semitas

Page 1

Os Semitas na Pales-na

Carlos A. Brochado de Almeida ‐‐‐ Prof. Doutor ‐ FLUP


Fontes bíblicas A Bíblia cristã divide‐se em An-go e Novo Testamento O An-go Testamento aprupa‐se em três categorias: históricos, didác-cos e profé-cos.

1 ‐ Livros históricos 1‐1‐ Pentateuco (colecção de 5 livros atribuídos a Moisés) 1.1.1 – Génesis: origem do Mundo e do povo hebreu 1.1.2 – Êxodo: história da saída do Egipto dos hebreus 1.1.3 – Leví-co: organização do culto entre os judeus 1.1.4 – Números: história dos hebreus desde o Sinai até à entrada na Cisjordânia 1.1.5 – Deuteronómio: dedicado à lei e à sua aplicação

O Anjo sustém o braço armado de Abraão


1.2 – Josué: história da entrada dos hebreus na terra Prome-da 1.3 – Juízes: história do povo hebreu de Josué até Samuel 1.4 – Rute: livro da época dos Juízes 1.5 – Livro dos Reis: história de Israel e dos reis da casa de David. Este livro inclui ainda dois de Crónicas ou Paralipómenos 1.6 – Esdras e Nemias: história de Israel após o ca-veiro de Babilónia 1.7 – Tobias: história sobre a caridade e a esperança em Deus 1.8 – Judite: Libertadora de Betúlia 1.9 – Ester: texto que exalta a fé de quem acredita 1.10 – Livro dos Macabeus: modelos de heroísmo na fidelidade à fé e à lei

Livros do An-go Testamento

Ester perante Assuero por Veronês (1528 – 1588)


Livros do An-go Testamento • • • • • • • • •

2 – Livros Didác-cos 2.1 – Job: poema histórico que exalta a paciência humana (influência suméria) 2.2 – Livro dos Salmos: hinos religiosos na sua maioria atribuídos a David 2.3 – Provérbios; Eclesiastes; Cân-co dos Cân-cos: atribuídos a Salomão 2.4 – Sabedoria. De autor desconhecido 2.5 – Eclesiás-co: Livro de Jesus, filho de Sirac 3 – Livros Profé-cos 3.1 – Profetas maiores: Isaías, Jeremias, Baruc, Ezequiel Daniel 3.2 – Profetas menores: Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias Josué e o povo de Israel num fresco de 840


Reinos do Médio Oriente citados no An-go Testamento


• •

No conjunto bíblico há textos que são considerados com um potencial histórico diferente. Por exemplo: 1 – História documental: o Livro dos Reis e parte do de

A Bíblia como fonte histórica de Israel

Samuel. Foram feitos a par-r de documentos dos arquivos reais e do templo de Jerusalém. 2 – História épica: os primeiros capítulos do Génesis, a História de Moisés no Pentateuco, o Livro de Josué e o Livro dos Juízes. Os livros foram construídos a par-r de tradições orais de fundo histórico transmi-das de geração em geração, cantadas por rapsodos. 3 – História didác-ca: Livros do Tobias, Judite, Ester, Jonas e Daniel. Lições de moral a par-r da biografia de uma figura exemplar. 4 – História popular: parte do Livro dos Reis ,Livros dos Juízes, Josué e de Daniel. As narra-vas assentam em tradições, lendas, mas indicam factos históricos reais / (História de Sansão). 5 – História de tese: Livro das Crónicas. A história de David é narrada como exaltação de uma figura que aspira à restauração das normas anteriores. O Rei Salomão num ícone russo datado do séc. XVIII


Inves-gação arqueológica na Pales-na Cronologia da inves-gação arqueológica

Grutas de Qumran ‐ Jericó

1850 – início da inves-gação 1890 – Escola Bíblica de Jerusalém 1898 – Sociedade Alemã para o Oriente 1900 – Ins-tuto Americano para a inves-gação no Oriente 1902 – Ins-tuto Alemão Evangélico para a Arqueologia na Terra Santa 1920 – Escola Britânica de Arqueologia 1920 – Associação para a Pales-na Oriental 1921 – Associação para a exploração da Pales-na Judaica 1922 – Ins-tuto Americano para a inves-gação Oriental inaugura a nova sede 1925 – Universidade Hebraica de Jerusalém/ Filial em Jerusalém do Pon-rcio Ins-tuto Bíblico 1945 – Com a independência de Israel é criado o Departamento de An-guidades 1949 –Início da inves-gação em Qumran


Cronologia da Pales-na • • • • • • • • • • • • • •

Do Neolí-co ao Reinado de Salomão (922 aC.) 1 – Neolí-co: 8.000 a 3.500 aC. 2 – Idade do Bronze: 3.000 a 1.200 aC. 3.000 aC. ‐ Fundação de Biblo e relações com o Egipto 1.850 aC. – Abraão saiu de Ur e emigrou para Canaã 1.800 aC. – Os Esraelitas eram dirigidos por Patriarcas 1.650 aC. ‐ Os Esraelitas deslocaram‐se para o Egipto 3 – Idade do Ferro: 1.400 aC. A 1.000 aC. Cerca de 1225 aC. – Êxodo do Egipto Cerca de 1.185 aC – Conquista da Terra Prome-da Cerca de 1.000 aC. – Época dos Juízes 1.000 aC. ‐ Reinado de Saúl 1.000/961 aC. – Reinado de David 961/922 aC. – Reinado de Salomão

Rei David de Pedro Berruguete


A Pales-na “Todo o lugar que pisar a planta dos vossos pés, Eu vo‐lo darei como prome8 a Moisés. Desde o deserto e do Líbano até ao grande rio Eufrates, toda a terra dos Heteus até ao mar grande, ao ocidente, tudo vos pertencerá.” Jos, I, 3‐4

A Pales-na está situada entre o deserto da Arábia e o Mar Vermelho. ‐ Está marcada pelo Vale do Jordão, uma profunda fissura na Terra, que inclui o lago Tiberíades e o Mar Morto. ‐ O lago está 200m abaixo do nível do mar e o Mar Morto 400m mais baixo que o Mediterrâneo. ‐ A Pales-na é a principal via de ligação entre a Síria e o Vale do Nilo.


Povos primi-vos da Pales-na

A Pales-na deve o seu nome aos Filisteus, um dos “povos do mar” que se estabeleceram ao longo da costa, entre o Monte Carmel e o Egigto. Antes da chegada do grupo patriarcal semita, conduzido por Abraão, habitavam esta terra os Cananeus, uma mistura de povos autóctones neolí-cos com os migrantes semitas, que foram chegando à região. Estava circundada pelos Fenícios, Filisteus, Edomitas, Moabitas e Amonitas.


Abraão, um semita oriundo de Ur na Mesopotâmia “O Senhor disse a Abraão: Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai, e

vai para a terra que Eu de indicar....e par8ram todos para a terra de Canaã e chegaram à terra de Canaã... Os cananeus viviam, então naquela terra”. Gen. 12, 1‐7

Abraão por József Molnár

Abraão era um semita cuja família estava radicada na Mesopotâmia. Ali comungou das ideias sumérias e viveu de acordo com os seus códigos de jus-ça. ‐ Ali tomou contacto com os mitos sobre a Criação, o Dilúvio, o sofrimento humano (Job). ‐ Numa terra de agricultores, Abraão era um pastor, um nómada, que vivia numa tenda. ‐ Recusando os deuses sumérios, seu pai Taré, abandonou o território e iniciou a caminhada para a Pales-na. Parou em Harran, terra de onde sairá depois Abraão a caminho de Canaã. ‐ Estes acontecimentos situam‐se cerca de 1.850 aC.


Com Abraão vinha seu sobrinho Lot... Monte Sodoma em Israel

“Abraão fixou‐se na terra de Canaã e Lot nas cidades da planície, na qual ergueu as suas tendas até Sodoma. Ora os habitantes de Sodoma eram perversos e grande pecadores diante do Senhor” Gn. 14, 12‐13. Lot com as filhas. Pintura de Albrecht Atdorfer (1528)


Os Esraelitas sob a direcção dos Patriarcas A migração de Abraão insere‐se na grande movimentação de povos que ocorreu no Mediterrâneo Oriental no séc. XVIII aC. ‐ Foi nesta altura que surgiram os Hicsos, uma mistura de Semitas, Hurritas e Indo‐ irarianos. ‐ Foram os Hicsos que conquistaram o Egipto no séc. XVIII aC. I-nerário de Abraão e dos seus familiares e escravos é bem conhecido. Subiram o curso do rio Eufrates até à Síria, onde morreu seu pai. Entraram na pales-a pelo caminho de Damasco. ‐ Lot, na separação, ficará nas pastagens adjacentes ao curso do Rio Jordão.


Abraão, Isaac, Jacob... Os feitos militares de Abrãao e depois os de Isaac e de Jacob enquadram‐se em duas categorias: 1 – Defesa das pastagens do clã e a recuperação de rebanhos. 2 – Par-cipação em guerras importantes. Uma delas foi aquela que opôs os reis da região do Mar Morto e os da Mesopotâmia. Colaboração com os Hicsos e Cananeus. Vale do Jordão

O sacrircio de Isaac


Israelitas no Egipto José e a mulher de Pu-far. Tintoreto, Museu do Prado

Por volta de 1600 aC. os Esraelitas, conduzidos por Jacob, migraram para o Egipto. Tal movimento tem de ser enquadrado na movimentação dos Hicsos e da consequente conquista do Egipto.

“Israel estabeleceu‐se, então, no país do Egipto, ma província de Gessen” Gen. 47,27. “Depois José morreu, bem como todos os seus irmãos e toda aquela geração.Os esraelitas foram fecundos e mul8plicaram‐se; tornaram‐se tão numerosos e tão poderosos que encheram o país.” Ex. 1, 6‐7


O Êxodo Esraelita “Então o faraó deu a seguinte ordem a todo o seu povo: Lançareis ao rio todos os indivíduos do sexo masculino que nasceram aos hebreus e deixareis viver todas as raparigas..ora a filha do faraó desceu ao rio para se banhar, enquanto as suas damas passeavam pela margem. Avistou o cesto no meio do canavial e mandou buscá‐lo pela sua serva. Abriu‐o e viu a criança: era um menino a chorar. Teve pena dele e disse: é um filho de dos hebreus...e lhe deu o nome de Moisés, dizendo: porque o 8rei das águas”. Gen. 1,22 e Gen. 2,1‐10.

Moisés salvo das águas ‐ Veronês (1525‐1588)

Os factos relacionados com o nascimento de Moisés têm correspondência em Babilónia e jus-ficam o mistério que o envolveu e a missão que Iavé (Jeová) lhe -nha des-nado: reconduzir o povo de Israel para a Terra Prome-da.


O Mar Vermelho e o deserto da Arábia foram o palco do Êxodo

Todas as pessoas da família de Jacob e descendentes dele, que entraram no Egipto, além das mulheres dos filhos de Jacob, foram ao todo sessenta e seis pessoas. Gen. 46,26. De acordo com o Génesis, os judeus idos para o Egipto eram escassos, mas rapidamente cresceram em número, facto que fez crescer receios entre os egípcios. ‐Pouco se sabe da figura, não bíblica, de Moisés. ‐ O historiador Mâneton, diz que um hebreu da tribo de Levi, chamado Mesu, -vera uma esmerada educação entre os sacerdotes de Heliópolis. ‐ Quando os ewopes invadiram o Egipto, Mesu (Moisés) dis-nguiu‐se na luta e entrou em Méroe onde ficou governador, tendo então casado com uma ewope. ‐ Foi a mote de um hebreu por um egípcio que acordou Moisés para a realidade esraelita.


A travessia do Mar Vermelho A rota tradicional está representada a negro

“Moisés ordenou aos filhos de Israel que par8ssem do Mar Vermelho e se dirigissem para o deserto de Sur. Caminharam durante três dias sem encontrar água”. Ex. 15, 22 Historicamente o êxodo israelita terá acontecido no século XIII aC. ‐ Não há concordância quanto ao faraó envolvido (Amenofis II, ou Meremptah, sucessor de Ramsés II) e tão poco quanto à rota que os Judeus seguiram no retorno à Pales-na. ‐ A permanência dos Esraelitas durante 40 anos no deserto tem explicação polí-ca: o faraó não permi-ria que os seus aliados Cananeus e Hi-tas fossem desalojados pela força invasora comandada por Moisés.


O Povo de Deus, uma federação de tribos “...e o Senhor disse‐me: ...Sobe ao cume do Fasga, Olha para o ocidente e para o norte, para o sul e para o oriente, e contempla tudo com os teus olhos, mas tu não passarás o Jordão. Dá as tuas instruções a Josué, anima‐o e conforta‐o, porque será ele quem irá à frente do povo e lhe dará a possessão da terra que vais contemplar.” Dt. 3, 27‐28

Moisés de Miguel Ângelo – São Pedro ad Vincula (Roma)

No deserto do Sinai Moisés recebeu as Tábuas da Lei e Jeová estabeleceu uma aliança com os descendentes de Abraão e de Jacob. ‐A lei, entretanto estabelecida, teve como des-natárias, as tribos oriundas dos doze filhos de Jacob, debaixo da autoridade suprema de Moisés. ‐ Os Esraelitas caminharam para Canaã, mas Moisés morreu no deserto de Moab, à entrada da Terra Prome-da.


Josué conquista Jericó.... “Tomaram a cidade e votaram‐na ao anátema, passando a fio de espada tudo o que nela encontraram: homens, mulheres, crianças, velhos, inclusivamente os bois, as ovelhas e os jumentos”. Jos. 6,21.

Josué pede ao Senhor que pare o Sol.

A conquista de Canaã foi precedida do envio de exploradores (espiões) para avaliar o -po de povoações e o grau de defesa que -nham. ‐ A travessia do Jordão foi precedida de um terramoto que bloqueou as águas do rio e debilitou às já pouco consistentes muralhas de Jericó. ‐ As poderosas muralhas da Idade do Bronze quase que não exis-am e conquista deve‐se ao engenho tác-co de Josué que jogou psicologicamente com os si-ados.


À conquista da Terra de Canaã

Vitória de Josué sobre os Amelequitas por Nicolas Poussin

A Terra Prome-da estava ocupada por um conjunto de povos que falavam dialectos semitas e que eram designados por Cananeus. ‐ Eram agricultores e viviam em cidades amuralhadas. ‐ Na conquista os Esraelitas contaram com o apoio dos beduínos, que a Bíblia diz serem descendentes do sogro de Moisés. ‐ A conquista foi possível, porque os egípcios não estavam em condições de intervir e a resistência veio somente dos pequenos reis locais semita ou cananeus e, em parte, dos hi-tas que ocupavam pontos altos e bem defendidas.


De Josué à fundação do Reino

Túmulo de Josué em Kifl Hares

“Josué tratou‐os como o Senhor

lhe 8nha dito: Desjarretou os seus cavalos e incendiou os seus carros e matou o seu rei....Passaram ao fio da espada toda a alma viva desta cidade, e votaram‐na ao anátema. Nada ficou de tudo o que nela vivia, e Hasor foi incendiada”. Jos. 11,9‐11

Josué após ter repelido contra‐ ataques cananeus em Judá, as tribos esraelitas tomaram posse das montanhas, pouco habitadas, conquistou todo o maciço central e a Galileia. ‐ Josué venceu o rei de Haçor em águas de Merom onde tomou contacto com os carros de guerra, que veio a destruir após a conquista.


A divisão da Terra Prome-da pelas doze tribos

“Josué estava velho, avançado em idade e o Senhor disse‐lhe: Já estás velho, de muita idade e resta ainda muita terra por conquistar...Distribui, pois, por sortes, , esta terra em herança aos filhos de Israel, como te prescrevi”. Jos.13, 1 e 13,6

Quando Josué morreu já o território fora distribuído pelas tribos de Israel.


Cidade e fortaleza de Meguido

No tempo dos Juízes

Com a morte de Josué o governo de Israel passou para as mãos dos Juízes. A cronologia situa‐se entre os séc. XII e XI aC. Foi nesta altura que os Filisteus e outros “Povos do Mar” se instalaram nas costas de Canaã. ‐ As planícies costeiras e o Vale de Jezrael ainda eram cananeias. Aí se situavam cidades como Meguido, Taanac e Joqueneam. ‐ Neste período é de salientar a acção bélica liderada por Débora, uma profe-za que forneceu a Barac o plano de batalha que levaria à derrota da liga cananeia.


A fundação do reino. O Rei Saúl

“Queremos ser como todas as outras nações; o nosso rei administrará a jus-ça, marchará à nossa frente e combaterá por nós em todas as guerras” 1º Sam.8,20. “Não havia em Israel outro mais belo do que ele; sobressaía entre todos dos ombros para cima” 1º Sam.9,2. Saúl foi o primeiro rei judaico (1.0025‐1.006 aC). A escolha foi feita pelo profeta Samuel a pedido dos líderes das 12 tribos, que pretendiam ter um rei como todos os povos que conheciam. ‐ Saúl enfrentou militarmente os Filisteus a oeste, os Arameus a norte e os Amonitas, a nascente e conseguiu vencer nas diversas frentes. ‐ Morreu na batalha do Monte Guilboa após uma pesada derrota imposta pelos filisteus, com os eus carros de guerra. ‐ Deve‐se a Saúl a criação de um exército permanente.


David decapita Golias. Gustav Doré

David e Golias “Tu vens para mim de espada, lança e

escudo; eu, porém, vou a 8 em nome do Senhor dos exércitos, do Deus das legiões de Israel, que tu insultaste.... David também correu para a linha inimiga ao encontro do filisteu. Meteu a mão no alforge, tomou uma pedra e arremessou‐a com a funda, ferindo o filisteu na testa”. 1º Sam.17,45‐49

O duelo entre David e Golia ocorreu num cenário de guerra que foi comum entre Esraelitas e Filisteus durante o reinado do 1º rei de Israel. •Os filisteus possuíam armamento superior aos esraelitas, incluindo carros. •Os esraelitas usavam algumas armas simples, mas morwferas: as fundas.


Rei David

David de Miguel Ângelo

David representado num ícone russo A tradição judaica recorda o reinado de David como a primeira Idade de Ouro da história de Israel. ‐ David conseguiu dar unidade nacional ao conjunto de tribos, que perdurou mais de mil anos de história judia. ‐ Criou um império, que se desmoronou 80 anos depois e que se estendia do Egipto ao Eufrates.


As competências militares de David

David representado por Rembrandt

“Os homens de Judá foram ali e ungiram David como rei de Judá”....Vieram, pois, todos os anciãos de Israel ter com o rei a Hebron. David fez com eles uma aliança diante do Senhor e eles sagraram‐no rei de Israel”. 2º Sam.2,4 e 5,3. Pela Bíblia sabemos que David era um hábil combatente e que comandou tropas regulares ao serviço de Saúl. ‐ Foi um hábil guerrilheiro quando se viu acossado e perseguido... ‐ Foi um hábil comandante de mercenários, aprendendo truques e estratagemas capazes de vencerem os nómadas no seu próprio terreno. ‐ Foi eleito rei da tribo de Judá e demais afiliados após a morte de Saúl. ‐ Começou por proteger Judá das incursões dos nómadas do Négueb, instalando nas montanhas de Hebron homens do seu fiel regimento juntamente com as famílias.


Muralha Jebusita de Jerusalém do tempo de conquista de David

Muralha de Jerusalém “David apoderou‐se da fortaleza de Sião, que é a cidade de David... David estabeleceu‐se na fortaleza e deu‐lhe o nome de cidade de David. Cercou de muralhas, de Milo para dentro” 2º Sam.5,7‐9 Uma das primeiras tarefas de David como rei foi conquistar Jerusalém para fazer dela a nova capital. ‐ A sua localização era ideal porque se situava no centro do maciço montanhoso da Cisjordânia. ‐ Dispunha de fácil acesso ao mar, sendo Jafa o seu porto natural. ‐ A localização da colina era óp-ma pois estava protegida por vales nos seus quatro lados. ‐ As chuvas de inverno enchiam as cisternas e reservatórios de água para um ano. ‐ Jerusalém pertencia aos Jebuseus, os quais não -nham nenhuma afinidade com os judeus e tão pouco com os cananeus.


David: conquistas e organização Nos anos que se seguiram David do exército desencadeou uma série de campanhas

militares contra os filisteus, que ficaram muito debilitados, mas que não aceitaram a submissão a Israel. ‐ Seguiram‐se confrontos com os arameus que ocupavam os Montes Golan. O confronto final foi favorável aos esraelitas que viram uma série de povos submeterem‐ se e pagarem tributo.

O exército de David era cons-tuído somente por infantaria. •De acordo com a Bíblia, cada tribo -nha a sua especialidade: ‐os de benjamim eram arqueiros e lançavam pedras com ambas as mãos ‐ os de Judá levavam escudo e lança, tal como os de Ne}ali Os soldados eram recrutados nas tribos •Exército estava organizado em divisões de mil, subdivididas em unidades de cem e estas em cinquenta e dez. •Os quadros eram permanentes e os oficiais certamente profissionais.


A organização de Israel sob David

Torre de David

O estado esraelita deixou de ser tribal para ser plurirracial pois engloba cidades cananeias. •A an-ga aliança hebraica é subs-tuída por uma estrutura polí-ca que assenta em funcionários reais divididos pelos distritos desnhados pelo rei. •A unidade estatal assenta nos seguintes pilares: •exército permanente •capital em Jerusalém •centralização religiosa


A personalidade bíblica de David

“David consolou Betsabé, sua mulher. Procurou‐a, dormiu com ela. Ela concebeu e deu à luz um filho, ao qual pôs o nome de Salomão”. 2º de Sam, 12,24 A bíblia, refere, com certa ênfase, o “pecado”de David por cobiçado a mulher de Urias,a ter engravidado e de ter mandado Urias para a frente de batalha para nela morrer. Pela boca do profeta Natan, David soube que Jeová cas-garia com a morte o filho assim nascido, mas que após a expiação da culpa outro filho viria do seu relacionamento com Betsabé.

Betsabé de Rembrandt ‐ Museu do Louvre

Ao rei David são atribuídos alguns dos hinos patrió-cos e religiosos dos esraelitas. Na sua maioria são de autores anónimos, de Azaph e dos filhos de Coré. Os salmos podem ser laudatórios, lembrarem o sofrimento humano, deprecatórios, messiânicos.


Salomão Salomão é um dos mais importantes reis esraelitas. Conseguiu fazer prosperar um país pobre e dotá‐lo de um poderoso exército provido de carros de guerra e mandando construir fortalezas um pouco por todo o reino. ‐ As fortalezas -nham em comum o facto de se situarem em colinas escarpadas, providas de água, próximas a terrenos onde podiam manobrar carros de guerra. ‐ Outras localizavam‐se junto de importantes eixos viários por onde passava importante tráfego comercial.

O Rei Salomão num ícone russo


Organização do país sob Salomão Recons-tuição do templo de Jerusalém edificado por Salomão

Receitas fiscais eram aplicadas nas: ‐ Obras públicas ( caminhos, armazéns, estábulos ) ‐ Obras sumptuárias ( palácio real Templo de Jerusalém)

Economia: ‐ Prosperidade na agricultura e na criação de gado ‐ Colaboração com os fenícios na procura e transporte de ouro e minerais no Mar Vermelho. ‐ Plantações de bálsamo, vindo de Sabá e que se transformou num medicamento famoso e numa fonte de riqueza para o pequeno reino de Judá. Administração: ‐ Território dividido em 12 distritos ‐ Em cada distrito estão funcionários reais que garantem a normal ac-vidade civil, religiosa e militar ‐ Todos os habitantes pagam impostos ‐ Cananeus têm prestações obrigatórias de trabalho


“O rei Salomão , além da filha do faraó, amou muitas

mulheres estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidónias e hi8tas, pertencentes às nações das quais o Senhor dissera aos filhos de Israel: Não tomareis delas mulheres para vós, nem eles se casarão com as vossas, porque certamente perverterão os vossos corações, arrastando‐os para os seus deuses” Rs,11,1‐2

Relações internacionais de Israel

Salomão estabeleceu relações de amizade com governantes estrangeiros, estabelecendo tratados ou casando com princesas das respec-vas casas reais. ‐ Desposou com um das filhas do faraó Psumés II e com isso recebeu a fortaleza de Guézer, úl-mo baluarte egípcio no Sinai ‐ Estabeleceu contactos com Sabá, actual Iémen e com a sua rainha ‐ Casou com uma filha de Hierão, o rei fenício de Tiro. Salomão recebe a rainha de Sabá por Giovanni Demin


“O Rei respondeu asperamente ao povo, desprezando o conselho que os anciãos lhe 8nham dado, e falou‐lhes conforme o aconselharam os jovens dizendo: Meu pai cas8gou‐vos com um jugo muito pesado? Pois eu vos aumentarei ainda o peso! Meu pai cas8gou‐vos com açoites? Pois eu vos cas8garei com azorragues:” Rs 12,13‐14

O Rio Jordão

O cisma A divisão do reino de Israel aconteceu após a morte de Salomão. ‐ Roboão, que lhe sucedeu, tomou a-tudes demasiado hos-s para com a população que se sen-a asfixiada com os pesados impostos ‐ Por esta altura havia grandes pressões nas fronteiras: damascenas e egípcias. ‐ Em ambos os casos estavam em causa o monopólio comercial que Salomão -nha arregimentado para si. ‐ O faró Chicac, em 924 aC. desferiu um poderoso ataque contra Israel com infantaria líbia e núbia e 1.200 carros


Divisão do reino •Antes da coroação de Roboão, Jeroboão voltou a Israel e as lutas fratricidas começaram. •O resultado foi a cisão em reino de Israel e reino de Judá. •Israel ficou os territórios localizados a Norte: O reino de Judá, abarcou a parte montanhosa do Sul, ou seja os territórios das tribos de Judá e de Benjamim, mas o deserto do Négueb. A capital era a Jerusalém. •Reino de Israel par-u‐se em dois após a morte de Salomão. A a-tude de Roboão para com as tribos conduziu ao aparecimento de um opositor, Jeroboão, que foi obrigado a refugiar‐ se na corte do faraó Chicac. •Foi neste contexto que Chicac invadiu Judá, que teve de pagar um pesado tributo e logo de seguida o novo reino de Israel, atacando o an-go protegido.


Genealogia dos reis de Judá e da Samaria


Invasão de Chicac

Estruturas em Guéber do tempo de Salomão

Logo no início do cisma da monarquia unida du‐se a invasão de Chicac (925‐907 aC). ‐ O avanço egípcio pelo Négueb teve de de ter em linha de conta a fortaleza de Guéber que Salomão havia adquirido do faraó Psumés com o casamento com a sua filha. •A destruição desta fortaleza está documentada pelas escavações ali feitas pelo arqueólogo Ecion‐Guéber.


O Reino de Israel de 925 a 722 aC

Ruínas da cidade de Samaria, capital do reino de Israel


Israel nos reinados de Omeri e Acab “Não houve ninguém que pra-casse tanto mal aos olhos do Senhor como Acab, provocado por sua mulher Jezabel” 1º Rs,21,25 No reinado de Omeri (882‐870 aC ) foi renovada a aliança com Tiro e foi edificada a cidade de Samaria. ‐ Este rei manteve uma aliança com Judá o que não invalidou que exercesse domínio sob Moab e Amon. ‐ Sucedeu‐lhe Acab que casou com Jezabel, filha do rei de Tiro, uma figura nada benquista dos redactores da Bíblia, porque adorava o deus Baal e mandou perseguir os profetas de Jeová que não -veram medo de cri-car os seus desregrados comportamentos.


Samaria, capital de Israel “Depois e ter reinado seis anos em

Tirsa, comprou o monte de Samaria a Semer por dois talentos de prata. Construiu uma cidade sobre esse monte, ao qual deu o nome de Samaria, do nome de Semer, a quem pertencera o monte”1º Rs, 16,24

A Bíblia fala da construção da cidade de Samaria e que a par-r dessa altura o Reino do Norte passou a chamar‐se Reino de Samaria. ‐ Tanto sob Omeri como sob Acab (870‐851 aC) a Samaria manteve uma certa prosperidade devido à tradicional aliança com os fenícios de Tiro de onde provinham produtos das rotas comerciais e para onde iam os produtos agrícolas do interior.


Elias, o profeta an-‐ Acab (870‐851 aC.)

Profeta Elias – Museu Bizan-no, Atenas

Gruta do profeta Elias no Monte Carmelo

“Convoca, pois, na montanha do Carmelo, junto de mim, todo o Israel com os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Astarte, que comem à mesa de Jezabel” 1º Rs. 18,19.


A ameaça Assíria ‐ Salmanazar III – (858‐824 aC) Exército assírio em marcha

Em sucessivas campanhas Salmanazar III da Assíria subjugou os Arameus, chegou a Guilead e à Galileia. O exército de Salmanazar III era composto por infantaria, carros com equipagens de três homens e cavaleiros armados com lanças, dardos e arcos, barcos....

Reis submetem‐se a Salmanazar III


A batalha do Vale de Orontes pôs frente a frente, as tropas assírias de Salmanazar III em 853 aC e as da aliança sírio‐pales-niana. Num total de 52.900 infantes, Acab da Samaria ( o Israelita) contribuiu com 10 mil infantes e 2mil carros, num total de 3.940.

Arqueiros de Salmanazar III

A ameaça assíria ..a maquinaria de cerco contava com ferramentas para abrir brechas nas muralhas, escadas de assalto, aríetes móveis de quatro e seis rodas cobertos com chapas de metal ou peles. Para além dos barcos, usavam ainda jangadas e peles de animais insufladas de ar para atravessar rios. ‐ A cavalaria operava muitas das vezes com a infantaria. ‐ Os arqueiros de pé ou a cavalo eram protegidos por um camarada provido de um grande escudo.


Os moabitas contra Israel “mas o combate foi tão violento nesse da que o rei de Israel teve de ficar no seu carro, diante dos Arameus, até à tarde. E morreu ao por do sol” 2º Cr. 18,34

“Um soldado, porém, disparou o seu arco à sorte e feriu o rei de Israel, entre as juntas da armadura.” Rs,22,34.

Após a batalha de Orontes, Acab voltou‐se contra o rei de Aram, tendo para isso conseguido o apoio militar de Josafat, rei de Judá. ‐ O rei acabou por morrer na batalha, porque foi a-ngido por uma seta que penetrou profundamente no corpo, por entre as juntas da armadura. ‐ A morte do rei despoletou a vontade dos moabitas em aproveitar o momento para se libertarem do poderio israelita. ‐ A localização deste território, situado do outro lado do Mar Morto, permi-a aos esraelitas aproveitar pastagens e dominar rotas comerciais que ligavam a Pales-na, à Arábia e à Mesopotâmia. Mar Morto


“ Depois (Jorão) mandou dizer a Josafat, Rei de Judá: o rei de Moab revelou‐se contra mim. Queres vir comigo combater contra ele? Josafat respondeu: Sim, vou! Eu sou como tu, o meu povo é como o teu e a minha cavalaria é a tua. E acrescentou: Por onde subiremos? Respondeu Jorão: Pelo caminho do deserto de Edom...” 2º Rs,3,7‐9

O território moabita estendia‐se até ao Mar Morto

As campanhas contra Mecha

A morte de Acab e logo de seguida de Acazias, fez subir ao trono Jorão, cerca de 850 aC. Este novo rei de Israel (Samaria) pretendeu recolocar como súbdito submisso ao rei de Moab. Apoiado pelo rei Josafat de Judá, tratou de invadir o país dos moabitas, por um traçado que contornava, pelo sul, o Mar Morto, fugindo à densa rede de defesas que havia, a norte deste mar, caso -vesse optado pela travessia do rio Jordão.


Mecha, o rei moabita an-‐Acad

“Tomando, então, o seu filho primogénito, que deveria suceder‐lhe no trono, ofereceu‐ o em holocausto sobre a muralha”. 2º Rs, 3,27

Estela de Mecha que descreve a guerra contra os esraelitas

As movimentações de Mecha são conhecidas a par-r de uma estela que foi encontrada na an-ga Dibon em Moab. ‐ Segundo este documento epigráfico o rei Mecha efectuou uma série de incursões, tanto a norte como a sul do seu território, facto que fez despoletar a ira do rei de Israel. ‐ As forças combinadas dos dois reis juseus encurralaram rei moabita na fortaleza de Quir‐Harechét que, em desespero, sacrificou o filho primogénito sobre a muralha.


“ele disse‐me isto e isto, e acrescentou: sagro‐te rei de Israel. Levantaram‐se, então, imediatamente,, tomaram cada um seu manto, estenderam‐no aos seus pés em forma de estrado e tocaram a trombeta, gritando: Jeú é rei”. 2º Rs,9,11

O profeta Eliseu ins-ga à rebelião Profeta Eliseu aproveitou a altura em que o rei de Judá havia par-do para colaborar no ataque a Ramot de Guillead com seu primo, rei de Israel, para ins-gar uma rebelião contra o rei, pelo facto deste ter permi-do prá-cas culturais e religiosas não judias. ‐ O descontentamento pelo facto do rei de Judá ter casado com a princesa Atália filha de Acab, aumentou a contestação contra as alianças com casas reais estrangeiras, estando Tiro à cabeça. •O corolário foi a escolha de um capitão da hoste real – Jeú ‐ como novo rei de Israel, sagrado a mando de Eliseu.


A sagração de Jeú avolumou as lutas internas, facto que conduziu a uma maior intervenção de Hazael, monarca que reinava em Damasco. Um outro facto será a submissão de Jeú a Salmanazar , conforme o relata uma estela daquele monarca assírio.

Jeú Rei de Israel (842 – 814 aC)

.

Jeú, rei de Samaria, submete‐se a Salmanasar III


Sargão II deporta os habitantes da Samaria (722 aC) O reino de Israel perdeu a sua independência em 722 aC. após as campanhas de Sargão II. ‐ Este monarca assírio completou o trabalho iniciado pelo seu predecessor Salmanazar V que havia imposto um cerco de 3 anos à cidade de Samaria. ‐ A grande parte da população foi exilada para locais remotos do império assírio. ‐ Os que permaneceram no território misturaram‐se com os não israelitas para ali transplantados dando origem ao Samaritanos. ‐ Estes não são aceites pelos judeus ortodoxos. ‐ Entre 722‐628 aC Israel é província assíria. ‐ Entre 604‐539 aC é província babilónica. ‐ Em 539 aC é província persa.


Reino de Judá

O Muro das Lamentações


Genealogia dos reis de Judá e da Samaria


As for-ficações de Judá no reinado de Roboão “Roboão permaneceu, portanto, em Jerusalém. Construiu cidades for8ficads no território de Judá. For8ficou Belém, Etam, Técua, bet‐Sur, Socó, Adulam, Gat, Marecha, Zif, Adoraim, Láquis, Azeca, Sorá, Aialon e Hebron. Eram todas cidades for8ficadas, situadas em Judá e Benjamim”.2º Cr. 11,5‐10

Herodium ‐ Belém

•Foi no seu reinado que Cichac do Egipto invadiu a Pales-na. • Reboão (928‐911 aC) é o primeiro rei de Judá após a separação. •Foi, provavelmente, a invasão egípcia que despertou a necessidade de se construírem fortalezas, bem posicionadas para a defesa do reino. •Uma boa parte delas localizavam‐se na periferia da capital: Jerusalém


As principais povoações de Judá

As fortalezas estavam situadas por cima ou perto do cruzamento e caminhos que davam acesso ao planalto, permi-ndo a rápida deslocação de tropas entre fortalezas, facilitando o ataque ao inimigo pela rectaguarda. ‐ A construção de fortalezas em povoações já existentes, explica‐se pelo facto de elas já terem defesas anteriores e dos escombros das cidades anteriormente destruídas servirem como material para as novas. ‐ A presença de fontes de água era outro elemento a ter em conta.


De Roboão a Jorão

Roboão teve de enfrentar uma invasão conduzida por Chicac I do Egipto no ano de 924 aC. ‐ Seguiu‐se uma outra, agora no reinado de seu neto Asa (908‐867 aC9. Era comandada por Zera, um ewope ao serviço do Egipto. Zera foi derrotado por Asa, apesar da enormidade de forças que a Bíblia lhe atribuiu: 1 milhão de homens e 300 carros (Cr. 14,8). ‐ A Zara sucedeu Josafat que con-nuou a reconquistar os territórios localizados a sul de Judá. ‐ Estabelece uma aliança ofensiva‐defensiva com Israel.


“O profeta Isaías relatou os outros actos de Ozias, desde os primeiros aos úl8mos” 2º Crón. 26,22.

O Profeta Isaías inicia a sua pregação no reinado de Ozias (786 – 758 aC) Isaías é considerado o maior de todos os profetas judeus. Nasceu, provavelmente, em Jerusalém por volta de 760 aC. Era de família nobre, talvez aparentado com a família real e homem de elevada cultura.

Profeta Isaías

Após a morte de Jorão, que sucedera a Josafat, seguiram‐se Joás, Amacias, que que tentou reconquistar Edom e depois Ozias. ‐ Em Israel o rei era Joás que reafirmou a independência de Israel face a Damasco e Jerobão II que estabeleceu uma aliança com Ozias de Judá e restabeleceu as an-gas fronteiras salomónicas de Israel. ‐ Durante o seu reinado, Ozias restaurou as muralhas de Jerusalém, construiu for-ficações no deserto e poços para dar de beber aos seus rebanhos. ‐ O seu exército era de cerca de 307.500 homens a quem fornecia escudos, lanças, capacetes couraças, arcos e funda. ‐ Mandou construir sobre as torres de Jerusalém máquinas de guerra capazes de a-rarem grandes pedras e flechas.


Ezequias rei de Judá (724‐697 aC) •No reinado de Acaz, pai de Ezequias, que o redactor da Bíblia considera um rei indigno, porque adorava deuses estrangeiros, nomeadamente sírios, assis-u à invasão da Pales-na, por parte de Teglat‐falasar III. •Em 738 aC., após nova invasão da Síria, este rei assírio impôs um pesado tributo aos dois reinos judeus. •A Síria e a Pales-na voltaram a ser invadidas entre 734 e 732 aC por parte de Teglat‐falazar III que exilou para a Assíria 13.500 israelitas pertencentes às classes sociais mais essenciais ao esforço de guerra.


Ezequias restaurou as defesas de Jerusalém A aliança entre babilónios, egípcios e judeus conduziu a uma clara inimizade para com os assírios liderados por Senaquerib. ‐ Ciente do perigo, Ezequial começou por restaurar a muralha em ruínas, levantou torres.... Muralha de Jerusalém do tempo de Ezequias

“Por isso o Senhor esteve com ele e Ezequias era bem sucedido em todas as suas empresas. Sacudiu o jugo do rei da Assíria e livrou‐se do seu domínio. Derrotou os Filisteus até Gaza e devastou o seu território, dsde as simples torres de vigia, até às cidades for8ficadas.” 2ºRs,18, 7‐8.


Reservatório de Ezequias em Siloé

Ruínas arqueológicas em Jerusalém do tempo do rei Ezequias (724‐696 aC)

...construiu uma muralha exterior à primeira, mandou fabricar lanças e escudos em grande quan-dade. ‐Mandou armazenar trigo, vinho, azeite e mandou fazer estábulos para animais. ‐Mandou construir um túnel com mais de 500m de comprimento para conduzir a água para um reservatório situado intramuros.... Túnel construído por Ezequias


Ataque de Senaquerib a Jerusalém(701 aC) “E o Senhor enviou um anjo que exterminou todo o exército do rei da Assíria no próprio acampamento, os seus chefes e generais; o rei voltou para o seu país coberto de ignomínia. E ao entrar no templo do seu deus, os seus filhos assassinaram‐no com um golpe de espada”. 2º Cr. 33,21.

Marca do selo de Ezequias

Ao perceber que o rei assírio viria cercar Jerusalém , Ezequiel tomou medidas defensivas e outras que visavam as forças si-antes. ‐ Mandou obstruir as fontes e cursos de água para que o inimigo não se abastece neles. ‐ Ezequias chegou a propor a Senaquerib um pacto de submissão e o pagamento de um tributo. ‐ Senaquerib re-rou perante a iminência de um ataque do faraó Tiraca do Egipto


Com a conquista do Baixo Egipto por Assaradon que foi completada por Assurbanipal ao apodera‐se do Alto Egipto, o rei de Judá Manassés aceitou a suserania assíria e forneceu tropas àquele rei. ‐ Josias (628‐609 aC) explora a fraqueza do reino assírio, mas viria a morrer na batalha de Meguido contra as tropas egípcias sob o comando do faraó Nacao em 609 aC.

Fortaleza de Meguido

De Manassés a Josias


Nabucodobosor conquista Jerusalém

Por volta de 605 aC Babilónia reapareceu na cena polí-ca do Médio Oriente. ‐ Em 586 aC. Nabucodonosor lançou um ataque contra o reino de Judá e a sua capital. ‐ O rei assírio avançou pelo norte, tomando Meguido na Samaria, Afec e as fortalezas em redor de Jerusalém. ‐ Os egípcios vieram em socorro dos judeus, mas foram derrotados. ‐ Jerusalém foi si-ada e tomada. ‐ O rei Sedecias foi capturado quando fugia para as montanhas ‐ O primeiro Templo foi destruído. ‐ Grande parte da população foi exilada e levada para Babilónia. ‐ Tropas judias fugiram para o Egipto com o profeta Ezequiel.


Guerra contra Moab

Mar Morto


Açor


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.