PROJETO PEDAGÓGICO - DESENHO IV: EXPRESSÃO EM ARQUITETURA

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DESENHO IV:

2024

DISCENTE:LUCASCOSTADEOLIVEIRA R.A.224128

PROJETO PEDAGÓGICO

EXPRESSÃO EM ARQUITETURA

DISCIPLINA:IC-964 ENSINOEAPRENDIZAGEMEMENGENHARIA



INTRODUÇÃO Este documento consiste na atividade avaliativa final da disciplina IC - 964 Ensino e Aprendizagem em Engenharia, ministrada pelos professores Tiago Zenker Gireli e Patrícia Dalsoglio Garcia, para os cursos de pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas. A atividade em questão preve a construção de um relatório, no qual os discentes têm os seguintes objetivos principais: Estruturar o projeto pedagógico de uma disciplina a sua escolha, podendo ser existente ou nova. Comentar as decisões tomadas durante o desenvolvimento do projeto pedagógico em questão, com embasamento nas teorias e conceitos pedagógicos assimilados ao longo do curso. Compartilhar seu aprendizado pessoal ao elaborar o projeto e ao cursar a disciplina IC-964, bem como ideias para desenvolvimentos futuros na prática como docente. A tarefa contou com duas etapas principais, sendo a primeira constituída por um esboço do projeto, que foi compartilhado com os colegas de grupo para obtenção de feedback. Enquanto a segunda consiste no resultado presente neste relatório, no qual já foram consideradas as observações dos pares.

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SUMÁRIO:

VISÕES TEÓRICAS E CONCEITUAIS DO PROJETO .............. 04 PROGRAMA DA DISCIPLINA ............................................ 07 PLANO DE AULAS ....................................................... 10 ATIVIDADES DE EXTENSÃO ............................................ 13 OBJETIVOS .............................................................. 14 DIFICULDADES PREVISTAS ............................................. 14 EXPERIÊNCIAS E RESULTADOS ........................................ 15 APRENDIZADOS .......................................................... 16 IDEIAS PARA A FUTURA PRÁTICA DOCENTE ........................ 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................... 18

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VISÕES TEÓRICAS E CONCEITUAIS DO PROJETO: A disciplina planejada será a de “Desenho IV: expressão em arquitetura”. Pensada para turmas de 30 estudantes, que é o número de ingressantes no curso de arquitetura e urbanismo da Universidade Estadual de Campinas. A expressão por meio do desenho livre, feito a mão, seja em croquis de criação ou em desenhos mais elaborados, pode ajudar os alunos e futuros profissionais na comunicação das ideias e na criação de forma mais espontânea. A habilidade do desenho - e acima de tudo a prática constante que irá desenvolvê-la - se faz necessária no dia a dia do arquiteto e urbanista, mesmo no cenário atual de tecnologias digitais. Esta ideia é corroborada por autores que abordam o tema do desenho em arquitetura, Simon Unwin (2013, p.07) diz que “O desenho é essencial para um arquiteto. Não é possível ser um arquiteto sem saber desenhar, mesmo que a aquisição dessa capacidade lhe seja uma tarefa árdua e você resista a sua prática”. Portanto, o problema que pretende-se mitigar é o fato de que atualmente a maioria dos alunos no curso de arquitetura e urbanismo não exercitam propriamente o desenho artístico no processo de projeto, exposição de ideias e criação, recorrendo majoritariamente aos softwares de desenho e outras tecnologias digitais. Apesar dos recursos digitais serem úteis, esse hábito acaba limitando a expressão projetual do aluno em outras disciplinas, que pode se estender até a atuação profissional. É importante ressaltar que já existem outras disciplinas no catálogo atual do curso que possuem conteúdos relacionados ao desenho artístico, sendo elas: Desenho I Desenho Artístico; e Desenho III - Plástica Aplicada; Há também disciplinas correlatas, como por exemplo: AP111 - Teoria e Projeto I: Introdução; e AU221 - Geometria Aplicada à Arquitetura, que abordam conceitos fundamentais de desenho. Neste contexto, a disciplina aqui planejada funciona como um curso mais avançado, com foco em desenhos arquitetônicos feitos a mão. Tem caráter obrigatório, sendo oferecida a partir do 3° período, no qual os alunos utilizariam os conhecimentos previamente adquiridos nas disciplinas supracitadas. O pré-requisito para cursar seriam as disciplinas de Desenho I e III - Plástica Aplicada. O curso possui carga horária de 60 horas, correspondendo a 4 créditos. Esta quantidade foi pensada para corresponder às disciplinas antecessoras de desenho. Contudo, dentro desta carga horária, foram destinadas 15 horas de atividades relacionadas à extensão, para auxiliar no processo de integralização da extensão no ambiente da universidade.

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Considerando a classificação de Kaisu Mälkki (2019) esta disciplina se caracteriza como do grupo 2 (Small Group Activity Focused Couses), no qual existe um equilíbrio entre conteúdo, controle do professor, atuação dos alunos e envolvimento de habilidades genéricas no processo de aprendizagem. Portanto, para que esse perfil de disciplina seja realmente alcançado, estão listados a seguir alguns princípios norteadores desejáveis: Aplicação de atividades práticas, nas quais os alunos tenham a oportunidade não apenas de testar, mas de desenvolver suas habilidades de maneira substancial. Incentivo de trabalhos em grupo e de projetos que envolvam a comunidade, para o desenvolvimento de habilidades gerais e promoção da colaboração entre os estudantes. Diversificação dos recursos e metodologias utilizadas em aula, bem como das atividades desenvolvidas ao longo do semestre, a fim de promover dinamicidade e aumentar o engajamento dos alunos. Seleção estratégica dos conteúdos, de modo que os alunos consigam visualizar a aplicabilidade na vida profissional e que sejam capazes de desenvolver pensamento crítico através deles. Adoção de avaliação formativa, com feedback contínuo por parte do professor, para que os discentes possam compreender o caminho trilhado ao longo do curso, ver sua evolução e se manter instigado em progredir. A intenção ao adotarmos esses conceitos é fazer com que a disciplina se encaixe de maneira satisfatória no perfil da maioria dos alunos ingressantes da universidade atulamente (geração Z). Além disso, o perfil prático do curso contribui para a promoção da autonomia do aluno sobre seu processo de aprendizagem. Nesse contexto, entende-se que as estratégias adotadas contribuem tanto para um ambiente de aprendizagem colaborativo e seguro, quanto para o desenvolvimento dos discentes em várias frentes, a fim de possibilitar um aprendizado em níveis cognitivos mais profundos (níveis 4 e 5 da taxonomia SOLO proposta por Biggs e Collis), conforme apresentado no quadro a seguir.

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(STRUCTURE OF OBSERVING LEARNING OUTCOME)

TAXONOMIA SOLO

NÍVEL 2

PRÉ-ESTRUTURAL: a resposta elaborada é inadequada, o indivíduo

NÍVEL 2

UNIESTRUTURAL: um elemento relevante da tarefa é apontado ou

NÍVEL 3

MULTIESTRUTURAL: dois ou mais elementos relevantes da tarefa

não atinge o mínimo esperado na tarefa (ideia incorreta);

entendido em série, de forma independente (uma ideia);

são apontados, entretanto, esses aspectos não são relacionados, mas tratados de forma independente (múltiplas ideias);

NÍVEL 4

RELACIONAL:

vários

elementos

relevantes

da

tarefa

são

apontados, avaliados e relacionados, o que forma uma estrutura coerente (relacionamento entre as ideias);

NÍVEL 5

ABSTRATO ESTENDIDO: ocorre a generalização de uma estrutura coerente para um patamar mais abstrato, no qual a resolução (de uma tarefa) vai além das informações fornecidas previamente, podendo ser aplicada em outros contextos (extensão das ideias). Adaptado de Mol e Matos, 2019, p.728

Outra teoria que foi aplicada no desenvolvimento do projeto foi o Alinhamento Construtivo proposto por Biggs (2003), sendo assim, o planejamento seguiu os seguintes passos:

Definição dos objetivos de aprendizagem da disciplina; Planejamento das atividades avaliativas condizentes com os objetivos; Estruturamento das atividades de aprendizagem que permitam o desenvolvimentos das habilidades e conhecimentos previstos nos objetivos. Seleção dos conteúdos que darão apoio às atividades anteriormente planejadas

Por fim, é importante mencionar que a curso aqui planejado se encaixa dentro do campo da teoria construtivista, na qual os alunos tem um papel mais ativo no próprio processo de aprendizagem. Além disso, os novos conhecimentos são construídos a partir de um conhecimento antigo e o tutor tem papel de observar e prestar suporte durante o processo de estudo.

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PROGRAMA DA DISCIPLINA DISCIPLINA

NOME

AU-777

DESENHO IV - EXPRESSÃO EM ARQUITETURA

CARGA HORÁRIA Teóricas (T)

Práticas (P)

Laboratório (L)

Orientação (O)

Distância (D)

10

50

-

-

-

Estudo em casa (E)

Sala de aula (SL)

Prática de Extensão (PE)

Orientação de Extensão (OE)

-

40

10

05

N°Semanas

Carga horária total

Créditos

Exame

Frequência

Aprovação

15

60

4

sim

mín. 75%

nota + freq

EMENTA A disciplina visa proporcionar aos estudantes compreensão e prática aprofundada das técnicas de representação visual no campo da arquitetura, capacitando os alunos na comunicação de ideias complexas por meio do desenho, incorporando conceitos contemporâneos e estilos próprios. Serão abordados os temas que compõe o campo do desenho de arquitetura, com foco no desenho feito a mão livre. Para isso, serão desenvolvidas atividades para explorar a prática recorrente do desenho; aprofundamento das técnicas e conhecimentos básicos; integração com situações contextuais por meio de atividades de desenho observativo; Análise de estudos de caso, tanto para desenho por observação quanto para referências de desenho arquitetônico; Desenvolvimento de atividades que simulam a utilização do desenho dentro do contexto dos desafios do mundo real.

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OBJETIVOS Conceitos e Fatos

Procedimentos e Habilidades

Valores, Normas e Atitudes

Conhecer as técnicas de

Ser capaz de aplicar as teorias

Interessar-se pela prática do

representação gráfica do

de desenho na prática;

desenho a mão e incorporá-la na

desenho a mão livre em

Executar diversos tipos de

prática projetual;

arquitetura;

desenho feitos a mão no

Incorporar o desenho a mão

Distinguir qual tipo de desenho e

desenvolvimento das etapas do

livre na prática projetual e como

técnica melhor se adequa às

processo de projeto.

ferramenta de comunicação.

diferentes situações (exposição de ideias, criação, apresentação)

PROGRAMA Conceitos básicos do desenho artístico (Importância, histórico e referências); Elementos de desenho (linha, formas, texturas, sombras) e aplicações no desenho a mão livre; Composição visual e proporção no desenho de arquitetura; Meios de expressão do desenho livre (materiais e métodos); Desenho de elementos arquitetônicos; Perspectivas (tipos e técnicas de representação, perspectivas internas e externas); O uso das cores no desenho arquitetônico; Detalhes arquitetônicos; Desenho artístico contemporâneo em arquitetura; Expressão Individual no desenho;

BIBLIOGRAFIA BÁSICA BRIAN, Edward. Understanding architecture through drawing. London: Spon, c1994. CROWE, Norman. Visual notes for architects and designers. New York, NY: Van Nostrand Reinhold, c1984. GHING, Frank. Representação gráfica em arquitetura. Porto Alegre, RS: Bookman, 2011. LASEAU, Paul. Freehand sketching: an introduction. New York, NY: Norton, c2004. MONTENEGRO, Gildo A. Desenho de projetos: em arquitetura, projeto de produto, comunicação visual, design de interior. São Paulo, SP: Blucher, 2007. UNWIN, Simon. Exercícios de arquitetura: aprendendo a pensar como um arquiteto; tradução Alexandre Salvaterra. Porto Alegre, RS : Bookman, 2013.

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ARTIGAS, João Batista Vilanova. Cadernos dos riscos originais: projeto do edificio da FAUUSP na Cidade Universitaria. São Paulo, SP: FAU/USP, c1998. CARPO, Mario. Perspective, projections, and design: technologies of architectural representation. London ; New York, NY: Routledge/Taylor & Francis, 2008. JACOBY, Helmut. Architectural drawings. London: Thames and Hudson, c1965. KRIER, Léon. Drawing for architecture. Cambridge, MA: MIT Press, 2009. LASEAU, Paul. Graphic thinking for architects & designers. New York, NY; Chichester: John Wiley & Sons, c2001. LAWSON, Bryan. What designers know. Amsterdam: Elsevier/Architectural, 2004. MASSIRONI, Manfredo. Ver pelo desenho: aspectos tecnicos, cognitivos, comunicativos. Lisboa : Edições 70, 2015. ROBBINS, Edward. Why architects draw. Cambridge [Inglaterra]: MIT Press, 1997. SMITH, Kendra Schank. Architects' drawings: a selection of sketches by world famous architects through history. Amsterdam ; Boston, MA: Elsevier/Architectural, 2005. WONG, Wucius. Principios de forma e desenho. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1998.

OBSERVAÇÕES O método de ensino será acontecerá por meio da experimentação, visto que os exercícios práticos de desenho serão estimulados em praticamente todas as aulas. Além disso o vivenciamento dos alunos por meio das visitas e atividades fora de sala de aula serão essenciais para o alcance dos objetivos. O desenvolvimento do conhecimento teórico se dará através de aulas expositivas, visitas a obras, observações em campo, e materiais extras para estudo prévio. A prática se desenvolvolverá através de exercícios em sala de aula, desenvolvimento de trabalhos práticos, exercícios de desenho em campo, elaboração do diário de desenho, pesquisas, organização de exposição e seminário final.

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IMPLEMENTANTO O ALINHAMENTO CONSTRUTIVO: Desenvolver habilidades técnicas e criativas na produção de desenhos artísticos aplicados às diferentes etapas do projeto de arquitetura.

OBJETIVOS

Desenvolver a capacidade dos alunos de expressar conceitos arquitetônicos de forma artística, estimulando a criatividade, comunicação visual e a compreensão estética do espaço construído.

AVALIAÇÃO

04 atividades individuais: desenhos desenvolvidos de acordo com a técnica de expressão gráfica estudada. Para estas, o professor fornecerá feedback em até uma semana após a entrega. Caderno de desenho: configura um diário no qual o aluno irá registrar todas as atividades desenvolvidas ao longo da disciplina, desde croquis até desenhos mais elaborados, funcionando como um memorial da evolução do aluno. Exame: para os alunos que entregaram todas as atividades.

ATIVIDADES

Sala de aula invertida - exposição de teorias Aulas práticas de desenho em sala, ao redor do campus e ambientes externos (visitas); Apresentação dos desenhos em pequenas exposições, organizadas pelos alunos Para as atividades de extensão, foi pensado em oficinas de desenho urbano oferecidos pelos alunos à comunidade (crianças, adolescentes e idosos)

CONTEÚDO

Expressão de idéias através do desenho: formas, texturas, sombrasmateriais, técnicas de representação gráfica, uso de cores, detalhes arquitetônicos, composição visual e proporção, perspectivas, desenho artístico contemporâneo em arquitetura, expressão Individual no desenho; Os recursos utilizados serão: Apostilas, livros, materiais no moodle (vídeos, textos para leitura, etc.), Lousa; recursos de multimídia (computador, projetor); mesas de desenho;

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PLANO DE AULAS DISCIPLINA

NOME

SEMESTRE

AU-777

DESENHO IV - EXPRESSÃO EM ARQUITETURA

1S / 2024

HORAS SEMANAIS Teóricas (T)

Práticas (P)

Laboratório (L)

Orientação (O)

Distância (D)

0,5

2,5

-

-

-

Estudo em casa (E)

Sala de aula (SL)

Prática de Extensão (PE)

Orientação de Extensão (OE)

-

3

2,5 durante 4 sem. (total 10h)

05

N°Semanas

Carga horária total

Créditos

Exame

Frequência

Aprovação

15

60

4

sim

mín. 75%

nota + freq.

MATERIAL DIDÁTICO: Apostilas, livros, materiais no moodle (vídeos, textos para leitura, etc.), Lousa; recursos de multimídia (computador, projetor); mesas de desenho;

DISCIPLINAS RELACIONADAS: Pré-requisitos: Desenho I - Desenho Artístico; Desenho III - Plástica Aplicada; Correlatas: AP111 - Teoria e Projeto I: Introdução; e AU221 - Geometria Aplicada à Arquitetura

TIPOS DE AULAS Aulas práticas; aulas teóricas expositivas; visitas técnicas com exercícios práticos;

AVALIAÇÃO Nota + frequência Para o aluno com frequência mínima de 75% a média final será calculada da seguinte maneira: Média: [entrega 1] + [entrega 2] + [entrega 3] + [entrega 4] + 2*[caderno de desenho] /6

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AULA

01

02

CONTEÚDOS

COMPETÊNCIAS / HABILIDADES

ESTRATÉGIAS DE ENSINO

A utilização de diários de

Compreensão da

Palestra introdutória +

desenho em arquitetura.

importância do exercício

produção de um mini

(apresentação de exemplos,

constante do desenho na

sketchbook em sala

casos famosos)

arquitetura

Conceitos básicos do

Compreensão do desenho na

Palestra introdutória +

desenho artístico.

arquitetura.

exercícios páticos

Elementos de desenho

Capacidade de representar

Exercícios práticos

(linha, formas, texturas,

elementos básicos do

sombras) e aplicações no

desenho

Importância, histórico e referências

03

desenho a mão livre.

04

Composição visual e

Compreensão das relações

Análise de projetos +

proporção e uso das cores no

de composição e proporção.

exercícios práticos

desenho arquitetônico

Habilidade de harmonizar as cores no desenho

05

06

07

Meios de expressão do

Familiaridade com

Visita atelier IA + exercícios

desenho livre (materiais e

materiais, tecnicas e estilos

práticos

métodos)

de desenho arquitetônico

Desenho de elementos

Capacidade de representar

Palestra introdutória +

arquitetônicos

elementos básicos de um

exercícios páticos

edifício

Perspectivas (tipos e

Habilidade em representar

Palestra introdutória +

técnicas de representação)

espaços internos

exercícios em campo (dentro

tridimensionais em

da universidade)

desenhos a mão livre

08

Perspectivas externas

Habilidade em transmitir

exercícios em campo (dentro

(paisagens naturais e

profundidade em diferentes

da universidade)

urbanas)

contextos da paisagem

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AULA

CONTEÚDOS

COMPETÊNCIAS / HABILIDADES

ESTRATÉGIAS DE ENSINO

Técnicas avançadas de

Aprofundamento em

Palestra introdutória +

representação

técnicas tradicionais,

exercícios páticos

incluindo perspectivas

09

complexas, sombras, luzes, texturas e cores.

10

11

Desenho de observação em

Capacidade de retratar

Visita técnica 1 + exercícios

arquitetura

elementos arquitetônicos de

práticos

forma esquemática (croquis)

Desenho de observação em

Capacidade de retratar

Visita técnica 2 + exercícios

arquitetura

elementos arquitetônicos de

práticos

forma esquemática (croquis)

Detalhes arquitetônicos

Habilidade em representar

Análise de projetos +

detalhes

exercícios práticos

Desenho artístico

Desenvolvimento da

Estudo de casos + exercícios

contemporâneo em

expressão pessoal no

práticos

arquitetura. Expressão

desenho de arquitetura.

12

13

Individual

14

15

13

Apresentação final dos

Habilidade de oratória e

Apresentação individual com

diários de desenho

comunicação visual por

avaliação entre pares

meio do desenho

Desenho como ferramenta

Compreensão do poder do

Exposição aberta dos

de comunicação

desenho. / habilidades de

trabalhos desenvolvidos ao

organização

longo do semestre


ATIVIDADES DE EXTENSÃO Para o cumprimento da carga horária de atividades de extensão (15h), seriam desenvolvidas oficinas de desenho para a comunidade. Estes projetos podem ser direcionados à diversos públicos (crianças, jovens e idosos), sendo necessário apenas pequenas adaptações na metodologia. As atividades poderiam ser desenvolvidas dentro do campus da universidade, facilitando a aplicação. O objetivo principal é colocar os alunos em uma situação na qual ele precisa se comunicar com outras gerações e também utilizar o desenho como ferramenta para isso. Além disso, os discentes treinam a habilidade de adaptar a linguagem ao público.

Para os participantes da comunidade, os benefícios estão no campo da ampliação da percepção do desenho como linguagem comunicativa e do exercício da observação do ambiente, através da exploração de técnicas e materiais diversos. Além disso, por possuir uma atmosfera descontraída, as oficinas podem signifcar um espaço de descompressão e de autoexpressão dos participantes, além da construção de habilidades cognitivas, como por exemplo a resolução de problemas e a concentração.

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DIFICULDADES PREVISTAS: Algumas dificuldades previstas pelos colegas durante a etapa de brainstorm de formulação da disciplina se concentraram em relação aos créditos e a obrigatoriedade da disciplina. A preocupação foi que os alunos não se matriculassem para uma disciplina optativa de 5 créditos e que este número total de créditos poderia ser demasiado para esta disciplina. Optou-se então por considerar a disciplina como obrigatória (apesar de eu não saber exatamente os critérios para que uma disciplina seja de fato exigida). Sobre os créditos, a decisão foi reduzir para 4 créditos, sendo que dentro das 60h já estão as 15h de extensão. Além disso, outras possíveis dificuldades surgiram durante o desenvolvimento do plano pedagógico: diferentes níveis de habilidade em desenho dos alunos matriculados. Para tentar minimizar este problema, o professor pode incluir e oferecer materiais extras com exercícios complementares e realizar atividades de aprendizado em pares. avaliação da disciplina, já que o tema é de natureza subjetiva. Uma alternativa para contornar esta situação seria a criação de uma rúbrica para avaliação das atividades, utilizar estratégias de autoavaliação e avaliação por pares, além de considerar o progresso e a tentativa dos alunos.

EXPERIÊNCIAS E RESULTADOS: A ideia de desenvolver uma disciplina focada no desenho arquitetônico livre veio de duas experiências vivenciadas: a primeira enquanto aluno, quando cursei Arquitetura e Urbanismo entre os anos de 2013 e 2017; e a segunda na qualidade de estagiário no Programa de Estágio Docente da UNICAMP, onde realizei estágio na disciplina de Projeto IX - Verticalidades. Durante a graduação, tive apenas uma disciplina que envolvia assuntos de desenho artístico voltado para arquitetura, se chamava “meios de expressão” e era ministrada no primeiro ano. Senti que ela não foi suficiente para construir a base de desenho que utilizamos no dia a dia, tanto durante o curso para expressarmos nossas ideias, quanto posteriomente na vida profissional. Já aqui na UNICAMP, apesar de existirem duas disciplinas específicas de desenho artístico e outras correlatas, percebi durante o estágio que os alunos do penúltimo ano de curso ainda têm muita dificuldade em utilizar o desenho no processo de projeto. Eles quase não utilizam meios físicos (papel) na concepção, desenvilvimento e apresentação das ideia. Isso acontece tanto nos momentos de trabalho dos grupos quanto no momento de atendimentos com os professores. Fica evidente que o hábito criado pelos alunos de projetar diretamente em meios digitais acaba limitando tanto a prática projetual, como também a resolução de problemas e a comunicação por meio do desenho.

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Com relação a esta problemática, não conseguimos implementar nenhuma medida durante este semestre para estimular os alunos a desenharem a mão. Ainda assim, em alguns momentos, projetamos os desenhos (feitos em softwares de desenho) na lousa verde, para podermos desenhar com giz por cima da projeção, de forma mais livre. Isso facilitou as assessorias. Entretando, durante o estágio, pude acompanhar na prática uma forma de estruturar a disciplina de projeto diferente da qual eu estava familiarizado: durante a minha graduação, todas as disciplinas de projeto eram apenas com 01 aula teórica no começo do semestre, seguido de assessorias e 01 entrega final. Enquanto isso, aqui na UNICAMP, a professora Gabriela Celani dividiu as entregas em temas, dessa forma os alunos puderam construir o projeto em etapas, a medida que iam apresentando estas etapas em seminários curtos e obtendo feedbacks ao longo do semestre. Isso propiciou o aprofundamento dos alunos em cada tema, ao mesmo tempo que facilitou os atendimentos durante as aulas de assessoria. Além disso, houveram aulas teóricas para cada tema que o projeto foi dividido, nas quais foram utilizadas aulas expositivas e palestras de especialistas.

APRENDIZADOS COM O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: Foi possível perceber que o desenvolvimento do projeto pedagógico de uma disciplina é uma tarefa desafiadora e complexa. Penso que o maior desafio foi realizar o alinhamento construtivo, já que o movimento “natural” é pensarmos primeiramente nos assuntos a serem estudados. A organização do plano de aulas também foi uma etapa difícil, pois selecionar todos os conteúdos de um semestre e organizá-los de forma lógica se torna uma atividade complicada para quem não possui esta prática. Apesar dos desafios, esta tarefa trouxe diversos aprendizados:

Ter uma visão geral do planejamento de uma disciplina; Poder implementar os conceitos aprendidos durante o curso no projeto pedagógico; Exercitar o pensamento crítico sobre os objetivos de uma disciplina e seu funcionamento como resolução de um problema; Simular uma tarefa que possivelmente iremos fazer em algum momento da carreira docente.

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APRENDIZADOS COM O CURSO: Considero que o curso foi extremamente satisfatório, por ter abordado diversas temáticas que se relacionam com a prática docente na universidade. Os questionamentos levantados no decorrer do semestre foram essenciais para um autoconhecimento profissional, possibilitando um entendimento dos meus pontos fortes e áreas de melhoria como futuro educador. Penso que a metodologia aplicada pelos professores, utilizando a estratégia de aplicar as ferramentas na turma ao mesmo tempo em que eram estudadas foi essencial para o engajamento dos alunos. Além de trazer dinamicidade para as aulas, os discentes puderam ver a aplicação das técnicas na prática. Além disso, tive a oportunidade de vivenciar alguns conceitos durante o estágio docente, que aconteceu concomitantemente à disciplina. Esta experiência foi interessante pois a disciplina me ofereceu ferramentas para pensar criticamente sobre a prática do estágio.

IDEIAS PARA A FUTURA PRÁTICA DOCENTE: Diante do perfil universitário das gerações mais novas, torna-se cada vez mais essencial que os professores se mantenham em constante adaptação e que adotem práticas docentes compatíveis com as demandas da sociedade. Durante o ano de 2023 tive a oportunidade de vivenciar algumas experiências que ajudaram a moldar e evoluir minha visão quanto a estes assuntos, sendo eles: O curso PED+ oferecido pelo EA2, a disciplina IC-694 e o Estágio Docente. Penso que vivenciar as metodologias ativas de ensino e aprendizagem contribuiu na construção de um leque de ferramentas, das quais farei uso na prática docente. Particularmente, me identifico com metodologias de abordagem construtivista e tento sempre inovar em algum aspecto do trabalho que esto desenvolvendo. Porém também compreendo que a depender da instituição, plano pedagógico e diversos outros fatores, as vezes somos condicionados a utilizar metodologias tradicionais, que podem não ser a melhor escolha para algumas disciplinas de arquitetura. Ainda assim, acredito que o professor tem um papel essencial na promoção de um ambiente acadêmico mais estimulante e alinhado com a contemporaneidade. Estamos em um período de transformações, onde a utilização de diversas ferramentas e métodos de ensino e aprendizagem se fazem essenciais para a flexibilidade no processo educativo.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA UNWIN, Simon. Exercícios de arquitetura: aprendendo a pensar como um arquiteto; tradução Alexandre Salvaterra. Porto Alegre, RS : Bookman, 2013. Mol, S. M., & Matos, D. A. S. Uma análise sobre a Taxonomia SOLO: aplicações na avaliação educacional. Estudos Em Avaliação Educacional, 30(75), 722–747. (2021). https://doi.org/10.18222/eae.v30i75.6593

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