Projeto aplicado: Botânica Alunos: •
Diego Lucas da Silva Marçal
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Lucas Calaça Câmara
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Marcelo Salles Trindade da Cunha
Ideia central do projeto: utilização de plantas típicas do Cerrado Brasileiro para produção de cosméticos. Plantas utilizadas: Barbatimão e Assa-peixe, escolhidas devido às propriedades de cicatrização e adstringência da pele. Produto final: Sabonete adstringente e esfoliante para uso tópico.
O Cerrado é um bioma encontrado no Brasil, apresentando um grande número de espécies de plantas. Segundo Oliveira (2011), possui quase 2 milhões de Km² e uma das 25 regiões que são chamadas de hotspots, por apresentarem um alto índice de biodiversidade, apresentando 75% dos animais terrestres criticamente em perigo e vulnerável, tendo sua destruição gerando uma perda numerosa de biodiversidade, inclusive de plantas com propriedades medicinais. Com alto potencial econômico, essa biodiversidade pode fornecer produtos com importância econômica (RODRIGUES & BARBOSA, 2012).
Conforme Oliveira (2011), o barbatimão (Stryphnodendrom adstrigens) é uma planta arbórea nativa do Cerrado, podendo atingir até 4 metros de altura e possui como característica medicinal ação antibacteriana na cárie dental, poder de cicatrização, combate a candidíase, úlceras, possui atividade antisséptica e etc. Martins (2006), relatou o uso de barbatimão para cicatrização através de chás feito com uso de sua casca no Triângulo Mineiro. Segundo Lorenzi (2008), o assa-peixe (Vernonia polyanthes) é uma arvoreta ou arbusto grande ereta não ramificado amplamente distribuída. Sendo
usada na medicina caseira em algumas regiões do país, onde são consideradas diuréticas, balsâmicas e antirreumáticas, usadas nos casos de bronquites e tosses persistentes. A infusão é indicada no tratamento de hemoptises e abcessos internos. Para eliminar cálculos renais o chá é indicado preparado com 3 colheres das de sopa de folhas picadas em 1 litro de água em fervura. O chá deve ser ingerido à vontade durante o dia até às 17:00h. O chá feito da casca de barbatimão também é indicado para tratamento de peles muito oleosas. (LORENZI, 1992; FELFILI et al., 1999; LORENZI & MATOS, 2002 apud BARREIRO et al., 2005). Com base na classificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA – recomenda-se o uso da casca do barbatimão para fazer chá por decocção , que é a fervura da casca com água por alguns minutos, na proporção de 3g (uma colher de sopa) em 1 L de água, agindo como cicatrizante em lesões e antisséptico tópico na pele e mucosas bucal e genital, de uso tópico e aplicar compressas de 2 a 3 vezes ao dia no local afetado, não recomendado seu uso em lesões com processo inflamatório intenso.
O material utilizado será o barbatimão e assa-peixe em torno de 200 gramas de cada um, sendo obtidos em lojas de produtos naturais em mercados de Belo Horizonte e coletados in loco em hortas. Em mercados serão obtidos também kits para preparo de sabonetes como base glicerinada, corantes, essências para formar o sabonete sólido e líquido.
Referencias ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/d595840047457ee08aa8de3fbc 4c6735/tabela+drogas+vegetais.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em 25 ago. 2015. BARREIRO, A. P.; DELACHIAVE, M. E. A.; SOUZA, F. S. Efeito alelopático de extratos de parte aérea de barbatimão [Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville] na germinação e desenvolvimento da plântula de pepino. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 8, n. 1, p. 4-8, 2005. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/68442>. Acesso em 25 ago. 2015. MARTINS, F. S. O. ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS DO CERRADO UTILIZADAS NA CULTURA POPULAR E NAS FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO DE OCORRÊNCIA EM AMBIENTE NATURAL DE DUAS ÁREAS DISTINTAS DO TRIÂNGULO MINEIRO-MG. 2006. 62f. Dissertação (Monografia em Bacharel em Geografia) – Instituto de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2006. OLIVEIRA, H. W. C. Cerrado e Plantas Medicinais: Algumas Reflexões sobre o Uso e a Conservação. 2011. 30f. Dissertação (Trabalho de Conclusão de Curso em Licenciatura de Ciências Naturais) – Faculdade UnB, Universidade de Brasília, Platina, 2011. RODRIGUES, W.; BARBOSA, G. F. Plantas Medicinais: Uma Alternativa Econômica Para Conservação Do Cerrado Brasileiro? Informe Gepec, Toledo, v. 16, n. 1, p. 160-175, 2012. MATOS F.J; LORENZI HENRI. Plantas Medicinais no Brasil Nativas e Exóticas 2. ed. p.166. 2008, by Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda. PANIZZA, S. 1998. PLANTAS QUE CURAM (CHEIRO DE MATO) 3 ed. IBRASA, SÃO PAULO, 280 p. BOORHEM, R.L et al. 1999. Reader´s Digest-Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Reader´s Digest Brasil Ltda.; Rio de Janeiro, 416 p.