Fachart

Page 1

DO FACHEIRO A PRODUTOS ARTEZANAIS DE MODA


Essa car lha é resultado do projeto cultural “Ensinando a transformar: do facheiro a produtos de moda” desenvolvido pela designer Solania Evangelista Ba sta Silva, orientado pela Doutora Renata Garcia Wanderley e instruído pela pedagoga e artesã Maryjean César de Andrade. Este projeto é composto por uma pesquisa cien fica cujo obje vo foi transformar a fibra do facheiro em matéria-prima têx l. Para tanto, iden ficou os processos necessários para extrair, limpar, preparar as fibras e construir o material, apresentando-os nesta car lha. Também compar lhou esse novo conhecimento numa oficina com 150 horas na Comunidade de Poço Fundo, Santa Cruz do Capibaribe. Todo o projeto foi financiado pelo Governo do Estado/ Secretária de Cultura/ Fundarpe/ Funcultura e apoiado pela Universidade Federal de Pernambuco / Proexc / Centro Acadêmico do Agreste / Núcleo de design e Comunicação / Curso de Design e pela Fazenda Fieza.


Sumário Sobre o Facheiro

04

Fase de Preparação

06

1. Corte 2. Remoção dos espinhos e miolo 3. Maceração 4. Limpeza e espadalagem 5. Assedagem e amaciamento

Fase de Aplicação 1. Tingimento 2. Preparação do TNT 3. Produção do TNT

08 10 12 14 16

18 20 22 24

03


Sobre o

FACHEIRO O Facheiro, cacto encontrado na caa nga brasileira, tem múl plas potencialidades produ vas com caráter sustentável e valor mercadológico. Vem sendo u lizado como alimento para o gado no período de seca, e por alguns grupos familiares na produção artesanal de doces e cocadas, contudo, ainda não é trabalhada sua possibilidade têx l. É composto de quatro camadas. A primeira se caracteriza pela casca e espinhos. A segunda se cons tui da polpa (massa verde). A terceira é onde se localiza as fibras (massa amarelo clara). E finalmente, a quarta é composta de uma massa esbranquiçada;

04


05


Fase de PREPARAÇÃO

06


1. Corte 2. Remoção dos espinhos e miolo 3. Maceração 4. Limpeza e espadalagem 5. Assedagem e amaciamento

07


1. Corte

Os ramos do facheiro para a extração de fibras devem ter em média 150 mm e 50 mm de diâmetro. Também devem possuir uma casca verde escuro sem nenhum defeito, pois defeitos ou manchas na parte superficial da planta pode caracterizar deformações na fibra. O corte deve ser feito na base do ramo, se possível em um único golpe com o facão para que não se machuque muito a fibra 08


09


2. Remoção dos espinhos e miolo A remoção de espinhos deve ser feita de maneira delica e com muito cuidado pois os espinhos do facheiro são muitos finos e causa incomodo quando entra em contato com a pele (como ardência, irritação na pele, inflamação e etc). Por esse mo vo, a remoção deve acontecer com o uso de luvas de couro. O facheiro deve ser descascado com o auxílio de um facão na posição ver cal até a visualização da área amarela clara onde localizam-se as fibras. Este processo deve ser realizado de forma cuidadosa para que não se perca nenhuma fibra durante o processo. No centro do caule existe uma parte mole e esponja que também deve ser removida. Deve-se cortar o talo de forma ver cal e raspar todo o miolo, restando apenas uma espécie de membrana onde estão as fibras. 10


11


3. Maceração A remoção da fibra ocorre através da maceração por alagamento. Maceração é o processo no qual o facheiro é submergido em água em temperatura ambiente por em média dez dias para o surgimento de microrganismos removedores do material que envolve a fibra. Após a maceração, é necessário rar manualmente as fibras que ainda estão presas nos talos.

12


13


4. Limpeza e espadalagem Ÿ ·Depois da maceração a fibra deve ser

l i m p a , s e n d o d e i xa d a d e m o l h o submersa em uma mistura de água e vinagre por 24h para que saia todo resíduo pegajoso que restou. Depois desse tempo, com as mãos deve-se esfregar de leve as fibras apenas para rar esse resíduo. Em seguida a fibra ainda molhada vai para espadalagem. Ÿ Ÿ ·Já limpas, as fibras sobre o pano devem

ser esmagadas através de um martelo de madeira pequeno, a espadalagem. Esse processo re ra os resíduos finais ainda presos as fibras.

14


15


5. assedagem e amaciamento

Ÿ A assedagem consiste basicamente em

pentear as fibras com um pente com dentes com espaços largos para a separação delas e a re rada de qualquer resíduo que ainda tenha ficado. Após essa etapa a fibra é deixada para secar por 24 hora ao sol. Ÿ Com as fibras já separadas, limpas e

secas, elas seguem para o processo de amaciamento pois ainda estão muito ressecadas com aparência palha. As fibras devem ser mergulhadas até submergir em glicerina por 36 horas. Esse processo suaviza a caracterís ca áspera da fibra. 16


17


Fase de APLICAÇÃO

18


1.Tingimento 2.Preparação de TNT 3.Produtos com TNT

19


1. Tingimento O ngimento da fibra do facheiro acontece através de pigmentos naturais (como café, açafrão, repolho, entre outros). O processo consiste em ferve água com o pigmento e depois mergulhar as fibras na solução deixando submersa por oito horas. Com isso, as fibras são escoridas e colocadas para secar.

20


21


2. Prepatação do TNT O material produzido com as fibras do facheiro se caracteriza como TNT (Tecido Não Tecido) Para a construção do TNT é necessário produzir um bioplás co empregado como base.

Os ingredientes necessários para a geração do bioplás co são: (1) 100 ml de glicerina, (2) 60 g de maisena, (3) 100 ml de vinagre e (4) 1 litro de água. Para sua produção, mistura-se todos esses ingredientes e leva ao fogo sempre mexendo até a ngir uma textura consistente (como uma papa). Depois deixa esfriar o bioplás co por alguns minutos e junta-o às fibras do facheiro. Por fim, todo material deve ser colocado uma super cie plana ou no formato desejado e deixado para secar por aproximadamente 42 horas. Se necessário, pode colocar mais uma camada de bioplas co por cima do TNT. Com o TNT já seco, ele está pronto para ser u lizado para a produção de produtos artesanais.

22


23


3. Produção do TNT Com a fibra já misturada com o bioplas co, todo material deve ser colocado uma super cie plana com o formato desejado e deixa secar por aproximadamente 42 horas, se necessário pode se colocar mais uma camada de bioplas co.

Com o tnt já seco, ele está pronto para ser u lizado para a produção de produtos artesanais. 24


25


26



Financiamento:

Apoio:


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.