Parque Linear: uma contribuição para qualidade de vida

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Luana Carolina Nascimento

Parque Linear Uma contribuição para a qualidade de vida

Trabalho Final de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Ribeião Preto - UNAERP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharela em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Prof.º M.e Jadiel Wylliam Tiago

Ribeirão Preto 2018


Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da Biblioteca Central da UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto -

Nascimento, Luana Carolina, 1992N244p Parque Linear: uma contribuição para a qualidade de vida / Luana Carolina Nascimento. – Ribeirão Preto, 2018. 133 f.: il. color. Orientador: Prof. Me. Jadiel Wylliam Tiago. Monografia (graduação) - Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP, Arquitetura e Urbanismo. Ribeirão Preto, 2018. 1. Qualidade de vida urbana. 2. Parque linear. 3. Requalificação urbana. I. Título. CDD 720


Luana Carolina Nascimento

Parque Linear: uma contribuição para a qualidade de vida Trabalho Final de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Ribeião Preto - UNAERP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharela em Arquitetura e Urbanismo.

Aprovado em ___________de ______________________de________________ BANCA EXAMINADORA


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me dar discernimento, perseverança, força e direcionamento dos meus pensamentos na realização deste trabalho. Aos meus pais, Antônio e Wailza, por sempre estar ao meu lado nessa jornada, me dando apoio e carinho. Mãe, obrigada por sempre acreditar em mim, nas horas boas e ruins, nunca vou me esquecer do esforço que você fez para que eu pudesse estar na faculdade e chegar até aqui.


Ao meu marido, Marcos Eduardo, por todo o apoio, compreensão e ajuda ao longo desses anos, pela sua disposição em ajudar sempre que precisei, mesmo com minha frequente ausência, sua parceria, paciência e incentivo foi fundamental para que eu chegasse até aqui. Ao meu irmão, Lucas, cunhada, Isabella e sobrinha Alice, que mesmo distantes, estiveram presentes, incentivando o meu trabalho e ajudando nas dúvidas do dia a dia.

Ao meu orientador, Jadiel, pelos seus conselhos, incentivo, paciência e estimulo para dar sempre o melhor de mim, por toda sua disposição em me auxiliar contribuindo grandemente em minha formação. A todos os professores meus sinceros agradecimentos, obrigado por todo auxílio dentro e fora da sala de aula, pela exigência nos trabalhos, contribuindo para me tornar uma profissional com mais conhecimento.

A todos os familiares e amigos que de alguma forma participaram deste momento, seja me auxiliando sempre que precisei ou compreendendo minhas ausências. Sem o apoio e incentivo de todos vocês eu não teria chegado aqui com o grande conhecimento que cheguei.

Muito Obrigado!


“ Os problemas nunca vão desaparecer, mesmo na mais bela existência. Problemas existem para serem resolvidos, e não para perturbar-nos.” Augusto Cury


Resumo

O presente trabalho vem trazer a percepção da interferência do meio em que vivemos com a qualidade de vida urbana. Tem por objetivo uma análise teórica sobre a aplicação de parques lineares como requalificação do espaço urbano para melhora da qualidade de vida urbana de periferias. Partindo do entendimento deste conceito realizaremos uma análise de parque lineares já implantados e como foi a sua contribuição no espaço urbano inserido, sendo em todos os casos referências projetuais em áreas ambientalmente frágeis, onde se instalam periferias das cidades. Chegando as considerações finais justificativas sobre a implantação de projetos de parques lineares como resposta supostamente mais rápida para requalificação do desenho urbano trazendo qualidade de vida urbana à periferias. Como produto final o trabalho pretende apresentar uma proposta de projeto de Parque Linear na periferia norte da cidade de Ribeirão Preto, onde foi apresentado um caso de degradação que possivelmente poderia resultar na melhora da qualidade de vida urbana da região se houvesse um projeto de qualidade e com participação da população local.

Palavras-chave: Qualidade de vida urbana, parque linear, requalificação urbana.


Lista de Figuras

Figura 1 - Os Problemas do entorno

18

Figura 2 - Traçado do Núcleo Colonial Antônio Prado sobreposto à malha urbana de Ribeirão Preto com a indicação da área de estudo neste trabalho

19

Figura 3 - Localização do projeto com demarcação da área.

20

Figura 4 - Cronograma de previsão de desenvolvimento do trabalho.

21

Figura 5 - Cachoeira artificial do Parque Municipal Dr. Luiz Carlos Raya, localizado na zona sul de Ribeirão Preto.

22

Figura 6 - Foto do Jardim Botânico de Curitiba.

26

Senhora da Piedade.

33

Figura 18 - Área do Parque Madureira antes do início das obras.

40

Figura 19 - Área do Parque Madureira após as obras concluídas.

40

Figura 20- Esquematização de relevâncias no entorno do Parque Madureira.

41

Figura 21 - Mapa geral do Parque Madureira publicado no diário oficial do Rio de Janeiro.

41

Figura 22 - Setorização Parque Madureira.

42

Figura 23 - Mapa implantação geral Parque Madureira

42 Figura 24 - Item 01 mapa, entrada principal 43 Figura 7 - Mapa de parques urbanos de Ribeirão Preto. 29 Figura 25 - Item 02 mapa, planta Posto Médico de apoio 43 Figura 8 - Foto Parque Nossa Senhora da Piedade- Figura 26 - Item 02 mapa, foto posto médico de apoio 43 BH - MG. 31 Figura 27 - Item 13mapa, foto lago com fontes 43 Figura 9 - Mapa de Implantação Geral do Parque Nossa Figura 28 - Item 05 mapa, foto praça do samba 45 Figura 10- Foto mostrando situação anterior com apontamentos.

34

Figura 11 - Visão parcial do parque.

34

Figura 12 - Vista das quedas d’água.

35

Figura 13 - Esporte, jogos e lazer.

35

Figura 15 - Pista de Skate.

35

com apontamentos

Figura 29 - Item 19 e 20 mapa, foto escada hidráulica e mirante Figura 30 - Item 08 mapa, foto jardim sensorial

45 45

Figura 31 - Item 07 mapa, projeto e planta da nave do conhecimento

46 47

Figura 32 - Item 22 mapa, foto da pista de skate Figura 14 - Visão Parcial do parque com apontamentos. Figura 33 - Item 18 mapa, foto centro de educação am35 biental 47 Figura 16 - Análise da forma e espaço do Parque Nossa Senhora da Piedade.

36

Figura 17 - Parque Madureira.

39

Figura 34 - Item 12 mapa, mesas de tênis Figura 35 - Item 04 mapa, planta dos sanitários

47 47

Figura 36 - Item 03 mapa, planta do quiosque comercial

47


Figura 37 - Item 06 mapa, planta bicicletário

47

Figura 38 - Conjunto de fotos do Parque Madureira com numeração indicativa do mapa

48

Figura 39 - Conjunto de fotos do Parque Madureira com numeração indicativa do mapa parte 02 Figura 40 - Parque fluvial Padre Renato Poblete

49 51

Figura 41 - Localização do Parque Fluvial Padre Rena-

52

to Poblete

Figura 42 - Planta de implantação geral do parque com 53

descrição

Figura 43 - Cortes do Parque Fluvial Padre Rena54

to Poblete

Figura 54 - Foto da paisagem local da escolha de aplica-

das vias

76

64

Figura 71 - Mapa de proposta cicloviários da prefei-

Figura 55 - Esquema de Localização da área de trabalho

tura municipal de Ribeirão Preto com enfoque na área

ção do projeto de projeto

66

Figura 56 - Entorno e dimensionamento da área de projeto

67

de estudos

77

Figura 72 - Mapa de pontos de transporte público dentro da área de estudos

78

Figura 57 - Vias de Macroacesso

68

Figura 73 - Foto de placa de sinalização da área

Figura 58 - Vias que formam o entorno da área

69

de estudos

Figura 59 - Mapa de figura-fundo da área de estudos

69

Figura 74 - Foto de mobiliário publico dentro da

Figura 60- Mapa de gabarito da área de estudos

71

área de estudos

Figura 61 - Mapa de tipologia de quadra da área de estudos

72

79 79

Figura 75 - Foto das placas com nomes das ruas dentro da área de estudos

79

Figura 44 - Foto da arquibancada na topogra-

Figura 62 - Foto de tipologias de fachadas da área

fia natural do Parque Fluvial Padre Renato Poble-

de estudos

72

dos

Figura 63 - Mapa de usos da área de estudos

73

Figura 77 - Mapa com a declividade dentro da área de

55

te

Figura 45 - Planta com análise do traçaco do Parque. 56

Figura 64 - Mapa de equipamentos urbanos e seu raio

Figura 46 - Foto do Parque Red Ribon

de abrangência da área de estudos

58

74

Figura 47 - Foto com apontamentos Parque Red Ribon 60

Figura 65 - Mapa de hierarquia física das vias da área

Figura 48 - Foto com apontamentos Parque Red Ri-

de estudos

60

bon

Figura 49 - Foto com apontamentos Parque Red Ri 60

bon

Figura 50 - Imagem 3D com apontamentos Parque Red Ribon

60

75

Figura 66 - Imagem ilustrativa do dimensionamento das vias

75

Figura 67 - Imagem ilustrativa do dimensionamento das vias

75

Figura 68 - Mapa de hierarquia funcional das vias de 76

Figura 51 - Planta com apontamentos Parque Red Ribon 61

acesso a área de estudos

Figura 52 - Mapa Parque Red Ribon

Figura 69 - magem ilustrativa do dimensionamento das

61

Figura 53 - Quadro Comparativo de Leituras Projetuais 62

Figura 76 - Mapa com topografia dentro da área de estu-

estudos

80 81

Figura 78 - Mapa com cursos d’água que cortam a área de estudos

82

Figura 79 - Mapa com massas de vegetação existentes dentro da área de estudos

83

Figura 80 - Esquema com trajeto da linha de alta tensão que corta a área de estudos

85

Figura 81 - Gráfico de tempo de moradores na região

86

Figura 82 - Gráfico com opinião de moradores sobre cercamento do projeto

87

76

Figura 83 - Mapa com macrozoneamento segun-

Figura 70 - magem ilustrativa do dimensionamento

do o plano diretor de Ribeirão Preto dentro da área

vias


89

Figura 100 - Foto referência e ciclovias em parques 100

Figura 84 - Mapa com síntese das análises rea-

Figura 101 - Esquema de alterações referênte a mobi-

Lista de Figuras

de estudos lizadas dentro da área de estudos

93

lidade da área de estudos

101

Figura 102 - Fluxograma do Projeto

102

Figura 103 - Plano de massas do projeto

103

Figura 86 - Esquema de leitura do parcelamento do

Figura 104 - Croqui de ideia para o projeto

104

98

Figura 105 - Croqui de ideia para o projeto

105

Figura 85 - Figura com relação formando o conceito de projeto loteamento sob vista aérea

97

Figura 87 - Foto aérea do Parque Fluvial Pa-

Figura 106 - Imagem ilustrativa de implantação ge-

dre Renato Poblete com seu traçado geométri-

ral do parque

co

98

Figura 88 - Esquema do processo criativo da forma e partido de projeto

99

109

Figura 107 - Planta implantação geral com traçado do parque

110

Figura 108 - Imagem representativa do concreto per-

Figura 89 - Imagem ilustrativa do quiosque

100

meável colorido

Figura 90 - Foto referência para chafaris

100

Figura 109 - Imagem ilustrativa do calçamento esco-

111

Figura 91 - Foto de referência para academia ao ar livre 100

lhido para o parque

Figura 92 - Foto de referência para mesa de jogos

Figura 110 - Imagem representativa do piso tátil que será

100

Figura 93 - Foto de referência para pontos de alonga-

aplicado em todo o parque

111 111

mento

100

Figura 111 - Tabela de floração das espécies de árvores

Figura 94 - Foto de referência para plagrounds

100

que foram escolhidas para o parque

Figura 95 - Foto de referência para bancos na topografia do teatro

100

Figura 96 - Imagem ilustrativa da diretriz volumétrica do centro cultural

100

112

Figura 112 - Planta de localização do plantio de árvores pelo parque

113

Figura 113 - Tabela de tipo, porte, representação e imagens das árvores a ser implantadas

113

Figura 97 - Foto de referência para vias subter-

Figura 114 - Planta implantação geral do parque

100

115

raneas em parques

Figura 98 - Foto ilustrativa de vegetação rasteira de

Figura 115 - Corte longitudinal do parque

116

folhagens coloridas

100

Figura 116 - Corte transversal com a avenida sub-

Figura 99 - Foto de referências de piscina de skate

100

terranea

116


Figura 117 - Corte transversal do parque

116

Figura 118 - Partido da diretriz das formas adotadas para o parque

117

Figura 119 - Vista volumetrica da diretriz do edifí-

Serna sentido avenida José Ferreira de Mello Nogueira

126

Figura 137 - Vista da avenida Ernesto Guevara Lã Serna sentido rodovia Alexandre Baldo

126

cio cultural do parque

117

Figura 138 - Vista do trabalho paisagistico abaixo

Figura 120 - Vista do calçadão de feiras

118

da torre de alta tensão

Figura 121 - Vista lateral do palco de shows

118

Figura 139 - Vista do playground do centro do par-

Figura 122 - Planta do pavimento térreo do palco de eventos

119

que

126 127

Figura 140 - Vista do ponto de alongamento na pon-

Figura 123 - Planta do subsolo do palco de eventos 120

ta norte do parque

Figura 124 - Corte do palco de Eventos

121

Figura 141 - Vista da acadêmia ao ar livre na pon-

Figura 125 - Vista do palco do teatro

121

ta sul do parque

Figura 126 - Vista do palco de shows

121

Figura 142 - Vista do banheiro público ao lado da

Figura 127 - Vista do quiosque do lazer

122

praça de eventos

Figura 128 - Corte do quiosque de lazer

122

Figura 143 - Planta e corte dos banheiros públicos 127

Figura 129 - Planta de cobertura do quiosque de lazer

123

Figura 130 - Planta de estrutura do quiosque de lazer

124

Figura 131 - Planta de layout do quiosque de lazer

124

127 127 127

Figura 144 - Vista da piscina de skate

128

Figura 145 - Vista do muro dos grafites

128

Figura 146 - Vista do espaço para pets dentro do parque

129

Figura 147 - Vista do chafaris

130

Figura 148 - Vista do uiosque comercial

130

Figura 132 - Vista das quadras de volei e basquete 125

Figura 149 - Vista do corredor de paisagismo das tor-

Figura 133 - Vistas das quadras poliesportivas e de tê-

res de alta tensão

130 130

nis

125

Figura 150 - Vista do espaço de jogos de mesa

Figura 134 - Vista do campo de futebol

125

Figura 151 - Vista do onto de coleta de lixo do parque 131

Figura 135 - Vista da arquibancada do campo de futebol

125

Figura 136 - Vista da avenida Ernesto Guevara Lã

Figura 152 - Vista do os caminhos dentro do parque

131

Figura 153 - Vista do acesso 01 do parque

131


Sumário

1

2

3 Análises de Referência

//////////////////////////// Fundamentação Teórica INTRODUÇÃO

//////////////////////////

///////////////////////////

1.1 Problema...................................18 1.2 Objetivo....................................18 1.2.1 Objetivo Geral..................18 1.2.2 Objetivo Específico .........18 1.3 Justificativa...............................19 1.4 Metodologia..............................20

2.1 Qualidade De Vida Urbana......24 2.2 Parque Linear Como Contribuição Para Melhora De Qualidade De Vida Urbana...................................25 2.3 Porque As Periferias................28 2.4 Ribeirão Preto E A Zona Norte....................................................28

3.1 Parque Nossa Senhora Da Piedade.......................................................32 3.2 Parque Madureira........................38 3.2.1 Setor 01...................................42 3.2.2 Setor 02...................................43 3.2.3 Setor 03...................................46 3.2.4 Setor 04...................................47 3.3 Parque Fluvial Padre Renato Poble te........................................................50 3.4 Parque Red Ribbon......................58 3.5 Considerações finais das análises......................................................63


4 Levantamento de dados

//////////////////////////// 4.1 Paisagem...................................65 4.1.1 Definição e Localização da área de Projeto................................66 4.2 Forma........................................70 4.2.1 Definição e Localização da área de ProjetoOcupação do solo figura-fundo......................................70 4.2.2 Ocupação do solo gabarito.....................................................71 4.2.3 Densidade.....................71 4.2.4 Traçado quadra e lote.71 4.2.5 Edifícios e fachadas.....72 4.3 Usos...........................................73 4.3.1 Equipamentos urbanos.73 4.4 Fluxos........................................75 4.4.1 Sistemas Viários...........71 4.4.2 Transporte, mobilidade e acessibilidade.....................77 4.4.3 Mobiliário urbano..........71 4.5 Recursos Naturais......................80 4.5.1 Relevo............................80 4.5.2 Declividade...................81 4.5.3 Bacías hidrográficas.............................................82 4.5.4 Vegetação.......................83 4.6 Infraestrutura.............................84

4.6.1 Esgoto............................84 4.6.2 Água potável..................84 4.6.3 Telecomunicações..........84 4.6.4 Resíduos Sólidos.........84 4.6.5 Águas Pluviais.........84 4.6.6 Eletrificações.................84 4.7 Persepção Dos Moradores...........86 4.8 Legislações................................88 4.8.1 Área de Estudo...............88 4.8.2 Área de Preservação Permanente........................................90 4.9 Síntese DeAnálise Local.............92

6 5 Estudo prelimiar

////////////////////////////

O Projeto

////////////////////////////

6.1 Implantação Geral...................109 6.1.1 Traçado..........................110 6.1.2 Vegetação........................112 6.2 O Parque Linear........................115 6.3 Centro Cultural.......................117 6.4 Eventos...................................118 6.4.1 Palco........................119 6.5 Lazer.......................................122 6.6 Complexo esportivo................125 6.7 A Avenida...............................126 6.8 Pequenos núcleos....................127 6.9 Piscina de skate e o muro dos grafites............................................128 6.10 Espaço Pet...........................129 6.11 Memorial descritivo...............130 6.12 Considerações Finais.............131

5.1 Condicionantes do projeto.........94 5.2 Diretrizes Gerais......................95 5.3 Diretrizes da Proposta...............96 5.4 Conceito....................................97 5.5 Partido.......................................98 5.6 Processo criativo da forma.....99 5.7 Programa de necessidades .... 100 5.8 Fluxograma............................ 102 5.9 Plano de Massas........................103 Referências Bibliográficas 5.10 Estudo preliminar..................104 /////////////////////////////// 5.10.1 Croqui esquemático .... 104 5.10.2 Memorial Justificativo. 106


1. Introdução

Um dos debates da atualidade é sobre a sustentabilidade e a melhoria da qualidade de vida, tais temas além de muito abrangentes, faz parte do processo de evolução da humanidade. Pensar na qualidade de vida é poder viver mais, ser mais saudável e feliz, para tanto o meio em que vivemos tem direta influência sobre isso, estar em um local poluído, com proliferação de pragas por causa de acumulo de entulhos, ou vegetação degradada criando escuridão, insegurança, poluição e incomodo, inibe a população de hábitos saudáveis ou ainda prejudica na saúde de moradores locais, estimulando que fiquem cada vez mais presos a sua residência, não convivendo com o urbano. A falta de equipamentos que estimulem a pratica

16

de esportes ou o lazer, torna a população cada vez mais sedentária e individualista, cria-se um ciclo danoso que se resume em trabalhar, comer e dormir, sem episódios que estimulem a felicidade, a saúde, o relaxamento e a diversão e as relações em comunidade. Sendo assim, o presente trabalho vem trazer uma discussão e posteriormente uma sugestão de projeto acerca da qualidade de vida em espaços urbanos, mostrando como é possível melhorar o desenho urbano, requalificando áreas ambientalmente frágeis, em geral nas periferias de baixa renda, implantando parques lineares a fim de contribuir para melhora da qualidade de vida urbana dessas áreas. Um grande exemplo deste tipo de projeto que


será mostrado no decorrer das análises projetuais é o Parque Nossa Senhora da Piedade que possui características de degradação muito similares com o local a ser requalificado no projeto de estudo. Dentre outras análises é possível também se levar em consideração que não se trata apenas de implantação, mas de um programa de atividades a serem desenvolvidas de contribuições da vizinhança, dando mais pertencimento ao espaço e consequentemente gerando cuidado, manutenção e menos degradação. A área de projeto escolhida para este trabalho apresenta muito das características presentes nas periferias de baixa renda que se desenvolvem próximos de córregos e terrenos ambientalmente

frágeis, que consequentemente são de baixo valor imobiliário devido as restrições de uso do espaço por parte das legislações municipais e os cuidados maiores que se deve ter com essas áreas. Sendo as periferias de grandes cidades as mais desprovidas destes tipos de projetos que promovem a qualidade de vida urbana. Por exemplo em Ribeirão Preto na Zona Sul (parte da cidade onde se desenvolveu a classe média e alta) possuímos cerca de 3 parques que atende a população implantados e consideravelmente bem cuidados, que recebem público de toda a cidade, já na Zona Norte, um aglomerado bem mais denso e populoso (composto pela classe baixa e trabalhadora), possui apenas 1 parque implantado e alguns

outros que não saem do papel por falta de investimento público. A pesquisa deste trabalho será voltada para fundamentar como é possível requalificar áreas ambientalmente frágeis, com falta de lazer e cultura, e proporcionar possivelmente uma qualidade de vida maior aos moradores vizinhos. Mostrar como a requalificação de um desenho urbano, com criação de um parque linear em uma área ambientalmente frágil, em exemplo o Córrego Campos na Zona Norte de Ribeirão Preto, pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida urbana de seu arredor de forma mais rapida e eficiente do que os instrumentos de políticas públicas de forma a enfatizar a importancia da implantação destes equipamentos.

17


Figura 1 - Os problemas do entorno

1.1 Problema Como proporcionar uma intervenção urbanística no entorno do Córrego Campos, que faz parte dos bairros Jardim Heitor Rigon, Parque dos Pinus e Jardim Maria de Lurdes Localizado na Zona Norte de Ribeirão Preto, para que melhore a mobilidade, o sistema de lazer e a preservação da APP, de modo que controle a degradação e adensamento proporcionado por ocupações irregulares existentes?

1.2 Objetivo 1.2.1 Geral

18

Fonte: Google modificado pela autora (2018)

O objetivo deste trabalho é contribuir com a discussão sobre áreas periféricas de Ribeirão Preto, Zona Norte, a respeito da falta de opções de lazer, esporte, problemas com áreas ambientalmente frágeis em estado de degradação e problemas com mobilidade, através de uma contribuição com a proposta intervenção urbanística visando a implantação de um Parque Linear, produzindo sistemas de lazer, esportes, e a ligação entre duas avenidas. Possivelmente permitindo a melhoria na qualidade de vida urbana ao espaço, como possibilidade de planejamento e gestão de

áreas degradadas, melhoria da mobilidade e opções de lazer no bairro Parque dos Pinus, Jardim Heitor Rigon e Jardim Maria de Lurdes na Zona Norte de Ribeirão Preto.

1.2.2 Específico • Realizar o levantamento histórico do bairro Parque dos Pinus, Jardim Heitor Rigon e Jardim Maria de Lurdes, mostrando o contexto histórico de sua criação na cidade de Ribeirão Preto, e os problemas relacionados à degradação da APP, ocupação irregular local e problemas com transito; • Proporcionar um estudo sobre a contribuição de intervenções urbanísticas com implantação de parques lineares que possivelmente promoveram a qualidade de vida urbana. • Proporcionar um estudo sobre a contribuição de intervenções urbanísticas com implantação de avenidas subterrâneas a parques causando menos impacto a pedestres. • Levantamento de todos os parques existente e estado de conservação dentro do município de Ribeirão Preto. • Pesquisar sobre a aplicação de parques lineares e como isso pode contribuir para a diminuição da degradação de APP; • Estudo sobre legislação entre os limites da preservação e conservação de APP; • Constituição de sistemas de lazer, cultura e mobilidade não motorizada; • Estudar possibilidades de ligação entre ave-


nidas inacabadas, para transpor o córrego de forma sustentável e eficiente; • Procurar estratégias aplicáveis de sustentabilidade; • Melhorar a mobilidade do bairro que enfrenta problemas com escoamento de veículos; • Entender sobre a aplicação de instrumentos legais necessários de planejamento e implantação de Parques Lineares; • Propor uma intervenção urbanísticas com um parque linear que venha a contribuir para todas as irregularidades levantadas de modo sustentável; • Contribuir com um projeto para o município melhorando a qualidade de vida da população local;

Figura 2 - Traçado do Núcleo Colonial Antônio Prado sobreposto à malha urbana de Ribeirão Preto com a indicação da área de estudo neste trabalho.

1.3 Justificativa O bairro em estudo é uma continuidade da expansão territorial do antigo Núcleo Colonial Antonio Prado (Figura 2) que possui problemas notórios de falta de sistemas de lazer e cultura para as crianças, o que acaba deixando elas ociosas e pode supostamente ser a causa de problemas com criminalidade e acidentes de transito, isso poderá ser melhor verificado pelos levantamentos de dados realizados in loco na área. O local trabalhado também apresenta dificuldade de acesso, há apenas 4 vias disponíveis que interligam o bairro com o restante da cidade, gerando

Fonte: Silva modificado pela autora (2018)

19


trânsito em horários de pico. Há ainda uma área entorno do Córrego Campos que está em processo de degradação com acumulo de lixo em área de APP, que acaba se tornando um problema sanitário e que incomoda os moradores de entorno imediato. Com relação a ocupação irregular presente no local, nomeada como comunidade Maria de

Lurdes, podendo ser uma das causas do aumento da insegurança e da criminalidade local, possui dois tipos de problemas, pois além da área de APP, ocupam terrenos embaixo do Linhão de energia que passa ao lado da comunidade, onde a prefeitura frequentemente tem que fazer a retirada das ocupações irregulares instaladas. Com base no que a atualidade vem cobrando de

Figura 3 - Localização do projeto com demarcação da área

projetos arquitetônicos e urbanísticos é preciso trabalhar a aplicação de uma intervenção urbana de qualidade visando a sustentabilidade tão necessária para a vida dentro dos núcleos urbanos. Em estudos de autores como Carlos Leite (2012) a teoria de cidades sustentáveis e eficientes precisam ser implantadas para que haja uma melhora na qualidade de vida das pessoas. O locar escolhido (figura 3) foi apenas um recorte que apresenta todos os problemas urbanísticos que temos enfrentado atualmente e a proposta vem como uma sugestão para possíveis destes problemas. Após os estudos sobre o assunto, é possível compreender que a implantação de um projeto de parque linear e intervenções do traçado pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida urbana destes espaços. Além de poder ser trabalhado opções de lazer e cultura numa área em que os moradores questionam quase que por unanimidade sobre a falta destes recursos.

1.4 Metodologia

20

Fonte: Google modificado pela autora (2018)

Este trabalho possui três fases a primeira se iniciou com pesquisas relativas ao histórico em âmbito nacional, depois se aprofundando no município e na sub-região norte do município, sobre o tema e os problemas encontrados, levando a compreender como esta pesquisa e proposta pode contribuir de


forma positiva com sua possível aplicação. Iniciaremos este trabalho com à busca por subsídios em livros, periódicos, leituras projetuais, citações, materiais eletrônicos, legislações municipais, estaduais e federais sobre a formação e o desenvolvimento urbano da cidade de Ribeirão Preto. E posteriormente servirá de base sobre a caracterização do local e fundamentação da implantação do projeto servindo de diretrizes a aplicação dos índices urbanísticos valendo-se dos textos do Estatuto das Cidades, da Constituição do Estado de São Paulo, do Plano Diretor de Ribeirão Preto, da Lei Orgânica do Município de Ribeirão Preto, do Código de Obras da cidade de Ribeirão Preto, Lei do Plano Viário do Município de Ribeirão Preto, Resoluções do CONAMA e legislações ambientais, durante todo o decorrer do trabalho. Na pesquisa histórica será notado a relevância sobre o Núcleo Colonial Antonio Prado, que seria o gerador, posteriormente, da região Norte de Ribeirão Preto mais precisamente dos bairros Heitor Rigon, Parque dos Pinus e Jardim Maria de Lurdes, servindo de justificativa teórica e prática para responder algumas questões sobre a falta de lazer, a degradação e a falta de mobilidade do local, que apresenta um grande potencial com vazios urbanos, que são mal utilizados, resultando em espaços utilizados para ocupação irregular de moradores sem-terra. Haverá também a necessidade de pesquisa sobre casos práticos em que a aplicação de parques lineares resultou na melhora da qualidade de vida da população, no intuito de fundamentar e referenciar a aplicação de propostas para a possível implantação de um parque linear, como aconteceu em Curitiba capital do Paraná, com seus parques lineares.

Na segunda fase o trabalho prevê realizar um levantamento em um raio de 500m justificados pela escala de influências de parques urbanos, no qual serão levantadas todas as áreas verdes, vazias, de lazer, com equipamentos urbanos e de escoamento do transito local para mostrar a mobilidade, através da apresentação de mapas, textos, tabelas e entrevistas. Serão pesquisados também a paisagem do entorno, dados culturais, econômicos e ambientais. A pesquisa prevê levantar não somente no raio de influência, mas outras opções disponíveis na cidade para a população destes itens citados acima e qual

a maneira que a população poderá usufruir destes itens levantados, mostrando como uma opção fora do raio de influência pode interferir diretamente na mobilidade urbana do local apresentado. Na terceira fase, munido de todo o material especificado serão apresentadas propostas para aplicação em projeto, que posteriormente será detalhado com plantas, cortes, elevações, croquis, maquetes físicas e eletrônicas, perspectivas 3D, munidos de memorial descritivo e justificativo, além de resultar na produção de uma apresentação e monografia.

Figura 4 - Cronograma de revisão de desenvolvimento do trabalho

Fonte: Autora ( 2018)

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2. Fundamentação Teórica

Figura 5 - Cachoeira artificial do Parque Municipal Dr. Luiz Carlos Raya, localizado na zona sul de Ribeirão Preto.

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Fonte: Rodrigues (2018)


Tendo em vista o que vamos abordar em nossa pesquisa sobre qualidade de vida urbana é preciso compreender sobre o termo, que apesar de muito abrangente, vamos tratar de uma questão relativa ao desenho urbano, mostrando suas interferências materiais e culturais na qualidade de vida dos indivíduos afetados por ele. Como descrito por Vilarta (2004), o tema qualidade de vida é um importante conceito aplicado para as mais diversas situações, em termos de condições materiais e culturais do seu ambiente, inclui em seu repertório a saúde, a educação, a moradia e o trabalho, entre outras, tendo sido enfatizada a importância da prática de atividade física, do esporte e do lazer para a melhoria da saúde e das condições adequadas ao desenvolvimento como um todo das habilidades e capacidades do ser humano.

Num segundo momento de que forma o um parque linear pode contribuir com projetos que estimulem esse desenvolvimento introduzindo a promoção da qualidade de vida urbana, conforme a modificação do desenho urbano existente, requalificando o espaço e contribuindo para melhoria na vida dos moradores de entorno. Analisaremos em seguida a situação de modo superficial e atual como a concepção do espaço urbano brasileiro foi se tornando desqualificado em periferias que predominantemente se instalam em áreas ambientalmente frágeis, mostrando porque é interessante a requalificação destas áreas, implantando-se parques lineares como alternativas mais rápidas para melhoria da qualidade de vida urbana na periferias. Pois no exemplo como a cidade de Ribeirão Preto a Zona nobre localizada a sul da cidade possui equipamentos como o parque Dr. Luiz

Carlos Raya da figura 5. Temos que considerar que na atualidade vem surgindo vários instrumentos no sentido de colaborarem para o processo de melhora do espaço urbano como por exemplo o estatuto da cidade, e as constantes cobranças em cima de planos diretores que levem em consideração respostas mais específicas aos problemas urbanos de cada cidade a fim de trata-los. Mas enquanto todos estes elementos não entram em ação de forma definitiva a fazer diferença na qualidade de vida das pessoas que moram nas periferias ou em áreas de ricos, precisamos buscar soluções mais rápidas como a implementação de parques lineares, para agir na melhora da qualidade de vida urbana e mostrar como a implantação efetiva contribui para essa melhora pode mostrar a importância de colocar na pratica projetos como estes.

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2.1 Qualidade De Vida Urbana A crescente preocupação com o tema qualidade de vida vem de um movimento dentro de áreas de ciências humanas e biológicas, que engloba relações, saúde e satisfação do ser humano como indivíduo e como sociedade, em sentido da diminuição da mortalidade ou aumento da expectativa de vida como descrito por Pereira (2012). O tema abordado é bem complexo na definição abrangente de uma conceituação definida, tratando-se de parâmetros objetivos e subjetivos, mas de modo geral utilizaremos mais as abordagens que enfatizam a interferência do meio urbano na percepção do usuário, por exemplo esgoto a céu aberto, que pode proporcionar difusão de doenças, acumulo de entulhos em terrenos que deveriam ser de proteção ambiental, causando proliferação de pragas entre outros. No conceito preconizado pela Organização Mundial da Saúde a qualidade de vida reflete a percepção dos indivíduos de que suas necessidades estão sendo satisfeitas ou, ainda, que lhes estão sendo negadas oportunidades de alcançar a felicidade e a auto realização, com independência de seu estado de saúde físico ou das condições sociais e econômicas como citado por Pereira (2012) apud OMS (1998). Para tanto o que temos direito como cidadãos, é um saneamento básico adequado, que não leve insalubridade aos moradores de certa área, e

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serviços de infraestrutura, como transporte, lazer, educação e saúde. A definição citada por Pereira(2012), nos leva a fomentar que há interferência do indivíduo na sua concepção a ser analisada, pois a cultura, o ideal de vida, a estrutura social a qual pertence vai mudar sua percepção de necessidades sendo satisfeitas, consequentemente o meio urbano em que está inserido também afeta. Como abordaremos periferias da cidade é preciso se ater em componentes de análise sob a ótica dessa área, correndo risco de negligenciar muitos fatores de outras áreas, mas é preciso focar num ponto a se definir para conseguir conceituar de forma mais objetiva, saindo um pouco da subjetividade do tema. Segundo descrito por Leite (2012) o senso comum se apropriou do termo qualidade de vida para resumir melhorias ou um padrão de bem-estar na vida das pessoas, sejam elas de ordem econômica, social ou emocional. Na construção da identidade do termo qualidade de vida se identifica em relação à saúde, à moradia, ao lazer, aos hábitos de atividade física e alimentação, mas o fato é que essa forma expressa afirma que todos esses fatores levam a uma percepção positiva de bem-estar. Neste trabalho, no entanto se destacará conceitos como a promoção do lazer, de esportes, estimulo de atividades físicas, promoção de cultura e diversão entre outros que a implantação de um parque linear pode proporcionar. A população pobre, que não consegue acessar determinados bens e serviços considerados essenciais, como água encanada, esgoto encanado, energia elétrica regular entre outros, tem uma relação debilitada da qualidade de vida de amplos seguimentos da

sociedade segundo Brasil (2014), assim é possível notar a interferência da percepção, pois como diz o ditado “ o que os olhos não veem o coração não sente”, neste caso a população que não tem acesso aos bens não sabe qualifica-los ou exigi-los. Portanto a concepção de qualidade de vida passa a ser materializada através de ganhos que traz satisfação de necessidades, tanto básicas como não básicas da população. Segundo Brasil (2014) apud Vitte (2009) também chama atenção para a importância do ambiente, entrando no tema de nosso trabalho, do desenho urbano, da dimensão espacial, território, paisagem, na constituição da qualidade de vida urbana. Para tanto conforme abordado por Szeremeta (2013) apud Milano (1984), a vegetação é responsável pela criação de ambientes esteticamente agradáveis, valorizando uma área e atuando como elemento que ameniza o estresse, a existência de espaços verdes também contribui para a diminuição de ruídos urbanos. Pensando pelo lado negativo, a falta de manutenção de espaços destinados ao lazer tornando-se grandes vazios com acumulo de entulhos e queimadas, pode levar a uma desqualificação do espaço que gera desagrado, e não traz melhora nenhuma a qualidade de vida, ou pior leva a uma má qualidade. Tudo isso mostra como a implantação de um parque e sua boa manutenção pode interferir positivamente no seu entorno, qualificando áreas antes degradadas e com problemas causados por descaso. Vilarta (2004) afirma também na concepção de qualidade de vida urbana, as práticas de lazer populares, como os jogos que pulsam nos morros estudados por ele, ou as brincadeiras de rua urbana,


que pode ser vista ainda hoje em qualquer periferia que for visitar, ou as festas rurais populares, por sinal ricas em cultura e arte, são formas de lazer que representam as práticas coletivas de convivência e símbolos de uma comunidade, onde para que a gestão pública de lazer possa atender as necessidades da população, permitindo o desenvolvimento de cidadania é preciso não só pensar na política pública, mas nas questões referentes à implementação também, com a participação das pessoas diretamente ligadas ao espaço. Portanto, não é apenas criar formas e pesquisas de modelos para aplicação geral na gestão é, também, aplicar soluções mais específicas para cada local de forma a atender a comunidade e alcançar o objetivo principal de oferecer a todos os cidadãos melhor qualidade de vida através de suprir a demanda vinda dos próprios moradores. O sistema de indicadores de qualidade de vida urbana segundo Versiani (2016) têm se desenvolvido para auxiliar o setor público, a fim de mostrar problemas e sugerir diagnósticos, influenciando na tomada de decisão de áreas prioritárias de investimento, atendimento de demandas, entre outros. Neste sentido este artigo serve de contribuição para enfatizar como projetos podem melhorar o lazer, promoção de esportes e atividades físicas, cultural, áreas verdes contemplativas e tudo que possa auxiliar no beneficiamento do desenho urbano degradado formado em periferias, além de tratar o traçado de forma a melhorar a mobilidade debilitada do local.

2.2 Parque Linear Como Contribuição Para Melhora De Qualidade De Vida Urbana Analisaremos um caso exemplificando o quadro de aumento de qualidade de vida urbana com melhoramento do desenho urbano na Capital do Estado do Paraná, localizado a sul do Brasil, Curitiba. Segundo Vilarta (2004) a cidade tem um eficiente sistema de transporte coletivo, onde a malha viária possui ruas com ciclovias utilizadas tanto para deslocamento quanto para lazer, tem preservação de áreas verdes, distribuídos em 30 parques e bosques, 800 praças, jardins e núcleos ambientais, com oferecimento de academias ao ar livre, centros esportivos, quadras poliesportivas, pistas de caminhada, entre outros, criando qualidade ao entorno, além de contribuir para o turismo local, que é chamado pela beleza como a vista no Jarim Botânico de Curitiba (figura 6). Essas opções de lazer representam qualidade de vida e principalmente o equilíbrio das relações da cidade com o seu meio ambiente. Segue um trecho em que Vilarta (2004, p12 ) descreve bem a cidade de Curitiba:

A maioria dos parques de Curitiba, chamados de parques lineares, são implantados ao longo dos rios e em fundos de vale. Funcionam como uma espécie de barreira para impedir a ocupação indevida dessas áreas. Os lagos dos parques servem para conter as enchentes e funcionam como reguladores da vazão

das águas em épocas de chuva. Mas, fundamentalmente, esses espaços têm se apresentado como uma alternativa de lazer e ponto de encontro entre os habitantes da cidade, oferecendo um atrativo para a prática da atividade física e, desta forma, contribuem para a construção de comunidades mais saudáveis. A prática de atividades físicas também é oportunizada em outros equipamentos sociais da cidade, visto possuir 7 Centros de Esporte e Lazer cobertos, que ficam nas Ruas da Cidadania, e outros 23 Centros distribuídos nos diferentes bairros da cidade, com quadras poli esportivas de uso comunitário e gratuito, com modalidades esportivas para todas as faixas etárias. Utilizam esses espaços cerca de 85.000 pessoas por mês. As 163 escolas municipais possuem quadras poli esportivas que podem ser utilizadas pela comunidade nos finais de semana.”

Todos os municípios do Brasil deveriam seguir como exemplo casos bons como este em relação ao planejamento de áreas verde e de lazer, até porque, como cita Mota (2011), o Estatuto da Cidade estabeleceu normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos bem como equilíbrio ambiental. Neste caso precisamos compreender melhores maneiras de aplicação dessas políticas públicas recentes que façam com que o estatuto seja cumpri-

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Figura 6 - Foto do Jardim Botânico de Curitiba.

Fonte: Souza (2017)

do ou fiscalizado pelos órgãos públicos para todos os cidadãos e não apenas para onde a especulação imobiliária apropria-se disso para elevar os lucros. Segundo Szeremeta (2013) os parques que apresentam condições ambientais adequadas podem contribuir na redução do sedentarismo e auxiliar na promoção da saúde e bem-estar, além de possibilitar o aumento de atividades física de pessoas

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que antes não praticavam por falta de oportunidade. Mas é preciso tomar cuidado com a simples implantação, a falta de manutenção e o descaso com o espaço pode ocasiona insatisfação dos usuários e vir a descaracterizar estas funções associadas a qualidade de vida e saúde pública com implantação de parques lineares. O fato é que precisamos tomar cuidado com o programa e integração da popula-

ção com a requalificação do desenho urbano, a fim de realmente trazer uma melhora de impacto aos moradores de entorno. Nos estudos apresentados por Szeremeta (2013) ainda é possível notar que em seus levantamentos bibliográficos sobre os benefícios à saúde mental, através da prática de atividades físicas ao ar livre e recreação, o simples fato de contemplar uma paisa-


gem bonita, naturais, áreas verdes podem reduzir a prevalência de sedentarismo e amenizar o estresse. Segundo Mota (2011) o planejamento urbano deve resultar nas conservações dos recursos naturais, ou seja, o uso de forma consciente dentro dos limites capazes de manter uso, qualidade e equilíbrio no mesmo espaço em níveis aceitáveis. Então para que tudo seja parte de uma aplicação sustentável é preciso um bom planejamento local, do qual seja avaliado o entorno de forma coerente. Planejar o urbano é entender as especificidades do espaço e compreender como melhorá-lo de forma eficiente que não gere desconforto ou que gere menor desconforto possível para população já residente. Os impactos causados pela urbanização são comprovados por dados levantados pelos estudos de Landsberg (2006), por exemplo a temperatura média da zona urbana, comparada a zonas rurais, nas quais há mais a incidência de vegetação, possui 1ºC maior, isso pode ser bem considerável em locais onde as temperaturas muito quentes ou muito frias. Esses dados estão ainda mais notórios após 2010, desde quando o mundo tem sofrido cada vez mais com aumento de calor proporcionado pelo aumento das zonas urbanizadas e o nível de produção de poluição que tem sido aprofundado, acelerado pelo uso do automóvel. A presença de vegetação em quantidades como é encontrado nos parques podem contribuir para a redução das massas de calor criado em aglomerados urbanos, com espaços livres que permitem a circulação e ao mesmo tempo um filtro natural do ar podem beneficiar o entorno imediato de habitações, isso foi citado por Szeremeta (2013) que contempla que o urbanismo contemporâneo tem necessidade de espaços verdes para que exista a possibilidade

de fugir do ruído e da poluição, de forma a regressar à natureza. Com o aumento da impermeabilização do solo em centros urbanos, o processo de erosão dos solos as margens dos cursos d’água são constantes, a enchente causa cada vez mais vítimas e isso poderia ser evitado pelo controle e preservação das APPS, que diminui as erosões devido à massa de vegetação que estabiliza o solo às margens dos córregos e criam uma distância que permite menos impactos das enchentes no entorno. De modo geral a implantação de parques em áreas ambientalmente frágeis, diminui os perigos que ocorrem na ocupação irregular dessas áreas, além de trazer consciência ambiental e afeto pelo espaço que estará lhe proporcionando atividades e paisagens que melhoram a qualidade de vida urbana. Por exemplo como citado por Mello (2017) no artigo para o site Galeria da Arquitetura, no caso do Parque Madureira do Rio de Janeiro, uma área quem antes se tratava de um linhão, com apenas uma redistribuição liberou um espaço, que possibilitou a implantação de um parque, reduzindo a criminalidade, ocupações irregulares de risco e etc, após a implementação do projeto, teve até as fachadas de residências de entorno sendo voltadas para o lado parque, devido a todas as melhoras que isso proporcionou. Outra poluição presente nas cidades é a atmosférica, proveniente da emissão de gases de automóveis e indústrias, esses gases provocam problemas de saúde, principalmente respiratórios e a poluição das águas, pois os dejetos das residências e indústrias são lançados sem tratamento nos córregos e rios, no período chuvoso ocorrem as cheias que dispersam a poluição por toda a área. Segundo descrito por Mota (2011) em suas con-

clusões, as principais alterações provocadas pelas atividades humanas são: • Desmatamento; • Movimento de terras; • Impermeabilidade do solo; • Aterramento de rios, riachos, lagoas, etc; • Modificações nos ecossistemas; • Alteração de caráter global: efeito estufa e destruição da camada de ozônio; • Poluição ambiental. Dentre a poluição ambiental temos várias formas de poluição sendo do solo, ar, água, sonoro, visual e outras modalidades, todas essas modalidades a implantação de um parque linear pode colaborar enriquecendo a massa vegetal, preservando a APP, com a possibilidade de uma transição entre a conservação e a preservação com pistas de caminhadas, espaços contemplativos. Com a utilização do espaço não haverá mais o acumulo de entulhos e resíduos sólidos, possibilitando a conservação dos recursos hídricos impedindo que os esgotamentos sanitários clandestinos sejam lançados neste espaço, como aconteceu no exemplo do Parque Linear Nossa Senhora da Piedade em Belo Horizonte. Além disso, proporcionando uma permeabilidade no solo, de modo a aumentar a taxa de infiltração e causar menos escoamento de águas diminuindo as enchentes. Será possível também a criação de uma barreira vegetal sonora, deixando o entorno mais calmo e tranquilo, além dessa vegetação servir como filtro de ar do entorno e melhorar a qualidade do ar. Por fim, além de tudo o que acompanha um parque linear em termos de qualidade física de entorno, ainda melhora a questão de lazer, proporcionando a prática de atividades físicas, projetos culturais, per-

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meabilidade do traçado permitindo o deslocamento não motorizado entre regiões da sua implantação contribuindo melhora na qualidade de vida em termos, físicos, sociais e ambientais.

2.3 Porque As Periferias Nas cidades nos tempos atuais de modo geral no Brasil segundo Alves (1992) os investimentos públicos e privados se voltaram para obras que beneficiariam as grandes empresas, empresários e os espaços frequentados por eles, negligenciando milhões de pessoas das benfeitorias e luxo, que se amontoaram em moradias precárias, geralmente em bairros afastados e carentes de serviços básicos (a chamada “periferia”), ou até em áreas insalubres e terrenos de alto risco considerados ambientalmente frágeis. Esse adensamento de moradias precárias não tem planejamento, são áreas geralmente com impermeabilidade alta do solo, sem áreas verdes e sem equipamentos que proporcione atividades de lazer, esporte, cultura e diversão para moradores, além de causarem degradação aos recursos naturais que cortam estes bairros. Apesar de grandes extensões das cidades permanecerem sem ocupação muitas vezes desejando a valorização das terras em busca do lucro de proprietários particulares, não são essas terras que são ocupadas irregularmente, as propriedades privadas são fiscalizadas e não permitem esse tipo de ocupação, enquanto que áreas ambientalmente frágeis, do qual a fiscalização deveria vir da parte do poder

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público, muitas vezes são negligenciadas e consequentemente “é mais fácil de ser ocupada e desapropriada”, tendo em vista a falta de fiscalização, a demora e o descaso. Como citado por Freitas (2009) a falta de um planejamento não só demanda problemas sociais como também provoca alterações ambientais, um exemplo dessa realidade é a poluição do lixo, milhões de pessoas consomem e produzem os mais diversos detritos que diariamente são depositados em terrenos que se tornam lixões a céu aberto sem receber nenhum tratamento, esse lixo transmite doenças, polui o lençol freático e tem uma série de consequências as populações de entorno. Por outro lado, o desenho urbano de áreas reservadas as classes média e alta das cidades brasileiras, possuem uma boa quantidade de espaços verdes, paisagens muitas vezes trabalhadas, adensamentos mais baixos, geralmente áreas de proteção são utilizados para criação de parques ou praças e há muito investimento de parcerias público-privadas para o cuidados de espaços que proporcione esportes, lazer, atividades culturais e de diversão, muitas vezes proporcionados pela especulação imobiliária para agregar valor à terrenos, que é uma possibilidade para quem tem poder aquisitivo, mas na maior parte das vezes beneficia diretamente os arredores e fazem com que a população das periferias tenham que se deslocar quilômetros atrás de um pouco de lazer, indo contra uma boa mobilidade e atendimento a todos os cidadãos. Com relação aos problemas que apenas abordamos de modo superficial já é possível notar que esses males prejudicam a qualidade de vida urbana da vizinhança, existem vários outros tais como violência, transito, barulho, falta de áreas verdes, enchen-

tes, epidemias e poluição, os quais as classes baixas que ocupam é quem saem prejudicadas. Para Alves (1992) convivendo com as mais variadas formas de violência, é a população dessas periferias os mais violentados. Com grandes problemas, como aglomerações, longas distancias, filas, falta de privacidade, ambientes degradados e, consequentemente, distúrbios físicos, psíquicos, solidão, tédio e depressão. Partindo da percepção que as periferias criadas pelo processo de urbanização encontrados até então são áreas que possuem problemas no seu desenho urbano e na qualificação do espaço, são elas que precisam de medidas que contribuam para a melhora e possivelmente torne sustentável o contínuo crescimento das cidades, sendo peças fundamentais para a requalificação com execução de projetos como o de parques lineares, a fim de tratar áreas ambientalmente frágeis e evitar futuros problemas, além de contribuir para a melhora da qualidade de vida urbana de boa parte da população de seus arredores.

2.4 Ribeirão Preto E A Zona Norte O local escolhido para aplicação do projeto se encontra na zona Norte de Ribeirão Preto, tendo em vista que é uma região com poucas opções de parques contrario do que acontece na zona sul como é possível verificar na figura 7, a zona norte é


o desdobramento do antigo Núcleo Colonial Antônio Prado, como apresentado por Silva (2008) um núcleo formado por uma classe trabalhadora, que nasceu após um zoneamento que se iniciou com desigualdade no preço de terras, visando expulsar focos de doenças e também pobres do convívio da burguesia. Aqueles que podia pagar pela infraestrutura e exigências construtivas ficavam na área central, os que não tinham condições restavam encontrar seu lote nas regiões periféricas, mais barato e afastados do contato com a população do centro. A concepção do desenho urbano da cidade de Ribeirão Preto como bem explicado por Silva (2008) nasceu na época em que se pregava o urbanismo sanitarista e embelezador, respaldado nele foi incluído setorizações de equipamentos, de forma que na região central deveria ficar apenas as residências, já hospitais, cemitérios, indústrias e tudo que pudesse causar doenças deveria ser afastado devido a inúmeras epidemias que assolavam a cidade. Fundamentado neste urbanismo sanitarista e embelezador foi negligenciado os problemas da cidade e simplesmente propagados para área do Núcleo Colonial Antonio Prado. Conhecendo o quadro histórico de formação da Zona Norte descrito pelo trabalho de Silva (2008) é possível entender que essa região é carente de necessidades básicas dos cidadãos no quesito de lazer, diversão, esportes e paisagens verdes agradáveis, ou até mesmo sem compreender essa bagagem histórica, partindo da percepção de levantamentos in loco dos bairros já é possível ter essa mesma percepção da falta de preocupação com essa parte da população sobre a melhora da qualidade do espaço e de projetos que contribuam para qualidade de vida urbana nessa região.

Os bairros que englobam a área de estudos são o Conjunto Habitacional Geraldo Correia de Carvalho, que faz parte do núcleo colonial Antônio Prado e foi criado a partir de 1982, seguidos pelo desdobramento no bairro Jardim Heitor Rigon em 1995, Parque dos Pinus de 1998 e Jardim Maria de Lourdes em 2003. É consideravelmente recente a concepção destes bairros, mas ainda sim mostram um desenho urbano desqualificado, com uma série de problemas resultantes da urbanização sem controle e sem planejamento, muitas vezes resultado de aglomerados de residências que visam atender ao déficit habitacional em terrenos de baixo custo.

Um dos principais motivos para escolha do espaço foi a forte vocação da paisagem, o espaço ainda é livre não tendo necessidade de desapropriações, mas que encontra-se num forte grau de degradação, tanto com relação ao córrego campos, tomado por esgoto e problemas comuns da urbanização irregular, quanto em relação a queimada e acumulo de entulhos em terrenos vazios. Através de levantamentos in loco do local e questionários aplicados a população as pessoas sentem grande falta de entretenimentos e lazer próximos, tendo que percorrer cansativas distancias com transito para desfrutar de um pouco de diversão.

Figura 7 - Mapa de Parques urbanos de Ribeirão Preto

Fonte: Google modificado pela autora (2018)

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3. Análises de Referências

Figura 8 - Foto Parque Nossa Senhora da Piedade BH - MG

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Analisaremos agora projetos relevantes na mesma temática do trabalho a ser desenvolvido a fim de aprimorar e criar relevância no projeto a ser desenvolvido, fazendo uma comparação das funcionalidades e modo de aplicação dos projetos. Para tanto, foram escolhidos 4 projetos, sendo dois nacionais e dois internacionais de parques lineares que acompanham cursos d’água e que ajudaram a melhorar a qualidade de vida de entorno, sendo eles: Parque Nossa Senhora da Piedade, localizado em Belo Horizonte do ano 2008, Parque Madureira localizado no Rio de Janeiro do ano de 2012, Parque Fluvial Padre Renato Poblete localizado no Chile do ano de 2015 e Parque Red Ribbon localizado em Qinhuangdao, China do ano de 2007.


Parque Nossa Senhora da Piedade Projeto realizado pelo DRENURBS Belo Horizonte - MG Ano Execussão: 2007 Área do Projeto: 58.000m²

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Fonte: Paixão, 2018.


Figura 9 - Mapa de Implantação Geral d

3.1 Parque Nossa Senhora da Piedade O parque foi inaugurado em junho de 2008, através do Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (DRENURBS), em virtude do interesse da população local em resgatar a saúde do córrego Nossa Senhora da Piedade, localizado no bairro Guarani, região norte de Belo Horizonte. Antes da existência deste parque havia um córrego de nome “São José da Onça”, formado porque vários olhos d’água em toda sua extensão. Há 55 anos atrás, segundo apresentado por Santos (2010) o córrego formava uma corredeira de água limpa e cristalina, que possibilitava ver o fundo com areia e pedras, mas com o passar dos anos o aumento da urbanização não planejada, em meados da década de 70, esgoto e lixo eram lançados no córrego, prejudicado a qualidade de suas águas, trazendo assoreamentos e a presença de transmissores de doenças. Na época das chuvas a situação se agravava ainda mais com a presença de enchentes para o interior das casas ribeirinhas. Então em 2003 com o programa DRENURBS, utilizado como instrumento de planejamento com propósito do tratamento integrado de vários problemas entra em ação com obras de requalificação da região do córrego “Nossa Senhora da Piedade”, criando o Parque Ecológico Nossa Senhora da Piedade figura 09.

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do Parque Nossa Senhora da Piedade

Fonte: Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado (2018)

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Figura 10 - Foto mostrando a situação anterior com apontamentos

Antes da concepção do parque a área era muito degradada conforme figura 5, as águas do córrego estavam poluídas por esgoto doméstico as margens apresentavam grande ocupação domiciliar, sendo estas ocupações fonte de degradação desse curso d’água, figura 10. As primeiras iniciativas tomadas segundo apresentado por Santos (2010), foram: o tratamento do fundo de vale e contenção das margens de margens com implantação de gabião e drenagem, recuperação das nascentes através da limpeza e plantio de flora nativa, implantação de interceptores de esgoto e complementação da rede coletora encaminhado para áreas de tratamento, espelho d’água com função de controle de cheias, tratamento de focos erosivos com uso de gabião, recomposição de taludes para garantir estabilidade do terreno com acréscimo de plantio de vegetação, que resultou em melhoras ambientais ao espaço. A seguir foram implantadas interversões a fim de responder ao lazer da população como (figura 16): Pista de Skate, figura 15, prédio de administração que também serve de apoio com sanitários, bebedouros e salas multiuso, figura 11, pista de cooper e caminhada, quadras poliesportivas, parquinho, função contemplativa da queda d’água, figuras 12 e 14. A instalação do parque também beneficiou outras espécies simpáticas que habitam cena belo-horizontina. Uma extensa representatividade de espécies atraídas se justifica pelo grande número de árvores frutíferas plantadas no espaço. São cerca de 100 pés de mangas, mais de 20 jabuticabeiras, goiabeiras e moitas de banana e 15 pitangueiras, além de pés de jambo vermelho, abiu, gabiroba, jatobá e graviola.

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Fonte: Aroeira modificado pela Autora (2018)

Figura 11 - Visão arcial do parque.

Fonte: Aroeira modificado pela Autora (2018)


Figura 12 - Vista das quedas d’água

Figura 14 - Visão geral do parque com apontamentos

Fonte: Paixão modificado pela Autora (2018)

Fonte: Paixão modificado pela Autora (2018) Figura13 - Esportes, jogos e lazer

Figura 15 - Pista de skate

Fonte: Celso Santa Rosa modificado pela Autora (2018) Fonte: Divulgação FPMZB/PBH modificado pela Autora (2018)

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Figura 16 - Análise da forma e espaço do Parque Nossa Senhora da Piedade

Contudo ainda sobre a perspectiva de Santos (2010), houve uma melhora ambiental do espaço, atraiu novas espécies de fauna. Mesmo resolvendo o problema pontual da degradação o entorno ainda permanece com ocupações irregulares e indústrias o que limita esta melhora ambiental apenas aos limites do parque, cabe à população e os órgãos ambientais tomarem consciência das diretrizes que recuperem ou minimizem os impactos ambientais sofridos. Todo esse processo trouxe a região uma melhora na qualidade de vida dos moradores da região norte de Belo Horizonte. O problema a ser resolvido ainda é com a falta de segurança e manutenção de toda estrutura, um equipamento público dependente da prefeitura muitas vezes é precário o acompanhamento, sendo este um dos maiores desafios de todo projeto

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Fonte: Google modificado pela Autora (2018)

de intervenção nesta escala. Uma breve análise com relação a forma e espaço podemos perceber que a circulação do parque acontece de forma orgânica acompanhando o curso do córrego, as quadras e equipamentos de esportes públicos estão localizadas de um lado da ponte que corta o parque no meio, de outro lado temos o centro administrativo e o lago contemplativo e pouco mais ao final do parque temos apenas uma reserva vegetal pois trata-se de uma área alagável. O parque acontece de forma linear, seguindo o curso d’água com intuito de preservação e de criar vinculo da população com o espaço para melhor preserva-lo. Resumindo o espaço abordado a forma de predominância adotado neste projeto é baseado na topografia e no curso d’água de modo a atender um programa de necessidades criado para melhora do local e preservação do curso d’água.

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Figura 17 - Parque Madureira

3.2 Parque Madureira O bairro da Madureira segundo Brito (2016) nos seus primórdios foi constituído pela integração comercial, ferroviária e de instituições culturais, sendo ocupado, em sua maior parte por negros recém libertos da escravatura e outros imigrantes estimulados pela geração de empregos que a abolição proporcionou. O principal elemento que foi trazido em ênfase deste período foi o poder cultural da musicalidade, mais especificamente do samba, sendo considerado berço do samba no Rio de Janeiro. Este histórico trazido pelo bairro mostra que desde de seu início as situações eram precárias e de baixo investimento, e seu principal foco era a escola de samba. Há mais de 20 anos, estudos apontam a demanda de áreas verdes públicas para a Zona Norte da Cidade do Rio do Janeiro. Numa região com 97% de ocupação antrópica e menos de 1m² de área verde por habitante, o projeto do parque alterou este cenário urbano de maneira que transforma a vida dos seus habitantes. No bairro de Cidade Nova, Rio de Janeiro, o Parque Madureira é um dos melhores exemplos da transformação do espaço pela arquitetura. Com projeto do arquiteto Ruy Rezende, figura 17, o

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Parque Madureira Projeto realizado Por Ruy Resende Arquitetos Rio de Janeiro - RJ Ano Execução: 2012 Área do Projeto: 25,5 hA

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Fonte: Araújo (2014)


Figura 18 - Área do Parque Madureira antes do início das obras

Figura 19 - Área do Parque Madureira pós as obras concluídas

Fonte: Borelli, Modificado pela autora (2018)

parque não só modificou a paisagem onde está inserido, como influenciou na localização das fachadas de recentes construções em um terreno baldio próximo – para ter a casa voltada para a privilegiada área, moradores do entorno chegaram a inverter

a posição de implantação da residência, segundo Brito (2016). Podemos observar no levantamento apresentado por Borelli (2013), o entorno do projeto é predominantemente de uso residencial e com gabarito de

Figura 21 - Mapa geral do Parque Madureira publicado no diário oficial do Rio de Janeiro.

40

até 3 pavimentos, com importantes vias de acesso e próximo a escolas de samba conforme Figura 20, tendo também o Shopping Madureira e o Mercadão que já é conhecido como polos comerciais e econômicos, agora, após a implantação do parque, passou


Figura 20 - Esquematização de relevância no entorno do Parque Madureira.

Fonte: Borelli, Modificado pela autora (2018)

a funcionar também como centralidade de lazer para os bairros próximos. A criação do parque tem como objetivo proporcionar áreas verdes, de lazer, de contemplação, incentivar a prática de esportes e cuidados com a

Fonte: Borelli (2013)

saúde. Além de promover cultura, arte e educação ambiental para a comunidade do entorno. O projeto possui uma área total de 108.870,32 m2 em 1.350m de extensão e apresenta um programa de necessidades que contém, em sua maioria,

espaços ao ar livre. Além do conceito de sustentabilidade, o urbanismo do Parque Madureira foi elaborado de forma a ocupar a área como um todo, levando em conta a pluralidade de atividades. Assim, o espaço público se torna acessível e atraente

41

Fonte: Diário Oficial do Rio de Janeiro (2012)


Figura 22 - Setorização Parque Madureira.

O Setor 01, chamado de Praça do Samba e ilustrado na Figura 23, tem cerca de 22.460,69 m2 e é destinado a eventos musicais e culturais, sendo uma homenagem às duas Escolas de Samba tradicionais do bairro (Portela e Império Serrano). Por estar localizado próximo à área comercial do bairro - Calçadão de Madureira e Madureira Shopping - apresenta minimização do incômodo

à população de diferentes faixas etárias e interesses diversos. O Parque, para efeito de desenvolvimento de Projeto, foi segmentado em 04 setores como mostra a Figura 22.

3.2.1 Setor 01

gerado por sua atividade aos moradores das casas circunvizinhas. Possui duas entradas e foi elaborado com total independência do restante do parque por portões, possui dois pontos de atendimento ao usuário, um posto médico de apoio (Figura 26), quatro pontos de sanitários (Figura 35), e cinco quiosques comerciais (Figura 36).

Figura 23 - Mapa implantação geral Parque Madureira com apontamentos.

1 Ponto de Informaçãoes

2 Posto médico de apoio 4

1

3 Quiosque Comercial 4

4 Sanitários 5

5 Praça do Samba

7 Bibliotéca

6 Bicicletario 4

4

1 2

3 3

3

3

3 1

42


Figura 24 - Item 01 mapa, entrada principal

Fonte: ArchDaily (2016) Figura 25 - Item 02 mapa, planta Posto médico de apoio

Figura 26 - Item 02 mapa, foto Posto médico de apoio

Fonte: Borelli (2013)

3.2.2 Setor 02

Fonte: Borelli, 2013.

O Setor 02, conhecido como parque contemplativo, é um espaço para relaxamento e contemplação e está localizada entre a via interna – limítrofe à Linha de Transmissão – e a Rua Projetada, via executada que separa as casas já existentes no bairro do Parque Madureira, como mostra a Figura 23.

Fonte: Borelli (2013)

Figura 27 - Item 13 do mapa, foto lago com fontes.

Fonte: ArchDaily (2016)

8 Jardim Sensorial

9 Jardim Botânico

10 Academia 3ª Idade 11 Playground 12 Mesas de tênis Acessos ao parque

Circulação principal

7 6

12

9 8

13 Lago com fontes 14 Mesas de jogos

11

4

3

14 13

10

Fonte: Ramos modificado pela autora (2018)

43


Figura 22 - Setorização Parque Madureira.

A área contemplativa conta com dois acessos com portões de 10 metros, sendo um acesso pela Rua Manoel Marques e outro pela Rua Pirapora. A Rua Manoel Marques, levando em conta que dá acesso aos Setores 01 e 02, foi conceituada como uma grande praça para acumulação de público, assim, foi possível idealizar um espaço passível de ocorrerem encontros, aglomerações e escape.

O Quiosque da bicicleta, como mostra a Figura 37, está situado próximo ao acesso da Rua Manoel Marques e propõe a venda de equipamentos relacionados às bicicletas, bem como sua manutenção. Além disso, adjacente a ele, encontra-se um local reservado para o estacionamento das bicicletas dos usuários.

A nave do Conhecimento é um espaço de criatividade e inovação para trazer a cultura digital à comunidade através de equipamentos com alta tecnologia e cursos, tais como: alfabetização digital, arte e tecnologia, edição de vídeo e filmes, cultura e arte eletrônica, robótica educacional, dentre outros. Além de todas as atividades internas, a Nave do Conhecimento, como mostra a Figura

Figura 23 - Mapa implantação geral Parque Madureira com apontamentos.

15 Jogos de Bocha

16 Espaço 3ª idade 17 Jardim de esculturas

18 Centro de educação ambiental 19 Mirante

1

18

16 15

44

4

20 Escada hidráulica

21 Piscina de

19

17 13

20


e Skate

Figura 28 - Item 05 do mapa, foto praça do samba.

Fonte: ArchDaily (2016)

Figura 29 - Item 19 e 20 do mapa, foto escada hidráulica e mirante. Fonte: Borelli (2013)

31, é, também, um cinema aberto, no qual a parte envidraçada do Ovóide se torna uma tela de cinema aberta para o Parque. Os Setores 02 e 03 representam uma área de 60.543,35m2 e são contínuos, ou seja, não há segregação física por meio de ruas, como acontece no caso dos Setores 01 e 02 que são separados pela Rua Manoel Marques.

22 Pistas de Skate

Fonte: ArchDaily (2016) Figura 30 - Item 08 do mapa, foto jardim sensorial.

Fonte: ArchDaily (2016)

23 Quiosque de esportes 24 Campo de futebol 25 Ginástica

26 Quadra de volei de areia

27 Quadras poliesportivas

23

21

21

22

26

4 24 3

27 25

Fonte: Ramos modificado pela autora (2018)

45


Figura 22 - Setorização Parque Madureira.

3.2.3 Setor 03 A entrada no Setor 03 se dá através do portão na Rua Bernardino de Andrade e um portão de 6m para acesso ao estacionamento interno. Bem como todos os acessos, este é provido de um Ponto de Atendimento ao Usuário, além de contar com o apoio do

bicicletário da Rio Bike. Neste setor a vocação é para esportes. A área esportiva é composta pelo campo de futebol society com uma área de 1.210m2 em grama sintética, há, também, duas quadras polivalentes e uma quadra de vôlei de areia, além da 2ª maior pista de skate nacional. A Arena Carioca é um espaço para shows e teatro

que comporta cerca de 330 pessoas sentadas na área interna e mais de 1.500 pessoas em pé na área externa, já que se trata de um palco reversível. Localizada no Setor 04, está se encontra segregada fisicamente do Parque, uma vez que é cercada e tem controle cobrado de acesso, como mostra a Figura 23.

Figura 23 - Mapa implantação geral Parque Madureira com apontamentos.

28 Arena Carioca

29 Inspetoria da Guarda Municipal 30 Estação de tratamento de esgoto 28

Figura 31 - Item 07 do mapa, projeto e planta da nave do conhecimento.

29 30

1

46

Fonte: Ramos modificado pela autora (2018)

Fonte: Borelli (2013)


Figura 32 - Item 22 do mapa, foto da pista de skate.

Fonte: ArchDaily (2016)

Figura 33 - Item 18 do mapa, foto centro de educação ambiental. Fonte: Borelli (2013)

3.2.4 Setor 04 No Setor 04 estão, também, a sede da Inspetoria da Guarda Municipal e a Estação de Tratamento de Esgoto do Parque Madureira. Separados por um muro de gradil, a Inspetoria ocupa cerca de 1.579,21m2 com previsão para 200 homens que

Fonte: ArchDaily (2016)

Figura 34 - Item 12 do mapa, mesa de tênis.

Fonte: ArchDaily (2016) Figura 35 - Item 04 do mapa, planta dos sanitários.

Fonte: Borelli (2013)

Figura 36 - Item 03 do mapa, planta do quiosque comercial.

Fonte: Borelli (2013)

Figura 37 - Item 06 do mapa, planta bicicletário.

Fonte: Borelli (2013)

47


darão suporte ao Parque Madureira. No projeto foi implantado dos mais variados processos sustentáveis, desde irrigação concessores de umidade, captação e armazenamento de aguas da chuva, telhados verdes, jardim vertical, painéis solares e iluminação com lâmpadas de LED, obtendo o primeiro certificado de obra pública no Brasil de Alta Qualidade Ambiental do empreendimento de construção. Com base na análise deste projeto e em comparati-

va com o já analisado Parque da Liberdade de Belo Horizonte – MG, podemos perceber que um bom projeto de parque linear urbano não se trata apenas de um desenho, ou uma requalificação da área, mas sim de uma união a um programa de atividades e um envolvimento da população na concepção suprindo as necessidades locais e criando espaços com uso contínuo diminuindo a degradação e forçando o poder público a realizar a manutenção. Além disso é possível fazer uma análise do local

em questão a parcerias público privadas em quiosques comerciais que fornecem alimentação, quiosque do BIKE RIO, local de aluguel de bicicletas, dentre outras atividades que geram recursos que são revertidos a manutenção. Em conclusão desta análise obtivemos um pelo exemplo de como transformar uma área degrada trazendo qualidade de vida, produzindo uma nova centralidade de lazer e valorizando a paisagem de entorno.

Figura 38 - Conjunto de fotos do Parque Madureira com numeração indicativa do mapa.

22

24

26

27

25

13

Fonte: Borelli, Modificado pela autora (2018)

48


Figura 39 - Conjunto de fotos do Parque madureira com numeração indicativa do mapa parte 02

9

15

14

12

13

19

11

17

18

20

10

16

8

Fonte: Borelli, Modificado pela autora (2018)

49


Figura 40 - Parque Fluvial Padre Renato Poblete.

3.3 Parque Fluvial Padre Renaro Poblete

50

A ideia do Parque Fluvial nasceu em 2001 com o objetivo principal de recuperar as margens do Rio Mapocho e reabilitar uma zona industrial degradada que se integra através do canal de água por meio da implementação de eclusas controláveis ao longo de 34 km do rio. A intenção original é gerar diversos polos de desenvolvimento ao longo do percurso fazendo referência a um rio navegável. Localizado na zona oeste de Santiago, conforme Figura 40, o Parque Fluvial Padre Renato Poblete é uma intervenção urbana sustentável de espaço público.


Parque Fluvial Padre Renato Poblete Projeto realizado Por Boza Arquitectos Chile Ano Execução: 2015 Área do Projeto: 20 hA

51

Fonte: ArchDaily (2016)


Figura 41 - Localização Parque Fluvial Padre Renato Poblete.

Fonte: Google modificado pela Autora (2018)

52


Figura 42 - Planta de implantação geral do parque com descrição.

Fonte: ArchDaily modificado pela Autora (2018)

53


Figura 43 - Cortes do Parque Fluvial Padre Renato Poblete.

54

Fonte: ArchDaily modificado pela Autora (2018)


O projeto e execução do parque não foi a partir da escassez mas sim da eficiência, reabilitando uma zona industrial degradada.

Se há algo que o parque propõe à cidade é a possibilidade de voltar a recuperar as vistas sobre o rio em suas margens. O parque se comporta como as

curvas do rio; desvia sua água, rega sua vegetação.

Figura 44 - Foto da arquibancada na topografia natural do Parque Fluvial Padre Renato Poblete.

Fonte: ArchDaily modificado pela Autora (2018)

55


Figura 45 - Planta com análise do traçado do parque.

O parque será administrado pelo Parque Metropolitano de Santiago (Parquemet), entidade que está a cargo da conservação, manutenção e segurança de outros 17 parques da cidade que conformam uma rede de parques urbanos. Em sua extensão o parque conta com um anfiteatro, dois campos de grama sintética, esportes aquáticos, estacionamentos e playground para crianças. Uma solução para uma área degradada, dando uso a um espaço que nos faz contemplar e consequentemente pensar na preservação do rio que corta a cidade. Voltar o olhar para este ponto é muito mais que uma questão ambiental é dar consciência de que possuímos bons espaços desde que seja bem tratados e incluídos pela população e não levados simplesmente como problemas de degradação e ignorar um espaço. Um ponto novo a ser visto neste projeto é que ao criar uma lagoa com o desvio e contenção da água do rio cria a utilização de esporte aquático que se torna um atrativo a mais para o local. Saindo dos padrões de apenas esportes de quadras e lazer. Concluindo a referência do traçado é muito forte neste projeto dando ampla visão a forma que pode ser implantada de modo contemporâneo, sem deixar de dar ênfase ao rio, aliás, dando destaque a ele, de forma a contribuir para sua conservação e melhora.

56


Fonte: ArchDaily modificado pela Autora (2018)

57


Figura 46 - Foto Parque Red Ribon.

3.4 Parque Reed Ribon

58

Segundo a equipe de Arquitetos Turenscape, o Red Ribbon (fita vermelha) que atravessa o parque Qinhuangdao pode ser visto no contexto do terreno natural e da vegetação, de cerca de 500 metros (547 jardas), integrando as funções de iluminação, assentos, interpretação ambiental e orientação. Conservando o mais natural possível o corredor fluvial, esse projeto demonstra como uma solução de design minimalista pode alcançar uma melhoria dramática para a paisagem. O parque está localizado no Rio Tanghe na margem urbana oriental de Qinhuangdao. O local apresenta oportunidades e desafios para o projeto, descrito abaixo: ●Boas circunstâncias ecológicas ●Mal cuidado e deserto ●Problemas em potencial de segurança e acessibilidade ●Exigências funcionais ●Pressão do desenvolvimento O maior desafio do projeto foi o de preservar os habitats naturais ao longo do rio, ao mesmo tempo em que tinha a meta da criação de novas oportunidades de lazer e educação ambiental. O Red Ribbon foi concebido como um elemento vivo dentro de um ambiente de vegetação verde e água azul, curvando-se com o terreno.


Parque Reed Ribon Projeto realizado Por Turenscape Arquitectos Qinhuangdao - China Ano Execução: 2007 Área do Projeto: 20 hA

59

Fonte: ArchDaily (2013)


Cinco pavilhões na forma de nuvens são distribuídos ao longo do parque. Estes fornecem proteção contra a luz solar dura, as oportunidades para

encontros sociais, pontos focais visuais e colocação de placas de interpretação ambiental. Este parque em sintonia com as necessidades dos

Figura 47 - Foto com apontamentos parque Red Ribon.

Fonte: ArchDaily modificado pela Autora (2018) Figura 49 - Foto com apontamentos parque Red Ribon.

60

Fonte: ArchDaily modificado pela Autora (2018)

moradores da região, mantem seus processos ecológicos e serviços naturais intactos. O projeto é uma das referências no conceito de

Figura 48 - Foto com apontamentos parque Red Ribon.

Fonte: ArchDaily modificado pela Autora (2018) Figura 50 - Imagem 3D com apontamentos parque Red Ribon.

Fonte: ArchDaily modificado pela Autora (2018)


infraestrutura verde: a solução que muitas vezes é adotada pelas gestões das cidades é de ocupar as margens do rio, canalizá-lo, e em seguida sofrer as

consequências da impermeabilização com enchentes. Um parque linear ao longo do rio não somente cria um espaço público de qualidade com alto

Figura 51 - planta com apontamentos parque Red Ribon.

Fonte: ArchDaily modificado pela Autora (2018)

potencial paisagístico, mas também funciona como uma solução de infraestrutura de drenagem.

Figura 52 - mapa parque Red Ribon.

Fonte: ArchDaily modificado pela Autora (2018)

61


Figura 53 - Quadro comparativo de leituras projetuais.

62


3.5 Considerações Finais das análises Após as leituras das referências projetuais é possível ter uma visão melhor de como um equipamento destes impacta de modo geral em seu entorno, na qualidade da paisagem e na qualidade de vida urbana. Seja pela massa de vegetação maior que contempla este espaços, frutiferas ou não atrai a fauna ao local, melhora o ar na sua microregião e contribui para a permeabilidade das águas das chuvas, seja pelo seu grande programa de atividades que permite lazer, entretenimento e diversão ao público local ou seja pelo sentido de pertencimento e aumento da qualidade da paisagem estes espaços tem se mostrado uma ótima alternativa para contribuir com a qualidade de vida em áreas de periferias que contém muitos problemas urbanos. Não é só o fato de implantar estes equipamentos que torna tudo melhor, porque isto depende de uma boa gestão também, mas pode ser uma pequena iniciativa que contribua para que a população se sinta mais parte da sociedade, tendo nada mais que seus direitos de cidadãos, um pouco de lazer para melhorar sua vida e consequentemente contribuir em seus rendimentos melhores no trabalho ou na saúde. Com relação aos problemas urbanos, é porssivel perceber que nas áreas implantadas diminuiu a insegurança, o vndalismo, a degradação e a insatisfação da população por morar naquele espaço. Fonte: Autora (2018)

63


4. Levantamento de Dados

Figura 54 - Foto da paisagem local da escolha de aplicação do projeto.

64

Em realização ao levantamento de dados in loco foram utilizados mapas disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, pesquisa no local identificando todo o processo apresentado com fotos e informações, foram também realizados pesquisar diretamente nos órgãos que cuidam da infraestrutura para informações sobre transporte, água, esgoto e energia.


Fonte: Autora (2018)

4.1Paisagem

Nosso estudo teve início com análise da paisagem apresentada logo que chegamos ao local, onde é possível observar, figura 54, que os terrenos que

são de Área de Proteção Permanente(APP), encontram-se degradados, com acumulo de entulho, com ocupações por barracos de feirantes, com esgoto escoando pelas ruas e queimadas, também é possível observar a predominância de residências simples no entorno, mostrando os bairros de entorno com características de classes de baixa renda. Os Prédios residenciais de até 4 pavimentos se destacam na paisagem, por serem os únicos que estão acima das copas das árvores. Para quem vem

dos bairros a impressão é de isolamento pois vemos apenas uma travessia para a entrada do bairro, apesar de termos mais dois acessos não visíveis na paisagem. Já para quem entra pelo anel viário no bairro os prédios não deixa aparecer muito bem a vegetação de entorno do córrego campos, podendo ser observado apenas no final da Avenida Ernesto Guevara Lá Serna.

65


4.1.1 Definição e Localização da àrea de Projeto Após um breve estudo a Zona Norte de Ribeirão Preto, município localizado no interior do estado de São Paulo região sudeste do Brasil, figura 55,

mostrou-se uma região com adensamento auto com pouca área verde de qualidade existente. Na maior parte das vezes a população é quem acaba cuidando dos lotes que deveriam ser praças ou equipamentos de esporte, mostrados pela prefeitura como existente, mas na realidade não foram implantados. A população do bairro valendo-se de recursos próprios tentam cuidar, criando espaços no entorno imediato, ora de lazer, ora de plantio e ora de esportes, como campo de futebol.

O local de estudo envolve entorno de 7 bairros da Zona Norte, sendo o córrego campos, elemento de nosso estudo, o centro divisor desses bairros, que são: Parque dos Pinus, Jardim Heitor Rigon, Valentina Figueiredo, Chácaras Pedro Correia de Carvalho, Geraldo Correia de Carvalho, Jardim Herculano Fernandes e Jardim Maria de Lurdes. Assim podemos verificar com a Figura 56 o seguimento da localização.

Figura 55 - Esquema de localização da área de trabalho de projeto.

Fonte: Autora (2018)

66


Figura 56 - Entorno e dimensionamento da รกrea de projeto.

Fonte: Autora (2018)

67


Figura 57 - Vias de macroacesso.

Fonte: Autora (2018)

68


Figura 58 - Vias que formam o entorno da รกrea.

Fonte: Autora (2018)

69


deixando bem pouco espaço nas laterais e fundo para entrada de ventilação nas residências.

4.2 Forma

Figura 59 - Mapa de figura-fundo da área de estudos

Segundo Lamas (2004) a identificação dos elementos morfológicos pressupõe conhecer quais as partes da forma e o modo como se estruturam nas diferentes escalas identificadas no espaço urbano, desta forma avaliaremos os elementos que compõe a morfologia urbana tais como: solo artificial, traçado, tipologia de quadra e lote, gabarito, ocupação etc.; da área de estudos que estamos analisando neste trabalho. Todo este processo tem o como objetivo conhecer sobre a forma e modo do espaço de entorno de onde há pretensão de ser implantado o parque linear.

4.2.1 Ocupação do Solo - Figura Fundo

Observado o a ocupação do solo pela Figura 59 podemos verificar que é bem denso a ocupação encontrada em toda a área de estudo, pois a maior parte da população realizou modificações na planta original, adicionando cobertura para garagem nos 5m de recuo frontal e edículas ao fundo dos lotes,

70

Fonte: Autora (2018)


4.2.2 Ocupação do Solo Gabarito Figura 60 - Mapa de gabarito da área de estudos

Na região em estudo temos um gabarito bem misto, conforme figura 60, com áreas de prédios e residências térreas, mas tudo respeitando o gabarito estipulado pela prefeitura de 10m de piso a piso. Os prédios residenciais de interesse social que é

possível observar nesta análise foram implantados a pouco menos de 7 anos e resultou no aumento da densidade populacional presente no bairro Parque dos Pinus,Jardim Heitor Rigon e Jardim Maria de Lurdes. Sem que com isso aumentasse a infraestrutura de atendimento de equipamentos para esta população, deixando a região mal servida por saúde, lazer e cultura.

4.2.3 Densidade Com a chegada dos prédios de apartamentos da Cohab só veio a reforçar a densidade dessa região, que já era alta, devido a tipologia de lotes sempre nas dimensões de 200m². Sendo que o cálculo aproximado realizado que apresentou um valor de 7500hab / 1 km², a densidade é muito mais elevada do que em relação a cidade, que segundo dados apresentados pelo IBGE 2010, é de 928,92hab / 1km². O que mais interferiu nesse cálculo foi a presença de dois conjuntos de apartamentos da construtora Vitta e os edifícios de apartamentos implantados pela Cohab em 2014, que aumentou relevantemente a população do local.

Fonte: Autora (2018)

4.2.4 Traçado, Quadra e Lote 71


Pelo mapa (Figura 61) de tipologia de quadras é possível verificar a predominâncias de quadras retangulares de dimensões 240m x 40m, com traçado regular e em grelha. Este traçado se modifica à medida que chega mais próximo do Córrego

Campos, tendo intervalos com traçado radial e outro mais irregular. Mas em todos as quadras observasse a extensão grande com acima de 200m por quarteirão, sem contar o conjunto de chácaras que é praticamente uma super quadra.

Os lotes de toda a área de levantamento apresentam a mesma dimensão, sendo de 200m² aproximadamente, em um terreno de 10m por 20m. As exceções irão ocorrer apenas em lotes destinados a área institucional e verde.

Figura 61 - Mapa de tipologia de quadra da área de estudos

4.2.5 Edifícios e Fachadas

Este levantamento nos mostrou que o bairro é predominantemente social, tendo em vista que a maior parte as edificações e fachadas possuem um padrão, alguns um pouco modificado, mas ainda sim no padrão das habitações sociais oferecidas pela Cohab de Ribeirão Preto, sendo revelado por esta análise que as pessoas que moram dentro dos bairros de estudo são pessoas que possuem baixa renda, pois foram contempladas pelo programa de habitação social da Cohab para residirem naquela região. Na Figura 62 é possível ver os apontamentos realizado por esta análise no local. Figura 62 - Foto das tipologias de fachadas da área de estudos

Fonte: Autora (2018)

72

Fonte: Autora (2018)


4.3 Usos Figura 63 - Mapa de usos da área de estudos

O uso do solo na região em estudo é predominantemente residencial apresentando apenas casos de uso misto próximo ou em ruas coletoras e avenidas, conforme figura 63. As vias que mais possui uso comercial e serviços são: Rua Javari, Rua Vicente Leandro, Rua Carlos Cesar Tonelo, Avenida Ernesto Guevara Lá Serna, Avenida João Goulart e Avenida João Batista Duarte, sendo estas as principais vias de acesso também ao local de estudo. A grande mancha de área verde apresentada no mapa não significa que o espaço seja utilizável ou de qualidade, as margens dos córregos que cortam a área essas áreas verdes são apenas grandes maciços de vegetação de grande e médio porte, com depósito de lixos e degradação no seu entorno.

4.3.1 Equipamentos Urbanos

O que é possível observar no mapa de equipamentos Figura 64, que a região do bairro Geraldo Correia de Carvalho é bem servido de equipamento educacional. Os equipamentos presentes conseguem suprir a necessidade dos bairros de entorno Fonte: Autora (2018) com seu raio de influência.

73


Enquanto nos bairros Parque dos Pinus, Jardim Maria de Lurdes e Jardim Heitor Rigon temos apenas uma creche com educação infantil, os alunos de ensino fundamental e médio têm que se deslocar até o Geraldo Correia de Carvalho para estudar,

pois é a única instituição mais próxima, mas como o seu raio de abrangência para esta modalidade é de 1500m ainda está dentro do especificado e cobre toda a área de estudo. O equipamento de saúde não foi levantado nenhum

Figura 64 - Mapa de equipamentos urbanos e seu raio de abrangência da área de estudos

74

nesta área, evidenciando a necessidade de implantação devido a densidade populacional alta da área sem atendimento. Quando a equipamentos de lazer não possui nenhum para esta área, sendo que há apenas dois campos de futebol clandestinos implantados pela população local e muito bem utilizados por sinal.

Fonte: Plano Diretor de Ribeirão Preto, modificado pela Autora (2018)


Figura 65 - Mapa de hierarquia física das vias da área de estudos

4.4 Fluxos Consideremos como fluxos urbanos as diversas movimentações que ocorrem num meio urbano necessários para o desenvolvimento de suas atividades de trocas, transformações, consumo e descarte. Os fluxos mais visíveis são as relacionadas a transportes e menos visíveis. A maior parte desses fluxos ocorrem no espaço público chamados de ruas, avenidas, etc.

4.4.1 Sistemas Viários

A hierarquia física do sistema viário, figura 65, da área apresentou uma grande predominância de ruas locais com dimensões de 9m e calçadas de 2,5m dos dois lados tendo um total de 14m como exemplificado na Figura 66. A via coletora existente com dimensão equivalente é apenas a Rua Palmiro Bim Figura 67. Quanto as avenidas possuímos duas diferentes e Ernesto Guevara Lá Serna que possui a linha de alta tensão no seu centro, figura 70, explicando sua dimensão, enquanto as outras avenidas são no mesmo padrão e dimensão da Avenida Presidente João

Fonte: Plano Diretor de Ribeirão Preto, modificado pela Autora (2018) Figura 66 - Imagem ilustrativa do dimensionamento das vias. Figura 67 - Imagem ilustrativa do dimensionamento das vias.

Fonte: Autora (2018)

75

Fonte: Autora (2018)


Figura 68 - Mapa de hierarquia funcional das vias de acesso a área de estudos Goulart, confirme figura 69. Finalizando esta etapa da análise de dimensionamento das vias é perceptível a necessidade de dar continuidade nas avenidas que cruzam o córrego campos, pois todos se apresentam em estagio á ser implantado. No mapa de hierarquia funcional, figura 68, esta descrito corretamento o fluxo que é visto em pesquisa in loco, apesar metade das vias descritas não tem dimensão para atender ao descrito no mapa, necessitando de uma requalificação das vias para suportar o fluxos existentes atualmente evitando o transito.

Fonte: Plano Diretor de Ribeirão Preto, modificado pela Autora (2018) Figura 69 - Imagem ilustrativa do dimensionamento das vias.

76

Fonte: Autora (2018)

Figura 70 - Imagem ilustrativa do dimensionamento das vias.

Fonte: Autora (2018)


4.4.2 Transporte, Mobilidade e Acessibilidade

Na análise sobre acessibilidade encontramos muitos obstáculos para cadeirantes no calçamento, com desníveis, falta de pavimento e mobiliário interferindo. Quanto ao quesito mobilidade o bairro é bem precário, com relação a pedestres e ciclistas, pois tem que vencer grandes distâncias para atravessar

o córrego campos ou as longas quadras. O mapa com ciclovia apresentado pela prefeitura não existe nada concretizado, é apenas uma proposta que não foi implantada para a área apesar de ter fluxo de usuários para que usufruiriam muito desde projeto não foi executado em nenhuma área mostrado na Figura 71.

Figura 71 - Mapa de proposta cicloviária da prefeitura municipal de Ribeirão Preto com enfoque na área de estudos

Fonte: Plano Diretor de Ribeirão Preto, modificado pela Autora (2018)

77


Com questão ao transporte público toda a área é servida por 15 linhas, que variam entre 15min de espera entre um e outro, sendo considerado bem

servido pelo tempo, mas a qualidade do transporte é afetada pela quantidade de pessoas que utilizam este recurso. Por se tratar de um bairro de classe

baixa 1/3 da população é dependente do transporte público por não conter veículo próprio.

Figura 72 - Mapa de pontos de Transporte público dentro da área de estudos.

Fonte: Autora (2018)

78


Figura 73 - Foto de placas de sinalização da área de estudos.

4.4.3 Mobiliário Urbano

O mobiliário levantado está em estado muito precário, os orelhões são uma exceção, pois encontram-se em funcionamento. Enquanto que as placas de sinalização vertical de transito falta em boa parte das ruas, na sinalização horizontal que é pintada na rua, boa parte das ruas estão apagadas, podendo até mesmo provocar acidentes no transito da área. Com relação as placas de nomes das ruas, boa parte delas estão sem e quando encontramos algumas estão na situação apresentada na Figura 75.

Figura 74 - Foto de mobiliário público dentro da área de estudos.

Fonte: Autora (2018)

Fonte: Autora (2018)

Figura 75 - Foto das placas com nomes das ruas dentro da área de estudos.

Fonte: Autora (2018)

79


4.5 Recursos Naturais Figura 76 - Mapa com topografia dentro da área de estudos.

Os recursos naturais são parte do solo natural no qual é possível avaliar em análise casos como pontos de enchentes, áreas de preservação, áreas de assoreamento e de erosão do solo, podendo apresentar medidas preventivas para futuros problemas para área.

4.5.1 Relevo

No relevo apresentado no mapa da Figura 76, podemos observar que os escoamentos das águas da chuva podem acompanhar o relevo, e por isso seguirão sentido norte e encaminham-se para desaguar no Ribeirão Preto, mas no norte da área de estudo podemos avaliar que pode ser um possível ponte de enchente onde os tons clareiam, isso se explica pela união de dois córregos na região. Uma possível solução para esta área seria pensar em alternativas de contenção evitando o problema futuro.

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Fonte: Autora (2018)


4.5.2 Declividade

A declividade apresentada pela área é favorável, não sendo prejudicial ao tráfego de pedestres e ciclistas, apenas no entorno imediato ao córrego campos há uma declividade mais acentuada, o

que deve ser tomados precauções para não haver erosões nem o assoreamento do córrego gerando problemas ambientais nestes pontos.

Figura 77 - Mapa com declividade da área de estudos.

Fonte: Autora (2018)

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4.5.3 Bacias Hidrográficas

Pelo mapa apresentado, figura 78, podemos verificar que na área cortam dois córregos e também temos o Ribeirão Preto ao lado direito, que se encontra fora da área de estudo.

Figura 78- Mapa com cursos hídricos que cortam a área de estudos.

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Fonte: Autora (2018)


4.5.4 Vegetação

Área entorno do córrego Campos mostrou-se bom arborizada, conforme figura 79,, apesar de verificar que boa parte da vegetação é replantio recente, pois são espécies de grande porque com alturas medianas que foi encontrado no local.

Quanto as áreas de praças são muito pouco existentes no local o que diminui a incidência de vegetação, que encontram presentes apenas entorno dos córregos e nas avenidas sem linha de alta tensão.

Figura 79 - Mapa com massas de vegetação existentes dentro da área de estudos.

Fonte: Autora (2018)

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4.6 Infraestrutura Segundo Lima (2017) em geral a infraestrutura urbana é todo um sistema técnico de equipamentos necessários ao desenvolvimento das funções urbanas, tendo acesso assim a cidade, ou seja, tudo que um cidadão tem por direito como benefício, se distribuindo igualmente por todo o município. Ter acesso à cidade é acessar de fato a moradia, pavimentação, rede viária e mobilidade e distribuição de água potável. Está incluso também na infraestrutura urbana esgotamento sanitário, drenagem, distribuição de energia elétrica e outros equipamentos públicos.

4.6.2 Água Potável

4.6.5 Águas Pluviais

Ribeirão Preto é uma cidade privilegiada, pois 99,9% da população é servida de água encanada. Toda a água consumida é distribuída pelo DAERP (departamento de água e esgoto de Ribeirão Preto), que possui uma rede de mais de 103 poços artesianos de captação em funcionamento.

A coleta é realizada pelas redes de manutenção do DAERP, a redes de águas pluviais despeja suas águas nos córregos que cortam a cidade. Nosso sistema de drenagem pluviais acontece por essas redes, que são captados de bocas de lobo e segue até a bacia hidrográfica mais próxima.

4.6.6 Telecomunicações Toda a região em análise tem redes de telecomunicações já implantadas e disponíveis por diversas operadoras, como: GVT, NET, CLARO, OI, VIVO, entre outras. Das quais fica sobre responsabilidade das próprias operadoras a instalação e distribuição da telefonia, internet e tv a cabo.

4.6.1 Esgoto 4.6.4 Residos Sólidos A coleta é realizada pelas redes de manutenção do DAERP, a redes de esgotos são levadas a duas bases de tratamento que Ribeirão possui, a ETE Caiçara que é feito o tratamento por lagoas e a ETE Palmeira que é feito todo um processo em tanques aerados.

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A coleta de resíduos sólidos é realizada pela empresa leão ambiental ao qual encaminha os resíduos ao aterro sanitário de Guatapará. Esta coleta é realizada de segunda a sábado com dias e horários programados por região, variando o horário das 5h da manhã até 00h da noite.

4.6.3 Eletrificação Em Ribeirão Preto a distribuição e manutenção de toda a rede elétrica é realizada pela empresa CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), na qual realiza manutenção periódica em toda a rede. No centro da área estudada temos uma central da CPFL de onde é distribuído para toda região, além de ter o linhão de energia cortando o bairro pelo centro da Avenida Ernesto Guevara Lá Serna, conforme figura 80.


Figura 80 - Esquema com trajeto da linha de alta tensĂŁo que corta a ĂĄrea de estudos.

Fonte: Google modigicado pela Autora (2018)

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4.7 Panorama da Visinhança Será aplicado um questionário para os moradores da região que avaliar a percepção de todo os espaços de entorno levantando as necessidades dos usuários da área. O questionário apresentará as seguintes questões: 1. Há quanto tempo reside no bairro? 2. Quais os principais problemas você vê no bairro? 3. O que faz como lazer nos fins de semana? 4. Gostaria de espaços de lazer na área? Se tivesse você frequentaria? 5. Que atividade gostaria que tivesse? 6. Se houvesse um espaço de lazer precisa ser cercado? 7. Acha que deveria haver um lugar para se reunir com família e vizinhos dentro de um parque? 8. Vê algum problema se fosse implantado uma praça aqui nessa área? 9. O que você considera ter qualidade de vida? A aplicação do questionário foi realizada com 15 moradores locais e será analisada e depois demonstrado em forma de gráficos para entender toda a percepção dos morados e encontrar a melhor maneira de introduzir as necessidades no estudo preliminar do projeto a ser desenvolvido durante o

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trabalho. Dos entrevistados abordados é possível fazer uma separação em duas categorias os que são antigo moradores da região predominantemente presentes nas casas, e os recentes moradores trazidos pela implantação de 3 conjuntos habitacionais da Cohab e 1 conjunto de apartamentos particular da MRV ( construtora em alta na região de Ribeirão Preto), obtendo-se o seguinte gráfico:

causa muito incomodo no ar da região. Alguns deram enfoque na pavimentação ruim das vias, reclamaram do grande fluxo de veículos nos locais indicados como congestionamentos no mapa de síntese apresentado na Figura 68, um deles foi atropelado na porta da própria casa durante o dia na Rua Carlos Cesar Tonelo. Resumidamente os problemas levantados pelos entrevistados foram: • Transito; Figura 81 - Gráfico de tempo de moradores na região. • Falta de mobilidade pela travessia do córrego; • Queimada as margens do córrego; • Asfalto ruim e com buracos; • Falta de praças e áreas verdes; • Falta de infraestrutura de lazer e cultura; • Falta de equipamentos de esportes de qualidade; • Posto de saúde longe. A maior parte dos moradores abordado dizem praticar caminhada no parque mais próximo, indo muitas vezes até lá com veículo próprio, outros preferem ir aos Shoppings da cidade, alguns até mesmo saem da cidade para ir pescar e disfrutar de ranchos como lazer. Fonte: Autora (2018) Todos os 15 entrevistados ao serem indagados se Quando questionados sobre os principais problegostariam de um espaço de lazer e se frequentaria mas vistos no bairro uma das principais respostas se houvesse, teve uma resposta positiva, dentre foram a falta de opções de lazer, um senhor de 73 todo apenas um levantou a questão de que só se anos disse que para praticar sua caminhada diária sentiria seguro de frequentar se houvesse seguranprecisa pegar sua moto e ir até o parque Tom Jobin ça no local. Uma questão importante foi levantada à 2,5Km de distância, ele não consegue ir a pé até aqui, muitos dos moradores ao receberem a notícia lá e depois aproveitar o parque. Outros moradores de uma implantação de um parque logo se quesdisseram que não há muito infraestrutura no local, tionam sobre a manutenção, sobre o cuidado e o e lazer consideram zero. Muitos reclamaram das respaldo da segurança pública para o local. Muitas constantes queimadas entorno do córrego o que ou quase todas as praças da região são malcuida-


das, sem manutenção na vegetação, na iluminação e no mobiliário viram verdadeiros pontos de breu onde se instala pessoas mal-intencionadas durante a noite. No questionamento as atividades a serem implantadas no parque foram colocados a seguintes opções: • Exercícios ao ar livre; • Pista de caminhada; • Pista para bicicletas; • Campo de malha; • Campo de bocha; • Campo de Futebol; • Quadra poliesportiva; • Academia ao ar livre; • Projetos sociais com aulas de artesanato; • Entre outros. O mais interessante nesta abordagem foi que em conversa com o Síndico do Condomínio Rio Negro informaram que por uma solicitação feita para a prefeitura foi criado para a população do condomínio aulas de artesanato, zumba, escolinha de futebol entre outros, onde foi disponibilizado a estrutura do condomínio para atender e as aulas sem custo algum desenvolvido por projetos sociais em bairros. Isto mostra que há um incentivo ao desenvolvimento de atividades caso haja uma estrutura e seja solicitado pela população, o exemplo citado agora tem uma pequena parte da população atendida, ou melhor só o condomínio privilegiado, se estendesse a todo o entorno muito mais moradores da região poderiam disfrutar destes projetos, mas para isso é preciso uma estrutura mínima de quadras e espaços para desenvolver as aulas, que poderiam ser criados com a implantação do parque linear na região. Uma questão polemica trazida nos questionamentos foi se o parque deveria ser fechado ou não, no

gráfico abaixo podemos observar quase um empate.

esporte e lazer, sempre muito cheio anoite e muito bem iluminado é um local que sinto muito gosto de usar, mas é preciso cruzar quase toda a cidade para usufruir do local o que inibe muito o uso e é fora do raio de influência da região abordada. Mas é sempre bom citar exemplos que realmente tem os interesses compatíveis. Todos os moradores quando questionado pelos usos do espaço com família e vizinhos veem o espaço como positivo, chegando a ser citado a implantação de quiosques que pudessem ser usados para churrascos ao ar livre ou um piquenique agregando funções que reúnam familiares e amigos para desfrutar do espaço. Nenhum morador dos abordados apresentaram problemas com a implantação do parque, mesmo os Fonte: Autora (2018) mais velhos e conservadores veem a implantação como um benefício ao local já que há escassez de Metade do questionados avaliaram que deveria ser lugares para o lazer. aberto isso aumentaria o uso do espaço em vários Por fim ao serem sobre uma percepção dos morahorários e proporcionam maior mobilidade, um dores sobre o que consideram qualidade de vida dos moradores fez uma observação bem relevanobtivemos respostas como “um lugar onde tem te, onde disse: “Vejo um exemplo no parque Tom Jobim, observei que várias pessoas faziam buracos transporte público de qualidade, saúde, escolas e lugares para lazer e distração.”, “Um lugar tranquino alambrado do parque cercado para não terem lo que possibilite passeios, um bom trabalho, tem que contornar envolta do parque todo para chegar do outro lado no seu destino, portanto acredito que conforto e aconchego.”, “É preciso se alimentar bem, praticar exercícios físicos, fazer esportes, se não houvesse cercado não haveria vandalismo porque isso faz bem.”, “ resolução de problemas no cercado e com uma boa iluminação poderia ser com transito...” e etc. De forma geral o mesmo que usado e não criariam grandes vazios anoite.” diz foi levantado por teóricos é uma percepção dos seu Antonio morador de 73 anos. Fazendo uma consideração sobre isso, gostaria de citar um exem- moradores do local sobre a melhora da qualidade de vida, e em todos os pontos a implantação de um plo que encontrei da conhecida Praça da Bicicleta na zona sul de Ribeirão Preto, ao frequentar o local parque linear pode causar uma possível melhora. vejo que por ser monitorado constantemente por viaturas é um lugar calmo e muito utilizado para caminhadas, passeio com animais de estimação, Figura 82 - Gráfico com opinião de moradores sobre cercamento do projeto.

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4.8 Legislações Foi realizado um estudo de todas legislações aplicáveis a área de estudo para que possa ser aplicado no desenvolvimento do trabalho.

4.8.1 Área de Estudo

Foi avaliado toda legislação do município relevantes para aplicação na área de estudos. Verificamos os seguintes itens: LEIS Lei nº 1.616 de 02 de fevereiro de 2004 - Institui o código do meio ambiente, dispõe sobre o sistema municipal de administração da qualidade, proteção, controle e desenvolvimento do meio ambiente, e uso adequado dos recursos naturais - SIMA, os instrumentos da política ambiental e estabelece normas gerais para a administração da qualidade ambiental do município de ribeirão preto. Lei nº 2157 de 31 de janeiro de 2007 – especificamente do capitulo V, subseção III, Artigos 91, 92 e 93 – dispõe do parcelamento do solo em áreas especiais de interesse social, no qual a região se

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aplica conforme mapa Figura 83. Fala sobre: Artigo 91 - O Poder Público admitirá loteamento ou outra forma de parcelamento do solo de interesse social destinado a assegurar moradia à população de baixa renda, nas Áreas Especiais de Interesse Social - AIS, quando caracterizado o interesse público e vinculado a planos e programas habitacionais de iniciativa da Prefeitura Municipal ou entidade autorizada por lei, ficando sua aprovação subordinada à apreciação prévia da Comissão de Controle Urbanístico, que poderá: I - vincular a aprovação do projeto de loteamento à construção das moradias, sendo que neste caso, será permitida a quota mínima de 60 (sessenta) metros quadrados de terreno por unidade residencial unifamiliar; II - autorizar a implantação de vias públicas com largura inferior às exigidas nesta lei, desde que obedecidas as diretrizes viárias fixadas pelo Poder Executivo Municipal; III - Admitir lotes com área inferior à área mínima estabelecida nesta Lei. Parágrafo Único - Entende-se por parcelamento de interesse social aquele destinado à população com renda familiar de zero a cinco salários mínimos e para assentamento de população proveniente de área de risco do Município, ou de assentamentos informais onde não seja possível fazer a urbanização no próprio local. Artigo 92 - Na hipótese prevista no artigo anterior será obrigatória a implantação de rede de abastecimento de água, de esgotos, de energia elétrica, de drenagem superficial, pavimentação das vias principais e arborização. § 1º - As vias de caráter essencialmente local, com declividade relativamente baixa poderão ser dis-

pensadas da pavimentação desde que seja implantado tratamento primário da pista de rolamento e sistema de drenagem que previnam o desenvolvimento dos processos erosivos e garantam a trafegabilidade e segurança, mesmo nos períodos de chuva, e que seja executado também pelo empreendedor, o calçamento dos passeios de forma a possibilitar boas condições de circulação dos pedestres; § 2º - Nos parcelamentos de interesse social, caberá aos concessionários ou permissionários de energia elétrica a implantação da rede de distribuição de energia elétrica; §3º - As obras exigidas no caput deste artigo, deverão estar obrigatoriamente concluídas no prazo de 36 (trinta e seis) meses, contados a partir da data de aprovação do projeto pela Prefeitura, dispensada a apresentação de garantia para sua conclusão, se o empreendimento for implantado sob a responsabilidade do Poder Público ou entidade de sua administração indireta, ou em parceria com estes, sob a forma de Consórcio Imobiliário. Artigo 93 - Os empreendimentos residenciais de iniciativa particular situado nas Áreas Especiais de Interesse Social - AIS destinados à população de baixa renda ficam isentos do pagamento do imposto predial e territorial urbano durante 36 meses contados da data da aprovação do projeto de parcelamento do solo.


Figura 83 - Mapa com macrozoneamento segundo plano diretor de RibeirĂŁo Preto dentro da ĂĄrea de estudos.

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Fonte: Plano Diretor de RibeirĂŁo Preto, modificado pela Autora (2018)


do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.

4.8.2 Área de Preservação Permanente

Foi verificado todas as legislações relacionadas para respaldo da implantação do projeto. LEIS Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 - Institui o novo Código Florestal Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979 - Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências. Lei n° 7.754, de 14 de abril de 1989 - Estabelece medidas para proteção das florestas estabelecidas nas nascentes dos rios e dá outras providências Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006 - Dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável; institui, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro SFB; cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal - FNDF; altera as Leis nos 10.683, de 28 de maio de 2003, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, 4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938, de 31 de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras providências. Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006 - Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa

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DECRETOS Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999 - Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002 - Institui princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. Decreto nº 4.382, de 19 de setembro de 2002 Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR. Decreto nº 5.975, de 30 de novembro de 2006 Regulamenta os arts. 12, parte final, 15, 16, 19, 20 e 21 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, o art. 4o, inciso III, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, o art. 2o da Lei no 10.650, de 16 de abril de 2003, altera e acrescenta dispositivos aos Decretos nos 3.179, de 21 de setembro de 1999, e 3.420, de 20 de abril de 2000, e dá outras providências. RESOLUÇÃO CONAMA RESOLUÇÃO CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986 - Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental RESOLUÇÃO CONAMA nº 4, de 31 de março de 1993 - Dispõe sobre a obrigatoriedade do licenciamento ambiental para as atividades, obras, planos e projetos a serem instalados nas áreas de restinga. RESOLUÇÃO CONAMA nº 29, de 7 de dezembro de 1994 - Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regenera-

ção da Mata Atlântica, considerando a necessidade de definir o corte, a exploração e a supressão de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração no Estado do Espírito Santo. RESOLUÇÃO CONAMA nº 9, de 24 de outubro de 1996 - Define “corredor de vegetação entre remanescentes como área de trânsito para a fauna. Grupo de Trabalho Interinstitucional – Restauração e Preservação de Áreas de Preservação Permanente-APP RESOLUÇÃO CONAMA nº 237, de 19 dezembro de 1997 - Dispõe sobre a regulamentação de aspectos do Licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente. RESOLUÇÃO CONAMA nº 294, de 12 de dezembro de 2001 - Dispõe sobre o Plano de Manejo do Palmiteiro Euterpe edulis no Estado de Santa Catarina. RESOLUÇÃO CONAMA nº 302, de 20 de março de 2002 - Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno. RESOLUÇÃO CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002 - Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de preservação permanente. RESOLUÇÃO CONAMA nº 305, de 12 de junho de 2002 - Dispõe sobre Licenciamento Ambiental, Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto no Meio Ambiente de atividades e empreendimentos com Organismos Geneticamente Modificados e seus derivados. RESOLUÇÃO CONAMA nº 310, de 5 de julho de 2002 - Dispõe sobre o manejo florestal sustentável da bracatinga (Mimosa scabrella) no Estado de Santa Catarina RESOLUÇÃO CONAMA nº 334, de 3 de abril de


2003 - Dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos. RESOLUÇÃO CONAMA nº 335, de 3 de abril de 2003 - Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. RESOLUÇÃO CONAMA nº 341, de 25 de setembro de 2003 - Dispõe sobre critérios para a caracterização de atividades ou empreendimentos turísticos sustentáveis como de interesse social para fins de ocupação de dunas originalmente desprovidas de vegetação, na Zona Costeira. RESOLUÇÃO CONAMA nº 349, de 16 de agosto de 2004 - Dispõe sobre o licenciamento ambiental de empreendimentos ferroviários de pequeno potencial de impacto ambiental e a regularização dos empreendimentos em operação. RESOLUÇÃO CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006 - Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente-APP RESOLUÇÃO CONAMA nº 378, de 19 de outubro de 2006 - Define os empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional para fins do disposto no inciso III, § 1º , art. 19 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dá outras providências.

Legal, conforme especificações detalhadas a seguir e Anexos Instrução Normativa MMA nº 8, de 24 de agosto de 2004 - Dispõe sobre o disposto nos arts. 12, 13 e 14 da Lei nº4.771, de 15 de setembro de 1965, no Decreto nº1.282 de 19 de outubro de 1994, e na Portaria 37-N, de 3 de abril de 1992. OUTROS Portaria INCRA nº 954, de 13 de novembro de 2002 - Estabelecer que o indicador da precisão posicional a ser atingido na determinação de cada par de coordenadas, relativas a cada vértice definidor do limite do imóvel, não deverá ultrapassar o valor de 0,50m, conforme o estabelecido nas Normas Técnicas para Levantamentos Topográficos. Portaria INCRA nº 1101, de 17 de novembro de 2003 - Homologar a Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais; Resolução CONFEA nº 282, de 24 de agosto de 1983 - Dispõe sobre o uso obrigatório do título profissional e número da Carteira do CREA nos documentos de caráter técnico e técnico-científico. Resolução CONFEA nº 377, de 28 de setembro de1993 - Dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica-ART dos serviços de Aviação Agrícola e dá outras providências.

INSTRUÇÃO NORMATIVA MMA Instrução Normativa MMA nº 3, de 4 de março de 2002 - Definir procedimentos de conversão de uso do solo através de autorização de desmatamento nos imóveis e propriedades rurais na Amazônia

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4.9 Síntese de análise Segundo todo os dados colhido in loco podemos verificar alguns pontos para nosso programa de necessidade do projeto a ser desenvolvido conforme Figura 84, tais como a ligação entre duas vias que resolverá o grande fluxo de veículos, resolvendo os pontos de congestionamentos, a implantação de um Parque linear melhorando a pressão da invasão da área de proteção permanente, uso de terrenos ociosos com potencial de uso para implantação de equipamento de esportes, lazer, saúde e cultural que complemente a função do parque para melhorar a qualidade de vida de toda a população de entorno e em resposta a falta desses equipamentos analisados no levantamento de dados. Foram analisados também itens como insolação e ventilação para agregar conforto e qualidade ao novo espaço a ser planejado, mostrando que os ventos predominantes iram passa pelo parque para chegar ao bairro Parque dos Pinus e Jardim Heitor Riggon , trazendo qualidade do ar à eles, isto nos induz a levar em consideração que implantação de uma lagoa ou represamento venha a melhorar a humidade do ar local o que também aumenta a tão desejada qualidade de vida do espaço. Uma consequência dessa implantação seria a valorização imobiliária como resultado da melhora do espaço de entorno.

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Outro ponto interessante pensar na implantação de espaço para Foods Trunks ou trailers de suvenires visando o uso do espaço durante a noite evitando criar lugares ermos e sem vida que possa dar possibilidade ao uso da criminalidade e degradação. Contudo a escolha do local teve como base um ótimo exemplo de problemas que com as devidas requalificações possivelmente podem aumentar ou melhorar a qualidade de vida de todo seu entorno, através da implantação de um parque linear como nos exemplos apresentados em nossas referências em estudo.

Figura 84 - Mapa com síntese das análises realizadas dentro da área de estudos.


Fonte: Autora (2018)

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5. Estudo Preliminar 94

5.1 Condicionantes do Projeto Ao decorrer deste tópico será colocado os pontos que condicionaram as decisões tomadas para este projeto, tanto para forma, traçados e volumes, quanto para o programa de necessidades. Dentro do perfil de moradores da área em estudo encontramos de classe média à baixa, com alguns núcleos de favela que são considerados de extrema pobreza. Para tanto é preciso prever que a área é frágil com relação a cultura de cuidados e insegurança trazido pela marginalização encontrada. Segundo o levantamento realizado in loco com entrevistas a moradores foi destacado por várias vezes a falta de opções de lazer ou esportes próximos. Mas a opção existente que é um campo de futebol e uma quadra ainda permite o uso, tanto que o campo de futebol é sempre usado, mas a quadra foi invadida e virou moradia irregular. Ainda segundo os levantamentos foi abordado por moradores que muitas vezes se deslocam ao outro lado da cidade ou percorrem cerca de 3km para utilizar um parque e poder disfrutar de um pouco de lazer, isto acaba afetando a mobilidade do local que se torna refém da utilização de veículos particulares para se deslocar até um ponto e muitas vezes sobrecarrega as vias de acesso local por isso. Há hoje um projeto sendo realizado dentro de condomínios locais com atividades realizadas pelo serviço de assistência social da prefeitura, com au-

las de artesanato, educação ambiental, e pratica de atividades físicas, este projeto usa a estrutura física do dos condomínios e seria um grande potencial se houvesse uma base no qual poderia atual para todo a região e não somente se restringir aos moradores dos condomínios. Com relação a legislação podemos dizer que permite apenas o gabarito padrão de 10 metros de piso à piso podendo haver até 4 pavimentos em uma edificação. Há uma APP entorno do Córrego Campos, cabendo preservar 30m lineares em seu entorno, permitindo apenas travessias em alguns pontos. Dentro da área também corta uma linha de torre de alta tensão que leva energia até a subestação noroeste e segue para oeste, devendo permanecer uma faixa de 30m embaixo desta linha sem nenhuma vegetação sob medidas de segurança constantes na legislação. Os elementos naturais presentes que são relevantes ao projeto é que o espaço possui um a massa vegetal existente com um porte grande e de qualidade, sendo preservado dentro do projeto. Os equipamentos esportivos têm sempre que manter a orientação norte/sul, mas como o campo já existente e foi levado em consideração a topografia, o campo irá permanecer num grau maio deste sentido norte/sul, mas as quadras a serem criadas terão o projeto correto em relação ao norte. O entorno possui um gabarito baixo o que faz com que a vegetação se destaque na paisagem e aumente sua relevância na paisagem, condicionando a trabalhar mais os elementos paisagísticos dentro o parque. A topografia é basicamente plana com relação a declividade encontrada e não exige grandes mo-


vimentações de terra para adaptar tudo dentro dos padrões de acessibilidade, mas com essa condicionante é possível pensar que o traçado geométrico como o que ocorreu na referência do Parque Fluvial Padre Renato Poblete, esses traçados se tornam grandes rampas em inclinação dentro dos padrões em casos que possui algum desnível. O solo desta área é relativamente fértil, isso pode ser concluído pelo fato de todas as árvores plantadas de 2011 até agora, cresceram rapidamente e se desenvolveram bem sem nenhum tipo de cuidado por parte da população. Por se tratar de ser próximo ao Córrego Campos, temos que levar em consideração espécies que gostam de humidade no solo para o desenvolvimento nesta área. E pelo mesmo motivo de estar próximo ao córrego, não é aconselhável a trabalhar com grandes movimentações de terras que possam ocasionar erosões futuras no solo, condicionando o projeto a se adaptar ao máximo a topografia natural. A área é cortada por uma linha de alta tensão o que condiciona o projeto a pensar em algo mais paisagístico e rasteiro para os trinta metros restritos embaixo da linha, então veio o pensamento em folhagens coloridas que permite um trabalho que durará o ano todo e não só na época de floração. Com relação a sustentabilidade o projeto do parque irá trabalhar o reuso da água da chuva que poderá ser captado por tanques embaixo dos caminhos de percurso do parque e poderá ser usado para a irrigação das vegetações e limpeza do parque. Segundo a massa vegetal já existente o nível de ruído desta região é bem baixo, uma vez que a massa vegetal age como barreira sonora das chácaras próximas para as residências do outro lado do córrego.

E pela existência desta mesma massa vegetal o a sensação quando se está próximo é de frescor e um ar mais limpo. No quesito infraestrutura a área passou recentemente por obras com vias de esgotamento e pluviais sendo instaladas as margens do córrego, no centro da área, o que facilita com relação ao abastecimento do parque. Outro ponto ´é que como há uma subestação de energia próximo, podemos trabalhar uma linha de energia subterrânea levando iluminação para todo o parque sem se preocupar com o conflito vegetação com postes de eletrificação. No entorno desta área foram encontrados alguns vendedores feirantes de frutas e legumes instalados em terrenos vazios ou embaixo da linha de alta tensão, se tornando uma condicionante para o espaço destinado a feiras dentro do parque, para proporcionar um local adequado a estes vendedores locais. Ao lado da área existe um haras no qual frequentemente produz festas, mas que não enche somente o local da festa mas interdita toda a rua com seu movimento, devido ao espaço ser pequeno, este item surge como condicionante para a área de eventos do parque, propondo um espaço que poderá ser utilizado por toda região a fim de trazer entretenimento noturno e diurno ao espaço. De modo geral a investigação de todo o entorno do projeto proporcionou um programa bem diversificado para o uso da população, sem contar que em uma escala menor todos vão ter acesso próximo aos quesitos que sempre aparece em parques como playgrounds, academias a ar livre ou pontos de alongamentos.

5.2 Diretrizes Gerais • Incentivar o uso comercial e de serviços ao longo da Avenida Ernesto Guevara Lã Serna, a fim de criar uma centralidade ao bairro que irá ter uma nova conexão com Via Norte; • Valorizar/Criar parque público a fim de trazer atividades de cultura, lazer e esportes para região; • Reforçar vocação de esportes que existe na área onde é existente um campo de futebol muito bem frequentado, mas sem muito cuidado atualmente; • Renovação de App que foi retirada com operação de condutores de esgoto; • Criar e ordenar tráfego de vias; • Diminuir poluição presente no local, tanto de entulhos clandestinos como no ar e de água do córrego; • Dinamizar usos das atividades no parque a fim de criar um vasto proveito para da população; • Viabilizar a conexão dos dois lados do Córrego Campos, onde possui apenas dois pontos de travessia que atualmente possui conflito entre pedestres, veículos e congestionamentos.

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5.3 Diretrizes da Proposta • USO E OCUPAÇÃO Estabelecer uso misto com prioridade para comércios e serviços, além de proporcionar incentivos para atrair na Avenida Ernesto Guevara Lã Serna, a fim de criar uma centralidade ao longo do novo eixo desafogando o fluxo existente na rua Javari; Regularizar o traçado e habitações das ocupações irregulares contidas no lote ao lado do Córrego Campos, propondo reforma e adequação nas habitações e o remanejamento de pessoas que o local não comportar; Criar quiosques de comércio e apoio dentro do parque a fim de promover o uso misto do espaço e trazer atividades compensatórias do cuidado e manutenção do espaço. • MOBILIDADE Realizar a ligação da Avenida Ernesto Guevara Lã Serva com Avenida José Ferreira de Mello Nogueira, mas apresentar solução que priorize o parque e o pedestre, criando um túnel que não de interferência na continuidade do parque na parte em que a avenida cruza; Dar preferência para pedestres criando transposições dentro do parque que permita ligação mais rápida entre os dois lados do Córrego Campos; Melhorar e criar abrigo para pontos de ônibus, tendo em vista que o transporte público na área é bem

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utilizada e adequado as necessidades; Melhorar acessibilidade de calçadas e traçado, com regularização de irregularidades, reforçar iluminação para diminuir a insegurança e criação de um posto policial dentro do parque; Implantar ciclovia que circunde o parque e possa seguir pela avenida até o circuito existente da Via Norte a fim de viabilizar o meio de transporte até o centro da cidade. • LAZER Criar espaços para atividades culturais, com possibilidade de oficinas de artesanato, arte e pintura; Revitalizar espaços para esportes existentes e criar novos, além de remanejar habitação irregular que tomou conta da área da quadra poliesportiva existente; Criar espaços que possibilite o acontecimento de feiras, exposições, eventos de food trucks e quiosques fixos de apoio e comercio; Criar espaço de eventos, com palco multiuso que permita uso para teatro, shows e apresentações; Promover no parque programa de atividades que valorizem aspectos culturais, garantindo segurança, acessibilidade e manutenção do espaço; Criar quiosques de estadia e lazer com a família, que permita momentos como piquenique e churrasco ao ar livre; Criar fonte interativa com calçamento permeável que permite a interação das pessoas com a água que esguicha sem criar espelhos d’água que possa trazer problemas com mal-uso; Criar malha de cordas que se transforme em rede para deitar ao sol ou à sombra das arvores para descansar; Criar espaços de playgroud para diversão das crianças;

Criar espaços para jogos de mesa, bocha ou malha; Criar equipamentos de academia e alongamento para pratica de caminhadas e cooper; • PAISAGEM Criar elementos que proporcione de forma física e visual uma valorização da vegetação e do córrego Campos; Reconstruir o ecossistema do local, principalmente na área de App degradada; Criar uma paisagem verde a fim de desenvolver uma identidade própria para o local; Criar conexão entre bairros e viabilizar a integração dos moradores. Priorizar a paisagem do parque criando um túnel na ligação da Avenida Ernesto Guevara Lã Serna e diminuir o fluxo de veículos intenso pela Rua Carlos Cesar Tonelo;


5.4 Conceito A ideia principal desta proposta era trazer através do desenho urbano e da requalificação do espaço do fundo de vale degradado uma contribuição para melhora da qualidade de vida da vizinhança, para tanto foi elencado algumas atividades que pode trazer essa melhora se aplicados neste projeto que prioriza o lazer, além de considerar que a alteração da paisagem verde já pode contribuir. Após os estudos da área a principal reclamação foi por falta de lazer, então elencamos as seguintes atividades: • Caminhar • Fotografar • Ler livros • Frequentar lugares para comer e beber • Praticar esportes • Fazer piqueniques e churrasco • Pescar • Esportes na natureza • Reunir amigos • Contemplar paisagem bonita • Descansar Com isso podemos propor conceito de núcleos que exprimam estes itens de lazer e façam parte da contribuição da melhora da qualidade de vida urbana da vizinhança, indo além destes núcleos de lazer, núcleos de melhoramento do desenho urbano, da paisagem e da mobilidade. Partindo da ideia central de trabalhar qualidade de vida urbana é possível se destacar um tripé para este projeto envolvendo a educação ambiental, para promover concientização e preservação da reserva

de APP existente, o lazer, para promover recreação, descanso e entretenimento, e o desenvolvimento de esportes que estimula a pratica de exercícios físicos e consequentemente melhora a qualidade de vida.

Figura 85 - Figura com relação formando o conceito de projeto.

Fonte: Autora (2018)

97


Figura 86 - Esquema de leitura do parcelamento do loteamento sob vista aérea.

5.5 Partido O partido do projeto surgiu através das análises do desenho do traçado apresentado no bairro Figura 86, e de exemplos contemporâneos dos parques estudados com traçado geométrico Figura 87. Então foi pensado para o projeto a proposta de um traçado dentro do parque que segue uma geometria de triangulações separando os núcleos de atividades a serem propostas e desenhando os caminhos dentro do parque, bem como dando forma ao espaço e seguindo o conceito. Partindo dessas premissas todos os mobiliários e edifícios que comporão o parque terão uma aparência mais geométrica que se fundamenta na triangulação.

Fonte: Autora (2018) Figura 87 - Foto aérea do Parque Fluvial Padre Renato Poblete com seu traçado geométrico.

98

Fonte: Archdaily (2016)


5.6 Processo criativo da forma Figura 88 - Esquema do processo criativo da forma e partido de projeto.

Fonte: Autora (2018)

99


Figura 96 - Imagem ilustrativa da diretriz volumétrica do centro cultural.

5.7 Programa de Necessidades

6 Área para jogos de mesa coberto e sem cobertura;

Com base no conceito apresentado houve a seguinte proposta para o programa de necessidades que o para parque deverá conter: 1 Restruturação e delimitação da Área de Proteção Permanente criando uma barreira não visual entre as áreas do parque e da APP; 2 Área destinada ao lazer com quiosques para piquenique, churrasco e confraternização entre amigos e familiares;

7 Área para jogos como bocha e malha (sugestão de moradores); 8 Pontos de alongamento;

rizar o parque e o pedestre criando a ligação subterrânea;

9

14 Trabalho com vegetação criando paisagem agradável e contemplativa;

Figura 89 - Imagem ilustrativa do quiosque.

Fonte: Autora (2018)

3 Área de descanso com rede de cordas longo e único para uso e descanso do público; 4 Fonte interativa e solo permeável para infiltração da água; Figura 90 - Foto de referência para onte interativa

Fonte: imagem disponível em:<http://jatodaguafontesluminosas. com.br/project/fonte-interativa-seca/>. Acesso 18 nov. 2018

5

Academias ao ar livre;

Figura 91 - Foto de referência para academia ao ar livre.

100

Fonte: imagem disponível em:<http://www.selj.sp.gov.br/sao-sebastiao-e-contemplada-com-nova-academia-ao-ar-livre/>. Acesso 18 nov. 2018

Figura 92 - Foto de referência para mesa de jogos

Fonte: imagem disponível em:<http://lucenacorredor.blogspot. com/2016/03/o-dia-em-que-meFonte: Autora (2018) -encontrei-com-luiz.html>. Acesso 13 Ligação entre Avenidas que passa o Linhão 18 nov. 2018 de Energia com proposta subterrânea, a fim de prio-

Figura 97 - Foto de referência para vias subterraneas em Figura 93 - Foto de referência para pontos de alongamento. parques Fonte: imagem disponível em:<htFonte: imagem disponível em:<https://www.plataformaarquitectura. tp://www.curitiba.pr.gov.br/fotos/ cl/cl/898371/parque-bicentenarioalbum-prefeitura-oferece-22-es-un-proyecto-que-ayuda-a-cosertacoes-de-ginastica-e-alonga-una-herida-urbana-en-bogota>. mento/26885>. Acesso 18 nov. Acesso 18 nov. 2018 2018

Pontos de Playgroud para crianças;

Figura 94 - Foto de referência para playground. Figura 98 - Foto ilustrativa de vegetação rasteira de folhaFonte: imagem disponível em:<htFonte: imagem disponível em:<htgens coloridas. tps://www.playgroundcentre.com/ tp://www.forumdaconstrucao. products/coronet-peak/>. Acesso com.br/conteudo.php?a=16&18 nov. 2018 Cod=1193>. Acesso 18 nov. 2018

10 Espaço para Quiosques comerciais, feiras ao ar livre e suporte para food trunks; 11 Área para eventos, shows, teatro, apresentações populares e atividades de comunidade;

15

Pista de skate;

Figura 99 - Foto de referências de piscina de skate. Fonte: imagem disponível em:<https://www.lanfer.arq.br/2014/10/ projeto-e-construcao-de-pistas-deFigura 95 - Foto de referência para bancos na topografia do -skate.html/1410531207_skateFonte: imagem disponível em:<htteatro. park_time_in_color_lugaro_suitp://www.arquitetosassociados.arq. za_5>. Acesso 18 nov. 2018 16 Ciclovia; br/home/?projeto=praca-da-pamFigura 100 - Foto de referências de ciclovia em Parques. pulha>. Acesso 18 nov. 2018 Fonte: imagem disponível em:<https://www.infoescola.com/trans12 Edifício de abrigo da administração que porte/ciclovia/>. Acesso 18 nov. 2018 cuidará do cronograma de atividades do parque e

espaço cultural com biblioteca, salas destinadas a oficinas de artesanato, danças, teatro;

17 18

Campo de Futebol; Quadras poliesportivas.


Figura 101 - Esquema de alterações referentes a mobilidade da área de estudos.

O projeto a ser realizado prevê uma melhoria no traçado que pode contribuir com o trajeto do transporte público diminuindo o tempo de locomoção de pedestres até os pontos e melhorando o percurso de forma a diminuir o tempo de trajeto dos onibus em suas linhas, conforme figura 101. Os bairros também se beneficiarão com novo ponto de ligação com a Via Norte para levar o fluxo até o centro, reduzindo a utilização de vias com dimensões conmuns e fluxos intensos existentes na área. Plano cicloviário, sem realizar grande intervenções o plano ciloviário não é só para um pequeno caminho dentro do parque, ele prevê a ligação com a ciclovia da Via Norte e com o Parque Tom Jobin criando um macro circuíto que beneficiará tando os que querem realizar a pratica de atividades físicas, como pedalar, quanto para os trabalhadores que dependem das bicicletas para se deslocarem até seus destinos te trabalho ou retornarem para casa.

Fonte: Autora (2018)

101


5.8 Fluxograma Figura 102 - Fluxograma do projeto.

102

Fonte: Autora (2018)


Figura 103 - Plano de massas do projeto.

5.9 Plano de Massas

O plano de massas foi determinado pelos núcleos de atividades a serem desenvolvidas ao longo do parque linear, deixando uma faixa de APP sem interferências que vão além do traçado que tem efeito de transposição do córrego a fim de dar mobilidade

a pedestres ligando os dois lados. A partir deste croqui apresentado foi realizado um desenho mais trabalhado e melhorado sobre o plano de massas apresentado na Figura 103.

Fonte: Autora (2018)

103


5.10 Estudo Preliminar

Figura 104 - Croquis de ideias para o projeto.

Neste estudo preliminar será proposto possíveis alternativas que possam dar soluções adequadas à requalificação da área escolhida para o projeto, portanto apresento os croquis da Figura 104 e 105, como parte do processo inicial de criação do desenho do parque, seguido de justificativa e apresentação preliminar de plantas e cortes para conhecimento e entendimento do projeto.

5.10.1 Croqui Esquemático O primeiro croqui foi baseado apenas na criação e organização dos núcleos de atividades propostas pelo parque, sem levar muito em consideração a topografia. No segundo croqui no entanto foi realizado algumas alterações, como o fato de trocar a localização do teatro e eventos com a administração, tendo em vista a topografia que irá ajudar a criar um melhor cenário para o espaço.

Fonte: Autora (2018)

104


Figura 105 - Croquis de ideias para o projeto.

Fonte: Autora (2018)

105


5.10.2 Memorial Justificativo O projeto tem por objetivo uma proposta de um parque linear aberto para agregar mobilidade ao traçado e transposição do Córrego Campos No estudo realizado in loco levantou-se a necessidade que os moradores têm, de opções de lazer, mobilidade e entretenimento para área, dando origem a todo o programa de necessidade criado para área. Muito do que foi proposto tem por base as análises realizadas com a contribuição das leituras de referências projetuais, que apresentaram ações efetivas e boas aos espaços antes degradados como este. Em nossa primeira referência do Parque Nossa Senhora da Piedade a contribuição foi a questão da escala do parque linear a ser projetado, o parque Nossa Senhora da Piedade de Belo Horizonte, também possui um caráter de requalificação do desenho urbano entorno de córrego degradado. Seguindo pelas referências, vemos o parque Madureira que nos chamou a atenção para o programa de atividades diversificado, que propõe ser desenvolvido ao longo de uma área antes mal utilizada pelas linhas de alta tensão. Em seguida o Parque Fluvial Padre Renato Poblete com seu traçado contemporâneo e geométrico, e por fim o Parque Red Ribon que nos mostra uma alternativa de melhorar a paisagem aderindo a própria vegetação nativa a fim de evitar tantos cuidados, e a identidade do espaço criada pelo mobiliário em destaque.

106

Todas essas referências vieram a contribuir para a criação do nosso Parque Linear, o traçado além de levar a contemporaneidade da geometria, também quis trazer dialogo como o próprio traçado seguido pelas quadras e terrenos triangulares destinados a praças e equipamentos no próprio entorno da área. A criação da ligação entre as avenidas que possuem o linhão de energia, Avenida Ernesto Guevara Lã Serna e José Ferreira de Mello Nogueira tem por finalidade diminuir o fluxo de veículos e o congestionamento criado na Rua Javari e na Rua Carlos Cesar Tonelo, que existe atualmente e é agente de vários acidentes envolvendo pedestres e veículos, e a opção de realizar esta ligação no projeto por um túnel é para dar prioridade aos pedestres. Se tratando de uma área de periferia igual se trata, onde os moradores andam bastante a pé e usufruem do transporte público, ter essa prioridade é bem mais interessante do que o que temos atualmente como exemplo de veículos como destaque. A ciclovia criada e que segue até ao disponível na Via Norte vem como opção de transporte alternativo para os moradores e não somente como opção de lazer que também vai ser contemplado na área. A seção de eventos, shows, e apresentações, apesar de juntar aglomerados de pessoas terão seus espaços separados das feiras, foods trunks e quiosques comerciais, a fim de distribuir o fluxo de pessoas ao longo do parque. A área de Eventos por sua vez fica próximo as avenidas e as feiras no lado oposto em transido mais calmo e local. A opção de ligar as quadras triangulares existentes ao parque e mudar o traçado de veículos foi para priorizar os pedestres, já que naqueles pontos o trânsito é apenas de moradores locais e não oferece prejuízos ao novo traçado que teriam se se

adequar, melhorando a qualidade de caminhadas pelo parque. A parte de lazer é o foco do espaço, com quiosques para piqueniques, churrascos, reuniões de amigos entre outras atividades terá de receber uma atenção quando ao mobiliário, a fonte ao lado vem como complemento de atividades que envolva tomar sol e se molhar. A malha de cordas é uma opção para o relaxamento, descanso, sendo uma opção versátil e multiuso em utilidade pelos projetos atuais. O lado oeste do parque não terá muito além do calçadão de passeio e a ciclovia, pelo motivo de preservar a APP existente no local, portanto o foco é em caminhadas cooper e ciclismo, sem a interferência de outras atividades, e dando uso para não ocorrer a degradação a APP como vinha acontecendo. O próprio fato de ter opções de lazer para o local também já contribui para melhora da mobilidade, pois a vizinhança não precisará de deslocar longas distancias a procura de um pouco de diversão nos tempos livres e isso também aquecerá o comercio dentro do parque. Os pontos de alongamento, academia e jogos foi uma opção para se distribuir em vários pontos do parque a fim de suprir a demanda de pessoas que vão ao espaço praticar atividades físicas e esportes. Quanto a área de esporte, este ponto já é uma vocação do local, onde já existe um campo de futebol muito bem utilizado pelos moradores que poucas opções têm, então será uma questão de melhorar e somar mais qualidade ao espaço para suprir de forma mais eficiente a demanda do local por espontes. Sobre o programa de atividades a serem desenvolvidas o edifício administrativo pode ser sede


de ongs, como as que já atuam no local dentro de condomínios nos arredores a fim de criar aulas de artesanato, dança e esportes, dentro dos espaços físicos criados pelo projeto agregando qualidade as atividades e não dependendo de espaços privados para desenvolvimento.

107


6. O Projeto 108

6.1 Implantação Geral O projeto do Parque Linear Campos possui um programa de atividades bem elaborado com base nas necessidades levantadas por moradores locais e análises in loco, portanto pretende atender ao máximo a população com relação ao lazer e entreterimento com os seguintes locais apontados na figura 106:


Figura 106 - Imagem Ilustrativa da implantação geral do parque.

2 3

1

1 2 3

12 21

4

20

21

21

5

6

7

21

21

21

9 10

10

21 12

13

21 11

2 1 21 14 21

19 12

21 21

18 15 20

16 8

17

1- Playground para crianças; 2- Academia ao ar Livre; 3- Ponto de alongamento; 4- Espaço para feiras ao ar livre; 5- Quiosque comercial; 6- Quadras de Volei e Baquete; 7- Quadras de Tennis e Handboll 8- Campo de futebol; 9- Quiosques de lazer; 10- Mesas de Jogos; 11- Muro dos Grafites; 12- Chafaris interativos; 13- Espaço Pet; 14- Piscina de Skate; 15- Praça de Shows; 16- Palco e Teatro; 17- Arquibantadas teatro; 18- Paisagismo decorativo; 19- Volumetria Edufício Cultural; 20- Tunel de ligação de avenidas; 21- Banheiros públicos.

Fonte: Autora (2018)

109


6.2.1 Traçado O traçado geométrico do parque partiu da análise geométrica dos loteamentos de bairro de entorno, juntamente com o conceito de núcleo de proporcionem qualidade de vida urbana ao espaço, e como resposta aos projetos contemporâneos aplicados hoje em dia o resultado foi um traçado triangular. Dentro deste traçado foi simplificado a questão da topografia que criou rampas dentro das normas de 8,33% de inclinação, sem contar que todo o caminho possuirá o piso tátil no centro para a acessibilidade de deficientes visuais. A pavimentação do traçado será de um sistema permeável de pavimentação que capita a água de chuvas e leva até um reservatório abaixo do sistema de lazer para utilização de limpezas e irrigação do parque. A ciclovia também será de um concreto permeável permitindo infiltração de água da chuva e não atrapalhando a permeabilidade do solo da área. O projeto prevê duas grandes vias, com dimensões de 9m para que possam adentrar carros de viaturas de vigilância, para manter uma monitoração contra vandalismo, sendo elas a que liga o acesso 1 ao acesso 6, cortando o parque de sudoeste à nordeste ligando a Rua Vicente Leandro até a Avenida João Batista Duarte uma paralela a esta que liga a Rua Julia Nechi Piana até a Avenida João Batista Duarte, ambas corta a zona de eventos e também servem como acesso de veículos de pronto atendimento para os futuros eventos que possam vir a acontecer no parque. Sobre a ciclovia, boa parte é o ponto de transi-

110

ção entre a vegetação das APPs e os caminhos do parque, mudando seu percurso na parte central para acompanhar o mural dos grafites, afim de tornar um circuito mais longo e proporcionar uma paisagem mais distinta ao realizar o percurso da ciclovia. Os pontos de transposição do córrego Campos foram realizados por pontes metálicas, sendo permitido a travessia em 7 vias, para melhorar a mobilidade de pedestres para circular, tanto entre os bairros, quanto dentro do parque. Os calçadas linteiras as Vias públicas não possuiram guias altas de 10 cm, para que o parque seja um diferencial com relação a acessibilidade, os cadeirantes poderam entrar em qualquer ponto do parque, pois as guias possuiram rampas contínuas

Figura 107 Figura - Planta105 implantação traçado do parque. - Planta decom implantação geral com traçado.

em seu calçamento sem o degrau de 10 cm. Vias de acesso de veículos oficiais

Acessos


Figura 108 - Imagem representativa do concreto permeável colorido

Concreto permeável drenante com tnalidade vermelha para aplicação em toda a ciclovia dentro do percurso do parque, para que não interfira na drenagem do solo e contribua com a infiltração de aguas da chuvas e possíveis enxurradas que possam haver ao longo do percuso.

Fonte: imagem disponível em:<https:// www.aecweb.com.br/prod/e/placa-permeavel-drenante-em-concreto-poroso_4200_40139>. Acesso 18 nov. 2018. Figura 109 - Imagem ilustrativa do calçamento escolhido para o parque

Fonte: imagem disponível em:< http://genoa-arq.blogspot.com/2015/07/museu-de-arte-parede-sistema-de.html >. Acesso 18 nov. 2018.

Esquema do piso que será utilizado para implantação em todo o parque, com a primeira camada de blocos de concreto permeavel e rejuntamento permeável, uma camada de assentamento do solo, uma camada de base de granulometria maior, uma camada de sub-base com instalação de encanamentos de drenagem, que levará água para os tranques de reutilização, uma camada de goetêxtil e o solo compactado para receber todo este pavimento.

Figura 110 - Imagem representativa do piso tatil que será aplicado em todo o parque

Opção de piso tátil que será aplicado em todo o percurso do parque, dando acessibilidade aos deficientes visuais ao projeto.

Fonte: imagem disponível em:< https://tecparpavimentos.wordpress.com/2013/07/23/a-importancia-do-piso-tatil/>. Acesso 18 nov. 2018. Fonte: Autora (2018)

111


6.2.2 Vegetação

Para este projeto levamos em consideração a massa vegetal existente as margens do córrego campo e aos fundos das chácaras, então o restante da área como foi recentemente desmatado para implantação da infraestrutura de esgotamento e captação de água da chuva, vai ser proposto uma rearborização mais sensorial, contribuindo para um destaque na paisagem. Foi realizado um levantamento de todas as espécies arbóreas disponibilizadas pela prefeitura de forma gratuita e as especificações de cuidados delas, bem

como o calendário de floração, conforme figura 111. Após este levantamento, optou-se por colocar uma vegetação que houvesse cores distintas, deixando a paisagem mais colorida e estimulando uma análise sensorial visual e com odores distintos pelo parque. A vegetação foi pensada de forma consciente dentro de todo o parque para enfatizar o traçado geométrico. Dentro da via principal do parque foi proposto uma colocação de Paineiras e ipês roxo da mata, que intercalam sua floração entre períodos e proporcionam uma cor rosa durante quase todo o ano para esta parte do parque. Dentro de caminhos secundários e outros pontos importantes foi cercado por sibipirunas e ipês amarelos da mata que contam uma colocação amarela e verde dando outro destaque para estas áreas, nos

Figura 111 - Tabela de floração das espécies de árvores que foram escolhidas para o parque

112

outros pontos foram misturado arvores de porte médio e pequeno, deixando a paisagem bem colorida com flores, odores e sabores, pois em alguns pontos foram colocados arvores frutíferas para que a população possam saborear ao longo do ano, como amoreiras e pitangueiras. Todo este processo foi realizado lembrando com base nas árvores disponíveis gratuitamente pela prefeitura, para que não haja gastos referente a esta implantação, segue na figura 112 um mapa e tabela com localização da espécies e portes das árvores a serem plantadas. O único local que será trabalhado uma vegetação rasteira na qual terá que ser investido um valor será embaixo das linhas de alta tensão, como foi pensado num projeto que traga cor ao espaço, foi elaborado um trabalho com folhagens coloridas formando desenhos coloridos na paisagem deste ponto.

Fonte: Autora (2018)


Figura 112 - Planta de localização do plantio de árvores pelo parque

Figura 113 - Tabela de tipo, porte, representação e imagens das árvores a ser implantadas

Fonte: Autora (2018)

113


Figura 112 - Planta de localização do plantio de árvores pelo parque

Figura 113 - Tabela de tipo, porte, representação e imagens das árvores a ser implantadas

Fonte: Autora (2018)

114

Fonte: Autora (2018)


6.2 O Parque Linear

O parque linear tem o principal intuito de preservar de forma mais efetica a área de Preservação Permanente no entorno do Córrego Campos, o qual encontra-se muito degradado na atualidade, como há uma área consideravel, livre em seu entorno foi proposto um parque com um programa bem abran-

gente que engloba uma série de atividades que foi levantada pela população e também trabalha uma travessia subterranea da avenida priorizando os pedestres e não o veículo neste projeto, conforme podemos observar nas figuras .

Figura 114 - Planta implantação geral do parque

C B

A

A

C

B

Fonte: Autora (2018)

115


Figura 115 - Corte longitudinal do parque

Corte A - A Longitudinal

0

100

200

Fonte: Autora (2018) Figura 116 - Corte transversal com Avenida Subterranea

Corte B - B Transversal Avenida

0

100

200

Fonte: Autora (2018) Figura 117 - Corte tranversal do parque

Corte C - C Tranversal Parque

116

0

100 Fonte: Autora (2018)

200


6.3 Centro Cultural Foi proposto a implantação de um edifício que abrigará o centro cultural, base da polícia militar e uma sede administrativa para controlar as atividades a serem desenvolvidas dentro do parque como, liberação para grafitar no mural, controle de chaves para uso dos quiosques, cronograma e deposito para limpeza e manutenção do parque entre outros. Para este edifício foi realizado um estudo da forma apontando apenas uma diretriz volumétrica, sem aprofundar seu programa ou divisões internas, pois neste trabalho o enfoque é na proposta do parque linear em si.

Três edifícios contemplando o programa de necessidades, mas ao mesmo tempo formando uma forma.

Cobertura interativa do edifício que permite subir e formar um mirante para adimirar a paisagem.

Figura 119 - Vista volumétrica da diretriz do edifício cultural do parque

Figura 118 - Partido da diretriz das formas adotadas para o parque

Fonte: Autora (2018)

Fachadas voltadas para o sul com vidro, permitindo iluminação natural dentro do edifício. Fonte: Autora (2018)

Geometria triangular presente na forma acompanhando o rocesso criativo.

117


6.4 Eventos

São três pontos do parque que irão proporcionar área para eventos, o promeiro deles é o de feiras, espaço destinado para feirantes durante o dia e abrigará um grande calçadão para que possa haver atividades como encontro de carrinhos de lanches anoite, criando um espaço diversificado que oferece estrutura para estes tipos de atividades volantes que tem o publico local como clientela. Num segundo espaço temos o teatro, que permite que uma só estrutura de palco tenha dois lados, um destinado a arquibancadas na topografia e outro voltado para uma área plana para públicos. Sendo assim o edifício que abrigará o palco terá uma estrutura de camarins, banheiros e administração de eventos. Na terceira parque o palco é mais voltado para shows, com uma estrutura em balanço que permite estar proximo do público mas ao mesmo tempo não estar junto deles. todo o edifício do palco é projetado pensando em rampas para a locoloção de equipamentos e dar acessibilidade ao espaço.

118

Figura 120 - Vista do calçadão de feiras

Fonte: Autora (2018) Figura 121 - Vista lateral do Palco de Shows

Fonte: Autora (2018)


Figura 122 - Planta do pavimento térreo do palco de Eventos

6.5.1 Palco

19 x 0,17 = 3,00

rt Co

19 x 0,11 = 2,00

A1

Corte

lco Pa

ina

25,61

lco Pa atro Te

20 x 0,23 = 4,20

2 ,7 25

s

A1

s ow Sh

Corte

as rtin o C

12,89

O palco criado para o eventos é uma estrutura com dois lados , sendo um voltado para uma arquibancada na topogradia, referenciado em um teatro de arena, de outro lado uma estrutura suspensa criando um palco de shows, a cobertura é criada como leitura da triangulação trazida do partido. A entrada principal deste edifício que abriga os eventos é realizada abaixo do palco, seguindo para o sub-solo de onde foi criado um sistema de rampas de acesso para subir até os dois lados de apresentação, sendo esse sub-solo um sistema de apoio com sanitários, camarim e administração para produtores e artistas dos eventos ter suporte fixo ao longo de suas apresentações. O lado leste representa o teatro e alemém do acesso pelo sub-solo tem escadas que acessam o palco diretamente para interação do público com os apresentadores. Já o palco de shows é totalmente isolado, tendo acesso apenas pelo sub-solo, sob medidas de seguranças para shows famosos limitando o acesso. A estrutura é central com paredes lateal de apoio para a cobertura que será todas em treliças metálicas permitindo o grande vão existente, a cobertura em si, será com telhas sanduiches metálicas, permitindo conforto termico ao espaço e leveza para a estruturação de shows.

10,05

9,79

19,64

Térreo do Palco e Teatro Escala 1:200

Fonte: Autora (2018)

119


Figura 123 - Planta do subsolo do palco de eventos

2,24 2,12

11,16

9,56 5,90

20 x 0,23 = 4,20

25,61

11,38 19 x 0,17 = 3,00

ri m ma Ca 01

3,81

o eir nh ino a B min Fe

de pa ao m Ra esso de Ac alco s P how S

o eir nh ino Ba scul Ma

5,07

4,51

9,81

9,81

Subsolo do Palco e Teatro Escala 1:200

A1

Corte

6,32

19 x 0,11 = 2,00

ão aç

e ad mp o ao a R ess de ac alco o p atr te

6,36

str ini m Ad

6,41

3,64

Projeção do palco

5,11

A1

Corte

e ad ad o ao c Acesso Es e ss d e e ac alco s ad p how ad o ao c s Es ess de a ac alco o mp a p atr R de a te ad r t n e

3,00

21,00

6,70

5,36

6 ,5 12

5,14

2,01

4,50

9,82

120

7,97

4,50

12,89

O balanço de 10m contidos no palco de shows é resultado da estrutura central que vai até o subsolo. Dentro do edifício contram três rampas, sendo uma para o acesso principal que desce adentrando o edifício no sub-solo. A segunda rampa da o acesso ao palco do teatro e a terceira leva até o palco de shows. Há também duas escadas que permite o acesso mais rápido do que as rampas, como alternativas mais rapidas para as trocas de figurino entre outros serviços de um show. A administração do edifício cuidará da programação de eventos que poderá ser desde pequenos shows locais até grandes atrações, desde que préviamente agendados e com uma pequena ajuda de custo para manutenção local. Dentro do edifício apenas 4 espaços distintos, sendo camarim, banheiro masculino e feminino e administração. Em ambos dos lados de apresentação terá uma grande cortina que irá vedar visualmente o acesso das rampas e escadarias ao sub-solo, a opção de não optar por paredes veio da leitura de palcos de teatros e shows que sempre opta pela altenativa de cortinas, que permite a mobilidade de peças e adereços de cenários para apresentações.

Fonte: Autora (2018)


Figura 124 - Corte do palco de eventos

Corte A-A - Palco Teatro e Shows Escala 1:200 Figura 125 - Vista do palco de teatro

Fonte: Autora (2018)

Figura 126 - Vista do palco e shows

Fonte: Autora (2018)

Imagem Ilustrativa 01 Sem Escala

Fonte: Autora (2018)

Imagem Ilustrativa 02 Sem Escala

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6.5 Lazer

Figura 127 - Vista do quiosque de lazer

O parque terá uma estrutura com 10 quiosques de lazer, que poderá ser resorvados dentro do edifício cultural, que liberar´uma chave de acesso aos armários e sanitários. Estes quiosques terá uma pia, uma churrasqueira, uma mesa fixa e um banheiro com chuveiro para cada um dos três lados que o quiosque tem, todos abastecidos por uma mesma caixa d’água com registro dentro dos banheiros que poderá ser aberto após pegar as chaves, a fim de manter um controle e não haver invasções nestes espaços. Outro ponto são as lixeiras grandesque terá uma por espaço, sendo o acesso das grandes lixeiras para captação do sistema de coletas próximo ao espaço facilitando o trabalho dos faxineiros de manutenção do parque.

Fonte: Autora (2018)

Figura 128 - Corte do quiosque de lazer

+6,00 2 Segundo Pavimento

+3,00 1 Primeiro Pavimento

2,80

3,91

3,48

5,00

0,30

1,00

3,64

1,85

122

1,64

Corte A-A - Quiosque Lazer Escala 1:100

±0,00 0 Pavimento Térreo Fonte: Autora (2018)


Figura 129 - Planta de cobertura do quiosque de lazer

7 13,7

5,19

80

13,50

A1

Corte

,4 9 10

13 ,

5,2 0

10 ,51

10,46

0 5,2

O quiosque terá os banheiros todos azulejados para facilitar a limpeza, que será de responsabilidade do público que utilizará uma breve limpeza antes do uso e a entrega em bom estado. O edifício terá uma cobertura contral para a caixa d’água e banheiros e outras três caidas uma para cada lado de uso, a estrutura que suportará a cobertura será de metal chumbado nos muros de concretos do edifíco, toda a fiação de energia será embutida que ligará as luzes contidas em A1 grade de proteção anti quebra e furto, Corte todos chumbados nas três paredes mestres do quiosque. O quiosque tem todo o processo criativo adotado como partido na sua forma geométrica, tanto em planta como a triangulação da vista. Com relação a mesa adotada como mobiliário, também partiu de um projeto voltado para a indetidade visuail criada como partido. A mesa foi criada com metalão soldado, e madeira de reaproveitamento, formando o mobiliário apresentado nas imagens ilustrativas.

Planta de Cobertura Quiosque Escala 1:100 Fonte: Autora (2018)

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Figura 130 - Planta de estrutura do quiosque de lazer

Figura 131 - Planta de layout do quiosque de lazer

5 95 .6 6 9

Planta de Estrutura Quiosque Escala 1:100

Fonte: Autora (2018)

124

Planta de Layout Quiosque Escala 1:100

Fonte: Autora (2018)


Figura 132 - Vista das quadras de volei e basquete

6.6 Complexo Esportivo A área de esportes que compõe o parque é composto por um campo de futebol, existente e revitalizado, no qual foi acrescentado uma arquibancada para o público assistir as partidas, duas quadras de volei, duas quadras e basquete, uma quadra de tênis, uma quadra poliesportiva e duas pequenas quadras de badminton, junto das quadra haverá pequenos guardasóis e bancos chubados no chão fixos ao local para receber times resercas e espectadores das partidas. Dentro da área de esportes haverá um dos vários pontos de banheiros públicos para os usuários. Todo o espaço será bem iluminado por refletores permitindo o uso durente a noite mediante a reservas prévias do espaço, tudo coordenado pelo centro cultural que terá a sede administrativa do parque. As quadras serão todas de concreto polido e pinturas, sendo apenas a quadra de tênis de solo cimento. O campo como ja possui uma boa estrutura gramada não sofrerá grandes mudanças, sendo revitalizado apenas os espaço com perda de qualidade de uso. A topografia deste espaço destinado a esportes é um pouco ingreme no sentido norte à sul como tem de ser colocados as orientações das quadras, portanto foi criado dois grandes platos, com muros de arrimo como solução, a fim de criar um limite de acesso apenas por um lado, e colocando grades na onde a topografia é desnivelada para segurança.

Figura 133 - Vista das quadras poliesportiva e de tênis Fonte: Autora (2018)

Figura 134 - Vista do campo de futebol Fonte: Autora (2018)

Figura 135 - Vista da arquibancada do campo de futebol Fonte: Autora (2018)

125

Fonte: Autora (2018)


6.7 A Avenida Em meio a área selecionada para o projeto obtivemos uma condicionante muito forte que é a linha de alta tensão que cruza pela área, e através dela também corre uma avenida inacabada que cruzaria a área do parque caso fosse continuada. Em contraponto aumentaria e melhoraria a mobilidade de toda a região. Então a alternativa de resposta a estas condicionantes será a criação de uma avenida subterranea para cruzar o parque. A linha de alta tensão continuará a passar por cima cruzando o parque e respeitando a legislação de não permitir atividades de permanencia embaixo, muito menos vegetação. Sendo assim foi proposto um trabalho paisagistico com uma vegetação rasteira de folhagens coloridas, permitindo ao longo de todo o ano uma coloração diferenciada que cria um desenho e trabalha um visual harmonioso ao espaço. O túnel ligará a avenida Ernesto Guevara Lã Sernna à avenida José Ferreira de Mello Nogueira e consecutivamento ligando os bairros à avenida Eduardo Andréa Matarazzo, que faz a ligação até o centro da cidade. Esta proposta aumentará a mobilidade da área e com a proposta de trazer a ciclovia do avenida Eduardo Andréa Matrazzo até o parque, isso auxiliaria na mobilidade através de alternativa mais sustentáveis de transportes, com infraestrutura para o insentivo do uso da bicicleta.

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Figura 136 - Vista da Avenida Ernesto Guevara Lã Serna sentido Avenida José Ferreira de Mello Nogueira

Fonte: Autora (2018) Figura 137 - Vista da Avenida Ernesto Guevara Lã Serna sentido Rodovia Alexandre Baldo

Fonte: Autora (2018) Figura 138 - Vista do trabalho paisagistico abaixo da torre de alta tensão

Fonte: Autora (2018)


6.8 Pequenos Núcleos Os pequenos núcleos é o nome dado a proposta de vários pontos de playgrounds, acadêmias ao ar livre e pontos de alongamento, que terão uma escala de atendimento de vizinhança, portanto ao londo dos 757m lineares de percurso principal do parque poderá ser encontrado 3 pontos com estes núcleos. Esta proposta permitirá que as pessoas de entorno não ande mais de 200m para encontrar um destes equipamentos e disfrutar do seu uso. Também cabe incluir a este ponto os banheiros públicos que serão espalhados por todo o parque a fim de suprir as necessidades dos usuários a longo do percurso de passeio, tais blocos de banheiros serão compostos por bebedouros, um banheiro acessível de cada gênero e três banheiros para cada gênero normais.

Figura 139 - Vista do playground do centro do parque

Figura 140 - Vista do ponto de alongamento na ponta norte do parque

Fonte: Autora (2018) Figura 141 - Vista da acadêmia ao ar livre na ponta sul do parque

Fonte: Autora (2018) Figura 142 - Vista do banheiro público ao lado da praça de eventos

Fonte: Autora (2018)

Fonte: Autora (2018)

Figura 143 - Planta e corte dos banheiros públicos

A1

Corte

3,20

Banheiro Feminino 2,85

1,40

9,10 1,50

Hall 3,00

+3,00 1 Primeiro Pavimento

Banheiro Masculino 2,85

Planta de Banheiro Escala 1:100

A1

Corte

±0,00 0 Pavimento Térreo

Corte A-A - Banheiro Escala 1:100

Fonte: Autora (2018)

127


6.9 Piscina de Skate e o Muro dos Grafites A pista de skate não foi necessariamente uma solicitação dos moradores abordados, mas sim de um levantamento da área, muitas das vezes do levantamento in loco foi observado pessoas que fazer o uso de skate e patins no meio das ruas, em conflito com os veículose correndo risco de vida. Quando não encontrados andando, estava carregando o skate para ir até um parque mais próximo. Tendo em vista esta análise foi proposto incluir além dos esportes comuns, uma piscina de skate para atrair esses públicos da região que praticam este tipo de esporte. O público que gosta deste tipo de esportes também são chegados a arte dos grafites em muros, com base na região e a quantidades de grafites irregulares encontrado trousse a condicionante a tona e dando espaço a ideia foi criado um mural para os grafites, que poderá ser usado pela população de forma consicente e controlada, onde o publico que gostaria de realizar sua arte terá de requerer na sede administrativa, que terá uma liberação anual para grafitadores poderem expor sua arte no muro. Todo este projeto tem o insentivo de dar vóz a este tipo de arte e concientizar sobre os locais certos para aplicação deles. Por se tratar de ser um grande muro de divisa entre as chacaras de entorno e o parque, não como criar um corredor mal iluminado e com apenas o muro,

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Figura 144 - Vista da piscina de skate

Fonte: Autora (2018) Figura 145 - Vista do muro dos grafites

Fonte: Autora (2018)


então dando ste uso criamos destaque e com a aplicação da iluminação em todo o muro para enfatizar, criamos um local mais agradavel e trzondo mais segurança ao espaço pelo uso.

Figura 146 - Vista do espaço para pets dentro do parque

6.10 Espaço Pet

Todas as pessoas que possui um animal de estimação gosta de dar carinho e poder brincar com eles em lugares adequados, mas onde encontrar estes espaço em Ribeirão Preto, porque até mesmo muitos dos parques proibem a entrada deles. Foi pensando nisso que a proposta deste novo parque incluiu em seu programa o espaço pet, nele vai haver brinquedos como há nos playgrounds de crianças, mas voltados para o seu pet. Este será um local adequado, com dois portões, que servirão apenas de controle para a saída dos pets, e um cercado para tornar possível soltar seu pet, mesmo aqueles fujões, que podem oferecer perigo ou contrangimentos aos usuários do parque que não gostam dos bichinhos e assim poder ensina-los, brincar com eles e ter um espaço apropriado para passear com seus bichinhos de estimação tão queridos.

Fonte: Autora (2018)

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6.11 Memorial Descritivo O projeto do parque será compostos por uma área de 17,3127ha contemplanto o córrego Campos e sua APP, sendo assim boa parte da área é composta pela área de proteção permanete com pouco mais de 5ha, restando 12ha para o projeto em si. Todo o calçamento da área será com blocos de concreto permeável e a ciclovia com concreto permeável colorido, os pontos de acesso principais terão a guia rebaixada com tamanho de 10m permitindo o acesso de cadeirantes facilmente. As pontes que atravessam o córrego serão de estrutura de metal com calçamento de madeira, tendo grades de proteção com peitoril de 1,20 em todo o percurso das pontes. Os dois caminhos principais do parque terão dimensões de uma via comum, com 10m de largura, todas as outras vão variar de 6m à 2m conforme adentram ao parque. A ciclovia por todo o seu caminho terá 2m de largura. No total do projeto proposto haverá 12 pontos de banheiros públicos, 3 pontos de playgrounds, 3 pontos de academias ao ar livre, 3 pontos de alongamentos, 2 pontos de pergolados com mesas de jogos, 10 quiosques para lazer, uma piscina de skate, um espaço para pets, 3 pontos com chafris interativos, 1 edifício para abrigar o centro cultural, a base policial e o centro administrativo do parque,

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um palco multifunconal com dois lados, 1 campo de futebal, 1 quadra poliesportiva, 2 quadras de volei, 2 quadras de basquete, 1 quadra de tênis, 1 quiosque comercial, 1 via para feiras, 1 ciclovia, 1 mural do grafitee uma ligação realizada por túnel entre avenidas do entorno. Os playgrouds será de areia, os platos das quadras de esportes será de concreto polido para não haver problemas com machucados pelo solo aspero, todos os outros pontos terá a mesma paginação de piso no intuito de dar destaque apenas para a vegetação, o piso não será trabalhado com desenhos. Os postes de iluminação será de energia solar, e será colocados juntos com as lixeiras e o banco a cada 3m para dar boa iluminação suporte para manter o parque limpo e descanso aos usuários. As calçadas que são lindeiras as vias será colocado postes que iluminam para os dois lados permitindo o menor uso de áreas para ocupação de mobiliários. A maior parte das estruturas utilizadas pelo parque é metálica e alvenaria, por se tratarem de materiais mais resistentes e de custo médio no mercado.

Figura 148 - Vista do quiosque comercial

Fonte: Autora (2018) Figura 149 - Vista do corredor de paisagismos das torres de alta tensão

Fonte: Autora (2018) Figura 147 - Vista do chafaris

Figura 150 - Vista do espaço de jogos de mesa

Fonte: Autora (2018)

Fonte: Autora (2018)


Figura 151 - Vistado ponto de coleta de lixo do parque

6.12 Considerações Finais Fonte: Autora (2018) Figura 152 - Vista dos caminhos dentro do parque

Fonte: Autora (2018) Figura 153 - Vista do acesso 01 do parque

Fonte: Autora (2018)

Levando, então, em consideração todo o Trabalho Final de Curso que possibilitou as pesquisas teóricas apresentadas, podemos ter uma breve percepção do estado crítico em que se encontra boa parte das cidades brasileiras, pois passaram de modo geral, pelo mesmo processo de urbanização, com relação a qualidade de vida urbana que essa população tem. Também vemos que a qualidade de vida é um tema que está em destaque na atualidade e vem sendo cada vez mais cobrado por estudiosos e pessoas que defendem a sustentabilidade do crescimento urbano das cidades brasileiras. A percepção da qualidade de vida vai variar da forma objetiva e subjetiva do indivíduo, o que pode mudar a satisfação, mas em nosso estudo nos atentamos as questões objetivas que busca a interferência do espaço, como através da prática de atividades físicas ao ar livre e recreação, o simples fato de contemplar uma paisagem bonita, naturais, áreas verdes podem reduzir a prevalência de sedentarismo e amenizar o estresse. Temos que considerar que na atualidade vem surgindo vários instrumentos no sentido de colaborarem para o processo de melhora do espaço urbano como por exemplo o estatuto da cidade, e as cons-

tantes cobranças em cima de planos diretores que levem em consideração respostas mais específicas aos problemas urbanos de cada cidade a fim de trata-los. Mas enquanto todos estes elementos não entram em ação de forma definitiva a fazer diferença na qualidade de vida das pessoas que moram nas periferias ou em áreas de ricos, precisamos buscar soluções mais rápidas como a implementação de parques lineares, para agir na melhora da qualidade de vida urbana. De qualquer forma é nítido que não há uma boa qualidade em periferias, de serviços públicos prestados, e procurar por justificativas que mostre que a aplicação de projetos como a implantação de parques lineares, de fora a requalificar o espaço e proporcionar uma melhora, é importante e uma forma de contribuir para o bem do próximo dentro da responsabilidade que temos como cidadãos. Com relação ao projeto proposto é possível se observar a criação de um espaço de qualidade que pode gerar entretenimento e lazer a toda uma população que antes não tinha isso em suas vidas. Assim como nos exemplos citados nas leituras projetuais este espaço pode agregar valor físico, psicológico e visual ao espaço onde se escolheu para a implantação e contribuir para todo um processo que melhora na qualidade de vida urbana. A busca por alternativas mais baratas faz surgir um processo criativo magnífio ao espaço, mas muito depende de implantações efetivas e não só mais projetos que não saem do papel.

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Referências Bibliograficas 132

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