catálogo de figurino #2020/21
PARQUE DE PRODUÇÕES APRESENTA :
UM GUARDA ROUPAS PARA O
PALHÁGICO CHOCHOU
POR SÔNIA PAIVA
catálogo de figurino #2020/21
PARQUE DE PRODUÇÕES APRESENTA :
UM GUARDA ROUPAS PARA O
catálogo de figurino #2020/21
PARQUE DE PRODUÇÕES APRESENTA :
POR SÔNIA PAIVA
catálogo de figurino #2020/21
PARQUE DE PRODUÇÕES APRESENTA :
UM GUARDA ROUPAS PARA O
POR SÔNIA PAIVA
O Parque de Produções é um centro para o trabalho colaborativo em equipe, dedicado aos objetivos de fomentar a educação, a arte e a cultura nos âmbitos locais, nacionais e internacionais. Criado por Sônia Paiva, na década de 1990, o espaço do Parque de Produções, mantido com recursos próprios, foi idealizado para abrigar o desenvolvimento de projetos e de produtos criados à partir da integração do cerrado com as ciências, as tecnologias e as artes.
A união das pesquisas e das práticas, promovem a circulação constante de pessoas de diversas áreas do conhecimento, envolvidas na produção dos projetos, que resultam numa troca permanente de saberes transdisciplinares.
O GUARDA ROUPAS DO PALHÁGICO CHOCHOU por Sônia Paiva Catálogo de figurino #01/2020
Administração: Caco Tomazolli
Coordenação: Sônia Paiva
Desenho gráfico: Sônia Paiva
Registro fotográfico: Caio Sato
Redação: Sônia Paiva
Distribuição: Parque de Produções
é multiartista com vasta experiência em distintas áreas. Se expressa por meio de linguagens multimidiáticas que vão do artesanato às tecnologias digitais, atuando profissionalmente como artista, educadora e produtora cultural, em âmbito nacional e internacional há mais de quatro décadas.
Professora Doutora em Artes Visuais e Cênicas, ministra há mais de vinte e quatro anos as disciplinas de Encenação teatral, que incluem o ensino da Cenografia, Iluminação e Figurino, na Universidade de Brasília.
http://parquedeproducoes.blogspot. com.br/
ENDEREÇO PARQUE DE PRODUÇÕES
Rod DF 001 Km 1,5
Nucleo Rural Córrego do Urubu
Ladeira da Academia / Aldeia do Urubu
chácara 07- Lago Norte/ DF CEP 71.559900
No Parque de Produções, mantém um grupo de pesquisa – a Confraria do Parque – há mais de 15 anos , um espaço dedicado ao desenvolvimento, difusão e educação das artes, para pessoas de todas as idades.
No início de janeiro de 2020 – não tínhamos ideia do risco eminente da pandemia mundial do Covid 19 – chamei Galileu Fontes, estudante da UnB que se tornou amigo e parceiro do Parque de Produções, para compartilhar comigo um processo de diagnóstico e criação de figurinos, tendo como estudo de caso a sua personagem o Palhágico Chochou, com possibilidade de extensão do projeto – fazer uma reformulação no desenho da cena1 de suas apresentações para as crianças.
Meu intuito era desenvolver um projeto-piloto de uma série, visando os canais de streaming, denominada – Redesenhando a cena do artista solo – voltada ao treinamento e orientação da re-construção da visualidade – de projetos culturais já existentes, de atores que se apresentam sozinhos.
Juntamente com Caio Sato e Caco Tomazolli montamos um estúdio para registrar o processo de criação de figurinos para o Palhágico Chochou, já que a veste que ele usava estava muito puída e desgastada, e era seu desejo repensar a visualidade de sua personagem, ele percebia que não estava adequada ao seu público alvo – crianças entre 4 e 7 anos.
1 O desenho da cena compreende toda a visualidade: figurino, maquiagem, cenografia, iluminação, bem como, suas formas de divulgação externa: design gráfico e materiais de divulgação imagéticos ou áudio-visuais
No primeiro encontro com Galileu, ele contou o desenvolvimento de seu figurino até o momento presente: como seu palhaço nasceu com uma cor marrom – de peças encontradas em um curso de palhaçaria com José Regino – e recebeu, depois, uma veste colorida doada por Nando, da Companhia Neia e Nando.
No meu entender, a roupa é uma composição sonora.
No início do século XX, Wassily Kandinsky e Paul Klee desenvolveram suas teorias sobre a sinestesia entre o som e as cores na Bauhaus. Tive experiências incríveis, ao longo dos anos de pintura, quando pude ouvir as cores que pintava. Mas, foi assistindo a um TED Talk de Neil Harbisson – que só enxergava em preto e branco, e não se conformava com esta sua condição, buscou ajuda na internet, encontrou pessoas que o ajudaram a implantar um dispositivo na caixa craniana, adaptado a um sensor programado para ler as ondas eletromagnéticas e as traduzir em impulsos no cérebro. Harbisson então, aprendeu decodificar as cores de acordo a vibração, de cada cor. Assim, podia ouvir o som das cores e representá-las. Pude, então, compreender perfeitamente a relação da vibração da onda eletromagnética com a sua referente cromática. Isto me faz sempre pensar o quanto a cor pode conduzir a narrativa, ou não, e como ela pode agir em cada situação determinada.
No caso das duas primeiras vestes do palhágico Chochou, as cores somadas à distância, na posição da platéia infantil, não produziam sons, estavam neutras. O primeiro figurino tem como base uma blusa simples, com uma calça marrom, e como pontos focais principais: a gravata, o nariz e o enfeite de cabeça.
Vemos claramente que o segundo figurino lembra um pouco a neutralidade do primeiro, pois as cores do terno quadriculado, quando somada, pelo olhar à distância, permanecem neutras com tons de cinza ou marrom quando iluminadas pelas luzes coloridas.
Pensando no público alvo de Galileu – animação de festas infantis para pequenos – o marrom ou o cinza é inadequado para seu palhágico, que quer animar festas infantis. Temos que lembrar que a visão das crianças, naturalmente está na altura do meio do corpo do palhaço. Pensando nisto, vejo a necessidade de se criar pontes para
Desta forma a minha proposta era dar mais cores+
Chochou nasceu no dia 19 de dezembro de 1997, sua mãe estranhou quando viu um bebê com uma bolinha avermelhada em seu nariz, e mais ainda quando viu que já nasceu de fraldinha, que branca com listras azuis. Após ter alta no hospital sua mãe era atrapalhada, e saiu do táxi as pressas para chegar em casa e acabou levando o Chochouzinho de cabeça para baixo, logo ali estava ele: começando a ver o mundo ao contrário. Sua primeira infância foi marcada por algumas peripécias, quando fazia xixi, as listras azuis de sua fraldinha desapareciam feito mágica, e quando o xixi secava, elas logo apareciam. Foi assim que a mágica começou a manifestar em seu corpo. Desde cedo sua oração antes de dormir era: Quando os deuses se encontraram e sorriram pela primeira vez, eles criaram a alma; O gato bebe leite, o rato come queijo, o homem solta pum, a girafa come folha e a gente é palhaço. Outra peripécia, foi que logo quando havia 5 anos de idade só comia bananas no café, almoço e jantar. Quando estava com fome ele fazia aparecer bananas, e as multiplicava. À medida que ia crescendo, o seu pé ia aumentando monstruosamente, com 10 anos ele já calçava 54, já tinha que usar sapatões, pois não havia outro que cabia seu pezinho. Cada vez mais o seu pequeno nariz de palhaço crescia e crescia, até se tornar a forma que é hoje.
Ele adorava frequentar a casa de seu avô, uma casa gigantesca onde ele tinha a liberdade de ser criança. Mas, o lugar que ele mais gostava era o quarto de seu avô, porque dentro dele havia um armário grande feito com madeira antiga que ele passava o dia olhando. Até que um dia ele sonhou que estava na casa do seu avô, e adentrava na porta de cima do armário, e assim ele entrou numa espécie de portal, que o levou para um teatro com cortinas vermelhas. Chochou entrou no mundo mágico do teatro, por onde passou muitos anos de sua vida interpretando personagens. Foi então que de repente, ele percebeu que ele tinha seu próprio encanto. Ele percebeu que o mundo precisava de sorrisos e encantamento, e teve a ideia de encontrar nele mesmo a solução desse problema. Através do riso, trazer a alegria do palhaço. E através da mágica trazer o encantamento do mágico. Ele uniu o palhaço que era ao mágico que também era, percebeu que as peripécias que com ele aconteceram na infância era apenas o encantamento se manifestando. Assim nasceu o Palhágico Chochou, da inocência da criança, ao encantamento do mundo da infância. O palhágico que parece que saiu de um livro ou desenho animado pronto para fazer as pessoas se divertirem, sorrirem e refletirem sobre elas mesmas. Chochou não sai de sua casa para sobreviver, ele sai para brincar e se divertir, ainda mais, fazer os outros se lembrarem de se divertir também. Certo dia, ele descobriu que as outras pessoas não tinham um nariz como o dele, e isso o deixava triste. Foi quando ele teve a ideia de fazer narizes como o dele, e presentear as pessoas e convidá-las a ficarem iguais a ele. Ele encontrou uma cientista, artista, poeta, musicista, escritora, professora e completamente maluca, mas que tinha o coração mais puro do mundo. Ela o ensinou como fazer narizes de palhaços como o dele, e ainda de várias cores. Quando criança, chochou ia para a escolinha e lá fez várias amizades, inclusive com uma linda menina, que era sua melhor amiga. Até que um dia ele descobriu que ela era bailarina, e ele ficou completamente apaixonado, descobriu que tinha uma quedinha pela bailarina. Ele resolveu conquistá-la, ajudá-la a vê-lo com outros olhos. Mas foi difícil, nada a impressionava. Quando chochou pensou em desistir, ele deu a ela seu coração, mas ela o ensinou que o mais importante não é o coração em si, mas as coisas que ele pode fazer. Chochou usou seu coração para fazer a bailarina sorrir, e até hoje eles vivem uma grande história de amor. Hoje em dia vive por aí jogando sua palhágica para encantar e divertir as pessoas!
... Foi então que de repente, ele percebeu que ele tinha seu próprio encanto. Ele percebeu que o mundo precisava de sorrisos e encantamento, e teve a ideia de encontrar nele mesmo a solução desse problema. Através do riso, trazer a alegria do palhaço. E através da mágica trazer o encantamento do mágico. Ele uniu o palhaço que era ao mágico que também era, percebeu que as peripécias que com ele aconteceram na infância era apenas o encantamento se manifestando.
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