vias Estruturais
Vias Arteriais
Vias de Serviços (BR452 e BR365)
Linhas T120, T121 e A112
Linha A114
T. Central e Terreno
Saúde (Hospitais e UBS)
Vias Coletoras
Vias Especiais
Bairro Nossa Senhora Aparecida
Linha I232
Linha A174
Educação (Escolas de ensino fundamental e médio)
Ponto de ônibus com abrigo
Ponto de ônibus sem abrigo
Caminho percorrido a pé
(T. Umuarama - Luizote)
(T. Santa Luzia - T. Umuarama)
(Tibery - T.Central) (E.D.UFU - T.Central)
O bairro Nossa Senhora Aparecida está situado entre duas vias estruturais que comportam um intenso tráfego de veículos na cidade (Av. Rondon Pacheco e Av. João Naves) e uma via arterial (Av. Monsenhor Eduardo) que dá acesso à outras regiões do município. Além disso, o bairro está próximo às duas rodovias que cruzam a cidade e que são responsáveis pela conexão dos municípios vizinhos com Uberlândia e pela distribuição dos produtos produzidos localmente para outras regiões do país (BR452 e BR365). O acesso ao bairro pode ocorrer por meio de automóveis ou pelo transporte coletivo, o qual possui 4 linhas que atendem à população do local. Desse modo, a abundância de horários disponíveis e a proximidade com o Centro e importantes vias torna o bairro bastante integrado à cidade. Por fim, os pontos de ônibus não oferecem conforto aos usuários, uma vez que grande parte não possui abrigo do sol ou estão mal sinalizados e mal conservados.
Agências Bancárias
Supermercados Terreno
Por ser uma zona mista, o bairro possui uma grande densidade de habitações e comércios, porém os serviços e equipamentos públicos ofertados à população local não atendem satisfatoriamente os usuários próximos ao terreno em estudo. Analisando o entorno do terreno num raio de 3 quarteirões, destacou-se a presença de apenas 1 escola, 1 supermecado e 2 agências bancárias, de modo que a unidade de saúde mais próxima está a 850m (6 quarteirões). Apesar disso, os demais estabelecimentos estão num intervalo de deslocamento de 9 a 24min a pé e de 2 a 6min de carro ou moto.
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES FÍSICAS Entorno Para a análise do entorno do terreno em estudo foi considerado uma área com raio de 300m a partir do lote, a qual serviu de base para a identificação do gabarito e do uso e ocupação do solo no bairro Nossa Senhora Aparecida. Pode-se perceber com o gabarito que grande parte dos loteamentos possuem 1 pavimento, porém, em função do seu uso, a altura desse pavimento varia de 4 a 7m, principalmente em edificações com uso comercial que possuem um pé direito duplo. Em relação ao uso e ocupação do solo, o bairro apresenta um uso majoritariamente residencial, com uma quantidade satisfatória de comércios devido à sua proximidade com o centro de Uberlândia e a presença das vias estruturais que nutrem o tráfego local. Entretanto, as áreas destinadas ao lazer da população e que também são responsáveis por movimentar culturalmente a região, como o esporte e a alimentação, são insuficientes para a densidade populacional do bairro, sendo que existe apenas um equipamento esportivo neste raio de 300m e que possui um acesso limitado por ser uma propriedade particular que exige reservas e pagamentos pelo horário de uso. Já no setor da alimentação existem poucos estabelecimentos que atendem nesse ramo, sendo que nenhum deles funcionam no período da noite, oque leva as pessoas a procurarem esse serviço em outra localidade. Por fim, o bairro não possui muitos lotes vagos e pouquíssimas áreas verdes, o que caracteriza a grande densidade construtiva desse entorno com uma predominância dos cheios sobre os vazios. Isso confirma a deficiência da localidade em relação aos equipamentos de uso coletivo, a vegetação (praças) e atividades culturais que possam trazer mais vida noturna e relações interpessoais.
1 Pavimento
2 e 3 Pavimentos
4 e 5 Pavimentos
Residencial
Comercial
Misto - Residencial e comércio
6 e 7 Pavimentos
Lotes vagos
Áreas verdes
Serviços
Esporte
Igrejas
Institucional
Áreas verdes
Lotes vagos
Lotes de estacionamento
Alimentação
(Lanchonetes e Restaurantes)
1 Pavimento com pé direito
Uso Residencial
Áreas verdes
Vista Rua Natal com Av.Cesário Alvim
Uso Misto
Esporte
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
.
APIV
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES FÍSICAS Restrições municipais Tabela 1 - Uso e ocupação do solo
Tabela 2 - Código de obras Terreno
Índices Taxa de ocupação
até 4 pavimentos 60%
Zona Residencial 2
Área máxima por Unidade Habitacional
70m²
3,0
Pé direito
(área de maior permanência)
2,40m
(área de menor permanência)
Afastamento Frontal
até 2 pavimentos Mínimo 3m
mais de 2 pavimentos H/10 + 2,10
3,02m
Área útil mínima para cozinha
4m²
Afastamento Lateral e fundo
até 2 pavimentos H/10
mais de 2 pavimentos H/10 + 1,5
2,42m
Área útil mínima para banheiro
1,80m²
432m²
Área mínima para espaços internos descobertos
Zona de Transição
De acordo com a Lei complementar n° 525 14 de abril de 2011 que dispõe sobre o zoneamento do uso e ocupação do solo da cidade de Uberlândia, o lote se encontra na Zona Mista (ZM), onde é permitido a construção de Habitação de Interesse Social (H3) e Habitação Multifamiliar Vertical (H2v). Dessa forma, a lei define alguns parâmetros básicos referentes à ocupação do terreno por esses tipos de edificações, conforme demonstrado na tabela 1. Em relação à edificação em si, para essas tipologias sitadas acima, a lei complementar n° 524 de 08 de abril de 2011 que institui o Código Municipal de Obras de Uberlândia, define metragens mínimas e máximas referentes aos ambientes que constituem o projeto, levando em consideção condiçõs básicas de ocupação, iluminação e ventilação, conforme sitado na tabela 2.
área total: 3600m² área útil: 2160m²
2,60m
Coeficiente de Aproveitamento
Zona Mista
H2v > 4 pavimentos 40%
Metragem
Área Permeável Estacionamento
20% H3 - Mínimo 50% do n° de unidades habitacionais
25% das unidades habitacionais (2,4 x 5,0 m)
Área mínima das aberturas
* H é a medida do nível médio do meio-fio até o piso do pavimento mais alto da edificação
Afastamentos
Áreas verdes
Área útil
6m²
(área de permanência prolongada)
4m²
(área de permanência transitória)
1/6 da área do ambiente
(área de permanência prolongada)
1/8 da área do ambiente
(área de permanência transitória)
até 1,50m
Beirais
para afastamentos maiores que 2m
Área útil mínima para salas
2m de dimensão mínima
Área útil mínima para dormitórios
2m de dimensão mínima
Área de recreação infantil
2m² por unidade residencial
7m² 7m²
Dimensão mínima de 3m
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
CONDICIONANTES FÍSICAS Normas específicas NBR9077 - Corpo de Bombeiros A NBR9077 do Corpo de bombeiros classifica as saídas de emergência das edificações assim como as exigências para que a construção seja considerada como edificação com difícil propagação do fogo. Esta norma determina os seguintes critérios: - A largura mínima das saídas deve ser de 1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem de 55 cm, para as ocupações em geral; - Os acessos devem permitir o escoamento fácil de todos os ocupantes do prédio, assim como permanecer desobstruídos em todos os pavimentos e ter larguras mínimas já antes determinadas como pé-direito mínimo de 2,50 m. Além disso devem ser sinalizados e iluminados com indicação clara do sentido da saída; - A sinalização de portas de saída de emergência deve ser localizada imediatamente acima das portas, no máximo a 0,10m da verga, ou diretamente na folha da porta, centralizada a uma altura de 1,80m medida do piso acabado à base da sinalização;
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
- Paredes externas com resistência ao fogo igual ou superior à da estrutura, resistindo, pelo menos, a 2 h de fogo; - Presença de isolamento entre pavimentos, o qual é obtido por afastamentos mínimos de 1,20 m entre vergas e peitoris de aberturas situadas em pavimentos consecutivos; - Admite-se saída única nas habitações multifamiliares quando não houver mais de quatro unidades autônomas por pavimento; - Portas comum e corta-fogo devem ter no mínimo 80 cm de largura, 1 m valendo por duas unidades de saída; - Devem ser instalados alarme de incêndio, do tipo bitonal (fá-dó); - A comunicação de emergência pode ser feita utilizando o porteiro eletrônico, sistema de interfones, e outros; - Extintores de incêndio: cada pavimento deve conter no mínimo duas unidades extintoras; - Isolamento de risco: para os edifícios residenciais constituídos por duas torres, com altura máxima de 12 m e com área útil de construção até 750 m² em cada torre devem ter afastamento mínimo de 4 m, podendo haver ligação por meio de uma escada simples, com ventilação permanente (mínimo 0,50m² por pavimento) - Em qualquer edificação, os pavimentos sem saída em nível para o espaço livre exterior devem ser dotados de escadas, enclausuradas ou não, as quais devem, além da incombustibilidade, oferecer nos elementos estruturais: * Resistência ao fogo de, no mínimo, 2 h; chama; desta, não
* Ter os pisos dos degraus e patamares revestidos com materiais resistentes à propagação superficial de
* Atender a todos os pavimentos, acima e abaixo da descarga, mas terminando obrigatoriamente no piso podendo ter comunicação direta com outro lanço na mesma prumada; * Largura mínima útil de 1,2 m.
- Nos condomínios com arruamento interno devem ser previstos portões e vias de acesso para viaturas do Corpo de Bombeiros, exceto em edificações que possuem sistema de hidrantes (instalado a no máximo 10m da via pública); - Quando não houver sistema de hidrantes, a via de acesso deve estar a no máximo 30m da edificação.
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES FÍSICAS Normas específicas NBR9050 - Acessibilidade
Portas
Banheiros e peças sanitárias
Escadas As dimensões de piso e espelhos devem ser constantes em toda a escada, sendo que:
Rampas As inclinações previstas pela norma para configurar uma rampa como assecível estão descritas na tabela abaixo, de modo que, para inclinação entre 6,25% e 8,33%, devem ser previstas áreas de descanso nos patamares, a cada 50 m de percurso.
A NBR9050 trata sobre a acessibilidade à edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, de modo a prever que todas as áreas comuns do equipamento devem ser acessíveis e considerar as dimensões de uma cadeira de rodas (módulo de referência). Para isso adota-se as seguintes dimensões:
Área de circulação Os corredores devem ser dimensionados de acordo com o fluxo de pessoas, assegurando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos. Larguras mínimas Corredores de uso comum com extensão de até 4m
0,90m
Corredores de uso comum com extensão superior a 10m
1,20m
Corredores de uso público
1,50m
Dimensões Piso (p)
0,28 m < p < 0,32 m
Espelho (e)
0,16 m < e < 0,18 m
A largura mínima recomendável para escadas fixas em rotas acessíveis é de 1,50 m, sendo o mínimo admissível 1,20 m. Os corrimãos, guarda-corpos e barras de suporte devem ser construídos com materiais rígidos, e ser firmemente fixados às paredes de modo a oferecer condições seguras de utilização.
Inclinação admissível em cada segmento de rampa i (%)
Desníveis máximos de cada segmento de rampa
Número máximo de segmentos de rampa
5,00 (1:20)
1,5m
sem limite
5,00 (1:20) < i < 6,25 (1:16)
1,0m
sem limite
6,25 (1:16) < i < 8,33 (1:12)
0,80m
15
Além disso, a inclinação transversal não pode exceder 2% em rampas internas e 3% em rampas externas, sendo que, assim como nas áreas de circulação, a largura das rampas deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de pessoas, onde a largura livre mínima recomendável para as rampas em rotas acessíveis é de 1,50 m, sendo o mínimo admissível 1,20 m.
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
ESTUDO PRELIMINAR
.
UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES FÍSICAS Topografia ACESSIBILIDADE DAS VIAS As vias do entorno imediato do terreno estão dentro da norma de acessibilidade (NBR 9050) que previne uma inclinação longitudinal máxima de 8%, sendo que todas apresentam esse fator menor ou igual a 5%. Em contrapartida, o passeio que circunda o terreno não possui os 1,5m de faixa livre necessária pela presença de obstáculos no caminho, além da irregularidade do piso que está mal conservado e não possui sinalização tátil para deficientes visuais.
O terreno não possui grandes desníveis, apresentando maiores inclinações em suas faixas transversais, e quase nulas nas longitudinais.
CORTE 1
0
10m
0
20m 40m
20m 40m
0
10m
20m
CORTE 3 CORTE 2 - RUA BELÉM
CORTE 4 - AV. CESÁRIO ALVIM
0
0
20m 40m
20m 40m
0
10m
Corte 1
2,32m
5,1%
Corte 2
2,77m
6,1%
Corte 3
2,70m
6%
Corte 4
1,01m
1,3%
Corte 5
0,07m
0,09%
CORTE 4 - Perfil transversal inferior
CORTE 3 - AV. FLORIANO PEIXOTO
0
Inclinação
20m
CORTE 2 CORTE 1 - RUA NATAL
Desnível
0
10m
20m
CORTE 5 - Perfil transversal superior
20m
0
10m
20m
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES FÍSICAS Insolação e ventilação
Nordeste 22/12 21/03 23/09 22/06
Noroeste
Sudeste
Sudoeste
05:30 as 11:15 12:15 as 18:30 05:30 as 12:15 11:15 as 18:30 06h as 13h
11:15 as 18h
06:30 as 15:30 10h as 17:30
06h as 11:15
14h as 18h
06:30 as 10h 15:30 as 17:30
As fachadas mais problemáticas do terreno são a Noroeste e Sudoeste que recebem uma insolação direta na parte da tarde durante todo o ano, oque provocaria um aquecimento no interior da edificação e, consequentemente, um desconforto térmico nos usuários visto que Uberlândia possui uma temperatura anual média de 23°C, a qual aumenta em determinadas épocas do ano e de acordo com a região da cidade. Sendo assim, fatores presentes no bairro Nossa Senhora Aparecida como a falta de vegetação, grande densidade de construções e áreas com solo impermeabilizado, assim como o intenso tráfego de veículos contribuem para o aumento da temperatura e da sensação térmica dos habitantes locais. Desse modo, é preciso adotar estratégias de sombreamento para essas fachadas que reduzam a exposição à insolação direta como brises, marquises, varandas e vegetação. As fachadas nordeste e sudeste possuem uma orientação solar melhor do que as tratadas anteriormente, uma vez que na maior parte do ano recebem insolação direta apenas na parte da manhã. Entretanto, a fachada sudeste está em um setor de via estrutural que possui uma grande avenida bastante movimentada que gera bastante ruído advindo dos automóveis, necessitando assim que seja empregado um bom tratamento acústico nas paredes externas.
Os ventos predominantes em Uberlândia são no sentido nordeste com uma velocidade anual média de aproximadamente 2m/s, e 5m/s a 100m de altura, oque impossibilita a instalação de uma fonte produtora de energia eólica. Devido ao sentido dos ventos, a fachada sudoeste forma uma região de pressão positiva e recebe a maior quantidade de ventos, ao contrário da fachada nordeste que tem uma pressão negativa e, dependendo da altura do edifício, pode gerar uma zona de turbulência. As fachadas noroeste e sudoeste não favorecem a entrada da ventilação, podendo servir como saída do ar na ventilação cruzada.
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES ECONÔMICAS E MATERIAIS Materialidade e Custos Gerais O tipo de estrutura escolhido para a execução do projeto de habitação social é o steel frame devido às vantagens que ele oferece em relação ao sistema construtivo convencional de alvenaria, sendo elas a alta durabilidade, baixa manutenção, leveza, construção mais rápida, baixo volume de resíduos oriundos do processo construtivo, alta precisão, dentre outros. A estrutura de steel frame requer a execução de uma fundação mais simples que pode ser do tipo radier ou, em terrenos mais acidentados, a sapata.
Vedação externa O steel frame pode receber vários tipos de vedações tanto externas quanto internas, dependendo do fator ecônomico e térmico do projeto. As opções mais comuns são a placa cimentícia e o OSB, em que o último é um material derivado da madeira que apresenta uma alta resistência mecânica. Dentre esses dois, optou-se pelo uso da placa cimentícia em virtude do baixo custo de manutenção, bom desempenho térmico e acústico, resistência à umidade, impactos e fogo, maior durabilidade e flexibilidade. Esse tipo de vedação é composta por duas placas instaladas externa e internamente com um material isolante entre elas, como a lã de vidro, lã de rocha ou EPS.
Vedação interna Existem algumas opções para a vedação interna de uma estrutura em Light Steel Framing, sendo as mais conhecidas de gesso acartonado e OSB. Ainda assim, para situações onde a fachada recebe bastante insolação direta e, com isso, causa uma grande transmitância térmica na edificação, pode-se adotar junto à placa de OSB um revestimento de alto desempenho térmico e acústico denominado EIFS. Apesar do gesso acartonado ser o tipo de vedação mais empregado devido a sua trabalhabilidade, resistência ao fogo, isolamento térmico-acústico, e a versatilidade, a vedação escolhida para esse projeto é a de OSB devido à sua resistência à cargas diferenciadas como armários e bancadas, oque facilitaria a alteração dos espaços internos de acordo com as necessidades do proprietário.
Custos Gerais O Steel Frame foi escolhido para esse projeto devido às suas vantagens de durabilidade e tempo de construção, uma vez que as peças são padrozinadas e pré-fabricadas. Porém, o custo dessa tipologia é bem mais elevado em relação à alvenaria convencional. Segundo o site da 360construtora, o m² de steel frame, incluindo acabamento , é em torno R$1900,00. Já a de alvenaria, de acordo com a tabela do mês de maio elaborada pela SINDUSCON-MG, para o tipo de Prédio Popular Padrão Baixo com 4 pavimentos (PP4-B) é de R$1226,57. Steel Frame R$1900/m²
Alvenaria R$1226,57/m²
Proposta 1 4265m²
R$8.103.500,00
R$5.231.321,05
Proposta 2 4489m²
R$8.529.100,00
R$5.506.072,73
Apartamento 1 54m²
R$102.600,00
R$66.234,78
Apartamento 2 56m²
R$106.400,00
R$68.687,92
Apartamento 3 60m²
R$114.000,00
R$73.594,20
Apartamento 4 63m²
R$119.700,00
R$77.273,91
Apartamento 5 70m²
R$133.000,00
R$85.859,90
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES SOCIOCULTURAIS Público alvo e Perfil do entorno Público alvo Programa Minha Casa Minha Vida Quando foi criado, em 2009, o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) tinha como objetivo principal diminuir o déficit habitacional, especialmente para as famílias de baixa renda, a partir da aquisição de imóveis e da requalificação dos já existentes, além de ter sido apontado como instrumento para abrandar os efeitos, no País, da crise econômica mundial do fim daquela década. Dividido em faixa 1; 1,5; 2 e 3, o programa atende diferentes perfis familiares de acordo com a renda característica. Para o projeto da habitação de interesse social em questão, o público alvo se encaixa na Faixa 2, com subsídio de até R$ 27.500,00 e renda de R$ 2.351 a R$ 3.600, e terá abrangência local imediata com influência em todo o município visto que o conjunto habitacional poderá abrigar famílias de outras regiões da cidade.
Perfil Sociocultural do entorno Bairro Nossa Senhora Aparecida O bairro Nossa Senhora Aparecida localizado no setor Central da cidade de Uberlândia corresponde ao terceiro bairro mais populoso do setor, abrangendo 13,5% do número total de pessoas residentes na região central e 1,44% da população total do município de Uberlândia. Sua área total de 1,71 Km² compreende a 12,6% da área total de 13,6 Km² do setor Central. Com o número total de 11.390 habitantes a densidade populacional é de 6,7 hab/m2.
Faixa Etária (anos)
N° de pessoas
0-9
877
10 - 19
1.516
20 - 29
2.187
30 -49
3.184
50 - 69
2.469
70 - 89
1.088
90 - 99
65
100 ou mais
4
TOTAL
11.390
8%
0 - 9 anos
13%
32%
10 - 19 anos
47%
50 - >100 anos
54,4%
20 - 49 anos
45,6%
Perfil familiar Com a avaliação pós ocupação realizada nos Residenciais Tocantins I e II foi possível definir quais são os tipos de núcleo familiar mais encontrados, de modo que estes serão os perfis familiares que servirão de base para o desenvolvimento do projeto de Habitação Social. Família Nuclear
Pai + Mãe + Filhos
Família Monoparental Pai ou Mãe + Filhos
Pessoa só
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES SOCIOCULTURAIS Programa de atividades O programa de atividades foi desenvolvido com base na percepção adquirida durante a realização da Avaliação Pós Ocupação no Conjunto Habitacional Tocantins II, o qual atende à famílias de baixa renda e possui várias falhas tanto no âmbito do privado com as unidades habitacionais, quanto no social e comunitário, uma vez que a má qualidade ou até inexistência dos aparelhos e ambientes de uso coletivo não promoviam a interação entre os moradores, e, muitas vezes, intensificavam o conflito entre eles. Sendo assim, estabeleceu-se no esquema ao lado uma divisão das atividades de acordo com os dois espaços existentes, a unidade habitacional e o condomínio, buscando-se definir quais delas deveriam ser realizadas separadamente, e quais poderiam acontecer de forma compartilhada entre esses dois locais, a fim de evitar uma sobreposição de usos que atrapalha o cotidiano dos núcleos familiares. Dentre essas atividades compartilhadas, foi decidido como premissas importantes o estabelecimento de uma convivência entre os moradores buscando diminuir os conflitos identificados durante a pesquisa. Além disso, pensando em formas de aproveitar melhor a área dos apartamentos, e também em tornar a edificação mais ecoeficiente com a redução do consumo individual de energia e água, foi pensado a possibilidade de adotar uma lavanderia coletiva que, de acordo com a densidade populacional, poderia ser única para todo o condomínio ou dividida em algumas unidades para atender a demanda por pavimentos.
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES SOCIOCULTURAIS Programa de necessidades O esquema ao lado representa o programa de necessidades elaborado para este projeto de habitação social, resumindo todas as diretrizes que serão implantadas no desenvolvimento do projeto, fazendo uma análise que, assim como no programa de atividades, leva em consideração tanto o âmbito privado quanto o coletivo. A grande problemática notada nas unidades habitacionais refere-se à eleição de uma tipologia única para atender a núcleos familiares e quantidade de moradores diversos. Este fato não oferece uma flexibilidade referente ao uso dos espaços, de modo que os moradores não possuem liberdade para alterar o espaço conforme suas necessidades. Por isso, definiu-se como primeira diretriz a criação de mais tipologias com metragens diferentes que possam atender da melhor forma o usuário. Outra diretriz importante referese ao tratamento térmico e acústico das edificações, buscando reduzir o desconforto sonoro proveniente do tráfego intenso de automóveis, o qual pode ser amenizado por uma barreira de massa arbórea, e dos ruídos dos vizinhos que será tratato com a instalação de material isolante no interior das paredes. Quanto ao desempenho térmico da habitação, a proposta é evitar o aquecimento gerado pela insolação direta em algumas fachadas, fazendo uso de vegetação, varandas e elementos de proteção solar.
Em relação ao condomínio, definiu-se, entre outros critérios, a necessidade de construir espaços destinados ao lazer e interação dos moradores. Além disso, pensou-se em estratégias que podem atribuir ao edifício uma qualidade ecoeficiente, pensando em questões como o transporte e produção de energia alternativa, assim como o reaproveitamento de materiais descartados como a água e o resíduos sólidos.
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES CONCEITUAIS Referências projetuais De acordo com as diretrizes de projeto indicadas no programa de necessidades referentes à qualidade ecoambiental do edifício, conforto térmico e acústico, interação entre os moradores, bem como a produção de uma tipologica habitacional mais flexível, escolheu-se os seguintes projetos como referência dos partidos a serem adotados inicialmente no desenvolvimento da habitação social. 1.
8 House - BIG (Copenhague, Dinamarca)
O projeto desenvolvido pela BIG em 2010 foi escolhido como referência pela interação que os seus espaços internos proporcionam aos moradores, recriando um estilo de vida em que a convivência entre eles é favorecida. Além desse fator, a setorização interna destina a área térrea para as atividades de comércio e serviços, e os pavimentos superiores para as unidades residenciais, as quais possuem varandas ou sacadas individuais.
2.
Habitação Social - Guérin & Pedroza architectes (Bondy, França)
Essa habitação social construída em 2013 possui persianas de correr que, além de proporcionar uma dinamização das fachadas, também adequa o apartamento às condições de insolação em determinadas horas do dia. Além disso, o edificio possui um selo de construção verde pelas suas estratégias bioclimáticas que reduzem o gasto de energia anual, como o aproveitamento da luz natural pelas aberturas, ventilação cruzada, varandas para sombrear durante o verão, placas solares no telhado e uso da água da chuva para manutenção dos jardins.
3.
Conjunto Residencial Pedregulho - Reidy
(Rio de Janeiro, Brasil)
O conjunto residencial projetado em 1947 possui em uma de suas fachadas uma área de circulação ampla que assume o papel de varanda em alguns pontos devido à sua permeabilidade com o espaço externo. O uso dos blocos vazados em toda a sua extensão funciona como uma barreira para a insolação direta e também forma um efeito de luz e sombra que torna o espaço mais dinâmico e menos tedioso, uma vez que trata-se de uma circulação de grande dimensão longitudinal. Além disso, a visibilidade permitida pelos blocos cria uma relação entre o interior e exterior do edifício.
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES CONCEITUAIS Referências conceituais e Resultado APO 1. ABREU, R. e HEITOR, T.Estratégias de flexibilidade na arquitectura doméstica Holandesa. In: blog INFOHABITAR, 2007 O texto trata sobre a forma como a flexibilidade pode ser empregada nos projetos, de
Resultados da APO - Residencial Tocantins II
modo a proporcionar uma tipologia habitacional que atinja o maior número de pessoas com diferentes hábitos e rotinas. Para tornar o espaço físico mais adaptado aos moradores, o autor cita 5 estratégias de flexibilidade, sendo elas: conversão, polivalência, expansão, multifuncionalidade e diversidade. Além dessas estratégias, deve-se estabelecer uma independência entre as camadas do edifício e considerar alguns elementos arquitetônicos, como: entorno, estrutura, invólucro externo, serviços, acessos/circulação e configuração espacial. Por fim, com a análise dos Estudos de Caso, o autor conclui que os residentes avaliam positivamente essa capacidade de adaptação da moradia devido a sua vontade de imprimir naquele espaço os seus gostos pessoais. Além disso, ele julga necessário uma união entre o poder público, projetistas, promotores imobiliários e indústria da construção, uma vez que estes são peças determinantes para o estímulo ao desenvolvimento e aplicação desse conceito de flexibilidade nas construções atuais.
Frequência de alteração dos cômodos
Cozinha
Quarto
S TO AP 102 202 302 402
S TO AP 101 201 301 401 S TO AP 104 204 304 404
APTOS 101 201 301 401
APTOS 102 202 302 402
S TO AP 103 203 303 403
APTOS 103 203 303 403
APTOS 104 204 304 404
Sala Banheiro
Quarto
N
2. SILVA, V. G.; SILVA, M. G.; AGOPYAN, V. Avaliação de edifícios no Brasil: da avaliação ambiental para avaliação de sustentabilidade. Ambiente Construído, v.3, n.3, p.8-18, 2003.
Pesquisas vêm sendo feitas visando minimizar os impactos ambientais causados pela indústria da construção, a partir da definição de estratégias para estreitar uso de recursos importantes para o meio ambiente. Tais estratégias tinham objetivo de encorajar a demanda do mercado por níveis superiores de desempenho ambiental. No brasil o quadro existente torna-se claro que a agenda para a sustentabilidade deve abordar as várias dimensões da sustentabilidade. Os sistema de avaliação trabalha com esquemas voltados para o mercado e para pesquisa. No brasil a estratégia de implementação da pesquisa centra-se no programa nacional de avaliação de impactos ambientais de edifícios, coordenado pela UNICAMP, que busca formar uma rede de pesquisa pelo estado de São Paulo e gradualmente espalhada para outras regiões do país. Após estudos de análise feitos, tem-se que no caso do Brasil ainda é necessária pesquisa de base considerável e incentivo maior do governo federal. Não é possível importar um método pronto para utilizar no país, devemos necessariamente passar por um amadurecimento, não desconsiderando as experiências anteriores. Além da avaliação da sustentabilidade dos edifícios é necessário contemplar também os aspectos sociais e econômicos relacionados à produção, operação e modificação do ambiente construído.
Área Serv.
0
20m 40m
Mais alterado
Menos alterado
0
1m
2m
A Avaliação Pós Ocupação realizada no Residencial Tocantins II mostrou uma insatisfação dos moradores em relação ao condomínio e seus ambientes coletivos, uma vez que as áreas verdes demarcadas no projeto limitam-se à presença de grama nas áreas entre os blocos, não havendo árvores ou outro tipo de vegetação no local. Além disso, a única área coletiva do Residencial é a quadra aberta para toda a comunidade do bairro, oque acaba limitando o uso dos moradores, uma vez que o local está sempre ocupado. Isto aliado à inexistência de áreas destinadas à recreação infantil faz com que as crianças realizem suas atividades de lazer dentro dos apts ou nos arredores dos blocos, gerando muito barulho e incômodo aos vizinhos. Em relação aos apartamentos, o residencial possui uma tipologia única para atender vários tipos de núcleos familiares, sendo que o sistema construtivo adotado na edificação não favorece a adaptação do imóvel de acordo com o proprietário, uma vez que não é permitido a ampliação de ambientes ou demolição das paredes internas. A partir disso, definiu-se que uma diretriz importante para esse tipo de construção é atribuir ao imóvel uma maior flexibilidade na composição interna do imóvel.
LOUISLENE CANTUÁRIO . THUANY RAMOS
.
ESTUDO PRELIMINAR UFU. 2017/1
.
APIV
.
PROFESSORES: SIMONE VILLA, KAREN BORTOLI E ANDRÉ ARAÚJO
CONDICIONANTES CONCEITUAIS Partido do projeto PROPOSTA 1
PROPOSTA 2
Área construída total: 4265m²
Área construída total: 4489m²
Quantidade de tipologias: 56m², 63m² e 70m²
Quantidade de tipologias: 54m², 60m², 63m² e 70m² (duplex)
Unidades Habitacionais: 57 ( 10%
Unidades Habitacionais: 52 ( 10%
Subsolo (380m²) + Térreo (1050m²) + 1° andar (1050m²) + 2° andar (945m²) + 3° andar (840m²)
para deficientes físicos e/ou idosos - 6 unidades)
Térreo (1246m²) + 1° andar (1031m²) + 2° andar (1121m²) + 3° andar (1091m²)
para deficientes físicos e/ou idosos - 6 unidades)
16un (56m²) + 16un (63m²) + 25un (70m²)
21un (54m²) + 7un (60m²) + 16un (63m²) + 8un (70m²)
Estacionamento: 15 vagas
Estacionamento: 13 vagas
(2 vagas para deficientes físicos)
(2 vagas para deficientes físicos)
ACESSO 2 AUTOMÓVEL
ACESSO 1 PEDESTRES
ACESSO 1 AUTOMÓVEL
Áreas verdes
Área de recreação/interação
Maciço arbóreo
Bicicletário
ACESSO 2 PEDESTRES
ACESSO 3 BICICLETA
Áreas verdes
Área de recreação/interação
Estacionamento
Bicicletário
Circulação
56m² 56m²
63m²
54m²
60m²
70m² Duplex
63m²
63m² 70m² 70m²
70m²
Comércio Subsolo
Área coletiva Comércio Lavanderia