REABILITAÇÂO DA ARQUITETURA LUCAS DUTRA
Centro universitário Moura Lacerda Arquitetura e Urbanismo Lucas Dutra da Silva – 314936 Orientador: Prof. Dr. José A. Lanchoti Trabalho final de conclusão de curso
Ribeirão Preto – SP 2014
Agradecimentos Agradeço a Deus por mais essa oportunidade de conhecimento e perseverança. Agradeço meus pais, Mario e Solange, que sempre me incentivaram e que acreditaram até o final. Minha família toda que sempre estavam presentes (e eu ausente). Minha namorada Raquel pela paciência e carinho nos momentos difíceis. Aos amigos que sempre estavam ali, em especial kaio. Aos companheiros de sala, que ajudaram, deram ideias ,dicas e incentivo e que agora são ótimos concorrentes!!! Minha amiga Heloisa que me incentivou muito e lutou comigo. A Sulzer e Carina pelas “assessorias” extras e compreensão sempre. Muito grato também ao professor Lanchoti pela amizade e profissionalismo, que abriu as portas de sua casa para trabalharmos nesse projeto. Assim esse trabalho dedico a todos, que de forma direta ou indireta, com vontade e amizade me ajudaram nessa caminhada. Obrigado!
Resumo O presente trabalho propõe a reabilitação de um prédio abandonado na cidade de Brodowski, prédio esse de grandes dimensões, inaugurado pelos irmãos maristas na década de 60 , e que depois se transformou em hospital psiquiátrico hoje encontra-se menosprezado pela população e administração pública. A proposta é reabilitar o edifício de forma que abrigue toda a administração municipal de Brodowski, e que além de uso gerenciador, torne uma opção de lazer e entretenimento a população, essa mesmo e principalmente após ao expediente de trabalho. Para isso adotamos técnicas que preserva o que está bom e melhorar aquilo que pode e deve ser restabelecido. Além de concentrar a administração pública em um único prédio, a proposta faz um apelo social, onde a região hoje sofre de desvalorização social e econômica devido ao grande vizinho abandonado. Assim chegamos em um complexo administrativo completo, dotado de equipamentos que o tornam um novo atrativo para a cidade de Brodowski, contribuindo assim para a prosperidade do município.
Sumário 1.1 Historia e atribuições de administrar cidades...pg 03 1.2 Brasil Republica ................................................pg 04 2.1 Brodowski em números....................................pg 06 2.2 Brodowski e sua origem....................................pg 06 2.3 Brodowski aurora e evolução...........................pg 07 2.4 uso do Solo........................................................pg 07 2.5 Turismo em Brodowski......................................pg 08 2.5.1 Portinari...............................................pg 08 3.1 Colégio Marista.................................................pg 10 4.1 Intervenções: conceitos e teorias..........................pg 13 4.2 Não derrubem , renovem........................................pg 14
5.1 Referencias projetuais.......................................pg 17 5.1.1 Centro adm. Tancredo Neves...............pg 17 5.1.2 Centro adm. Fernando Ferrari.............pg 19 5.1.3 Prefeitura Municipal de Jundiaí...........pg 20 5.2 Caso Brodowski.................................................pg 21 5.3 Estudo de diferenciais.......................................pg 22 6.1 Partido e Conceito.............................................pg 24 5.4 Considerações Gerais........................................pg 22 6.2 Programa de necessidades...............................pg 24 6.3 Primeiras ideias.................................................pg 24
7.1 Acessos e circulações........................................pg 27 7.2 Reforma............................................................pg 28 7.3 O projeto..........................................................pg 29 7.4 Passarela Metálica............................................pg 33
Referencias bibliográficas ................................ pg 34
1 - Introdução 1.1 Historia e atribuições de administrar cidades
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1.2 Brasil República.
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1.1 Historia e atribuições de administrar cidades. Indícios do surgimento das prefeituras datam-se no século VIII a.C na Roma antiga. Mais tarde, no império Romano, em pleno século IV d.C, quando Diocleciano dividiu o império em quatro distritos governamentais relativamente auto suficientes, deu-se origem à Tetrarquia, assim emergiram as prefeituras pretorianas. As quatro prefeituras eram Gália, Itália, Ilíria e Oriente, subdivididas em dioceses que, por sua vez, eram organizadas em províncias e de acordo com as políticas da metrópole, as maiores e mais bem guarnecidas províncias foram subdivididas em territórios menores, para evitar que um único governador detivesse demasiado poder nas mãos, nascia assim uma fagulha à divisão das cidades e suas competências. Quando Toledo diz que ―A cidade é a maior das invenções humanas. Elas estão aí há tanto tempo que até parecem ter nascido por si sós, brotadas na superfície do planeta como acidentes geográficos.‖ E diz ainda que :
Imagem 01 .Porto Alegre, século XIX. Fonte: folha.uol
―são invenções, surgidas no momento da aventura humana em que se concluiu pelas vantagens de viver junto, com relação à vida isolada no campo — mais segurança, mais facilidades de comércio e de aprendizado, mais possibilidades de lazeres e de prazeres.‖ Nas cidades antigas do Ocidente nasceram os fóruns e nas do Oriente os mercados. Os fóruns apontam mais para a discussão de assuntos públicos e privados enquanto os mercados eram voltados mais para as relações econômicas, mas de toda forma são instituições assentadas no mesmo princípio: os benefícios da troca, seja de ideias, seja de mercadorias. A cidade, sendo o local por excelência da convivência, é o lugar por excelência da troca também. No Brasil do descobrimento não havia cidades como hoje conhecemos, pois os aldeamentos indígenas não eram permanentes devido ao caráter nômade dos nativos. Com a chegada dos portugueses, acampamentos antes improvisados passaram a ser fixos, e assim com a chegada de mais exploradores foi se solidificando as vilas, dando origem as cidades brasileiras aos moldes das cidades europeias. A fim de consolidar o domínio português no litoral, em 7 de Janeiro de 1549 Tomé de Sousa foi nomeado como primeiro governador-geral do Brasil, recebendo Regimento para fundar, povoar e fortificar a cidade de Salvador, na capitania real da Bahia. Suas ordens vinham diretamente do rei. Tomé de Sousa, trouxe com ele o Regimento de 17 de dezembro de 1548, com orientações precisas sobre a organização do poder público - fazenda, justiça, defesa, fundação de uma capital - e sobre temas relevantes como as relações com os indígenas e sua catequese e o estímulo às atividades agrícolas e comerciais. As Câmaras municipais no Brasil tem origem nas tradicionais câmaras municipais portuguesas existentes desde a idade media, as câmaras no Brasil tem seu inicio em 1532 quando São Vicente é elevado para categoria de vila. A administração municipal era toda concentrada nas câmaras municipais, que naturalmente exerciam um numero de funções bem maiores que atualmente, Daí provem que a figura do vereador pode ostentar nobre origem, é o primeiro político brasileiro, e a ele cabia
aquilo que originalmente indica a palavra ―político‖: cuidar da ―pólis‖. Já prefeito é cargo recente no ordenamento políticoadministrativo, em 1905 foi criado o cargo de "intendente geral", mais próximo do que seria o prefeito, sendo que o ocupante do referido cargo ainda era indicado pelo governo estadual. O cargo de prefeito surgiu sob o governo de Getúlio Vargas, quando a Constituição de 1934 determinou, pela primeira vez, que o ocupante do cargo fosse eleito pela população, criam-se as prefeituras as quais eram atribuídas funções executivas dos municípios e necessitava de um líder, um dirigente. Já na restauração da democracia, no ano de 1945, as câmaras municipais são reativadas passando a ter o papel de casa legislativa ou como dizem ―a casa das leis‖. Com o passar dos anos as necessidades locais foram aparecendo e o papel das prefeituras foi ampliado e fortalecido pela constituição de 1988, que determinou sua plena autonomia, além de aumentar suas competências como membro integrante do conjunto federativo brasileiro. Ao lado da autonomia política, legislativa, e administrativa, o novo pacto federativo instituído pela "Constituição Cidadã", como popularmente ficou conhecida, fez com que responsabilidades fossem repartidas entre as três esferas político-administrativas, provocando um aumento no número de políticas públicas sob a responsabilidade do governo municipal. Ao mesmo tempo em que representaram um avanço democrático, o aumento de responsabilidades acabou por gerar problemas para alguns governos municipais, principalmente o de ordem financeira, já que o número de municípios no Brasil aumentou consideravelmente nas últimas décadas, sendo que muitos dependem quase que exclusivamente de repasses de recursos federais, como o Fundo de Participação dos Municípios, em virtude da baixa arrecadação. local entre outros.
Três Poderes. No Brasil república, as instâncias de poder são divididas entre Executivo, Legislativo e Judiciário, cujas atribuições são indicadas pela Constituição de 1988 sendo: Poder Executivo - Sua responsabilidade é a de implementar, ou executar, as leis e a agenda diária do governo. O poder executivo pode ser representado, em nível nacional por apenas um órgão - presidência da república - quando se trata de presidencialismo, como nosso caso ou pode ser dividido (parlamento e coroa real, no caso de monarquia constitucional). Nos países presidencialistas, o poder executivo é representado pelo seu presidente, que acumula as funções de chefe de governo e chefe de estado. Nos países parlamentaristas, o poder executivo fica dividido entre o primeiro-ministro, que é o chefe de governo, e o monarca (geralmente rei), que assume o cargo de chefe de estado. Em regimes totalmente monárquicos, o monarca assume, assim como o presidente, as funções de chefe do governo e do Estado. O executivo, porém, nem sempre se resume somente aos chefes. Em regimes democráticos, o presidente ou o primeiro-ministro conta com seu conselho de ministros, assessores, secretários, entre outros.
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1.2 Brasil República. O Poder Legislativo – É o poder de legislar, criar leis. No sistema de três poderes proposto por Montesquieu, o poder legislativo é representado pelos legisladores, homens que devem elaborar as leis que regulam o Estado. O poder legislativo na maioria das repúblicas e monarquias é constituído por um congresso, parlamento, assembleias ou câmaras. O objetivo do poder legislativo é elaborar normas de direito de abrangência geral que são estabelecidas aos cidadãos ou às instituições públicas nas suas relações. As funções elementares do poder legislativo estão as de fiscalizar o poder executivo, votar leis orçamentárias e, em situações específicas, julgar determinadas pessoas, como o Presidente da república ou os próprios membros do legislativo. O Poder Judiciário - É um dos poderes do Estado moderno na divisão preconizada por Montesquieu em sua teoria da separação dos poderes. Ele possui a capacidade de julgar, de acordo com as leis criadas pelo Poder Legislativo e de acordo com as regras constitucionais. Ministros, desembargadores e Juízes formam a classe dos magistrados (os que julgam). Há ainda, nos países com justiça privada, o Tribunal Arbitral composto de Juízes Arbitrais, Conciliadores e Mediadores. No Brasil os Juízes Arbitrais são considerados juízes de fato e de direito e a Lei 9.307/96 regulamenta o funcionamento desses tribunais privados, muito comum nos países de "primeiro mundo".
Imagem 02. Marechal Deodoro da Fonseca. Fonte: Brasilimperial.org
No Brasil República Federativa, existem três instâncias políticoadministrativas: Federal (União), Estadual e Municipal. No caso, os municípios são a menor esfera político-administrativa da República e de suas unidades federativas, possuindo apenas dois poderes: executivo (Prefeitura) e legislativo (Câmara Municipal). Cada município brasileiro possui uma lei orgânica, uma espécie de Constituição municipal, elaborada pela câmara, com total observância dos princípios indicados pela Constituição Federal. É a lei orgânica que determina as atribuições dos poderes legislativo e executivo do município, além de suas competências e procedimentos administrativos. Ao lado da tarefa de elaborar da legislação local, como a lei orgânica, a câmara municipal é também responsável pela fiscalização do governo executivo municipal. As Prefeituras estão direcionadas para o interesse local, ou seja, tudo que se refere à vida dentro do município, como, por exemplo, os serviços de pavimentação das ruas, limpeza e transporte urbano. Cabe também à prefeitura legislar (com aprovação da câmara) sobre assuntos de interesse local; instituir e arrecadar impostos (ex.: Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU e Imposto sobre Serviços - ISS); além de criar, gerir ou suprimir bairros e distritos; entre outras competências. Entretanto, há também atribuições que são comuns ou compartilhadas entre os municípios e as outras esferas políticoadministrativas (união e estados/distrito Federal), demandando trabalho conjunto, o que não interfere na autonomia dos governos, como por exemplo competências nas áreas de saúde, educação, cultura e patrimônio histórico, proteção do meio ambiente, produção agropecuária, habitação e saneamento básico (água e esgoto), bem como as políticas sociais. Nesse caso, a constituição determina a cooperação entre união, estados e municípios de forma a possibilitar o desenvolvimento das políticas públicas voltadas para os serviços essenciais aos habitantes.
Como instância de governo mais próxima aos cidadãos, a prefeitura é responsável pela execução direta de alguns desses serviços públicos, como o atendimento de saúde, através do Sistema Único de Saúde (SUS), Contando com suporte técnico e financeiro dos estados e da União, os prefeitos tem responsabilidade direta na gestão e implementação desse serviço. Na educação, é de responsabilidade dos governos municipais a oferta da Educação Básica gratuita para crianças de zero a cinco anos de idade e do Ensino Fundamental I (1º. ao 5º. ano). De acordo com a constituição, a cooperação entre as instâncias político-administrativas pode se dar de forma vertical, ou seja, entre níveis diferentes de governo (ex.: municipal e federal), ou de forma horizontal, entre governos de um mesmo nível. A cooperação não se dá apenas em relação à distribuição de recursos públicos, mas também em relação à administração pública, permitindo maior organização no estabelecimento de projetos de interesse da população local. O quadro abaixo apresenta melhor a organização dos poderes e esferas político-administrativas no Brasil:
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2 – Prazer, Brodowski 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5
Brodowski em números. Brodowski e sua origem Brodowski, aurora e evolução. Uso do solo Turismo em Brodowski 2.5.1 Portinari
2.1 Brodowski em números.
2.2 Brodowski e sua origem.
O município brasileiro de Brodowski está localizado na região nordeste do estado de São Paulo, na latitude 21° sul e longitude 47°39’33’’, a uma altitude de 861 metros. Possui área de 279,8 km², em uma topografia constituída de terrenos altos e planos, possui um clima temperado com média máxima de 29° C e mínima média de 12° C. O solo de Brodowski é considerado do tipo latossolo, mediante combinação vermelho-amarelo, terras roxas, arenosas e mistas. Considerado assim um solo fértil para produção agrícola. Em relação a hidrografia , o município é banhado pelo Rio Pardo, e também por riachos como Ribeirão do Adão, Ribeirão do Furquim, Ribeirão da Pratinha, Ribeirão Boa vista, Ribeirão do olho D’Água, Ribeirão do Brejo Grande e Ribeirão Sant’ana. Nenhum desses está na área urbana da cidade. Estima-se que a população do município em 2013, segundo o IBGE está em 22.797 habitantes. A cidade faz limite territorial ao norte com Batatais, ao sul com Ribeirão Preto, nordeste com Altinópolis ,sudeste com Serrana e oeste com Jardinópolis, estando distantes 337 quilômetros da capital do estado de São Paulo.
A região tem sua origem histórica ligada aos bandeirantes que por aqui passaram em busca de novas terras, metais, pedras preciosas e captura de índios para suprirem a mão de obra destinada ao trabalho. A descoberta do ouro goiano por Bartolomeu Bueno da Silva, o famoso Anhanguera, provocou a vinda de muitos paulistas de São Paulo, Itu, Santos e São Vicente, bem como de mineiros do Sul de Minas Gerais. Essa movimentação provocou a expansão de fazendas concedidas em Sesmarias. Em Agosto de 1728, foi doada uma Sesmaria a Pedro da Rocha Pimentel, que compreende a região onde hoje se localiza Brodowski. Devido ao aumento da população e ao surgimento de novos núcleos, a Sesmaria foi elevada à Freguesia, consagrada ao Senhor Bom Jesus da Cana Verde, incorporada ao município de Mogi Mirim, a qual veio a se tornar mais tarde a cidade de Batatais. No ano de 1815, Dom João VI concedeu o alvará da nova Freguesia do Bom Jesus de Batatais, que compreendia os territórios entre os rios Pardo e Sapucaí, tendo sido anexada ao município de Franca segundo portaria de 21 de outubro de 1821. O município de Batatais, com território desmembrado de Franca, foi criado em 14 de março de 1839. Após 61anos da criação da Freguesia, em 8 de abril de 1875, a sede municipal foi elevada à categoria de cidade, o município de Batatais compunha-se dos distritos de Batatais, propriamente dito, Mato Grosso de Batatais (hoje Altinópolis) e Brodowski. A existência de Brodowski está ligada à existência da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro. A inauguração da estação de Batatais aconteceu outubro de 1886 com a presença do imperador D. Pedro II e sua esposa a imperatriz Tereza Cristina. Quando inaugurou a estação de Batatais, as terras da Fazenda Belo Monte - entre Visconde de Parnaíba e Batatais passaram a ser cortadas pelos trilhos da Mogiana. Alguns meses depois o coronel Lucio Enéas de Melo Fagundes, tendo adquirido o imóvel e, em companhia de outros fazendeiros da região, teve a idéia de oferecer à ferrovia por doação, uma área para a construção de uma estação em suas terras.
Imagem 03 Localização de Brodowski no mapa do estado de São Paulo. Fonte Google maps
Imagem 04 Gráfico populacional Brodowski. Fonte IBGE
A Cia. Mogiana recebeu a ideia com total interesse e simpatia. Foi o inspetor geral, o engenheiro polonês, Dr. Alexandre Brodowski, que teve marcante participação na viabilização da proposta. Era um homem forte na Mogiana, técnico de renome, cuja vontade foi respeitada e, em 5 de setembro de 1894 foi inaugurada a estação com armazém e pátio de manobras. A Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, em homenagem ao seu ilustre inspetor geral, deu à estação o nome de Engenheiro Brodowski. Ao redor da estação nasceria um prospero vilarejo, com sua maioria de moradores imigrantes italianos, que moravam nas fazendas vizinhas e com a estação funcionando e o vilarejo evoluindo foram se aglomerando em busca de novas oportunidades.
Imagem 05. Estação Brodowski. Fonte Roni Montovani
Imagem 06. Estação Brodowski. Fonte Arquivo Pessoal
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2.3 Brodowski, aurora e evolução.
2.4 Uso do solo.
O vilarejo foi crescendo rapidamente e no dia 22 de agosto de 1913, através da Lei nº 1.381, foi criado o município de Brodowski. Em janeiro de 1914 formou-se Câmara Municipal, e em sua primeira sessão mandou ao Coronel Lúcio Enéias de Mello Fagundes, o qual já não morava mais na cidade e já residia em Ilha Grande do Paranapanema a seguinte mensagem:
O uso do solo na cidade de Brodowski é predominante residencial, encontrando-se comercio principalmente na área central, como por exemplo nas ruas Floriano Peixoto e General Carneiro. Ao longo das marginais, Avenida Dom Luís Amaral Mousinho e Avenida Papa João Paulo há também alguns comércios, com caráter mais atacadista , existem também pontos de serviços. Nos bairros, de modo geral, existe o comercio de primeira necessidade, porem são pontuais. Os serviços e instituições, como prefeitura, secretarias, bancos, rodoviária, restaurantes estão locados principalmente no centro da cidade. O distrito industrial ocupa uma área a sudeste do município, podendo ser ampliado conforme a demanda e necessidade da cidade. Atualmente existem algumas empresas grandes que geram muitos empregos e também muitas empresas de pequeno e médio porte que estão em constante crescimento, porem o potencial do distrito industrial é muito maior, com lotes para expansão. já existe um aumento da especulação imobiliária do local gerado através da discussão da reforma e ampliação do aeroporto de Ribeirão Preto, Leite Lopes, assim muitas empresas querem estar em local de fácil trânsito ao aeroporto.
“Câmara Municipal de Brodowski, em 26 de janeiro de 1914. Ilmo. Sr. Cel. Lúcio Enéias de Mello Fagundes. A Câmara Municipal de Brodowski, em sua primeira sessão ordinária, votou uma moção de congratulações a V.S. por serdes o fundador desta terra. Agora que se acha instalada a nova Câmara Municipal, a vós que tanto esforçastes pelo engrandecimento desta terra, os filhos de Brodowski, pelos seus representantes legais, vêm vos patentear penhorados o seu eterno agradecimento. Saúde e Fraternidade”. Era presidente da Câmara Municipal, Franklin Machado de Sant´Anna; vice presidente o Cap. Américo José Ferreira; prefeito o cidadão Canuto de Toledo e Silva e vice prefeito Capitão José Aleixo da Silva Passo Junior (Aleixinho). Na década de 1920 Brodowski destacou-se com a produção de café e pequenas produções agrícolas, na qual eram escoadas através da linha férrea. Durante período da década de 1930, com a crise do café essa agricultura mudou-se aos poucos, e nos anos seguintes até os anos de 1960, Brodowski produzia uma grande quantidade de abacaxis, sendo conhecida até hoje como a ―terra do abacaxi‖, hoje não há mais plantações, mas o comercio dessa fruta ainda é uma fonte de renda de muitos habitantes. Atualmente Brodowski tem um comercio variado, porem ainda tímido, devido a sua proximidade com Ribeirão Preto, onde se encontra de tudo em termos de comercio e serviço com uma distância de apenas 20 km. De toda forma a cidade ainda mantem comércios e serviços tradicionais, como armazéns gerais, beneficiamento de grãos e a agropecuária. Alguns estabelecimentos, principalmente pertencentes à famílias tradicionais, mantem a tradição de marcar na caderneta, hábito muito comum no passado. Os Brodowskianos são conhecidos na região também pelo excelente trabalho na construção civil, onde trabalhadores executam serviços de ótima qualidade no setor e nas suas variadas vertentes. Essa característica deve-se principalmente da origem italiana da maioria da população, etnia essa conhecida mundialmente como ótimos construtores. Essa atividade na construção civil, rende aos moradores um grande leque de opções de trabalho na área, é muito comum sabermos de pessoas que começaram no ramo como auxiliar e hoje possuem sua própria equipe, que evoluíram economicamente, essa pratica vem se tornando cada vez mais benéfica ao município, tanto economicamente quanto a qualidade e quantidade de mão de obra no setor.
Imagem 08. Comercio de frutas. Fonte: EPTV
Imagem 09. Vista aérea da cidade. Fonte: P.M Brodowski
Imagem 07. Casa no centro Brodowski. Fonte Sueli hauss
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2.5 Turismo em Brodowski.
2.5.1 Portinari.
Brodowski possui um grande potencial turístico por ser a terra natal do pintor Candido Portinari, onde há desde a fazenda que ele nasceu até a casa onde viveu e a pintou, literalmente. Atualmente o museu Casa de Portinari recebe mensalmente cerca de três mil turistas, das mais diversas regiões do país e do mundo. Além do museu, Brodowski possui outros atrativos turísticos como: Igreja de Santo Antônio (onde há pinturas de Portinari), Igreja da Matriz , Seminário Arquidiocesano Maria Imaculada, Biblioteca Municipal (antiga Cadeia), Coreto da Praça Martin Moreira, Barracão da Companhia Mogiana, casas do inicio do século conservadas até hoje entre outras atrações. Em Brodowski ocorrem vários eventos durante o ano que possuem destaques como: Semana de Portinari, Festa folclórica de Santos Reis, Festa do peão de boiadeiro, Corrida de São Silvestre, Carnaval de rua e festa italiana.
Brodowski é a cidade natal do pintor Candido Portinari, considerado o artista mais prestigiado do Brasil. A fazenda Santa Rosa, onde nasceu o artista em 1903 existe até hoje e há arquivado um projeto do renomado arquiteto Oscar Niemeyer para no local abrigar um museu, na qual foi doado ao instituto Portinari, porem por questões econômicas, esse não saiu do papel. Na cidade, conserva-se a casa onde ele cresceu a partir de 1906, e lá está instalado, desde 1970, o Museu Casa de Portinari. A homenagem ao artista abriga parte de seu acervo, mobiliário, roupas e objetos pessoais, mas as grandes preciosidades são principalmente as pinturas afresco, feitas nas paredes originais– muito raro e de valor inestimável - uma vez que as gravuras estão na construção. O museu é o principal atrativo turístico da cidade, o mesmo é tombado pelo IPHAN (instituto do Patrimônio Artístico Nacional) e pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico Nacional do Estado de São Paulo). A sua entidade mantedora é a secretaria de estado da cultura e por ter esse vinculo, o museu encontra-se em boas condições. Inclusive atualmente o mesmo está passando por um longo processo de restauração e revitalização, onde o governo investiu mais de um milhão de reais e tem sua entrega prevista para o segundo semestre de 2014. Hoje a imagem de Brodowski está intimamente ligada a figura de Portinari, onde o artista idolatrou essa terra, retratando-a em diversas obras e mostrando para o mundo todo amor que sentia pela pequena cidade do interior de São Paulo.
Imagem 12. Fachada do Museu Portinari .Fonte: ACAM
Imagem 10. Coreto municipal. Fonte: P.M Brodowski
No entorno da cidade, há também uma grande quantidade de fazendas antigas com suas características mantidas, além de algumas cachoeiras e trilhas nativas, proporcionando vocação para ecoturismo, porem esse potencial não é explorado como deveria. Batatais, a cidade vizinha também tem grande potencial turístico, pois lá existem casas centenárias preservadas, da época dos Barões do café e além de Batatais tentar se firmar como estância turística, possui ainda um belo acervo de Portinari locado na igreja matriz da cidade. Com todos esses requisitos nas duas cidades deveria haver uma aliança, voltado para fins turísticos, proporcionando assim uma opção de lazer na nossa região.
Imagem 11. Portinari preparando tintas Fonte: ACAM
Imagem 13. Portinari .Fonte: ACAM
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3 – O lugar 3.1 Colégio irmãos Marista,
3.1 Colégio irmãos Marista, No ano de 1817 na França, nasceu uma pequena sociedade religiosa e de cunho mariano, voltada em levar o ensino fundamental às crianças e jovens do interior. Essa sociedade foi nomeada, por seu fundador Marcelino Champagnat, como Irmãos Maristas das escolas, em latim: "Fratres Maristae Scholarum" (F.M.S.), contando com a dedicação de outros irmãos. Desde então, os Maristas se expandem por toda a França e outros países, chegando no Brasil em 15 de outubro de 1897, na cidade de Congonhas do Campo em Minas Gerais e expandindo-se para outras regiões do país. Em 1962 foi inaugurado o colégio irmãos Maristas em Brodowski, Imagem 15. Construção do colégio. Fonte: José Lanchoti uma grande obra na qual teve repercussão na cidade e região. Situado na avenida com o nome dos fundadores , a avenida Champagnat foi projetada com verbas do colégio justamente para interliga-lo com as ruas próximas, já que a sua construção dava-se um enorme sitio. O colégio funcionou de forma magistral, com excelente reputação e prestigio, assim como todos da rede Marista. Tempo depois, por motivos de administração e proximidade com Ribeirão Preto (que já possuía uma unidade desde 1938) a quantidade de alunos foram diminuindo, forçando assim seu fechamento. Em 1980 o local passou por uma reforma interna, transformando o prédio na Casa de Repouso São João Batista, na qual tinha um perfil psiquiátrico, alí pessoas de classe social media alta eram internados, passando por tratamentos experimentais e sem regras que exigem hoje para tal atividade. A casa funcionou até meados de 1990 onde foi desativada por diversos motivos administrativos. O prédio possui 500 leitos, espaço cultural como Teatro, Biblioteca, Capela, Cozinha industrial, lavanderia industrial entre outros. No ano de 1996 houve a possibilidade de transformar o local em um Hospital de Residentes de Medicina da USP, mas a câmara municipal foi contra o projeto, assim o edifício permanece abandonado, comprometendo sua estrutura com a falta de manutenção e depredações, o seu entorno está sendo prejudicado também pois o local está sendo utilizado para atividades ilícitas Imagem 16. Colégio Marista em funcionamento. Fonte: José deixando a região considerada perigosa.
Imagem 18. Colégio Marista em funcionamento. Fonte: José Lanchoti
Lanchoti
Imagem 19 Piscina Colégio Marista Fonte: José Lanchoti
Imagem 14. Símbolo marista no prédio .Fonte: Arquivo pessoal
Imagem 17. Colégio Marista em funcionamento. Fonte: José Lanchoti
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Imagem 20 Localização. Fonte: Googlemaps
Imagem 23 Planta baixa. Piso superior .Fonte: Arquivo Pessoal
Imagem 27. Fachada oeste .Fonte: Arquivo Pessoal
Imagem 28. Teatro .Fonte: Arquivo Pessoal Imagem 21 Fachada .Fonte: Arquivo Pessoal
Imagem 22 Fachada .Fonte: Arquivo Pessoal
Imagem 24 Planta baixa. Piso Térreo Fonte: Arquivo Pessoal
Imagem 25 Planta baixa, Subsolo 1 .Fonte: Arquivo Pessoal
Imagem 26 Planta baixa, Subsolo 2Imagem 29. Fachada .Fonte: Arquivo Pessoal .Fonte: Arquivo Pessoal
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4 – Inspirações e centelha 4.1 4.2
Intervenções, conceitos e teorias. Não derrubem, Renovem
4.1 Intervenções, conceitos e teorias. Atualmente uma área crescente na arquitetura é a preservação do patrimônio histórico. São várias as causas que despertaram a atenção dos arquitetos para este campo, entre elas a revalorização da história e a importância do passado. Concordo quando Castelnou (1992 pg 265) comenta que: ―todas as obras arquitetônicas construídas pelo homem estão sujeitas ao desgaste contínuo e inevitável. Este se dá tanto pela ação do meio ambiente como pelo seu próprio uso e consiste num desgaste físico, funcional e até mesmo estético, levando-se em conta que os gostos se modificam, assim como as formas e condições de utilização‖
Entende-se que o patrimônio cultural consiste nos bens, sejam esses materiais ou não, que são preservados de muitas maneiras, visando e garantindo a manutenção da memória, de sua história e da cultura de um povo. Em termos arquitetônicos, considera-se como patrimônio ambiental urbano o conjunto de monumentos edificados em determinado locai, que são tombados, restaurados e preservados como tal. Segundo Castelnou (1992 pg 266): ―O processo de tombamento requer uma série de condicionantes que, quase sempre, tem fundo econômico, uma vez que a classificação dos bens a serem reservados é essencialmente de cunho financeiro, pois depende das verbas disponíveis e das prioridades de preservação‖.
Nas cidades, estão sujeitas a tombamento histórico qualquer obras que representar a memória urbana, por questões arquitetônicas, simbólicas ou sentimentais. Assim, desde ruínas, edificações incompletas, demolidas ou com partes faltosas podem ser tombadas. O termo preservação, vem do latim "praeservare", que significa observar previamente - com o sentido de guardar ou conservar para os próximos tempos. Sua metodologia é bastante recente, do século XIX, e varia conforme as posturas que se tem diante do passado. O método romântico de preservação constitui na reconstituição sem documentos históricos, quando obras antigas são recuperadas e revitalizadas com certa fidelidade e muito saudosismo. Já o método arqueológico, surgido na época da descoberta das grandes ruínas mediterrâneas, proíbe a reconstrução, a não ser que se utilize métodos e materiais originais. Existe ainda o método histórico, que se baseia na idéia da recuperação de edifícios de forma fidedigna, com uso de documentação, não permitindo nem a alteração do lugar original da obra nem seu espaço volumétrico .E finalmente, a preservação cientifica baseia-se em dados arqueológicos e em documentos históricos, permitindo a intervenção na obra, assim como sua nova utilização, desde que seja mantido o partido da mesma.
As obras sofrem de desgastes naturais, que vão desde intempéries até movimentação de solo, além disso pode se acelerar por fatores artificiais ou devido a ação humana, assim surge o que especialistas chamam de obsolescência física, mas também a obra pode se tornar obsoleta ao nível de sua funcionalidade, o que decorre de mudanças por que passa a sociedade, principalmente de ordem sócio- econômica. Como a obsolescência pode assumir vários graus, torna-se fundamental sua consideração técnica, isto é, a comparação quantitativa e qualitativa do edifício com modelos de referência, tanto físico quanto funcionalmente. Duas formas de intervenção arquitetônica são ocasionadas visando sanar o mau estado de determinada construção: a conservação e a reconstrução. A conservação relaciona-se estritamente â preservação do patrimônio histórico e pode ser definida, e a reconstrução pode assumir varias técnicas e modos: A restauração: é o termo mais antigo, pode acontecer de dois modos: fazendo uma "reversão" ao estado original - ou fazendo uma "intervenção" da obra, respeitando seu caráter, função e forma. Portanto a restauração trata-se do conjunto de trabalhos de regeneração de uma ou mais edificações de importância histórica, onde o resultado deve refletir as condições reais em que tais obras eram utilizadas. Revitalização e Reciclagem: Vem sendo conhecido como Retrofit. Estudos mostram que a preservação, em termos econômicos, revela-se mais em conta do que uma demolição realizada para a construção de um novo prédio. Uma revitalização ou reciclagem, feita para que a distribuição espacial de uma edificação seja compatibilizada com novas funções a serem a ela destinadas, permitem uma economia em torno de 20% do valor total da obra, além de menor tempo de execução. A readaptação não é o abandono da função original, mas sim sua revitalização, porem deve-se ter uma atenção especial para a vocação e limitações do espaço antigo e cuidado com a inserção de elementos. Mesmo assim a revitalização ou reabilitação como também é conhecida é mais flexível que a restauração em relação ao passado histórico, pois permite que este seja acrescido de novos elementos e portanto, que haja uma maior intervenção. Reestruturar é reorganizar a estrutura básica, tornando explícitas antigas relações e criando novas que se adaptam harmonicamente ou se rivalizam com as anteriores. Reciclar é iniciar um novo ciclo de utilização da obra, o que pode ser feito não só com a mudança de função da mesma como da sua forma e até caráter. Vai desde a modernização da aparência até o aproveitamento do valor econômico.
Imagem 30. Pinacoteca em São Paulo .Fonte: google
A harmonização entre o antigo e o novo pode passar por vários níveis, uma reforma apresenta três graus de interferência no projeto original que Castelnou (1992 pg 268) define como: ―Radical: quando novos elementos intencionalmente contrastam com o existente, pelas intenções projetuais ou tratamento a nível de material, cor, textura, etc. Há um choque em termos formais paralelo ao de termos funcionais. Equilibrado: quando se procura associar harmonicamente os acréscimos ou modificações ao que já existe, o que pode ser feito através da repetição de tipos, unificação de motivos e tratamento cromático, mas nunca de maneira dissimulada, isto é, promovendo algum tipo de "falsificação" da obra. Sutil: quando há um respeito completo ao que existe previamente, tanto em função dos novos componentes sugeridos como dos novos usos previstos. Muitas vezes, é bastante difícil identificar o que foi reformulado. ―
É de conhecimento dos arquitetos também as famosas teorias e conceitos de pensadores do passado, usados e aclamados até hoje, porem sempre houveram divergências de seus métodos, onde agradam uns e desagradam outros. Vejamos resumidamente alguns desses idealistas e suas teorias a seguir.
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Viollet-le- Duc (1814-1879).
Imagem 31.Fonte: Wikipédia
Arquiteto francês que usa o método de busca a unidade estilísticas, o uso de complementos, criava o falso histórico, partia da noção monumento ideal, que não é necessariamente a do projeto original, mas a mais adequada para cada caso. Fonseca (1997 pg 64) define o modo de restauro de Le Duc como ―restaurar um edifício é restabelecê-lo a um estado completo que talvez nunca tenha existido. A restauração torna-se assim uma recriação legitimada ou restauração interpretativa‖
4.2 - Não Derrubem, Renovem. Outro pensador, porem não tão aclamado, mas de grande valor para arquitetura é Aloïs Riegel, qual analisava o patrimônio histórico não do ponto de vista do Estado, mas a partir de diferentes percepções, suas teorias foram publicadas no livro ―O culto moderno dos monumentos‖ do ano de 1903, onde fornece informações ricas e surpreendentemente atuais para o nosso momento. Para Reiegel todo monumento tem uma dimensão histórica, ele chega a dizer que ―histórico é tudo que foi, e hoje não é mais‖, no sentido que tudo que ficou no passado como testemunho pode pretender um valor histórico.
Imagem 32.Fonte: Wikipédia
John Ruskin (1819-1900). Inglês, sem formação arquitetônica, porem de grande conhecimento na área, a ponto de opinar e levantar questões importantes. Ele valoriza as ruinas, condenava os complementos arquitetônicos e suas teorias batiam de frente com as de Le-Duc. A visão de Fonseca (1997 pg 63), para Ruskin é ―ético, mais que estético, o valor do monumento histórico para Ruskin é o valor de piedade‖.
Imagem 33.Fonte: Wikipédia
Camilo Boitto (1836-1914). Esse italiano ficava dividido nas duas teorias acima, ele ponderava alguns pontos dos dois pensadores e proclamava que: Deveria haver diferenças entre novo e velho, diferenciação de materiais e publicação de um ―passo a passo‖ de como foi feito, onde pedaços antigos das obras deveriam ficar expostos junto , afim de demonstrar como eram. Choay (1992 pg127) diz que ― o caráter acrescentado, adventício, ortopédico do trabalho refeito deve ser ostensivamente marcado, e não deve, de maneira alguma passar por original‖.
Imagem 34. Alois Riegel.Fonte: Wikipédia
Hoje em dia, os pensamentos de Boitto são os mais compatíveis com o que vem acontecendo na área da arquitetura, pois a mescla de praticas é enorme e de algum tempo para cá o termo retrofit tem sido pronunciado com frequência crescente no quotidiano dos arquitetos, construtores e decoradores. Com a tradução liberal de ―colocar o antigo em boa forma‖, o termo retrofit tem sido amplamente empregado com o sentido de renovação, de atualização mas mantendo as características intrínsecas do bem retrofitado. Não se trata simplesmente de uma reconstrução, pois esta implicaria em uma simples restauração. Ao invés disto, busca-se o renascimento. No mundo da construção, a arte de retrofitar está aliada ao conceito de preservação da memória e da história.’’
Apoiado na premissa de Reigel é o que tomamos por ponto de partida no trabalho de conclusão de curso, onde o edifício escolhido representa para a cidade uma importante historia, com sua passagem significativa e até hoje considerado por muitos como um marco para a cidade. Sua arquitetura, imponente e marcante, principalmente para a época que foi construído, não sofreu processo que chamamos de ―tombamento‖ pelos órgãos estaduais e ou federais. O seu valor histórico é de valor considerado pelos moradores, retratado na vontade de sua maioria em conservar o local, revitalizando e dando outro uso a ele. Sua estrutura colossal, mesmo degradada visualmente com a má conservação está em perfeitas condições de abrigar seguramente as atividades propostas, obviamente com alguns pontos de substituições de peças e materiais devido a idade do mesmo. Essa vontade de tombamento já atraiu alguns entusiastas, porem como depende de autoridades e vontade politica, o projeto de tombamento não teve andamento, assim alguns leigos de arquitetura pedem a demolição do local. De fato, atualmente, o prédio não está em sua melhor forma, o local por ser grande demais sofreu ações de vândalos e de intempéries, além disso tem entradas ―clandestinas‖ em vários pontos, tornando-se ponto de usuários de drogas e moradores de rua, além de abrigo para animais e insetos. Por se tratar de um prédio particular, a entrada de órgãos como policia e vigilância sanitária é burocrática, sendo que o proprietário contratou serviços de um zelador, na qual tenta manter a ordem e limpeza, mas sua atuação é pouca perante as dimensões do lugar. Como dito anteriormente, alguns poucos moradores e especuladores pedem a demolição do local, sempre apoiados no pretexto de que não há mais solução para reforma, que o local já teve seu tempo de gloria e prestigio. Na verdade, essas opiniões são mais para efeitos de depreciação do que realmente interesse de mudança, por se tratar de uma área de grandes dimensões em uma área urbana, seu valor por metro quadrado é mais alto do que outras áreas, com isso surgem opiniões desprovidas de argumentos pedindo a demolição total. Hoje na cidade de Brodowski o prédio destinado a atual prefeitura municipal encontra-se totalmente defasado no ponto de vista estrutural, pois trata-se de um edifício de meados de 1920 ,que originalmente era um hotel , tempos depois uma escola e que mais tarde sofreu adaptações para abrigar a prefeitura Brodowskiana. Além do ponto de vista estrutural que está em péssimas condições, o prédio atual não comporta mais a demanda de funcionários e funções, visto que a cidade teve um crescimento populacional muito grande, segundo o IBGE a cidade tinha em 1980 cerca de 12,5 mil habitantes e hoje a estimativa é de 23 mil, ou seja, dobrou sua população em 30 anos e suas instalações continuam as mesmas, ora as vezes com pequenas reformas e ampliações desordenadas.
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Hoje em dia, alguns departamentos e secretarias municipais estão localizadas em prédios fora do prédio principal da prefeitura, o que torna o fluxo de informações e pessoas mais demorado e custoso, com o novo centro administrativo, os usuários poderão encontrar representantes de cada secretaria e seus devidos serviços em só lugar, além de economia de tempo aos servidores e usuários, há a economia de verba, pois esses prédios hoje usados como secretarias podem ser usados com novas funções, como creches, farmácias populares entre outros equipamentos que a cidade carece ou até mesmo ter seu contrato de locação encerrado. Gerando assim uma grande economia a longo prazo.
Imagem 35. Atual prédio da prefeitura de Brodowski Fonte: Arquivo pessoal
Imagem 36. Atual prédio da prefeitura de Brodowski Fonte: Arquivo pessoal
O espaço proposto tem capacidade para suprir a demanda atual e ainda suportar um crescimento de aproximadamente 20% para os próximos anos. Na proposta do novo centro cívico, os ―braços‖ do poder executivo encontra-se em um único prédio, agilizando a comunicação e fluxo interno, gerando assim um ganho na qualidade dos serviços. Pensando em uma função social e uso não somente para fins administrativo, o complexo foi projetado para locar funções de interesse sociais, como bancos , livrarias, lanchonetes , estação rodoviária, lojas e espaço para exposições, tornando-se seu uso público agradável e satisfatório mesmo com as secretarias fechadas. O projeto também contemplará um novo local para a biblioteca municipal, que hoje está localizada em um péssimo prédio, a proposta é criar uma biblioteca mais dinâmica, mais atual, com sistema de informática, biblioteca em braile e também abrigar um projeto de ―biblioteca falada‖ onde pessoas analfabetas e/ou crianças possam ouvir narrações dos livros. A cidade de Brodowski é a terra natal de Candido Portinari, renomado e famoso pintor, conhecido internacionalmente. Na cidade há o museu Casa de Portinari, que abriga objetos pessoais do artista e família, porem muitas das suas obras não são apresentadas devido a estarem em poder de colecionadores. Assim, para complementar a grandiosidade do projeto, um memorial será instalado no complexo cívico, dotado de alta tecnologia, onde todas as obras serão apresentadas de modo virtual, com a interatividade do usuário. Tornando assim mais um atrativo cultural a cidade. O projeto tem o caractere de ―dar vida‖ ao local, de modo que seu uso não seja restrito á serviços administrativo, a ideia é que haja uso todos os dias da semana, assim foi criada uma praça de piso livre,com quadras poliesportivas e um halfpipe de skate, que atendem diversos tipos de atividades, inclusive há um Brise-Soleil feito com uma malha metálica que será usado como tela ,onde projeção de filmes de produção local, que hoje são tradicionais mais não possuem incentivo, terá seu espaço reservado. Aliado a todo esse processo de Reabilitação do edifício, o entorno que hoje sofre de depreciação da especulação imobiliária terá um ganho enorme com a vinda de um equipamento desse porte. Esse processo de desvalorização que há hoje é devido principalmente ao abandono do edifício. A vizinhança sofre também de desvalorização social, pois se encontra em uma área que tem um processo cultural histórico de preconceito devido situar-se em uma área dividida pela rodovia SP 334, onde segundo relatos de moradores há um certo preconceito por morar na parte baixa da cidade, onde não equipamentos públicos e os loteamentos na sua grande maioria são destinados a programas de moradia mais acessíveis financeiramente.
Passando por uma reabilitação e instalado a nova sede administrativa municipal, esse investimento trará uma nova identidade ao local e todo o entorno se valorizará socialmente e até economicamente, como também contará com outros serviços e investimentos que são instalados automaticamente como: comercio, prestadores de serviço e até instalações de segurança e saúde publica, todo esse processo não ocorre por acaso, será preciso também um estimulo da administração municipal, prevendo novos empreendimentos e investimentos para o uso e incentivo público. Assim o edifício visto antes com ―péssimo vizinho‖ deixará a vizinhança com orgulho, pois um equipamento dessa magnitude é muito importante, garantindo além de uma administração mais centrada ao município, coloca-o em destaque em vários aspectos.
Durante o processo de leitura e planejamento, cogitamos a possibilidade de agregar ao prédio o poder legislativo, mas após algumas analises e reflexão chegamos a conclusão que seria uma parceria inviável, pois a ―casa das leis‖ trabalham em sua maioria em outros horários e formas, além de que recentemente a câmara inaugurou um novo prédio, moderno e amplo. Pensamos também na inclusão do Fórum e /ou centro de especialidades médicas, porem tudo foi abortado por não ter as atividades compatíveis .
Imagem 37. Câmara Municipal de Brodowski Fonte: Arquivo pessoal
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5 – Parâmetros 5.1 Referências projetuais 5.1.1 Centro Administrativo Tancredo Neves. 5.1.2 Centro administrativo Fernando Ferrari. 5.1.3 Prefeitura Municipal de Jundiaí. 5.2 Caso Brodowski. 5.3 Estudos de diferenciais . 5.4 Considerações gerais.
5.1 Referências projetuais.
5.1.1 Centro Administrativo Tancredo Neves.
Como referência ao projeto foram estudados vários casos de esfera nacional e internacional com a mesma problemática, administrações, não apenas de cidades, mas desde estados á empresas privadas que precisavam unificar seu poder, agregando valores aos seus ordenamentos. Em todos os estudos houve um ponto em comum que hoje é fundamental para qualquer empresa ou governo: Economia, seja ela financeira ou temporal. No ritmo que o mundo está vivendo hoje, economia de tempo é a chave para o bem estar de todo usuário, lugares unificados, que se resolve de tudo e um pouco mais está cada vez mais na expectativa das pessoas, e em todos os casos estudados, essa economia de tempo era primordial a sustentação do projeto. Além de economia de tempo, outro aspecto em comum nas referências pesquisadas, é a economia de verbas , onde mesmo as empresas mais rentáveis querem economizar e em um momento cada vez mais sustentável é inadmissível pensar em algo que gere mais custos, prejuízos e impactos se você pode unificar, baratear e sincronizar atividades. As dificuldades são muitas, mas é possível criar um espaço onde se pode administrar de uma forma mais direta, mais humana ,isso sem dúvidas gera uma grande economia. As referencias aqui citadas passaram por situações parecidas com as de Brodowski, administrações sortidas em vários prédios, gastos excessivos com transporte e trânsito de informações e de bens, desgastes dos usuários e funcionários e sem contar os desvios de verbas e de honorários , além de outras situações. O projeto do centro administrativo do estado de Minas Gerais, conhecido por Tancredo neves, e o centro administrativo do Rio Grande do Sul, Fernando Ferrari ,apesar de suas dimensões e estruturas incomparáveis com a de Brodowski, foram de grande validade, com detalhes importantes a serem pensados e remodelados aos moldes de uma administração municipal. A prefeitura de Jundiaí, no interior de São Paulo foi a que mais se enquadrou com o nosso projeto, tanto por questões de porte e dimensões até por proximidade de necessidade, onde a cidade em 1980 passava por um situação parecida, com uma sede municipal defasada e secretarias espalhadas pela cidade, necessitou unificar tudo e agregar serviços a população, por meio de concurso público foi projetado um paço municipal de grande importância para a população. Hoje a prefeitura de Jundiaí é referencia em atendimento com qualidade e satisfação dos usuários.
A obra - A pedido do governador do estado de Minas Gerais, Oscar Niemeyer projetou esse enorme complexo, com toda plasticidade do concreto, características do autor, a Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves foi batizada assim por ter sido inaugurada no dia do centenário do ex-governador de Minas e ex-presidente da República. Composta por seis edificações principais, o complexo se destaca com sua arquitetura moderna, com uso de pilotis e concreto aparente. Projetada para abrigar mais de 16.000 servidores, a nova sede do Governo de Minas foi inaugurada em 2010. A Cidade Administrativa, está localizada às margens da MG 010, no município de Belo Horizonte.
Imagem 38. Complexo administrativo Tancredo Neves.Fonte:Vitruvius
Mais economia - A integração de 18 secretarias e 25 órgãos públicos na Cidade Administrativa proporciona uma significativa economia ao Tesouro do estado mineiro. Segundo um estudo da Secretaria de Planejamento, calcula-se que a centralização da gestão vai gerar uma economia anual de R$ 92 milhões, já a partir do primeiro ano de sua ocupação, os cálculos baseiam-se nos gastos realizados pelas secretarias e órgãos em virtude da distribuição da administração estadual por 53 imóveis em endereços diferentes na capital. As maiores despesas em serviços administrativos eram com conservação e limpeza dos prédios, manutenção de elevadores, recepção e vigilância, telefonia, aluguéis, transporte de pessoas e documentos, reprografia e impressão. Os prédios que formam a Cidade Administrativa são equipados com avançados sistemas de iluminação, água e ventilação. Todo o sistema de comunicação por telefone entre as secretarias e órgãos é feito por meio de ramais, como ligações internas sem cobranças extras. Novas tecnologias em informática e transmissão de dados eliminam sistemas obsoletos. Os serviços de recepção, de mensageiros (office-boys) e de impressão de documentos são coordenados em centrais únicas, acabando com a ociosidade de pessoas e o desperdício de materiais. O uso de veículos também tem coordenação centralizada. Até então, a despesa com combustível era controlada separadamente em cada secretaria e órgão. A frota de carros oficiais foi reduzida..
O deslocamento de servidores passou a ser feito entre os andares dos prédios, até então, os servidores da secretaria de estado de planejamento e gestão, por exemplo, deslocavam-se por até três endereços diferentes da mesma pasta. Já os servidores da secretaria de educação encontravam-se a 14 quilômetros de distância dos que atuavam na Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior. A utilização de esgoto a vácuo em todo o complexo de prédios é outro fator que favorece a economia, com a redução do consumo de água nos banheiros e demais instalações. O aproveitamento da luz natural em todo o conjunto e o sistema de iluminação automatizada, com sensores fotossensíveis fachada com solução de vidro duplo, além dos elevadores inteligentes contribuem para racionalizar o consumo de energia elétrica. A integração física da gestão estadual na Cidade Administrativa proporciona condições ideais para a execução desses trabalhos, com a criação de ambientes integrados que permitem a colaboração e a sinergia, criando novo estímulo e rotinas para a prestação dos serviços. Os vãos livres dos prédios formam amplos espaços de integração, oferecendo aos servidores, espaços informais para interagir nos momentos de intervalos. Estações padronizadas, divisórias e armários baixos definem setores e compõem as secretarias de forma harmônica e ordenada. Todos estão integrados a uma grande rede informatizada para recepção e transmissão de dados. As novas rotinas mudam em definitivo até mesmo a tramitação de documentos oficiais e dos processos governamentais. A entrega e coleta dos documentos são realizadas em horários previamente definidos pelas secretarias, a fim de garantir o acompanhamento e dar agilidade a toda tramitação. Um sistema de gestão eletrônica acelera os procedimentos de entrega e envio, dando mais segurança no armazenamento dos dados. Sustentável e inteligente - projeto da cidade administrativa foi desenvolvido de acordo com técnicas modernas e reconhecidas de construção verde, buscando diminuir os impactos ambientais e economizar recursos. O conceito de sustentabilidade esteve presente desde a construção do complexo. Há também um moderno monitoramento da qualidade da água e do ar, medidas para reaproveitamento e destinação correta de resíduos sólidos, controle de ruídos, da poluição sonora e da procedência dos materiais utilizados. Todas as edificações funcionam com os mais inovadores processos tecnológicos de uso racional de água, energia e reaproveitamento do lixo, obedecendo às exigências relacionadas à sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Os prédios são dotados também de um sistema central computadorizado e inteligente que controla o uso de elevadores, o acionamento de lâmpadas e do ar condicionado. A presença de sensores fotossensíveis evita a iluminação e climatização de ambientes vazios
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Imagem 39. Complexo administrativo Tancredo Neves.Fonte:Vitruvius
Alimentados por uma central de água gelada, o sistema de ar-condicionado tem capacidade para gerar mais de 8 mil toneladas de ar refrigerado por hora. É a central com maior capacidade de operação na América Latina. As fachadas dos prédios, revestidas com vidro de máximo desempenho, favorecem a utilização de luz natural nos ambientes de trabalho e reduzem os gastos com a refrigeração: 70% da passagem de calor são bloqueados pelos vidros. O sistema de esgotamento nos banheiros é a vácuo reduzindo o consumo de água em 80% em relação à descarga convencional. Todo o esgoto, depois de coletado, é encaminhado até a estação de tratamento. A água das chuvas são direcionadas através de drenos para os dois lagos artificiais construídos na área externa da Cidade Administrativa. Toda irrigação dos jardins é feita com o uso da água reaproveitada. O entorno abriga 350 mil mudas de arbustos, árvores e flores de espécies diversas. A Cidade Administrativa conta com coleta seletiva e ações voltadas para estimular a adoção de práticas ambientais responsáveis por parte dos servidores. O programa é hoje aplicado em mais de 30 instituições governamentais. As instalações - Estruturas em curvas, grandes vãos livres e balanços nas extremidades das edificações - extremidades sem pilastras de sustentação - são detalhes da genialidade do arquiteto Niemeyer neste complexo de 265 mil metros quadrados de área construída. Palácio Tiradentes - Maior prédio suspenso do mundo, o Palácio Tiradentes é a sede oficial do governo de Minas Gerais. Com quatro pavimentos, abriga a Governadoria, onde está instalado o Gabinete do Governador do Estado, a Vice-Governadoria e o Gabinete Militar. Totalmente revestido em vidro, o prédio foi construído em concreto e está totalmente suspenso por 1.080 cabos de aço presos a vigas de concreto de 20 metros de comprimentos e 3,4 metros de altura localizadas na parte superior e apoiadas em dois grandes pórticos paralelos de concreto armado.
A estrutura do prédio foi concebida para suportar cargas em torno de 34 mil toneladas. Prédios das secretarias - Os imponentes edifícios ―Minas‖ e ―Gerais‖, construídos para abrigar as 18 secretarias e 25 órgãos públicos, foi uma alternativa do arquiteto Oscar Niemeyer ao conjunto de prédios separados como executado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Cada edifício com 240 metros de extensão em curva e área total de 116 mil metros quadrados, foi construído como se fossem cinco prédios separados. Auditório - Localizado ao lado da sede do Governo, o auditório é considerado a edificação que melhor representa o estilo de Oscar Niemeyer. Construído em forma côncava, semelhante a obras do arquiteto em Belo Horizonte e outras partes do mundo, o prédio também chama a atenção pelo elemento vazado, que corresponde à figura de um olho e representa 30% da construção. São 10 metros de altura entre a cobertura em casca e a laje inferior em curva. No total, a obra tem 20 metros de altura. Com 4 mil metros quadrados de área construída, o prédio foi dividido em três níveis. O primeiro nível é destinado à garagem de serviços e o segundo pavimento abriga o foyer e outras instalações de apoio, como depósitos e banheiros. A plateia é acessada por escadas laterais ou por uma rampa em curva, situada na parte externa do edifício.
Imagem 41. Complexo administrativo Tancredo Neves. Fonte:blog PSDB
Imagem 42. Complexo administrativo Tancredo Neves. Fonte:Vitruvius
Imagem 40. Construção do complexo administrativo Tancredo Neves. .Fonte: Vitruvius
Centro de Convivência - A edificação, com dois pavimentos em formato circular, está localizada entre os dois prédios das secretarias. Com 4,5 mil metros quadrados de área, é ligada a eles por meio de um túnel. Nesse local, estão instalados restaurantes, lanchonetes, postos bancários e outros serviços.
Imagem 43. Complexo administrativo Tancredo Neves. Fonte:blog PSDB
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5.1.2 Centro administrativo Fernando Ferrari. Os primeiros estudos para centralizar secretarias e órgãos públicos num só complexo se iniciaram em 1956, com a construção de prédios ao redor da Praça da Matriz. Em 1962, o prefeito de Porto Alegre, Loureiro da Silva, sancionou a lei que fixava o Centro Administrativo nas proximidades da Avenida Borges de Medeiros e da Escola Técnica Parobé. Depois de inúmeras propostas, em 12 de julho de 1971, por meio do Decreto nº 21.190, foi aprovado, pelo então governador Euclides Triches, o projeto para a criação do Centro Administrativo do Estado do Rio Grande do Sul (Caergs). O projeto previa como estrutura o Palácio de Despachos, Secretarias de Estado, Plataforma e acessos e Centro de Processamento de Dados. A área definida para a construção foi de 128 mil m² e as obras se iniciaram efetivamente no dia 26 de dezembro de 1976. A Companhia Estadual de Desenvolvimento Regional e Obras (Cedro) e a empresa Knorr Construções Ltda. foram as responsáveis pela execução das obras juntamente com os arquitetos Charles René Hugaud, Ivanio Fontoura, Leopoldo Costanzo e Luis Carlos Macchi. A ocupação do prédio estava prevista para 1986, porém a inauguração só ocorreu em 10 de março de 1987. Em 12 de julho de 1989, o Caergs passou a ser chamado Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF) em homenagem ao movimento "Mãos Limpas" - uma forte oposição ao exagero burocrático e a toda e qualquer espécie de corrupção na Administração Pública, cujo principal exemplo era a figura do economista, sociólogo, advogado e deputado Fernando Ferrari. Nascido em 14 de julho de 1921, em São Pedro do Sul, Ferrari foi um dos mais ilustres e dedicados parlamentares gaúchos, notabilizado como principal defensor da Nova Ordem Econômica e Social do Rio Grande do Sul. O complexo administrativo tem como característica principal a sua forma imponente, lembrando uma pirâmide de vidro e aço. Seu projeto é bem desenvolvido quando falamos no sentido de fluxo de pessoas e arquivos, sua dimensão maior é no sentido vertical, por isso o prédio possui elevadores bem distribuídos, mas segundo alguns servidores, o transito por escadas é bem comum, já que quando planejado, a preocupação dos arquitetos em diagramar o fluxo foi fundamental na distribuição das secretarias e órgãos que mais se interagem, assim poucos lances ou até mesmo nenhum andar é necessário subir/descer para dar continuidade aos procedimentos. Seu entorno também merece destaque, localizado na praça dos Açorianos, com uma topografia plana e repleto de vegetação, o edifício se tornou um marco, pois o panorama visual é muito belo, principalmente se visto da antiga de ponte de pedra.
Imagem 44. Complexo administrativo Fernando Ferrari. Fonte:blog Panoramio
Imagem 45. Complexo administrativo Fernando Ferrari. Fonte:blog Panoramio
Imagem 46. Complexo Fernando Ferrari. Fonte:blog Wikipedia
Imagem 47. Visão do complexo de outra forma. Fonte Vital Lordelo
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5.1.3 Prefeitura Municipal de Jundiaí. Cidade no interior do estado de São Paulo, Jundiái, conta com um moderno prédio que abriga a sede administrativa municipal, fruto do trabalho do arquiteto Araken Martinho, ganhador do concurso municipal ,que planejou e acompanhou a obra desse prédio exemplar, inaugurado em 1988. Um fato muito interessante dessa obra foi que, era tanta a necessidade de uma nova prefeitura, que área para a construção foi doada ao município. Araken projetou um prédio em concreto armado de 8 pavimentos, sendo que o mais genial está no térreo, onde vãos livres e uma espécie de praça coberta garante um uso totalmente intenso e inteligente, com serviços e equipamentos voltados a população em geral, e não somente com caráter de serviço público. Imagem 52. Estacionamento da Prefeitura de Jundiaí. Fonte: Fabio Barros Imagem 50. Interior da Prefeitura de Jundiaí. Fonte: Fabio Barros
Devido a sua altura e grande vão interno, o fechamento precisou de um telhado diferenciado, assim o arquiteto utilizou uma treliça espacial, ganhando leveza e planejando a troca de calor com o exterior, garantindo ao edifício uma relevante baixa de temperatura ambiente, contribuindo para uma economia de energia elétrica gasta com aparelhos de ar condicionado. No pátio central há também um belo projeto paisagístico, onde vegetação de alta resistência as condições climáticas variadas garantem além de um visual mais humano, mantem a umidade do local. Imagem 48. Prefeitura de Jundiaí. Fonte: Fabio Barros
Seus corredores voltados para o interior permitem total visão das secretarias e de todo movimento de usuários. Sua planta de modo simples, foi capaz de unificar todos os departamentos e órgãos municipais da cidade de forma harmoniosa
Imagem 53. Interior da Prefeitura de Jundiaí. Fonte: Fabio Barros
Imagem 51. Interior da Prefeitura de Jundiaí. Fonte: Fabio Barros
Imagem 49. Interior da Prefeitura de Jundiaí. Fonte: Fabio Barros
Analisando por outro ângulo, o projeto falhou em um detalhe ,onde no entorno não há estacionamento suficientes para os servidores e usuários, causando uma pequena desordem no trânsito local. De toda forma, Jundiaí conta com uma estrutura que a maioria das prefeituras de outras cidade não possuem, um prédio moderno, capaz de atender de forma digna e rápida o cidadão.
Imagem 54. Interior da Prefeitura de Jundiaí. Fonte: Fabio Barros
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5.2 Caso Brodowski. Baseado nas experiências dos projetos citados e das técnicas de intervenção e reabilitação em prédios abandonados, montamos um projeto para a prefeitura municipal de Brodowski com ênfase na reutilização do edifício, sem tirar suas características originais, que se enquadra em uma ordem arquitetônica eclética, o projeto vai intervir em pontos que hoje não se enquadram mais a realidade e necessidade, como a acessibilidade, materiais mais sustentáveis, instalações predias mais modernas, mais tecnológicas e sem falar no próprio layout interno, já que a ultima atividade do prédio, necessitava de uma distribuição muito especifica. No o piso térreo, para se ter acesso da população serão criados atrativos como lanchonetes, paradas de ônibus, anfiteatro , bancos e lojas, inclusive com aberturas nos finas de semana e feriados. Para ter acesso as secretarias e órgãos públicos, uma limitação com sistema de segurança será instalado para garantir o zelo e o desempenho. O memorial Candido Portinari ficará locado no segundo andar, mais precisamente na ala oeste, lá terá toda a infra estrutura e características dignas de um acervo tão rico quanto ao de Portinari. Na ala leste teremos a biblioteca com suas derivações ( a braile e a falada). Como o prédio, mesmo com sua grandiosidade, seu projeto original não necessita, não temos um fluxo totalmente integrado e inteligente, assim projetamos uma passarela ao fundo, fechando um quadrilátero nas alças do prédio, essa passarela será feita em elementos metálicos, pintados em vermelho, lembrando o projeto Dragão do Mar, em Fortaleza CE. deixando claro a intervenção, como nos moldes de Boitto e Reigel. Algumas referências de intervenções que ―bebemos‖ da fonte é o projeto que a arquiteta Lina Bo Bardi fez no Sesc Pompéia, em São Paulo, onde ela deixa claro os elementos ali acrescentados e a Pinacoteca de São Paulo, com a excelente intervenção do arquiteto Paulo Mendes da Rocha.
Imagem 56. Sesc Pompeia . Fonte: arqfolio.com
Imagem 57. Detalhe abertura- Sesc Pompeia . Fonte: arqfolio.com
Imagem 59. Pátio Pinacoteca. Fonte: Archdaily.com.br
Imagem 58. Pinacoteca São Paulo . Fonte: Archdaily.com.br
Imagem 55. Dragão do Mar . Fonte: P.M Fortaleza
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5.3 Estudos de diferenciais 5.4 Considerações Gerais. Para que o projeto tenha um diferencial, buscamos aliar os custos que terá automaticamente com a reforma com a introdução de sistemas modernos, que garantem a sustentabilidade a longo prazo, garantindo o custo beneficio. Como o prédio possui um telhado todo condenado pelo tempo e seria preciso troca total, estudamos a possibilidade de remove-lo e com reforços estruturais na laje fazer-se um ―telhado verde‖, o que reduz a temperatura do prédio, absorve e capta agua das chuvas e ainda é uma opção de lazer e contemplação, como no edifício Matarazzo, onde hoje se encontra a prefeitura da cidade de São Paulo. Outro recurso adotado seria o uso de Brise-soleil (expressão francesa cuja a tradução seria quebra-sol), recurso muito usado no Brasil, com ótimos índices de aprovação no controle térmico. No prédio será instalado modelos de aço pintado, contrapondo a arquitetura existente e transmitindo o aspecto de intervenção. O local escolhido foi na face externa, na ala leste, parede da biblioteca. Tal local foi escolhido principalmente devido a incidência de raios solares que aumentam a temperatura interna e devem ser controlados para que no interior haja uma leitura agradável. Porem outra utilização do Brise foi pensado, assim ele torna-se em uma grande tela de projeção, onde da praça de esportes terá um projetor e que assim serão exibidos filmes de produção local, que constantemente são realizados mais sem receberem incentivo local.
Sabemos que uma revitalização desse porte não é de valor econômico baixo, porem quando se trata de reabilitar um edifício como o mencionado, com uma historia tão entrelaçada com a cidade, e que hoje está se desintegrando, fica nítido que o valor sentimental dos habitantes é mais estimado que qualquer quantia econômica. Considera-se também que a implantação do projeto a longo prazo acaba economizando verbas que hoje são ―queimadas‖ de formas imprecisas e nebulosas. Uma revitalização nesses moldes, para uma cidade tão próspera como essa, levará o nome Brodowski para patamares ainda melhores. Para endossar um projeto ainda mais acessível aos cofres públicos, todo o processo de criação, como plantas, cortes, esquemas e indicações técnicas de autoria, será feito um processo de doação para prefeitura municipal. Imagem 62. Cobertura verde de Edifício. Fonte: studiodamata.com.br
Imagem 63. Praça e local de projeções. Fonte: Arquivo pessoal
Imagem 60. Edifício Matarazzo. Fonte: vitruvius
Imagem 64. Detalhe do Brise metálico Fonte: Arquivo pessoal
Imagem 61. Cobertura Edifício Matarazzo. Fonte: vitruvius
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6 – O primórdio 6.1 Partido e Conceito 6.2 Programa Necessidades 6.3 Primeiras Ideias.
6.1 – Partido e Conceito
6.2 – Programa Necessidades:
Partido : O prédio estudado foi elaborado com outra intenção de uso, além de uma época totalmente diferente para a construção civil, onde fatores como economia e simplicidade não estavam em voga, onde o uso de materiais raros e não ecologicamente corretos, sem contar as dimensões mínimas nas quais hoje são premissas e que nesse projeto Por exemplo não foram muito respeitadas em determinados locais e em contraponto exagerado em outros. Acessibilidade, acho que nem a palavra existia, assim nunca se pensou em uso de uma pessoa com deficiência. A partir desses problemas, nosso partido sempre foi manter o fluxo livre no prédio, alterando o que não estava bom e mantendo o que estava, assim criamos como elemento a passarela de ligação entre as alas Leste / Oeste. Para ligação vertical foram Projetados 4 elevadores ligando todos os pisos, inclusive a laje na qual será uma contemplação.
Todos os programas foram levantados conforme a necessidade atual, onde os já existentes foram acompanhados e os inexistentes foram pesquisados em suas melhores situações, tudo isso para funcionar de modo harmonioso e funcional. Atualmente a prefeitura de Brodowski possui 825 servidores (concursados + Comissionados). Seguindo o crescimento previsto dos próximos 20 anos, calculamos de 25 a 30 %, ou seja , mais 220 funcionários aproximadamente. Desse total não são todos que permanecem no prédio da prefeitura, pois nesse calculo contabilizamos professores, Médicos, motoristas, garis...etc...funcionários que vão até o seus departamentos esporadicamente. De qualquer ,forma essas ―visitas‖ foram já articuladas no projeto, com salas de reuniões de diversos tamanhos ao longo de todo o complexo. Ressalta-se também que nem todos os servidores operam me carga horaria de 8 horas diárias, alguns possuem carga de 4 horas, assim a rotatividade acontece nos setores também: Assim levantamos as necessidades e um pré dimensionamento foi feito:
Conceito: Apoiado pelas ideias de Boitto e Reigel nosso conceito é a Reabilitação, ou seja, fazer funcionar aquilo que ainda tem conserto, tem vigor. Para tal, como dito anteriormente vamos destacar tudo o que foi acrescentado, mostrando Realmente ao público aquilo que foi adicionado, respeitando sempre o que já está feito, que tem historia. Para maior leveza, praticidade e custo menor, escolhemos o aço com principal material inserido. A escolha da cor, Como sempre gera certa incerteza, principalmente se tratando de um ambiente público onde pode-se confrontar com questões partidárias, assim varias cores foram testadas e no final duas nos agradou mais, sendo o Azul Portinari, cor essa patenteada pelo pintor e de complexa produção, porem a mesma , apesar de todo o seu vesnuto, não proporcionava o destaque, a distinção que queríamos dos elementos em relação ao prédio existente. Portanto o vermelho ―sangue‖ foi escolhido , gerando um destaque majestoso e ao mesmo tempo leve á todas as estruturas agregadas.
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11 departamentos + 3 secretarias 800m², Gabinete Prefeito e Vice Prefeito 55 m², Garagem privativa para autoridades 160 m² Recepção Geral 80 m², Banheiros Públicos 630 m², Salas de Reuniões 120 m², Auditório 105 m², Copas/ cozinha, 30 m², Lanchonete e cafeterias (terceirizados) 500 m², Papelarias e Serviços gráficos 110 m², Lojas (tercerizados) 560 m², Almoxarifados, 150 m², Arquivo, 25 m², Áreas de serviço, 190 m², Enfermaria, 200 m², Caixas Eletrônicos, 10 m², Central de despachos e encomendas, 37 m², Estacionamento, 2400 m², Teatro, 300 + 100 foyer m², Biblioteca, 400 m², Esperas e hall 320 m², Capela 230 m², Guarda Civil, 65 m², Cozinha escola, 150 m², Oficinas escola, 300 m², Pátio de jogos 160 m², Museu interativo, 900 m², Passarela ligação 300 m², Quadras e halfpipe 1000 m², Ponto/ Guichê Rodoviário 200 m², Administração do complexo 135 m².
Totalizando em torno de 7.000 m² de reabilitação e 3.700 m² De novos locais a serem criados. No final temos uma intervenção de aproximadamente 12.000 m² contando inclusive com a circulação interna. Nessa conta não contabilizamos os pátios e praças que serão criadas e também não adicionamos a laje que será liberada para circulação
Com esses detalhes em mãos, conceito/ partidos já definidos, fomos fazer os primeiros esboços, buscando sempre confrontar os resultados com a realidade, com técnicas e materiais de melhor custo X beneficio, sem abrir mão da qualidade e estética. A partir de agora veremos vários desenhos e possibilidades, ideias boas e outras nem tanto, mas que contribuíram para o resultado final
6.3 – Primeiras ideias :
Assim já foram criadas ―manchas‖ de zoneamento para melhor entendimento das propostas.
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Assim foi criado um anexo, no formato de uma grande caixa, que ―rasgaria‖ as extremidades de duas alas. Nessa caixa estaria abrigado o museu interativo
Essa caixa seria de concreto armado, e a principio com uma trama uniforme.
Mais tarde essa trama deu lugar a um grande perfil de vidro, com abertura nas duas laterais..
Depois voltamos a trama, dessa vez com um desenho mais irregular. Isso dificultou a distribuição de cargas.. Concluímos que uma estrutura desse porte promoveria sim um efeito estico muito agradável, porem não seria funcional ―rasgar‖ o prédio existente pra instalar essa estrutura, seria uma desonra a arquitetura já existente. Outro ponto abordado e que contribuiu para substituir a proposta foi a questão estrutural, onde não seria impossível fazer essa estrutura de 110 metros de comprimento, e sim inviável, pois seu custo seria elevado a ponto de ultrapassar a reforma total do edifício. Como estamos tratando de verbas públicas a questão orçamentaria é muito importante, pois os cofres governamentais não podem delapidar verbas, assim trocamos a proposta.
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7 – O resultado 7.1 Acessos e circulações 7.2 Reforma: o que permanece, o que é demolido e o que é construído. 7.3 O projeto 7.4 Passarela metálica
7.1 – Acessos e circulações. Como dito anteriormente, fizemos varias possiblidades de uso e ocupação, e o desafio foi sempre conciliar o uso administrativo com o uso de lazer, assim criar fechamentos e isolamentos para que um uso não interfira o outro, que o expediente não interfira no uso comum e vice versa. Outros desafios foram acrescentados, pois após gostaríamos que as autoridades (prefeitos, vice, chefes de departamentos etc.) contassem com um acesso exclusivo, Assim criamos uma garagem no piso que se denomina subsolo I, com acesso direto e restrito a um elevador com senha, esse elevador fica no extremo direito do prédio. Com a quantidade de funcionários e usuários, conforme a lei exige, tivemos que prever um ambulatório de pequenas emergências, com saída independente para veículos de resgate. Além dessas condições especiais, projetamos ambientes que recebam mercadorias e suprimentos sempre localizados em locais de fácil acesso, como por exemplo a cozinha escola. Uma central de despachos e encomendas foi criada para garantir um distribuição melhor entre os departamentos, evitando a entrada de entregadores e serviços postais dentro do local de trabalho. Assim as primeiras ideias de circulação foram surgindo, buscamos sempre por soluções simples, de modo a favorecer o uso coletivo.
SUPERIOR: Aqui os acessos se dão pelas escadas já existentes, pois estão em ótimas condições. Os elevadores fazem o serviço com mais comodidade e acessibilidade e levam o usuário até a cobertura que possui apenas escada de serviços.
SUB SOLO I:Os acessos desse nível são mais voltados aos veículos de resgate até o ambulatório e o acesso a garagem executiva. Usuários a pé acessam esse nível apenas entrando pelo prédio (no térreo descendo as escadas ou elevador) ou por trás do estacionamento onde o nível vai descendo de forma natural do terreno
TERREO: Pensamos nos acessos desde a escala do pedestre que chega de ônibus, no usuário que chega de carro/moto, no uso administrativo, no uso de lazer e sempre promovendo a privacidade do acesso exclusivo das autoridades.
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7.2 – Reforma: o que permanece, o que é demolido e o que é construído. Para entendimento melhor da situação atual e do que planejamos, abaixo temos um demonstrativo do que será preservado, as paredes que serão demolidas e quais serão construídas. Para a demolição , com estado atual do prédio hoje não sabemos onde se encontram colunas e vigas, visto que o projeto é muito antigo e não há plantas estruturais, assim para consideração, todos os pavimentos serão reforçados com vigas metálicas, até por conta da laje que recebera uma carga maior. As paredes adicionadas também serão paredes de sustentação, com inserção de colunas e vigas estruturais. Tais definições se deram em assessorias com o engenheiro civil Gustavo Fantinatti. Essas vigas metálicas expostas, como são todas da mesma dimensão e em um intervalo igual, reforçam a ideia de demonstrar a intervenção no prédio.
Piso Térreo.
Piso Superior.
Piso Sub solo I Piso Sub solo II
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7.3 – o projeto Devido as grandes dimensões e detalhes de layout, anexamos ao final do trabalho todas as plantas aqui representadas, em escala melhor de visualização.
Pavimento Térreo
Pavimento Superior
Corte A-A
Corte B-B
Pavimento Sub solo I
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Paço municipal com abertura totalmente livre, promovendo livre circulação e interação com o prédio.
Grandes áreas livres, para receber eventos de grande porte e exposições.
Parada de ônibus, contribuindo para melhor movimento do edifico.
Detalhe do brise Soleil , onde a tela de projeção é estendida quando necessária. Laje superior. Mais uma opção de lazer contemplativo.
Grande área para projeção de filmes, com cadeiras livres para remoção e melhor distribuição.
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As guarnições de portas originais foram mantidas e fechadas com vidro temperado, assim não se altera o existente e garante transparência aos ambientes.
Chefes de departamentos contam com uma divisória de vidro, garantindo privacidade sem diminuir a integração com a equipe. Essas divisória possuam tratamento acústico e persianas.
Salas de reuniões diversos tamanhos e localizadas em pontos estratégicos .
Os banheiros foram totalmente reformados e projetados de forma ampla,moderna e acessíveis.
Pequenas “copas” foram espalhadas nos departamentos, promovendo pontos de interação e de descontração.
Detalhe da sacada já existente, apenas foi reforçada e inserido guarda corpo.
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Ambiente externo, criado para atender o público.
Entrada principal do novo centro administrativo.
Paço municipal.
Caixas metálicas pintadas de vermelho reforçam as intervenções.
Mezanino criado no ponto rodoviário. Integração com o museu
Detalhe da sacada já existente, apenas foi reforçada e inserido guarda corpo.
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7.4 – Passarela metálica Encontramos no metal a melhor forma de expressar a Nossa intervenção, além de ser um material mais leve Que o concreto, sua leveza e praticidade ha de execução Contaram muito a favor. Sua superfície lisa também Contribuem para uma acabamento liso e uniforme, ideal Pra cor escolhida. Abaixo podemos ver alguns detalhes do anexo, na qual foi seguido a NBR 8800 (projeto e execução de estrutura metálicas). A passarela foi revisado pelo engenheiro civil Maike Rocha Dutra, engenheiro Responsável pela Mundial Estruturas Metálicas, na qual mantem grandes projetos Metálicos em seu portfólio.
54,00 m
4,13 m
8,03 m
3,90 m
48,10 m 3,20 m
5,55 m
Detalhe do ligação das vigas, sendo essas aparafusadas e não somente soldadas.
1,30 m 4,25 m Vidros temperados de 10 mm de espessura, garantem a segurança
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Referências Bibliográficas. Castelnou Neto, A.M. A intervenção arquitetônica em obras existentes. Seminário ciências exatas e tecnologias, Londrina, dezembro de 1992 disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semexatas/article/viewFile/3200/2681> Acesso em 05 fev. 2014. Choay.F.L’allégoriedupatrimoine. Paris, Seuil,1992. Fonseca, M.C.L. O patrimônio em Processo: Trajetória da política federal de preservação no Brasil; Rio de Janeiro. UFRJ 1997. Galvão. W. J. F. Roteiro de avaliação ajuda na reabilitação de edifícios. Agencia USP de noticias. Julho 04 jul. de 2012. Disponível em: <http://www.usp.br/agen/?p=103433>. Acesso em 03 set. 2013. Jacobs, J. Morte e vida de grandes cidades. tradução Carlos S. M Rosa. São Paulo, Ed Martins Fontes, 2000. Lacerda, H. C. Reabilitação urbano sustentável.2000. Trabalho de conclusão de curso (especialização) – Faculdade de arquitetura e urbanismo-Universidade de Brasília - ICC Norte,Brasilia,2000. Mattos. A.D. Como preparar orçamentos de obras. São Paulo. Pini,2006. Toledo, R. P. são Paulo não merece que se nacionalize a eleição para prefeito. Revista Veja digital.08 de março de 2012. Disponível em:<http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/roberto-pompeu-de-toledosao-paulo-nao-merece-que-se-nacionalize-a-eleicao-para-prefeito> Acesso em 25 fev. 2014.
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CENTRO UNIVERSITARIO MOURA LACERDA – ARQUITETURA E URBANISMO Trabalho final de conclusão de curso – Ribeirão Preto 2014