TCC ARQUITETURA E URBANISMO - CAFÉ COM HISTÓRIA: Novos Usos para o Patrimônio Histórico

Page 1


CAFÉ COM HISTÓRIA


Luana dos Santos Rodrigues Leite

CAFÉ COM HISTÓRIA Casa de Hóspedes Remonta: Novos Usos para o Patrimônio Histórico de Conselheiro Lafaiete/MG

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade Santa Rita – FaSaR, Conselheiro Lafaiete-MG, 2020. DATA DE APROVAÇÃO: 10/12/2020

Orientador(a):______________________________________________________ Tatiane Fernandes Matias Pereira

1º Examinador(a):___________________________________________________ Marcela Assunção Faria

2º Examinador(a):___________________________________________________ Arnaldo Carvalho




Palavras-chave: Museu, Cultura, Identidade, Arquitetura de Museus. Intervenção.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

9 10

CONS. INICIAIS

O PROJETO

23 L O C A L I Z A Ç Ã O

41

PROPOSTA

15

29 E N T O R N O

46

DIRETRIZES

34 A N A L I S E

47 S E T O R I Z A Ç Ã O

37 M A P A U S O S

48

O PROJETO

38 A C E S S O S

50

ESTUDOS

61

CORTES

62

MOODBOARD

63

VISADAS

77

PAISAGISMO

CCLM

O BAIRRO A CASA 19

MUSEU JUDÁICO

39 I N S O L A Ç Ã O

CONS FINAIS

13 M M G E R D A U

17 R O D I N B A H I A 11

A ÁREA DE INTERVENÇÃO

79 C O N C L U S Ã O 81 R E F Ê R E N C I A S


INTRODUÇÃO


CONSIDERAÇÕES INICIAIS O rápido avanço tecnológico está sempre exigindo das pessoas a

uma edificação, por exemplo, é encontrar um valor para ela. Um

busca de novas tecnologias, novas técnicas construtivas. Porém,

pensamento visionário de Duc, que já no século XIX, propunha

tão importante quanto procurar conhecer a respeito do futuro é

uma destinação para as edificações históricas.

entender e preservar o passado: nossas origens, aqueles casos antigos, contados de “boca a boca”, história a história,

Logo, um patrimônio edificado, seja uma residência, um palácio,

valorizando os modos, os saberes e os patrimônios móveis ou

uma estação ferroviária, ao ganhar novos usos, reforça sua

imóveis, incluindo suas formas, técnicas e materiais. Lembrando

importância. De acordo com as ideias de Dias (2005, p.16) pode-

que, entende-se por patrimônio o que está explícito na descrição

se, por exemplo, valorizar e apreciar obras de arte, ao mesmo

da Constituição Brasileira:

tempo, que a edificação em si, também ganha destaque. Assim, uma edificação tombada pode construir e conceder cultura, além

Constitui o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional o

de gerar lucros para futuros investimentos.

conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico,

Toda edificação, por exemplo, tem uma história e toda história tem importância para alguém, seja sua casa, sua escola, etc... Essa importância se torna valor a partir do momento que ela

bibliográfico ou artístico (BRASIL, 1937).

contribui para a formação da pessoa, do costume, de sua crença, O patrimônio é considerado um elemento de suma importância

seu ser, marcando uma mudança na sua forma de pensar e agir.

para o desenvolvimento de uma comunidade, aproximando os

Toda edificação é espaço em que acontece as histórias e por

indivíduos

isso, reflete o seu passado e também o seu momento presente.

do

conhecimento

seu da

Atualmente, os

passado realidade

incentivos

e

presente,

(MELO;

proporcionando

CARVALHO,

governamentais

e

2016).

políticas

Quando passam a ter valor para um determinado grupo de

de

pessoas configuram como um Bem Patrimonial, pois atinge um

restauração e reutilização são os meios mais utilizados para a

nível de importância social, de direitos e valores para vários

inserção destes elementos no cotidiano da vida da cidade.

cidadãos. (CARSALADE, 2015, s/p).

Segundo Duc (2000) apud Dias (2005), sobre os escritos do arquiteto Viollet-Le-Duc, a maneira mais eficiente de conservar 9


O BAIRRO Ao buscar entender a trajetória de um objeto nesta situação, de suas

Na época, o Serviço de Remonta era utilizado pelo exército para

origens à sua forma atual ou mais desenvolvida,

incluindo

prover cavalos e outros animais de utilidade militar nas mediações do

modificações e ações internas e externas a que o objeto foi imposto,

bairro. Logo, a construção da Remonta em Conselheiro Lafaiete

tudo se configura parte da memória. A partir do momento que a

acontece em 1934, com a vinda do exército para a cidade. O território

valorização e preservação histórica de um objeto, de um evento, de

englobava aproximadamente 30 hectares (atualmente dispersos entre

um povo ou de um lugar se faz necessária para um certo grupo de

Parque de Exposição Tancredo Neves, Bairro Paulo VI, Mercado do

pessoas, passa a existir entre eles o sentimento de identidade e de

Produtor de Conselheiro Lafaiete, Parque Florestal e Casa de

pertencimento a um contexto.

Hóspedes), incluindo Hospital, Caudelaria, Sede do Exército e uma pequena escola.

Localizada no roteiro da Estrada Real, a cidade de Conselheiro Lafaiete, conhecida como Villa Real de Queluz até o ano de 1934. era

O bairro, com planícies a oeste, arborizado e em desenvolvimento,

atravessada de sul a norte pelo Caminho Novo, uma das estradas

tem sua nomenclatura Santa Matilde oficializada a partir dos anos 40

reais que davam acesso à região das Minas Gerais à época do Brasil

em decorrência do núcleo de povoamento no local. Com a

Colônia, como Itaverava, Mariana entre outras. Possuía plantações,

modernização e industrialização de Minas Gerais, inicia a perda

que abasteciam as viagens dos bandeirantes, vindo a tornar-se, além

territorial da Remonta do Exército, em função da construção da BR-3,

de percurso para os viajantes, entreposto para suprimentos (Câmara

renomeada como Br-040 em 1964, e posteriormente construção das

Municipal de Conselheiro Lafaiete, 2020). Retornando no tempo, o

casas da COHAB, Companhia de Habitação de Minas Gerais em

bairro Santa Matilde, segundo arquivos do Museu Ferroviário de

1972. Nos dias que ocorrem a extensão territorial do bairro foi ainda

Conselheiro Lafaiete, possuía localização na saída do antigo Arraial

mais aumentada, em função do crescimento acelerado e pouco

do Índios Carijós, às margens do rio, sendo conhecido principalmente

ordenado da cidade. O bairro Santa Matilde conta com diversos

pela Estalagem Bananeiras. Sua origem antecede meados do século

empreendimentos,

XVIII. Era composto por áreas férteis para a criação de animais e

farmácias, escolas, restaurantes e paróquias, fazendo divisa com os

cultivos agrícolas.

novos bairros na cidade, chamados São João, Sion, Albinápolis e

como:

supermercados,

postos

de

gasolina,

Parque dos Bandeirantes. 10


A CASA A Casa de Hóspedes Remonta, localizada neste bairro, entre as ruas Quintino Bocaiuva e Marechal Deodoro, possuí como referência a 2ª

Cia do Corpo de Bombeiros e o Tiro de Guerra 04/032. Ela situa-se em local de alto potencial cultural, em função de estar localizada as margens da BR-040 e assim, de fácil acesso para visitantes interessados em conhecer um pouco mais sobre história.

Escondida entre a vegetação, a Casa de Hóspedes Remonta possui

um grande acervo histórico relacionado a rua que deu início a cidade de Conselheiro Lafaiete, denominada Rua Direita e atual Rua Comendador Baeta Neves. Além de relação com a principal fonte geradora de emprego na cidade, a antiga Companhia Ferroviária, hoje desativada. Em função da falta de utilização, a casa, antes com sua tutela Residência pertencente ao diretor da antiga Companhia, foi passada ao Governo do Estado e posteriormente, à Remonta do Exército como pagamento de dívidas, em função da política expansionista da época. A sede da Remonta do Exército, auxiliou no desenvolvimento dos bairros da cidade: Santa Matilde e Paulo VI. O exército, naquela

época, foi responsável pela criação de gado e distribuição de alimentos da cidade, bem como auxiliaram na educação e saúde dos moradores e trabalhadores menos favorecidos economicamente, residentes nos bairros.

patrimonial pertencente a União, se encontrava com elevados níveis de degradação em suas esquadrias, assoalhos e pisos decorrentes da ação do tempo, além da falta de manutenção

em seus elementos paisagísticos. Atualmente, em processo de restauração para uso da administração local, possui intenção de valorizar o patrimônio lafaietense, uma vez que grande parte da população desconhece sua existência em função da falta de divulgação de informações sobre a cultura e história da cidade. 11


REFERÊNCIAS PROJETUAIS


REFERÊNCIA PROJETUAL

MMM GERDAU – BH, MG 2010 O Museu das Minas e do Metal é integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade possui o conceito baseado em relevar a importância cotidiana e econômica dos minérios e suas implicações culturais e sociais, o museu conta com um acervo referentes à mineração e

metalurgia, duas grandes atividades industriais realizadas no Estado. O edifício em estilo eclético com influência francesa, fundado na mesma data da capital de Minas Gerais, em 1897, é tombado pelo IEPHA, e inclui em suas ornamentações em fachada, falsas pilastras, capteis coríntios, cimalhas frontões, platibanda, entre outros. Utilizado anteriormente como Secretaria do Interior e da Educação, os gabinetes utilizados transformados em galerias. Devido às necessidades de ocupação, novos ambientes contemporâneos foram acrescentados, harmonizando os diferentes estilos e garantindo acessibilidade universal.

Para isso, um volume cego composto de chapas metálicas foi acrescentado em seu embasamento, estabelecendo um contraponto com a construção original. O vazio central gerado possui pé-direito triplo e permite integração interna e maior visibilidade dos espaços. Os arquitetos renovaram a cobertura e dimensionaram circulação e uma

escada adequada aos grandes públicos. Os roteiros inspiram reflexão, e o local, em sua totalidade, promove uma experiência que valoriza a qualidade da própria edificação.

PROJETO: PAULO E PEDRO MENDES DA ROCHA, MARCELO DANTAS

13


MMM GERDAU – BH, MG 2010

PONTOS POSITIVOS

PONTOS NEGATIVOS

Reabilitação de elementos construtivos neoclássicos e arte nouveau que valorizam a edificação, contrastando de forma sutil e despertando interesse pelo visitante.

Baixa sinalização interna, associada as avaliações sobre indicativos de banheiros e elevadores (Ferreira,2012);

Visibilidade e amplitude função do pé-direito triplo

Baixa sinalização acessibilidade lateral bicicletário

interna

em

Interação entre arte e visitante, além layout adequado as exposições Acessibilidade nos espaços Resgate da hospitalidade e turismo

....

externa para do prédio e


REFERÊNCIA PROJETUAL

PA L A C I O D E L A M O N E D A E CCLM 2006 Localizado em bairro cívico, o Centro Cultural La Moneda é considerado uma intervenção radical, realizada na matriz de fundação da cidade. O espaço inserido atrás e abaixo do

Palácio de La Moneda – A Casa Presidencial do Chile, possui linhas modernas e é distribuído em três níveis subterrâneos tendo o objetivo de aprofundar ainda mais o conhecimento na história e cultura do Chile. A estratégia do projeto se inspirou na lógica dos pátios, que caracterizam os palácios do século XVIII e redefiniu o destino da área pública, até então designada a estacionamentos de veículos oficiais. A obra, pensada como uma praça pública aberta as pessoas, recebe iluminação natural em função do seu telhado de vidro e do espelho d’água da Plaza de La Ciudadanía, que está acima do Centro Cultural.

A edificação em concreto armado possui circulação ampla e acessível. No centro cultural existem salas de exposições temporárias e uma de acervo permanente onde são exibidas principalmente obras de artistas e fotógrafos latino-americanos abordando a história, as figuras de destaque e o desenvolvimento do Chile, através de extensas

coleções de fotografias, textos e relatos. Também abriga um cinema, uma biblioteca, um centro educacional e vários restaurantes e cafés. Os pátios de acesso, construídos em ambos os lados, se relacionam com as ruas vizinhas através de rampas e escadas. Estes acessos privilegiam pedestres e bicicletas, e possuem elevadores nas suas duas entradas laterais.

PROJETO: CRISTIAN UNDURRAGA

15


PA L A C I O D E L A M O N E D A E C C L M 2006 PONTOS POSITIVOS Novo uso de uma área pública destinada a estacionamentos promovendo a apropriação do espaço. Transforma o subsolo num local de alto potencial e convivência urbana. Versatilidade do layout das salas de exposições. As salas neutras, se adaptam a diferentes usos. Consolida a acessibilidade em todo o espaço urbano planejado. A construção não se contrapõe com o edifício cívico chileno. Iluminação natural, através dos espelhos d'agua da fonte anulam a sensação de subsolo e subterrâneo. Vegetação adaptada ao local.

18/12/2020


REFERÊNCIA PROJETUAL

MUSEU RODIN BAHIA 2002 Implantado no Palacete Comendador Catharino, o Museu Rodin Bahia localiza-se em Salvador, Bahia. O objetivo era criar um espaço cultural para a cidade e que atendesse a

todos os requisitos técnicos das obras de arte, promovendo condescendência e

liberdade entre as obras, além de dar continuidade e ligação das edificações nova e velha, tendo como base o estado da Bahia, que acolhe grande diversidade étnica e cultural do país. Das intervenções realizadas no antigo prédio através da autorização do Iphan, permaneceram o piso e o forro de cada quarto, os afrescos das salas principais e os pisos de pastilhas e marchetaria. O anexo construído, conta com um café-restaurante e se destina a receber exposições temporárias. Para a ligação dos conjuntos “novo e velho” foi criada uma passarela em concreto protendido e sem pilares de apoio. Esta solução representa a continuidade entre as edificações. A área externa recebe também exposições ao ar livre. As obras de Rodin são encontradas em meio à vegetação tropical. No piso, foram usadas placas quadradas de mosaico branco e vermelho e pedras portuguesas por todo o terreno. A associação de grandes panos de concreto aparente, vidro e treliças de madeira, além de outros elementos valorizam da riqueza natural das peças e os relevos decorativos do Palacete. As duas edificações possuem identidade arquitetônica, ainda que separadas pelo tempo.

PROJETO: BRASIL ARQUITETURA 17


MUSEU RODIN BAHIA 2002

PONTOS POSITIVOS Manutenção de alguns itens característicos da edificação antiga e uso da vegetação nativa, valorizando-a. Reutilização do sótão da edificação para fins administrativos. Promoção da acessibilidade e identidade arquitetônica através elementos compositivos (passarela, pisos, etc.) Diferenciação dos edifícios Novo e Velho de forma sutil e harmoniosa, respeitando os alinhamentos verticais e horizontais do mesmo. Utilização de elementos naturais e sustentáveis no edifício: madeira, brises, vidro, treliças, etc... Iluminação zenital e panos de vidro para controle térmico e lumínico do ambiente. Utilização das áreas verdes como museu ao ar livre e espaço de convivência.

FONTE: ARCHDAILY


REFERÊNCIA PROJETUAL

MUSEU JUDAICO DE BERLIM 2001 O museu judaico de Berlim, é referência em intervenções radicais em ambientes construídos. O arquiteto judeu-polonês, filhos de sobreviventes do Holocausto, buscou marcar a nova etapa de reunificação alemã, pós-queda do Muro, de forma emblemática,

explorando as sensações do usuário no edifício a favor de contar a História de forma simbólica, apostando na vivência do espaço arquitetônico como fator-chave do museu. A forma do projeto e sua fachada dramática, nascem da deformação (corte e

fragmentação) da Estrela de Davi sobre o plano de Berlim. Duas estruturas lineares combinadas, formam o corpo do edifício sendo a primeira linha formada por várias torções e uma segunda, que a rompe através de todo o museu. Nas interseções dessas linhas estão os "vazios", que representam o elemento estrutural do novo edifício e a nova conexão com o edifício antigo chamado Kollegienhaus.

Da forma estilhaça da estrela surgem aberturas do museu, que são os próprios “estilhaços” e permitem a entrada de luz assim como a visão do visitante para fora da edificação. Três eixos temáticos representam as principais experiências no judaísmo

alemão: o exílio, o holocausto e a continuidade. Os corredores estreitos do interior do museu transmitem a sensação de repressão e opressão. O visitante caminha num espaço estreito, entre paredes cegas, sem liberdade para escolher seu caminho, onde é empurrado para um passado escuro e desconfortável.

PROJETO: DANIEL LIBESKIND

19


MUSEU JUDAICO DE BERLIM 2001

PONTOS POSITIVOS Trajeto inusitado que promove uma experiência única no visitante. Falta de orientação proposital e impedimentos reais durante o passeio. A contraposição de edifícios arquitetônicos (Novo e Velho) reforçam o significado do conjunto. Exploração das características do material de construção: o zinco não tratado muda de cor e oxida-se com a exposição à luz e às intempéries. O arquiteto explora sons, cores, texturas para compor o ambiente e provocar sensações (Arquitetura Sensorial). Paisagismo explorado para compor a temática. Exploração de elementos arquitetônicos para contar a história: escalas, entradas de luz, presença intencional de vazios, etc... Janelas em tiras que promovem fechos de luz propositais no interior da edificação; FONTE: ARCHDAILY

A própria estrutura do museu compõe de forma desconstrutivista um roteiro de arte, tornando-o individual.

PONTOS NEGATIVOS A diferenciação de percurso em função da acessibilidade: o museu foi pensado para realizar o trajeto através de sua rota a pé. Um roteiro adaptado promove um percurso diferente do proposto pelo projetista

Adaptação de Infraestrutura (Exemplo: Sistema de Irrigação subterrâneo)

Visão exterior limitada em função do posicionamento das janelas

Arquitetura de impacto radical ao entorno, provocando inquietação e questionamento característicos do movimento.


V E R S AT I L I D A D E

A D A P TA Ç Ã O

CONTINUIDADE

ACESSIBILIDADE

R E F E R Ê N C I A S P R O J E T UA I S


A ÁREA DE INTERVENÇÃO


LOCALIZAÇÃO

A escolha da área para o desenvolvimento deste projeto partiu da vivência no ambiente institucional

voltado ao planejamento urbano de Conselheiro Lafaiete. O setor de Obras Públicas, que trabalha no planejamento, execução, coordenação e avaliação das atividades relacionadas as obras públicas municipais,

prestação

de

serviços

urbanos,

conservação de praças e jardins, ou seja dirigindo, construindo, acompanhando e executando as obras públicas municipais.

23


A CASA

Diante disto e baseado na proposta de criação de um ponto turístico e de lazer aliados a formação educacional municipal

Inserida num contexto e local histórico-municipal, e a partir

dos cidadãos, definiu-se a cidade como centro de estudo,

dos levantamentos realizados como a busca por um local

afim

impactaram

com facilidade para acesso, boa visibilidade e integração

significativamente seu desenvolvimento. A residência de

com o entorno, geração de emprego e atividades de turismo

interesse, objeto de restauro durante o período de estágio da

e lazer na região, aliados à um terreno com grandes

autora, possuía danos em sua estrutura, telhado e assoalho,

dimensões e de flexibilidade volumétrica

de

levantar

as

mudanças

que

além de desgaste de esquadrias, ornamentos, intervenções danificadas e paisagismo sem manutenção.


VISADAS

FORRO DANIFICADO

INTERVENÇÕES DANIFICADAS


O bem compreende à uma edificação de um pavimento com estilo próximo ao neoclássico,

inserida num contexto rural em meio a grande terreno arborizado com área de lazer. A casa possui 4 (Quatro) entradas principais, 7 (Sete) Quartos,

3

(Três)

banheiros,

cozinha,

despensa, sala de estar, sala de jantar, sala de TV e 3 (Três) espaços destinados a circulação interna.

As

fachadas

foram

consideradas

conforme as respectivas visadas, segundo acervo da Secretaria de Obras e Meio Ambiente de Conselheiro Lafaiete

MAPA DE VISADAS


VISADAS

VISADA 01 – FACHADA 1

VISADA 02 – FACHADA 2


VISADAS

VISADA 03 – FACHADA 3

VISADA 04 – FACHADA 4


ENTORNO

O

terreno

considerado

está

As principais vias de acesso ao lote são caracterizadas

localizado entre as ruas Quintino Bocaiuva e Marechal

como via local e coletora. Além da Rodovia Pres.

Deodoro. A Casa de Hóspedes também possui um

Juscelino Kubitschek (BR-040), caracterizada como via

terceiro

Juscelino

expressa na parte posterior do terreno. O uso do solo

Kubitschek – BR 040 e tem como referência a 2ª Cia

do entorno caracteriza-se ainda por lotes sem

do Corpo de Bombeiros de Conselheiro e o Tiro de

edificações e grandes áreas verdes. As edificações

Guerra 04/032, ambos situados na Rua Marechal

comerciais e serviços mais próximos estão localizados

Deodoro.

a aproximadamente 1200 metros de distância.

acesso

situado

para

na

implantação

Rodovia

29


ENTORNO Por ainda apresentar baixo uso comercial, como lojas, bares e restaurantes, a área se torna propícia para a implantação do terreno pois o desenvolvimento

se

dará

observando

destinações das edificações do entorno, que darão novos usos nas ocupações dos lotes. Aliadas as leis de zoneamento tornará possível a criação de prestação de serviços essenciais aos

atrativos

do

local,

como

farmácias,

mercados, lojas de conveniência, serviços

essenciais à saúde e transporte . Existe

também

uma

passagem

para

a

população local, localizada na lateral da casa e às margens da Br-040, criado pelos moradores para reduzir distância entre o bairro Paulo VI e Santa Matilde. Neste local, há um cerca vegetal utilizada como forma de proteção à residência, que também funciona como barreira sonora para os ruídos das vias.


ENTORNO

FONTE: GOOGLE MAPS

FONTE: GOOGLE MAPS


ENTORNO

FONTE: GOOGLE MAPS

FONTE: GOOGLE MAPS


PROBLEMAS E VESTIGIOS A M B I E M TA I S Pôde-se verificar, através de levantamentos in loco, a falta de pavimentação e sinalização de trânsito pertinente a via Marechal Deodoro

com

a

Rodovia

BR-040,

sendo

um

ponto

de

movimentação intensa de veículos e ponto de interseção de bairros. A sinalização para pedestres também é precária. Em função do nível elevado de ruído, a cerca de vegetação implantada no local, inibe a reverberação dos sons dos veículos e não é passível de modificação em função da Legislação Rodoviária vigente. Os acessos criados pelos residentes para facilitar sua chegada aos pontos de comércio, possuem pouca iluminação, falta de pavimentação e risco a segurança, pelo alto fluxo de veículos na rodovia. Além disso, destaca-se a deficiência no transporte coletivo para essas regiões. Com relação a vegetação existente, observou-se no entorno o cultivo de palmeiras e vegetação nativa, englobando árvores de grande e médio porte, de crescimento espontâneo e aleatório, em função da falta de manutenção no terreno, e principalmente as margens da BR-040.


ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO

34


ANALISE DE ÁREA


ANALISE DE ENTORNO

CORPO DE BOMBEIROS CONS. LAFAIETE

CIA. FERROVIÁRIA DESATIVADA

C.H. REMONTA TG 04-032

ENTORNO PRESERVADO

E.M. MARECHAL DEODORO DA FONSECA


M A PA D E U S O S

LIMITE BAIRRO SANTA MATILDE BR 040

37


ACESSOS

Passagem criada por moradores

TERRENO EXISTENTE

FLUXOS Fluxo de Pedestres Fluxo de Veículos 38


INSOLAÇÃO

Ventos dominantes 39


O PROJETO

4


O

P R O J E TO

As construções existentes em um município ajudam a

P R O P O S TA

entender sua história. A proposta do projeto do museu e anexo cultural, intitulada Café com História, trata-se da

criação do Museu da Memória, área de lazer e Café no bairro Santa Matilde. A Casa de Hóspedes Remonta, que possui

De forma a mostrar o desenvolvimento da cidade, foi

grande acervo histórico relacionado as ruas que deram início

proposta a criação de um anexo cultural, onde estarão

a cidade de Conselheiro Lafaiete e a antiga Companhia

localizados um pequeno espaço para exposições integradas,

Ferroviária, atualmente desativada e a qual marcou uma

uma pequena biblioteca e uma cafeteria, um espaço que

época de ascensão ao desenvolvimento do bairro e da

garantirá a transição das construções, localizado entre as

cidade propriamente.

duas edificações (a casa de Hóspedes Remonta e o anexo). Os cafés e os livros estimulariam a leitura e incentivariam o

Com este espaço, buscou-se criar um alicerce cultural entre

aprendizado. Além disso, o projeto valoriza também a cultura

a população e a edificação para se questionar, através das

e a tradição baseada na pausa das atividades rotineiras para

transições das tipologias construtivas, reflexões sobre o

um café. Do Café, o conjunto de vistas das edificações

passado e o presente de Conselheiro Lafaiete, além do valor

históricas Casa de Hóspedes, Tiro de Guerra 04/032 e as

cultural

A

grandes árvores remanescentes da Remonta do Exército,

reutilização e a criação de um museu da cidade, chamado

que existem no terreno se tornam visadas principais. Tudo

Museu da Memória foi inserida na casa tombada oferecendo

em busca engrandecer as memórias do local e que juntos

à população mostras de artes visuais, Salas da Memória,

configuram o título deste trabalho, Café com História.

Cinema em parede, além de exposições de artigos e

.

de

uma

personalidades

edificação

importantes

enquanto

da

época,

patrimônio.

mantendo

as

características originais do bem patrimonial.

41


O

P R O J E TO

CONCEITO O projeto foi pautado na relação entre duas palavras:

HOSPITALIDADE:

Buscou-se propiciar a partir do espaço a ser criado, uma pausa para um café ou para ler um livro. Que são atividades essenciais para a vida urbana. Transmitir a partir do projeto uma sensação acolhedora e receptiva num espaço voltado para conhecimento, que ele seja capaz de estimular as habilidades e percepções humanas.

HISTORICIDADE:

A intenção baseou-se em projetar um local relacionado as transformações ocorridas na cidade. Propor algo que transmitisse o crescimento e o desenvolvimento sustentável do bairro Santa Matilde, que passou de aldeia a um dos bairros que mais cresceram na cidade.

MUSEU DA MEMÓRIA

+

A N E XO C U LT U R A L

+

CAFÉ

Café com História


A R Q U I T E T U R A C O N T E M P O R Â N E A

O

P R O J E TO

+ O R G Â N I C A

CONCEITO MUSEU DA MEMÓRIA

+ A N E X O C U LT U R A L

+ CAFÉ

CROQUI DE ESTUDO


O A definição para de um partido arquitetônico para esta proposta baseou-se nos conceitos hospitalidade e historicidade, bem como unindo desenvolvimento, as noções de cultura,

P R O J E TO

PA R T I D O

pertencimento e memória aliados as técnicas e intervenções obtidas pelos estudos de

caso.

O que permitiu fomentar e adequar as ideias obtidas à legislação pertinente a

cidade. Os museus passaram por adaptações ao longo dos anos e é também o que se pretende refletir neste projeto. A proposta foi estruturada através da conexão entre os parâmetros descritos abaixo, que nortearam a proposta apresentada, e foram combinados

R E S TA U R A Ç Ã O E R E U S O

aos volumes, formas, distribuição espacial e uso de materiais.:

T E R R E N O : Em função do aclive presente no terreno escolhido e em conformação com as normas de acessibilidade e universalização do espaço, atendendo ao conceito proposto: Um museu para todos

V I A B I L I D A D E : Buscou-se fornecer conforto térmico aos usuários, através de estratégias da arquitetura bioclimática. A intenção foi utilizar elementos como ventilação natural e cruzada, estudos de orientação solar, isolamento térmico e iluminação natural nos ambientes permitidos para tal, o que promoveu proteção, design diferenciado, refrigeração e bem-estar nos ambientes aplicados.

FLEXIBILIDADE

E A D A P T A B I L I D A D E : A estrutura metálica foi utilizada na

construção do anexo, como também fechamentos parciais de vidro. O objetivo de integrar o ambiente interno ao externo foi atendido, ao mesmo tempo demarcou as diferenças entre a nova edificação da que já existia.


O

P R O J E TO

PA R T I D O •

F I N A L I D A D E : A criação da cafeteria entre as duas edificações, assim como a renovação paisagística no espaço, que possibilitou descanso, lazer, hospitalidade e socialização dos usuários.

E L E M E N T O S C O N S T R U T I V O S : A permeabilidade visual ajudou a promover a apropriação dos espaços públicos tornado o espaço mais acolhedor e seguro. Assim como forma de prover segurança urbana a esta parte do bairro ainda em desenvolvimento, estar neste espaço trará integração entre interior e exterior. Os panos de vidro destacaram o café, salas interativas e bibliotecas, chamando o visitante ao local assim como o efeito inverso ao olhar para o entorno.

F O R M A E V O L U M E : A criação de visadas diferenciadas foram exploradas em função de suas entradas.

I M P L AN TAÇ Ã O :

Foram inseridas tecnologias que não alteraram a estrutura da casa, e se tornaram

atrações interativas ao mesmo tempo que remodelaram e reconstruíram o ambiente: A maquete turística, onde os visitantes podem caminhar sobre a estrutura de vidro e metal, observando elementos geográficos, morfológicos e simbólicos. A maquete funciona como uma ferramenta que desperta o interesse e a curiosidade dos visitantes, além incrementar a atividade turística e artesanal, propicias para o desenvolvimento econômico, geração de trabalho e

renda, como trabalhos voluntários, estágios na área de restauro, atividades artesanais entre outros.


O

P Ú B L I C O - A LV O MORADORES

DA CIDADE OU DO

P R O J E TO

DIRETRIZES

ENTORNO TURISTAS NACIONAIS E

ESTUDO E PESQUISA

INTERNACIONAIS PRESTADORES DE SERVIÇOS EM GERAL PRESTADORES DE SERVIÇOS TURISTICOS

AÇÃO EDUCACIONAL E CULTURAL

MERCADO EMISSIVO DE TURISMO

DIVULGAÇÃO E DIFUSÃO

EXPOSIÇÕES

VALORES ACOLHIMENTO O BEM RECEBER HOSPITALIDADE TURISMO DE QUALIDADE CONFORTO AMBIENTAL SINGULARIDADE IDENTIDADE FOCO NO VISITANTE

46


O

P R O J E TO

SETORIZAÇÃO E

F L U XO G R A M A

47


O PROJETO MUSEU DA MEMÓRIA

+

ANEXO CULTURAL

+

CAFÉ


O P ROJ ETO COMPOSIÇÃO

C A F É C O M H I S TÓ R I A


INTERIOR

A N F I T E AT R O

ELEMENTOS

PÚBLICO

TROCA

MUSEU

O P R OO J EPROJETO TO

PERMABILIDADE

SEM BARREIRAS

INTERAÇÃO

MIRANTE

MÉMORIA

EXTERIOR REFLEXÃO

INTERIOR


O

P R O J E TO

ESTUDO DE FAC HADA

Pilar estr. Externo

ESTUDO DE FLUXOS

LEGENDA FLUXO DE VISITANTES 50


O P ROJ ETO I M P L A N TA Ç Ã O

MUSEU DA MEMÓRIA

+

ANEXO CULTURAL

+

CAFÉ


O P ROJ ETO L AY O U T

MUSEU DA MEMÓRIA

+

ANEXO CULTURAL

+

CAFÉ


O P ROJ ETO CASA TOMBADA

L AY O U T

DEMOLIÇÃO


O P ROJ ETO CASA TOMBADA

PERSPECTIVA

1 – C I N EMA EM PA REDE

2

1

INTERIOR EM PERSPECTIVA 2 – SALA DA MAQUETE


O P ROJ ETO A N E X O C U LT U R A L

O ANEXO EM PERSPECTIVA

GALERIA E EXPOSIÇÃO

L AY O U T


O P ROJ ETO A N E X O C U LT U R A L

3

INTERIOR EM PERSPECTIVA

O ANEXO - INTERIOR

3 – PILAR EM CONCRETO


O P ROJ ETO CAFÉ

L AY O U T

O CAFÉ EM PERSPECTIVA


O P ROJ ETO CAFÉ

INTERIOR EM PERSPECTIVA

INTERIOR


O P ROJ ETO C O B E R T U R A

COBERTURA S/ ESC.


O

P R O J E TO

CORTES DETALHAMENTOS

CO RTE

A - A

CO RTE

B - B

61


O C O N C R E T O

A PA R E N T E

MOOD

BOARD

PEDRA FERRO

FILETE RUSTICO GOIAS

P R O J E TO

GRAMA VERDE ESMERALDA

METAL PRETO ANODIZADO

PEDRA PALITO NATURAL MADEIRA CUMARU

PLACA ACM BORDÔ

PEDRA SÃO TOMÉ

MATERIALIDADE 62


VISADAS FACHADA


ÁREAS VERDES VISADAS


VISADAS

A N F I T E AT R O


CAFÉ COM HISTÓRIA MUSEU DA MEMÓRIA

+

VISADAS

ANEXO CULTURAL

+

CAFÉ

PRAÇA P R I N C I PA L


O PROJETO COBERTURA E ESTRUTURA

PRAÇA P R I N C I PA L


V E R S AT I L I D A D E


V E R S AT I L I D A D E


M AT E R I A L I D A D E


CONTINUIDADE


CONTINUIDADE


PERMANÊNCIA



CAFÉ COM HISTÓRIA


OS CAMINHOS DA R E M O N TA

CAFÉ COM HISTÓRIA


•Nome Científico: Cycas revoluta •Nomes Populares: Cica, Palmeira-sagu, Sagu •Família: Cicadaceae •Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical, Tropical •Altura: 3.0 a 3.6 metros •Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno •Ciclo de Vida: Perene

•Nome popularmaria-sem-vergonha •Outros nomesbeijo, sultana, beijo-turco, beijo-de-frade •FamíliaBalsaminaceae •Espécie:Impatiens walleriana •Tamanho: 30 a 60 cm •Luminosidade: meia sombra, sol pleno •Ciclo de Vida: Perene

•Nome Científico: Tradescantia zebrina •Nomes Populares: Lambari, Judeu-errante, Trapoeraba-roxa, Trapoeraba-zebra •Família: Commelinaceae •Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical, Tropical •Altura: 0.3 a 0.4 metros, 0.4 a 0.6 metros •Luminosidade: Luz Difusa, Meia Sombra •Ciclo de Vida: Perene

•Nome Científico: Syngonium angustatum •Nomes Populares: Singônio, •Família: Araceae •Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical, Tropical •Altura: 0.1 a 0.3 metros, 0.3 a 0.4 metros •Luminosidade: Luz Difusa, Meia Sombra •Ciclo de Vida: Perene

•Nome Científico: Roystonea oleracea •Nomes Populares: Palmeira-imperial, Palmeira-real •Família: Arecaceae •Clima: Equatorial, Mediterrâneo, Oceânico, Subtropical, Tropical •Altura: acima de 12 metros •Luminosidade: Sol Pleno •Ciclo de Vida: Perene

•Nome Científico: Dietes bicolor •Nomes Populares: Moréia-bicolor, Dietes, Moréia •Família: Iridaceae •Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical •Altura: 0.4 a 0.6 metros, 0.6 a 0.9 metros •Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno •Ciclo de Vida: Perene

•Nome Científico: Zoysia japonica •Nomes Populares: Grama-esmeralda, Grama-zóisia, Grama-zóisiasilvestre, Zóisia •Família: Poaceae •Clima: Equatorial, Mediterrâneo, Subtropical, Temperado, Tropical •Altura: menos de 15 cm •Luminosidade: Sol Pleno •Ciclo de Vida: Perene

O P ROJ ETO PA I S A G I S M O

•Nome Científico: Aechmea fasciata •Nomes Populares: Aequimea, Bromélia-aequimea, Vaso-prateado •Família: Bromeliaceae •Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical •Altura: 0.3 a 0.4 metros •Luminosidade: Meia Sombra •Ciclo de Vida: Perene

•Nome Científico: Alcantarea imperialis •Nomes Populares: Bromélia-imperial, Bromélia-gigante •Família: Bromeliaceae •Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical, Tropical •Altura: 0.9 a 1.2 metros •Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno •Ciclo de Vida: Perene

•Nome Científico: Guzmania sp •Nomes Populares: Guzmânia, Bromélia, Gusmânia •Família: Bromeliaceae •Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical •Altura: 0.1 a 0.3 metros, 0.3 a 0.4 metros, 0.4 a 0.6 metros •Luminosidade: Meia Sombra •Ciclo de Vida: Perene

•Nome Científico: Alpinia purpurata •Nomes Populares: Alpínia, Gengibre-vermelho •Família: Zingiberaceae •Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical, Tropical •Altura: 1.2 a 1.8 metros •Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno •Ciclo de Vida: Perene

•Nome Científico: Nephrolepis exaltata •Nomes Populares: Samambaia-americana, Lâmina-deespada, Samambaia-de-boston, Samambaia-espada •Família: Davalliaceae •Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical •Altura: 0.4 a 0.6 metros •Luminosidade: Luz Difusa, Meia Sombra •Ciclo de Vida: Perene

•Nome Científico: Heliconia rostrata •Nomes Populares: Helicônia, Bananeira-do-brejo, Bananeiraornamental, Caetê, Papagaio •Família: Heliconiaceae •Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical •Altura: 1.2 a 1.8 metros, 1.8 a 2.4 metros, 2.4 a 3.0 metros, 3.0 a 3.6 metros •Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno •Ciclo de Vida: Perene 77


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Os temas relacionados à concepção de edificações culturais, que são destinadas à valorização, preservação e compartilhamento da cultura, assim como a produção de uma arquitetura com inserção de novos elementos construtivos , que contrapõem ou integram a

edificação, promovem questionamento e reflexão. Foi possível entender as noções de cultura e desenvolvimento humano, assim como o papel do museu e de espaços culturais que se tornam referências e a identidade de um lugar. Estudar sobre diferentes tipologias construtivas, formas de intervenção, inserção de

tecnologias e exposição de acervos permitiram compreender a dinâmica na organização de um museu e discernimento entre os principais pilares de um museu: o público, a pesquisa e seu ensinamento. As intervenções nos mesmos possibilitaram o entendimento de quão reflexivo e instigante pode ser o espaço,

pois a exploração dos percursos desenvolve percepções e impactos aos olhos humanos. Sendo assim toda arquitetura é baseada na parte sensorial, a partir do momento que se exprime ou imprime uma sensação, induzindo o usuário ou visitante a um questionamento e uma reflexão sobre a vida humana.

79


Este trabalho retrata a evolução do museu se

A proposta arquitetônica aqui norteada buscou

adaptando a evolução de pensamento e atividades

valorizar o espaço já edificado e toda a sua estrutura

do ser humano, integrando-se a vida seja em

e paisagem existente além de possuir intenção de

acessibilidade, legislação, criando alternativas de

mostrar o quão infinitas são as necessidades dos

diferenciação dentro das edificações tombadas à

homens e suas capacidades de aprimoramento.

acesso totalmente virtual e interação com suas

Conclui-se aqui

exposições. Um espaço sem barreiras construído

refletem na cultura, na técnica, nas condições

pela própria comunidade e para seu próprio uso.

sociais, econômicas e na forma de pensar e agir de

Cada morador, casa, cidade tem a sua história, onde

uma determinada sociedade em um determinado

um arquiteto tem a função crucial de manter esta

tempo. Nesse sentido, o espaço sempre sofrerá com

memória e identidade preservada na elaboração de

algum

qualquer espaço concebido. E estes espaços que

representada pelas construções simples ou por

contam histórias, fazem recordar-se da importância

prédios, plantio de alimentos, pensamentos, dentre

de ter se passado por tal época para que possamos

outros. E estas características mostram que as

avançar,

necessidades do homem são e sempre serão

seja

mediante

a

imposição

da

industrialização, mudanças de comportamento ou

globalização.

infinitas.

tipo

de

que as intervenções num espaço

intervenção

humana;

que

é


CARVALHO, Olavo de. EM BUSCA DA CULTURA. Diário do Comércio, 4 de fevereiro de 2015. Disponível em < https://olavodecarvalho.org/em-buscadacultura/>. acesso em: 19/03/ 2020

DIAS, Adriana Fabre. A Reutilização do Patrimônio Edificado como mecanismo de proteção: uma proposta para os conjuntos tombados de Florianópolis. UFSC. Florianópolis. 2005. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/102001/223562.pdf?s equence=1&isAllowed=y> acesso em: de 15/03/2020

VIOLLET-LE-DUC, Eugéne E. Restauração. Tradução: Beatriz Magayar Kühl.Cotia: Ateliê Editorial,2000. 70p (Artes & Oficios, 1)

CARSALADE, Flávio. Bem. In: REZENDE, Maria Beatriz; GRIECO, Bettina.

TEIXEIRA, Luciano; THOMPSON, Analucia (Orgs). Dicionário IPHAN de Patrimônio Cultural, 1. ed. Rio de Janeiro; Brasília: IPHAN/DAF/Copedoc,2015.(termo chave bem). ISBN 978-85-7334-279-6

CÂMARA MUNICIPAL DE CONSELHEIRO LAFAIETE. 2020 81



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.