M U N D O L O C O

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

VIDEOCLIPE EXPERIMENTAL

LUAN SILVA CAMPOS ORIENTADORA - PROF. RITA SOLIERI BRANDT

Curitiba - 2014



AGRADECIMENTOS Agradeço à vida e as forças do universo, pelo que fui,

A mis increíbles amigos del intercambio: Eugenia,

sou e o que quero ser.

Lucas, Thays, Nico, Maxi, Valen, Lu y Gabi. Gracias por haberme enseñado tanto sobre el amor, la sensibilidad

Aos meus pais e irmãos, que mesmo sem entenderem

y la importancia de vivir nuevas experiencias.

muito bem minhas escolhas profissionais, sempre acreditaram em mim, me enchendo de amor e

Agradeço à minha professora orientadora Rita Solieri

energias positivas.

pela confiança e apoio, não só neste projeto, mas durante todo o curso. Obrigado por todos os conselhos

A Carol Pizatto, Felipe Silva e Noraah Audi, por

e por se mostrar tão apaixonada pelo que faz.

serem os melhores amigos do mundo. Obrigado pela constante preocupação e por me fazerem tão feliz.

Aos professores da banca, André Luiz Battaiola e

Amo vocês.

Daniella Munhoz, por aceitarem e acreditarem no meu projeto.

A Ju Coelho, pelo carinho, ajuda e por ter estado presente durante todo o processo deste projeto,

Agradeço aos amigos Sissa Oliveira, Adhara Garcia,

sendo a pessoa mais paciente do mundo ao me

Gus Oenning, Carol Zanelatto, Humberto Holtz, Laís

aguentar fazendo mil perguntas a cada minuto.

Passos, Maria Eugenia Serratti e Marcelo Guis, por estarem sempre dispostos a me ajudar.

A Fer Wojcik, por ter sido um dos meus maiores exemplos de comprometimento e dedicação durante

A todos que participaram de alguma forma neste

estes 5 anos de universidade. Thanks!

projeto, seja por meio de pesquisas, testes ou filmagens.

A Guilherme Appolinário e Natan Schäfer pela amizade sincera e por não deixarem que este projeto

E por fim, agradeço a Karol Conka e a todos os artistas

me consumisse. Obrigado pelas conversas e cervejas.

e músicas que me inspiram a cada dia. Obrigado!



RESUMO Este projeto tem por objetivo desenvolver um videoclipe experimental para a música Mundo Loco, da rapper curitibana Karol Conka, explorando o Design Audiovisual como potencializador da experiência emocional no público consumidor. O projeto fundamenta-se a partir dos conceitos de Design Audiovisual e Design Emocional. Após pesquisas com o público consumidor e testes baseados em processos sinestésicos, o projeto passa por uma etapa de experimentação, onde realizou-se estudos gráficos afim de determinar um caminho para as etapas de produção do objeto final. O resultado é focado no estímulo sensorial do nível visceral do cérebro, através da interação entre som e imagem.



ABSTRACT This project aims to develop an experimental music video for the song Mundo Loco from Karol Conka, a rapper curitibana, exploring audiovisual design as potentiating emotional experiences in the public. The project is based on the concepts of Audiovisual Design and Emotional Design. After research with the public and testing processes based on synesthetic, the project goes through a stage of experimentation, which took place with graphic studies in order to determine a path to the stages of production to the final object. The result is focused on sensory stimulation in the visceral level of the brain, through the interaction between music and image.



L I S TA

1. “Um homem com uma câmera”, 1929. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=fkwuA9T3oeM 2. “Berlin, Sinfonia da Metrópole”, 1927. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=HZgcVmUV_Xg 3. “Vertigo”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=4CZfSc6nJ8U

DE

4. “The man with the golden age”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=sS76whmt5Yc 5. Elvis Presley em “Jailhouse Rock”. Fonte: http://goo.gl/tlWa7z

FIGURAS

6. David Bowie em “Space Oddity”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=D67kmFzSh_o 7. Queen em “Bohemian Rhapsody”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=fJ9rUzIMcZQ 8. Michael Jackson em “Beat it”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Ym0hZG-zNOk 9. Ney Matogrosso. Fonte: http://goo.gl/y6t32P

Todas as fontes desta

10. Videoclipe “Minha Alma”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=vF1Ad3hrdzY

lista, foram acessadas

11. “Amarelo, Vermelho e Azul” Wassily Kandinsky. Fonte: http://goo.gl/UgCeyH

no período de Março

12. Karol Conka. Fonte: http://goo.gl/y1IHgZ

a Agosto de 2014 e estão pontuadas neste

13. Karol Conka. Fonte: http://goo.gl/YaDkhh 14. Capa do álbum “Batuk Freak”. Fonte: http://goo.gl/sBkw46 15. Mood Board de perfil do público. Acervo pessoal.

documento através do

16. Videoclipe “Pode Acreditar”, Marcelo D2. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=v0UHvoLy85o

seguinte ícone:

17. Videoclipe “Easy”, Copacabana Club. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=GuwzJJHVlIY 18. Videoclipe “Fella”, Marcelo D2. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=sIeZndLC5hg

00

19. Videoclipe “Qual é o andar?”, Mika. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=-he4EKhs6S4 20. Videoclipe “Gringo”, Banda Uó. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=LH2uyBWsuhg 21. Videoclipe “Apocalypse”, Tidus. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=LqHyqDl8Bdg 22. Videoclipe “Rude Boy”, Rihanna. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=e82VE8UtW8A 23. Videoclipe “Scorpio”, Jape. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=TtyHzJRUD5M 24. Videoclipe “The Sun”, The Naked and Famous. Fonte: http://goo.gl/8hcqFo 25. Videoclipe “Desert of Pop”, The Ruby Suns. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=6SaneO1NRXI 26. Videoclipe “Boa Noite”, Karol Conka. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=t-toaipdUdw 27. Videoclipe “Gandaia”, Karol Conka. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=EXvRois3tlM 28. Videoclipe “Toda Doida”, Karol Conka. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=_8XBjVPjhVg 29. Material para teste. Acervo pessoal. 30. Abstrato 1. Fonte: http://goo.gl/MIpNoM 31. Literal 1. Fonte: http://goo.gl/OPh3xV 32. Abstrato 2. Fonte: http://goo.gl/lHSFlN 33. Literal 2. Fonte: http://goo.gl/wbnj2c 34. Abstrato 3. Fonte: http://goo.gl/6csOIk 35. Literal 3. Fonte: http://goo.gl/WMkIKI 36. Abstrato 4. Fonte: http://goo.gl/TObAmI 37. Literal 4. Fonte: http://goo.gl/kPDMU2 38. Abstrato 5. Fonte: http://goo.gl/68Zyq0 39. Literal 5. Fonte: http://goo.gl/LqT3lp 40. Material para teste. Acervo pessoal. 41. Teste de expressão gráfica. Acervo pessoal. 42. Resultado teste 1. Acervo pessoal.


43. Resultado teste 2. Acervo pessoal. 44. Resultado teste 3. Acervo pessoal. 45. Resultado teste 4. Acervo pessoal. 46. Resultado teste 5. Acervo pessoal. 47. Trabalho Ruffmercy. Fonte: http://goo.gl/FYAf5l 48. Trabalho Ruffmercy. Fonte: http://goo.gl/FldYDg 49. Trabalho Ruffmercy. Fonte: http://goo.gl/GJCeeQ 50. Trabalho Ruffmercy. Fonte: http://goo.gl/IR76Lj 51. Obra André Mendes. Fonte: http://goo.gl/ga1XPs 52. Obra André Mendes. Fonte: http://goo.gl/vBpIol 53. Cores - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/FDkibG 54. Cores - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/RTv0W7 55. Cores - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/auwQjV 56. Cores - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/ZbvvCB 57. Cores - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/ABRxkR 58. Cores - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/XS5UPr 59. Cores - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/ni2BDj 60. Cores - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/YyGilS 61. Estilo de cena - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/1fhVGL 62. Estilo de cena - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/87VjQS 63. Estilo de cena - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/cJckAo 64. Estilo de cena - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/TBvYj9 65. Estilo de cena - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/ABRxkR 66. Estilo de cena - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/XS5UPr 67. Estilo de cena - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/Y10yNg 68. Estilo de cena - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/5Rak0l 69. Desconstrução da imagem - Estudo 01. Acervo pessoal. 70. Desconstrução da imagem - Estudo 02. Acervo pessoal. 71. Máscaras de recorte - Estudo 01. Acervo pessoal. 72. Máscaras de recorte - Estudo 02. Acervo pessoal. 73. Conclusão - Cenas com letra. Acervo pessoal. 74. Conclusão - Cenas com letra. Acervo pessoal. 75. Conclusão - Cenas com letra. Acervo pessoal. 76. Conclusão - Cenas instrumentais e refrões. Acervo pessoal. 77. Conclusão - Cenas instrumentais e refrões. Acervo pessoal. 78. Conclusão - Cenas instrumentais e refrões. Acervo pessoal. 79. Equipamento. Fonte: http://goo.gl/FKqppK 80. Estúdio Chroma Key. Acervo pessoal. 81. Rua São Francisco. Acervo pessoal. 82. Rua São Francisco. Acervo pessoal. 83. Rua São Francisco. Acervo pessoal. 84. Rua São Francisco. Acervo pessoal.


85. Rua São Francisco. Acervo pessoal. 86. Museu Oscar Niemeyer. Acervo pessoal. 87. Museu Oscar Niemeyer. Acervo pessoal. 88. Museu Oscar Niemeyer. Acervo pessoal. 89. Museu Oscar Niemeyer. Acervo pessoal. 90. Museu Oscar Niemeyer. Acervo pessoal. 91. Paradis Club. Acervo pessoal. 92. Paradis Club. Acervo pessoal. 93. Paradis Club. Acervo pessoal. 94. Paradis Club. Acervo pessoal. 95. Paradis Club. Acervo pessoal. 96. Largo da Ordem. Acervo pessoal. 97. Largo da Ordem. Acervo pessoal. 98. Largo da Ordem. Acervo pessoal. 99. Largo da Ordem. Acervo pessoal. 100. Casa Hoffmann. Acervo pessoal. 101. Casa Hoffmann. Acervo pessoal. 102. Casa Hoffmann. Acervo pessoal. 103. Praça 29 de Março. Acervo pessoal. 104. Praça 29 de Março. Acervo pessoal. 105. Praça 29 de Março. Acervo pessoal. 106. Praça 29 de Março. Acervo pessoal. 107. Praça 29 de Março. Acervo pessoal. 108. Shopping Itália. Acervo pessoal. 109. Shopping Itália. Acervo pessoal. 110. Shopping Itália. Acervo pessoal. 111. Shopping Itália. Acervo pessoal. 112. Shopping Itália. Acervo pessoal. 113. Estúdio Chroma Key. Acervo pessoal. 114. Estúdio Chroma Key. Acervo pessoal. 115. Outras locações. Acervo pessoal. 116. Outras locações. Acervo pessoal. 117. Outras locações. Acervo pessoal. 118. Outras locações. Acervo pessoal. 119. Outras locações. Acervo pessoal. 120. Formas estáticas. Acervo pessoal. 121. Forma de preenchimento. Acervo pessoal. 122. Cena 01. Acervo pessoal. 123. Cena 02. Acervo pessoal. 124. Cena 03. Acervo pessoal. 125. Cena 04. Acervo pessoal. 126. Cena 05. Acervo pessoal.


127. Cena 06. Acervo pessoal. 128. Cena 07. Acervo pessoal. 129. Cena 08. Acervo pessoal. 130. Cena 09. Acervo pessoal. 131. Cena 10. Acervo pessoal. 132. Cena 11. Acervo pessoal. 133. Cena 12. Acervo pessoal. 134. Cena 13. Acervo pessoal. 135. Cena 14. Acervo pessoal. 136. Cena 15. Acervo pessoal. 137. Cena 16. Acervo pessoal. 138. Cena 17. Acervo pessoal. 139. Cena 18. Acervo pessoal. 140. Cena 19. Acervo pessoal. 141. Cena 20. Acervo pessoal. 142. Cena 21. Acervo pessoal. 143. Cena 22. Acervo pessoal. 144. Cena 23. Acervo pessoal. 145. Cena 24. Acervo pessoal. 146. Cena 25. Acervo pessoal. 147. Cena 26. Acervo pessoal. 148. Cena 27. Acervo pessoal. 149. Cena 28. Acervo pessoal. 150. Cena 29. Acervo pessoal. 151. Cena 30. Acervo pessoal. 152. Cena 31. Acervo pessoal. 153. Cena 32. Acervo pessoal. 154. Cena 33. Acervo pessoal. 155. Cena 34. Acervo pessoal. 156. Cena 35. Acervo pessoal. 157. Cena 36. Acervo pessoal. 158. Cena 37. Acervo pessoal. 159. Cena 38. Acervo pessoal. 160. Cena 39. Acervo pessoal. 161. Cena 40. Acervo pessoal. 162. Cena 41. Acervo pessoal. 163. Cena 42. Acervo pessoal. 164. Cena 43. Acervo pessoal. 165. Cena 44. Acervo pessoal. 166. Cena 45. Acervo pessoal. 167. Cena 46. Acervo pessoal. 168. Tratamento de imagem. Acervo pessoal.


169. Tratamento de imagem. Acervo pessoal. 170. Tratamento de imagem. Acervo pessoal. 171. Tratamento de imagem. Acervo pessoal. 172. Cenas com letra - Grupo 01. Acervo pessoal. 173. Cenas com letra - Grupo 01. Acervo pessoal. 174. Cenas com letra - Grupo 01. Acervo pessoal. 175. Cenas com letra - Grupo 01. Acervo pessoal. 176. Cenas com letra - Grupo 02. Acervo pessoal. 177. Cenas com letra - Grupo 02. Acervo pessoal. 178. Cenas com letra - Grupo 02. Acervo pessoal. 179. Cenas com letra - Grupo 02. Acervo pessoal. 180. Cenas com letra - Grupo 03. Acervo pessoal. 181. Cenas com letra - Grupo 03. Acervo pessoal. 182. Cenas com letra - Grupo 03. Acervo pessoal. 183. Cenas com letra - Grupo 03. Acervo pessoal. 184. Cenas com letra - Grupo 04. Acervo pessoal. 185. Cenas com letra - Grupo 04. Acervo pessoal. 186. Cenas com letra - Grupo 04. Acervo pessoal. 187. Cenas com letra (refrões) - Grupo 01. Acervo pessoal. 188. Cenas com letra (refrões) - Grupo 01. Acervo pessoal. 189. Cenas com letra (refrões) - Grupo 01. Acervo pessoal. 190. Cenas com letra (refrões) - Grupo 01. Acervo pessoal. 191. Cenas de encerramento - Grupo 01. Acervo pessoal. 192. Cenas de encerramento - Grupo 01. Acervo pessoal. 193. Cenas de encerramento - Grupo 01. Acervo pessoal. 194. Cenas de encerramento - Grupo 01. Acervo pessoal. 195. Créditos. Acervo pessoal. 196. Créditos. Acervo pessoal.



SUMÁ RIO

19

INTRODUÇÃO

21

PROCESSO

25

FASE ANALÍTICA

27

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

27

1. DESIGN AUDIOVISUAL

27 30

1.1. A linguagem audiovisual 1.1.1. A relação imagem e som

32

1.2. O design gráfico no audiovisual

34

1.3. Videoclipes

37

1.3.1. O papel da TV na história do videoclipe

41

1.3.2. Mídia, produção e consumo

42

2. DESIGN EMOCIONAL

42

2.1. Percepção

43

2.2. Sinestesia

46

2.3. Emoção

46

2.3.1. Design e Emoção

48

DEFINIÇÃO DO OBJETO

48

1. APRESENTAÇÃO

48

2. KAROL CONKA

49

2.1. Mundo Loco

50

PESQUISA COM PÚBLICO CONSUMIDOR

52

ANÁLISE DE SIMILARES

52

1. OBJETIVO E PARÂMETROS DA ANÁLISE

53

2. VIDEOCLIPES SIMILARES

63 63 67

2.1. Resultados 3. VIDEOCLIPES - KAROL CONKA 3.1. Resultados

69

FASE CRIATIVA

71

TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR

71 71 72

1. ETAPAS 1.1. Etapa 1 - Associação cromática 1.1.1. Resultados


72 74 74 75

79 79

1.2. Etapa 2 - Associação imagética 1.2.1. Resultados 1.3. Etapa 3 - Experimentação gráfica 1.3.1. Resultados

ANÁLISE DO OBJETO 1. ANÁLISE

81

1.1. Resultados

82

EXPERIMENTAÇÃO

82

1. INSPIRAÇÃO

83

2. ESTUDOS

83

2.1. Conteúdo filmado

84

2.2. Formas

85

2.3. Cores

86

2.4. Deconstrução da imagem

87

2.5. Máscaras de recorte

87

90 90

3. CONCLUSÃO

MATERIAIS E TECNOLOGIAS 1. EQUIPAMENTOS

90

1.1. Câmera e filmadora digital

90

1.2. Estúdio Chroma Key

91

2. SOFTWARES

93

FASE EXECUTIVA

95

PRÉ-PRODUÇÃO

95

1. DECUPAGEM DA MÚSICA

98

2. LOCAÇÕES PARA FILMAGEM

99

PRODUÇÃO

99

1. CENAS

102

2. ELEMENTOS GRÁFICOS

102

2.1. Formas estáticas

104

2.2. Formas animadas (traço)

106

2.3. Formas animadas (preenchimento)

108

PÓS-PRODUÇÃO

108

1. EDIÇÃO DE CENAS

119

2. TRATAMENTO DE IMAGEM


120

3. ESTRUTURA DO VIDEOCLIPE

120

3.1. Grupos de efeitos sonoros

122

3.2. Parâmetros de Montagem

122

3.2.1. Introdução

123

3.2.2. Cenas com letra

125

3.2.3. Cenas com letra (refrões)

127

3.2.4. Cena de encerramento

128

3.3. Composição

129

RESULTADO

131

CONSIDERAÇÕES FINAIS

132

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

137

ANEXOS



MUNDO LOCO - INTRODUÇÃO

INTRO

Este é um projeto que analisa questões sobre a multidisciplinaridade entre

DUÇÃO

desenvolver um videoclipe experimental para a música Mundo Loco, da rapper

as áreas do Design Audiovisual e o Design Emocional, e seu objetivo geral é curitibana Karol Conka, explorando o Design Audiovisual como potencializador da experiência emocional no público consumidor. Karol Conka, nasceu e viveu a maior parte de sua vida, no bairro do Alto Boqueirão na cidade de Curitiba, Paraná. A artista, em sua música, hoje repercurtida a nível internacional, faz questão de retratar tudo o que viu e viveu na periferia curitibana, através de uma personalidade singular, mesclando o estilo hip-hop com fortes influências da cultura afro americana. Esta singularidade, a rendeu premiações como o “Artista Revelação “do Prêmio Multishow (2013) e o convite para fazer de uma de suas canções, música oficial do jogo FIFA 2014. A música selecionada para ser utilizada neste projeto é “Mundo Loco”, do primeiro e único albúm de Conka, Batuk Freak, lançado no ano de 2013. O projeto fundamenta-se a partir da contextualização do conceito do Design Audiovisual, que segundo Ráfols e Colomer [2006], se trata de uma disciplina do Design, que se baseia na interação entre linguagens do design gráfico e da produção audiovisual. Este novo conceito, tem ganhado atenção nas últimas décadas, com o avanço tecnológico dos meios de comunicação e a evolução de ferramentas digitais para a experimentação imagética e sonora. Tendo sua origem no cinema, o Design Audiovisual, passa pela televisão e hoje em dia, se plorifera com a internet e a fácil aquisição de computadores e câmeras de foto/ vídeo portáteis; influênciando de maneira significativa a expressão e identidade de certos artistas, como é o caso dos músicos, através de seus videoclipes, tema de objetivo deste projeto. O videoclipe, nasceu através de uma necessidade publicitária da indústria fonográfica para a divulgação de novos artistas e músicas (Conter e Kilpp, 2007), porém alguns artistas, como David Bowie, acreditavam neste gênero audiovisual como uma nova oportunidade de extensão de sua arte, utilizando de processos experimentais e novas tecnologias, para a produção de sentido no público consumidor. Seguindo este caminho, buscou-se teorias para a melhor compreensão de como, a união do design com o produto audiovisual 19


MUNDO LOCO - INTRODUÇÃO

de um videoclipe, poderia potencializar o estímulo sensorial e emocional em um determinado público. A partir de processos sinestésicos como o do artista Wassily Kandinsky, que pintava suas obras através do estímulo musical e teorias de Design e Emoção de Donald Norman (2004), focando no que o autor chama de nível visceral do processamento cerebral, desenvolveu-se alguns testes com o público consumidor do trabalho da cantora Karol Conka, afim de compreender quais são seus estímulos de primeiro impacto (de natureza, visual, sonora e gestual) ao interagirem com a canção “Mundo Loco”, selecionada para este projeto. Após unir os resultados dos testes, com os da análise de videoclipes similares e referências dadas pelo público em pesquisa prévia para determinação de perfil, conseguiu-se materiais suficientes para a segunda etapa do projeto, a fase criativa. Nesta fase, foi eleito, após análise do conteúdo musical, o conceito da dança para representar visualmente o conteúdo do clipe; conceito este já apresentado em videoclipes da rapper Karol Conka e destacado por Vianna (2005) como “um registro de vida e expressão”. Inspirado em duas fortes influências do Design Audiovisual e da Arte Urbana e Contemporânea, Ruffmercy e André Mendes, foram desenvolvidos estudos gráficos, com o objetivo de determinar caminhos, estilos visuais, materiais e tecnologias para a fase de execução do videoclipe, que consiste em sua préprodução, produção e pós-produção. Nesta última fase do projeto, as cenas do videoclipe definidas, coletadas e editadas, o contéudo gráfico criado e a música já estruturada, juntaram-se afim de criar um objeto final completo, em que a relação apresentada entre som e imagem atingisse o objetivo geral proposto.

20


MUNDO LOCO - PROCESSO

PRO

Para a construção desse trabalho, foram selecionados dois processos de

CESSO

positivos e negativos presentes em cada um e adaptando-os de maneira que se

design, Munari [1981] e Archer [1966], com o intuito de estabelecer aspectos enquadrassem melhor no objetivo geral do projeto. Segundo Munari [1981], todo problema é passível de solução, caso contrário, não se trata de um problema. Em seu livro “Das coisas nascem coisas”, Munari apresenta uma metodologia de design, onde a estrutura resulta em etapas bem organizadas definidas. Porém, ao analisar a metodologia de Munari aplicada em um projeto experimental, sentiu-se a necessidade de torná-la mais ampla. Para isso, conceitos da metodologia de Archer (1966), que é dividida em três grandes fases, foram aplicados ao de Munari.

FASE ANALÍTICA

FASE CRIATIVA

FASE EXECUTIVA

P

PROBLEMA

DP

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

CP

COMPONENTES DO PROBLEMA

CD

COLETA DE DADOS

AD

ANáLISE DE DADOS

C Mt

CRIATIVIDADE MATERIAIS E TECNOLOGIAS

E

EXPERIMENTAÇÃO

M

MODELO

V

VERIFICAÇÃO

DF S

DESENHO FINAL SOLUÇÃO METODOLOGIA DE MUNARI (1981) APLICADA À METODOLOGIA DE ARCHER (1966)

21


MUNDO LOCO - PROCESSO

As fases de Archer têm por objetivo, permitir que o designer percorra entre etapas de um mesmo grupo, tornando o processo mais flexível. Contudo, uma nova necessidade foi destacada, a de adaptar as etapas, para que estas se adequassem ao tipo de projeto proposto e traçassem o melhor caminho para o cumprimento de seu objetivo geral. Para isso, uma adaptação foi realizada com base no modelo de produção dos estúdios Pixar, que divide o processo nas seguintes etapas: Desenvolvimento: História e ideias Pré-produção: Desafios técnicos Produção: Fazendo o filme Pós-produção: Polindo o produto final ALVES [2012] apud PIXAR [2010]

Além disso, cores e formas foram escolhidas para representar cada fase, afim de ajudar e direcionar o leitor durante o percurso deste documento. Segue a metodologia definida e um resumo do que será abordado em cada etapa do projeto:

Fundamentação Teórica

Estas duas primeiras fases, correspondem neste projeto, ao que seria no processo de produção

FASE ANALÍTICA

Pesquisa com público consumidor

audiovisual dos estúdios Pixar, a etapa de Desenvolvimento.

Análise de similares

Teste com público consumidor FASE CRIATIVA

Análise do objeto Experimentação Materiais e tecnologias

22


MUNDO LOCO - PROCESSO

Pré-produção FASE EXECUTIVA

Produção Pós-produção Resultado

A fase analítica é composta das sequintes etapas: Fundamentação teórica: determinação de como o tema será abordado e razões para a escolha do tema, determinação das áreas de estudo, busca de referências bibliográficas, catalogação de referências, leitura e análise das partes relevantes de cada referência e construção do texto de fundamentação teórica. Definição do objeto: definição da música a ser utilizada na criação do videoclipe. Pesquisa com público consumidor: Estruturação de pesquisa piloto para pesquisar dados sobre perfil, c onsumo e estilo de vida do público consumidor e compilação desses dados. Análise de similares: busca de similares diretos e indiretos e definição de parâmetros para a análise de similares. A fase criativa, se divide em: Teste com público consumidor: estruturação do teste baseado em conceitos do Design Emocional com público consumidor; aplicação desses testes e compilação dos resultados obtidos. Análise do objeto: definição de parâmetros para a análise do objeto e detalhamento. Experimentação: separação de referências, estudo e definição de estilos visuais. 23


MUNDO LOCO - PROCESSO

Materiais e tecnologias: definição de tecnologias necessárias para a produção do objeto. A última fase é a executiva, formada por: Pré-produção: decupagem da música e definição de locação, equipamentos e objetos necessários para a produção. Produção: coleta de imagens e vídeos (conteúdo) e construção de elementos gráficos. Pós-produção: edição de cenas e construção da estrutura do videoclipe, animação de conteúdo gráfico e determinação de fotografia e tratamento de conteúdo. Resultado: apresentação e divulgação do resultado.

Concluimos em relação ao processo, que a definição de tarefas específicas dentro de cada etapa, faz com que o monitoramento de atividades a serem cumpridas seja mais eficaz, resultando em uma melhor organização.

24


FA S E ANALÍTICA



MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

FUNDA

1. DESIGN AUDIOVISUAL

M E N TA

Tendo por objetivo do projeto desenvolver um videoclipe experimental, que

ÇÃO

auxiliam no entendimento das linguagens e conceitos que regem esta área do

TEÓRICA

explora o design gráfico no campo audiovisual, este capítulo traz teorias que design em específico, chamada de Design Audiovisual. Além disso nos levando a compreender como esta, vem sido praticada ao decorrer da história e qual a sua relação com o objeto final do projeto, o videoclipe.

1.1. A linguagem audiovisual “Antes de que fosse possível a reprodução técnica de imagens e sons através de meios mecânicos e eletrônicos, já existia a simulação audiovisual que ocorria de forma artesanal ou artística, cujas experiências se acumulavam ao longo de milênios e para a qual colaboraram as mais diferentes culturas.” [Hagemeyer, 2012]

Segundo Hagemayer [2012], antes mesmo do cinema, já existia uma “cultura audiovisual” baseada na maneira como os homens enxergavam o mundo a sua volta, dando sentido as coisas e respondendo à questões sobre sua existência através de um conjunto de práticas e representações simbólicas. Artistas ao longo da história já utilizavam do poder de simulação do real, estabelecendo uma junção entre som e imagem, como é o caso dos espetáculos de ópera. É durante a década de 30, durante a depressão econômica nos Estados Unidos, que se inicia a expansão das artes e da indústria cultural, causando a explosão da indústria cinematográfica. [Ramos e Bueno, 2001] A partir da evolução do cinema, surge a linguagem audiovisual, que conforme Abruzzese (2006), aparece com o cinema falado e a tv, com o objetivo de superar a imagem fixa, o cinema mudo e o rádio, trazendo o desafio de utilizar simultâneamente duas linguagens distintas (visual e sonora) e fundamentais do corpo humano. 27


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Com o passar do tempo, estudos foram definindo e classificando os elementos para a análise e a produção de conteúdos audiovisuais. Atualmente, de acordo com Galeotti e Mazzilli [2012] apud Durand [2009], a linguagem audiovisual é composta de quatro grandes grupos: morfologia, sintaxe, estilística e dramaturgia. Morfologia: é subdividida em campo, plano, posição de câmera e movimentos. Campo: é o que está na área de visão da câmera, abrange os seguintes itens: quadro (imagem formada através da projeção que este campo faz sobre o filme ou tela digital); ângulo de visão (medida do ângulo formado pela vértice da área do campo visual, esta que está ligada diretamente à ¹ A objetiva é classificada

objetiva¹ utilizada no equipamento de captação); ponto de vista e câmera

de acordo com o ângulo

subjetiva (de onde sai o princípio das vértices que compõem o campo de

horizontal de seu quadro,

visão, inserido ao personagem este passa a ser subjetivo, a famosa “visão

com âgulo de 40°, recebe

em primeira pessoa”); eixo (dividido entre eixo visual e eixo dramático,

o nome de “normal”;

o primeiro se refere à direção para a qual a câmera está apontada, já o

com ângulo menor,

segundo, à relação entre personagens que se entre olham); profundidade

“teleobjetiva”; e quando

de campo (dimensão do campo no sentido do eixo de visão) e off (toda a

maior, “grande angular”.

ação que ocorre fora do campo de visão, mas que interfere diretamente no

[DURAND, 2009]

conteúdo, seja por som ou efeitos). Plano: é o enquadramento do objeto filmado, tendo o referêncial humano como dimensão, e se divide em: plano geral (engloba uma grande parcela do espaço, uma paisagem por exemplo, não tendo personagens identificáveis); plano de conjunto (pode mostrar um determinado grupo de personagens e o ambiente em que se encontram); plano médio (enquadra personagens por inteiro); plano americano (corta personagens aproximadamente na altura da cintura); primeiro plano (enquadra os personagens do busto para cima), primeiríssimo plano (se delimita apenas ao rosto do personagem) e plano close-up (foca somente em partes específicas do corpo ou de objetos). Posição de câmera: se reparte em, plongée (câmera posicionada em nível acima do objeto) e contra-plongée (câmera pocionada em um nível abaixo do objeto). Movimentos se ramificam em: panorâmico (rotação de eixo realizada pela

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câmera, podendo ser tanto de cima para baixo, quanto de um lado para outro); chicote (panorâmica em velocidade alta); travelling (descocamento, em qualquer sentido, da câmera); zoom (alteração progressiva do ângulo de visão). Sintaxe: se divide em plano, cena, sequência e relações entre planos. Plano: diferente do plano morfológico, este representa a unidade de filme inclusa entre dois cortes. Cena: compostas por um ou mais planos, é a união entre estas unidades separadas devido ao mesmo espaço ou tempo em que ocorrem. Sequência: é compreendida pelo encadeamento de uma mesma ação, podendo ser construída através da ligação de uma ou mais cenas. Estas são classificadas como: plano sequência (ligação sem corte) ou montagem paralela (planos sequências que ocorrem sincronicamente, porém em espaços distintos). As Relações entre planos, abrangem: campo / contra-campo (intercalação entre planos dentro de um mesmo eixo); plano autônomo (ação ocorrida independente à todas outras) e o efeito kuleshov (união de determinados planos com o objetivo de criar um significado específico através da montagem).

Estilística: englobam as figuras de linguagem, entre elas Durand seleciona a elipse, a metonímia e a gradação como as mais importantes da produção audiovisual. Elipse: retirada de determinado intervalo de tempo ou espaço, que mantêm o sentido. Metonímia: meio em que algo maior é representado por apenas uma parte. Gradação: alteração na intensidade dramática.

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Dramaturgia: diz respeito à representação através da ação, personagem, conflito, peripécia e desenlace. Ação: todo elemento que pode gerar uma reação por parte de algum personagem ou objeto. Personagem: qualquer ser, animado ou inanimado, possível de gerar determinada ação. Conflito: ações adversas entre personagens. Peripécia: alteração inesperada no sentido do drama. Desenlace: solução final ao conflito dramático. Essas definições e classificações, têm o objetivo de nos auxiliar na leitura e análise de um conteúdo audiovisual, por se tratar de uma linguagem complexa, contituída a partir de sistemas de signos diversos, como a imagem e o som, resultando no que Santaella (1996) chama de “uma margem de imponderabilidade quase impossível de ser controlada”.

1.1.1. A relação imagem e som “A sociedade contemporânea apresenta uma extensa gama de produtos audiovisuais, porém integra suas linguagens constituintes em diferentes níveis de resolução. Na Era denominada da Imagem, assistimos e escutamos a diferentes formas de relação entre som e imagem: em alguns casos a submissão dos sons à imagem, em outros o domínio do som e, em poucos o diálogo entre essas expressões.” [Belleboni, 2004]

Antes de analisarmos os aspectos que regem esta relação já existente entre imagem e som, nos cabe perceber em que momento a imagem se aproxima da linguagem sonora, afim de estruturar o que hoje, chamamos de audiovisual. 30


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Camargo [2004] parte do pensamento de que a imagem trata-se de um recorte do mundo natural, criado pelo homem com a finalidade de interpretar algo, atendendo a interesses específicos em tempo e espaço distintos na história. Portanto, a distinção entre tempo/espaço faz com que as imagens possam variar através do intuito de suprir uma necessidade simbólica ou prática, podendo ser representadas de maneira natural, realista, arbitrária ou abstrata, sendo assim idealizadas dependentes de suas funções e contextos culturais. Essas diferentes funções, podem ser facilmente perceptíveis com a inserção da imagem na mídia, que originariamente tinha por finalidade conceituar e registrar determinados acontecimentos, porém com o surgimento do cinema, da tv, da internet e da fotografia digital, acabam se expressando de maneiras e finalidades completamente distintas. Assim como as imagens, o experimento do som acontece em decorrência de avanços tecnológicos, com a vontade cada vez maior de produzir o real, tendo, segundo Carrasco (2010), sua origem de aproximação com a imagem na insersão da música ao vivo durante a projeção do filme mudo; passando de um simples acompanhamento das cenas à um elemento fundamental na apresentação cinematográfica, definindo o que chamamos hoje de trilha sonora. De acordo com Galleotti e Mazzilli [2012] a trilha sonora é constituída de três elementos indispensáveis: a voz humana, a música e os efeitos de som. A voz repete o comportamento e as ações humanas, fazendo com que estes queiram interpretá-la em primeira ordem. A música, serve para criar determinado vínculo emocional com a situação e contexto em que se encontra, podendo ser empática, participando da transmissão do sentimento, ou anempática, sem essa participação. Por último, os efeitos de som, que reforçam a ideia de tempo e espaço, assim como as características estilísticas da linguagem audiovisual. Todas essas características de som e imagem, inseridas juntas no contexto tecnológico atual, onde possuímos inumeras ferramentas digitais, geram uma quantidade incalculável de possibilidades de experimentação, fazendo com que novas linguagens comecem a surgir.

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1.2. O design gráfico no audiovisual O Design Audiovisual, segundo Ráfols e Colomer [2006], se trata de uma nova disciplina do Design, que se baseia na interação entre linguagens do design gráfico e da produção audiovisual. Este conceito ganha força a partir da constante evolução tecnológica nas etapas de produção do conteúdo audiovisual. Com a evolução de ferramentas digitais, softwares para elaboração de conteúdo criativo, bem como a facilidade de tratamento de imagens, tanto as estáticas quanto as em movimento, fazem com que nos deparemos com uma série de possibilidades de experimentação, gerando novos conteúdos e conceitos. Ráfols e Colomer também teorizam que no conteúdo do design audiovisual, o design gráfico conserva suas características formais e seu mesmo processo metodológico para determinada mensagem, porém é inserido em um novo conceito de tempo e espaço, auxiliando o som e a imagem em movimento, na construção de uma determinada estrutura narrativa ou mesmo estética. O Design Audiovisual se deriva do cinema, assim como toda a produção audiovisual, principalmente do cinema experimental, com a prática dos desenhos quadro a quadro, a partir dos anos 20. Outra forte influência para esta vertente são os cineastas Dziga Vertov e Walther Ruttman, que em filmes como “Um Homem com uma Câmera” (1929) e “Berlin - Sinfonia da Metrópole” (1927), estruturam montagem, efeitos e audio de forma mais livre, fugindo da linearidade presente na literatura e no teatro da época, desempenhando assim um papel importante na história cinematográfica.

01

CENA DO FILME “UM HOMEM COM UMA CÂMERA” (1929), COM ROTEIRO MAIS LIVRE, EXPLORA CORTES COMO FERRAMENTA DE SENTIDO.

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02

CENA DO FILME “BERLIN - SINFONIA DA METÓPOLE” (1927)

As primeiras aparições do Design Audiovisual surgem na década de 50, onde o cinema torna-se uma indústria do entretenimento, observando a necessidade de expandir o uso de recursos gráficos, que anteriormente eram aplicados somente na elaboração de peças de divulgação e promoção, para a introdução e créditos dos filmes produzidos. O designer gráfico Saul Bass, foi um dos primeiros representantes deste novo conceito, usando a animação em títulos e fichas técnicas de filmes para expressar a essência estética destas peças cinematográficas. Entre seus trabalhos destacamse: “The man with the golden arm” do diretor Otto Preminguer e “Vertigo” de Alfred Hitchcock.

03

04

TÍTULO DO FILME “VERTIGO” QUE EM SUA

TÍTULO DO FILME “THE MAN WITH THE GOLDEN

ANIMAÇÃO, JÁ DEMONSTRA CARACTERÍSTICAS

ARM”, COMBINA ANIMAÇÕES ENTRE FORMAS E

DE INTERAÇÃO COM A IMAGEM

TEXTO.

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Conforme Bohórquez e Velazco [2011], desde a década de 50, com o fortalecimento da televisão como meio de comunicação massivo, o Design Audiovisual ganha força na construção da identidade, articulação e promoção dos canais, bem como na forma de persuasão da evolução publicitária com este meio. Em seu estudo de análise das relações audiovisuais em tv, Schiavoni [2011] relata que o design inserido na produção de vinhetas televisivas, têm por objetivo colocar em evidência o conteúdo a ser apresentado por determinado programa e firmar contratos com o telespectador sobre sua programação. Porém, a linguagem abordada é dependente do tipo de produção, como exemplo, os canais voltados a públicos específicos, onde esta pode adquirir um carácter mais experimental, diferente dos canais para a grande mídia, que acabam tendo toda sua programação criada com base na identidade da emissora, afim de estabelecer uma confiança com o telespectador. Paralelo a este conceito de identidade televisiva, Yoshiura [2007] destaca o surgimento do VCR (gravador de imagem e som) como influência em um novo conceito de experimentação do design audiovisual, que mais tarde passaria a interferir no conteúdo transmitido pela tv, o video-arte. O VCR era capaz de receber a programação de uma emissora, permitindo uma montagem do conteúdo apresentado, que depois da inserção de uma trilha sonora, tinha para muitos a finalidade de se expressar. E foi na década de 60, influenciado pela Pop Art, que este conceito, chamado de “zap”, acabou despertando o interesse de muitos artistas, principalmente músicos, na elaborarão de videoclipes.

1.3. Videoclipes Gênero do audiovisual que associa música, imagem e na maioria dos casos montagem, o videoclipe nasce da necessidade de divulgar novos músicos e músicas. Foi influênciado pelo cinema musical americano do início dos anos 50, que começou a reduzir o grau de importância do enredo em cenas de performance musical, fazendo com que estas pudessem ser recortadas do todo e apresentadas a parte. Um dos percursores desse tipo de recorte cinematográfico, foi o da canção Jailhouse Rock (1957), interpretada por Elvis Presley, artista este que contribuiu para o surgimento do rock como gênero da música popular americana no início da mesma década. Entretanto, recortes como este não podem ser chamados de videoclipes, visto que não foram produzidos como vídeo propriamente dito, eram apenas trechos de peças cinematográficas. [Conter e Kilpp, 2007] 34


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05

ELVIS PRESLEY EM CENA DE SEU FILME “JAILHOUSE ROCK”, INTERPRETANDO A MÚSICA QUE LEVA O MESMO NOME

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A partir dos anos 60, o vídeo musical passa a ser produzido com um carácter publicitário, visando levar ao mundo, o nome de novos artistas, porém ainda sem o intuíto de vender uma canção em específico. A banda inglesa The Beatles, enxergou o vídeo como um grande aliado ao sucesso, gravando performances musicais e as diponibilizando para canais televisivos, assim poderiam estar em mais lugares ao mesmo tempo. Estes vídeos assumiam uma estética muito parecida com as performances musicais já televisionadas na época, caracterizada principalmente pela presença de todos membros da banda tocando seus respectivos instrumentos. [Holzbach e Nercolini, 2009] Através da oportunidade alavancada pela banda The Beatles, outros músicos e bandas européias sentem-se inspirados para explorar a área audiovisual, como é o caso de David Bowie. Com o vídeo de carácter experimental para a canção Space Oddity (1969), Bowie acreditava no audiovisual não como uma ferramenta de divulgação, mas como extensão de sua arte. O seminário New Musical Express (NME), determinou o número musical da canção “Bohemian Rhapsody” (1975), da banda inglesa Queen, como o início do videoclipe. Dirigido por Bruce Gowers e Jon Roseman, o vídeo de “Bohemian Rhapsody” foi produzido para divulgar a música, objetivo inicial da linguagem videoclipe, mas destacava-se por conter um roteiro definido, utilizar-se de efeitos especiais e da tentativa de combinação entre imagem e ritmo musical, afim de provocar reações sinestésicas. Este clipe fez com que outros músicos começassem a investir nesse tipo de produção, algo que alguns anos depois, fosse fator determinante para o nascimento da MTV (Music Television), um canal americano de tv com programação especializado em videoclipes. [Holzbach e Nercolini, 2009]

06

DAVID BOWIE EM VÍDEO PARA A CANÇÃO “SPACE ODDITY”

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07

BANDA QUEEN EM “BOHEMIAN RHAPSODY” CONSIDERADO O COMO VANGUARDISTA DA LINGUAGEM VIDEOCLIPE

1.3.1. O papel da TV na história do videoclipe Em agosto de 1981 nasce a MTV, com o objetivo de suprir a necessidade de um espaço na televisão para o crescente número de produções de videoclipes. De acordo com Soares (2004), o surgimento da MTV, está ligado à crise das rádios norte-americanas no final dos anos 70, que possuiam uma programação voltada ao público adulto, não atendendo a grande demanda do público jovem e dos novos gêneros da música popular; alavancando em uma grande queda no faturamento da indústria fonográfica. A MTV “[...] alterou profundamente certas concepções de fazer e ver TV e [...] conseguiu detectar e reforçar certos traços e estilos da contemporaneidade [...]. Um desses traços é o da presença, junto à imagem, do som. Não apenas o som, mas o som musical. A música. E não a música-pano de fundo, mas a música como constituinte essencial da imagem”. (Coelho Netto, 1995) Pensar nessa relação música e imagem, era um grande desafio na época, pois para isso foi necessário alterar a lógica de produção e consumo de música; pois a partir daquele momento, além de pensar somente em suas músicas, as gravadoras tiveram que pensar em como estas seriam representadas visualmente. Neste período, gêneros como o punk rock, o new pop e a dance music, trazem 37


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consigo a importância à imagem e à performance do artista, bem como o uso da tecnologia para a criação de novos sons. A articulação desses elementos com a nova televisão musical, resulta em um novo tipo de experiência audiovisual e a linguagem dos videoclipes se desenvolve de maneira mais experimental; uso de efeitos especiais, pequenas animações, planos rápidos, imagens impactantes e outros elementos sem nenhuma relação simbólica com as letras das canções. Orientados pela linguagem do videoclipe, novos programas preenchem a programação da MTV, criando uma estética própria da emissora, baseadas na estratégia de produzir novos sentidos no público jovem e consumidor da música popular massiva. [SOARES, 2004] Em meio aos inúmeros videoclipes beseados na estética MTV, surgem artistas com novas propostas. Michael Jackson, o primeiro negro a ter um videoclipe veiculado na mídia televisiva, produziu para canções como “Thriller” (1983) e “Beat It” (1983), videoclipes mais próximos à linguagem cinematográfica, com narrativas bem estruturadas, diálogos e pausas na música. Estas características, quebravam os limites de interação entre as mídias (cinema, televisão e videoclipe), englobando uma parcela maior de públicos consumidores, fator este que foi essencial para a expanção da MTV para o mundo. [Conter e Kilpp, 2007]

08

MICHAEL JACKSON EM CENA DO VIDEOCLIPE PARA A CANÇÃO “BEAT IT”, ONDE MOSTRA DE FORMA NARRATIVA UMA BATALHA EM GANGUES AMERICANAS

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No Brasil, a MTV chega no começo dos anos 90, mas o videoclipe já era divulgado e produzido pelo programa Fantástico, da TV Globo desde a década de 70. Em sua maioria, eram videoclipes de artistas famosos cujas

trilhas

estavam

presentes

em

alguma

novela

da

emissora.

O primeiro clipe nacional produzido pela emissora foi o da canção “América do Sul” (1975), interpretado por Ney Matogrosso. Outros videoclipes, como “Tempos Modernos” (1982) de Lulu Santos, “Você não soube me amar” (1982) da banda Blitz, e “Melô do marinheiro” (1986) dos Paralamas do Sucesso também foram veículados para todo o Brasil, na tentativa de propagar e valorizar o rock e pop nacional.

09

NEY MATOGROSSO EM MATÉRIA PARA A REVISTA POP (NOVEMBRO DE 1974)

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Segundo Soares (2004), o surgimento da MTV Brasil, se torna uma nova referência ao público jovem e um grande incentivo ao nascimento de novas bandas e estilos musicais. Bandas como, O Rappa, Cidade Negra, Raimundos e Skank, começaram a fazer sucesso após terem seus videoclipes veículados pela emissora. Esta crescente produção do videoclipe nacional, fez com que gravadoras investissem mais na qualidade estética do material apresentado e na identidade dos próprios artistas; e baseados nesse investimento surge em 1995, o VMB (Video Music Brasil), a mais importante premiação de videoclipes nacionais, abrindo espaço para outros gêneros musicais, como o rap, este que foi o maior vencedor da premiação. De acordo com Lusvarghi (2002), o rap foi o gênero que mais conseguiu alinhar a estética MTV à realidade social brasileira em seus clipes. Um dos grandes sucessos deste gênero foi o videoclipe de “Minha Alma” (2000), do grupo O Rappa, que em seu ano de lançamento foi indicado e prêmiado em 6 categorias no VMB.

VIDEOCLIPE DE “MINHA ALMA” DA BANDA O RAPPA, ONDE MOSTRA CENAS DE UMA CRIANÇA EM MEIO A VIOLÊNCIA DE UMA FAVELA

No final dos anos 90, ao perceber que o grande consumo fonográfico brasileiro estava voltado a gêneros como o axé, o pagode e a música sertaneja, a MTV resolve abrir um maior espaço para estes em sua programação, porém achando que teria se desviado muito de sua proposta inicial, resolve retomar o foco para os gêneros pop e rock. Com parte de sua programação reduzida especificamente a videoclipes, estes passam a ser pré-selecionados por questões como investimento de promoção e popularidade da banda, o que para bandas e músicos com uma proposta experimental soava como uma certa censura. Em entrevista para um canal de entretenimento do site Uol em 2013, Rafael Kent, diretor de clipes de grupos de rap como Racionais MC’s e Cone Crew 40

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Diretoria, disse “Com o tempo percebi que a MTV não tinha mais muitos parâmetros para o que era passado por lá [...] acredito que a MTV ajudou, infelizmente, a afundar a produção audiovisual brasileira e isso é triste. Bastava a banda ter audiência que tava lá e pior, ganhava-se prêmios, muitos.” Uma nova oportunidade para artistas alternativos, independentes ou com uma proposta de cunho experimental, que fugisse dos padrões Music Television, foi a internet banda larga, trazendo consigo novas possibilidades de interação com o público consumidor.

1.3.2. Mídia, produção e consumo De acordo com Lemos (2009), a cultura de massa criou o “consumo para todos” e a nova cultura “pós-massiva” cria a igualdade de palavra para todos. Alinhado a essa ideia, percebemos que a internet surge como uma quebra de barreiras para o conteúdo audiovisual, onde artistas cujos videoclipes não teriam espaço na mídia televisiva, encontram na rede, uma possibilidade livre de divulgação dos seus trabalhos. Ao analisar a internet como um dos maiores veículos de distribuição audiovisual no mundo atual, descobrimos que de acordo com a empresa americana de ferramentas para análise de informações da web, Alexa, o site de compartilhamento de vídeos Youtube está entre os cinco sites mais acessados do Brasil, e segundo dados da ComScore (companhia de análises tecnológicas da internet), o canal VEVO, especializado em divulgação de videoclipes, é o mais acessado do site. Seguindo a mesma linha de pesquisa, observamos que conforme o site de listas e ² Atualizado

rankings Top10+², entre os 30 vídeos mais vistos no Youtube, durante seu período

automaticamente de

no ar, somente um desses não se trata de um videoclipe, e do restante somente

acordo com API (Application

um videoclipe é brasileiro (mesmo clipe presente no topo da lista dos 10 videos

Programming Interface) do

brasileiros mais acessados no Youtube, segundo mesmo site).

Youtube.

Chegamos à conclusão de que videoclipes fazem parte do consumo audiovisual de milhões de brasileiros, e sendo assim, um objeto de estudo instigante. A ANCINE (Agência Nacional do Cinema), o OCA (Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual) e a SAV (Secretaria do Audiovisual) apresentam em seus sites poucos dados de pesquisa nesta área do videoclipe em específico. 41


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2. DESIGN EMOCIONAL Este capítulo tem por objetivo, trazer teorias e conceitos para a melhor compreensão da produção de sentido e estímulos emocionais no público consumidor de videoclipes. Além de explorar o poder sinestésico existente na união de linguagens, como a visual, a sonora e a verbal, em um mesmo objeto.

2.1. Percepção Segundo Merleau-Ponty (1999) a percepção se trata da criação e de expressão da linguagem pelo cérebro, que se dá através de determinados fatores. Kawasaki (2009) analisou estes fatores através do design e os dividiu em dois grupos, um relacionado ao ser humano, receptor, e outro ao objeto de design em si. No grupo com relação ao ser humano, os fatores que levam à uma determinada interpretação ou reação, se subdividem em fisiológico, cultural - repertório de design, cultural - tempo/espaço e emocional. Fator Fisiológico: A percepção pode sofrer algumas variações por ordem fisiológica, como por exemplo, pessoas sinestetas, daltônicas ou portadoras de algum problema de imprecisão visual. Fator Cultural - Repertório de Design: Uma peça de design podem conter linguagens muito variadas em sua composição, podendo não ser de fácil compreensão para alguns receptores. Estes devem possuim um repertório das linguagens utilizadas em um objeto, pois assim poderá compreender a mensagem pretendida pelo emissor. Direcionar uma peça de design a um público específico, é visto pelo autor, como uma tentativa de minimizar o erro de compreensão, porém sempre haverá diferença entre os repertórios, criando novas interpretações, significados e sensações. Fator Cultural - Tempo/Espaço: A interpretação e sensibilização através de um determinado estímulo visual também pode variar de acordo com sua relação tempo e espaço. Por exemplo, um vídeo, considerado inovador por um momento, pode vir a ser considerado ultrapassado depois de algum tempo.

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Fator Emocional: O estado de espírito do observador também pode o deixar propenso a certas reações e interpretações. Segundo Kawasaki, pessoas felizes, enxergam fatores positivos em determinada mensagem, enquanto pessoas fragilizadas, se sensibilizam com maior facilidade a um certo conteúdo dramático ou social. Já no grupo com relação ao objeto de design, Kawasaki apresenta quatro dimensões semióticas: hílico, sintaxe, semântica e pragmática. Dimensão do hílico: refere-se a matéria prima e as características do material da peça. Dimensão sintática: diz sobre a estrutura e a definição física do objeto. Dimensão pragmática: trata da utilidade e função prática do objeto de design. Dimensão semântica: refere-se ao sentido da peça, o que ela expressa, qual a sua mensagem. Este projeto, que se trata de um objeto de design audiovisual, focará nas dimensões sintática e semântica, visto que a estrutura de composição dos seus elementos, em conjunto com o significado que estes possam transmitir, será essencial na formação de percepções no usuário.

2.2. Sinestesia “Somos todos sinestetas, embora somente alguns experimentem a sinestesia conscientemente.” [Basbaum, 2003]

Segundo Basbaum (2003), a palavra “sinestesia”, proveniente da junção das palavras gregas “syn” (simultâneas) e “aesthesis” (sensação), expressa o ato de ser exposto a um determinado estímulo sensorial, porém experimentar outro estímulo em área sensorial diferente. Digamos por exemplo, que um certo sinesteta, possa enxergar formas e cores ao escutar determinado som. 43


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De acordo com Kawasaki (2009) apud Marshall McLuhan (1999), a separação dos sentidos no processo de comunicação, surgiu através da invenção da prensa de tipos móveis de Guttemberg, que fez com que o processo de percepção visual fosse priorizado em relação aos demais. A partir disso, inúmeros relatos de pessoas que conseguiam fazer associações sinestésicas surgiram, porém como não havia um certo padrão nessas associações, pesquisas na área foram diminuindo. Contudo, com os avanços das ciências neurocognitivas, estudos sobre o cérebro e o aumento de recursos tecnológicos das últimas décadas, fez com que crescesse os interesses em pesquisas na área da sinestesia. Na área artística, processos sinestésicos são utilizados com o intuito de criar uma experiência sensorial mais rica. Destacam-se nomes como o do russo Wassily Kandinsky, que pintava suas obras inspirado por sons e músicas, retratando no visual aquilo que sentia no sonoro. Para o pintor, que trabalhava a expressão sinestésica com a música principalmente em relação ao uso de cores e disposição de elementos, a racionalidade não fazia sentido em sua obra, o que importava era explorar um mundo sensorial desconhecido. “Entregue seus ouvidos à música, abra seus olhos à pintura, e... Pare o pensamento!” [Kandinsky, 1910]

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OBRA “AMARELO, VERMELHO E AZUL” (1925) DO ARTISTA WASSILY KANDINSKY, PERCURSOR DA ARTE ABSTRATA E SINESTÉSICA

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O estudo da sinestesia em relação ao design gráfico, surge a partir da ideia que este, possui como uma de suas principais funções a comunicação, só possuindo algum valor quando interado a outras pessoas. É essencial para o designer, entender as relações que se estabelecem entre o objeto e o receptor, e quais os resultados dos estímulos sensoriais causados por esta. O design gráfico antes estritamente visual, atualmente também é composto pela união de estímulos sonoros, táteis e até olfativos. Vídeos musicais, websites, materiais de diferentes texturas e cheiros, entre outras peças, estabelecem relações literais ou subjetivas com as pessoas, e estas por sua vez, ao assimilar diferentes tipos de linguagens juntas, tentam as associar de alguma maneira. [Kawasaki, 2009] Neste projeto, o foco será na área sinestésica entre a visão e a audição, já que na linguagem do design audiovisual, os estímulos gráficos passarão a interagir diretamente com o som, estimulando a produção de sentido. [Carvalho, 2006] De acordo com os estudos de Kawasaki [2009], a sinestesia visão/audição no design, pode ser gerada a partir de cores, formas e texturas, espaço e diagramação. Estes estudos revelam que: Cores: quanto mais clara e menos saturada, mais agudo o som e quanto mais escuro e mais saturado, mais grave o som. Formas e texturas: os sons graves correspondem a formas e texturas arredondadas, grossas e pesadas, enquanto sons agudos podem ser representados por formas pontiagudas, finas e texturas leves. Espaço e diagramação: o equilíbrio de elementos em uma composição pode passar a sensação de silêncio ao receptor, como a assimetria e movimento de formas pode gerar a sensação de barulho e ruído.

O intuito é que estes elementos do design em conjunto com os elementos do audiovisual, como movimento de câmera, performance do artista, edição de imagens e efeitos de pós produção, possam se articular aos elementos musicais, como tempo, ritmo e letra, afim de gerar o que Goodwin (1992) chama de 45


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“musicologia da imagem”, tendo a sinestesia como peça fundamental na estrutura de um videoclipe.

2.3. Emoção Damásio (1996) nos apresenta a emoção como um conjunto de respostas motoras, enviadas do cérebro ao corpo em resposta a algum acontecimento. Casos apresentados por Damásio, como o de Phineas Gage em 1848, que sofreu um dano cerebral, debilitando sua reatividade emocional e tendo dificuldades na tomada de decisões, nos revelam que a emoção está ligada ao nosso raciocínio lógico, estabelecendo repertórios e selecionando opções. Segundo o autor, existem as emoções primárias e as emoções secundárias, sendo as primárias, disposições instintivas para responder a certos estímulos, como o prazer, o medo, a surpresa; já as secundárias, são emoções aprendidas, nas quais categorizamos baseados nos estímulos do nosso passado, avaliando-os como bons ou ruins, como o ciúme, a inveja e o orgulho por exemplo. Todas essas, influenciadas por fatores biológicos, aspectos culturais e experiências pessoais. Ao projetar uma peça de design audiovisual, lidamos com um resultado dinâmico, que por sua vez necessita de respostas rápidas e inconscientes do público consumidor, sendo o foco obter emoções primárias destes.

2.3.1. Design e Emoção Segundo Tonetto e Da Costa (2011) o estudo das emoções na área do design surge a partir da necessidade de aproximar o designer do consumidor final. Criadores, que na maioria das vezes não são os usuários de suas criações, acabam gerando objetos baseados em suas próprias experiências e vivencias, propensos a não atingir exatamente o seu objetivo. Norman (2004), com o intuito de melhorar a conexão entre os objetos de design e as pessoas, dividiu as emoções em três níveis de processamento cerebral: o nível visceral, atuando sobre a aparência do objeto através 46


MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

de um primeito impacto de natureza visual (ou audiovisual, no caso deste projeto); o nível comportamental, controlando os aspectos funcionais de um objeto; e o nível reflexivo, ligado ao significado que estes objetos representam as pessoas, construído na maioria das vezes em longo prazo. Como tentativa de descobrir e compreender respostas automáticas e possíveis reações sinestásicas do público consumidor, focaremos na análise do nível visceral, segundo estudo de Norman. De acordo com Norman (2004), todos os sinais emocionais recebidos pelos seres humanos, são interpretados automaticamente no nível visceral, porém, mesmo sendo um nível correspondente a uma parte superficial do cérebro, está sujeito a variadas condições já programadas genéticamente. Algumas dessas condições podem produzir afetos positivos, como o caso de lugares bem iluminados, pessoas atraentes, cheiros doces, cores vibrantes, batidas rítmicas etc; e também afetos negativos, como frio extremo, sons discordantes, cheiro de alimentos podres, gosto amargo, escuridão, vômito etc. Projetar um objeto de design para o nível visceral, segundo o autor, não é uma tarefa tão difícil, já que a produção dos afetos emocionais segue um padrão já programado na maioria das pessoas. Porém, é necessário entender que as diferenças culturais dos usuários podem influênciar sobre o que é desejado, através de suas preferências. Ao projetar neste caso, é importante que o designer, mantenha o foco em um grupo específico de usuários, afim de que a experiência deixe de cumprir somente sua função estética, mas que crie também uma experiência agradável ao consumidor final. [Norman, 2004]

47


MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - DEFINIÇÃO DO OBJETO

1. APRESENTAÇÃO

DEFI

Após busca de possíveis artistas e músicas que pudessem se adequar à proposta

NIÇÃO

deste projeto, foi definida a utilização da faixa Mundo Loco, da rapper, cantora e compositora curitibana Karol Conka, como objeto para a criação do videoclipe.

DO OBJETO

“Estou levando meu nome e o da minha cidade a lugares que pouca gente chegou.” [Conka, 2014]

RAPPER, CANTORA E COMPOSITORA 12

CURITIBANA, KAROL CONKA

2. KAROL CONKA Nascida na cidade de Curitiba, Paraná, Karoline dos Santos de Oliveira, 1987, cresceu no bairro do Alto Boqueirão, na zona sul da cidade. O bairro, segundo relatório estatístico da Secretaria de Estado da Segurança Pública, é um dos mais maiores da cidade na questão de ocorrências criminais. Marcada por memórias cheias de violência, preconceito e trauma, encontrou no rap uma forma de protesto contra a tristeza, a baixa autoestima e a depressão. Inspirada pela cantora Lauryn Hill, Karol tem levado seu talendo, sua música e o nome da cidade de Curitiba a lugares de destaque da música nacional e internacional. (Revista Ler&Cia, 2014) 48


MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - DEFINIÇÃO DO OBJETO

Conka foi indicada ao prêmio de “Artista Revelação” do VMB (Video Music Brasil) em 2011, antes mesmo de lançar seu primeiro cd. Logo após o lançamento de Batuk Freak, primeiro e único albúm da rapper, em 2013, recebeu o prêmio Multishow de “Artista Revelação” e convites para fazer de uma de suas canções, música oficial do jogo FIFA 2014 e conceber outra especial para uma propaganda da marca Adidas. Atualmente, a cantora volta de sua segunda turnê na Europa, onde também foi convidada para se apresentar no BBC Radio 1Xtra Live Lounge, programa que leva diversos nomes da música para apresentações acústicas, sendo a primeira convidada a cantar em outra língua a não ser a inglesa na rádio BBC.

KAROL EM APRESENTAÇÃO NA RÁDIO INGLESA BBC (À ESQUERDA) E CAPA DO PRIMEIRO ÁLBUM DA CANTORA, “BATUK FREAK” (À DIREITA)

13

14

2.1. Mundo Loco Em entrevista ao site da emissora MTV, em outubro de 2013, Karol Conka revela que a faixa de número 8 do álbum Batuk Freak (2013), Mundo Loco, é sua preferida, justamente por ter melodias soltas como ela e transcrever a sensação de viver em sua própria fábula. A música foi selecionada para o projeto por trazer um clima libertário e sensorial, retratando o “mundo” de origem e inspiração da cantora. “Eu sempre ouvi de amigos, professores, familiares e desconhecidos que eu não era desse mundo. Então resolvi mergulhar na minha fábula e transcrever aquela sensação boa. É uma música convidativa pra dançar e sentir a natureza.” [Conka, 2013] 49


MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - PESQUISA COM PÚBLICO CONSUMIDOR

Essa pesquisa tem por objetivo, conhecer melhor o perfil do público consumidor do trabalho da artista Karol Conka e auxiliar no direcionamento do projeto, bem como na elaboração de alternativas visuais na fase criativa do processo de design

PES

através de referências, comportamentos e estilos.

QUISA

Para obter as informações desejadas, foi utilizada a técnica de questionário,

COM

que tem por vantagem a abrangência maior de participantes, a objetividade nas informações obtidas e a facilidade de compilação dos dados.

PÚBLICO

Foram selecionados oito participantes através da página oficial da artista

CONSU

Karol Conka na rede social Facebook, afim de focar a pesquisa diretamente no público final do material de objetivo deste trabalho. O questionário [ANEXO 2] por sua vez, foi aplicado de maneira individual via internet. Os resultados da pesquisa [ANEXO 3-10], resultaram em um mood board (painel semântico) esclarecendo as referências visuais, estéticas e os conceitos, que possam vir a ser exploradas durante o processo do trabalho.

15

50

MIDOR


MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - PESQUISA COM PÚBLICO CONSUMIDOR

Percebemos que este público, está numa faixa de jovens entre 21 e 25 anos, recém formados ou estudantes do ensino superior, com intensidade de vida noturna intensa, usuários de redes sociais e que têm o costume de assistir a videoclipes. Além disso, destacam seu interesse na artista Karol Conka, graças a sua personalidade e presença de palco. Este público também, além de possuir interesses em uma quantidade variada de áreas, tais como: arte urbana, arte contemporânea, cinema, fotografia, moda, design, dança, música, tecnologia e cultura popular; destacam-se por escutar variados gêneros musicais, deixando clara sua sensibilidade e abertura à novas propostas, conceitos e experimentos.

51


MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

1. OBJETIVO E PARÂMETROS DA ANÁLISE

ANÁLISE

Esta etapa tem por objetivo compreender a construção de videoclipes similares

DE

diretos, bem como suas características de linguagem audiovisual mais utilizadas e suas tendências na área do Design Audiovisual. Em seu livro “Video-arte, videoclipe: investidas contra a boa forma”, Yoshiura [2007], apresenta um modelo de análise de vídeos, contruído a partir dos seguintes parâmetros: sequências de significação (unidades de contexto), características da imagem (cromáticas, morfológicas, cinéticas e topológicas), efeitos técnicos e características de desmaterialização da imagem. Em seu estudo, Yoshiura tem por objetivo decupar e comparar dois vídeos com conceitos diferentes, fato este que despertou uma necessidade de adaptação dos parâmetros de análises, afim de aproximá-los mais dos objetivos específicos dessa proposta. A adaptação dos parâmetros exerceu influência nos conceitos da linguagem audiovisual apresentadas na fundamentação teórica deste documento (ver item 1.1 da fundamentação teórica). Os parâmetros definidos foram:

Videoclipe (Nome do intérprete e música) País de origem Gênero musical Principais características cromáticas Principais características morfológicas Principais características de sintaxe Principais características estilísticas Principais características dramatúrgicas Efeitos de edição digital Relação letra / vídeo Narrativa

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SIMI LARES


MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

2. VIDEOCLIPES SIMILARES Foram selecionados, dez videoclipes, sendo cinco nacionais e cinco internacionais, tendo como parâmetro obrigatório para seleção, o fato de utilizar dos recursos do Design Audiovisual. Segue análise dos videoclipes selecionados:

Marcelo D2 - Pode Acreditar Brasil Gênero musical Hip Hop / Rap Principais características cromáticas Video em baixa saturação com animações coloridas Principais características morfológicas Personagem principal (cantor) sempre mostrado de frente para a câmera em primeiro plano. A câmera se movimenta junto com o personagem. Principais características de sintaxe Tomada única de cena. 16

Principais características estilísticas Não possui. Principais características dramatúrgicas Muitos personagens, porém sem ações importantes. Efeitos de edição digital Ilustrações animadas (figurativas) tendo por influência os movimentos dos personagens e o que é cantado. Relação letra / vídeo Somente em relação aos efeitos e não à narrativa. Narrativa Sim 53


MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

Copacabana Club Brasil Gênero musical Indie Principais características cromáticas Cores quentes e saturadas, filtros das cores amarelo e rosa sobre as imagens. Principais características morfológicas Não há padrão na forma em que é mostrado o ambiente e os personagens. Possui muito movimentos de travelling na câmera. Principais características de sintaxe Planos medianos com quantidade grande de cenas. Sequência não definida e 17

pouca relação entre planos. Principais características estilísticas Gradação. Principais características dramatúrgicas Personagens com desempenho gradativo de ações ao longodo vídeo. Efeitos de edição digital Ilustrações animadas (abstratas e figurativas) tendo por influência a linguagem corporal e ações dos personagens. Relação letra / vídeo Não, somente em algumas palavras que aparecem animadas. Narrativa Sim

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

Marcelo D2 - Fella Brasil Gênero musical Hip Hop / Rap Principais características cromáticas Colorido, com predominância de tons frios. Principais características morfológicas Personagens mostrados em primeiro ou prImeiríssimo plano. Câmera estática. Principais características de sintaxe Muitos cortes secos dentro de poucas cenas. Principais características estilísticas Não possui.

18

Principais características dramatúrgicas Poucos personagens, sem ações importantes. Efeitos de edição digital Ilustrações animadas (figurativas) tendo por influência os movimentos dos personagens. Relação letra / vídeo Não, somente em algumas palavras que aparecem animadas. Narrativa Não

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

Mika - Qual é o andar? Brasil Gênero musical Pop Principais características cromáticas Video todo em preto e branco. Principais características morfológicas Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e personagens. Câmera estática. Principais características de sintaxe Planos medianos com grande quantidade de cenas. Sequência não definida. 19

Principais características estilísticas Não possui. Principais características dramatúrgicas Poucos personagens, sem ações importantes. Efeitos de edição digital Ilustrações animadas (figurativas) tendo por influência a letra da música. Relação letra / vídeo Somente em relação à alguns elementos animados. Narrativa Sim

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

Banda Uó - Gringo Brasil Gênero musical Trash / Brega Principais características cromáticas Colorido com alta saturação. Principais características morfológicas Não há padrão na forma em que são mostrados os personagens. Câmera estática. Principais características de sintaxe Planos rápidos, com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos definida.

20

Principais características estilísticas Não possui. Principais características dramatúrgicas Poucos personagens, sem ações importantes. Efeitos de edição digital Ilustrações animadas (abstratas) somente no fundo dos personagens. Utilização de efeito chroma key. Relação letra / vídeo Não Narrativa Não

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

Tidus - Apocalypse Estados Unidos Gênero musical Hip Hop / Rap Principais características cromáticas Colorido com experimentação de muitos recursos de edição de imagem. Principais características morfológicas Personagem principal (cantor) sempre mostrado de frente para a câmera em primeiríssimo plano. A câmera é estática. Principais características de sintaxe Cena única. 21

Principais características estilísticas Não possui. Principais características dramatúrgicas Um único personagem, sem ações importantes. Efeitos de edição digital Imagem totalmente desmaterializada com intervenções gráficas abstratas a todo momento. Relação letra / vídeo Não. Narrativa Não.

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

Rihanna - Rude Boy Estados Unidos Gênero musical Pop Principais características cromáticas Colorido com experimentação de muitos recursos de edição de imagem. Principais características morfológicas Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e personagens. Câmera estática. Principais características de sintaxe Planos rápidos com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos definida.

22

Principais características estilísticas Não possui. Principais características dramatúrgicas Um personagem com ação invariável do início ao fim. Efeitos de edição digital Imagem totalmente desmaterializada com intervenções gráficas abstratas a todo momento. Relação letra / vídeo Não. Narrativa Não.

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

Jape - Scorpio Suécia Gênero musical Rock / Pop Principais características cromáticas Colorido com experimentação de muitos recursos de edição de imagem. Uso de projeção. Principais características morfológicas Não há padrão na forma em que é mostrado o personagem. Em sua maioria, a câmera pemanece estática. Principais características de sintaxe 23

Poucas cenas, com sequência de planos definida pela música. Principais características estilísticas Gradação. Principais características dramatúrgicas Um único personagem com ação invariável. Efeitos de edição digital Ilustrações animadas (abstratas) tendo por influência a linguagem corporal do personagem e o ritmo da música. Relação letra / vídeo Não. Narrativa Não.

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

The Naked and Famous - The Sun Nova Zelândia Gênero musical Tecnopop Principais características cromáticas ColorIdo, porém com algumas partes em preto e branco. Principais características morfológicas Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e personagens. Câmera estática. Principais características de sintaxe Planos rápidos com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos definida.

24

Principais características estilísticas Gradação. Principais características dramatúrgicas Dois personagens com ação invariável do início ao fim. Efeitos de edição digital Formas abstratas animadas, com instensidade gradativa ao longo do vídeo. Relação letra / vídeo Não. Narrativa Não.

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

The Ruby Suns - Desert of Pop Nova Zelândia Gênero musical Indie Principais características cromáticas Colorido com experimentação de muitos recursos de edição de imagem. Principais características morfológicas Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e personagens. Uso de variados movimentos de câmera. Principais características de sintaxe Mistura de poucas cenas comportas por uma grande quantidade de planos 25

rápidos, com pequenas animações. Sequência não definida. Principais características estilísticas Não possui. Principais características dramatúrgicas Poucos personagens, sem ações importantes. Efeitos de edição digital Ilustrações animadas (abstratas e figurativas). Relação letra / vídeo Não. Narrativa Não.

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

2.1. Resultados Em síntese, os resultados da análise com os dez vídeos foram satisfatórios. A princípio destacamos a dificuldade de encontrar similares nacionais, nos mostrando que a área do Design Audiovisual para videoclipes ainda é pouco explorada no Brasil. A maioria dos videoclipes analisados possuem uma vasta variedade cromática e na experimentação de recursos de edição e pós produção de imagem. Quanto as características morfológicas, são em sua maioria compostos de planos mais fechados, não possuem padrões na forma em que são apresentados e utilizam muito da câmera estática para a captação de imagens. Em relação as características de sintaxe, o que se destaca na maioria dos videoclipes é o uso de cenas únicas e aos efeitos de edição digital, imagens desmaterializadas, intervenções abstratas e grande influência da linguagem corporal dos personagens e ritmo da música na elaboração de efeitos animados. Como aspectos negativos, temos a falta de exploração das características estilísticas, sendo que a única utilizada por alguns vídeos foi a gradação, mesmo essa muito relacionada à evolução do ritmo da música. O não uso da relação entre a letra da música e a imagem apresentada no video, não chega a ser considerado um aspecto negativo para este projeto, visto que ele foca na percepção do usuário somente no nível visceral do processamento cerebral. Já que a narração de uma história, entraria de acordo com Norman [2004], dentro no último nível de processamento, o reflexivo.

3. VIDEOCLIPES - KAROL CONKA Afim de compreender um pouco mais sobre o que a artista vem produzindo na área audiovisual, e de como a mesma relaciona imagem e som, bem como o que o público já conhece de seu trabalho, despertou a necessidade da análise de alguns videoclipes já lançados por Karol Conka nas mídias. Segue a análise de três videoclipes da cantora: 63


MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

Boa Noite - Karol Conka Brasil Gênero musical Rap / Hip Hop Principais características cromáticas Colorido porém sem experimentação de recursos de edição de imagem. Principais características morfológicas Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e personagens. Uso de variados movimentos de câmera. Principais características de sintaxe Planos rápidos com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos 26

definida. Principais características estilísticas Não possui. Principais características dramatúrgicas Muitos personagens dançando durante todo o vídeo. Efeitos de edição digital Apenas cortes sincronizados com o ritmo da música. Não possui efeitos especiais. Relação letra / vídeo Sim. Narrativa Não.

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

Gandaia - Karol Conka Brasil Gênero musical Rap / Hip Hop Principais características cromáticas Colorido porém sem experimentação de recursos de edição de imagem. Principais características morfológicas Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e personagens. Uso de variados movimentos de câmera. Principais características de sintaxe Planos rápidos com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos definida.

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Principais características estilísticas Não possui. Principais características dramatúrgicas Muitos personagens dançando durante todo o vídeo. Efeitos de edição digital Apenas cortes sincronizados com o ritmo da música. Não possui efeitos especiais.. Relação letra / vídeo Sim. Narrativa Não.

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

Toda Doida - Boss in Drama feat. Karol Conka Brasil Gênero musical Pop Principais características cromáticas Colorido porém sem experimentação de recursos de edição de imagem. Principais características morfológicas Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e personagens. Uso de variados movimentos de câmera. Principais características de sintaxe Planos rápidos com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos 28

definida. Principais características estilísticas Não possui. Principais características dramatúrgicas Muitos personagens dançando durante todo o vídeo. Efeitos de edição digital Apenas cortes sincronizados com o ritmo da música. Não possui efeitos especiais. Relação letra / vídeo Sim. Narrativa Não.

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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - ANÁLISE DE SIMILARES

3.1. Resultados Ao analisar os três videoclipes de Karol Conka, identificamos uma forte tendência de estilo, não possuindo grandes variações entre cada um. Todos os vídeos, retratam uma festa, onde o importante é sentir a música e dançar, possuindo forte ligação com as letras das músicas, porém não literalmente, e sim de forma mais subjetiva, não chegando a seguir uma narrativa ou roteiro definido. Quanto as características morfológicas, intercalam desde os planos mais fechados ao plano de conjunto, porém não possuem padrões na forma em que são apresentados e utilizam dos mais variados movimentos de câmera. Em relação as características de sintaxe o que se destaca é o uso de cenas variadas, divididas em vários planos e cortes rápidos, sem uma sequência definida, porém destacando-se em todos os videoclipes, devido à grande sincronia entre o ritmo das músicas. Como aspectos negativos, tendo em vista o objetivo deste projeto, temos a não utilização da linguagem do Design Audiovisual, já que nenhum dos videoclipes da cantora, utilizam interferências gráficas sobre os vídeos.

67



FA S E C R I AT I VA



MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR

TESTE

Esse teste foi elaborado com o objetivo de coletar respostas sinestésicas do público

COM

baseado e inspirado no processo criativo de Kandinsky.

consumidor, bem como possíveis caminhos para a etapa de experimentação,

PÚBLICO CONSU MIDOR

1. ETAPAS As etapas do teste focam na interação do participante com a música Mundo Loco, através do nível visceral da percepção, obtendo reações instintivas e automáticas do cérebro. Foram selecionados cinco participantes, dentre os oito já inclusos na etapa de

pesquisa, que num segundo questionário prévio, já haviam demonstrado interesse na realização desta atividade. O teste foi dividido em três etapas: associação cromática, associação imagética e expressão gráfica.

1.1. Etapa 1 - Associação cromática Nesta etapa, um trecho da música (referente a 15 segundos) foi dividido em cinco partes. Um circulo cromático foi colocado sobre uma mesa, com cinco alfinetes numerados de 1 a 5. A tarefa era que o participante, ao escutar determinda parte do trecho musical, colocasse o alfinete, com número correspondente, instantâneamente em uma cor, completando as cinco associações. O trecho selecionado, já com suas divisões, foi:

Embalados pelo aroma de “nag champa” Cada rua tem uma estampa Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia

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MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR

29 MATERIAIS PARA O TESTE DE ASSOCIAÇÃO CROMÁTICA

1.1.1. Resultados Após a compilação dos resultados obtidos na etapa de associação cromática (gráfico abaixo), podemos concluir que não houve um padrão significativo nas respostas, deixando clara a grande variação de cores e a ideia de que este tipo de estímulo é diferente para cada participante, porém podemos identificar que são cores saturadas, estas que possuem uma relação com sons fortes e graves, conforme teoria já apresentada. PARTICIPANTE 1

2

3

4

5

1

2

PARTE DA MÚSICA

3

4

5

1.2. Etapa 2 - Associação imagética Neste segundo momento, o mesmo trecho musical inicial (dividido em cinco partes na etapa anterior) foi utilizado como base, porém ao escutá-los o participante deveria escolher automaticamente entre duas imagens. 72


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR

Foram selecionadas previamente, dez imagens, e divididas em cinco duplas, cada uma referente a um dos sons que seriam escutados. O objetivo desta etapa, foi identificar se a percepção da música seguia por um caminho mais subjetivo ou não. Uma representava a letra da música de forma mais abstrata e a outra, de forma mais literal. As imagens selecionadas para cada som, foram: Embalados pelo aroma de “nag champa” 30

31

ABSTRATO

LITERAL

Cada rua tem uma estampa 32

33

ABSTRATO

LITERAL

Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança 34

35

ABSTRATO

LITERAL

73


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR

Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia 36

37

ABSTRATO

LITERAL

Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia 38

39

ABSTRATO

LITERAL

PARTICIPANTE MARCANDO UMA DAS 40

1.2.1. Resultados Nos resultados obtidos na segunda etapa, temos 76% das marcações em imagens que representavam o abstrato, destacando assim que ao escutar a letra da música, o participante não seguia uma narrativa literal ou racional.

1.3. Etapa 3 - Experimentação gráfica Na terceira e última etapa do teste, os participantes receberam uma folha de papel no formato A3 e alguns materiais de expressão criativa, como tintas, pincéis, canetas coloridas, entre outros. O objetivo desta etapa, foi o de captar visualmente 74

IMAGENS


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR

os estímulos sentidos pela música em cada participante. Ao escutar a música inteira (3’29”), cada um tinha esse tempo para imergir e se expressar da maneira que quisesse.

FIGURA 01 PARTICIPANTE REALIZANDO A

41

TERCEIRA ETAPA DO TESTE

1.3.1. Resultados Estes foram os resultados de expressão gráfica dos participantes:

RESULTADO DE EXPRESSÃO GRÁFICA 42

DO PARTICIPANTE 01

75


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR

RESULTADO DE EXPRESSÃO GRÁFICA 43

DO PARTICIPANTE 02

RESULTADO DE EXPRESSÃO GRÁFICA 44

76

DO PARTICIPANTE 03


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR

RESULTADO DE EXPRESSÃO GRÁFICA 45

DO PARTICIPANTE 04

RESULTADO DE EXPRESSÃO GRÁFICA 46

DO PARTICIPANTE 05

77


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR

Ao observar o desenvolvimento desta etapa, bem como as experimentações finais de cada participante, temos resultados muito satisfatórios para o desenvolvimento do projeto. Durante a introdução da música, onde não há letra e o ritmo da música é mais lento, a maioria dos participantes utilizaram a cor preta para construir traços contínuos ou mais uniformes. Na entrada da letra e mudança do ritmo, eles automaticamente mudaram de cor e composição na folha, e se expressam em uma velocidade mais rápida, com movimentos repetidos e não uniformes; o mesmo foi se repetindo para cada troca perceptível de instrumento e melodia, criando assim, alguns grupos de cores, formas e gestos. Podemos também destacar o fato dos participantes não preencherem todos os espaços da folha, deixando várias áreas de respiro. Além disso, os participantes não sentiram a necessidade de se expressar textualmente ou desenhar formas figurativas, fato este que concorda com o resultado da segunda etapa, onde os mesmos participantes fizeram associações mais abstratas. Nos cabe neste momento, juntando estes resultados com uma análise da música, definir caminhos para a etapa de experimentação.

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MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - ANÁLISE DO OBJETO

ANÁLISE

1. ANÁLISE

DO

Segundo estudos Gonzales [2003], podemos analisar um texto em sua dimensão

OBJETO

semântica³, através de figuras de linguagem, como: Paradoxo: união de ideias contraditórias, aparentemente absurdas. Antítese: uso de termos de sentidos opostos.

³ Apresentada no sub-capítulo 2.1. da Fundamentação Teórica.

Sinestesia: qualidade de um sentido sensorial atribuido a outro. Comparação: paralelo estabelecido entre dois termos com o uso de um conectivo. Metáfora: produz comparações através da relação de semelhança entre elementos. Hipérbole: consiste em passar um ideia de forma exagerada do real. Personificação: atribuição de sentimentos e ações humanas a animais ou objetos inanimados. Eufemismo: usada para suavisar um contexto. Os trechos em que as figuras de linguagem aparecem descritas na música, foram destacados a seguir, seguindo a legenda de cores como apoio:

LEGENDA

Vou te contar venho de um mundo loco

PARADOXO

Onde é permitido ser o que quiser

ANTÍTESE

Cada dia um estouro, sem mau agouro

SINESTESIA

Vou até onde eu puder

COMPARAÇÃO

O céu é roxo a grama é azul

METÁFORA

Os pássaros cantam Erykah Badu

HIPÉRBOLE

Quando a noite chega tudo em volta brilha

PERSONIFICAÇÃO

Tem uma passagem para Istambul

EUFEMISMO

Árvores ficam florescentes Batucadas dominam mentes quem entra na roda sente Fica a vontade se apega a essência e às cores se rende 79


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - ANÁLISE DO OBJETO

Isso é frequente nesse lugar ninguém é diferente

LEGENDA

O riso é fluente uma população contente

PARADOXO

Cheia de disposição pra pegar no batente

ANTÍTESE

Embalados pelo aroma de nag champa

SINESTESIA

Cada rua tem uma estampa

COMPARAÇÃO

Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança

METÁFORA

Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia

HIPÉRBOLE

Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia

PERSONIFICAÇÃO

Nasci em outro lugar, nananananana

EUFEMISMO

Melodias ao vento convidando pra dançar No meu lugar eu vou morar, no meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar Deitar e brisar Esperei o dia aparecer uma água de coco pra beber Vi a paisagem florescer, dá gosto de viver Cada um com seu jeito de ser, mamãe natureza tem poder Tá fácil de perceber, festa ao entardecer Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã Descanso no divã Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã Pra colher no amanhã de manhã Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã Descanso no divã Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã Pra colher no amanhã de manhã Nasci em outro lugar, nananananana Melodias ao vento convidando pra dançar No meu lugar eu vou morar, no meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar Deitar e brisar 80


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - ANÁLISE DO OBJETO

1.1. RESULTADO Ao analisar a música Mundo Loco através das figuras de linguagem, identificamos uma quantidade destacável de sinestesia. Porém visto que a Sinestesia, já é um dos temas estudados e propostos neste projeto, essa análise só nos faz defender a escolha da música. Sentindo a necessidade de um tema central para a produção de conteúdo do videoclipe, foi realizada uma retomada dos resultados de todas as etapas, afim de encontrar um conceito em comum, que pudesse unir o vídeo à experimentação gráfica. Assim surgiu o tema “dança”, já destacado por Karol Conka, ao descrever a canção Mundo Loco como um “convite para dançar”, onde também aparece como área de interesses na maioria dos resultados da pesquisa com o consumidor, bem como na análise tanto dos videoclipes similares, quanto nos já produzidos pela cantora. “A DANÇA É UM REGISTRO DE VIDA, DE FORÇA E DE EXPRESSÃO - ESTAR NO MUNDO.” [VIANNA, 2005]

Concluindo, nos resta agora trazer este conceito já trabalhado por Karol Conka em suas músicas e clipes, para a realidade e objetivo deste projeto.

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MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO

Esta etapa tem por objetivo, desenvolver estilos gráficos e experimentar novas ferramentas visuais para a execução do videoclipe Mundo Loco.

EXPERI

1. INSPIRAÇÃO

M E N TA

A experimentação segue inspiração no trabalho já desenvolvido por dois

ÇÃO

profissionais, cujo os nomes surgiram no projeto durante a pesquisa com o público consumidor. O primeiro é Ruffmercy, diretor e animador inglês, que produz especialmente vidioclipes de artistas voltados aos gêneros rap e hiphop. Desenvolvendo projetos para a MTV no começo de sua carreira, Ruffmercy foi desenvolvendo uma estética muito particular em seus videos, graças à sua habilidade de desmaterializar e deformar cenas, bem como a enorme quantidade de elementos e formas animadas sincronizadas com o ritmo das músicas. [Director Notes, 2014]

47

48

49

50

ALGUNS DOS TRABALHOS DO DIRETOR E ANIMADOR, RUFFMERCY

A segunda inspiração, é no designer gráfico e artista plástico curitibano André Mendes, que explora um lado não convencional da arte contemporênea, através do conceito de deconstrução. André mostra em suas obras de diferentes formatos e materiais, ideias baseadas nas possibilidades e tentativas de um artista. Fortemente ligado ao movimento street art, é conhecido por seus grandes murais, coloridos e cheios de formas abstratas, espalhados na cidade de Curitiba.

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MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO

51

52

Obras do artista plástico e designer André Mendes.

2. ESTUDOS Os estudos dessa etapa, visam definir o melhor caminho visual para atingir o objetivo deste projeto. Afim de facilitar a compreensão de quais experimentos foram realizados e escolhidos, dividiu-se o conteúdo através dos subtópicos:

2.1. Conteúdo filmado CORES ESTUDO 01

ESTUDO 02

Cenas coloridas

Cenas em preto e branco

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83


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO

ESCOLHA Optou-se pelo ESTUDO 2, por criar melhor unidade visual das cenas, além disso, para destacar e facilitar a percepção do conteúdo gráfico da pós produção.

ESTILO DE CENA ESTUDO 01

ESTUDO 02

Danças coreografadas

Danças espontâneas

(espetáculos e festivais)

(gestos, performances de rua e festas)

61

62

65

66

63

64

67

68

ESCOLHA Foi definido o ESTUDO 2, como estilos das cenas a serem produzidas, por melhor representar o conteúdo que Karol Conka já apresenta em seus videoclipes.

2.2. Formas

84

ESTUDO 01

ESTUDO 02

Formas vetoriais

Formas gestuais

(traço uniforme)

(traço não uniforme)


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO

ESCOLHA O Estudo 2, também foi definido como o ideal para este tópico, visto que melhor representa o conceito de movimento livre e natural da dança, ao ser explorado com formas feitas a mão.

2.3. Cores ESTUDO 01

ESTUDO 02

Mais saturadas

Menos saturadas

85


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO

ESCOLHA Em relação ao padrão cromático, optou-se pelo ESTUDO 01, já que cores saturadas segundo Kawasaki (2006) representam som mais fortes e graves, características estas já identificadas pelo teste com o público consumidor neste projeto. Porém, não foi definida uma paleta de cores específica a ser seguida, ficando apenas como critério de escolha, o nível de saturação das cores.

2.4. Descontrução da imagem ESTUDO 01

ESTUDO 02

Imagens fragmentadas

Imagens deformadas

69

70

ESCOLHA Foi definido o ESTUDO 01, por contrastar com o padrão gestual das formas, criando uma maior distinção entre o conteúdo que é animado e o filmado. Este efeito tem por objetivo destacar pequenos sons dentro da música 86


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO

2.5. Máscaras de recorte ESTUDO 01

ESTUDO 02

Partes da imagem (silhuetas)

Formas

71

72

ESCOLHA O ESTUDO 02 foi definido como uso prioritário na maioria das cenas, já que nos testes de experimentação gráfica, os resultados mostram que os participantes sentem a necessidade de áreas em branco. Porém, ao analisar o ESTUDO 01, identificamos um momento de destaque para determinada ação do vídeo, recurso este interessante para pequenos momentos com ritmos distintos na música, por exemplo, partes só instrumentais ou refrões.

3. CONCLUSÃO Concluimos que mesmo em um projeto experimental, é necessário que se estabeleça alguns caminhos a serem seguidos durante a etapa de produção do conteúdo. E também, que após estudos e difinição de cada tipo de elemento presente no videoclipe, podemos compreender melhor qual será seu estilo gráfico e assim, ter uma pequena prévia do objeto final. 87


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO

Foram criadas algumas imagens para ilustrar como ficará a junção destes caminhos em uma única tela.

CENAS PARA PARTES COM LETRA NA MÚSICA (EXCETO REFRÕES)

73

AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS SÃO AS IMAGENS RECORTADAS EM FORMAS

74

75

88


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO

CENAS PARA PARTES INSTRUMENTAIS DA MÚSICA E REFRÕES

76

SEM ÁREAS DE RESPIRO, USO DE DISTORÇÕES E PARTES DA IMAGEM RECORTADAS E SOBREPOSTAS

77

78

89


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - MATERIAIS E TECNOLOGIAS

O objetivo desta etapa, é especificar os principais equipamentos e softwares que serão utilizados durante a produção e pós-produção deste projeto.

M AT E

1. EQUIPAMENTOS

RIAIS

1.1. Câmera e filmadora digital

E

Para a captação de imagens se optou pela utilização de uma câmera Canon,

TECNO

modelo EOS Rebel T3i, com lente objetiva de 50mm e abertura f/1.8. O equipamento permite captação de vídeos no formato full hd (1920x1080px de resolução) em 30 quadros por segundo ou hd (1280x720px de resolução) em 60 quadros por

LOGIAS

segundo. Por ser um modelo leve e compacto, esta câmera facilita na captação de movimentos e deslocamento para variados ambientes, como festas por exemplo. Com a grande abertura da objetiva escolhida, podemos captar em lugares com pouca luminosidade, além de explorar uma maior gama de distâncias focais para destacar elementos em cena. 79

CÂMERA CANON EOS REBEL T3i COM LENTE 50MM F/1.8

1.2. Estúdio Chroma Key 4

O efeito Chroma Key,

Um estúdio Chroma Key , com 2,2m x 6m, foi criado para auxiliar na captação de

consiste em identificar

algumas imagens onde será preciso excluir o fundo, trabalhando com elementos

determinada cor

em segundo plano. Para iluminação destas cenas, será utilizado também um

capturada pela câmera

conjunto de dois iluminadores halógenos, modelo Vídeo Light 100C, com lâmpadas

coo “transparente”. Muito

4

palito de 1000W de potência e telas difusoras.

utilizado em gravações de estúdio, através de um fundo da cor azul ou verde. (Conter e Klipp, 2007)

90


MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - MATERIAIS E TECNOLOGIAS

FUNDO CHROMA KEY COM ILUMINAÇÃO HALÓGENA

80

2. SOFTWARES Três sofwares da marca Adobe foram definidos para a construção do videoclipe: Photoshop, Premiere e After Effects. O primeiro para a construção dos elementos gráficos, o segundo para cortar e editar conteúdo filmado e o terceiro, para a construção das cenas, animações, efeitos especiais e renderização final.

91



FA S E EXECUTIVA



MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRÉ-PRODUÇÃO

PRÉ-PRO

1. DECUPAGEM DA MÚSICA

DUÇÃO

Como forma de auxílio na captação do conteúdo filmado, foi realizada uma decupagem da música Mundo Loco, determinando a quantidade exata de cenas necessárias para a produção do objeto final. A letra foi dividida de acordo com rimas e pausas de respiro, resultando na seguinte estrutura:

INÍCIO DA CENA INSTRUMENTAL

REFERÊNCIA COM A LETRA DA MÚSICA

00:00:00

INTRODUÇÃO

00:14:53

Vou te contar venho de um mundo loco

00:16:47

Onde é permitido ser o que quiser

00:18:33

Cada dia um estouro,

00:20:19

Sem mau agouro Vou até onde eu puder

00:22:23

O céu é roxo a grama é azul

00:24:21

Os pássaros cantam Erykah Badu

00:26:09

Quando a noite chega tudo em volta brilha Tem uma passagem para Istambul

00:29:58

Árvores ficam florescentes

00:31:52

Batucadas dominam mentes

00:33:50

Quem entra na roda sente Fica a vontade se apega a essência e às cores se rende

00:37:57

Isso é frequente nesse lugar ninguém é diferente O riso é fluente 95


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRÉ-PRODUÇÃO

00:41:54

Uma população contente Cheia de disposição pra pegar no batente

00:46:07

Embalados pelo aroma de nag champa

00:48:49

Cada rua tem uma estampa

00:50:57

Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança

00:54:00

Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia

00:57:46

Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia

01:01:33

Nasci em outro lugar, nananananana

01:05:31

Melodias ao vento convidando pra dançar

01:09:09

No meu lugar eu vou morar,

01:10:58

No meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar

REFRÃO 01:18:52

Deitar e brisar

01:23:30

Brisar

01:26:30

No meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar

96

01:31:35

Esperei o dia aparecer

01:33:32

Uma água de coco pra beber

01:35:28

Vi a paisagem florescer,

01:37:08

Dá gosto de viver

01:39:08

Cada um com seu jeito de ser,

01:40:57

Mamãe natureza tem poder


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRÉ-PRODUÇÃO

01:42:52

Tá fácil de perceber,

01:44:50

Festa ao entardecer

01:47:15

Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã Descanso no divã

01:55:10

Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã Pra colher no amanhã de manhã

02:02:32

Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã Descanso no divã

02:10:13

Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã Pra colher no amanhã de manhã

02:17:51

Nasci em outro lugar, nananananana

02:21:38

Melodias ao vento convidando pra dançar

02:25:07

No meu lugar eu vou morar,

02:26:53

No meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar

REFRÃO 02:34:57

Deitar e brisar

02:39:09

Brisar

02:42:20

No meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar

INSTRUMENTAL

02:50:05

ENCERRAMENTO

FINAL

03:21:07

Brisar

97


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRÉ-PRODUÇÃO

Ao realizar a decupagem, foram totalizadas 46 cenas, sendo 29 cenas para partes com letra de música (exceto refrões) e 17 cenas para partes instrumentais e refrões. Esta divisão, em dois tipos de cena, surgiu na etapa de Experimentação do projeto, com o objetivo de quebrar uma possível monotomia no ritmo do vídeo, criando um contraste visual entre algumas cenas.

2. LOCAÇÕES PARA FILMAGEM Com o objetivo de captar cenas de dança, em específico performances, danças de rua, gestos e festas, alguns lugares foram listados por possuírem ligação direta com o tema ou por terem um espaço interessante para a filmagem. Alguns dos lugares listados previamente foram: Museu Oscar Niemeyer (Curitiba): Além de museu é lugar de ensaio de alguns grupos de dança. Casa Hoffmann (Curitiba): Sede do Centro dos Estudos do Movimento. Paradis Club (Curitiba): Casa noturna. Shopping Itália (Curitiba): Ponto de encontro de “bboys”, dançarinos da breakdance, um estilo de dança de rua, que faz parte da cultura hip-hop. Rua São Francisco (Curitiba): Lugar de forte destaque na cena jovem, alternativa e artística da cidade. Largo da Ordem (Curitiba): Centro histórico da cidade. Praça 29 de Março (Curitiba): A praça foi projetada pelo arquiteto Jaime Lermer e reúne obras de Poty Lazzarotto, como outras sobre o folclore do estado do Paraná. Estúdio Chroma Key: Montado especificamente para este projeto com o objetivo de auxiliar na captação de algumas cenas. Mesmo definindo locais fixos de locação para as filmagens, não foi excluída a possibilidade de utilização de outros lugares, visto que momentos interessantes ao projeto poderiam surgir durante a fase de produção das cenas.

98


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO

PRO

1. CENAS

DUÇÃO

As cenas foram coletadas de acordo com os locais pré-definidos anteriormente. Como foi definida a necessidade de captação de 46 cenas, foram filmadas várias em uma mesma locação, afim gerar conteúdo suficiente para o cumprimento de toda a decupagem realizada. Buscou-se uma diversidade não só entre os tipos de cena, mas também entre os estilos de ações dos personagens filmados. Segue informações sobre a captação em cada locação:

RUA SÃO FRANCISCO

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Na Rua São Francisco, foram realizadas cenas de festas diurnas e performances de dança contemporânea. Buscou-se a variação de planos, utilizando os planos: médio, americano e close-up.

MUSEU OSCAR NIEMEYER

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MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO

No Museu Oscar Niemeyer, foram filmadas cenas de ensaios de grupos de street dance e performances de dança contemporânea, utilizando os planos: de conjunto, médio e close-up.

PARADIS CLUB

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Na Paradis Club, foram captadas cenas de festa, utilizando os planos: primeiro, americano e close-up.

LARGO DA ORDEM

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No Largo da Ordem foram filmadas cenas de performances de dança contemporânea e capoeira. Para esta locação foram utilizados os planos: primeiro, americano e close-up.

CASA HOFFMANN

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Na Casa Hoffmann, foram captadas cenas de estudos de contato e improvisação, utilizando os planos: primeiro e americano. 100

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MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO

PRAÇA 29 DE MARÇO

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Na Praça 29 de Março, foram filmadas performances de street dance e alguns movimentos de dança afro. Utilizou-se para estas cenas, somente o plano médio.

SHOPPING ITÁLIA

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No Shopping Itália foram registradas cenas de breakdance, utilizando os planos: primeiro e close-up.

ESTÚDIO CHROMA KEY No estúdio Chroma Key, foram captados vídeos de gestos em fundo verde no plano close-up, porém sem o objetivo de criar cenas, e sim o de utilizá-los como elementos de destaque para algumas cenas do videoclipe. 113

114

101


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO

OUTRAS LOCAÇÕES

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Outros locais foram utilizados para algumas cenas por apresentarem um evento que surgiu durante o processo de produção, como é o caso da Praça Santos Andrade, onde foi captada a cena de um show de rap. Também foram realizadas cenas em locais que apresentavam uma estética interessante ao projeto, como uma janela de um quarto, o Paço Municipal de Curitiba e o Centro Cultural São Paulo. Para todas estas cenas, foram captadas performances de danças variadas, utilizando os planos: de conjunto, médio e primeiro.

2. ELEMENTOS GRÁFICOS Os elementos gráficos têm o objetivo de fazer a articulação entre a imagem e o som, representando o ritmo e as batidas da música. Para esta etapa, foi construída uma variedade de elementos de acordo com os estudos gráficos, pré-definidos na fase de experimentação deste documento. Estes elementos formam 3 grupos:

2.1. Formas estáticas Foram criadas um total de 42 formas estáticas, em uma diversidade de cores e posicionamentos na composição. Cada elemento foi construído em um arquivo de formato 1280x720px.

102


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO

103


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO

120

CONJUNTO DE FORMAS ESTÁTICAS

2.2. Formas animadas (traço) Foram construídas 7 formas diferentes em documento de formato 900x900px, resultando em mais 10 opções cromáticas cada, totalizando 70 formas. VARIÁVEL CROMÁTICA

FORMA 01

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MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO

VARIÁVEL CROMÁTICA

FORMA 02

FORMA 03

FORMA 04

FORMA 05

FORMA 06

FORMA 07

Estas formas foram animadas frame a frame, seguindo como base seu próprio traço, porém ao completarem seus desenhos praticam o movimento reverso, afim de impedir um corte seco na animação, tornando as finalizações de seus movimentos mais suaves. Segue exemplo dos frames de uma forma de traço animada: 105


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO

EXEMPLO DE ANIMAÇÃO DE FORMA DE TRAÇO

2.3. Formas animadas (preenchimento) Para este grupo, foram desenhadas 5 formas variadas em documento de formato 900x500px, resultando em mais 10 opções cromáticas cada, totalizando 50 formas.

VARIÁVEL CROMÁTICA

FORMA 01

FORMA 02

FORMA 03

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MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO

VARIÁVEL CROMÁTICA

FORMA 04

FORMA 05

Estas formas também foram animadas frame a frame, porém diferente das animadas através do desenho do traço, estas foram animadas de acordo com sua área de preenchimento, tendo seu desenho final o último frame da animação, finalizando com um corte seco. Segue exemplo dos frames de uma forma de preenchimento animada:

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EXEMPLO DE ANIMAÇÃO DE FORMA DE PREENCHIMENTO

107


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

1. EDIÇÃO DE CENAS

PÓS-PRO

Nesta etapa, as cenas coletadas na fase de produção, foram selecionadas,

DUÇÃO

cortadas e encaixadas na música decupada anteriormente, afim de montar um vídeo contínuo facilitando a inserção dos elementos gráficos. Algumas destas cenas, também receberam uma mascára de recorte para as diferenciar de outras, conforme definido na etapa de experimentação deste documento. Segue estrutura de cenas definida para o videoclipe:

CENA 01 122

Tipo de cena: Introdução Início da cena: 00:00:00 Descrição: Mãos fazendo alguns gestos Locação: Paradis Club Letra da música: Instrumental

CENA 02 123

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:14:53 Descrição: Pessoa dançando em frente a um grafite Locação: Rua São Francisco Letra da música: Vou te contar venho de um mundo loco

CENA 03 124

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:16:47 Descrição: Pessoa dançando no meio de um grupo Locação: Rua São Francisco Letra da música: Onde é permitido ser o que quiser

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MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

CENA 04 125

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:18:33 Descrição: Grupo de pessoas dançando Locação: Museu Oscar Niemeyer Letra da música: Cada dia um estouro,

CENA 05 126

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:20:19 Descrição: Par fazendo movimentos Locação: Casa Hoffmann Letra da música: Sem mau agouro / Vou até onde eu puder

CENA 06 127

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:22:23 Descrição: Pessoa fazendo passos de dança no chão Locação: Shopping Itália Letra da música: O céu é roxo a grama é azul

CENA 07 128

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:24:21 Descrição: Mãos fazendo alguns gestos Locação: Grupo de pessoas em um show Letra da música: Os pássaros cantam Erykah Badu

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MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

CENA 08 129

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:26:09 Descrição: Trio fazendo passos de dança Locação: Praça 29 de Março Letra da música: Quando a noite chega tudo em volta brilha Tem uma passagem para Istambul

CENA 09 130

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:29:58 Descrição: Performance de dupla em uma parede Locação: Praça 29 de Março Letra da música: Árvores ficam florescentes

CENA 10 131

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:31:52 Descrição: Pessoa dançando em festa Locação: Rua São Francisco Letra da música: Batucadas dominam mentes

CENA 11 132

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:33:50 Descrição: Pessoa dançando no meio de um grupo Locação: Shopping Itália Letra da música: Quem entra na roda sente Fica a vontade se apega a essência e às cores se rende

110


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

CENA 12 133

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:37:57 Descrição: Grupo de pessoas dançando Locação: Museu Oscar Niemeyer Letra da música: Isso é frequente nesse lugar ninguém é diferente O riso é fluente

CENA 13 134

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:41:54 Descrição: Pessoa fazendo movimento de ponta cabeça Locação: Shopping Itália Letra da música: Uma população contente Cheia de disposição pra pegar no batente

CENA 14 135

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:46:07 Descrição: Pessoas dançando em grupo Locação: Museu Oscar Niemeyer Letra da música: Embalados pelo aroma de nag champa

CENA 15 136

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:48:49 Descrição: Pessoa dançando na rua Locação: Rua São Francisco Letra da música: Cada rua tem uma estampa 111


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

CENA 16 137

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:50:57 Descrição: Pessoa fazendo giros no chão Locação: Shopping Itália Letra da música: Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança

CENA 17 138

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:54:00 Descrição: Pessoa dançando em festa Locação: Paradis Club Letra da música: Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia

CENA 18 139

Tipo de cena: Letra Início da cena: 00:57:46 Descrição: Reflexo de pessoas dançando Locação: Museu Oscar Niemeyer Letra da música: Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia

CENA 19 140

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 01:01:33 Descrição: Pessoa fazendo passos de dança Locação: Shopping Itália Letra da música: Nasci em outro lugar, nananananana

112


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

CENA 20 141

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 01:05:31 Descrição: Grupo de pessoas fazendo movimentos Locação: Casa Hoffmann Letra da música: Melodias ao vento convidando pra dançar

CENA 21 142

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 01:09:09 Descrição: Pessoa fazendo movimento de ponta cabeça Locação: Shopping Itália Letra da música: No meu lugar eu vou morar

CENA 22 143

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 01:10:58 Descrição: Pessoa dançando em uma praça Locação: Praça 29 de Março Letra da música: No meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar

CENA 23 144

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 01:18:52 Descrição: Pessoa fazendo movimentos sentada em uma escada Locação: Largo da Ordem Letra da música: Deitar e brisar 113


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

CENA 24 145

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 01:23:30 Descrição: Detalhe de movimentos de pés em festa Locação: Paradis Club Letra da música: Brisar

CENA 25 146

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 01:26:30 Descrição: Pessoa dançando no meio de um grupo Locação: Shopping Itália Letra da música: No meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar

CENA 26 147

Tipo de cena: Letra Início da cena: 01:31:35 Descrição: Pessoa fazendo um giro em frente a uma janela Locação: Paço Municipal de Curitiba Letra da música: Esperei o dia aparecer

CENA 27 148

Tipo de cena: Letra Início da cena: 01:33:32 Descrição: Pessoa fazendo movimento com os braços Locação: Shopping Itália Letra da música: Uma água de coco pra beber

114


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

CENA 28 149

Tipo de cena: Letra Início da cena: 01:35:28 Descrição: Dupla fazendo movimento com os braços Locação: Casa Hoffmann Letra da música: Vi a paisagem florescer

CENA 29 150

Tipo de cena: Letra Início da cena: 01:37:08 Descrição: Pessoa girando Locação: Centro Cultural São Paulo Letra da música: Dá gosto de viver

CENA 30 151

Tipo de cena: Letra Início da cena: 01:39:08 Descrição: Contra-luz de trio dançando Locação: Museu Oscar Niemeyer Letra da música: Cada um com seu jeito de ser

CENA 31 152

Tipo de cena: Letra Início da cena: 01:40:57 Descrição: Detalhe de pés em movimento no chão Locação: Largo da Ordem Letra da música: Mamãe natureza tem poder

115


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

CENA 32 153

Tipo de cena: Letra Início da cena: 01:42:52 Descrição: Grupo fazendo passos de dança Locação: Centro Cultural São Paulo Letra da música: Tá fácil de perceber

CENA 33 154

Tipo de cena: Letra Início da cena: 01:44:50 Descrição: Pessoa fazendo movimentos no chão Locação: Shopping Itália Letra da música: Festa ao entardecer

CENA 34 155

Tipo de cena: Letra Início da cena: 01:47:15 Descrição: Mãos fazendo alguns gestos Locação: Largo da Ordem Letra da música: Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã Descanso no divã

CENA 35 156

Tipo de cena: Letra Início da cena: 01:55:10 Descrição: Dupla fazendo alguns movimentos Locação: Praça 29 de Março Letra da música: Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã Pra colher no amanhã de manhã

116


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

CENA 36 157

Tipo de cena: Letra Início da cena: 02:02:32 Descrição: Pessoa contra-luz fazendo movimentos Locação: Janela de um quarto Letra da música: Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã Descanso no divã

CENA 37 158

Tipo de cena: Letra Início da cena: 02:10:13 Descrição: Pessoa dançando dentro de uma gaiola em festa Locação: Paradis Club Letra da música: Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã Pra colher no amanhã de manhã

CENA 38 159

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 02:17:51 Descrição: Grupo de pessoas dançando Locação: Museu Oscar Niemeyer Letra da música: Nasci em outro lugar, nananananana

CENA 39 160

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 02:21:38 Descrição: Detalhe dos pés de pessoa dançando na rua Locação: Rua São Francisco Letra da música: Melodias ao vento convidando pra dançar 117


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

CENA 40 161

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 02:25:07 Descrição: Pessoa pulando Locação: Shopping Itália Letra da música: No meu lugar eu vou morar

CENA 41 162

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 02:26:53 Descrição: Pessoa dançando em frente a um muro Locação: Praça 29 de Março Letra da música: No meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar

CENA 42 163

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 02:34:57 Descrição: Pessoa fazendo movimentos em frente a paredes de vidro Locação: Largo da Ordem Letra da música: Deitar e brisar

CENA 43 164

Tipo de cena: Letra - Refrão Início da cena: 02:39:09 Descrição: Pessoa dançando em uma festa Locação: Paradis Club Letra da música: Brisar

118


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

Tipo de cena: Letra - Refrão

CENA 44 165

Início da cena: 02:42:20 Descrição: Pessoa girando de ponta cabeça Locação: Shopping Itália Letra da música: No meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar

Tipo de cena: Encerramento

CENA 45 166

Início da cena: 02:50:05 Descrição: Pessoa dançando em uma praça Locação: Praça 29 de Março Letra da música: Instrumental

Tipo de cena: Final

CENA 46 167

Início da cena: 03:21:07 Descrição: Cor preta Locação: Sem locação Letra da música: Brisar

2. TRATAMENTO DE IMAGEM Após a montagem de toda base do videoclipe, as cenas passaram por uma etapa de tratamento de imagem, que teve por objetivo a criação de uma unidade visual entre as cenas, visto que estas haviam sido coletadas em locais distintos. Para isso, utilizou-se de ferramentas presentes no programa de edição de vídeos Adobe Premiere. 119


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

Primeiramente foram retirados os níveis de saturação em todas as cenas, deixandoas em preto e branco, conforme estudos definidos na etapa de experimentação deste documento. Em seguida, foram ajustados os níveis de contraste, deixandoos com 20%, reforçando a iluminação e definindo melhor os contornos. Seguem exemplos dos resultados de algumas cenas com o tratamento:

168

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3. ESTRUTURA DO VIDEOCLIPE Esta etapa, tem por objetivo definir toda a estrutura do objeto final, estipulando parâmetros para a combinação da base do videoclipe já editada, com as interferências gráficas.

3.1. Grupos de efeitos sonoros Após análise da música Mundo Loco, destacaram-se 4 grupos de efeitos de som:

GRUPO 01 O primeiro grupo consiste-se em um conjunto de 4 batidas instrumentais que se repetem durante todas as cenas com letra (mesmo refrões) e cena de encerramento. Cada conjunto dura 34 frames, sendo que as 3 primeiras batidas possuem 8 frames cada e a última 10 frames, e possuem um intervalo entre cada conjunto de 11 frames, como no exemplo a seguir: 120


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

GRUPO 01 BATIDA 01

8 frames

BATIDA 02

BATIDA 03

8 frames 8 frames

GRUPO 01 BATIDA 04

INTER VALO

BATIDA 01

11 frames

11 frames

8 frames

BATIDA 02

BATIDA 03

8 frames 8 frames

BATIDA 04

11 frames

GRUPO 02 O segundo grupo, é formado por sons isolados, não formando um conjunto, que se repetem durante todas as cenas com letra (inclusive refrões) e cena de encerramento. É composto por uma batida trêmula e frenética que dura um total de 55 frames. Estes sons surgem sempre após 7 repetições do GRUPO 01, como no exemplo:

GRUPO 02

GRUPO 01

GRUPO 01

GRUPO 01

GRUPO 01

GRUPO 01

GRUPO 01

GRUPO 01

GRUPO 02

55 frames 55 frames 55 frames 55 frames 55 frames 55 frames 55 frames 55 frames 55 frames

GRUPO 03 O terceiro grupo, é formado por sons isolados que se repetem durante todas as cenas com letra (inclusive refrões) a cada 42 frames, tendo uma duração de 20 frames. Este conjunto aparece na música de forma pararela aos dois primeiros grupos, criando uma sobreposição de sons, como no exemplo abaixo: 20 frames

20 frames

GRUPO 03

GRUPO 03

INTERVALO

INTERVALO

GRUPO 01

INTER VALO

GRUPO 01

55 frames

11 frames

55 frames

121


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

GRUPO 04 O quarto grupo representa um conjunto de 3 pequenos efeitos de back vocal, que se repetem 2 vezes, uma durante a cena 34 e outra durante a cena 36. Cada um destes efeitos dura 15 frames e possuem um intervalo entre eles de 6 frames, totalizando para o conjunto 57 frames. conforme exemplo:

INTERVALO

15 frames

15 frames

15 frames

EFEITO O1

EFEITO O2

EFEITO O3

15 frames

15 frames

15 frames

EFEITO O1

EFEITO O2

EFEITO O3

CENA 34

INTERVALO

CENA 36

3.2. Parâmetros de Montagem Esta etapa tem por objetivo, estabelecer parâmetros e regras para a união da imagem e elementos gráficos, com os efeitos de som já definidos na etapa anterior. Para facilitar o desenvolvimento da montagem e a compreensão deste documento, foram analisados cada tipo de cena separadamente.

3.2.1. Introdução Na cena introdutória, definiu-se que não seriam utilizados nenhum tipo de interferência gráfica, visto que esta não possui efeitos sonoros de destaque, e foi interpretada pelos participantes dos testes com público consumidor (consultar o item 1.3.1 da Fase Criativa deste documento), como uma cena sem fortes expressões gráficas.

122


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

3.2.2. Cenas com letra Para estas cenas, foram utilizados todos os 4 grupos de efeitos sonoros como base para a inserção de elementos.

GRUPO 01

No primeiro grupo foram definidas formas animadas (traço) para representarem as batidas de número 01, formas estáticas para representarem as batidas de número 02, cores sólidas por trás das máscaras de recorte para representarem as batidas de número 03, e cores sólidas na frente das máscaras de recorte para representarem as batidas de número 04 (tendo estas últimas, a regra de utilização obrigatória a ferramenta de Blend Mode, com os efeitos de overlay ou multiply).

BATIDA 01

BATIDA 02

BATIDA 03

BATIDA 04

FORMA ANIMADA (TRAÇO)

FORMA ESTÁTICA

COR ATRÁS

COR NA FRENTE

8 frames

8 frames

8 frames

11 frames

Exemplo:

01

172

02

174

03

173

175

04 123


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

GRUPO 02

No segundo grupo, foram definidas cores sólidas para representarem os sons. Estas cores aparecem 5 vezes em cada efeito de som deste grupo, sendo que para última aparição foi definido como regra, o uso da ferramenta de Blend Monde, difference. 8 frames

8 frames

8 frames

8 frames

COR

COR

COR

COR

28 frames COR EM DIFFERENCE

GRUPO 02

55 frames Exemplo: CENA

COR

176

GRUPO 03

CENA

177

COR EM DIFFERENCE

178

179

No terceiro grupo, utilizou-se formas animadas (preenchimento) para representar os efeitos de som, podendo estas formas, aparecerem atrás ou em frente as máscaras de recorte. 20 frames FORMAS ANIMADAS (PREENCHIMENTO) GRUPO 03

Exemplo:

180

124

181

182

183


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

GRUPO 04

No quarto grupo, utilizou-se de recortes de cenas filmadas em estúdio chroma key, para representar os efeitos de back vocal das cenas 64 e 66. 15 frames

15 frames

15 frames

RECORTE O1

RECORTE O2

RECORTE O3

EFEITO O1

EFEITO O2

EFEITO O3

Exemplo: 01

02

184

03

185

186

3.2.3. Cenas com letra (Refrões) Para estas cenas, foram utilizados os grupos 01 e 02 de efeitos sonoros como base para a inserção de elementos. GRUPO 01

No primeiro grupo foram definidas formas animadas (traço) para representarem as batidas de número 01, silhuetas em cores sólidas (de personagens ou pontos de destaque nas cenas) para representarem as batidas de número 02, formas animadas (traço) para representarem as batidas de número 03, e fragmentos geométricos (conforme estudos de desconstrução da imagem, na fase de experimentação deste documento) para representarem as batidas de número 04.

125


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

BATIDA 01

BATIDA 02

BATIDA 03

BATIDA 04

FORMA ANIMADA (TRAÇO)

SILHUETA

FORMA ANIMADA (TRAÇO)

FRAGMENTO

8 frames

5 frames

8 frames

11 frames

Exemplo:

187

01

188

02

189

03

GRUPO 02

190

04

No segundo grupo, foram definidos sólidos brancos como representação dos sons. Os sólidos aparecem 5 vezes em cada efeito de som deste grupo e preenchem toda área do vídeo. 8 frames

8 frames

8 frames

8 frames

BRANCO

BRANCO

BRANCO

BRANCO

GRUPO 02

55 frames

126

28 frames BRANCO


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

3.2.4. Cena de encerramento Para esta cena, foram utilizados os grupos 01 e 02 de efeitos sonoros como base para a inserção de elementos. GRUPO 01

No primeiro grupo foram definidas formas estáticas para representarem as batidas de número 01, 02 e 03; recortes de cenas filmadas em estúdio chroma key, para representarem as batidas de número 04. Contudo, foi definido que o surgimento de um elemento, não excluiria o outro, ou seja, todos ficariam sobreexpostos, até a entrada de um novo grupo de efeito sonoro. Este último parâmetro, tem como objetivo, a utilização da característica estilística gradação (consultar item 1.1 da etapa de Fundamentação Teórica deste documento).

BATIDA 01

BATIDA 02

BATIDA 03

BATIDA 04

FORMA ESTÁTICA FORMA ESTÁTICA FORMA ESTÁTICA RECORTE CHROMA KEY

Exemplo: 191

01

192

02 127


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO

193

03

GRUPO 02

194

04

No segundo grupo, foram definidos sólidos brancos como representação dos sons. Os sólidos aparecem 5 vezes em cada efeito de som deste grupo e preenchem toda área do vídeo, assim como nos refrões da música. 8 frames

8 frames

8 frames

8 frames

BRANCO

BRANCO

BRANCO

BRANCO

28 frames BRANCO

GRUPO 02

55 frames

3.3. Composição Após montagem do videoclipe, criou-se uma relação entre os elementos e o espaço de fundo, visando como resultado uma composição menos rígida. Foram analisados conceitos de contraste (para quebrar a estaticidade, valorizar a animação e dar maior destaque aos efeitos de sons), proporção (para preencher melhor os espaços, reforçar a hierarquia dos elementos e assegurar um bom acabamento ao resultado), disposição espacial (para estabelecer uma relação entre formas animadas e ações do personagem) e ritmo (para orientar o olhar do espectador e criar uma unidade sólida entre as cenas). [CHINEN, 2009]

128


MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - RESULTADO

RESUL

Finalizada a montagem e os ajustes de composição, foram inseridos créditos com

TA D O

(exceto nome da artista), utilizou-se da família tipográfica Din, mesma utilizada

os nomes da música, artista e do designer criador do videoclipe. Nestes nomes neste documento, afim de reforçar a identidade do projeto. No nome da música, também foram inseridas características gráficas presentes no videoclipe.

NOME DA MÚSICA E DA ARTISTA

CRÉDITO AO DESIGNER

195

196

O objeto final teve seu arquivo renderizado no formato 1280x720px com 30fps, em qualidade de alta definição, e será disponibilizado nos canais de compartilhamento de vídeo Youtube e Vimeo, estes que foram destacados na pesquisa com público consumidor, como os maiores meios de acesso a videoclipes.

[Videoclipe DISPONIBILIZADO EM vimeo.com/luancampos/mundoloco]

129



MUNDO LOCO - CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONSI

Ao analisar a união das áreas do Design Audiovisual e do Design Emocional,

DERA

que pode ser perigoso em projetos experimentais. Para isso, foi preciso que se

ÇÕES

descobrimos uma gama incalculável de possibilidades a se trabalhar, fato este estabelecesse e seguisse um processo, com fases e etapas bem definidas. A produção de testes e determinação de referências visuais, também auxiliaram nesse processo, visto que o projeto foca em público consumidor ainda restrito.

FINAIS

Acredita-se que desenvolver um projeto em áreas ainda pouco exploradas no Brasil, principalmente para uma artista que representa atualmente a cidade de Curitiba no cenário nacional e internacional da música, como Karol Conka, pode render bons frutos, não só para o estudante, como para o crescimento da produção audiovisual no Paraná e no resto do país. Destaca-se também que a não existência de um processo de produção próprio para vídeos experimentais, foi interessante na prática, porém gerou dificuldades na documentação do que foi realizado, já que em muitas vezes as etapas da fase executiva estavam sendo realizadas paralelamente. Em síntese, acredita-se que o objeto final atingiu o objetivo proposto, apenas deixando os pontos negativos como experiência para próximos projetos e evolução de possíveis estudantes que tenham interesses em áreas de estudo abordadas neste projeto.

131


MUNDO LOCO - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARTIGOS

REFE

ALVES, Marcia Maria. Design de animações educacionais: Recomendações de

RÊNCIAS

conteúdo, apresentação gráfica e motivação para aprendizagem. Universidade Federal do Paraná, 2012. BASBAUM, Sérgio Roclaw. Sinestesia e percepção digital. Toronto, 2003. BELLEBONI, Luciene. A difícil relação entre imagem e som no audiovisual contemporâneo. II Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho, Florianópolis, 2004. BOHÓRQUEZ, Miguel e VELAZCO, Jhony. El diseño audiovisual. Entre Artes, Colômbia, 2011. CAMARGO, Isaac Antonio. IMAGEM, MOVIMENTO E SOM: APREENSÃO E INSTANTANEIDADE NA MÍDIA. Universidade Estadual de Londrina, 2004. CARRASCO, Ney. Trilhas: o som e a música no cinema. ComCiência, Campinas, 2010. CARVALHO, Claudiane de Oliveira. Narratividade em videoclipe: A articulação entre música e imagem. XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2006. CHION, Michel. La audiovisión - Introducción a un análisis conjunto de la imagen y el sonido. Mendoza, Argentina, 2001. Cole, Ariane Daniela. A Imagem em Busca do Movimento. 8º. Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, 2008. CONTER, Marcelo Bergamin e KILPP, Suzanna. Videoclipe: da canção popular à imagem-música. São Leopoldo, 2007. Galeotti, Anamaria Rezende e Mazzilli, Clice Toledo S. UM MODELO 132

BIBLIO GRÁ FICAS


MUNDO LOCO - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

POSSÍVEL PARA O DESIGN AUDIOVISUAL - A ESPUMA: A LINGUAGEM DO DESIGN AUDIOVISUAL DIGITAL. V World Congress on Communication and Arts, 2012. HOLZBACH, Ariane Diniz e Nercolini, Marildo José. Videoclipe: em tempos de reconfigurações. 5º Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Salvador, 2009. KAWASAKI, Yuji. Design Gráfico Sinestésico: a relação da visão com os demais sentidos na comunicação. São Paulo, 2009. LUSVARGHI, Luiza Cristina. A MTV no Brasil - a padronização da cultura na mídia eletrônica mundial. ECA - Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, 2002. RAMOS, José Mario Ortiz e BUENO, Maria Lucia. Cultura Audiovisual e Arte Contemporânea. São Paulo em Perspectiva, 2001. Schiavoni, Jaqueline Esther. Relações audiovisuais: em busca de uma metodologia de análise. Salvador, 2011. SOARES ,Fabio Montalvão. AUDIOVISUAL, COGNIÇÃO E CRIAÇÃO: A PERSPECTIVA DO ESPECTADOR. 5º Congresso de Estudantes de Pós-graduação em Comunicação, Universidade Federal Fluminense, Niterói. 2012. SOARES, Thiago. Estratégias de produção de sentido nos videoclipes: A canção popular massiva e os “ganchos visuais” na atividade analítica. XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – UnB, 2006. SOARES, Thiago. O videoclipe como articulador dos gêneros televisivo e musical. IX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Nordeste, Salvador, Bahia, 2007. TONETTO, Leandro Miletto e DA COSTA, Filipe Campelo Xavier. Design Emocional: conceitos, abordagens e perspectivas de pesquisa. UNISINOS, 2011. 133


MUNDO LOCO - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIVROS ABRUZZESE, Alberto. O esplendor da TV: origens e destino da linguagem audiovisual. São Paulo, Studios Nobel, 2006. ARCHER, L. Bruce. Métodos Sistemáticos para Desenhadores. 1966. BASBAUM, Sérgio Roclaw. Sinestesia, arte e tecnologia: fundamentos da cromossomia. São Paulo, Annablume, 2002. CHINEN, Nobu. Curso Completo de Design Gráfico. São Paulo, Editora Escala, 2009. COELHO NETTO, José Teixeira. Moderno pós moderno: Modos & Versões. São Paulo, Illuminuras, 1995. DAMÁSIO, Antônio. O Erro de Descartes: Emoção, Razão e o Cérebro Humano. São Paulo, Companhia das Letras, 1996. GOODWIN, Andrew. Dancing in the Distraction Factory: Music Television and Popular Culture. Minneapolis, University of Minnesota Press, 1992. HAGEMEYER, Rafael Rosa. História & Audiovisual. Belo Horizonte, Autêntica Editora, 2012. KANDINSKY, Wassily. Ponto, Linha, Plano. São Paulo, Martins Fontes, 1997. MACHADO, A. A arte do vídeo. São Paulo, Ed. Brasiliense S/A. 1997. MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo, Martins Fontes, 1999. MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. Lisboa, Portugal, Edições 70, 1981. NORMAN, Donald. Emotional design: Why we love (or hate) everyday things. New York, Basic Books, 2004. 134


MUNDO LOCO - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RÀFOLS, Rafael e COLOMER, Antoni. Diseño Audiovisual. Editorial Gustavo Gili, 2003. SANTAELLA, Lucia. Cultura das mídias. São Paulo, Experimento, 1996. SOARES, Thiago. Videoclipe: elogio da desarmonia. João Pessoa, Marca de Fantasia, 2012. VIANNA, Klauss. A Dança. São Paulo, Summus Editorial, 2005. YOSHIURA, Eunice Vaz. Videoarte, videoclipe: Investidas com a “boa forma”. São Paulo, Porto Ideias, 2007.

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MUNDO LOCO - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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136


MUNDO LOCO - ANEXOS

ANEXOS

ANEXO 01 - LETRA DA MÚSICA “MUNDO LOCO” Vou te contar venho de um mundo loco Onde é permitido ser o que quiser Cada dia um estouro, sem mau agouro Vou até onde eu puder O céu é roxo a grama é azul Os pássaros cantam Erykah Badu Quando a noite chega tudo em volta brilha Tem uma passagem para Istambul Árvores ficam florescentes Batucadas dominam mentes quem entra na roda sente Fica a vontade se apega a essência e às cores se rende Isso é frequente nesse lugar ninguém é diferente O riso é fluente uma população contente Cheia de disposição pra pegar no batente Embalados pelo aroma de nag champa Cada rua tem uma estampa Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia Nasci em outro lugar, nananananana Melodias ao vento convidando pra dançar No meu lugar eu vou morar, no meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar Deitar e brisar Esperei o dia aparecer uma água de coco pra beber Vi a paisagem florescer, dá gosto de viver Cada um com seu jeito de ser, mamãe natureza tem poder Tá fácil de perceber, festa ao entardecer Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã Descanso no divã Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã 137


MUNDO LOCO - ANEXOS

Pra colher no amanhã de manhã Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã Descanso no divã Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã Pra colher no amanhã de manhã Nasci em outro lugar, nananananana Melodias ao vento convidando pra dançar No meu lugar eu vou morar, no meu lugar vou ficar Deitar na grama e olhar o céu e brisar Deitar e brisar Disponível em: ‹ http://www.vagalume.com.br/karol-conka/mundo-loco >

138


MUNDO LOCO - ANEXOS

ANEXO 02 - QUESTIONÁRIO APLICADO COM PÚBLICO CONSUMIDOR

Sexo Masculino Feminino Idade 15 - 20 21 - 25 26 - 30 30 +

Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala) 1 - Trancado em casa 5 - Badalando Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar?

Grau de escolaridade Ensino médio (cursando) Ensino médio (completo) Ensino superior (cursando) Ensino superior (completo) Outros

Quais genênos musicais você costuma escutar? Axé / Blues / Clássica / Eletrônica / Folk / Funk / Gospel / Hip Hop / Indie / Jazz / Latina / MPB / Nacional Alternativo / Pagode / Pop / Rap / Reggae / Rock / Samba / Sertaneja / Trash-Brega / Outros

Profissão

Qual o seu videoclipe favorito?

Costuma assistir a videoclipes? Nunca Raramente As vezes Frequentemente Sempre

Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s).

O que te faz assistir a um videoclipe?

Dos itens abaixo, quais são de seu interesse? Arte urbana / Arte contemporânea / Cinema / Fotografia / Moda / Design / Dança / Música / Tecnologia / Cultura popular

Em que contexto assiste a videoclipes? TV Canais de Youtube/Vimeo Redes Sociais Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka? Sim Não Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka?

Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida.

Utiliza quais das redes sociais abaixo? Facebook / Twitter / Youtube / Vimeo / Pinterest / SoundCloud / Flickr / Instagram / Vine Tem possível interesse em participar de testes? Sim Não

139


MUNDO LOCO - ANEXOS

ANEXO 03 - RESULTADO DA PESQUISA - PARTICIPANTE 1

Sexo Masculino Idade 21 - 25 Grau de escolaridade Ensino superior (completo) Profissão Engenheiro Ambiental Costuma assistir a videoclipes? Sempre O que te faz assistir a um videoclipe? Representação da música através da imagem. Em que contexto assiste a videoclipes? Canais de Youtube/Vimeo Redes Sociais Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka? Sim Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka? A Karol Conká é uma artista singular. Pra mim ela consegue ser um pacote completo de estilo, arte e música.Do candomblé ao cotidiano do gueto: é íncrivél como suas influências e referências vem de diversos cantos, abrindo o leque pra uma experência músical sensacional. Além da sua 140

notoria presença de palco, suas batidas me divertem e conseguem transmitir mensagens positivas. Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala) 5 Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar? Missy Elliott, Igga Azalea, M.I.A, SNJ, Racionais MCs, Emicida. Quais genênos musicais você costuma escutar? Folk, Indie, Jazz, MPB, Nacional Alternativo, Pop, Rap, Rock, Samba, Trash / Brega Qual o seu videoclipe favorito? The Libertines - “What became of the likely lads” Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s). Sia - Chandelier (Official Video) Lana Del Rey - Ride Ladybug and the wolf - ‘Under my chair’ The Ruby Suns - Desert of Pop The Peach Kings - “Be Around” Sigur Rós - Fjögur píanó Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida. www.nowness.com Dos itens abaixo, quais são de seu interesse? Arte urbana, Arte contemporânea, Cinema, Fotografia, Moda, Design, Dança, Música, Tecnologia, Cultura popular

Utiliza quais das redes sociais abaixo? Facebook, Twitter, Youtube, Vimeo, Pinterest, SoundCloud, Flickr, Instagram, Vine Tem possível interesse em participar de testes? Sim


MUNDO LOCO - ANEXOS

ANEXO 04 - RESULTADO DA PESQUISA - PARTICIPANTE 2

Sexo Masculino

escutar? Criolo, Emicida, Mc Eltin

Idade 21 - 25

Quais genênos musicais você costuma escutar? Clássica, Eletrônica, Folk, Hip Hop, Indie, Latina, MPB, Nacional Alternativo, Pop, Rap, Reggae, Rock, Samba

Grau de escolaridade Ensino superior (completo) Profissão Empresário Costuma assistir a videoclipes? Sempre O que te faz assistir a um videoclipe? Curiosidade, interesse pela narrativa do som. Em que contexto assiste a videoclipes? Canais de Youtube/Vimeo Redes Sociais Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka? Sim Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka? Curto o gênero musical e as composições. A personalidade massa da Karol também ajuda. Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala) 4

Qual o seu videoclipe favorito? Sia - Chandelier (Official Video) Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s). Saca a videografia do Stromae. Tem tudo que eu acho legal nos clipes dele. Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida. www.useleiaute.com Dos itens abaixo, quais são de seu interesse? Arte urbana, Arte contemporânea, Cinema, Fotografia, Moda, Design, Dança, Música, Tecnologia, Cultura popular Utiliza quais das redes sociais abaixo? Facebook, Youtube, Vimeo, Instagram Tem possível interesse em participar de testes? Sim

Que outros músicos do rap / hip hop você costuma 141


MUNDO LOCO - ANEXOS

ANEXO 05 - RESULTADO DA PESQUISA - PARTICIPANTE 3

Sexo Masculino Idade 21 - 25 Grau de escolaridade Ensino superior (cursando) Profissão Designer Gráfico Costuma assistir a videoclipes? Sempre O que te faz assistir a um videoclipe? Descobrir diferentes possibilidades de enxergar os sons Em que contexto assiste a videoclipes? TV Canais de Youtube/Vimeo Redes Sociais Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka? Sim Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka? A proposta de fazer um rap alegre, alto astral, divertido e dançante. Sua forte personalidade e como ela a expressa em tudo o que ela faz, desde o modo como se veste até sua performance em cima de um palco. Como classifica a 142

intensidade de sua vida noturna? (Escala) 4 Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar? Iggy Azalea, M.I.A., Flora Matos, Frank Ocean, Racionais MC, The Fugees, Kanye West, entre outros. Quais genênos musicais você costuma escutar? Hip Hop, Indie, Latina, Nacional Alternativo, Pop, Trash / Brega Qual o seu videoclipe favorito? Sia - Chandelier (Official Video)The Sun - The Naked and Famous Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s). Gosto do trabalho dos diretores Antony Mandler e Melina Matsoukas, também de uma produtora RuffMercy. Ultimamente tenho gostado do clipe All off Me do John Legend. Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida. sensibilidade & ousadia. Dos itens abaixo, quais são de seu interesse? Arte urbana, Arte contemporânea, Cinema, Fotografia, Moda, Design, Dança, Música, Tecnologia, Cultura popular Utiliza quais das redes sociais abaixo? Facebook, Twitter, Youtube, Vimeo, Pinterest, SoundCloud, Flickr, Instagram, Vine

Tem possível interesse em participar de testes? Sim


MUNDO LOCO - ANEXOS

ANEXO 06 - RESULTADO DA PESQUISA - PARTICIPANTE 4

Sexo Masculino Idade 15 - 20 Grau de escolaridade Ensino superior (cursando) Profissão Estudante - Letras Costuma assistir a videoclipes? Sempre O que te faz assistir a um videoclipe? A transposição de uma arte noutra. Em que contexto assiste a videoclipes? Canais de Youtube/Vimeo Redes Sociais Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka? Sim Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka? A ideia que o pobre também tem seu lugar. Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala) 2

Quais genênos musicais você costuma escutar? Clássica, Eletrônica, Folk, Indie, MPB, Nacional Alternativo, Samba Qual o seu videoclipe favorito? Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s). Lykke Li, Toro y Moi ambos clipes num geral. Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida. http://2.bp.blogspot.com/Qdc8fURguTE/UID5jqfh9LI/ AAAAAAAAHf0/CHex1_uciXw/s1600/ Theo+gosselin.jpeg Dos itens abaixo, quais são de seu interesse? Arte urbana, Arte contemporânea, Cinema, Fotografia, Moda, Design, Dança, Música, Tecnologia, Cultura popular Utiliza quais das redes sociais abaixo? Facebook, Twitter, Youtube, Vimeo, Facebook, Youtube, Vimeo, Pinterest, SoundCloud, Flickr, Instagram Tem possível interesse em participar de testes? Sim

Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar? Criolo, La Femme 143


MUNDO LOCO - ANEXOS

ANEXO 07 - RESULTADO DA PESQUISA - PARTICIPANTE 5

Sexo Feminino

noturna? (Escala) 4

Idade 21 - 25

Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar? Criolo, Flora Matos

Grau de escolaridade Ensino superior (completo) Profissão Designer Gráfica Costuma assistir a videoclipes? As vezes O que te faz assistir a um videoclipe? O poder do audiovisual Em que contexto assiste a videoclipes? TV, Canais de Youtube/ Vimeo, Redes Sociais Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka? Sim Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka? Acho dançante, autêntico e positivo. Gosto da linguagem dela, das gírias. Me identifico culturalmente justamente pelas expressões como “cazamiga loca eu vou me jogar”. Gosto das roupas que ela usa e ela é uma artista incrível no palco. Como classifica a intensidade de sua vida 144

Quais genênos musicais você costuma escutar? Eletrônica, Indie, Jazz, Latina, MPB, Nacional Alternativo, Pop, Samba, post rock Qual o seu videoclipe favorito? Sigur Rós - Fjögur píanó El Guincho - Bombay Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s). Air Review - Young Pull&Bear SS2014 Levis Revel Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) q ue expressa seu estilo de vida. bomju.tumblr.com Dos itens abaixo, quais são de seu interesse? Arte urbana, Arte contemporânea, Cinema, Fotografia, Moda, Design, Dança, Música, Tecnologia, Cultura popular Utiliza quais das redes sociais abaixo? Facebook, Twitter, Youtube, Vimeo, Pinterest, SoundCloud, Flickr, Instagram Tem possível interesse em participar de testes? Sim


MUNDO LOCO - ANEXOS

ANEXO 08 - RESULTADO DA PESQUISA - PARTICIPANTE 6

Sexo Feminino

noturna? (Escala) 2

Idade 21 - 25

Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar? Beyoncé, Missy Elliott, Flora Mattos, Jay-Z, Kanye West, Chance the Rapper, Pharrell, Curumin, Drake, Iggy Azalea, James Blake, Kendrick Lamar, M.I.A., The Weeknd, Lauryn Hill, Justin Timberlake (Alguns dos artistas são mais influenciados e usam as batidas do hip hop ou parcerias do gênero mas eu coloco tudo junto mesmo)

Grau de escolaridade Ensino superior (cursando) Profissão Designer Gráfica Costuma assistir a videoclipes? Frequentemente O que te faz assistir a um videoclipe? Gostar da música ou do artista, sugestão de amigos ou de sites de música Em que contexto assiste a videoclipes? Canais de Youtube/Vimeo, Redes Sociais Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka? Sim Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka? Rapper Curitibana que mistura influencias muito diversas da música negra para lançar um album super foda :> E roupas maneiras, cabelo de algodão doce! E muito carisma ao vivo :> Como classifica a intensidade de sua vida

Tem possível interesse em participar de testes? Sim

Quais genênos musicais você costuma escutar? Hip Hop, Indie, MPB, Nacional Alternativo, Pop Qual o seu videoclipe favorito? Human Behaviour da Bjork Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s). Venus as a Boy, da Bjork; Praise You do Fatboy Slim. Clipes do Gondry! Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida. Pluto - Never forget Dos itens abaixo, quais são de seu interesse? Arte urbana, Arte contemporânea, Cinema, Fotografia, Design, Dança, Música Utiliza quais das redes sociais abaixo? Facebook, Youtube, Pinterest 145


MUNDO LOCO - ANEXOS

ANEXO 09 - RESULTADO DA PESQUISA - PARTICIPANTE 7

Sexo Feminino Idade 15 - 20 Grau de escolaridade Ensino superior (cursando) Profissão Designer Gráfica Costuma assistir a videoclipes? Sempre O que te faz assistir a um videoclipe? Em que contexto assiste a videoclipes? TV, Canais de Youtube/ Vimeo, Redes Sociais Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka? Sim Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka? Acho ela divertida Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala) 3 Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar? kanye west, jay z, eminem, wiz khalifa, M.I.A 146

Quais genênos musicais você costuma escutar? Folk, Hip Hop, Indie, Jazz, Pop, Rap, Rock, Samba Qual o seu videoclipe favorito? LES`- SOMNIA Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s). Sigur Rós - Leaning Towards Solace ft. Dauoalogn, Varuo; the xx - islands; Gabrielle Aplin - Home (Ep version); Stromae - Tous Les Memes; Best Coast - Our Deal; Lykke Li - No Rest For the wiked Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) q ue expressa seu estilo de vida. A arte de Alexandra Levasseur Dos itens abaixo, quais são de seu interesse? Arte urbana, Arte contemporânea, Cinema, Fotografia, Moda, Design, Dança, Música, Tecnologia, Cultura popular Utiliza quais das redes sociais abaixo? Facebook, Youtube, Vimeo, Pinterest, Flickr, Instagram Tem possível interesse em participar de testes? Sim


MUNDO LOCO - ANEXOS

ANEXO 10 - RESULTADO DA PESQUISA - PARTICIPANTE 8

Sexo Feminino Idade 21 - 24 Grau de escolaridade Ensino superior (completo) Profissão Designer de Moda Costuma assistir a videoclipes? As vezes O que te faz assistir a um videoclipe? gostar da música Em que contexto assiste a videoclipes? TV, Canais de Youtube/ Vimeo, Redes Sociais Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka? Sim Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka? letras e estilo musical

Quais genênos musicais você costuma escutar? Hip Hop, Nacional Alternativo, Rap, Rock, Samba Qual o seu videoclipe favorito? Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s). Beastie Boys - Sabotage Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida. http://www.thedaintysquid.com/ Dos itens abaixo, quais são de seu interesse? Arte urbana, Arte contemporânea, Cinema, Fotografia, Moda, Design, Música, Tecnologia Utiliza quais das redes sociais abaixo? Facebook, Twitter, Youtube, Vimeo, Pinterest, Instagram Tem possível interesse em participar de testes? Sim

Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala) 3 Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar? emicida, flora mattos, rael da rima, sabotage, racionais 147



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