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VILA DE HISTÓRIAS



“Não basta, para uma grande nação, haver acrescentado novos anos de vida. Nosso objetivo terá que consistir em acrescentar nova vida a esses anos” JOHN F KENNEDY


VILA DE

HISTÓRIAS Universidade Metodista de Piracicaba Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo Curso de Arquitetura e Urbanismo

LUISA SCUDELLER LOPES

SANTA BÁRBARA D’OESTE 2018


VILA DE

HISTÓRIAS Monografia apresentada à banca examinadora da Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP, como exigência para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação da Profa. Dra. Alessandra Natali Queiroz. LUISA SCUDELLER LOPES

Orientadora: Alessandra Natali Queiroz SANTA BÁRBARA D’OESTE 2018


APROVADO EM ____ / ____ / ____ BANCA EXAMINADORA

PROFESSORA ORIENTADORA

PROFESSOR EXAMINADOR


RESUMO

ABSTRACT

Este trabalho de graduação tem como objetivo a construção

This graduation project aims to build a housing complex

de um complexo habitacional voltado para o público da

aimed at the elderly, seeking to focus on the specific needs

terceira idade, procurando focar nas necessidades e

and demands of this public in the city of Piracicaba-SP. The

demandas específicas desse público no município de

research seeks to study and understand the way in which

Piracicaba-SP. A pesquisa busca estudar e compreender a

this public understands the concept of "home", its relation

maneira de como esse público entende o conceito de “lar”,

with

sua relação com sociedade e a cidade, identificando

psychological demands, in order to build a space that offers,

demandas físicas e psicológicas, a fim de construir um

besides dignified housing guaranteed by the statute of the

espaço que ofereça, além de moradia digna garantida pelo

elderly, a space that awakens the feeling of belonging to a

estatuto do idoso, um espaço que desperte o sentimento de

place and its surroundings. A study was carried out on the

pertencimento a um lugar e seu entorno. Foi desenvolvido

current situation of this parcel society, its intense population

um estudo sobre a atual situação dessa parcela sociedade,

growth in the last decades and bibliographical analyzes that

seu intenso crescimento populacional nas últimas décadas e

showed the best way to apply the architecture for the well

análises bibliográficas que mostraram a melhor forma de

being of these individuals, from the sectorization of

aplicar a arquitetura para o bem-estar desses indivíduos,

environments, accessibility and colors, textures, ventilation

desde a setorização de ambientes, a acessibilidade, a

and lighting environments. Join this to studies from other

humanização, a utilização da psicologia ambiental, além de

areas of knowledge, as nursing, gerontology, geriatrics,

diversos trabalhos de outras áreas como enfermagem,

medicine and psychology in order to have a better

gerontologia, geriatria, medicina e psicologia afim de

understand the public of the elderly and its needs.

society

and

the

city,

identifying

physical

entender melhor o público alvo e suas carências. Palavras-chave: Arquitetura saudável. Idosos. Habitação.

Keywords: Healthy architecture. Seniors. Housing.

and


LISTA DE SIGLAS

LISTA DE TABELAS

ANVISA

Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Tabela 1 -

ABNT

Associação Brasileira de Normas Técnicas

1960-2020 (em milhões; projeções

EUROSTAT

Gabinete de Estatísticas da União Europeia

com variações médias)

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ILO

International Labour Office

segundo

IPEA

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

selecionados (2010) *em %

ILPI

Instituição de Longa Permanência para

Tabela 2 -

Tabela 3 -

Idosos IPPLAP

Instituto de Pesquisa e Planejamento de

Projeção total de pessoas idosas:

Gastos com PIB em proteção social, a

destinação

12

13

países

Sudeste: Natureza das ILPI (2008-

20

2009) Tabela 4 -

Instituição

de

Longa

Permanência

Piracicaba

identificadas e respondentes segundo

NBR

Normas Brasileiras

a região (2006 a 2009)

ONU

Organização das Nações Unidas

RDC

Resolução de Diretoria Colegiada

Estação

SUS

Sistema Único de Saúde

Piracicaba

SEMDES

Secretaria de Desenvolvimento Social de

Tabela 5 -

Tabela 6 -

Piracicaba

Média de Atendimento pelo projeto Idosos

do

município

Institucional

43

de

Média de Atendimento do Serviço de Acolhimento

21

43

para

População Idosa no município de Piracicaba Tabela 7 -

ZEIPC 1 Nova Piracicaba

45

Tabela 8 -

Áreas para Instituição de até 40 idosos

52

de Grau de Dependencia I Tabela 9 -

Áreas para Instituição de até 22 idosos

52

de Grau de Dependencia II Tabela 10 –

Áreas para Instituição de até 20 idosos

52

de Grau de Dependencia III Tabela 11 -

Programa de Necessidades

53

Tabela 12 -

Jardins internos – Estudo de Áreas

55


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 -

LISTA DE MAPAS

Pirâmides Etárias da Projeção da

13

População Gráfico 2 -

Participação na PEA, por gênero

15

(1950-2010) Gráfico 3 -

Distribuição

proporcional

dos

17

residentes nas ILPIs por grau de dependência segundo a natureza jurídica das instituições (2007-2009) em % Gráfico 4 -

Projeção

populacional

Piracicaba – 2000 a 2050

Brasil

e 42

Mapa 1 -

Localização da Macroárea

63

Mapa 2 -

Zoneamento

64

Mapa 3 -

Usos e Equipamentos

65

Mapa 4 -

Hierarquia Viária

66

Mapa 5 -

Mapa de Gabarito

67

Mapa 6 -

Curvas de Nível

68


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -

Asilo São Luiz, 1900

19

Figura 2 -

Largura para deslocamento em linha

29

reta Figura 3 -

Área de manobra de cadeira de rodas

29

com deslocamento Figura 4 -

Barras de apoio para bacia sanitária

30

Figura 5 -

Barras de apoio para bacia sanitária

30

Figura 6 -

Circulação mínima em dormitórios

30

Figura 7 -

Entrada do Lar dos Velhinhos de

31

Piracicaba Figura 8 -

Prédio

destinado

à

locação

para

31

eventos Figura 9 -

Igreja e lago

32

Figura 10 - Pavilhão de moradia

32

Figura 11 - Interior do Pavilhão Moradia

32

Figura 12 - Banho de sol dos moradores

32

Figura 13 - Obra de Athos

33

Figura 14 - Corte sheds

33

Figura 15 - Sala de espera com pátio aberto e

34

paisagismo Figura 16 - Sala de atividades

34

Figura 17 - Pátio de sol

34

Figura 18 - Piscina para reabilitação

35

Figura 19 - Vista Geral

35

Figura 20 - Planta do Complexo (sem escala)

36

Figura 21 - Análise de áreas e usos

36

Figura 22 - Uso de pátios e áreas externas

36

Figura 23 - Área de convívio interno

37

Figura 24 - Diferentes temas no jardim interno

37

Figura 25 - Modelo 3D de Implantação

38

Figura 26 - Implantação

38

Figura 27 - Fluxograma do programa e usos

38

Figura 28 - Vista da rua

39

Figura 29 - Tipologias de fachada e pátio

39

Figura 30 - Pátio interno

39

Figura 31 - Bloco de Moradias

40

Figura 32 - Diferentes fachadas

40

Figura 33 - Entrada do Edifício

50

Figura 34 - Sala de Ginástica

50

Figura 35 - Corte do Edifício

51

Figura 36 - Primeiro Pavimento

51

Figura 37 - Pavimento de Apartamentos

51

Figura 38 - Térreo

51


SUMÁRIO

5 PROPOSTA .................................................................... 42 5.1 Estudo do local .......................................................... 42

INTRODUÇÃO ................................................................... 10 OBJETIVOS ....................................................................... 11

5.2 Análise do terreno e entorno ..................................... 44 5.3 Referência de Programa.......................................50 5.4 Programa............................................................52

1 O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO ...................... 12

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................57 56

1.1 Consequências do novo núcleo familiar para os

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................59 58

idosos ........................................................................... 15 1.2 Planos para assegurar necessidade dos idosos .... 16 1.3 Histórico das ILPI no Brasil..................................... 19 2 A ARQUITETURA PARA A TERCEIRA IDADE .............. 22 2.1 A importância da cultura, esporte e lazer na terceira idade..........................................................................22 3 CONCEITO DE HABITAÇÃO .......................................... 24 3.1 Relação da arquitetura com o bem-estar e saúde . 24 a.

luz .......................................................................... 25

b.

cor ......................................................................... 26

c.

ergonomia ............................................................. 26

d.

dimensões e privacidade ...................................... 27

e.

termoacústica ........................................................ 27

f.

Desenho Universal ................................................ 28

4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS....................................31 4.1 Visita Técnica .......................................................... 31 4.2 Estudo de caso 1 – Hospital Sarah Kubitschek ........ 33 4.3 Estudo de caso 2 – Hogeweyk ................................. 35 4.4 Estudo de caso 3 – The future Soelund ................... 38


10

INTRODUÇÃO

Com isso é ainda mais notória a necessidade de estudo e planejamento para construção de espaços como estes para que

No Brasil, a falta de investimentos no setor de moradia para a

possam contemplar tais normas. Ademais, a arquitetura tem um

população da terceira idade resulta na péssima qualidade de

papel fundamental na criação de projetos, que satisfaçam, além

projetos que não atendem verdadeiramente às reais necessidades

das normas, as necessidades de homem, de modo a proporcionar

do

conforto, lazer, sentimento de autonomia, privacidade.

público.

uma

carência

de

recursos

médicos,

fisioterapêuticos, espaço para atividades específicas, residências adequadas, constituindo-se um tema de urgente foco para

Por meio da análise de dados, pretende-se projetar uma “vila” de

atuação e intervenção.

idosos que utilize de todos os meios e materiais disponíveis para proporcionar um ambiente de moradia acolhedor, saudável e

O setor imobiliário ainda não se conscientizou da demanda desse

adequado às normas estabelecidas para esse tipo de construção,

grande público e suas necessidades, e acaba oferecendo moradias

realizando além das moradias, áreas verdes e áreas de lazer e

ineficientes com necessidade de reformas e adaptações que, na

saúde, um setor destinado a atividades comerciais, tanto para

maioria das vezes, colocam em risco a saúde física e mental do

residentes da instituição quanto para moradores próximos, que

idoso.

também terão acesso a esses comércios, como uma forma de integrar os moradores do complexo a sociedade que os cerca.

Uma vez que as pesquisas e as estimativas feitas por órgãos públicos apresentam o envelhecimento populacional em ritmo acelerado, se consolida cada vez mais a necessidade de construções

de

instituições

que

abriguem

idosos

com

equipamentos e infraestrutura adequados. Deste modo, justifica-se a sua importância por tratar de uma problemática cotidiana e de um cenário de mudanças no modo de morar na sociedade atual as quais atingem a terceira idade. Através de pesquisas a outras instituições pode-se comprovar a falta de investimentos no setor e na forma como foram construídas sem ter planejamento para as atividades as quais são realizadas. Muitas em desacordo com as normas de ANVISA e NBRs (aprovada pela ABNT).


11

OBJETIVOS 

Específicos

 Estudar o conceito amplo de moradia e suas exigências no

Geral

atendimento do bem-estar e da qualidade de vida;  Desenvolver o projeto de um complexo de moradia para população da terceira idade na cidade de Piracicaba, afim de proporcionar à população uma vida com maior qualidade

para

reintegração

o

dos

envelhecimento idosos

às

saudável

atividades

através

diárias

e

devolvendo-o sua autonomia, assim, trazendo novamente o sentimento de inclusão a essa classe, priorizando bemestar, conforto, autonomia.

 Identificar a relação desse público com a cidade e como melhor integrá-los;  Desenvolver um perfil balizador para esse processo de envelhecimento, norteando as necessidades de atividades e exigências para o projeto modelo final;  Analisar projetos de arquitetura e respectivos programas de necessidades direcionados à moradia para idosos;  Levantar as normas que regem o funcionamento dos espaços voltados para os idosos;  Pesquisar sobre a humanização de ambientes através da utilização de cores, texturas, iluminação, som e ventilação natural.


12

1 (a) Regiões mais desenvolvidas : América do 1 O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

norte, Europa,

Tabela 1 – Projeção total de pessoas idosas: 1960-2020 (em milhões; projeções com variações médias)

Japão, Austrália, Nova Zelândia e União Soviética . (b) Regiões menos desenvolvidas: América No cenário mundial presenciamos o África, aumento das Latina, taxas Ásia de (exceto Japão), Oceania (Exceto Austrália e Nova Zelândia)

envelhecimento, um processo com modificações permanentes para toda a sociedade, famílias e instituições, tornando-se obrigatória a sua discussão em todos os países. Conforme atesta Hoover e Siegel (1980), os países mais desenvolvidos já passaram por esse processo de envelhecimento no passado (Ver tabela 01). Na Europa, o número de idosos dobrou em 100 anos (EUROSTAT, 2016), e diferentemente de países como o Brasil, estes lidaram com a situação de maneira mais eficiente devido

ao

maior

tempo

que

decorreu

o

processo

de

envelhecimento da população além das melhores condições financeiras que possibilitaram mais investimentos.

Fonte: Hoover e Siegel (1980).

(a) Regiões mais desenvolvidas1: América do norte, Europa, 1

Classificar os países como desenvolvidos ou emergentes, como utilizado no livro, é um termo ultrapassado atualmente. Hoje são classificados de acordo com seus índices de desenvolvimento relativo à nove itens propostos nas áreas de fatores financeiros, econômicos e sociais.

Japão, Austrália, Nova Zelândia e União Soviética . (b) Regiões menos desenvolvidas: África, América Latina, Ásia (exceto Japão), Oceania (Exceto Austrália e Nova Zelândia)


13

Atualmente essa situação acontece em países que possuem fatores econômicos, financeiros e sociais menos desenvolvidos, com isso, a expectativa é que em 20 anos dobre a população idosa

Gráfico 1 - Pirâmides Etárias da Projeção da População

no Brasil (IBGE, 2009). Isto é, o processo será mais rápido. No entanto, as políticas públicas destinadas a melhorar o atendimento dessa nova classe não acompanham esse crescimento. De acordo com a publicação de 2015 do ILO (International Labour

Office), os países desenvolvidos investem muito mais na saúde da terceira

idade,

comparados

com

países

ainda

em

desenvolvimento. Ainda nos dados fornecidos, podemos ressaltar que entre os BRICS, o Brasil ainda é o país que mais investe nessa população. (Veja tabela 2) Tabela 2 – Gastos com PIB em proteção social, segundo a destinação – países selecionados (2010) *em % PAÍS

Proteção Social

Saúde

Idosos

Assistência

Brasil

21,30

5,80

7,80

4,50

Rússia

16,00

4,00

6,80

1,80

Índia

2,60

1,10

0,70

0,10

China

6,80

1,30

2,90

0,50

Argentina

21,10

6,20

6,80

2,00

Chile

10,40

3,60

3,30

1,30

México

7,70

2,80

1,90

1,90

Estados Unidos

19,90

8,60

6,90

0,90

Alemanha

27,10

8,50

11,00

0,80

Portugal

25,60

7,20

12,50

0,30

Itália

27,80

7,40

15,60

0,10

Suécia

29,80

7,30

10,80

1,20

Fonte: ILO, 2015. Fonte: IBGE, 2013.


14

No Brasil estamos passando pela “Era do envelhecimento”

A situação se agrava para as classes sociais mais baixas, segundo

(MINAYO, 2006). A cada dia diminui a natalidade e aumenta a

o trecho a seguir:

expectativa de vida da população. Estimativas do IBGE (2009) apontam que a fecundidade passou de 2,7 (1991) para 1,89 (2008),

As condições econômicas dos idosos refletem-se na sua saúde e no seu acesso aos serviços de saúde. As pessoas pobres e de baixa renda, entre elas particularmente os idosos, têm piores indicadores de saúde e de capacidade funcional. O que complica sua condição é o fato de os idosos terem menos acesso aos serviços de saúde (NERI, 2007, p. 57).

resultando em um nível de reposição da população insuficiente. Ainda nas pesquisas do órgão em 2010, a classe da terceira idade contava com aproximadamente 27.034.163 pessoas (9,83% da população total), e em 2060 serão 73.551.010 pessoas (26,75% da população total).

No Brasil, as Instituições de Longa Permanência para Idosos, estão garantidas no Projeto de Lei nº 12.101, de 27 de novembro

O aumento descontrolado e sem precedentes dessa classe,

de 2009, com a seguinte redação:

aponta a necessidade de um olhar mais atento dos profissionais e empresas da construção civil. O setor não atende as demandas

Toda entidade de longa permanência, ou casa-lar, é obrigada a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. §1º É facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade filantrópica ou casa-lar em que esteja abrigado. §2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal de Assistência Social estabelecerá a forma de participação prevista no §1º, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.

dessa população em crescimento. Menos ainda o poder público, que somente em 2015, aprovou o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 52/2011. Essa lei destina apenas 6% das moradias populares para idosos, um número discrepante em relação aos 12,5% da população que representam. Além do fato da porcentagem de moradia destinada a idosos não ser o suficiente, as já construídas, muitas vezes, não atendem sequer o mínimo das necessidades específicas da terceira idade, nem a acessibilidade essencial desse grupo. Atentando-se os fatores responsáveis pelas maiores taxas de mortalidade (externas) de idosos estão as quedas e atropelamentos (58,3 e 64,8 óbitos por 100 mil habitantes, respectivamente). Isso prova que a acessibilidade tanto em um edifício quanto em suas áreas públicas é um fator importantíssimo para garantir a saúde dessa frágil população. (SEADE, 2016).

Entretanto, ainda há pouca fiscalização pelos órgãos competentes, segundo Maria Henriqueta Alves, ex-secretária Nacional de Habitação. Segundo a ex-secretária, o órgão que deveria fiscalizar as construções para essa faixa etária é o Ministério das Cidades, que por sua vez, não possui dados dos idosos que necessitam desses serviços, e não informa a essa classe sobre seus direitos. Além disso, o que é produzido ainda não atende parâmetros básicos e são insuficientes para atender as necessidades particulares dessa classe.


15

1.1 Consequências do novo núcleo familiar para os idosos

enfraquecendo. Desse modo tem-se aumentado o número de pessoas idosas incapazes, sem autonomia e abandonadas pela eram

família. Isso é mais um grande desafio do Estado, ainda

tradicionalmente responsáveis pelo cuidado dos pais, avós, sogros

inexperiente em criar políticas públicas para resolver e superar

entre outros, quando com idade avançada apresentassem

essa situação.

Historicamente,

no

núcleo

familiar,

as

mulheres

distúrbios e doenças, demandando mais atenção e cuidados. Com a mudança e evolução do núcleo familiar e sua estruturação nesse

Países europeus já passaram por situações semelhantes e hoje

novo contexto urbano, é cada vez mais frequente verificar

enfrentam a situação de ter sua população em maioria idosa. A

mulheres vivendo de forma independente, tendo maior acesso à

expectativa de vida, segundo o estudo “World Health Statitics”

educação e inserção no meio de trabalho. Assim, os papéis que

(OMS, 2016) aumentou devido aos avanços da medicina na

antes exerciam anteriormente em casa, com funções domésticas

prevenção e tratamento de doenças. Mas, além disso, também

e cuidadores de crianças, idosos e doentes não se adequam ao

estão relacionadas alterações biológicas, psicológicas e sociais.

novo estilo de vida. (ANDRADE, 2016)

Em 2020, segundo declarações da ONU, a classe idosa será pela primeira vez maior que a taxa de crianças até cinco anos.

2

Gráfico 2 – Participação na PEA , por gênero (1950-2010)

Entretanto o aumento de idosos não é necessariamente considerado como um aumento de vida saudável, pois os países ainda não têm preparo para atender os problemas enfrentados pela população idosa, portanto, aumenta-se a longevidade, mas não a qualidade do envelhecimento. Segundo o diretor do Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida da OMS, Beard (2014): (...)reformas profundas e fundamentais dos sistemas de saúde e de assistência social serão necessários. A responsabilidade pela melhoria da qualidade de vida para as pessoas mais velhas do mundo vai muito além do setor da saúde.

Fonte: IGBE

Com essa nova configuração familiar, onde a mulher conquista sua vida fora do ambiente de casa, os laços familiares estão 2

Composta pelas pessoas de 10 a 65 anos de idade que foram classificadas como ocupadas ou desocupadas na semana de referência da pesquisa do IBGE.

A qualidade de vida é um conceito construído através de diversos aspectos, como cultura, etnia, questões religiosas e pessoais. Para sua avaliação é necessário uma abordagem multidimensional. Além disso, depende também de outros fatores mais abstratos a serem estudados, como o bem estar, felicidade e a realização pessoal. A satisfação das necessidades básicas e pessoais é um pré-requisito essencial para definição do conceito.


16

Com esses resultados apresentados onde o idoso está a mercê de

desenvolvidos, mas foram de grande importância para outros

cuidados pela própria família e pela sociedade, reforça-se a

países que modificaram suas constituições a fim de acatar aos

necessidade estatal para fornecer políticas de saúde e moradia

novos termos estabelecidos.

publica, a fim de sanar esse grande numero de casos em situação de abandono, maus tratos e condições de vida não coerentes com

O PLANO DE MADRI (2002)

os exigências mínimas de condição de vida propostas no estatuto do idoso.

Esse plano foi resultado de segunda assembleia específica sobre o tema, trazendo diversos fatores que evoluíram ao longo dos

1.2 Planos para assegurar necessidade dos idosos

quarenta anos de intervalo entre os eventos. São assuntos tratados: as mudanças sociais, o código de valores de cada

Diante do cenário apresentado, a velhice não pode mais ser vista

geração, as mudanças culturais e tecnológicas. Na assembleia foi

como casualidade e espontaneidade, e é agora uma questão

aprovado um novo plano de ações, que buscava a participação

sendo enfrentada por diversas agências governamentais, sendo

ativa dos idosos na sociedade, além de maior inserção destes nas

assim desenvolvidas diversas medidas a fim de nortear

relações interpessoais. Além disso, possibilitar o maior fomento da

estratégias para garantir a qualidade de vida dessa população.

saúde e bem estar e a criação de uma situação que propicie e seja favorável a um envelhecimento saudável e com qualidade de vida,

Diversas assembleias foram realizadas com propósito de

garantida não apenas pelo Estado, mas também incentivando a

estabelecer medidas e responsabilidade mínimas para a melhoria

família e a sociedade para uma solidariedade entre gerações.

das condições de vida dos idosos, algumas dessas, bastante significativas em ordem mundial, que ditam diretrizes gerais a

Em 2003, a I Conferencias Regional Intergovernamental sobre o

serem cumpridas, como:

Envelhecimento na América Latina e Caribe realizada no Chile, aprovou a Estratégia Regional de Implementação do Plano de

O PLANO DE VIENA (1982): Assembleia Mundial sobre o

Ação Internacional sobre Envelhecimento. O plano será utilizado

Envelhecimento.

para reger as ações e políticas governamentais sul americanos. (HUECHUAN, 2009)

Esse plano contém várias ações que resultaram do fórum global e intergovernamental sobre o envelhecimento populacional. Os

Havendo considerado o relatório sobre a aplicação da Estratégia

objetivos principais envolvem a garantia da segurança econômica

regional de implementação para a América Latina e o Caribe do

e social do idoso e o desenvolvimento de planos para integração

Plano de Ação Internacional de Madri sobre o Envelhecimento,

de sete áreas: 1. Saúde e nutrição; 2. Proteção ao consumidor

elaborado pela Secretaria da Comissão Econômica para a América

idoso; 3. Moradia e meio ambiente; 4. Família; 5. Bem-estar social;

Latina e o Caribe, refirmou-se o compromisso de dedicar todos os

6. Previdência social; 7. Trabalho e educação. Os planos e metas

esforços para proteger os direitos humanos dessa faixa etária,

foram

além de sugerir o diálogo e alianças estratégias com a ONU e o

elaborados

para

serem

implantados

em

países


17

setor privado, para conscientizar sobre a crescente demanda e

3.4 - Grau de Dependência do Idoso

suas consequências. Em

2012,

na

III

a) Grau de Dependência I - idosos independentes, Conferência

Intergovernamental

sobre

mesmo que requeiram uso de equipamentos de autoajuda;

envelhecimento na América Latina e Caribe, foi tratado o compromisso e concretização dos países para cumprir com a agenda de obrigações assinadas quanto à formulação e efetuação de políticas e programas para o reconhecimento dos direitos da faixa etária avançada e sua garantia protetiva social efetiva.

b) Grau de Dependência II - idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária tais

como:

alimentação,

mobilidade,

higiene;

sem

comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada;

Com tais tratados e exigências internacionais, no Brasil efetivou-se

c) Grau de Dependência III - idosos com dependência

a resolução - RDC Nº 283/2005, em regulamentação dos padrões

que requeiram assistência em todas as atividades de

mínimos para uma Instituição de Longa Permanência para Idosos,

autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento

sendo ela governamental ou não, desde que destinadas a pessoas

cognitivo.

acima de 60 anos. Diversas condições gerais de funcionamento foram estabelecidas, como as responsabilidades da instituição

(Anexo

Regulamento

Técnico

Para

O

para com a atenção aos idosos, à promoção de um ambiente

Funcionamento Das Instituições De Longa Permanencia

acolhedor que permita também o convívio e integração, o

para Idosos - Resolução - RDC Nº 283/2005)

desenvolvimentos

de

atividades

físicas

que

estimulem

a

autonomia, o incentivo a participação da família, o fornecimento de alimentos e dieta balanceada, entre outros.

Gráfico 3.Distribuição proporcional dos residentes nas ILPIs por grau de dependência segundo a natureza jurídica das insti tuições (2007-2009) em %

Acerca da estrutura da construção das edificações, deve ser oferecidas

condições

de

habitabilidade

salubridade

e

acessibilidade de acordo com exigências das normas técnicas brasileiras e código de obras locais. Esta resolução abrange também a forma de tratamento dos idosos, e sua classificação e separação de acordo com os diferentes graus de dependência, sendo assim: Fonte: IPEA, 2010


18

Como é apresentado no gráfico, as instituições possuem idosos

bem-estar do idoso. Funciona como uma prevenção de

em todos os graus de dependência, uma vez que muitos ainda que

carência

entrem independentes, com o passar dos anos passam a

familiares e permitindo que o idoso possa permanecer

necessitar cada vez mais dos recursos e atendimentos da

morando em sua residência por maior tempo possível.

instituição. Apenas 2,3% são exclusivamente instituições para

quanto seu temperamento, sendo estes:

vínculos

com a mesma, d. República: casa para idosos independentes que se

atividade; b. Deprimidos: Desanimados, pessimistas, hipocondríacos na

organizam em grupos e financiam o seu próprio sistema de moradia. e. Centro de Convivência: espaço destinado a idosos e sua família para realização de atividades e encontros por

sua maioria. c. Assustados: hipocondríacos ao extremo demonstram muita preocupação com sua saúde, e tendem a ser

algumas horas semanais. f.

d. Indiferentes: Insensíveis, apáticos e demonstram bastante segurança quanto a si mesmo.

Centro Dia: é um programa de atenção a idosos, quando não podem permanecer em seu domicilio, e necessitam de

notoriamente depressivos;

cuidados médico-sociais. g. Casa Lar: espaço oferecido como moradia para garantir a proteção integral ao idoso com vínculos sociais rompidos

(GRINBERG, BERTHA, p.50-51.)

ou fragilizados. É um acolhimento de pequeno porte para até 12 idosos na forma de residência participativa,

Ainda, segundo a portaria 73 das Normas de Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso no Brasil, elaborado pela Secretaria Assistencial

mantendo

de acolher o idoso sem família ou impossibilitado de viver

a. Eufóricos e ativos: apreciam a vida e estão sempre em

de

social,

(previamente cadastrada no programa) tenha possibilidade

Além do grau de dependência os idosos também são classificados

Politicas

ou

c. Família Acolhedora: programa no qual outra família

idosos independentes (IPEA, 2013).

de

econômica

Social

juntamente

com

o

rompendo com as praticas tutelares. h. Assistência Domiciliar / Atendimento Asilar: programa individualizado realizado na própria moradia do idoso, de

Departamento e Desenvolvimento da Politica de Assistência Social

caráter reabilitador com foco a saúde, condições pessoais

e a Gerencia de Atenção à Pessoa Idosa, há diversas formas de atendimentos, como: a. Residência Temporária: assistência a pessoas acima de 60 anos que precisem apenas de atendimento e moradia provisória, tendo como prazo máximo 60 dias. b. Família Natural: Atendimento a idosos independentes que são realizados pela família para garantir a autonomia e

e psicológicas. i.

Atendimento Integral Institucional: atendimento prestado em instituição asilar, com atendimento integral podendo ser provisório ou permanente. Atende a pessoas acima de 60 anos em situação vulnerável sob regime de internato, oferecendo diversos serviços de moradia, alimentação, atividades físicas, cuidados para a saúde e lazer.


19

Atualmente a diversas maneiras de atender a esse publico, mas

Em 1890 é fundado no Rio de Janeiro, pelo Visconde Ferreira de

ainda não são suficientes. São insuficientes em seus números

Almeida, o Asilo São Luiz para a Velhice Desamparada, a primeira

(quantidade) e em seus serviços oferecidos.

instituição oficialmente destinada ao abrigo de idosos, que rapidamente se tornou notória na sociedade do Rio de Janeiro.

O projeto proposto neste trabalho estará enquadrado no item (i)

Inicialmente atendia em 45 leitos e em trinta anos já havia atingido

Atendimento Integral Institucional, pois permitirá a moradia

a marca de 260 leitos. Esse é o primeiro marco de uma instituição

provisória ou permanente para pessoas acima de 60 anos, com

que

cuidado em tempo integral, oferecendo todos os serviços

envelhecimento, na época noticiada em muitos jornais.

realmente

apresentou

uma

nova

visão

sobre

o

necessários para a saúde dos moradores em todos os graus de dependência, além de oferecer dentro de seus limites de extensão, diversos espaços para atividades livres, como reuniões pequenas

Figura 1 - Asilo São Luiz, 1900.

até eventos, palestras, oficinas, práticas esportivas e de lazer, entre outros.

1.3 Histórico das ILPI no Brasil As primeiras instituições destinadas aos cuidados de idosos surgiram ainda em forma de casa, asilo e abrigo assistencial. Fundada pelo Papa Pelágio II (520 – 590), em sua própria casa, a primeira casa de assistência social, onde eram abrigadas pessoas de idade avançada que passavam necessidades e eram sustentadas por doações da comunidade. No Brasil, a primeira instituição foi chamada de “Casa dos Inválidos”, fundada em 1794 pelo Conde de Resende, com o objetivo de abrigar velhos soldados portugueses, para que pudessem descansar. Segundo o Conde, a instituição destinavase a acolher “soldados avançados em anos e cansados dos trabalhos” vindos de Portugal em 1762, e que pelos serviços feitos eram dignos de uma “descansada velhice” (FILIZZOLA, 1972, p. 27). Ao desenvolver esse projeto, o Conde se inspirou na obra de Luís XIV (hotel des Invalides, 1670) que também era destinado aos inválidos do exercito francês.

Fonte: Arquivo de Antônio Carlos de Oliva Maya – Foto de Augusto Malta. Disponível em: http://sp0.fotolog.com/photo/0/54/.jpg. Acesso em: 10 mai. 2018.

Havia também acolhimento por parte da Santa Casa da Misericórdia, mas ainda com um sistema muito precário, misturando os idosos com mendigos e crianças abandonadas. A instituição exercia atividades de caráter emergencial e assistencial dos pobres doentes. A manutenção do hospital e seu mantimento eram bancados através de doações e de arrecadações dos dízimos concedidos pelo rei. (LIMA, 2005).


20

sendo

Assim o relacionamento entre o SUS e a ILPI ainda é caótico, já

apresentadas as primeiras instituições destinadas ao acolhimento

que os hospitais desconsideram os idosos e responsabilizam as

de idosos, ainda existiam muitos tabus quanto a essas

ILPI pelos cuidados destes. Isso é resultado da falta de diálogo e

instituições, com preconceitos e visões pejorativas do local.

de ações compartilhadas para assistência dessa classe, mesmo

Ainda

nesse

período,

por

mais

que

estivessem

com as políticas públicas especificas já existentes. Aqui vemos No Brasil, o SUS concretizado em 1988 e institucionalizado na

novamente a falta de fiscalização que ainda existe nessa relação

Constituição Federal em 1990, abre um espaço para atendimento

das duas instituições.

integrado para toda a comunidade na prevenção e tratamento de doenças, apresentando também uma perspectiva diferente para os

Hoje o número de instituições destinadas exclusivamente aos

cuidados e tratamentos de idosos.

idosos cresceu consideravelmente em algumas regiões do Brasil. Essa informação pode ser verificada na tabela, a seguir, fornecida

Com a criação do SUS, as ILPIs possuíam maior fiscalização no

pelo IPEA e do IBGE:

sistema e na estrutura de funcionamento. Sendo elas separadas em três tipos: 1. Subsidiadas 100% pelo estado, 2. Aquelas subsidiadas apenas na área de saúde (convênios com hospitais

Tabela 3 - Sudeste: Natureza das ILPI (2008-2009)

públicos) e 3. Aquelas com atendimento 100% particular. Essa

SUDESTE: Natureza das ILPI (2008-2009)

relação com hospitais públicos, no entanto, ainda é muito Posse do

complicada, pelo fato dos idosos serem tratados com preconceito, Autodeclaração

por exemplo, quando são considerados “ocupantes” de macas que

de filantropia

poderiam ser para pessoas que apresentariam uma melhora ou Pública

retorno aos tratamentos. Tal situação encontra explicações na discussão sobre alocação de recursos escassos e idade. Os idosos ficam em vantagem no critério de merecimento, mas em desvantagem nos critérios que se fundamentam na necessidade e prognóstico, utilizados na disputa pela disponibilização de algum recurso em cuidados à saúde. E, considerando a imagem das ILPIs no ambiente societal, infere-se que o idoso institucionalizado acaba sendo duplamente excluído nesse processo. Mudar a condição de relegado em segundo plano nos cuidados em saúde exigirá desse grupo populacional e da sociedade muita estimulação para a plena implementação das políticas que promovem a sua inclusão. (CREUTZBERG et al., 2007).

registro

50

50

Privada

Religiosa

813

556

Filantrópica

Não Religiosa

551

365

Privada

605

605

Mista

15

15

Total

2035

2035

Fonte: IPEA e do IBGE


21

Para correção de tais ausências, faz-se necessário a contratação Tabela 4 - Instituição de Longa Permanência identificadas e respondentes segundo a região (2006 a 2009)

de funcionários especializados na área de geriatria e gerontologia. Com isso a condição do atendimento e, portanto a qualidade de vida dos idosos, tem notável melhora, favorecendo uma velhice próspera, dentro dos padrões de dignidade. Instituições particulares, por terem maior poder financeiro, já começam a se preocupar mais com os moradores e oferecer serviços variados além de estimular o apoio familiar. Atividades como recreação, oficinas, aulas e esportes são essenciais para a parte psicológica desses idosos.

Fonte: IPEA,2010.

Ainda que os números de ILPI e a imagem a cerca do envelhecimento tenham aumentado, ainda há muita precariedade nos serviços oferecidos e a falta de contato com familiar, principalmente em instituições públicas, somados as rotinas que

ILPI não

ILPI

identificada

respondentes

Norte

49

49

10

Nordeste

303

302

99.

Sudeste

2458

1786

72.

Sul

693

664

95.

Centro Oeste

252

246

97.

Total

3755

3046

81.

atuam contra os hábitos dos moradores, com as restrições alimentares, comportamentais, de vestuário e horários agravam ainda mais os problemas psicológicos desenvolvidos nessa etapa da vida. “A prevalência de depressão e transtornos depressivos nos idosos, de um modo geral, oscila desde 10 até 23%” (BLAZER et al., 1987; KANE, 1993). “Já em idosos institucionalizados, a taxa de prevalência de depressão vai de 25 a 80%”. (SILVA, 2005, p. 69). A pesquisa do publico atual da ILPI aponta para uma população predominante com idade entre 70 e 90anos, solteiros e sem pessoas responsáveis. Em relação às atividades desenvolvidas, a maioria tem dependência em atividades como tomar banho e vestir-se (BESSA e SILVA, 2008).

Taxa de r


22

1

2 A ARQUITETURA PARA A TERCEIRA IDADE

Classificar os países como desenvolvidos ou emergentes, como utilizado no livro, é um termo ultrapassado atualmente. Hoje são classificados de acordo com seus índices de desenvolvimento relativo à nove itens propostos nas áreas de fatores financeiros, econômicos e sociais.

preocupação apenas quando se manifesta a velhice. Ainda assim, novos conhecimentos e recursos são necessários para boas

Com o crescente envelhecimento da população busca-se a atenção ao oferecimento de qualidade de vida, através do projeto que se pretende trabalhar. O conceito de qualidade de vida é proveniente de bons índices de autoestima e bem-estar, e que por sua vez é resultado de diferentes aspectos: a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o estado de saúde, os valores culturais, éticos e a religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou com atividades diárias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et. al, 2005). No projeto buscaremos enfatizar com a arquitetura proporciona, através de um projeto eficaz, alguns desses aspectos. O envelhecimento traz mudanças em níveis físicos, psicológicos e sociais. Essas mudanças alteram o relacionamento dos idosos com o ambiente e as demais pessoas. Assim percebe-se a necessidade de propiciar um espaço e ambientes adequados e eficientes. No estatuto do idoso (Lei No 10.741, de 1º de outubro de 2003), temos a garantia dos direitos fundamentais divididos em várias temáticas, no entanto, destacaremos para este trabalho de graduação a garantia à: cultura, esporte e lazer; e à habitação. O

condições, para que assim possa viver cada etapa da vida. Iniciando nas escolas, jovens tem a capacidade de agregarem valores e ideais que levaram por toda sua trajetória, até a velhice, o que os ajudará a viverem sem assombros a ultima fase da vida. Ao se aposentarem, muitos idosos não conseguem lidar com o tempo livre, e sentem falta de serem produtivos, da falta de comunicação e a relação com outras pessoas. Essa falta de preparação se resume ao fato de não terem tido acesso e vivenciado o lazer, dentro ou fora da escola durante as fases anteriores da vida. Deste modo, veem-se nessa idade, a necessidade de adquirir novos hábitos. O esporte e lazer, cada vez mais estudados e aprimorados, são uma nova proposta de ver e viver a vida. A cada novo aprendizado, apresenta-se a flexibilidade do individuo, a motivação de querer aprender e evoluir. Nas perspectivas de um idoso, aprender é um desafio, e quando motivados a se empenharem, instigam um desenvolvimento para o corpo e as faculdades mentais muito benéficos, desde que essas atividades sejam orientadas por um profissional. O estatuto do Idoso estabelece os direitos dos idosos a educação cultura e lazer, como diz o artigo 20 deste documento:

estudo desses temas nos auxiliaram a compreender melhor as exigências e necessidades a serem consideradas na elaboração do projeto como mostraremos nos itens a seguir. 2.1. A importância da cultura, esporte e lazer na terceira idade. A educação, cultura, esporte e vida saudável são hábitos que devem ser incentivados desde a infância, não devendo ser uma

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.

Os estudos sobre o conceito de lazer e recreação começaram a ser mais difundidos e estudados a partir dos anos de 1980, se baseando nos trabalhos de Ferreira (1959), um dos primeiros autores a discutir o assunto lazer no Brasil.


23

Ferreira (1959) desenvolveu uma pesquisa sobre o lazer dos

1. “cultura vivenciada no ‘tempo disponível’ das obrigações profissionais, escolares, familiares e sociais, combinando os aspectos: tempo e atitude”; 2. “fenômeno gerado historicamente e do qual emergem valores questionadores da sociedade como um todo e sobre o qual são exercidas influências da estrutura social vigente”; 3. “um tempo privilegiado para a vivência de valores que contribuam para mudanças de ordem moral e cultural”; 4. “portador de um duplo aspecto educativo, veículo e objeto de educação”.

trabalhadores na cidade de Salvador (BA), abrangendo os seguintes temas: Importância e significado do lazer3, lazer, industrialização e subdesenvolvimento e lazer operário. Em sua obra

Ferreira,

defende

a

ideia

do

beneficio

pessoal

e

compensatório do lazer, o qual tem o poder de aliviar as tensões resultantes do dia a dia, resultando também em uma contribuição à coletividade. O

Lazer é abrangido

por Marinho et

al.

(1952)

como

entretenimento, conjunto de atos que promovem o divertimento, a distração e o relaxamento. Assim é então caracterizado como uma área de atuação multidisciplinar, sendo elas as ciências sociais, a filosofia, a educação física, a psicologia, as artes, a terapia ocupacional, a arquitetura entre outras. O lazer é o conjunto de ocupações, as quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua ou livre capacidade criadora após livrar-se desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais (DUMAZEDIER, 1979, p. 12).

Os idosos, por consequência do abandono, deixam muitas vezes de

realizar

atividades

corriqueiras,

pela

necessidade

de

acompanhamento ou estimulo para a maioria delas. Com acompanhamento

de

cuidadores

e

profissionais,

a

conscientização e incentivo, visa-se proporcionar a realização de tais atividades e conseguir consequente melhora física e mental. Dessa forma, os diferentes valores e significados apresentados pelos autores, são diretrizes para definição de atividades a serem desenvolvidas nesse projeto, como a vivência no tempo disponível, buscando dar oportunidades para que os moradores utilizem desse tempo para desenvolver atividades como esportes (nas

Na atualidade o que presenciamos é o lazer de massa propiciado

quadras poliesportivas, salas de jogos e áreas externas livres),

pela tecnologia, pela globalização e pela mídia, por meio da

jogos

televisão, rádio e cinema (CAMARGO, 1998). Entretanto o conceito

multidisciplinares, como aulas de yoga, meditação, culinária,

de lazer vai além da realização de certas atividades, e está

computação, contribuição em grupo em tarefas para a instituição

baseado na cultura vivenciada no tempo livre de outras atividades,

(exemplo: atividades na horta, orquidário entre outros), a

ao conhecimento e a assistência a essas atividades e mesmo a

convivência e troca de experiências com moradores internos e

possibilidade do ócio. Para Marcellino (1997, p. 157-158), a

visitantes.

definição e caracterização do lazer:

3

A parte a ser utilizada como referência teórica é relativa à primeira parte “importância e significado do lazer”.

de

tabuleiro

e

virtuais,

diferentes

atividades


24

3 CONCEITO DE HABITAÇÃO

ambiental, resultando em uma nova medida para inovação na política habitacional.

Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle. (Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948, Artigo 25, parágrafo 1º:).

Todos devem viver em segurança, com direito à privacidade, onde

Segundo o Censo do IBGE (2010) apenas 52,5% dos domicílios brasileiros são considerados adequados. Para o instituto, uma moradia adequada deve possuir abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitário por rede geral ou fossa séptica, coleta de lixo direta ou indireta e, no máximo, dois moradores por dormitório.

haja provisão de água e luz, bem como coleta de lixo e esgoto. A qualidade está diretamente relacionada ao acesso a transporte

3.1 Relação da arquitetura com o bem-estar e saúde

coletivo, saúde, cultura e educação, dentre outros serviços públicos fundamentais. São todos fatores determinantes para qualidade de vida em locais dignos, e por sua vez, indicadores de desenvolvimento humano e social, respondendo obrigatoriamente aos projetos de lei da Constituição Federal.

A arquitetura tem como uma de suas funções, analisar o cotidiano

O Brasil apresenta um perfil de cidades na maioria das vezes desordenadas, em função do rápido crescimento, da urbanização mal planejada e da falta de políticas habitacionais, gerando uma consequência direta na qualidade das próprias moradias. As habitações conformam cidades, alterando a paisagem natural do ambiente, e o clima. As consequências tanto positivas ou quanto negativas

dessas

conformações

podem

(...) A arquitetura não pode ser outra coisa senão o interesse pela vida cotidiana, tal como vivida por todas as pessoas; é como o vestuário, que não deve apenas nos vestir, mas ajustar-se bem a nós (HERTZBERGER, 2015).

nos

mostrar,

a

necessidade de melhor planejamento. O resultado desse processo é que, atualmente, mais de 82% da população brasileira é urbana. O surgimento de políticas habitacionais realmente preocupadas em solucionar o alarmante problema é recente, tendo sido implementado na Constituição Federal de 1988, e regulamentado pelo Estatuto da Cidade (2001). O Estatuto estabelece regras para o uso da propriedade urbana para beneficiar o interesse coletivo e em busca de um equilíbrio

de seus usuários a fim de garantir o bem-estar das pessoas que irão usufruir do local, seja este para morar, trabalhar, estudar entre tantas outras opções. Na questão da moradia, a arquitetura tem muito a contribuir para tornar o ambiente mais agradável e saudável. Em um projeto para a classe idosa, além da questão do bem-estar, há também a necessidade de estudo específico de acordo com a acessibilidade e a promoção de saúde que a construção pode contribuir,

resultando em um

programa

complexo e intersetorial que busca soluções especificas para desenvolvimento do projeto. Assim, além dos princípios básicos que devem constituir um projeto para esse público, sabe-se o quão importante é estudar e aplicar conceitos relacionados a ambientes saudáveis, isto é, a utilização da psicologia ambiental com a arquitetura a fim de garantir um bem-estar aumentado, transformando o espaço em um local que possa despertar no individuo sensações de


25

confiança, felicidade, segurança, além de promover a saúde física,

que tendem a diminuir níveis de stress, justificando também os

mental e qualidade de vida.

níveis de stress.

A psicologia ambiental é uma das muitas áreas de estudo da

Desse modo, a psicologia ambiental, traz a preocupação com

psicologia, nela são desenvolvidas pesquisas das relações e

alguns assuntos a serem empregados no projeto, tais como:

interações entre o usuário e seu ambiente, e como isso tem efeito na promoção do bem-estar psicológico e fisiológico. Segundo,

A.luz

CAVALCANTE e ELALI (2011) ao se discutir as relações

B. cor

interdisciplinares em que envolvem Arquitetura e Urbanismo e

C. ergonomia

Psicologia, aponta-se:

D. dimensões e privacidade E. termo acústica

1. A grande potencialidade de investimentos em métodos e técnicas que permitam maior integração de conhecimentos entre ambas; 2. A necessidade de estarmos atentos para as diferenças de linguagem (terminologia científica) entre elas; 3. A importância de levarmos em consideração o tempo esperado para se obter respostas para as indagações formuladas (mais curto para a primeira, e mais difuso para a segunda); 4. O próprio tipo de perguntas formuladas e respostas possíveis (mais objetivas/aplicadas para a primeira e subjetivas para a segunda) (CAVALCANTE e ELALI, 2011, p. 235).

F. desenho universal. a. Luz A luz natural é um elemento essencial com funções que vão além de simplesmente iluminar, mas suas diferenças de intensidades e tonalidades podem valorizar ou desvalorizar a percepção de um ambiente e o objetivo de um projeto.

Nota se que a ausência de elementos que auxiliam na criação de um ambiente saudável contribui para o aumento do estresse causado pelo edifício. Assim o projeto saudável deve ser um instrumento que extingue tais fontes de desconforto de influência

Mais do que exercer impacto direto sobre a forma como percebemos o espaço que nos cerca, a luz é capaz de despertar emoções de diversas formas. (LOVISETTI, 2009, p.70).

negativa, seja a falta de segurança, privacidade, o conforto ambiental (ruídos, ventilação, iluminação). Por tanto, se atentar a

As aberturas para a luz natural influenciam também na ventilação,

todas as variantes para produzir um bom projeto de arquitetura, é

nos sistemas de iluminação elétrica e ar condicionado, podendo

conhecer de fato todas as peculiaridades dos futuros usuários.

contribuir para a concepção de um projeto bioenergético.

Reproduzindo assim, um ambiente específico para tais usos. (CAVALCANTE e ELALI, 2011).

As diretrizes básicas a serem aplicadas são a utilização de luz natural e artificial que permita a realização das atividades

Como defende Joye (2007) em seus estudos sobre a questão de

propostas em cada ambiente sem esforço visual, assim varia de

estresse nos ambientes, os humanos são atraídos por elementos

acordo com a atividade a ser realizada. A boa uniformidade de

naturais, como por exemplo, ambientes com ricos paisagismos

iluminação e a ausência de ofuscamento são essências para a


26

saúde do ambiente, visto que ambientes sobrecarregados de

De acordo com um teórico alemão, a cor é capaz de enfatizar

iluminação artificial podem gerar inquietação do usuário, além de

tamanhos e profundidades. O piso, como a terra, “deve ter os tons

distração e desconforto (BERTOLOTTI, 2006).

cinzentos ou acastanhados do barro ou do solo rochoso”. As paredes, como o meio natural acima da terra “devem ter mais cor,

A iluminação natural, além de garantir maior conforto ambiental, é

como arbustos e árvores em flor” o teto, “deve ser leve e

também importantíssima na saúde das pessoas em relação aos

incorpóreo” com tonalidades delicadas como o céu. Uma inversão

processos do nosso organismo, por exemplo, na sintetização da

desses parâmetros pode causar sentimentos de insegurança e

vitamina D e na marcação de ritmo biológico e psicológico dos

desconforto. (RASMUSSEN, 2002, p.227).

usuários. (COSTI, 2002 apud Portela, 2016). Assim as cores são utilizadas como auxiliares na cura e na saúde, b. Cor

e sem agredir o organismo, pois segundo Valcapelli (1998), as cores como vistas por nos, estão no mesmo movimento padrão de A cor não tem existência material: é apenas sensação produzida por certas organizações nervosas sob a ação da luz. (PEDROSA, 2003, p. 17).

vibração do corpo, assim as células apenas absorvem os raios de luz (cor) que necessitam, negando as demais. c. Ergonomia

As cores influenciam em aspectos fisiológicos e psicológicos, se tornando fortes aliadas em processos de recuperação, estudados

A ergonomia é a ciência focada no ser humano e suas atividades,

pela cromoterapia. Na arquitetura, também são aliadas na criação

no modo como outros elementos ou sistemas podem contribuir

de ambientes confortáveis, saudáveis, produtivos e até que

para uma melhora na realização da atividade. Essa base no ser

ajudem no sono. Com isso, a análise de cores a serem usadas nos

humano traz um olhar antropológico de forma a visar não só um

ambientes,

serem

aumento na produção, mas uma melhor qualidade de vida,

desenvolvidas, e a parte muscular mental e nervosa. Assim

adaptando o trabalho ao homem e devolvendo-o sua dignidade. A

diferentes combinações podem ainda apresentar diferentes

ergonomia é majoritariamente destinada à relação do homem com

resultados, como efeitos de animação, calma, tristeza, segurança

o trabalho, mas ara a população idosa, isso é imprescindível, visto

ou insegurança. (HELLER, 2009).

que nessa idade tem uma mobilidade reduzida e maior dificuldade

afetam

diretamente

as

atividades

a

na realização de atividades cotidianas. Ambientes hospitalares são conhecidos por apresentarem cores neutras até o branco, popularmente conhecidas por serem cores

Os principais critérios para obtenção da ergonomia são analises

que acalmam. Entretanto, há controvérsias, pois ao analisar a

quanto a: segurança na utilização do objeto, com intuito de

natureza, “conhecida por trazer paz”, percebemos que muitos dos

prevenir acidentes e doenças ocasionadas pelo uso; eficácia,

seus tons não são claros, e ao contrario, são bastante intensos,

tornando a atividade mais facilmente realizável; utilidade, visando

como o contraste de uma folha com sua flor. (LIMA, 1994).

responder as necessidades do usuário; facilidade de uso, tornando


27

o uso intuitivo e fácil de compreender; conforto, garantindo a

Sem

comodidade durante seu uso; prazer, trazendo uma prática

demasiadamente grandes, procura-se encontrar o ponto de

satisfatória ao utilizador. (ABERGO, 2010)

equilíbrio entre a territorialidade e privacidade com a inclusão e

criar

um

espaço

claustrofóbico,

nem

deixar

áreas

relacionamento interpessoal dentro do objeto de estudo a ser A ergonomia se traduz no projeto pela construção dos ambientes

construído.

em dimensões adequadas e que facilitem o funcionamento e desempenho das atividades diárias. d. Dimensões e privacidade

e. Termoacústica A questão acústica em um projeto é popularmente conhecida como a garantia de ambientes silenciosos, mas isso não significa

As dimensões de um ambiente influenciam diretamente na forma

ser mais saudável. Ambientes os quais são extremamente

como agimos. Variando entre a falta de privacidade, e o excesso

silenciosos causam a sensação de insegurança e medo. Assim

de isolamento, refletindo nas necessidades psicológicas e

como ambientes que possuem muito ruído causam inquietação e

comportamentais dos futuros ocupantes.

nervosismo. (BESTETTI, 2014).

A execução de programas habitacionais do governo, pouco se

Para construção desse ambiente saudável, há necessidade de

atenta a tais fatores, produzindo blocos de moradias que não

utilizar materiais que refletem parcialmente as ondas sonoras,

estimulam a convivência, e preocupando-se apenas com a parte

além de utilizar barreiras e internas e estruturas descontinuas para

estética e financeira.

controlar sons, pensando também em como controlar as aberturas para lugares ruidosos ou para possibilitar a entrada de

Conceitos importantes para pessoas fragilizadas, principalmente

sons exteriores convenientes, como da natureza dos jardins.

na terceira idade quando sofrem com a falta de inclusão são a

Também é controlado o som através da boa adequação de

privacidade, apropriação e pertencimento (territorialidade). Quando

ambientes em setores de utilização e o zoneamento de atividades,

ausentes resultam na exclusão e no abandono.

evitando que atividades ruidosas perturbem espaços que buscam apenas um som ambiente que permita relaxar.

Solidão (referindo ao sentimento direto de estar só); isolamento (similar à solidão, em que a pessoa busca afastar-se dos outros para obter privacidade); anonimato (estabelecer-se em situações sociais sem ser identificado); reserva (referindo ao controle de informações de caráter pessoal em situações sociais); intimidade com a família (ambiente familiar sem outras pessoas) e intimidade com os amigos (ambientes sociais, como festas, encontros religiosos etc.) (KUHNEN, 2009, p. 97).

Em relação ao conforto térmico, os projetos que se adaptam as questões climáticas locais, além de produzir ambientes mais confortáveis, tem uma economia de energia e contribuição para o meio ambiente. A análise do terreno é um fator primordial na qualificação ambiental nessa etapa, pois em condições de aproveitamento do vento e o posicionamento em relação a maior aproveitamento da luz solar, garantem uma eficiência enérgica e


28

direta,

Entretanto, há diretrizes que vão além de estabelecer normas

resfriamento evaporativo, sombreamento, ventilação natural e a

apenas para construções, mas estabelecem também para

inércia térmica.

atividades, mobiliários, usos, entre outros, garantindo a igualdade e

conforto

ambiental,

permitindo

a

reflexão

da

luz

acessibilidade de todos os usuários. Assim, a distribuição de ambientes se torna essencial para garantir o bom aproveitamento. Podendo utilizar a ventilação cruzadas

Em 2010, o Governo do estado de São Paulo, através da Secretaria

além de técnicas de convecção e sucção de ar para garantir um

da Habitação e a Secretaria do Estado dos direitos da pessoa com

fluxo de ar no sentido vertical de baixo para cima, evitando a

deficiência, publicou o Manual do Desenho Universal apresentando

disseminação de bactérias nesse ambiente.

os preceitos que devem ser seguidos na elaboração de projetos, tanto na área de unidades habitacionais, às áreas de condomínios

O ar condicionado, portanto, não é bom. É lógico que existem sistemas de esterilização do ar, mas tudo isso vai encarecendo, e às vezes eles não são eficientes porque exigem uma manutenção maior. Resumindo: defender iluminação e ventilação naturais não é só por esse aspecto da economia de energia, não é só para tornar o ambiente mais natural, mais humano, mas, no caso do hospital, também é para proteg er contra infecção hospitalar. (MENEZES, 2004, p. 69).

f.

e áreas públicas urbanas. "O Brasil tem mais de 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. O estado precisa de políticas capazes de atender essa parcela da população. Em São Paulo isso já é realidade". (Linamara Battistella, secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência). O

Desenho Universal

desenho

universal

aplicado

às

instituições

de

longa

permanência é essencial, pois na idade avançada há ainda uma

“Significa o desenho de produtos e ambientes para serem utilizáveis por todas as pessoas, no limite do possível, sem a necessidade de adaptação ou desenho especializado”. (WRIGHT, 2001, p. 55).

maior dificuldade de aceitar baixos níveis de conforto e de se adaptar a um espaço diferentemente de jovens e adultos, agravando esse caso, tem dificuldade de se movimentar, tirando sua independência e autonomia. (PRADO, A R., 2010)

O desenho universal foi desenvolvido para direcionar os projetos a

Na comparação de jovens a idosos, quanto o tempo de reação,

fim de garantir acessibilidade de todos a esses ambientes,

usuários acima de 60 anos, são 20% mais lentos, e quando

indiferente

motoras,

comparados quanto a acomodação visual, os jovens tem

obesidade, mobilidade reduzida, idosos, gestantes ou crianças.

capacidade de foco de 8cm enquanto idosos tem valores

Em 1985, foi publicada a pela ABNT a NBR9050, que estabelece

próximos a 50 a 100cm. Do ponto de vista antropométrico, os

diretrizes básicas para a acessibilidade em edificações, tendo sua

idosos sofrem com a redução da altura e na biomecânica, com a

ultima versão de atualização publicada em 2015.

perda da força (entorno de 25%). (FERREIRA, 2016).

às

capacidades,

sendo

deficiências


29

Dessa forma, a ABNT NBR 9050:2004, traz diversos critérios

Figura 3. Área de manobra de cadeiras de rodas com deslocamento

técnicos a serem aplicados em projetos para permitir o acesso e uso desses equipamentos por todas as pessoas, permitindo a segurança, autonomia e inclusão. Fatores indispensáveis tanto pra fragilidade física quanto psicológica desses indivíduos. Figura 2. Largura para deslocamento em linha reta.

Fonte: ABNT NBR 9050:2004 Fonte: ABNT NBR 9050:2004


30

Figura 4. Barras de apoio para bacia sanitária.

Figura 6. Circulação Mínima em dormitórios.

Fonte: ABNT NBR 9050:2004

Fonte: ABNT NBR 9050:2004

Figura 5. Barras de apoio para bacia sanitária.

Fonte: ABNT NBR 9050:2004


31

4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Os serviços oferecidos são de moradia, alimentação, atividades fisioterápicas,

4.1 Visita Técnica

psicológicas,

atendimentos

médicos,

terapia

ocupacional e saúde preventiva. Além de proporcionar grandes áreas verdes para passeios entre outras atividades.

NOME DO PROJETO: Lar dos Velhinhos de Piracicaba (Original: Asylo de Velhice e Mendicidade de Piracicaba) FUNDADOR: Pedro Alexandre de Almeida FUNDAÇÃO: 1906 AREA DO TERRENO: 156.230 m² MORADORES: 450 idosos LOCALIZACAO: Avenida Torquato da Silva Leitão, 615 – São Dimas, Piracicaba – SP.

Os moradores hoje somam 450 idosos e para isso há 250 cuidadores (entre médicos, enfermeiros, equipes de limpeza, manutenção, funcionários de administração, responsáveis nas cozinhas ente outros). Estes são abrigados em quartos coletivos e particulares distribuídos em oito pavilhões além dos 130 chalés (60m²). Cada pavilhão possui sua área de apoio, como rouparias, restaurantes, cozinhas, copas, banheiros, salas de atendimento. Há também uma grande área aberta com gramados, plantas

Figura 7. Entrada Lar dos Velhinhos de Piracicaba

frutíferas, arbustos, flores, hortas, igreja, lago, piscina aquecida, área de fisioterapia, odontológica e médica, dois salões, refeitório, fábrica de fraldas, prédios administrativos áreas de lazer (quadras). Figura 8. Prédio destinado à locação para eventos

Fonte: Acervo do site da Instituição.

O lar dos velhinhos é um importante marco para a história das ILPI por ser a primeira cidade geriátrica do Brasil, fundada em 1906 por Pedro Alexandre de Almeida. O objetivo do projeto é abrigar pessoas idosas, independente da condição social, sem distinções, oferecendo assistências para o bem-estar conforto e qualidade de vida.

Fonte: Acervo do site da Instituição.


32

Figura 9. Igreja e lago

Figura 11. Interior do Pavilhão Moradia

Fonte: Acervo do site da Instituição.

Fonte: Acervo do site da Instituição.

Figura 10. Pavilhão de Moradia

Figura 12. Banho de sol dos moradores

Fonte: Acervo do site da Instituição.

Fonte: Acervo do site da Instituição.


33

4.2 Estudo de caso 1 - Hospital Sarah Kubitschek

Figura 13 - Obra de Athos Bulcão

O hospital Sarah Kubitschek foi construído em Salvador em 1991 e inaugurado em 1994, pelo arquiteto brasileiro Lelé (João da Gama Figueiras Lima). Elaborou um projeto com sistema de construção específico para atividades hospitalares, incluindo a divisão espacial e os sistemas de controle climático, O hospital tem capacidade para 157 leitos e foi projetado com o intuito de produzir, diferente de outros hospitais que deixam a questão estética em segundo plano, um ambiente humanizado utilizando diferentes cores, texturas e paisagismo para se obter um projeto com arquitetura saudável tanto ao homem quanto ao meio ambiente. O partido arquitetônico de Lelé começa analisando o terreno e seu entorno, as condições bioclimáticas (sol, vento, paisagem natural). Nessa linha de projeto humanizado, é possível observar em varias obras do arquiteto, seguindo na maioria das vezes um modelo de projeto que vise à flexibilidade, circulação, aproveitamento

Fonte: site Archdaily

Famoso pela utilização dos sheds em suas obras, Lelé utilizou-se desse recurso na construção desse hospital, mas de uma forma mais simples. O teto em formato curvo é apoiado em barras verticais. Dessa forma servem também como caixilhos para as janelas basculantes, as quais regulam os fluxos de ar.

bioclimático e paisagístico, conforto ambiental (humanização). Essa racionalização é percebida, por exemplo, na forma de

Figura 14 – Corte sheds

construção do hospital que permite mobilidade das paredes para aumentar espaços, mudando assim a possibilidade de layout e usos. Além disso, Lelé recebeu a contribuição do artista Athos Bulcão com suas pinturas e cores desenhadas nessas mesmas divisórias.

Fonte: site Archdaily


34

No projeto foram utilizadas muitas técnicas da psicologia

Figura 16 - Pátio de sol

ambiental que favorecem o tratamento ao proporcionar uma saúde mental aos usuários, como as pinturas das divisórias, as cores distribuídas nos mobiliários, as várias partes abertas onde se tem contato direto com a área externa e paisagismo. Outra característica diferenciada é a parte do solário das enfermarias, onde é possível sair com a maca para os internos poderem tomar um banho de sol e contemplar a paisagem do entorno, mais um exemplo de atividades que contribuem para a saúde mental dos pacientes.

Fonte: Arquitetura de Lelé: fábrica e invenção, 2010.

Figura 15 - Sala de espera com pátio aberto e paisagismo Figura 17 - Pátio de sol

Fonte: Arquitetura de Lelé: fábrica e invenção, 2010.

Fonte: Arquitetura de Lelé: fábrica e invenção, 2010.


35

Figura 18 - Piscina para reabilitação

4.3 Estudo de caso 2 – Hogeweyk

Hogeweyk é uma instituição destinada ao tratamento de Alzheimer. O prédio até 2008 foi utilizado com uma casa de repouso tradicional, em 2009 o governo holandês passa a financiar a instituição a fim de construir uma vila de idosos para tratamento de Alzheimer. A instituição além de tratar a doença, busca oferecer um local de moradia saudável para seus moradores. Os pacientes e moradores desse lugar necessitam de assistência 24h e para isso, o complexo de moradia possui também área de esporte e lazer,

atendimento

médico,

comercio

(café,

cabelereiro,

supermercado). Fonte: Arquitetura de Lelé: fábrica e invenção, 2010. Figura 19 – Vista Geral

Os aspectos desse projeto a serem aplicados na “Vila de Idosos” proposta por esse trabalho são principalmente em relação ao aproveitamento das questões bioclimáticas, de modo a posicionar a construção de uma maneira melhor para aproveitamento da iluminação natural, dos sentidos do vento para melhor ventilação, e com vistas para jardins paisagens naturais do terreno.

Fonte: Acervo do site da Instituição

O complexo tem um total de 152 moradores, divididos em diferentes tipos de moradias (23 casas) com diferentes tipos de decoração interna. A implantação dos blocos de moradia com as


36

áreas externas foi feita dessa maneira para todos os blocos

Figura 21 – Análise de áreas e usos externo(sem escala)

tenham acesso a um jardim e praça ao ar livre, incentivando a socialização. Foi construído dessa maneira depois e realizarem dezenas de estudos que comprovam que esse contato com o ar livre, a natureza e outros moradores tem grande efeito na saúde desse público. Figura 20 – Planta do Complexo (sem escala)

Fonte: Disponível em https://hogeweyk.dementiavillage.com/concept/. Acesso em: 14 de maio de 2018.

O responsável pela criação do paisagismo e das áreas livre foi Niek Roozen. Assim foram projetados diferentes tipos de jardins para cada

área

livre,

compondo

ambientes

bastante

distintos,

facilitando na localização desses idosos quando percorrem o complexo. Além disso, o mobiliário com diversas cores e formatos, é uma forma de estimular o uso e chamar atenção. Fonte: Disponível em https://hogeweyk.dementiavillage.com/concept/. Acesso em: 14 de maio de 2018 .

Figura 22 – Uso de pátios e áreas externas

A implantação do projeto é notável a formação de áreas abertas limitadas pelos blocos de quartos, formando átrios de reuniões, descanso e atividades. Isso é uma forma importantíssima de propiciar o encontro e a integração de moradores, grande inspiração para o projeto a ser desenvolvido.

Na figura 21 é possível notar os diferentes usos propostos para cada área verde, desde os tipos específicos de paisagismo, até praças, locais para atividades e jogos.

Fonte: Disponível em https://hogeweyk.dementiavillage.com/concept/. Acesso em: 14 de maio de 2018.


37

Figura 23 – Área de convívio interno

maior sentimento de permanecer ao local, de interagir com o ambiente e seus espaços.

Além do complexo programa

apresentado, oferecendo diferentes atividades, oficinas, as quais são essenciais para a saúde mental do morador, que é beneficiada quando se produz ou se sente parte de algo, colocando objetivos a serem realizados.

Fonte: Disponível em https://hogeweyk.dementiavillage.com/concept/. Acesso em: 14 de maio de 2018. Figura 24 – Diferentes temas no jardim interno

Fonte: Disponível em https://hogeweyk.dementiavillage.com/concept/. Acesso em: 14 de maio de 2018.

Os aspectos centrais desse projeto a serem desenvolvidos são a forma de implantação que permite interação de visitantes, moradores, funcionários e pacientes temporários. Além disso, a forma de oferecer diferentes serviços e comércios que permitem a


38

4.4 Estudo de caso 3 – The future Soelund

Assim o projeto mostra uma visão de criar espaços para realização de atividades compartilhadas e encontros, evitando a

O projeto foi realizado para o concurso proposto pela Boliger for

exclusão da vida urbana e distanciamento de outros moradores.

alle i Hovedstaden, com objetivo de construir uma comunidade partilhada de varias gerações, combinado a vida idosa com a

Figura 26 – Implantação (sem escala)

jovem, tornando possível uma oportunidade de vivência e de interagir com outras gerações totalmente diferentes. O projeto vencedor, além de 360 apartamentos destinados a idosos tem também 150 destinados ao público jovem, além de comércios, cafés, parques e creche. Figura 25 – Modelo 3D (Vista geral)

Fonte: Disponível em: https://archello.com/project/future-soelundnursing-home. Acesso em: 13 mai. 2018.

Figura 27 – Fluxograma do programa e usos

Fonte: Disponível em: https://archello.com/project/future-soelundnursing-home. Acesso em: 13 mai. 2018.

O terreno se localiza no distrito de Norrebro em Copenhagem. O piso térreo é aberto e público e forma dentro da construção, três grandes pátios, para realização de diversas atividades e com rico paisagismo. No térreo também há uma parte restrita, destinada aos apartamentos exclusivos de idosos.

Fonte: Disponível em: https://archello.com/project/future-soelundnursing-home. Acesso em: 13 mai. 2018.


39

O foco do projeto na criação era na criação de um ambiente com

Figura 29 – Tipologias de fachada e pátio

público foco de idosos e a construção e residências com cuidados de saúde, uma criação de condições ideais para idosos.

Os

apartamentos são bem iluminados e tem vista para a paisagem da cidade circundante os pátios internos. Esse projeto é uma grande inspiração para realização desse estudo, desde sua sistematização de atividades e ambientes, aos serviços e público alvo. A criação de pátios internos e foco em interação entre os usuários torna o projeto mais humanizado, os diferentes tipos de revestimentos usados nas fachadas e o paisagismo diferenciado em cada pátio, facilita a localização do idoso dentro da unidade, e assim garante maior independência permitindo que esse habite em todos os lugares sem dependência de cuidadores. Figura 28 – Vista da rua

Fonte: Disponível em: https://archello.com/project/future-soelundnursing-home. Acesso em: 13 mai. 2018.

Figura 30 – Pátio interno

Fonte: Disponível em: https://archello.com/project/future-soelundnursing-home. Acesso em: 13 mai. 2018.

Fonte: Disponível em:

https://archello.com/project/future-soelund-

nursing-home. Acesso em: 13 mai. 2018.


40

Figura 31 – Bloco de Moradias (sem escala)

Fonte: Disponível em: https://archello.com/project/future-soelundnursing-home. Acesso em: 13 mai. 2018.

Figura 32 – Diferentes fachadas

Fonte: Disponível em: https://archello.com/project/future-soelundnursing-home. Acesso em: 13 mai. 2018.



42

5 PROPOSTA

quando não se há possibilidade de melhora para manter-se sozinho e exclusão de vínculos familiares, nesse caso são internados em parceria com alguns abrigos institucionais da

5.1 Estudo do local

cidade, sendo eles o Lar dos Velhinhos e a Associação de

A cidade escolhida para realização do projeto foi Piracicaba, por ser uma cidade com grande influencia em sua região, fácil acesso por rodovias e por possuir um grande público com necessidade desses serviços. Segundo IPPLAP (2017), a taxa de população no Brasil deve atingir seu nível máximo em 2045, enquanto Piracicaba tem as estimativas que atinja seu pico em 2035, isto é, a cidade acompanha as estimativas e ainda tem uma tendência de antecipá-las.

Assistencial Social Betel (Lar Betel). Além disso, foi aprovado em 2013, um projeto também desenvolvido

pela

SEMDES

no

município

de

Piracicaba,

denominada Centro Dia do Idoso, que consistiu na construção de uma “creche” exclusiva de idosos implantada no bairro Residencial água Branca. O programa visou implantar um edifício para que essa população de idosos possa passar o dia desenvolvendo diversas atividades, e as noites voltam para suas casas ou

Gráfico 4 – Projeção populacional Brasil e Piracicaba – 2000 a 2050

famílias. O projeto conta com dormitórios para repouso, salas de tv e convivência e enfermaria, tudo construído de acordo com as normas especificas de acessibilidade para esse público. O programa atende um público de idosos semidependente, e para participar do programa é necessário estar vinculado e cadastrado em outros serviços da Prefeitura, sendo os serviços de assistencial social e serviços de proteção, além da analise do perfil socioeconômico e se existe situação de risco social. Também há um projeto nomeado “Estação do Idoso – José Nassif”

Fonte: IPPLAP

(desenvolvido

pela

SEMDES

em

parceria

com

a Associação Franciscana de Assistência Social Madre Cecília) localizado na Estação da Paulista que em parceria com alguns

A cidade através da Secretaria de Desenvolvimento Social

lares de idosos na cidade, realiza nesse centro diversas atividades

(SEMDES) desenvolve um programa de proteção especial para

gratuitas ligadas à saúde, bem estar social e cultura, possibilitando

classes em situação de risco pessoal, como adolescentes e idosos

a interação dessa classe etária que nessa idade sofre muito pela

abandonados, excluídos e sem independência. O programa de

exclusão da sociedade. Em 2006, foram atendidos por esse

Proteção Social Especial de Alta Complexidade desenvolve um

programa 5.500 idosos, segundo o Instituto de Pesquisa e

sistema voltado para idosos com a finalidade principalmente de

Planejamento de Piracicaba (IPPLAP), tendo uma média de 900

acolhimento provisório e apenas algum caso de longa permanecia

usuários por mês, segundo o SEMDES.


Tabela 5 - Média de Atendimento pelo projeto Estação Idosos do município de Piracicaba

Média de Atendimento pelo projeto Estação Idosos do município de Piracicaba

Tabela 5 - Média de Atendimento pelo projeto Estação Idosos do município de Piracicaba

Média de Atendimento pelo projeto Estação Idosos do município de Piracicaba

36

2007

680

2008

850

2009

860

2010

749

2011

1083

2012

1913

2013 2606 Visando um local acessível na cidade com proximidades ao 2014 5429 Hospital Plantadores de Cana de Piracicaba, um dos mais 2015 5483 desenvolvidos em tratamentos, o local com área escolhida para 2016 5500 implantação desse projeto é no bairro da Nova Piracicaba, as Fonte: IPPLAP

margens da Avenida Presidente Kennedy em um terreno de

2006

36

2007

680

2008

850

2009

860

2010

749

2011

1083

2012

1913

2013

2606

2014

5429

2015

5483

2016

5500 Fonte: IPPLAP Fonte: IPPLAP

Tabela 6 - Média de Atendimento do Serviço de Acolhimento Institucional para População Idosa no município de Piracicaba

Média de Atendimento do Serviço de Acolhimento Institucional para População Idosa no município de Piracicaba 2006

262

2007

342

2008

358

2009

342

2010

366

2011

377

2012

400

2013

332 Fonte: IPPLAP

2006

Fonte: IPPLAP

83.694m² 83.694.00m²

Tabela 6 - Média de Atendimento do Serviço de Acolhimento Institucional para População Idosa no município de Piracicaba

Média de Atendimento do Serviço de Acolhimento Institucional para População Idosa no município de Piracicaba 2006

262

2007

342

2008

358

2009

342

2010

366

2011

377

2012

400

2013

332 Fonte: IPPLAP

43


44

5.2 Análise do terreno e entorno

A área esta localizada na zona especial de interesse da paisagem construída, de acordo com o Plano Diretor da cidade, conforme

O terreno escolhido se localiza na Avenida Presidente Kennedy, no

Mapa 2.

bairro Nova Piracicaba. Para o estudo e análise do local, foi delimitada uma macroárea com raio de 900m a partir do centro do terreno (MAPA 1).

N

PERÍMETRO URBANO

MACROÁREA

MAPA 1. LOCALIZAÇÃO DA MACROÁREA SEM ESCALA


45

Quanto ao aspecto construtivo a única restrição dessa zona é o

Tabela 7 – ZEIPC 1 Nova Piracicaba

uso industrial, sendo admitido, portanto o uso comercial, de serviços e residencial. Fonte: Plano Diretor de Piracicaba.

N

MAPA 2. ZONEAMENTO ESCALA 1:10000

ZAP2 (Zona de adensamento prioritário) ZEIPC1 (Zona especial da paisagem construída) ZEIT3 (Zona especial institucional) ZEIT4 (Zona especial institucional) ZEIPC12 (Zona especial da paisagem construída)


46

No Mapa 3 (Usos), podemos destacar que a maior parte dos

Dos equipamentos, o Parque da Rua do Porto, juntamente com

terrenos é destinada ao uso residencial, sendo a grande maioria de

Parque do Engenho, se destacam como maiores parques públicos

casas com até dois pavimentos.

próximos à área. São espaços de cultura e lazer relevantes na cidade, onde ocorrem diversos eventos para diferentes públicos e

A tendência de desenvolvimento de atividades comerciais

idade, como a festa das nações, exposições, peças de teatro no

acompanha as ruas e avenidas de maior fluxo (Ver Mapa 3 – Usos

engenho, e a rica culinária na rua do porto.

e Mapa 4 – Hierarquia Viária). Não há atividade comercial ou serviço predominante, apresentando grande variedade, desde padarias, postos de gasolina, lojas automobilísticas e restaurantes.

MAPA 3. USOS ESCALA 1:10000

COMÉRCIOS RESIDENCIAS ÁREAS VERDES INSTITUCIONAL SEM USO

Hospital Fornecedores de Cana

N


VT GERAL 7

Cortes esquemáticos das vias Principais Av. Armando Césare Dedini

N

CALÇADA ESTACIONAMENTO VIA CICLOVIA CANTEIRO

VT GERAL 1

VT GERAL 3

VT GERAL 2

VT GERAL 6

Av. Paulista

Rua Joana D’arc Av. Dona Franscisca

Av.Dona Lídia

Av. Presidente Kennedy

Ponte Pênsil Av. Beira Rio

Ponte Estaiada

MAPA 4. HIERARQUIA VIÁRIA ESCALA 1:10000

Av. Cruzeiro do Sul

VT GERAL 1. Coletoras coms entido único de circulação. VT GERAL 2. Coletoras com sentido duplo de circulação, sem canteiro. VT GERAL 3. Trânsito local com balão de raio igual à largura da via. VT GERAL 6. Vias Parques. VT GERAL 7. Vias Arteriais, Contorno, Radiais e Coletoras

47


48

Uma das motivações para a escolha do terreno foi sua proximidade do Hospital Fornecedores de Cana (900m), um dos mais desenvolvidos da cidade em tratamentos e exames. Além disso, ao redor deste, desenvolveu-se diversas outras atividades relacionadas à saúde, de consultórios médicos, as clínicas para realização de exames.

FOTO A Hospital Fornecedores de Cana

N

FOTO B

Foto B

FOTO C

MAPA 5. GABARITO ESCALA 1:10000

ATÉ DOIS PAVIMENTOS 3-4 PAVIMENTOS 5-7 PAVIMENTOS 7-9 PAVIMENTOS

Foto A

Foto C


49

No bairro Nova Piracicaba, a porção interior, contém pequenas

Para a avaliação das condições bioclimáticas, foram estudados

praças, porém em situação de abandono do poder público, tanto

trabalhos

na vegetação quanto em relação a equipamentos danificados.

predominantes no sudeste (LISK et. Al., 2013). Quanto à topografia,

sobre

análises

de

ventos

na

cidade,

sendo

o terreno é majoritariamente plano, com um pequeno declínio de 3m no sentido sudeste.

N

01

02 03

04

09

05

06

07

08

MAPA 6. CURVAS DE NÍVEL ESCALA 1:10000 01. Praça Antônio Cândido - Parafuso 02. Praça Fuedhelou Kraide 03. Praça Eduardo Gerolamo 04. Praça Cartel Arcoverde 05. Parque do Engenho 06. Área Verde - Rua do Porto 07. Parque da Rua do Porto 08. Praça Valéria Isaac 09. Área Verde João Graciano


50

5.3 Referência de Programa Figura 33. Entrada do edifício

Foi construído no bairro Morumbi em São Paulo, na intenção de inserir o idoso na sociedade, evitando o sentimento de exclusão social que acontece com instituições do mesmo seguimento quando construídos em local isolado. O terreno tem 2600m² e a área construída total é de 13.400m² (máximo 238 moradores, totalizando 56,30m²/usuário), divididos em dois blocos, um para áreas comuns (em vermelho na imagem 35 e 36) como sala de jogos, salão de festas, lareia, praça, restaurante e recepção e a clínica para atendimentos de varias especialidades, e o outro para apartamentos, com uma UTI na cobertura (Em azul nas imagens 35 e 36) Os apartamentos (em amarelo na imagem 35) são de 36m² para até duas pessoas

Fonte: Escritório Afalo Gasperini.

havendo três opções de serviços: passar o dia, as férias/fim de

A exemplo de programa arquitetônico e de atividades, o residencial

semana e morar. Todos os quartos são adequados às

Hiléa foi projetado em 2008 pelo escritório Afalo Gasperine e

necessidades especiais e acessibilidade dos idosos. Para garantir

inaugurado em 2007, voltado para o atendimento na íntegra do

o conforto nos quartos, os equipamentos médicos para

público da terceira idade com Alzheimer, com funções de hotel,

emergência, ficam camuflados com quadros. No setor de lazer, o

residencial e clube.

edifício possui piscina, sauna, academia, salas de fisioterapia e massagem, ateliê e cabelereiro. Figura 34. Sala de Ginástica

Com tantos serviços oferecidos ao luxo das moradias e em todas suas dependências, o custo para manter o complexo era bastante alto, com mensalidades a partir de R$ 6mil reais. Com poucos moradores e erros na gestão, a instituição foi a falência e vendeu o prédio para o Estado, que inaugurou em 2009 o prédio na Rede de Reabilitação Lucy Montoro, para atendimento de pessoas com deficiência, dando continuidade assim a utilização do prédio para a saúde.

Fonte: Escritório Afalo Gasperini.


51

Dessa referência, o complexo programa e atividades a serem

Figura 35. Corte do Edificio.

oferecidas geraram uma alta contribuição dos moradores e assim, menor interesse. Para o projeto a ser desenvolvido, além dos serviços oferecidos, busca-se ter uma menor área por metro

UTI RESIDENCIAL ÁREAS COMUNS ESTACIONAMENTO

quadrado de morador e as parcerias com o estado para custeio de serviços, como acontece com o Lar dos Velhinhos de Piracicaba (Visita Técnica) e na parceria de atividades, para assim possibilitar acesso a mais classes sociais e não limitando a elite. Figura 37. Pavimento de apartamentos

Fonte: Escritório Afalo Gasperini

Figura 38. Térreo

Fonte: Escritório Afalo Gasperini. Figura 36. Primeiro Pavimento.

ATENDIMENTO ÁREAS COMUNS ALIMENTAÇÃO Fonte: Escritório Afalo Gasperini.

Fonte: Escritório Afalo Gasperini


52

Tabela 9. Áreas para Instituição de até 22 idosos do Grau de Dependência II (Semi-dependentes)

5.4 Programa

O programa desenvolvido para o projeto foi baseado nas propostas de áreas, atividades e sistemas construtivos propostos pelas Normas de Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso do Brasil, desenvolvido pelo Ministério da Previdência e Assistência social juntamente com a Secretaria de Estado de Assistência Social, enriquecido com áreas para proporcionar outros tratamentos para a saúde, como atendimentos agendados e emergenciais, além de oferecer área de lazer e salas de comércio, para moradores e visitantes. O programa propõe áreas mínimas para uma instituição com

Fonte: Normas de Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso do Brasil.

variação de moradores e atendimentos, da seguinte forma:

Tabela 8. Áreas para Instituição de até 40 idosos do Grau de Dependência I (Independentes)

Tabela 9. Áreas para Instituição de até 22 idosos do Grau de Dependência III (Totalmente Dependentes)

Fonte: Normas de Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso do Brasil. Fonte: Normas de Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso do Brasil.


53

ADMINISTRAÇÃO + RECEBER Salas da Administração Hall + Estar Guarita Banheiros Depósito

190 200 20 70 2X9

CONSUMIR + INTERAGIR + RECEBER Salas Comerciais Banheiros Sala de Controle

1000m² 70m²x13 70 20

CUIDAR + TRATAR + EXERCITAR Centro de Enfermagem Farmácia Sala de Atendimento Sala de Emergência Sala de Descanso para Enfermeiros Espaço Religioso Banheiros

SERVIÇOS

498m²

1002m² 43x4 60 385 20x4 75 90 70

LER + PRODUZIR + CRIAR + DIVERTIR + INTERAGIR + DIVAGAR + EXERCITAR Biblioteca 450 Ateliê 150x2 Academia Fechada 300 Piscina Coberta 180 Sala de Ginástica Multiuso 50x3 Sala de Jogos 50 Sala de Mídia 100 Salas para Atividades Individuais 10x5 Vestiário 140

Depósito Hospitalar Depósito Orgânico Depósito Comum Lixo Hospital Lixo Orgânico Lixo Comum Lavanderia Almoxarifado Sala de Descanso de Funcionários Copa de Funcionários Estacionamento Oficial Reservatório (Reutilização de água) Caixa d'Água Sala de Gerador Banheiros

550m² 20 20 20 10 10 10 80 50 140 50 300 30 20 20 70

ALIMENTAÇÃO Refeitório Cozinha Banheiro Func Banheiro Geral Copa Copa Funcionários

882m² 256x2 150 70 70 50 30

1720m² MORADIA

3640

APTO A (2 PESSOAS) APTO B (1 PESSOA) APTO C (1 PESSOA)

60X34 30X20 40X25

TOTAL PARCIAL Circulação + Sala de Estar

9462m² 20%

TOTAL

11354m²


54

ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO CIRCULAÇAO DE VISITANTES

Criação de Praças Públicas

CIRCULAÇAO DE MORADORES JARDINS FECHADOS JARDINS EXTERNOS APARTAMENTOS COMÉRCIO SAÚDE ATENDIMENTO BANHEIROS SERVIÇO ESTACIONAMENTO ALIMENTAÇÃO

Acesso Funcionários

Visitantes

Estacionamento Croqui de estudo da fachada

Acesso Serviços Criação de Praças Públicas

Acesso Serviços Acesso Funcionários

N

ESTUDO IMPLANTAÇÃO ESCALA 1:2000


55

ESTUDO DE JARDINS INTERNOS JARDIM INTERNOS - ESTUDO DE ÁREAS Jardim Público Jardim Zen Jardim Descanso Atividades ao Ar Livre Orquidário Pomar Horta

9075m² 990m² 1400m² 165m² 2290m² 750m² 1440m² 2040m²

JARDIM PÚBLICO

Jardim com acesso livre para moradores e público. Diversos caminhos, bancos, jardins com árvores e arbustos.

JARDIM ZEN

Composto a formar pequenos espaços para a meditação, trazendo a calma, tranquilidade e autoreflexão. Paisagismo combinado com espelhos d’água bancos, espreguiçadeiras e mesas.

ATIVIDADES AO AR LIVRE

Jardim com diversos caminhos e mutidisciplinar. Os canteiro com arbustos e arvores estão combinados com áreas de piso emborrachado, cimento e grama sintética, possibilitando variados usos.

JARDIM DE DESCANSO

Destinado ao uso dos funcionários com mesas, bancos e áreas de estar.

ORQUIDÁRIO

Paisagismo composto por diversos locais para plantio de diferentes espécies de orquídeas, disposto também com bancos e mesas.

POMAR

Jardim composto com árvores frutíferas.

HORTA

N

ESTUDO IMPLANTAÇÃO ESCALA 1:2000

Espaço destinado a plantação de hortaliças e vegetais em canteiros elevados, que facilitam o plantio e a manutenção. A produção é utilizada no restaurante e também vendida ao público na área comercial.


56

CROQUIS DE ESTUDO DA VOLUMETRIA

1. VISTA DA ROTATÓRIA

2. VISTA DO JARDIM PÚBLICO

3. VISTA INTERNA

4. VISTA HORTA


57

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, os estudos de caso foram base para o aumento da conceituação teórica básica desse projeto, oferecendo

O trabalho do arquiteto vai muito além de projetar uma forma

exemplos de como se adequar às necessidades desse

ou uma função. O arquiteto estuda o ser humano em todas

público, como atendê-los e como projetar um conjunto

as suas necessidades físicas, psicológicas e sociais, criando

habitacional que atenda princípios básicos com a relação

ambientes que propiciam emoções determinantes dos

com seu entorno em sua inserção urbana, uma implantação

sentimentos daqueles que utilizarão os espaços, seja ele

que garanta integração e racionalização dos espaços e a

uma moradia, um espaço de trabalho, lazer ou saúde.

criação de unidades habitacionais pertinentes aos usuários, se adequando as normas da ABNT e ao Estatuto do Idoso,

Ampliar os conhecimentos das emoções humanas é

quando as questões construtivas e atividades propostas.

imprescindível como base para a criação. A arquitetura não é uma ciência exata como muitos propõem, é ao contrário disso, uma eterna busca de entendimento da complexa vivência do ser humano. A cada projeto, a cada terreno e a cada público há uma necessidade totalmente nova de estudo, criação, adaptação e desenvolvimento, é uma atividade em constante evolução. Concebida diante de

As áreas livres são diversificadas com o intuito de proporcionar diversas experiências visuais e sensações e mais fácil localização dos moradores, o paisagismo é item fundamental da proposta arquitetônica, caracterizando assim uma arquitetura sinestésica na qual ambiente proporciona vivencias através de diversas sensações. Os corredores que ligam os apartamentos e jardins são além de simples acessos, áreas de estar e convívio, com

diversas variáveis desde ao levantamento topográfico, à

janelas que sempre permitem olhar os jardins e facilitar a

implantação do projeto de acordo com fatores naturais, as

localização. A cada encontro de corredores ou blocos, há uma

cores, texturas e usos diversos.

Central de Enfermagem para atender aos quartos e permitir assistir às atividades e circulação dos moradores. A setorização

Nesse projeto foram estudados diversos aspectos da vida na

proposta, permite que existam áreas em que há circulação de

terceira idade. Como um público alvo único, com suas

moradores exclusiva e áreas para integração com visitantes, sem

peculiaridades e necessidades físicas e psicológicas, como a psicologia e arquitetura podem juntas transformar ambientes e contribuir para um ambiente saudável utilizando das diversas técnicas existentes desde a concepção dos espaços, as áreas de integração e moradia.

permitir a saída dos internos. Quanto aos acessos foram propostos para que haja entradas diferenciadas para os serviços e visitantes, contando também com uma saída ligada a sala de internação de emergência em casos de necessidade de transporte rápido ao hospital próximo.


58

O projeto a ser desenvolvido e detalhado na próxima etapa, é

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

embasado nesse estudo multidisciplinar, buscando proporcionar um ambiente físico bem estruturado, setorizado e planejado, conforme necessidade dos idosos. Para o plano de massas e áreas proposto na implantação e programas de áreas até agora, buscou-se considerar também os parâmetros construtivos da área, realizando uma integração com seu entorno, no formato do prédio facetado, criando diversos espaços internos e externos.

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ILUSTRAÇÕES PRÓPRIAS



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