Ano 9 nº1968 Janeiro/2015 Bodocó Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Produção em família A diversidade em favor do coletivo
A propriedade da família Nunes se destaca pelo verde das fruteiras que esbanjam beleza mesmo em períodos de seca prolongada. Isso porque, no Sitio Saco Grande, no município de Bodocó, Anete Soares Nunes, seu esposo, Francisco Nunes e cunhados Alexandre Nunes e Francisca Nunes perseveram e regam diariamente as plantas do pomar com água de uma cacimba, cavada à mão, que têm na propriedade. Há alguns meses a família conquistou a cisterna-calçadão, tecnologia que para eles será o incentivo que faltava para implantar o tão sonhado cultivo de hortaliças. “A cisternacalçadão vai ser um beneficio grande para fazer plantação, pequenas hortaliças, esses plantios que levam menos água. A gente quer produzir para comer e para vender, porque a gente faz pequenos plantios e nunca usa sozinho, e ali sempre chega uma pessoa com interesse e a gente vende, e serve para a renda da família”, planeja Anete. A família trabalha em conjunto na baixa do terreno, onde também foi feita a construção da cisterna, de onde eles esperam ter uma boa reserva de água ao chegar das primeiras chuvas deste ano.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco
No quintal, já tem produção de coco, laranja, umbu, pinha, manga, banana, macaxeira, abóbora, melancia e andu. Em conjunto, eles criam galinhas, porcos, guinés, e patos. Tudo para alimentação da família. Seu Francisco Nunes, fala da dificuldade de água na região. “Aqui a gente sofre porque só produz alguma coisa se tiver chuva. A gente produz de tudo, se não tiver água não dá pra fazer. Com essa seca colocar água na cisterna sai muito caro. É difícil, mas a gente vence. A gente está esperando uma chuvinha para melhorar a situação. Quando chover vai dar uma melhorada”, afirma esperançoso. Anete que é a agricultora cadastrada no Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), hoje tem como renda monetária o bolsa família e os serviços que faz como costureira. Ela vive com o marido, Francisco, que também ajuda quando aparece algum trabalho. Com o que produzem na agricultura familiar conseguem economizar na hora de fazer a feira, pois muitos dos alimentos são produzidos na roça.
Embora, não haja água em abundância para dar asas aos sonhos de uma produção maior, quem chega na propriedade da família Nunes vê logo o prazer e a satisfação que todos têm em trabalhar na agricultura. O pouco que tiram é dividido entre os membros da família, parentes, amigos e visitantes. “A gente tem prazer em dar fruta para quem passa”, diz com sorriso largo, Alexandre Nunes, cunhado de Anete.
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