Portfolio Luana Farias | Rio de Janeiro

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2011-2018

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O R T FOLIO

Arquitetura e Urbanismo PUC-Rio

Luana Farias


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@arqluanaf www.facebook.com/fariasluanaalves


Arquitetura e Urbanismo PUC-Rio

2011-2018

Luana Farias

PORTFOLIO

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Índice Currículum Vitae Casa em Vila Isabel Edifício Cidade Plural Edifício Cidade Colaborativa Escola Pública Modular Cultural Center Senegal Estação Barão de Mauá Limites e Tensões: um parque à cidade Novo Recife e o Cais José Estelita Quintais Imaginados Gangorra Brincar Brinquedo Tiny Tent Edifício Curvo Visite @Archporto

7 9 13 19 25 29 35 41 47 55 65 69 73 77


4

Londres (Reino Unido)

Porto (Portugal) Nova Iorque (EUA)

Veneza (ItĂĄlia)

SĂŠdhiou (Senegal)

Belo Horizonte (Brasil) Rio de Janeiro

Buenos Aires (Argentina)


5

Contato Direto Buenos Aires (Argentina) Viagem Estudos com o Ateliê de proj. 5 (PUC-Rio) Porto (Portugal) Intercâmbio Acadêmico (FAUP) 2015-16 Veneza (Itália) Visita Bienal de Veneza 2016 Seul (Coreia do Sul) Apresentação de artigo TCC no UIA2017 Seul (Coreia do Sul)

Belo Horizonte (Brasil) Apresentação de artigo TCC no Fórum Habitar

Contato Indireto Londres (Reino Unido) Workshop com alunos da Central Saint Martins Nova Iorque (EUA) Voluntariado para guia e tradução dos alunos da Universidade de Columbia Sédhiou (Senegal) Competição Internacional Kaira Looro 2018


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Olá! Eu sou arquiteta e urbanista recém-formada, tive a oportunidade de conhecer cidades distintas devido ao curso de gradução. Hoje, meu interesse na arquitetura está no campo de experimentação e aplicação prática em projetos de grande escala. A minha prioridade no momento é adquirir experiência profissional no mercado. Sou admiradora das artes como teatro, literatura, cinema e fotografia. Acredito que estas ajudam a entender a cultura na relação arquiteturasociedade. Bem vindo(a) a leitura do meu portfolio. :)_


Luana Alves Farias Data de Nascimento | 25/07/1992 Nacionalidade | Brasileira Email | farias_luana@outlook.com Celular | +55 (21) 96836 2079 Endereço | R. Humaitá, 72 | Rio de janeiro - RJ | CEP - 22261-001 Web: archporto.tumblr.com (arquiteturas de Portugal)

Currículum Vitae

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Formação 2011 - 2017 | Graduação - Departamento de Arquitetura e Urbanismo - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (DAU PUC-Rio) - [bolsa]. 2015 - 2016 | Intercâmbio Acadêmico - MIARQ Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) - [bolsa]. 2008 - 2010 | Ensino Médio - Colégio Santo Inácio - Rio de Janeiro - [bolsa].

Experiência Profissional 2018.1 | Autônoma - Studio PROA - Projeto / Obra / Consultoria 2015.1 | Estágio - Escritório Arquitraço - Concurso Moradia Estudantil UNIFESP 2013.2 - 2014.1 | Bolsa Pesquisa PUC-Rio - Diagramação Livro TCC 2012 e Coleta de Dados Livro CAU 2013.1 | Estágio - Escritório Vera Rupp - Detalhamento interiores e Projeto de Orquidário (desenho executivo)

Conhecimentos Idiomas 2015.2 | Francês - Nível Básico 2008 - 2010 | Espanhol - Nível Básico 2003 - 2010 | Inglês - Nível Fluente

Programas - Habilidades Autocad | Sketchup | Photoshop | Ilustrator | InDesign Revit | Excel Rhinoceros | Grasshopper | Vray Sketchup

Workshops | Voluntariados | Conferências 2018 | Criação do grupo “Displace Conxtext” | Local: Internet (instagram @displace_context) 2018 | Participação em Concurso internacional “Kaira Looro 2018”. | Local da proposta: (Sédhiou - Senegal) 2017 | Seleção para a EXPO HIS2017 UIA2020 do TFG “Quintais Imaginados: Rede produtiva agrícola como habitação social”. | Local: IAB-RJ (Rio de Janeiro - Brasil) 2017 | Apresentação e publicação Artigo Acadêmico: “Quintais Imaginados: Rede produtiva agrícola como habitação social” | Local: Forum Habitar (Belo Horizonte - Brasil) 2017 | Apresentação e publicação Artigo Acadêmico: “Imaginative Yards - Social Housing as Agricultural Production Network” | Local: UIA2017 (Seoul - Coreia do Sul) 2017 | Apresentação do TFG em seminário | Local: AS-PTA (Rio de Janeiro - Brasil) 2017 | Voluntariado Exposição “Conjunto Habitacional” | Local: Centro Cultural do Studio X 2016 | Workshop “2 dias e meio” | Local: Cidade do Porto e FAUP. 2016 | Voluntariado “Open House Porto” | Local: Hospital de São João (Porto - Portugal). 2014 | Workshop Internacional “Mobiliário na Casa do Jongo” Local: DAU PUC-Rio e Studio-X Rio (Rio de Janeiro - Brasil).


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Boulevard 28 de Setembro R. Rocha Fragoso

R. Teodoro da Silva


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Casa Unifamiliar emIsabel Vila Isabel Casa em Vila Ateliê de Projeto do Espaço Residencial Rio de Janeiro | Brasil 2012

Vila Isabel é um bairro tradicional carioca cuja tipologia arquitetônica predominante baseia-se em antigas vilas residenciais com estilos principalmente eclético e neocolonial. Este cenário, embora ainda preservado em alguns pontos do bairro, vem dando lugar a construções de prédios cada vez mais imponentes, fechados em si, ignorantes à riqueza de sociabilidade que a vila, em contraponto, tem a oferecer aos seus residentes. Direcionado a um casal de jovens, o projeto resgata a vivência tradicional em vila com as necessidades da contemporaneidade. Dois compartimentos periféricos que abrigam espaços mais privativos são interligados por um núcleo central aonde o convívio acontece com maior intensidade. Com a necessidade de se ter o trabalho fazendo parte da rotina doméstica, um espaço para escritório se posiciona na camada frontal da casa e próximo a um dos quartos, que pode vir a ser do(a) filho(a) do casal ou a própria extensão do escritório. A suíte encontra-se no outro extremo da casa, sendo o cômodo mais privativo. Cozinha, sala e copa fundem-se em um único ambiente que, do centro, ainda transvaza para o quintal. Com uma área pavimentada e outra em gramado, a diferenciação de texturas promove diferentes apropriações.

Residencial


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Maquete de estudo

Tipologia em Vila. A rua como ambiente de convívio e encontro dos moradores.

Duas massas periféricas conectadas por um núcleo central de uso social mais intenso.

Morfologia final Quartos separados interligados pela sala / cozinha.

1. Duas cotas de coberturas enfatizando a hierarquia “social e privativo”.

2. Elevação de um dos pés direitos para maior absorção da luz solar e maior circulação de ar na cozinha.

3. Aplicação de telhado inclinado favorável ao direcionamento da luz solar e um desenho seguindo a tradicional casa em vila brasileira.


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Uma vez pensado o invólucro, buscou-se experimentar a materialidade que viria a ser empregada. São elas três: concreto, madeira e vidro. A casa tem um posicionamento central ao terreno, sendo assim, o quintal pode ser acessado pelas duas laterais (cozinha/escritório). Por fim, a proteção frontal para o acesso à residência é dividida em duas partes. A primeira, com entrada direta ao escritório, com mureta permeável. A segunda, com uma vedação opaca.


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R. Muniz Barreto Botafogo Praia Shopping

R. Professor Alfredo Gomes Praia de Botafogo


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Edifício Cidade Plural Ateliê de Projeto do Espaço Residencial II* Rio de Janeiro | Brasil 2014

A cidade se transforma. Um “muro” separa dois mundos: o da descrença do mercado e da realidade social. Vende-se uma morada ideal em um espaço exclusivo e aparentemente seguro. Ilhas puras se edificam e se conectam por passagens. O bairro de Botafogo, cujo caráter já diversificado torna-se mais um local de estar verifica-se num processo de acupuntura que se inicia na Rua Voluntários da Pátria, espalha-se pela região e segue até o Botafogo Praia Shopping. O terreno, que se encontra a sua frente, pertence a esse grande fluxo de intensa acessibilidade e vida noturna. A premissa foi entender o cenário futuro e remodelar o programa solicitado. Optou-se por um projeto que parte de fora para dentro, não só da sua morfologia, mas das relações edificio-rua. A atitude primeira foi elevar o volume dos apartamentos para, no térreo, gerar uma atividade comercial cujo espaço compartilha o uso com o estacionament, permitindo, no futuro, uma extensão da loja. No terraço, um espaço de co-working reforça a abertura do edifício para a cidade. Assim, o edificio se torna um elemento urbano, com diversidade de usos, rompendo com a paranoia urbana e trabalhando com a tensão dos espaços. Busca-se o mixitè da cidade plural que faz da rua um espaço coletivo. A cidade caótica, próxima, de troca, a cidade que evolui.

*Co-autores: Mateus Freinkel e Renata Duque Estrada Residencial


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Entorno

Análise Comércio Entorno

(5)

Bares

circuito

Restaurantes

gastronômico

LocalizaçãoProjeto

(4)

(3)

(2)

(1)


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A B

B

Botafogo Praia Shopping

(5) Cobertura com espaço para co-working

A

(5) A B

B

A PLANTA TERREO

PLANTA PAV. TIPO

LOJA + PORTARIA

APARTAMENTOS

(4) A

B

B

A PLANTA TERREO

(3) Térreo com portaria e loja. LOJA + PORTARIA

(3)

A

B

B

(2) Semi enterrado com 4 vagas e continuação da loja + instalações sanitárias.

B

A

(2)

A

B

A Subsolo com 11 vagas para carro e cisterna.

(1)

PLANTA PAV. TIPO APARTAMENTOS


Fร

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PLANTA PAV. USO COMUM

NORTE ESCALA 1:125

COWORKING

Espaรงo Coworking - Cobertura

WORKING

Corte AA


É

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PLANTA PAV. TIPO APARTAMENTOS

Espaço Café - Térreo

WORKING Corte BB


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Port Corporate EdifĂ­cio Banco Central

Cidade do Samba Morro da ProvidĂŞncia


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Edifício Cidade Colaborativa Ateliê de Projeto do Espaço Residencial II Rio de Janeiro | Brasil 2014

A sociedade contemporânea e a Era Digital A democratização do acesso à informação e a facilidade de comunicação são elementos positivos da Era Digital. No entanto, o mesmo instrumento pode segregar e isolar seus usuários, uma vez que sua utilização prescinde de contato físico. Aliada a este cenário vê-se uma sociedade voltada cada vez mais para o individualismo extremo. Contexto O tecido urbano original da Região Portuária do Rio, conformado segundo a topografia presente, apresenta malha regular composta prioritariamente de sobrados e armazéns. Em seu lugar, surge uma nova tipologia: a dos arranha-céus. Edifícios híbridos que servem a somente seus usuários internos desconectando do entorno, sem relação com a cidade. Público Alvo Inicialmente atraídos pela localização e baixos custos dos imóveis, um grupo de jovens empreendedores vai sugindo com maior força no local. Este grupo apresenta-se interessado em relacionar-se com a cidade, formando uma verdadeira rede colaborativa e conjugando um sentimento de pertencimento. CoHousing Integrando esta rede colaborativa e com o mote de cooperação, adota-se o conceito de Cohousing. Os apartamentos garantem as necessidades básicas do indivíduo através de módulos mínimos para se viver. Porém, um espaço comum a cada grupamento de módulos, gerado a partir da sala de estar, cozinha e lavanderia únicas, proporciona uma escala intermediária entre o indivíduo e o coletivo. Assim, economicamente, reduz-se os custos de manutenção e socialmente, mitiga o individualismo e isolamento.

*Co-autores: Mateus Freinkel e Renata Duque Estrada Residencial


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Ocupação Objetivando privilegiar a relação da arquitetura com a cidade e correlacionar os antigos e novos habitantes, três diretrizes foram traçadas. A primeira se refere ao uso do solo e sua utilização compartilhada entre o edifício e a cidade.


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A segunda diz respeito ao programa e como proporcionar atividades de comérico e serviços que favoreça esses protagonistas. E a terceira relaciona-se com a criação de uma praça com qualidade de estar.

Contrariamete à maioria das implantações que hoje se observa, nas quais há uma forte ruptura entre o espaço público e o privado, o projeto trabalha com a gradação entre os espaços. O volume tanto se abre para um pátio interno quanto eleva suas unidades habitacionais a 7 metros do térreo permitindo o uso e fruição de seu interior. Uma Larga e generosa rampa, voltada para as ruas de maior acessibilidade, permite a continuidade do passeio público. A utilização da laje da sobreloja com um bicicletário, corrobora a utilização do espaço pela população. Internamente, o edifício trabalha com as escalas de público e privado, dando continuidade a esta mesma lógica de implantação. O pavimento de uso comum abriga espaços de coworking e espaços de lazer, onde todos os moradores das 200 unidades habitacionais participam.


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Espaço Coworking - Subsolo

Restaurante - Térreo


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Circulação Externa - Pavimento Tipo

Apartamento CoHousing - Pavimento Tipo

Planta Pavimento Tipo


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Shopping da Gรกvea

Planetรกrio da Gรกvea Conjunto Habitacional Minhocรฃo


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Escola Pública Pública Modular Modular Escola Atelier de Espaço coletivo II Rio de Janeiro | B r a s i l 2 0 1 5/2016

“Há escolas que são gaiolas, há escolas que são asas (...). – Alves, Rubem (psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro). A escola é considerada a segunda mais importante instituição na vida de uma criança. É neste local que o pequeno indíviduo passa a maior parte do seu tempo e guardará marcas das primeiras experiências para a vida toda. Uma escola pública no Rio de Janeiro, precisa ser pensada dentro de uma sociedade na qual os pais, na sua maioria, precisam deixar os filhos sozinhos para poder trabalhar. As crianças então, ficam à mercê das probabilidades urbanas que lhe são oferecidas, muitas delas atrofiantes ou destruidoras. Sem a presença da família no crescimento das mesmas, o papel da escola passa a ser então fudamental para o amparo delas (tanto das mais ricas como das mais pobres), que crescem desnorteadas. O que observamos nas escoals atuais é um ambiente engaiolado, como uma prisão física e intelectual, que retrai os alunos para longe dos seus muros. Tem o tempo de estudar e o tempo de brincar, a morbidade no cinza e a escuridão entre paredes. A nova escola modular pública e primária proposta se embasa na ideia de ser uma escola para todas as horas do dia e com uma fusão entre os estudos e as brincadeiras. Para isso, o programa se amplia com espaços para o desenvolvimento cultural das crianças, alguns deles podendo ser utilizados por crianças não matriculadas, e o contato com a natureza através de espaços ajardinados diretamente para as salas de aula. Estas pensadas a partir do conceito apresentadao na Escola da Ponte, em Portugal, pois cada sala de aula (módulo de 8cm x 8 cm) pode se abrir e juntar a outra, transformando-se em um único e grande espaço de trocas entre turmas de diferentes idades. Além disso, um de seus lados possui vedação com portas de vidro que se abrem para um espaço externo, como uma varanda, garantido uma sensação doméstica e fluida pela criança.

Institucional


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Visada Interna Módulo Sala de Aula + Deck Externo

Telha Metálica com Camada de Isolamento Térmico

Estrutura Metálica Telhado com Persiana Pintura Branca

1.Painel Fechado

2.Painel Porta

3.Painel Janela Estrutura Metálica Perfil H Painel Porta (2) para Fixação de Alfinetes com Pintura Azul Painel Fechado (1) para Fixação de Alfinetes com Pintura Branca

4.Painel Fechado com Bancos

Painel Portas Pivotantes e Móveis (6) de Madeira Pinus

5.Painel Portas de Vidro

Painel Portas de Vidro (5) Esquadria de Alumínio e Vidro Transparente com Cortina de Tecido Embutida

Detalhe Módulo (Tipo II)

6.Painel Portas Pivotantes


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Visada Interna Módulo Sala de Aula + Sala de Aula

Guarda Corpo em Vidro Piso Madeira Ecológica

Calha em PVC

Laje Steel Deck Pingadeira Painel para fixação de alfinetes Pintura Branca

Painel Gesso Acartonado com Preenchimento em lã

0 .25 .50

1.00

1.50

Detalhe Módulo (Tipo I)

Planta Baixa Salas + Corredor

Corte Mobiliário do Corredor


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Sédhiou City Hall


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Quintais Imaginados Cultural Center Senegal International Competition “Kaira Looro 2018” Sédhiou | S e n e g a l 2018

The proposal aims to emulate the relation Senegalese culture has with the natural environment, taking as its most valuable elements the social gathering, the tree, the ground and the hand-made construction method. Firstly, three “meeting” areas were determined, the central one, being lowered as an amphitheatre to show up the “movement on the ground” present in Senegalese performances. Then, the “rhythm” in dances and music was translated as closed elements and openings between them. Lastly, the appreciation of the “outdoors” was given by flexible open spaces, reinforcing the contact with the natural environment. Four block modules are arranged around the central meeting area, mirroring the circular social gatherings and thus dividing the site into two sides, being connected by the hovering roof. On the side facing the road junction, the lowered amphitheatre gently slopes up towards the tree, a reference point for meetings. On the other side, the covered linear space relates to the semi-circular bench that welcomes group under the open sky. The roof is made of corrugated iron sheets disposed on top of high-strength wooden trusses, which in turn are supported by adobe load-bearing walls and columns. Each block has a straw ceiling detached from the roof and windows shuttered with a vertical bifold system made of woven palm fiber. The community may be encouraged to participate in the construction, whose process starts with the topography and the paving, then with the building of the blocks and finally, the erection of the roof. In sustainable and economic terms, the project presents optimization of water supply and encourages economic activities by giving space for that. The corrugated iron roof drains the rain water which is captured by gutters on the ground, directing the water to the treatment tank to be reused. The water retained can also humidify the atmosphere. In this area, there is a covered linear space that offers a fair-trade use typology. *Co-autores: Ana Maria Ennes, Fernanda Leite, Mariana Soares e Mateus Freinkel Institucional


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Movement on the ground topography

social gathering

Meeting


natural environment

closed and open elements

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Rhythm

Outdoors

CONCEPT


Possible Uses

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Meeting Point

Performances

Exhibition

Secular tradition

Secular tradition

Education

Exhibition

+6.00 +4.00

Section AA

Section BB

-1.20


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Secular Tradition

Exhibition

Education Economic Activity Exhibition

A

Others Uses

Economic Activity

B Iron Sheet

B

A

N

High-Strength Wood

Straw

Modules: 4,8 x 7,8m

Clay Bricks Woven Palm Fiber

Restrooms Education and Exhibition Bureau and Information

Pure clay

0

2.5

5

10

30m

CONSTRUCTION

Water Treatment Tank


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Via Expresa Linha Vermelha


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Estação Barão de Mauá Ateliê de Projeto de Revitalização Rio de Janeiro | Brasil 2013

Ao caminhar pela passarela da Av. Francisco Bicalho em direção à fachada principal da antiga Estação de Trem Barão de Mauá, localizada no centro da cidade, um elemento peculiar se destaca ao olhar: o seu relógio central. O relógio, objeto marcador da nossa noção de tempo, tem ditado, desde sua invenção, todos os movimentos sociais como encontros, compromissos, lazer e diversas outras atividades ao longo da História. Enquanto nossas vidas se tornam cada vez mais corridas, a noção de espaço fica cada vez mais distorcida1. Com tamanha transformação contemporânea na sociedade, o objeto arquitetônico também precisa estar em constante sincronia. Portanto, a abordagem programática sobre o presente ícone da estação de trem, com um importante peso histórico, não foi muito diferente da original. Para dar início ao estudo, era preciso saber que conteúdo “encaixar” no conceito2. Analisando a área de situação, percebeu-se ser abandonada, insegura, como se estivesse sido desativada juntamente com o edificio. Observando referências pelo mundo e até pela própria cidade, o programa de estações de trem ou de metrô apresenta uma preciosa urbanidade, um campo gravitacional que atrai diversos tipos de elementos (pessoas, atividades, emoções, etc.) para um único espaço. Com essa breve análise, pôde-se perceber que manter o programa original era de extrema conveniência, porém, duas significativas intervenções precisariam ser abordadas: a tecnologia do trem de alta velocidade e a abertura da estação irrestritiva para o público em geral. nota 1 Alusão à Teoria da Relatividade de Albert Einstein. 2 Tschumi, Bernard “Concept Vs. Context Vs. Content”, 2005

*Co-autores: Felipe Donato e Joachim Bussery Grandes Projetos


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As plataformas existentes foram aproveitadas como estruturas para suportar passeios suspensos, acessíveis ao público em geral. Sobre cada uma dos quatro passeios, foi projetado um compartimento modular com instalações sanitárias. A passarela existente, que atravessa a Av. Francisco Bicalho, é retirada para dar lugar a uma nova passarela. Por sua vez, esta proporciona uma conexão direta a outro edifício revitalizado na rua oposta, que detém de atividades culturais e informações para viajantes que chegam na cidade.

* A ideia de nossa equipe foi trabalhar a proposta em parceria com outra equipe pertencente ao mesmo Ateliê. Dois projetos, unidos em um só.


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Feira de São Cristóvão

Morro da Mangueira

Estádio do maracanã

Parque Glaziou


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Limites e Tensões: Um um parque à cidade Ateliê de Projeto Utópico Rio de Janeiro | Brasil 2015

O momento histórico vivido por uma sociedade é assimilado, e de certa forma, reproduzido na Arte. Traçando um paralelo entre o período romântico e o contemporâneo, podemos ver que no primeiro a natureza era utilizada como pano de fundo para um cenário bucólico e pastoril, possibilitando uma fuga da realidade (escapismo) e do caos da vida citadina. Já a arte contemporânea privilegiando a liberdade de atuação do artista, vislumbra uma multiplicidade de caminhos e inquietações, as quais ampliam o espectro de atuação da arte e a consciência da tensão, do conflito e da diversidade. A posição geográfica da Quinta (entre dois bairros densos e consolidados), sua grande dimensão em relação ao entorno (quadras e edificações), além da presença de grades ladeando todo o local, torna-a verdadeiro enclave, comprometendo tanto sua utilização quanto a própria dinâmica da cidade. Tal qual um zíper que une duas camadas de um mesmo tecido, o gesto projetual do atravessamento irá dissolver limites e articular elementos, criando assim vitalidade ao Parque. O sucesso desta ação depende, no entanto, da consciência das pré-existências e do contexto, uma vez que a indiferença tática gera imposições irresponsáveis (B. Tschumi). Assim, optamos por projetar um percurso que alterne atividades com áreas de permanência. Além de praças, posicionadas em pontos de convergência dos elementos já existentes, entendemos que a criação de um anexo ao Museu, garantiria a vitalidade almejada ao sítio. E, no que tange a este último edifício, acreditamos que funcionará como o grande articulador do projeto, pois tanto abrigará café, livraria e salas de exposição como permitirá um novo acesso ao Museu Nacional.

*Co-autores: Mateus Freinkel e Renata Duque Estrada Grandes Projetos


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Novo Recife Recife ee oo Cais Cais José José Estelita Estelita Novo Disciplina Grandes Projetos Urbanos - FAUP Recife | B r a s i l 2016

“A cidade é nossa, ocupe-a.” Esse é o grito do povo que ecoa pelas ruas e praças e, agora cada vez mais, dentro do espaço virtual da internet. Mas afinal, a pergunta “à quem pertence a cidade?” não é tão fácil de ser respondida quanto parece. O espaço urbano está submetido a interesses dos mais diversos, desde a ambição sem limites (horizontais e verticais) das grandes empreiteiras até as idealizações ultrarromanticas de arquitetos e urbanistas. De qualquer forma, os usuários desse espaço se veem como verdadeiras marionetes conduzidas pelo jogo urbano em vigor. No entanto, o que fazer quando essas marionetes ganham vida própria e despertam os seus desejos tão divergentes? Este terceiro elemento tem entrado com força nas discussões urbanísticas e reinvindica não somente um bom espaço privado como também um espaço público de qualidade para que as tensões sociais aconteçam. #Ocupaestelita, o movimento social levantado pelas classes mais pobres dos arredores do terreno em questão, foi apoiado por camadas artísticas e acadêmicas do alto extrato cultural e, por outro lado, confrontado por diversos outros moradores da região. No entanto, uma coisa é certa: ele ganhou força e foi capaz de alterar significativamente o pensamento administrativo de um terreno da cidade. Ao que parece, a personagem Everardo, do filme “Baixio das Bestas”, ao proclamar: “A pobreza vai socializar o mundo!” profetizou o destino que a sua cidade, Recife, iria enfrentar a partir de 2008. Aos arquitetos e urbanistas, há que se respeitar o espaço como memória coletiva, mas também saber dialogar com os principais agentes investidores, sem desconsiderar a natureza mutante da paisagem urbana. Há que se esticar a corda até o limite sem permitir que esta se rompa e o espaço entre em colapso. *Pesquisa completa disponível por email

Grandes Projetos


4,5 Km

Porto Maravilha

19 Km

Frente Ribeirinha Lisboa

3,1 Km

Baía de Luanda

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Interesse social

Interesse político

O que pesa na balança?

500 Ha - Porto Maravilha

30 Ha - Frente Ribeirinha Lisboa 39,31 Ha - Baía de Luanda

1,3 Km Extensão Costa

Novo Recife

10,17 Ha - Novo Recife 0,40% Área Rio de Janeiro [125.500 Ha] 0,30% Área Lisboa [10.000 Ha] 0,35% Área de Luanda [11.300 Ha] 0,05% Área Recife [21.800 Ha]


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Outorga Onerosa Consórcio Imobiliário Operações Urbanas Consorciadas

Grandes Projetos Urbanos como esses, promovem a indução da cidade que pode ser analisado por esses três instrumentos, por exemplo.

Porto Maravilha Frente Ribeirinha Lisboa Baía de Luanda Novo Recife

7,5 Bilhões Reais 150 Milhões Euros 376 Milhões Euros 720 Milhões Reais

Porto Maravilha Frente Ribeirinha Lisboa Baía de Luanda Novo Recife

3 Bilhões Reais 40 Milhões Euros 80 Milhões Reais

2004

IDH Rio de Janeiro: 0,799 Lisboa: 0,931

Luanda: 0,508 (IDH de Angola) Recife: 0,772

2017

Porto Maravilha Frente Ribeirinha Lisboa Baía de Luanda Novo Recife

8 anos 8 anos 4 anos Não Definido

Rio de Janeiro

Lisboa

Luanda

Recife

Quadro Comparativo


Pontos de Interesse

50

a. Sr nto N e ja am Igre Livr do

1

s rre To meas Gê

ões

aç ific

Ed

s

rica

ó hist

a.

Sr o N mo i t Pá Car do

as e d ontas t r Fo co P Cin

Legenda: Rua do Camelódromo Vias principais Vias secundárias

a. o Sr a. ja oN ament r S grent ivr e L ja N raImd o e r v i g I L o d

Linha de Metrô Estações de Metrô Pontes

Habitação Espaços para discussões e debates

Áreas de Especial Interesse Áreas Vazios es orr eas s T e rr êm To meas G ê G s das te onta s r a o d Ftas o P e n nc rt Fo cos Po Ci a n i c óCri

Ed

cas ist órõies h t s i h aç õedsific ç a ific E

a.

Sr N a. Sr átio rmo N P Ca o tio Pá Carm do do

2

“O que a gente quer?”

Preservação do Patrimônio Educação Esporte e Lazer Incentivo ao comércio local Intermodais Manifestação Cultural Arborização / espaços de sombra


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3

Legenda: Tratamento Paisagístico / Área de uso público Habitação de Interesse Social

O que se precisa fazer? Atrair investidores

Uso do solo: Comércio e serviços Loteamento de Interesse Privado

Parcerias entre agentes e usuários

Edificações de Interesse Privado Parque de estacionamento

Demolições Realojamentos

Estação de Metrô

Edifícios de interesse econômico

Principais Vias Existentes Pontes Existentes

Rever uso do solo em áreas valorizadas

Ciclovias Pontes com ciclovias

Definir áreas de especial interesse social

Corredor para Autocarro + Quiosques Rua dos Camelódromos Corredor para Autocarro Linha de metrô existente

Faseamento

Pontes Pedonais Rua Pedonal Requalificação espaço sob viaduto

0m

s Cai

Novo Centro Cultural com as mesmas dimensões do antigo Armazén do Cais José Estelita e térreo com vão livre. Gabarito máx: 15m

295 m

a

elit

Est

Armazéns Requalificação

4

o ça d

Pra Silos Requalificação

Proposta Intervvenção

e o Cais José Estelita

590 m


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Zona Comercial Área Prioritária Comércio e Serviços Área importante para o desenvolvimento econômico e indução da cidade. Deverá priorizar empreendimentos voltados para o setor terciário, porém outros usos não se é restritivo. Engloba o Cais José Estelita, no qual se define uma mistura de funções. A altura das edificações poderá ser maior do que a vigente no plano diretor, definida por meio de discussões com os principais órgãos interessados. Área de Preservação Histórica Área destinada ao centro histórico da cidade a qual se deverá preservar os equipamentos de

Especial Interesse Social

Centro Cultural e Esportivo importância histórica para a cidade. Caberá valorizar o setor turístico e cultural. Área de Especial Interesse Social: Áreas importantes para a diversificação de classes sociais em uma determinada zona do território. Deverá se ter comércio e serviços nas proximidades que assegurem a permanência da população moradadora dessas áreas, cabendo ao morador querer sair das mesmas por vondade própria ou por motivos de melhoramentos urbanos que impactuem positivamente a vizinhança. Caberá ao governo, por meios alternativos, levar infraestrutura básica aos locais e regulamentar os terrenos em questão.

Preservação Histórica

Prioritária Comércio e serviços

Rio - HIS + Passeio

Viaduto - Conexão


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Praça do Cais Estelita

Praça Cais José Estelita Rua do Camelódromo e Ciclovia Edificações comerciais e serviços

Centro Cultural e Esportivo

Prédios comerciais

Fase 2

Escola / Biblioteca Pública Habitações de interesse social Parque do rio Capibaribe

Fase 3

Extesão das ciclovias

Curto Prazo

Fase 1

Hoteis

Longo Prazo

Rio Capibaribe

Armazéns

Armazéns - Rua + Turismo

Fase 4

Mar

Uso do solo: zona comercial e de serviços


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Imaginados

Quintais+

Rede Produtiva Agrícola como Habitação Social

Rio de Janeiro


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Quintais Imaginados Imaginados Quintais Trabalho Final de Graduação Rio de janeiro | B r a s i l 2017

A palavra “agricultura” tem uma conotação econômica. Mas ao tratar a produção de alimentos dentro do espaço doméstico, a conotação cultural se impõe. Nas formações das cidades brasileiras ainda coloniais, a casa era o ambiente tanto de consumo quanto de produção, a verificar no seu espaço interno uma sacralidade e no espaço externo do quintal a profanidade. Percebia-se então a cozinha como o espaço mediador entre esses polos tão distintos. Com o passar do modernismo e as suas dicotomias catalogáveis, a casa passou a ser entendida apenas como o ambiente de consumo (sagrado). Ao ser transformado e resignificado ao longo do tempo, o quintal hoje é a representação melancólica do rural nas grandes cidades. Mas de que ruralidade podemos falar? Que mais nada tem a ver com o que vemos nas embalagens fantasiosas de alimentos nos supermercados. E de que quintal também falamos? Quando o rural e o urbano se fundem, novas dinâmicas aparecem. A partir daí este trabalho toma como base o quintal tanto como objeto arquitetônico físico (a coisa) quanto como símbolo (o imaginário). A proposta então se embasa na ideia de “quintais imaginados” como memória construída da coisa que não se apresenta mais caracterizada no espaço dado: o rural, a quinta, o quintal propriamente dito. Para o filósofo francês, Jean-Paul Sartre, a imaginação é um ato de consciência sobre uma coisa existente, é um processo mental dado pela percepção dessa coisa e, consecutivamente, pelo pensamento sobre a mesma. Por isso neste trabalho, o quintal ganha outras dimensões espaciais e cenográficas ao retirar do programa habitacional o foco sobre a casa fechada nela mesma e transferir o pensamento para os “espaços de fora” no contexto das periferias metropolitanas. Propõe-se então pensar a habitação social como um parque agrícola conectado em rede pela condição replicável das habitações de interesse social. Para isso, a disciplina da arquitetura contribui com uma discussão que vai além dos seus limites físicos estáticos, gerando possiblidades combinatórias que originam um estudo sobre a “arquitetura do alimento”. * Artigos publicados: UIA2017 (Seul) e Fórum Habitar 2017 (Belo Horizonte)


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O FALS RAL CUR

OS LUGARES ESPRAIADOS ATAC ADÃ O GUA NAB SHO AR PPIN G VIA A BRA SIL

IL AS R B AV

ESQUIZOFRENIA DO ESPAÇO o território tanto quanto o lugar são esquizofrênicos, porque de um lado acolhem os vetores da globalização, que neles se instalam para impor sua nova ordem, e de outro lado, neles se produz uma contraordem, porque há uma produção acelerada de pobres, excluídos, marginalizados. (SANTOS, 2000)

MELANCOLIA Para Sigmund Freud o luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de uma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante. [...] A melancolia suspende o final do luto e a consciência da perda, porque aquilo que era ao mesmo tempo amado e objeto de amor, permanece em pedra sólida e digna de presença. (DOMINGUES, 2011)


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VENDE-SE OU ALUGA-SE

!! M O BO A BOLHA IMOBILIÁRIA A BOLHA DA REVOLUÇÃO VERDE A BOLHA DA CIDADE COMPACTA

SÍNDROME DO ENCARCERAMENTO É uma rara condição onde os movimentos do corpo inteiro são paralizados, exceto os olhos, mas as faculdades mentais se mantém perfeitas. O pseudocoma provocado pela lesão do MCMV conduziu a uma incapacidade participativa do corpo social perante o espaço ofertado a ele. Este, por sua vez, somente consegue acompanhar com os olhos toda a movimentação imobiliária que acontece a sua volta. OS LUGARES COMPACTADOS

QUESTÕES

SO O VA AL A UINT DO Q DA CIDADE AO URBANO DO S UBÚR BIO À CRIS E DE IDEN TIDAD E G DA IGREJA AO SHOPPIN

CRÍTICO-PARANÓICO

OBJETIVO

A arquitetura moderna é invariavelmente apresentada como uma oportunidade de último momento para redenção, um convite urgente para compartilhar a tese paranoica de que uma calamidade varrerá aquela parte insensata da humanidade que se prende a velhas formas de habitação e convívio urbano. “Enquanto todos fingem totalmente que tudo vai bem, nós construímos nossas Arcas, para que a humanidade possa sobreviver ao dilúvio que se aproxima.” (KOOLHAAS, 1978)


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“Preciso avisar a você, Zezé, para já ir se acostumando. A prefeitura vai alargar ” as ruas, aterrar todos os valões e avançar nos fundos de todos os

quintais.


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“Você vai ficar do meu lado, não, Totoca?

Ninguém vai cortar o meu pé de laranja lima...”


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Agricultura como utilidade e tecnologia - Ambiente de mobilidade. (Luana Farias, 2017)

Agricultura como arte e cultura - Ambiente de fruição. (Luana Farias, 2017)


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0m

5m

10m

20m

30m

O termo “Apropriação Criativa Agropecuária” surgiu a partir de uma conversa interdisciplinar na AS-PTA do Rio, sob a coordenação do agrônomo, Márcio Mattos. A partir daí, foram desenvolvidos oito componentes arquitetônicos que aliados entre si, ainda com a arquitetura doméstica e do galpão, criam epaços alternativos de produção alimentar e fruição.


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QUINTAL PRODUTIVO

CANTEIRO SUSPENSO

QUIOSQUE

CANTEIRO VERTICAL


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ESTRUTURA COMUNITÁRIA

Eventos Temporários

POMAR

RÉS DO CHÃO

FOSSA BIOSSÉPTICA

Eventos Permanentes / Eventos Festivos

Pomar

Corte Longitudinal

Quintal Produtivo

Estrutura Estocagem

Horta Experiemental

Corte Transversal

Árvores Novas

Árvores Existentes

Edif. Existentes

0m

100m

200m

400m

600m


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Gangorra Brincar Brincar Gangorra Workshop Mobiliário na Casa do Jongo Rio de Janeiro | Brasil 2014

O workshop realizado pela Central Saint Martins de Londres em parceria com o Curso de Arquitetura e Urbanismo PUC-Rio e o Studio-X Rio, teve como objetivo desenvolver protótipos de mobiliário para a ONG Jongo da Serrinha. A ONG se dedica a promover a cultura do Jongo por meio de atividades de caráter cultural e educativo para crianças, jovens e adultos, a fim de preservar e estimular as práticas tradicionais do Jongo, expressão musical e de dança Afro-Brasileira, e uma das raízes do Samba.

A gangorra Brincar

A gangorra é um tradicional mobiliário presente nos parques infantis. Brinquedo cujo equilíbrio é desestabilizado e a ação do movimento torna-se fonte do prazer. A partir dessa dinâmica, a escolha do objeto gangorra para um dos mobiliários na Casa da ONG Jongo da Serrinha é de boa aceitação pelas crianças. Como Rubem Alves cita em seu livro “Variações sobre o prazer” (2011) que na língua inglesa, a palavra que se usa para brincar, “play”, é usada também para se referir ao ato de tocar um instrumeto. Um mesmo verbo para se referir àquilo que uma criança faz e àquilo que o músico faz. Essa coincidência não é acidental. Essa língua sabe que o brinquedo e a música são a mesma coisa. A gangorra “brincar” traz consigo uma nova interpretação do simples sobe-desce, traz uma interpretação própria do Jongo. O movimento é como música que faz o objeto dançar pelo espaço pelas suas rodas. Um paude-chuva acoplado em seu interior e pequenos discos de madeira enfatizam sons que o movimento pode causar. *Co-autores: Alunos da Central Saint Martins e da PUC-Rio

Publicação na Revista “aU”. Edição 248 - Novembro/2014 Também disponível em: http://au.pini.com.br/arquiteturaurbanismo/248/estudantes-da-puc-rio-e-da-universidadeinglesa-central-saint-martins-330327-1.aspx Prototipo


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Exposição do Workshop no Studio-X, 2014


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Brinquedo Tiny Tiny Tent Tent Brinquedo Disciplina Architecture Toys - FAUP Porto | Portugal 2 0 1 5/2016

A questão de como se dá o posicionamento da criança e da educação infantil frente às rápidas transformações tecnológicas e sociais que ocorrem nos dias atuais é motivo de debate entre teóricos dos mais diversos campos disciplinares. Mas como esta questão pode ser abordada na arquitetura? Será exposto aqui, a ideia do uso do brinquedo como instrumento essencial na educação infantil, com foco na aproximação das crianças ao campo disciplinar arquitetônico. De que modo o brinquedo Tiny Tent responde a esta pergunta? Partindo da materialidade do tecido pelo seu caráter elástico, capaz de deformar as formas inicialmente apresentadas, o objetivo do brinquedo é estimular a capacidade imaginativa das crianças em criar e reproduzir formas das mais diversas para experimentarem os limites e espacialidades de maneira não convencional. Os limites das coberturas tensionadas promovem, em seus interiores, espaços para abrigo à inúmeras funções e manifestações sociais diversas. Paralelamente, desenvolve-se um conhecimento técnico na área estrutural dessas morfologias ao propor o tema da relação entre tração (sempre estabilizadora) e compressão. A brincadeira, embora possa ser praticada individualmente, torna-se mais interessante com a cooperação entre mais de um participante. Ainda, convém que as crianças que manipulam o brinquedo sejam acompanhadas por alguém que possa provocar na mente delas um saber arquitetônico e estrutural mais aprofundado.

*Co-autora: Zeltzin Jimenez Lugo Prototipo


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Quintais Imaginados Edifício Curvo Disciplina Geometria Construtiva Porto | P o r t u g a l 2015

O exercício “Edifício Curvo” da disciplina de Geometria Construtiva foi desenvolvido na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto sob orientação do Prof. João Pedro Sampaio Xavier. Este trabalho consiste na aproximação e entendimento do aluno com a geometria enquanto fio condutor para o desenvolvimento do projeto desde a sua concepção à sua construção. A paritr de um sólido simples (o cubo), cada aluno extraiu superfícies curvas de seus planos, o que resultou em um sólido de superfície curva simples. Então, esta forma foi replicada mais duas vezes e compostas de maneira harmoniosa. Para isto, não foram pensadas a priori definições como frente-trás ou topo-base do sólido em questão. Com os três volumes compostos em uma única volumetria, a próxima etapa consistiu em delimitar aberturas com transparências para o conjunto final. No caso do trabalho aqui exposto, uma singularidade ainda foi experimetada ao desenhar padrões de aberturas em algumas das superfícies curvas do modelo. Todo o exercício foi desenvolvido por meio do programa Rhinoceros e materializado no DFL (Digital Fabrication Laboratory). Elementos de aprendizagem: Definição e critérios de classificação de curvas, superfícies e sólidos

Prototipo


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Web: archporto.tumblr.com (arquiteturas de Portugal)


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Quintais Imaginados Visite @Archporto Autoral Porto | P o r t u g a l 2015

Ontem fui assistir à peça “Todos os musicais de Chico Buarque em 90 minutos”, dirigida por Charles Möeller e Claudio Botelho, no Coliseu do Porto. Enquanto assistia, houve um momento em que pensei sobre como aquele evento contribuiria para os pensamentos arquitetônicos que venho construindo ao longo das minhas vivências. Foi então que eu comecei a prestar atenção na cenografia. Uma produção cenográfica impecável, como todas das peças Möeller&Botelho (créditos à Claudio Möeller, Rogério Falcão e sua equipe). A cenografia é composta por uma estrutura modular simples, com painéis de correr e escadas móveis. O design contemporâneo contrasta de certo modo com a temporalidade da peça, você não entende muito bem em que tempo realmente se passa, porque afinal de contas são músicas do Chico Buarque que têm um forte peso histórico e o figurino “de época” (assinado por Marcelo Pies) também contribui para essa confusão. A cenografia era como a nona personagem que interagia com os atores mutualmente. Foi assim, a contemplá-la, que me despertou uma questão curiosa e por isto, tal cenografia se fez especial para mim. É interessante pensar que o cenário de uma peça de teatro se projeta e se prepara para receber as ações que cada personagem apresentará. O palco de teatro é um espaço vazio e sóbrio (ou, podemos chamar de cosmo, por se definir como um espaço de experiência) e isso permite ao diretor e aos próprios atores imaginarem e realizarem qualquer tipo de marcações pelo espaço. A cenografia ainda não está lá, inexiste. Se estivesse, poderia bloquear algumas possíveis experiências. Então, ao transpor essa observação para o contexto de cidade, eu penso que é mais valioso a cidade se apresenta como um palco de teatro, ao permitir o máximo de experiências dos atores.

As arquiteturas urbanas precisam intervir como consequências dessas ações, não como causa, portanto, como cenografias que dão suporte aos atores. Vivemos afogados em imagens dadas e paisagens pré-estabelecidas, emolduradas e com alguns efeitos especiais. Ou seja, as nossas atuações são condicionadas às cenografias e não o contrário. Para dar um exemplo do que se passa na minha cabeça, eu vou recorrer a um método usado pelo arquiteto português Mário Bonito, um amante do teatro, dentre outras artes, vale ressaltar. Ele citava a seguinte situação: “João está só no mundo, atirou-se no poço.” Então imaginava como seria representada tal situação no teatro e depois, no cinema. Uma mesma situação para diferentes interpretações. Posto isto, vou apresentar a minha versão: “João está só no mundo, atirou-se na cidade do Porto.” Nesta situação, João, solitário, atira-se num espaço obscuro para ele, para explorar a cidade do Porto (espaço com limites incertos). Duas possibilidades de representação serão aqui expostas: num primeiro momento, a cidade do Porto como um palco intrinsecamente preenchido por símbolos e espacialidades, portanto, João já tem suas marcações definidas. João vai à Casa da Música, logo depois sobe a Torre dos Clérigos e por fim passa pela Ponte D. Luís. As arquiteturas condicionariam as suas ações (Arquitetura ativa e sujeito passivo). Numa outra representação, a cidade do Porto é tida como um palco de teatro sóbrio, neste caso, João teria muitas outras possibilidades e suas marcações poderiam ser mais condizentes com o perfil da sua personagem, sua imaginação. As arquiteturas seriam recebidas pelas suas ações (Sujeito ativo e arquitetura passiva). Mas cegaram João, ele ainda enxerga com os olhos postiços que o retiraram deste possível vazio espetacular.


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@arqluanaf www.facebook.com/fariasluanaalves


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