/SaudeAMais2

Page 1

Mulher longevidade saudável dra. margarida matos

transplante de células tronco

com dra. cláudia bahia

crescimento plaquetário

Delfin Dr.

fala das

novidades do grupo

com dr. roberto dórea

entrevista com o presidente da sbc

cancêr verdades e mitos

Dr. Jadelson andrade




entrevista - dR. roberto dórea

Saiba tudo sobre o Fator do

Crescimento Plaquetário

com o Dr. Roberto Dórea saúde a+ - quais as inovações que temos hoje em relação às terapias no joelho? Róberto Dórea - Hoje a aplicação do Fator de Crescimento Plaquetário é o que temos de mais inovador na terapia de joelho. Esse procedimento nada mais é que uma substância que é retirada do sangue do próprio paciente, cerca de 40 ml de sangue periférico, minutos antes de se efetuar o procedimento cirúrgico ou a infiltração. Esse sangue é centrifugado, onde é separado o sangue rico em plaquetas, que vai então fazer a indução com cloreto de cálcio, para que ele se transforme no Fator de Crescimento Plaquetário. A finalidade geral desse procedimento é a regeneração dos mais diversos tecidos. Quando a gente fala no fator de crescimento e foca somente no joelho é normal as pessoas pensarem que é só para o joelho, mas não é. sa - E em quais situações podemos utilizar esse procedimento? RD - Em lesões de ligamento, lesões musculares e na regeneração da fratura, por exemplo, na qual ele ajuda a consolidar mais rapidamente a recuperação. sa - E como é feito na prática o crescimento dessas plaquetas? RD - Vamos supor que seja uma cirurgia em que o indivíduo tenha uma lesão de cartilagem. Nessa lesão a gente vai estimular, raspar a lesão até que atinja a medula óssea. Nesse momento em que a gente chega próximo a medula, a região osteocondral, perfura-se a medula, atingindo com isso o lugar específico onde existem as células-tronco mesenquimais. Naturalmente elas vão entrando na articulação e junto com 2 saúde a+

por caroline salgado

Diretor médico da Clínica de Terapia Articular, um centro cirúrgico super renomado com estrutura impecável para a prática de procedimentos cirúrgicos de pequeno e médio porte, e especialista no Fator do Crescimento Plaquetário, o médico ortopedista Roberto Dórea explica o que é esse tratamento que tem dado o que falar entre os especialistas, de que forma ele beneficia o paciente, em quais lesões o procedimento é recomendado e ainda dá dicas para as mulheres amantes de salto alto evitarem as dores no joelho. o Fator de Crescimento Plaquetário vão se interagir, ajudando a recompor a cartilagem hialina (cartilagem que reveste todas as articulações). sa - Qual é então a vantagem do Fator de Crescimento Plaquetário? RD - A grande vantagem do método é que diminui o tempo de recuperação do paciente, fazendo com que ele volte mais rapidamente às suas atividades, sejam elas esportivas ou profissionais. Hoje, esse procedimento é bem discutido entre os especialistas. Em minha opinião é o procedimento mais eficaz, o que não significa que não tenha outro tipo de tratamento satisfatório.

sa - Após o processo, em quanto tempo o paciente já tem os movimentos do joelho completamente recuperados? RD - Referente a movimentação do joelho, tão logo o paciente tenha alta da clínica ou do hospital, ela já começa a acontecer, mas a regeneração da cartilagem só se dá em torno de quatro meses.

sa - E como é feita a averiguação dessa regeneração para constatar sua eficácia? RD - Eu já pude constatar a eficácia

em um paciente em que colhemos o material e mandamos para a Fiocruz fazer um estudo patológico, onde foi verificada a presença da cartilagem hialina. Na maioria dos casos, o sucesso do procedimento é constatado através da imagem, porque o ideal não é você fazer uma segunda cirurgia em todos os pacientes para averiguar se realmente o procedimento surtiu efeito. Mas já tive um caso que com 40 dias já existia um início de regeneração da cartilagem, o que comprova que o procedimento realmente é eficaz. Isso estimula muito a gente a continuar nessa linha de terapia celular. sa - Por muito tempo o Sr. trabalhou na área esportiva, tratando lesões em atletas. Esse procedimento é frequente no caso deles? RD - Com certeza. Na verdade você pode tanto fazer o fator de crescimento plaquetário intra-articular quanto periarticular ou intralesional. Por exemplo, o indivíduo que tem uma tendinopatia (inflamação no tendão) ou tendinite patelar, que pode acontecer tanto em atletas profissionais quanto nos de fim de semana. Nesses locais você pode fazer simplesmente a infiltração do Fator de Crescimento Plaquetário. Com uma pequena anestesia, injeta-se no local onde o paciente sente a dor.


Lógico que antes temos que fazer uma ultrassonografia para ver a gravidade da lesão. É preciso estar primeiramente bem fundamentado para poder, a partir daí, efetuar o tipo de tratamento adequado. Quando há lesão, por exemplo, no ligamento colateral medial, muitas vezes você pode tratar com o fator de crescimento sem nem precisar operar o paciente. É um avanço muito grande na medicina. sa - Atualmente o Sr. ainda atua na traumatologia no esporte, em clubes de futebol, por exemplo? RD - Somente quando sou solicitado, quando os clubes mandam atletas para fazerem cirurgias comigo. É uma área muito estimulante em que podemos utilizar bastante o procedimento. sa - E no caso de Lesões por Esforços Repetitivos, o famoso LER, o procedimento pode ser aplicado? RD - Se a fisioterapia não der resultado você pode sim fazer o Fator de Crescimento Plaquetário. Só não deve-se

usar o plano B como se fosse o plano A. Nesse caso seria somente em última instância. sa - Atualmente muitas mulheres têm tido problemas nos joelhos, é em decorrência do salto alto? RD - Muitas vezes o salto alto pode ser realmente um vilão. É importante que as mulheres dêem um pouquinho mais de atenção ao joelho, se preocupando em fazer alongamento da musculatura posterior da coxa, por exemplo. Com um simples alongamento diário efetivamente você folga um pouquinho a patela e a sobrecarrega menos, prevenindo as dores ocasionadas por excesso de salto alto.

sa - Quais suas expectativas para a célula-tronco em 2012? RD - Eu acredito que esse ano a célulatronco vai ter uma utilidade muito mais efetiva nesse tipo de tratamento que a gente vem realizando. Vamos ver a evolução dela ao longo do ano. As expectativas são grandes.

sa - Há quanto tempo o Sr. estuda e desenvolve trabalhos específicos de Terapias Articulares? RD - Eu estudei esse procedimento na Europa e desde 2005 trouxe o Fator de Crescimento Plaquetário para a Bahia, onde já realizei mais de mil procedimentos bem sucedidos. Lógico que não temos 100% de bons resultados, mas temos altos índices de aprovação.

Diretor técnico: Drº Roberto Dórea Cremeb:4923


02 05 10 12 16 18 20 22 24 27 28 30






saĂşde a+ 9


entrevista - dra. margarida matos

Longevidade Saudável Uma meta a ser alcançada

Chegar aos 100 anos com uma saúde invejável é o desejo de muitos, mas um atributo de poucos. Apesar de estatisticamente a média de idade dos brasileiros ter aumentado nas últimas décadas, o que caracteriza uma melhor qualidade de vida, a busca pela Longevidade Saudável ainda é constante. E para destrinchar esse tema, entrevistamos a ginecologista do Centro Ginecológico de Salvador (CENGISA), a Dr.ª Margarida Santos Matos, que contou o segredo dessa longevidade e deu dicas de como prevenir o corpo de doenças e consequentemente do envelhecimento, além de explicar a importância da Terapia de Modulação Hormonal, fundamental principalmente para as mulheres por caroline salgado

saúde a+ - Quais as principais causas para o envelhecimento precoce?

Margarida Matos - Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade de poder falar dessa emboscada que é o envelhecimento, principalmente para a mulher. Dentre as causas para o envelhecimento hoje, a primeira coisa é o stress. O corre-corre do dia-a-dia, a alimentação que não é saudável, as preocupações, o dormir pouco, a falta de exercícios, tudo isso somado gera inevitavelmente uma vida menos saudável. sa - Qual o motivo do desequilíbrio do organismo?

MM - Tudo começa principalmente pelo stress oxidativo. Os açúcares que comemos, assim como o pão e o arroz branco, somado ao correcorre do cotidiano, ao dormir tarde e acordar cedo, as preocupações do dia-a-dia, o stress em geral, além do fato de não respirar um ar saudável e não se alimentar bem, já que os alimentos que mais consumimos não são naturais, causam grande impacto no desequilíbrio do nosso organismo. sa - Como deve ser o processo de prevenção?

MM - Em primeiro lugar você tem 10 saúde a+

que mudar a sua qualidade de vida, começar a ter um horário melhor para dormir e acordar, dar atenção a alimentação, que deve ser rica em alimentos orgânicos, além da prática de exercícios diários. Uma boa pedida é inserir a meditação na rotina, estimulando o repouso mental diário. Somado a essas

‘‘ ‘‘

A longevidade saudável se baseia exatamente na prevenção das doenças crônicas. Eu não cuido da pessoa doente, previno para que ela não adoeça.

características, é importantíssimo fazer a Terapia de Modulação Hormonal. sa - Em que exatamente os hormônios interferem na nossa longevidade?

MM - Na verdade o motivo para nós envelhecermos é exatamente

porque os nossos hormônios diminuem, então, quando você faz um tratamento desse tipo, além de somar essa mudança na qualidade de vida é acrescentado também os hormônios que estão carentes no organismo. É comum ouvir que as pessoas mais idosas têm esquecimentos constantes, que são depressivos, que não têm paciência. Essas atitudes são decorrentes da falta de substâncias no corpo que a pessoa idosa perde no dia-a-dia, por isso a Terapia de Modulação Hormonal é tão importante na qualidade de vida. sa - Podemos dizer então que prevenir o envelhecimento previne doenças?

MM - Com certeza. A longevidade saudável se baseia exatamente na prevenção das doenças crônicas. Eu não cuido da pessoa doente, eu previno para que ela não adoeça. sa - Qual o foco desse tratamento antienvelhecimento? Como ele é feito?

MM - Primeiro tem que ser feita a mudança da qualidade de vida, do regime alimentar com alimentos nutracêuticos, além de fazer a modulação hormonal e incluir as substâncias que estão faltando no organismo. Nós


trabalhamos especificamente com os Hormônios Bioidênticos, que são aqueles hormônios que têm a molécula exatamente igual a que o nosso corpo produz. Esse tipo de hormônio garante uma boa qualidade e uma segurança melhor ao nosso trabalho. sa - quais os principais benefícios? O que difere no nosso organismo, quando fazemos a Terapia de Modulação Hormonal?

MM - Hoje em dia ouvimos dizer que nós, seres humanos, vivemos mais. A longevidade das pessoas é um fato. E trabalho exatamente para que as pessoas vivam mais, mas com mais qualidade, com saúde. Essa é a base do tratamento. A proposta da longevidade é exatamente você viver mais tempo com saúde. sa - E quais suas dicas para ter uma vida longa e saudável?

MM - Primeiro eu sugiro que as pessoas procurem se preocupar menos. Viver mais o dia de hoje, ter mais tranquilidade no cotidiano, se preocupar apenas com o que puder resolver hoje. O que não puder, deve ser pensado somente no dia de amanhã. Se alimentar saudavelmente, a base de frutas, evitar ingerir a casca de frutas finas, como a casca da maçã, da uva, que têm muita substância tóxica, é fundamental, assim como evitar a ingestão diária do açúcar, do arroz e do pão branco. sa - em especial, para nós mulheres, alguma dica específica?

MM - Para a mulher o indispensável mesmo é que se faça a Terapia de Modulação Hormonal, que além de trazer saúde, garante uma qualidade de vida bem melhor.

Dr.ª Margarida Santos Matos - CREMEB 9380

Médica Ginecologista do Centro Ginecológico de Salvador – CENGISA; Prof.ª Titular de Ginecologia da Escola Baiana de Medicina; Prof.ª Livre Docente em Tocoginecologia pela Faculdade de Medicina da UFBA; Prof.ª Adjunta de Ginecologia da FAMEB /UFBA e Especializada em Ginecologia e Obstetrícia e em Medicina Ortomolecular.


capa - dr. delfin gonzalez

Dr. Delfin Gonzalez conta o segredo do sucesso do Grupo Delfin por caroline salgado

12 saĂşde a+


C

om qualidade incontestável, as Clínicas Delfin se mantêm no topo do mercado brasileiro, prestando um serviço de alta qualidade profissional e tecnológica há mais de 20 anos. Para saber um pouquinho mais do grupo, dos serviços oferecidos e o que há de mais novo no segmento de bioimagem, entrevistamos o Dr. Delfin Gonzalez, que ainda nos revelou em primeira mão as novidades da Biofármaco, em Lauro de Freitas.

SAÚDE A+ - O Sr. foi o primeiro a prestar serviço privado de bioimagem fora do ambiente hospitalar. Conte-nos um pouco da sua história profissional.

DELFIN GONZALEZ - A minha história na imagem vem de uma fase de transição, quando ela passa do raio-X para o ultrassom. Por formação, eu sou obstetra e ginecologista, mas pendi para a ultrassonografia em 1979 e desde então estou na área da imagem, há 33 anos. Em 1980 eu deixei a parte clínica e fui somente para a parte de ultrassonografia geral, que hoje é a minha especialidade. Fui o primeiro no estado a exercer essa especialidade. SA - Quais as novidades das Clínicas Delfin em exames de imagem?

DG - Hoje eu diria que a principal novidade em imagem é o diagnóstico molecular. Nós estamos em um momento de transição na imagem. Há 35 anos nós tivemos a evolução do raio X para a ultrassonografia. Há uns 25, 30 anos, a evolução foi da ultrassonografia para a tomografia e há uns 20 anos para a ressonância magnética. Agora nós estamos percebendo um novo movimento, em que a imagem passa a dar o diagnóstico de moléculas muito mais precocemente. No primeiro momento, direcionado para a parte oncológica, em que você detecta tumores e observa se esses tumores têm atividade funcional, o que faz com que se confirme precocemente o diagnóstico de tumores malignos. Esse diagnóstico serve também para o controle do tratamento e

o pós-tratamento, para saber a eficácia do mesmo. É o PET - CT* e dentro de muito pouco tempo o PET Ressonância. SA - A concretização da Delfin Imagem Unidade Móvel, onde é disponibilizado gratuitamente para a população carente do estado a mamografia digital, foi uma grande sacada da sua administração. Como tem sido o retorno dos pacientes?

DG - O Projeto da Mamografia Móvel foi feito para ser realizado no interior do estado, de tal maneira que permitisse as nossas mulheres, principalmente as da área rural, ter acesso ao exame preventivo para detecção do Câncer de Mama, um dos principais fatores de óbito da mulher. Iniciamos este projeto há três anos, em uma parceria com o Hospital São Rafael. A ideia é não só oferecer o diagnóstico a estas mulheres, mas todo o tratamento, nos casos em que se fizer necessário. Desde outubro de 2011, temos um convênio com o Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Saúde (SESAB), onde pudemos estender este tipo de atendimento a todas as mulheres na faixa de 50 a 69 anos do nosso estado, agora envolvido em um projeto maior, realizado pela nossa Presidente Dilma. SA - Qual o principal conceito que o Sr. trabalha nas Clínicas Delfin?

DG - Além da qualidade nos equipamentos, o forte das Clínicas Delfin é o atendimento. SA - Constantemente vocês fazem treinamento e capacitação dos

profissionais, tanto para a utilização dos equipamentos quanto para um melhor atendimento. Quando o Sr. percebeu a importância dessa renovação, principalmente na abordagem aos pacientes?

DG - O mesmo critério que eu tive para me definir como especialista eu mantenho para a minha equipe, que é a qualificação técnica e a qualificação no atendimento. É imprescindível que você tenha uma boa formação clínica e de imagem para que você possa dar segurança e tranquilidade no seu diagnóstico. SA - Quantos profissionais o Sr. coordena hoje entre atendentes, técnicos e médicos?

DG - Nós dividimos nossas atividades em dois grupos. Na parte hospitalar temos hoje algo em torno de 750 funcionários e na parte da bioimagem, em torno de quase mil funcionários, dos quais, só aqui no estado da Bahia, são 164 radiologistas na equipe. Todos muito bem qualificados e com um tipo de especialidade. SA - Além das sedes no Itaigara e em Villas do Atlântico, onde mais podemos usufruir da qualidade da Delfin?

DG - Hoje estamos dentro de dois dos maiores hospitais privados do estado, com a unidade de bioimagem do Hospital São Rafael, que já temos parceria a cinco anos e a unidade de bioimagem de medicina nuclear e radioterapia do Hospital Português, que no ano passado fomos convidados a participar e que estamos, saúde a+ 13


inclusive, implantando uma reforma física e estrutural em termo de atendimento, levando toda a nossa experiência e vivência no atendimento ao paciente ambulatorial. Além dessas, atualmente a Delfin está presente em Santo Antônio de Jesus, Feira de Santana e em Natal, no Rio Grande do Norte. SA - E porque a escolha de ter uma sede em Natal?

DG - Teoricamente foi um acaso. Eu tinha um colega que trabalhou conosco por muitos anos e ele resolveu voltar para a terra dele, Natal. Ele quis me convencer a ir com ele para abrirmos uma sede de bioimagem lá. Esse foi o primeiro passo. A outra coincidência foi que, do meu ponto de vista, Natal se parece muito com Salvador. É como se fosse Salvador há 15 anos. Tem uma boa qualidade 14 saúde a+

de vida, as pessoas de lá têm um relacionamento muito próximo da gente, são muito receptivas. Tenho grandes amigos lá. E foi a soma desses fatores que resultou em nossa sede no Rio Grande do Norte.

clínica, onde devemos direcionar algumas equipes para a parte oncológica. É bom deixar claro que não vamos fazer oncologia, vamos fazer a parte de apoio, de SADT Serviço de Apoio ao Diagnóstico e Terapia. Temos a ver com centro de pesquisa em medicações radioativas para diagnósticos moleculares.

SA - Sabemos que a Delfin está com um novo empreendimento em Lauro de Freitas, a Biofármaco. Conte-nos mais sobre esse empreendimento.

SA - Como serão dados esses diagnósticos?

DG - Esse novo empreendimento, a Biofármaco, é uma micro indústria farmacêutica, que tem uma área de 9.000 m². Nele, teremos uma unidade ciclotron, que vai produzir o contraste para ser utilizado no PET - CT. Junto com ela nós temos uma unidade de mesa nuclear, de radioterapia, que será a mais moderna do estado com todos os segmentos em radioterapia, nova bioimagem, e associado a isso temos um complexo de parte

DG - Produziremos os biomarcadores, que são marcadores celulares. Ele funciona da seguinte forma: Podemos diagnosticar tumores malignos precocemente e quanto mais precoce o diagnóstico, melhor serão os resultados de cura. Os biomarcadores marcam as moléculas desses tumores, que principalmente os malignos, têm uma tendência muito grande a absorção de glicose. Então trocamos uma dessas moléculas por flúor,


ficando assim marcada a atividade funcional. A partir daí teremos sinais evidentes de atividade funcional em determinadas áreas de lesão e essa lesão vai confirmar o tumor em atividade funcional, sendo feito um tratamento específico. SA - E quanto ao custo do tratamento. Já está disponível para a população em geral?

DG - Sabemos que na primeira fase a ciência tem um preço caro, enquanto não populariza e passa a ter um volume maior de exames. Alguns desses exames atualmente já são liberados por planos de saúde. Por outro lado, pela dificuldade em termos esse contraste, que agora é produzido em Lauro de Freitas, teremos uma demanda maior. Levaremos esse biomarcador, o FDG, por todo o Nordeste. Hoje nossa escala de produção sai 5h daqui da Bahia e às 7h30 já está em Recife e Fortaleza. SA - A escolha de Lauro de Freitas para esse novo empreendimento tem algo a ver com a proximidade com o aeroporto?

DG - Tem tudo a ver. Na verdade, temos seis ciclotrons vazios, que é a unidade fabril, a que produz esse contraste. Para você ter uma ideia, esse contraste tem uma vida curtíssima. Há cada duas horas ele perde 50% da sua capacidade. Essa área oncológica tem tido uma facilidade de diagnóstico muito grande, com um potencial de desenvolvimento em pesquisas da área neurológica e cardíaca. Para isso, a proximidade do aeroporto é fundamental. Essa medicação vai ter que ser distribuída para todo o Nordeste com muita rapidez.

SA - Quais os cuidados tomados com essa produção radioativa?

DG - Apesar de ser uma área em que você tem uma radioatividade, a exposição dela é muito pouca. A radioatividade ambiental é zero. Para se ter uma ideia, cada parede do estabelecimento tem em média 2m10 de espessura de concreto armado, até porque temos um esquema de segurança muito intenso, estamos sempre sob observação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa) e do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN). É uma produção altamente segura. SA - Levou muito tempo para efetivar esse projeto?

DG - O projeto do ciclotron é um projeto ousado. Eu levei oito anos discutindo e estudando ele. Mas se tem uma característica marcante do baiano é ser ousado nos negócios e nisso nós ousamos. A nossa é a segunda unidade privada do Brasil e a primeira unidade privada do Nordeste. A primeira fica em Brasília.

Bahia, o Prêmio Benchmarking Saúde, na categoria empresário do ano?

DG - Fiquei bastante orgulhoso em ver o reconhecimento da comunidade ao nosso esforço em fazer sempre o melhor possível e por acreditar no potencial de mercado que tem o estado da Bahia e toda a Região Nordeste. SA - Você pensa em expandir as Clínicas Delfin para todo o Brasil?

DG - Eu costumo dizer que a menina dos olhos do Brasil é o Nordeste e como bom baiano e nordestino, resolvi que nossa primeira opção é crescermos em termo de Nordeste. Algumas novidades deverão vir ao longo desse ano, mas uma coisa é garantida: A preservação do grupo Delfin é fundamental.

* O PET-CT é um equipamento que une os recursos diagnósticos da Medicina Nuclear (PET) e da Radiologia (CT). O equipamento sobrepõe as imagens metabólicas (PET) às imagens anatômicas (CT), produzindo assim um terceiro tipo de imagem.

SA - Como o Sr. se sentiu ao receber o Oscar da Saúde da saúde a+ 15


16 saĂşde a+


saĂşde a+ 17


ARTIGO

Estresse: a doença da modernidade

por thayane salgado e priscila costa

A

ssociado a sensações de desconforto e a agitação da vida na atualidade é cada vez mais frequente o número de pessoas que se definem como estressadas. A palavra de origem latina estresse, que no inglês significa “estar sob pressão” ou ainda “ficar sob a ação de estímulo persistente”, refere-se a um conjunto de alterações acometidas pelo organismo como resposta a estímulos internos ou externos. O estresse pode ser considerado um fenômeno resultante da interação entre os aspectos físicos e psicológicos, e, sem esse tal "conjunto de alterações", não podemos falar em estresse. Em termos científicos, o estresse é uma resposta do organismo frente a um perigo eminente, preparando o corpo para a fuga ou a luta. O corpo tende a se adaptar a tais estímulos e para isso gasta uma quantidade de energia. Em casos nos quais o organismo consegue se adaptar e resistir ao estressor, o processo de estresse se interrompe, não ocasionando prejuízo à saúde. Existindo persistência do estímulo estressor e, caso a resistência da pessoa não seja suficiente para lidar com a fonte de estresse, mais cedo ou mais tarde, o processo de estresse evoluirá e a fase de exaustão ocorrerá, pois o organismo entra em fase de esgotamento. Cada pessoa reage de forma diferente aos estímulos aos quais são expostas, por isso, elas desenvolvem limiares diferentes de esgotamento por estresse. Difundido pelos mais diferentes meios de comunicação, o estresse tem sua utilização bastante generalizada e sem maiores reflexões, o que simplifica o problema e oculta os reais significados de suas implicações para a vida das pessoas. Vale lembrar que o estresse tem um 18 saúde a+

papel significativo no desempenho de algumas atividades humanas, nas quais ele pode ser um importante aliado ao proporcionar um aumento da capacidade física, raciocínio, memória e concentração, através de alterações em todo o organismo. Entretanto, se o estresse se torna persistente, todo esse aparato biológico pode ser danificado.

ilustração luan boré

aeróbicas, natação, caminhadas, yoga etc.), lazer, dieta saudável (rica em cereais integrais, vegetais e frutas, evitando abuso de álcool, cigarro e cafeína), técnicas de relaxamento (massagem, exercícios de respiração, meditação etc.), entre outros.

A psicoterapia também é recomendada, principalmente quando o estresse se torna Os sintomas físicos mais comuns persistente, ajudando a identificar são: Fadiga; Insônia; Náusea; fatores estressores, modificar as Tremores; Palpitações; Dores de respostas a estes e restabelecer cabeça; Dores no corpo; Extremidades prioridades, auxiliando no frias; Aumento da pressão arterial; autoconhecimento, Distúrbios gastrointestinais (como extremamente diarreia e constipação); Desordens necessário para um alimentares (ganho ou perda melhor manejo das excessivos de peso); Diminuição situações no dia-ado desejo sexual e impotência dia. temporária nos homens. Os sintomas psicológicos mais comuns são: Diminuição da concentração e da memória; Aumento da indecisão e confusão; Perda do senso de humor; Irritabilidade e impaciência; Sentimentos de raiva; Sentimentos de frustração; Ansiedade; Nervosismo; Depressão; Preocupação; Medo. Então, como lidar com o estresse? Em primeiro lugar, é importante enfatizar que não existe uma única e nem melhor estratégia para lidar com o estresse, até porque os indivíduos são diferentes e da mesma forma que cada pessoa tem reações diferentes a estímulos estressores, reagem também de forma diferenciada a estratégias distintas. Por isso, a combinação de vários fatores tem se mostrado mais efetiva. Os fatores que podem auxiliar na diminuição dos sintomas de estresse são: atividades físicas (ginásticas



20 saĂşde a+



ARTIGO

câncer do colo do útero:

O que é importante saber? por carlos vaccari

D

e acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer que mais afeta as mulheres no mundo. Atinge na maioria das vezes mulheres entre 40 e 60 anos e, em algumas vezes, mulheres com menos de 30 anos. A boa notícia é que esse tipo de câncer é um dos que mais possui capacidade de prevenção e cura. Praticamente 100% das mulheres diagnosticadas precocemente evoluem com bom prognóstico.

Os sintomas mais comuns na fase préclínica são: pequenos sangramentos fora do período menstrual, menstruação mais longa e volumosa que o usual, sangramento após relação sexual, ducha vaginal ou exame vaginal, dor durante a relação, sangramento após a menopausa e aumento de secreção vaginal. Muitas mulheres ao apresentarem esses tipos de sintomas os ignoram, pois não aparentam relação com condições graves, porém, um diagnóstico precoce é a melhor forma de obtenção da cura.

O câncer do colo do útero ou câncer cervical, como também é conhecido, possui alguns fatores predisponentes para o seu desenvolvimento, como o uso de contraceptivo oral e não utilização da camisinha, uso do DIU, deficiências nutricionais e uso do tabaco. É uma doença resultante de um conjunto de alterações que determinam um crescimento celular desordenado e que compromete a região do colo do útero. No entanto, a OMS, em 1992, reconheceu o HPV como sendo o principal responsável por esse tipo de câncer.

As formas de diagnóstico abrangem: exame citopatológico (Papanicolau) e histopatológica (estudo de um fragmento suspeito do tecido). O Papanicolau, ainda hoje, é o mais empregado em mulheres assintomáticas e ideal para o rastreamento do câncer, por ser uma técnica de alta eficácia, baixo custo e indolor. Entretanto, a citopatologia sozinha não indica certeza de câncer, tendo que ser confirmado pelo exame histopatológico, sob visualização colposcópica, já que o procedimento às cegas apresenta alta taxa de falso-negativo.

Dentre os mais de 100 tipos conhecidos desse vírus, cerca de 20 possuem afinidade pelo epitélio do trato genital inferior. Porém, os tipos 16 e 18 foram reconhecidos como os principais agentes causadores dessa patologia.

Existem ainda, no Brasil, duas vacinas profiláticas contra o HPV: a bivalente, que combate os tipos 16 e 18 do vírus, e a tetravalente, que combate os tipos 16 e 18 e ainda o 6 e 11 - responsáveis pelas verrugas genitais.

A evolução do câncer do colo do útero, na maioria dos casos, se dá de forma lenta e silenciosa, passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis.

A indicação atual da vacina está limitada à população feminina de 9 a 26 anos, porém ela só confere imunidade para aquelas mulheres ainda não expostas

22 saúde a+

aos HPV tipos 6, 11, 16 e 18, situação esperada apenas para mulheres que não iniciaram atividade sexual. As doses da vacina são no total de três e são fornecidas apenas pelo sistema privado de saúde, variando de R$ 600,00 a R$ 1.000,00. Entretanto, um novo projeto foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) no dia 30 de junho de 2012. A intenção é expandir a vacinação de HPV para mulheres de 9 a 45 anos de forma totalmente gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo estatísticas, essa medida diminuirá a quantidade de novos casos e de mortes por ano, que chegam a 18.430 e 4.800, respectivamente. O tratamento das pacientes que portam esse câncer baseia-se, normalmente, em cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A escolha do tratamento adequado deve levar em consideração as condições clínicas da paciente, o tipo de tumor e sua extensão. Em estágios iniciais o método indicado é a remoção cirúrgica do tumor, sendo a radioterapia e a quimioterapia utilizadas de acordo com o agravo do câncer. Em casos mais graves ainda, a retirada do útero tornase uma opção. Portanto, a frequência ao ginecologista é de extrema importância para a realização do preventivo. É importante lembrar que a principal forma de transmissão do HPV, é sexual. Sendo assim, usar preservativos e evitar múltiplos parceiros são altamente recomendados.



entrevista - dr. jadelson andrade

Jadelson

Andrade medicina da bahia para o mundo

por caroline salgado fotos roberto cunha

Eleito presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia na gestão 2012-2013, o cardiologista renomado mundialmente, Dr. Jadelson Andrade, recebeu a nossa equipe descontraidamente para um batepapo. Na entrevista, ele nos falou como administra seu precioso tempo entre a carreira de sucesso e a vida pessoal, das novidades nos tratamentos de doenças cardíacas e neurovasculares, sobre a modernidade do Hospital da Bahia, de onde também é Diretor e Superintendente do Serviço de Cardiologia e deu dicas fundamentais de como chegar aos 90 anos com um coração saudável.

dr. jadelson andrade

24 saúde a+


SAÚDE A+ - Com um currículo apreciável, sendo atualmente membro da American Heart Association, Coordenador dos Departamentos e Membro da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Diretor e Superintendente do Serviço de Cardiologia do Hospital da Bahia e Presidente Eleito da SBC na gestão 2012-2013, além de fazer várias pesquisas, atender os pacientes, participar de vários congressos e ainda ser chefe de família, fica a questão: Onde encontrar tempo para realizar todas estas atividades? Jadelson Andrade - Essa é a pergunta que eu mais me faço. Mas o fato é que se você se organiza, se estrutura, você acaba maximizando o seu tempo. De fato, são tarefas absolutamente diferentes. O trabalho devotado que eu tenho aos meus pacientes, que são a razão da minha existência, é de sempre ser um médico assistente, que tira as dúvidas do paciente, retribuindo a confiança que eles têm em mim. Tem que ter disciplina, organização, estrutura e suporte. Esse hábito foi criado por mim e pela equipe do Hospital da Bahia, tanto no serviço de cardiologia quanto na diretoria. O corpo gerencial do hospital tem ações muito bem definidas, que me permitem mesmo com um tempo menor de dedicação ao hospital poder exercer muito bem minhas tarefas aqui no hospital e fora dele. SA - O Sr. é integrante da SBC há 10 anos e atualmente a associação já tem mais de 14 mil associados. Nos fale um pouco de como o trabalho da SBC é visto fora do Brasil. JA - Ser presidente da SBC é um cargo muito importante para mim no ponto de vista de gestor. A Sociedade Brasileira de Cardiologia atualmente é bem vista no mundo inteiro graças a uma atividade intensa que ela vem tendo, com o objetivo maior de colocar a cardiologia e a produção científica brasileira no mesmo nível da cardiologia dos grandes hospitais de excelência do mundo. O fato de nós, brasileiros, irmos até eles para realizar reuniões e simpósios, mostrando toda a força e o conhecimento da cardiologia brasileira, conquistou o respeito deles. Assumimos a liderança na América Latina e o imenso respeito do resto do mundo, mesmo nos países onde a cardiologia é muito técnica, bastante evoluída e cientificamente muito respeitada, como nos Estados Unidos, onde já estamos bastante confortáveis perante a eles. Recentemente o simpósio brasileiro nos Estados Unidos foi bastante concorrido, repetindo-se o que aconteceu em Paris, no Congresso Europeu de Cardiologia, onde fomos a 3ª maior delegação e a 2ª delegação que apresentou a maior quantidade de trabalhos científicos, o que aumenta a minha responsabilidade ao assumir a SBC, já que temos que manter o padrão no mesmo nível. SA - No Hospital da Bahia, você está à frente do que há de mais novo em relação as doenças do coração. Quais as novidades que o Hospital está disponibilizando para seus pacientes? JA - O trabalho que desenvolvo aqui é um sonho que realizei, de poder construir na Bahia, uma estrutura hospitalar com esse perfil de alto padrão e tecnologia. O Hospital da Bahia

está completando agora seis anos de atividades e sua estrutura hospitalar ainda está no início, comparado aos grandes hospitais centenários da Bahia, mas que progressivamente já está assumindo seu papel como instituição de referência na Bahia e no Nordeste. Em relação a cardiologia daqui do hospital, nós a reestruturamos toda nos últimos meses. Recentemente, inauguramos a nossa UTI Cardíaca e Neurovascular, com um conceito moderno, na qual mantemos em uma só unidade pacientes acometidos de doenças do coração e doenças cérebro vasculares agudas. Nela, ficam não só um corpo médico de plantonistas e colaboradores de enfermagem renomados, como também de equipamentos de altíssimo nível, semelhante ao que acontece nos centros de excelência do país. Nossa unidade hoje já é equivalente as unidades dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, de São Paulo, em termos de estrutura física, tecnológica e médica. SA - Quais as vantagens que o paciente cardíaco pode usufruir dessa nova unidade de UTI? JA - Para quem está sofrendo com um infarto agudo do miocárdio, por exemplo, presteza e velocidade no diagnóstico fazem uma enorme diferença no sentido de evitar a progressão do infarto. Quando diagnosticado na emergência, o paciente é levado para dentro da UTI cardíaca, que disponibiliza um laboratório de hemodinâmica, onde realizamos o cateterismo cardíaco, intervindo na artéria que está obstruída, causadora do infarto, permanecendo o paciente na mesma unidade. Essa unidade funciona 24 horas e é um diferencial porque não há perda de tempo. A angioplastia primária, que é o método mais eficaz no mundo inteiro para impedir a progressão do infarto, é altamente dependente do tempo. Quanto mais demorar, os malefícios e os danos causados ao coração se tornarão irreversíveis, é o que chamamos de tempo porta-balão. É o tempo em que o paciente tem o diagnóstico na porta e o balão dilatando sua coronária. SA - Como está a estatística de doenças cardíacas no Brasil atualmente? JA - Hoje, no Brasil, 1/3 de toda a população morre devido a doenças do coração. 30% das causas de todas as mortes são as doenças do coração. O coração hoje mata muito mais que o câncer, a AIDS e os acidentes de automóveis juntos. E ainda há uma previsão de que se nada mudar positivamente no Brasil, nos próximos 20 anos seremos o país com mais mortes por doenças do coração no mundo. SA - De quanto em quanto tempo é recomendável que se faça um exame preventivo contra as doenças cardíacas? JA - É recomendável fazer um exame médico anualmente. Se o indivíduo tem problemas do tipo hipertensão, obesidade, diabetes ou colesterol elevado, essas revisões têm que ser mais periódicas, seguindo as instruções do médico, como de 6 em 6 meses, dependendo do problema de cada um. Sendo sadio, o recomendável mesmo é anualmente, porque algumas doenças, saúde a+ 25


como as do coração, não apresentam sintomas físicos. Somente uma avaliação clínica vai poder identificar esses fatores causadores. O que não pode acontecer é o indivíduo ficar 3, 4 anos sem aparecer no médico. Tumores nas mamas das mulheres, por exemplo, são assintomáticos e surgem de uma hora para outra. É um exemplo que eu costumo dar: Tem paciente meu que aparece no consultório após 5 anos sem se consultar. Aí logo eu pergunto: E aquele seu carro, bonito, também tem 5 anos que você não revisa ele? A resposta é sempre a mesma: “Ah não, meu carro eu troco todo ano e levo sempre às revisões”. É engraçado que criou-se a cultura de que o carro, caro e bonito, não pode ficar mais que 6 meses sem fazer uma revisão, mas as pessoas se acham máquinas perfeitas e não se cuidam. Essas comparações podem parecer irrelevantes, mas se as pessoas tivessem tanto cuidado com a saúde como têm com o carro e o computador, hoje em dia, muitas doenças seriam evitadas. A medicina está tão avançada em fazer o diagnóstico precoce que as chances de recuperação são enormes. SA - Muitas pessoas confundem a angina e o infarto. Qual a diferença entre eles? JA - A angina é um caminho para o infarto, é uma dor no peito por uma obstrução parcial da artéria do coração. A dor ocorre porque as artérias do coração, que levam o oxigênio para o músculo, estão parcialmente obstruídas por depósito de gordura. Assim, a passagem do sangue pelo interior do vaso fica comprometida e o coração, que continua trabalhando dia e noite, deixa de receber a cota diária de combustível, de oxigênio. Se o indivíduo sobe uma escada correndo, por exemplo, a respiração dele acelera e o coração bombeia mais forte, para suprir a necessidade do exercício que ele está fazendo. Não sendo atendida a cota, surge a dor no peito, que é uma deficiência aguda de falta de oxigenação do músculo cardíaco. Essa dor depende da artéria que esteja obstruída, podendo ser no peito, nas costas, na região submandibular ou no estômago, por exemplo. Já o infarto é quando essa artéria obstruída parcialmente não é tratada ou investigada, sendo a placa rompida e entupindo 26 saúde a+

completamente a artéria por um trombo que se forma.

cuida, dificilmente tem problemas após o infarto.

SA - Após o ápice da doença, é importante o paciente continuar fazendo o tratamento no hospital?

SA - E como fazer para chegar à terceira idade com um coração em bom funcionamento?

JA - Esse é um problema que a gente tem. Quando o paciente é tratado com angina ou infarto, ele é tratado muito rapidamente. Eu sou da época que eu mantinha o paciente 15, 20 dias internado, mas também a gente não tinha os recursos que temos hoje, tanto para diagnóstico rápido quanto para tratamento. Agora você dá alta a um paciente infartado com até 72 horas após o acontecimento e em uma semana o indivíduo já está trabalhando novamente. Mas há a necessidade dele manter o acompanhamento cardiológico, as visitas periódicas, as medicações para manter o colesterol no nível adequado, o açúcar, a pressão arterial. É preciso que ele faça atividade física e que use as medicações, que são feitas para proteger o músculo cardíaco, com medicações chamadas anti-agregantes, para manter o sangue mais fluido, diminuindo sua viscosidade. O paciente vai ter que mudar o estilo de vida dele como forma de tirar da sua vida os fatores que o levaram a ter esse infarto, caso contrário, a mesma artéria pode voltar a entupir, como outras também, podendo desenvolver a mesma doença. Quem se

JA - Para se chegar bem a terceira idade é preciso entender que o corpo humano é uma máquina. Complexa, mas é uma máquina, e como toda máquina precisa ser avaliada e revisada periodicamente. Sigam corretamente as instruções preventivas do seu médico para que não tenham um AVC ou um infarto do miocárdio. Lembrem-se que as doenças circulatórias são doenças de evolução silenciosa e que o fato de você não ter sintoma não significa que não tenha um problema cardíaco, uma pressão elevada, um problema renal. Da mesma forma que você se importa em levar seu carro para fazer revisões, se preocupe com o seu corpo, uma máquina ainda mais importante, já que é a máquina da sua vida. Eu costumo dizer que a idade das pessoas é diretamente proporcional a qualidade das suas artérias. Se você cuidar adequadamente delas vai chegar aos 80, 90 anos como o professor Elsimar Coutinho, que para mim é um exemplo de inteligência na Bahia, de cultura médica e de vigor físico.


ARTIGO

dayhorc SE DESTACA PELA GESTÃO ESTRATÉGICA NA ÁREA DE SAÚDE OCULAR

O

s investimentos no crescimento sustentável a partir do desenvolvimento de competências da equipe médica e de seus colaboradores têm aproximado cada vez mais o DayHORC da meta de se tornar referência nacional no segmento de saúde ocular até 2015. Quem mais ganha com isso são os clientes do Hospital de Olhos baiano, que já se destaca no Norte e Nordeste do país pela qualidade e inovação nos serviços e implementação de atividades educacionais.

Treinamento como investimento As diretrizes bem definidas ajudaram

e muito o processo de qualificação da gestão e a premissa de ter parte do aporte financeiro voltado para atividades educacionais, dentro de um posicionamento mercadológico de líder do setor na Bahia. Os números revelam um total de 400 mil procedimentos realizados em 2011, entre consultas, exames e cirurgias. A diretora executiva do DayHORC, Rose Caribé, confirma que o investimento na capacitação dos colaboradores é estratégico para a empresa e que os resultados já comprovam o sucesso da iniciativa. “O DayHORC vem se tornando mais atrativo para o cliente médico e final, além de se tornar cada vez mais uma boa empresa para se trabalhar”, garante Rose. Em 2012, o DayHORC espera um crescimento de 37% da sua receita, com estimativa de realizar 480 mil procedimentos no período. Para isso, além de fazer um acompanhamento mensal dos índices de performance do hospital, por profissional e por equipes, verificando gaps in locu e realinhando estratégias conforme necessário, a empresa projeta

Afinal, o planejamento estratégico de uma empresa pode garantir não apenas o seu sucesso, mas também resultados positivos para seus clientes internos e finais.

O DayHORC acredita nisso há 30 anos, tempo que atende a todas as subespecialidades da Oftalmologia, com destaque para Catarata e Cirurgia Refrativa, e o uso da tecnologia de ponta nas unidades de Salvador, Eunápolis e Itabuna, sua cidade de origem, assim como a do cirurgião-máster Dr. Ruy Cunha, fundador da empresa. “Hoje, o DayHORC possui uma das estruturas oftalmo-hospitalares mais avançadas e bem equipadas da américa latina, além de excelência técnica, um moderno centro cirúrgico humanizado e a figura do ‘Anjo do Atendimento’, uma recepcionista volante preparada para orientar, guiar, ouvir e tranquilizar os pacientes, personificando o valor do carinho presente em todos os atos que caracterizam o nosso estilo de trabalhar e servir”, afirma Dr. Ruy Cunha.

investimentos da ordem de R$ 10,4 milhões, sendo que R$ 5 milhões serão aplicados nas linhas de equipamentos e instalações hospitalares. Com relação aos treinamentos, a previsão é de que o aumento em relação ao volume de 2011 chegue a 73% nas unidades de Salvador e 70,4% na de Itabuna. Eunápolis contará com 2.294 treinamentos, a partir deste ano.

Avaliação por competências e desenvolvimento de equipes O compromisso começa na gestão por competências, que serve para instrumentalizar o setor de RH e os gestores do DayHORC com a cultura de Coach, fornecendo as ferramentas necessárias para orientar, treinar, desenvolver, acompanhar e motivar os colaboradores em suas atividades, desenvolvendo em cada um as competências essenciais para potencializar resultados em suas atribuições. “Essa instrumentalização é importante para criarmos competências como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes aliadas a capacidade de combinar e mobilizar adequadamente os recursos já desenvolvidos”, explica Rose, que também aposta no programa de desenvolvimento

de equipes do DayHORC. Esta é outra importante estratégia de gestão da empresa para alinhar a cultura, os objetivos e os valores do DayHORC aos processos e ao funcionamento das equipes em prol de um melhor desenvolvimento organizacional. Para alcançar este patamar, a executiva revela que, em 2012, estão programados investimentos da ordem R$ 200.000,00 para o desenvolvimento de equipes.

Rose Caribé - Diretora Executiva saúde a+ 27


CÂNCER

entrevista - dr. eduardo moraes

VERDADES E MITOS

sobre o

por caroline salgado

Se você tem questionamentos constantes se seus hábitos cotidianos podem interferir na sua saúde, o Dr. Eduardo Dias de Moraes, Diretor Técnico do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB), sede Lauro de Freitas, vai tirar todas as suas dúvidas, explicando o que é mito e o que é verdade quando o tema é câncer. “O câncer é uma doença como outra qualquer. Existe muita dúvida e medo. É importante estar ciente desses questionamentos até para poder se tratar corretamente”, afirmou o oncologista. SAÚDE A+ - Pessoas que já tiveram caso de câncer na família têm mais probabilidade de desenvolver a doença? Isso é hereditário? Eduardo Moraes - O câncer é uma doença genética, ou seja, é originada de defeitos no DNA, no sistema de controle celular. A combinação do DNA dos nossos pais é que gera o nosso e assim deixa a pessoa mais propensa ou não a desenvolver um câncer. Entretanto, se nós formos analisar os cânceres que são exclusivamente genéticos, afastando todos os fatores externos, como cigarro, bebida, hábitos de vida ou radiação, eles não passam de 5% ou 10% dos casos. E quando a gente fala de fator hereditário é importante frisar que estamos falando de parentes de primeiro grau, ou seja, pais, irmãos ou filhos com câncer. Ter um tio ou primo distante que tenha a doença não confere a você um risco maior de desenvolvê-la. SA - Emoções negativas como estresse, depressão, mágoas e raiva podem causar câncer?

SA - Os homens também podem ter tumores de mama?

SA - Pessoas obesas ou com sobrepeso são mais suscetíveis ao câncer?

EM - A incidência de câncer de mama no homem é muito menor do que na mulher, mas existe. A proporção é de um câncer de mama no homem para cada 10 ou 20 na mulher. É importante lembrar que o homem também tem a glândula mamária, a diferença é que ela não é estimulada. Isso porque o estímulo para o desenvolvimento da glândula mamária é o hormônio feminino e é justamente essa exposição ao hormônio feminino ao longo da vida que desenvolve as mamas e aumenta o risco desse tipo de câncer.

EM - Existem estudos que mostram que até 40% dos cânceres podem ser evitados com uma boa dieta, que seria rica em frutas, verduras, legumes e cereais, com uma diminuição na gordura e no consumo de carnes vermelha. Não é que se deva excluí-la da alimentação, mas aquele costume de comer carne vermelha

“O câncer é uma doença como outra qualquer. Existe muita dúvida e medo. É importante estar ciente desses questionamentos para poder se tratar corretamente”

EM - Se você for analisar as pessoas que desenvolveram câncer nos últimos cinco anos é muito comum encontrar algum tipo de trauma, seja uma perda de um parente, uma pessoa próxima, um divórcio, uma doença na família. Entretanto, é importante frisar que aquela noção que nós temos que pessoas mais tristes, pessimistas e deprimidas atraem o câncer e que as pessoas mais positivas têm uma proteção, isso não é verdade. Vários estudos mostram que indifere você ter uma personalidade 28 saúde a+

mais extrovertida ou introvertida no desenvolvimento da doença.

todo dia é nocivo, porque a carne tem muita gordura, muitas substâncias que levam ao ganho de peso e quem sabe até a um desenvolvimento de um câncer. A gordura também tem uma associação específica com a produção maior de hormônios e isso aumenta o risco de câncer de mama ou de próstata, por exemplo. Então é importante tentar estabelecer, dentro do possível, uma dieta saudável e ter consciência que as pessoas que têm uma dieta rica em gordura, carne vermelha e produtos enlatados, têm um risco maior de câncer.

SA - E as próteses de silicone, podem causar a doença?

EM - Não existe uma relação direta entre prótese mamária e o câncer de mama. O que podemos perceber é que a presença da prótese mamária pode vir a dificultar o diagnóstico do câncer de mama, lembrando que o rastreamento precoce da doença é feito através do exame físico nas mulheres, através da mamografia a partir dos 50 anos ou a partir de 40 anos nas que têm um risco mais elevado na família.

SA - Amamentar protege o peito da mãe contra o câncer de mama? EM - Existe uma associação da amamentação com a redução do risco de câncer de mama, que está diretamente associado com as alterações hormonais que a amamentação causa. Quando está amamentando a mulher


não menstrua, ou seja, seu organismo continua produzindo hormônios protetores e produzindo menores taxas que estimulam a mama, os estrógenos, garantindo esse equilíbrio. Essa exposição hormonal está diretamente relacionada ao risco de câncer de mama. Na década de 50, quando as mulheres começavam a menstruar em torno dos 15 anos e amamentavam 3, 4 filhos, sua quantidade de ciclos menstruais e exposição hormonal era muito menor, cerca de 60, 100 ciclos durante toda a vida. Atualmente esse número saltou para 400 ciclos. SA - Andar muito de avião, ficar sempre perto de antenas de celulares ou aparelhos eletro-eletrônicos como micro-ondas aumentam o risco de desenvolver câncer? EM - Esse é um mito que frequentemente é questionado em meu escritório. Sabemos que nesse mundo moderno todos nós estamos expostos a campos eletromagnéticos, desde uma lâmpada na sua casa, ao contato diário do celular. Existem várias preocupações porque a nível celular, a nível laboratorial, você pode demonstrar algumas alterações celulares em que as células sofrem quando expostas a esses campos eletromagnéticos, entretanto, estudos epidemiológicos não mostraram em nenhum momento ter sido esta a causa de algum câncer. Mas é uma questão de bom senso. Ficar o dia inteiro utilizando o celular, por exemplo, não é uma atitude saudável. Vale lembrar que a diferença entre o veneno e o remédio é a dose. SA - Desodorante antitranspirante pode causar câncer de mama? EM - Essa associação decorre de dois pontos. Primeiro que o câncer de mama ocorre mais frequentemente na lateral externa da mama, justamente próximo a axila e isso se deve porque essa é a região que tem mais quantidade de glândulas mamárias, então quanto maior essa quantidade, maiores são as chance de você vir a ter um câncer de mama nessa região. A segunda questão é que existe uma quantidade elevada de alumínio nos antitranspirantes. É importante ressaltar a diferença entre um antitranspirante e um desodorante. O desodorante é usado para diminuir o odor das axilas e o antitranspirante, que normalmente está associado a um desodorante, tem a função de diminuir

a quantidade de suor produzida. Vários estudos e avaliações foram feitos tanto na ANVISA aqui no Brasil, quanto em órgãos de outros países, como o FDA, nos Estados Unidos, e mostraram que não existe nenhuma associação direta entre o uso desse tipo de produto com o câncer de mama. SA - O câncer de próstata causa impotência? EM - O câncer de próstata em uma fase avançada pode vir a levar a impotência no homem porque os nervos que levam a ereção ao pênis passam justamente na cápsula por fora da próstata. Como na maioria das vezes a próstata é removida cirurgicamente, há um risco para esses nervos. É preciso um cirurgião muito habilidoso que consiga identificar e remover esses nervos, removendo toda a próstata, a glândula com o tumor, sem causar a lesão. Como a próstata se alimenta do hormônio masculino, a testosterona, em grande parte do tratamento é feito o bloqueio da testosterona. E quando você usa medicamentos para bloqueá-la, também leva, em grande parte, à impotência e a perda do libido. Como recursos temos medicamentos e próteses. SA - Adoçantes provocam câncer? E o uso de bebidas alcoólicas? EM - Não há nenhuma comprovação científica de que o uso do adoçante, do aspartame, esteja diretamente relacionado ao câncer. É importante frisar que melhor do que o uso de adoçantes é o não uso dele nem do açúcar. Em nosso estado temos frutas doces, que não necessitam de nenhum complemento. Se você tem uma dieta saudável, praticando exercícios físicos constantes, vai ter uma alimentação balanceada com quase nenhum açúcar. Com relação as bebidas alcoólicas, em grande quantidade, elas podem sim causar a cirrose, um dos fatores desencadeantes do câncer de fígado. Isso sem falar na grande associação da bebida alcoólica ao cigarro. As pessoas que bebem muito normalmente fumam muito e a bebida alcoólica tem um fator multiplicador no risco ocasionado pelo cigarro. Pessoas que fumam e bebem têm um risco muito maior ao câncer e 10 vezes mais risco ao câncer de boca e da garganta. SA - As células-tronco podem ser consideradas como uma luz no fim do

túnel nos casos mais graves de câncer? EM - uso das células-tronco é uma tecnologia que vem crescendo, toda a área médica está esperançosa porque o seu potencial, até onde temos conhecimento, é muito grande. Já falamos até em células-tronco cancerígenas, que seriam aquelas células que estariam mantendo o tumor, entretanto, hoje ainda não existe uma indicação direta. O que imaginamos é que elas possam ser utilizadas naquelas situações em que o paciente precisa fazer algum tipo de procedimento cirúrgico, uma cirurgia mutiladora, pela destruição de nervos, perda de um órgão ou grande perda muscular em que essas células possam ser utilizadas na reconstrução do tecido. SA - Qual a sua dica de prevenção dessa doença que tem acometido tantas pessoas atualmente? EM - A dica mais importante, se é que podemos dar uma dica, é não fumar. O cigarro, o tabaco, está associado ao aumento de vários tipos de câncer como o de pulmão, boca, garganta, esôfago, estômago, mama, colo do útero e pâncreas. Hoje existem vários tipos de tratamento tanto psicoterápicos quanto medicamentosos para tentar eliminar esse vício.

Drº Eduardo Dias de Moraes - CRM: 11145 Presidente da regional Bahia da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC-BA) 2011-2013 Atual Diretor Técnico do Núcleo de Oncologia da Bahia, de Lauro de Freitas.

saúde a+ 29


entrevista - dra. claudia bahia

Projeto de Reabilitação no Transplante de Células – Tronco

traz movimentos a paraplégicos por caroline salgado

P

esquisadora e fundadora da CASA (Clínica de Atenção à Saúde), a também fisioterapeuta Claudia Bahia destrinchou para gente seu projeto de Reabilitação no Transplante de Células-Tronco, explicando o que são células-tronco e em que consiste esse projeto, que começou a ser estudado em 2005 e que hoje já é realidade na Bahia, melhorando a qualidade de vida de pacientes que tiveram ruptura total da medula espinhal por causa de traumas, perdendo completamente os movimentos de quadris e pernas. Na entrevista, a Drª Claudia conta ainda quais doenças estão sendo trabalhadas com células-tronco em outros centros, que podem ser beneficiadas com o tratamento de reabilitação e o que uma pessoa paraplégica deve fazer para se inscrever no projeto e ter a oportunidade de, gratuitamente, recuperar seus movimentos e voltar a andar, sempre com o acompanhamento de profissionais altamente qualificados. SAÚDE A+ - O que são célulastronco e para que servem? Claudia Bahia - Células-tronco são células mestras que têm a capacidade de se transformar em outros tipos de células, incluindo as do cérebro, coração, ossos, músculos e pele. Nesta pesquisa, as células-tronco foram escolhidas a fim de restaurar a medula lesionada e assim obter novamente o movimento perdido.

SA - Onde as células-tronco são encontradas? CB - As células-tronco nesta pesquisa são retiradas da medula óssea da bacia. Entretanto, as células mesenquimais podem ser encontradas também em tecido adiposo, fígado, pulmão, cordão umbilical, entre outros lugares.

SA - Que tipo de célulatronco é utilizada na pesquisa e por quê? CB - Utilizamos as células mesenquimais adultas, porque elas têm a capacidade de auto-renovação, de se diferenciar em outros tipos de tecidos e de reconstruir um determinado tecido in vivo.

SA - Estas células podem ajudar na terapia de quais doenças? CB - O Brasil e o mundo hoje pesquisam o tratamento de diversas doenças com o transplante de células-tronco. No Brasil, é necessário a liberação pelo Conselho 30 saúde a+

Nacional de Pesquisa (CONEP) e pelo Ministério da Saúde. Em novembro de 2011 foram apresentados muitos trabalhos no Congresso Nacional de Terapia Celular, que aconteceu em Salvador. A pesquisa pode ajudar nas patologias oculares, no sistema nervoso central, no caso do AVC, em fraturas e em pacientes portadores de paraplegia. E sem dúvidas, outros tantos trabalhos em que cientistas se destinem a buscar a melhora ou cura da patologia do referido estudo a ser tratado pelo transplante de células-tronco.

CB - Não há cobrança para participação do programa, precisa apenas estar de acordo com os itens da inclusão e entrar em contato conosco.

SA - Quais os pré-requisitos para o paciente paraplégico fazer parte deste programa?

SA - Quanto tempo decorreu para o primeiro paciente transplantado apresentar resultados positivos?

CB - O paciente deve ser portador de trauma na coluna vertebral que provoque paraplegia e que tenha diagnóstico de lesão completa. Este trauma deve ser “fechado”, ou seja, ocorrido por queda, acidente de carro, de motocicleta. A idade para adentrar o programa é de 18 a 65 anos.

CB - Depois da primeira semana pós transplante nossos pacientes já apresentam melhora com a frequência da Fisioterapia. Observamos que na primeira semana o paciente nº1 apresentou sinais de que estava retomando sua sensibilidade. Três meses depois, diariamente confirmando os progressos, ele deu seus primeiros passos. Após nove meses continua progredindo e já tem sensibilidade até nos pés, onde anteriormente não sentia nada. Da mesma forma tem acontecido com os outros pacientes transplantados. Todos apresentam melhora, embora cada um no seu tempo, respondendo uns prontamente, outros mais lentamente.

SA - Neste trabalho da Bahia, quais os passos para que o portador de paraplegia possa participar? CB - É necessário fazer a inscrição no CBTC (Centro de Biotecnologia e Terapia Celular) e após a convocação, fazer uma avaliação clínica, radiológica, fisioterapêutica, etc... Posteriormente,

é feita a coleta de células e aí sim realizada a cirurgia. Pós cirurgia, o tratamento fisioterapêutico permanece durante 9 meses e o paciente tem o acompanhamento de profissionais durante todo o processo de evolução.

SA - Qual o custo para participar do programa?


SA - Onde mais está acontecendo o transplante no Brasil? CB - Vários estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pará estão trabalhando com diversas patologias, porém não tenho registro de onde o transplante esteja acontecendo em paraplégicos por trauma, resultado que conseguimos obter.

SA - Em que consiste o trabalho de reabilitação dos pacientes? CB - Na fase pré-operatória, trabalhamos toda a cinesioterapia proposta no método implantado para este processo. Posteriormente, acompanhando estes pacientes, iniciamos o pós-transplante, a fase propriamente dita, onde as posturas do método, além de consciência corporal e movimentos precisos e com amplitude articular, são trabalhados. Assim vamos evoluindo com as posturas estáticas e dinâmicas do método. Daí por diante, diariamente o paciente vai ajustar posturas, movimentos complexos e fortalecimento muscular, melhorando a consciência corporal e obtendo a resposta

pelo movimento solicitado. Inicialmente no pré-operatório, o paciente participa uma vez por dia do programa. Após o transplante, duas vezes ao dia e depois de 90 dias, retorna para uma vez ao dia. Daí em diante, o paciente deverá, mesmo quando não estiver mais no programa, realizando exercícios em academia diariamente.

SA - De que maneira o governo participa deste programa? CB - Participa em parceria com o Hospital São Rafael, no Centro de Biotecnologia em Terapia Celular, além do Hospital Espanhol e a Estácio / FIB Clínica de Atenção à Saúde, onde é feita a reabilitação. E é neste ponto que buscamos evoluir na implantação de um Centro que seja referência para Reabilitação no Transplante de Células Tronco.

SA - O que é necessário para se implantar este Centro? CB - Precisamos apenas conseguir a anuência dos nossos governantes no intuito de avançar nesta direção e assim

podermos estabelecer uma parceria. É nisso que estamos trabalhando agora, uma vez que a previsão é de 2.800 m², que não só atenderão a Terapia Celular, mas também servirá de referência.

SA - Quais andamentos estão sendo realizados para montagem do método utilizado para a reabilitação desses pacientes? CB - Criamos um método para atender

às necessidades de forma que em pouco tempo teremos resultados efetivos. Para tanto, estamos na fase final do livro, assim como na montagem de um curso, que está sendo produzido para que os fisioterapeutas possam atender voltados para este tipo de paciente, o qual conseguimos até o momento, bons resultados com o trabalho desenvolvido. O importante não é somente o movimento e sim a conquista, relacionando as técnicas fisioterapêuticas baseadas em evidências, observando o ser humano na sua totalidade e tratando a patologia em questão na direção da qualidade de vida destes cidadãos. Junto comigo assinam esta produção científica Taiana Bahia Pinheiro e Thaís Miranda. saúde a+ 31






Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.