CASA NOVA UM NOVO CONCEITO PARA CENTROS DE ACOLHIMENTO INFANTIL

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CASA NOVA UM NOVO CONCEITO PARA CENTROS DE ACOLHIMENTO INFANTIL CASA LAR DEZEMBRO DE 2020 | LUCAS VINICIUS POMIN TGI II

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CENTRO DE ACOLHIMENTO INFANTIL CASA LAR

Pomin, Lucas Vinicius UM NOVO CONCEITO PARA CENTROS DE ACOLHIMENTO INFANTIL CASA LAR Centro Universitรกrio Central Paulista - UNICEP

Prof.a Dr.a

Orientadora: Adriana Leal de Almeida 3


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Dedico esse instrumento a todas as pessoas que acreditaram na elaboração deste trabalho. Dedico aos meu Pais, que me ajudaram e auxiliaram durante esses 5 anos. Dedico a minha noiva Paula, que esteve presente neste momento e me apoiou a todo instante. Dedico minha admiração e gratidão a minha orientadora, Adriana Almeida, por toda sua dedicação e apoio durante esse processo. Dedico a equipe do meu trabalho e meu chefes que que apoiaram e auxiliaram durante essa empreitada.

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SUMÁRIO

CAPITULO 1

CAPITULO 2

CAPITULO 3

CAPITULO 4

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................8 CAPITULO 1.................................................................................... 10 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5

OS CENTROS DE ACOLHIMENTOS.......................................................................................................11 ABRIGO INSTITUCIONAL......................................................................................................................12 CASA LAR.............................................................................................................................................14 ACOLHIMENTO EM GERAL..................................................................................................................14 SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO EM SÃO CARLOS.................................................................................16

CAPITULO 2.....................................................................................18 2.1 ORFANATO DE AMSTERDAM...............................................................................................................19 2.2 FAZENDA CANUANÃ.............................................................................................................................21

CAPITULO 3.....................................................................................26

3.1-DIRETRIZES PARA ESCOLHA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO.................................................................29 3.2-HIERARQUIA VIÁRIA............................................................................................................................30 .3.3 USO DO SOLO................................................................................................................................31 3.4 EQUIPAMENTO URBANO......................................................................................................................33 3.5 ÁREA DE INTERVENÇÃO...............................................................................................................35

CAPITULO 4.....................................................................................36 4.1 PROPOSTA..............................................................................................................................37 4.2 CONCEITO..............................................................................................................................37 4.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES............................................................................................38 4.4- FLUXOGRAMA.......................................................................................................................39 4.5 PARTIDO ARQUITETÔNICO ....................................................................................................40 4.6 ESTUTURA E MATERIALIDADE...............................................................................................54

REFERÊNCIAS.........................................................................................64 7


INTRODUÇÃO

Lorem ipsum Autor: Anny Patterson acesso: maio 2020 Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/ alegre-alegria-ao-ar-livre-area-1008357/

O trabalho busca uma solução para os lares temporários ou permanentes de crianças e adolescentes na cidade de São Carlos-SP. Considerando os pressupostos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - que buscam resguardar os direitos das crianças e dos adolescentes -, e os diferentes modelos de abrigos encontrados no país, o projeto almeja uma solução de moradia que ofereça condições favoráveis para um desenvolvimento saudável dos menores que necessitam desse acolhimento na cidade. Quando pensamos em crianças, as imagens que nos vêm à cabeça são brincadeiras, sorrisos, inocência, união entre famílias. Porém não é o que encontramos nos centros de acolhimento. Existem inúmeras crianças que passaram por traumas ou as condições na qual vivem não são adequadas, assim por meio judicial são retiradas de seus lares, de seus pais biológicos. E é justo nisso que repousa a função do centro de acolhimento: diminuindo possíveis traumas psicológicos, de modo a garantir que tais mudanças e afastamentos familiares não afetem o futuro e vida plena que o indivíduo, criança ou adolescente, possa ter, isto é, o seu desenvolvimento educativo e laboral. Ao observar os Centros de Acolhimento percebemos que são residências unifamiliares. São espaços adaptados, onde existe e persiste um desconforto em viver aglomerados: uma residência de 3 ou 4 quartos, com 2 banheiros e 10 crianças morando no mesmo lugar. A solução seria um espaço onde essas crianças tenham privacidade, por isso esse trabalho reduz a quantidade de crianças por quarto, e banheiro. O espaço “casa lar” é reorganizado através da ideia de comu-

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nidade, juntado três famílias sociais no mesmo espaço. Por isso, este projeto visa apresentar uma concepção de espaço adequado a essas crianças e adolescentes, de modo a acrescentar o máximo de bem-estar, socialização, dignidade e sentimento de pertencimento à sociedade. A ideia é construir um modelo de abrigo onde essas crianças e adolescentes possuam funções e atividades diárias, apoio pedagógico e psicológico, e cuja missão seja promover a defesa dos direitos das crianças e adolescentes, tornando-os indivíduos autônomos, seguros de si, aprimorando sua noção de cidadania, sua cultura e lazer: garantindo que esses aspectos façam parte da vivência e formação neste espaço.

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Autor: Nappy acesso: maio 2020 Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto /afro-ao-ar-livre-cara-close-936120/


CAPITULO 1 10


1.1- OS CENTROS DE ACOLHIMENTOS Com a Proclamação da República, começou-se a repensar a questão das crianças e adolescentes abandonados. Reconhecido como um problema de Estado, buscou-se a partir daí melhorar o sistema institucional do país para salvar a infância das crianças brasileiras. Em 1988, a constituição determinava os direitos das crianças e adolescentes pela inclusão do artigo 227.

permite sua subsistência. As idades variam de acordo com as instituições, mas, no conjunto, abrigam crianças e adolescentes entre 0 e 18 anos. (Orionte, p. 59).

Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988)

Em 1990 o Presidente da República sancionou a Lei nº 8069/1990, que determinaria os direitos das crianças. O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) iniciou o processo de abertura de várias instituições governamentais e privadas, mudando completamente a forma que as crianças e adolescentes são tratados. E é nesse sentido que há uma mudança na forma que as instituições de ensino e abrigos relacionam-se com as crianças e adolescentes. Os abrigos são entidades que atendem crianças abandonadas, deixadas na instituição ou entregues a ela por negligência, violência física, psicológica ou pela situação financeira dos pais que não

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1.2 Abrigo institucional O abrigo institucional é um modelo de acolhimento, localizado em áreas residenciais, e que serve para receber crianças e adolescentes que aguardam os resultados de seus casos avaliados pelo Juizado da infância e da juventude. São espaços destinados ao acolhimento e proteção para aqueles que se encontram momentaneamente sem referência familiar, sendo ameaçados, assediados ou envolvidos com o tráfico de drogas, usuários de drogas, vítimas de violência intra e extra familiar (física, sexual, psicológica, negligência) ou ainda filhos de pais destituídos do pátrio poder,( RIZZINI, 2004, p. 55) Na cidade de São Carlos-SP existem dois abrigos institucionais que atendem crianças e adolescentes em situação de risco e abandonados pelos pais. Um está localizado na Avenida Grécia, defronte à Unidade de Pronto Atendimento (Upa) Vila Prado(1), uma residência sem identificação. Outro está localizado na Rua Rafael de Abreu Sampaio, esquina com Rua Dr. João de Oliveira, (2) conforme mapa ao lado. São abrigos que podem receber até 20 crianças e adolescentes de ambos os sexos, onde serviços são de fácil utilização, são residências sem nenhum tipo de identificação, isso faz com que as crianças e adolescentes estejam protegidas.

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Mapa de Localização dos Centros de Acolhimento 12


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1.3 Casa Lar. A Casa Lar é um modelo de instituição que oferece acolhimento de até 10 crianças e adolescentes, que são aconselhados para criar modelos de famílias, tendo um casal de educadores associados à figura paterna e materna, tornando a relação mais estável e afetiva. Além disso esses profissionais têm o dever de incentivar a reeducação em relação a sua família de origem ou encaminhá-los para a família substituta. Não há informações fidedignas e sistemáticas sobre as instituições deste tipo que permanecem em funcionamento na atualidade. Ao que parece, muitas acumulam em suas atividades características de diversas outras modalidades de instituição, podendo funcionar tanto como uma Casalar ou um Abrigo. Ou seja, algumas crianças permanecem durante o dia e voltam para casa, algumas dormem durante a semana e retornam às suas casas nos fins de semana e outras vivem nas instituições por não possuírem vínculos familiares de nenhuma ordem,(RIZZINI, 2004, p.60). A ideia da Casa Lar é diferente do abrigo institucional, o ambiente ali adotado é um ambiente onde todos os indivíduos têm um convívio forte com uma mãe social que passa a viver 24 horas com eles.

1.4 Acolhimento em Geral

Segundo Savi (2008) a arte de projetar espaços em busca do conforto, bem-estar e segurança, faz com que o indivíduo sinta-se protegido, o conceito de habitar leva a vários significados, um deles é a proteção. Algo muito importante para o desenvolvimento humano é o ambiente e a influência da família. Nesses casos é importante entender como o ser humano é influenciado pelo ambiente. Autor:Tatiana Syrikova acesso: maio 2020 Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/ atividade-acao-movimento-adoravel-3933257/

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De forma resumida: "O ambiente, na Psicologia Ambiental, é um conjunto de influências que se impõe sobre o comportamento, os juízos e as emoções humanas. Nessa medida, modela parcialmente a personalidade e, inversamente, o homem possui artifícios para modificá-lo" (SAVI,2008, p.69).

A questão ambiental é diferente para cada pessoa, cada um tem sua particularidade de forma que os ambientes construídos nunca são iguais, e sua função pode variar. Os centros de acolhimento infantil vão além de garantir a segurança das crianças e adolescentes que sofreram agressões emocionais, físicas ou psicológicas. O objetivo é garantir que essas crianças e adolescentes desenvolvam seu crescimento e aprendizado de forma saudável e positiva, reintegrando-as à sociedade e ao meio familiar, proporcionando uma moradia saudável, acesso à saúde, à educação e alimentação adequada. Dessa forma, umas das intenções projetuais deste trabalho diz respeito à criação de espaços que influenciem positivamente o convívio das crianças e adolescentes.

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1.5 SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO EM SÃO CARLOS. Em uma conversa com o conselheiro tutelar Geovanni Astolpho foi relatado que no município de São Carlos existe apenas um modelo de Instituição de acolhimento atende crianças e adolescentes, em locais separados, e servindo de apoio para essas crianças e adolescentes. Em geral, essas crianças e adolescentes são levadas à in - Negligencias familiar; - Violência; - Abandono; - Situações de grave risco a sua integridade física e/ ou psíquica. Astolpho relatou que o modelo de acolhimento adotado na cidade é ineficaz (Acolhimento institucional). Os locais onde as crianças são acolhidas não têm uma ligação com os responsáveis da instituição; e estão em espaços adaptados que resultam em problemas de conforto e influenciam no convívio, prejudicando um ideal de coletividade e união. Para isso seria ideal a instalação de um espaço que abrigasse essas crianças como a casa lar, o motivo deste modelo não ser aplicado é o alto custo para o município, já que reduz a Quantidade de crianças e adolescentes no espaço e por ter um modelo de Mãe Social - que estará presente a todos os momentos, participando integralmente na vida delas, Tanto a casa lar quanto Instituição de Acolhimento resguardam os mesmos casos. No entanto, o modelo de casa lar é mais eficaz, dando conforto, saúde física, psíquica e afeto para essas crianças e adolescentes. Recentemente na reportagem publicada no dia 09 de outubro de 2020 a prefeitura municipal de São Carlos, informou a necessidade de um novo centro de acolhimento, De acordo com a noticia, existem cerca de 50 a 60 crianças e adolescentes abrigados nos Centros de Acolhimento. A situa-

çãio enfrentada pela pandemia do Covid-19 coloca em questão o tipo de acolhimento ressaltando a necessidade de garantir um espaço que auxilie no bem-estar. Nesse sentido, corrobora a importância de se repensar o formato dos Centros de Acolhimento, buscando soluções que priorizem o pleno desenvolvimento das crianças e adolescentes, em espaços salubres.

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CAPITULO 2

REFERÊNCIAS PROJETUAIS 18


2.1 - Amsterdam Orphanage (Orfanato de Amsterdam)

Localização Localizaçã o Amsterdam, Holanda Arquiteto: Aldo Van Eyck Construção Construçã o 1955 - 1960 Reforma 1991

Autor THE ARQUITETURE REVIEW acesso: maio 2020 Fonte:https://www.architectural-review.com/essays/ book-of-the-month-aldo-van-eyck-orphanage-amsterdam-building-and-playgrounds/ book-of-the-month-aldo-van-eyck-orphanage-amsterda m-building-and-playgrounds/ 10036897.article

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Segundo o site Failed Architecture, após a Segunda Guerra Mundial, muitas cidades europeias perderam quase 20% de sua população. Assim, os arquitetos tentaram planejar e acomodar as pessoas às mudanças que estariam acontecendo. A população estava deixando os centros das cidades em direção aos arredores e novas cidades satélites. O projeto de Aldo Van Eyck, localizado em Amsterdam/Holanda, foi realizado em 1960, situado em uma área descentralizada de Amsterdam bem localizada e que dá acessos para todas as regiões da cidade. Até 1986, o Orfanato Municipal de Amsterdã abrigava crianças sem pais. Enquanto isso, as opiniões sobre orfanatos e educação infantil mudaram e o orfanato foi ficando desatualizado. No entanto, vale compreender o esforço de Van Eyck para proporcionar um ambiente amigável e aberto, que fornecesse sensação de segurança aos órfãos. O orfanato é a tentativa mais ousada de Van Eyck de projetar arquitetura como uma forma de uma casa. O projeto atendia 125 crianças de todas as idades. Existem dois caminhos: esses caminhos estão conectados diretamente com o ar livre, de forma também que todos os ambientes tenham acesso a esse espaço aberto. O complexo abrange um total de mais de 300 módulos, todos interconectados e agrupados em torno de uma série de pátios íntimos e espaços que se unem, como se fosse uma brincadeira, uma composição que pode se chamar de “lego”, juntando todos esses módulos e interligando os espaços.

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ACESSO PRINCIPAL TETO COM DOMOS( ILUMINAÇÃ ILUMINAÇÃO O NATURAL)

PÁTIOS CENTRAIS

PÁTIO

DORMITÓ DORMIT ÓRIOS

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Autor THE ARQUITETURE REVIEW acesso: maio 2020 Fonte:https://www.architectural-review.com/essays/ book-of-the-month-aldo-van-eyck-orphanage-amsterdam-building-and-playgrounds/ book-of-the-month-aldo-van-eyck-orphanage-amsterda m-building-and-playgrounds/ 10036897.article

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2.2 - Fazenda Canuanã Canuanã Localização Localizaçã o Canuanã Canuan ã - Tocantins Escritórios: Escritó Rosenbaum Aleph Zero Construção Construçã o 2018 Área 23.344M² 23.344M ²

Autor: Nappy acesso: maio 2020 Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto /afro-ao-ar-livre-cara-close-936120/

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Autor: Nappy acesso: maio 2020 Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto /afro-ao-ar-livre-cara-close-936120/

Uma proposta da fundação Bradesco, em parceria com os escritórios Rosenbaum e Aleph Zero, as moradias da fazenda Canuanã são um projeto de residência de uso permanente para jovens de 13 a 18 anos. O projeto consiste em uma planta onde os quartos se relacionam com o ambiente externo, os materiais empregados no edifício são retirados da própria região, tijolos de barro sem cozimento que foram confeccionados na obra. A circulação pelo local é livre assim facilita a ligação entre o ambiente e a convivência entre os usuários, existe uma modulação de pilares e vigas de Madeira laminada colada uma estrutura que além de dar uma leveza ao projeto facilita que vença os grandes vãos. Uma modulação de 5,90 metros, que apoia a cobertura, inclinada de telhas termoacusticas, sem contar os beirais de 4 metros que auxiliam a proteção dos efeitos climáticos. Existe somente um acesso aos quartos que ficam voltados para os pátios centrais. É interessante salientar que nesses pátios centrais que são três apresentam Biomas presentes na região, criando para cada pátio uma forma, um com vegetação do cerrado, um com a vegetação do pantanal e um pátio onde a vegetação é variada para representar o bioma amazônico. Como as portas estão voltadas para esses pátios auxiliam o conforto térmico dos quartos.

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4 O quarto comporta 4 beliches com um espaço confortável para os usuários e fácil circulação. Aos pés da beliche foi executada uma parede divisória onde ficam o guarda roupas, e atrás dessa parede fica a área íntima, onde ficam localizados os banheiros, espaço com duas pias uma em cada extremidade, duas cabines com vaso sanitário e duas cabines com chuveiro que ficam ao centro. Na área externa da implantação, aberturas que foram moldadas no local como muxarabis com os próprios assentados com os tijolos que foram confeccionados no local. Esses tijolos assentados formam desenhos orgânicos com aberturas que auxiliam na ventilação do local. Neste espaço para acesso externo, mas as aberturas criadas com os tijolos estão auxiliando a ventilação dos quartos. O segundo pavimento ali empregado se torna um ambiente interativo, com espaços para descanso, estudo e uma sala de TV. Para não passar ruído realizados no segundo pavimento utilizou-se concreto armado sobre painel de lã de vidro, lona de polietileno e painel Wall. Na parte superior existem duas salas multimídias, cuja forma assemelha-se muito a um cinema, uma arquibancada com a TV ao centro, e as paredes se fechando para ela formando um triângulo. Entre as duas salas de TV, tem a sala de Leitura, um espaço com forma orgânica, contendo um espaço para teatro. A ideia do projeto era fazer como esse local fosse um lar para essas crianças, assim todo o projeto foi pensado juntamente com essas crianças.

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Autor: Rosenbaum acesso: maio 2020 Fonte:http://rosenbaum.com.br/projetos/ fundacaobradescocanuana/

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Autor: Rosenbaum acesso: maio 2020 Fonte:http://rosenbaum.com.br/projetos/ fundacaobradescocanuana/

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CAPITULO 3 ÁREA DE INTERVENÇÃO

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ÁREA DE INTERVENÇÃO

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Centro de Acolhimento

UPA - UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

ÁREA DE INTERVENÇÃ INTERVENÇÃO O

Mapa da cidade de São Carlos( Autoral)

Centro de Acolhimento

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3.1-DIRETRIZES PARA ESCOLHA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Para a escolha da área de intervenção, foram considerados alguns critérios relevantes: ACESSIBILIDADE URBANA: para que os usuários tenham a facilidade de se locomoverem para outras áreas da cidade. - PREDOMINÂNCIA DE RESIDÊNCIAS: de acordo com o plano de Acolhimento, a instituição deve localizar-se em áreas residenciais. - ÁREA CONSOLIDADAS: áreas com toda infraestrutura urbana já consolidada: iluminação pública, rede de água e esgoto, e os recolhimentos de resíduos sólidos. - PROXIMIDADE DE ESCOLAS: as crianças e adolescentes atendidas devem participar do convívio da comunidade, principalmente em escolas, fazendo com que gerem sua própria independência. - PROXIMIDADE A PONTO DE ÔNIBUS: para facilitar serviços não disponíveis no bairro e a mobilidade urbana. - PROXIMIDADE DE UBS (UNIDADE DE SAÚDE BÁSICA) E/OU UPA (UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO): facilitar o desenvolvimento e acompanhamento clínico das crianças e adolescentes e atendimentos médicos de menor complexidade.

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3.2-HIERARQUIA VIÁRIA O local escolhido fica próximo de vários acessos principais para a cidade, que facilita a locomoção, e o acesso ao transporte publico. A rua Ana Prado (1), foi escolhida para ser a principal via de acesso para as acomodações do projeto. A avenida Teixeira de Barros (2), é via onde existe grande quantidade de veículos e pessoas por conta de vários comércios em sua extensão, que conecta a rua Cel. Pádua Sales (5), e a uma via que conecta a vários acessos, o principal deles é a Av. Grécia (4), e conecta também a Rua João Lourenço Rodrigues.

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2 3

4

0

50

100 10 0

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3.3-USO DO SOLO No mapa observa-se o predomínio de uso residencial conforme a Orientação técnica. Mas na Avenida Teixeira de Barros, encontra um adensamento de serviços e comércios que podem auxiliar o desenvolvimento no projeto, facilitando que os usuários não precisem distanciar-se para terem acesso a comércios e serviços, educação e saúde.

Residêncial Serviços Institucional Comercio Local da Intervenção

0

50

100 10 0

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3.4 EQUIPAMENTO URBANO A escolha do local, além de ser um bairro predominantemente residencial, existe nele todo suporte, como equipamento de saúde, lazer e abastecimento do local. Próximo da área escolhida existem dois equipamentos de saúde, a UPA- Unidade de Pronto Atendimento ( Vila Prado) (6) e o AME- Ambulatório Médico de Especialidades. (4), além de atendimento educacional ( 10), ponto de ônibus para locomoção e equipamentos para abastecer o espaço.

1 Supermercado 2 Ponto de Ônibus 3 Panificadora 4 AME- Ambulatório Médico de Especialidades 5 Ponto de Integração - SUL

Equipamento Municipal Equipamento Estadual Equipamento Privado

6 UPA- Unidade de Pronto Atendimento 7 Supermercado 2

Abastecimento

Transporte

Lazer

Saúde

8 Praça 9 Ponto de Onibus 10 Escola Estadual 11

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1

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4 5

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840

842 DO

PRADO

843

. CEL RUA

845

ANA

RUA

840 841

DIAS

POL

Uma Gleba com 5000m², localizado na Rua Ana Prado, com fundos 842 na Avenida Doutor Teixeira de Barros, entre a Rua Doutor Pedro de Souza Campos Filho, e a Rua Leopoldo Prado. 843 De acordo com o plano diretor municipal de São Carlos-SP, o lote fica na ZONA 3 - OCUPAÇÃO 844 CONDICIONADA, as diretrizes da área encontra-se na tabela ao lado.

MARCILIO

RUA

LEO

841

CAMPOS

3.5 ÁREA DE INTERVENÇÃO

839

844

845

846

847 846 847

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RESTRIÇÃO LEGA

L

LEGISLAÇÃO

V

ALOR EM RELAÇÃO AO TERRENO

MACROZONEAMENTO URBANO

Zona 3- Zona de O

cupação

Condicionad a Zona 3

é composta

áreas com predomi

por nância

de uso misto do território com gr

ande

diversidade de pa

drão

ocupacional Na zona 3 encont

ra -se

deficiência de equipamentos públ COEFICIENTE DE

icos.

Coeficiente de

APROVEITAMENTO

Aproveitamento (C

(CA)

7000m² A) =

1,4. Coeficiente de Aproveitamento Bá

sico

(CAB) = 1, 4 Coeficiente de Aproveitamento Má

ximo

(CAM)= 30

COEFICIENTE DE

70%

3500m²

15%

750m²

OCUPAÇÃO ÁREA PERMEAVE RECUOS

S

L

ubsolo ou H<6 me

tros =

1,50m Parede sem abertu

ra =

0,00m H

6m = 2,00

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CAPITULO 4 Projeto

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4.1-PROPOSTA A proposta do projeto é diferenciar os centros de acolhimentos, visando a qualidade e bem estar e segurança. A ideia é que as crianças e adolescentes possam se sentir em casa, e que desfrutem do espaço oferecido. A Casa Lar é muito mais que um edifício, o espaço busca garantir o conforto e bem estar as crianças e proteção integral. Por isso a proposta busca unir três grupos familiares num mesmo espaço coletivo, tornando-os uma comunidade. A função do abrigo vai além de garantir que os usuários tenham proteção, o abrigo conta com espaços de estudo e psicológico, que auxiliara o desenvolvimento pessoal e aptidões, além de dar oportunidades para que os usuários desenvolvam autonomia e possam promover programações culturais, de lazer, de esportes.

4.2 CONCEITO

Para definição do conceito, foi levado em consideração a união de dois exemplos de centros de acolhimentos, o "Acolhimento Institucional" e Acolhimento "Casa Lar". A união dos métodos auxilia na condução dessas crianças. Essa condução funciona destinando a criança ou adolescente para uma família social, acolhendo e dando todo suporte necessário. A necessidade de um novo centro de acolhimento buscando um um novo conceito para o bem estar dessas crianças, é imprescindível, por isso o centro de acolhimento busca o atendimento de 30 crianças e adolescentes divididas por 3 famílias, dando no total 10 crianças por família, fora todo o quadro de funcionários que auxiliariam as famílias sociais. , contando com Psicólogos, assistentes sociais , coordenador da unidade, educadores e inspetores que auxiliariam na manutenção do edifício. O uso do espaço é primordial para o desenvolvimento das crianças e adolescentes , e diante disso, muitas das decisões projetuais partiram do uso coletivo do espaço e do sentimento de pertencimento.

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4.3-Programa de Necessidades

SET SE TOR ADMINISTR ADMINISTRA ATI TIV VO Atendimento Direção Sala de Reunião Sanitários Arquivo Banheiro Funcionários Banheiro PNE

SERVIÇ SERVI ÇOS Cozinha Copa Funcionários Despensa de Alimentos

ESP ES PAÇOS

Depósito

EXTERNOS

Depósito de materiais de limpeza Horta

Vestiario Lavanderia

Quadra multespote CONJUNT CONJUN TOS

Playground

Quarto Familia Social

espaços

Sala de TV

Quartos

de

Espaço Amplo de convivências

Quarto PNE/ berçario

interação

Espaços Interativos

Sanitários

Espaço para Estudos

Espaço Multiuso

CONVIVÊ CONVIV ÊNCIA

Espaço Social

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4.4-FLUXOGRAMA

EXPAÇO EXTERNO HORTA

CONJUNTO 03

CONJUNTO 02

CONVIVÊNCIA

REFEITÓRIO

SERVIÇOS

CONJUNTO 01

SETOR ADMNISTRATIVO

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4.5 -PARTIDO ARQUITETÔNICO A proposta do projeto, vai além de unir duas categorias de acolhimento, a intenção foi pensar que o espaço acolha, os proteja e de a privacidade que ambos acolhidos necessitam. As diretrizes projetuais levaram a adotar uma solução que partiu da criação de um grande eixo central de convivência, que interliga os setores administrativos e de serviços, os conjuntos destinados a familias e os espaços recreativos e de lazer. Este eixo central parte do acesso principal na Rua Ana Prado, de menor fluxo. O recuo dos dois acessos principais, permitiu a inclusão de um espelho d'agua e jardineiras, que buscam uma continuidade com espaço da rua, mas garamtem a privacidade exigida pelo programa. As habitações foram dispostas linearmente, com possiveis acessos entre elas, de maneira que, ainda ainda garantindo a privacidade das familias, as mães e pais sociais possam colaborar uns com os outros. Ainda que os espaços coletivos incluam refeitório, foram previstas cozinhas nas casas, de modo que possam ser realizadas pequenas refeições e/ou momentos de integração de cada familia. O terreno conta com um desnível de 3,50m (três metros e cinquenta centímetros) entre as cotas 842,500 e 845,000. A solução adotada para o projeto, foi segmentar o terreno em 3 níveis, sendo que no primeiro nível foi realizado um corte no terreno para deixarmos todo o espaço na cota 842,000. Foi pensado em deixar toda parte de lazer, mais próximo da Avenida Teixeira de Barros, e por ser a via por ser movimentada, e criando barreiras vegetais para a conforto acústico. O projeto buscou criar 3 módulos residenciais, que consiste com 11 quartos, sendo um para recens nascidos, cozinha, lavanderia, sala de estar e uma varanda de acesso lateral. O modulo residencial estão interligados ao eixo principal, que além de ser a circulação principal, é um eixo de convivência e encontros e terá equipamentos de lazer. O refeitório comunica-se o com o eixo de convivência e acesso externo que tem vista para a horta que auxiliará o centro

de acolhimento, produção de vegetais e hortaliças para as crianças, além de ajudar na fonte de renda do espaço. O segundo pavimento, existe 2 banheiros acessíveis, uma sala de estudos, que acompanhada de uma varanda que tem vistas para o sol poente, uma sala multimidia, que exibirá vídeos, aulas e filmes para as crianças.

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EIXO DE CONVIVÊ CONVIVÊNCIA MÓDULOS RESIDÊ RESIDÊNCIAIS

DEPÓ DEP ÓSITO

COZINHA E REFEITÓ REFEITÓRIO

Centro de Acolhimento

SETOR ADMINISTRATIVO

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Acesso Principal Mรณdulos Residenciais Setor Administrativo. Eixo Principal Horta Apoio a Horta

ร rea de Convivencia e Playground

Quadra Poliesportiva

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DORMITÓRIO A=18.87 m²

7 5 4

DORMITÓRIO A=18.87 m²

OIRÓTIMROD ²m 78.81=A

D

2 1

8 10 10 A

3 3 3

B

C C

6

10 5 D

0 1

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A

B

9

1

Acesso Principal

8

Lazer

2

Eixo Principal

9

Quadra Poliesportiva

3

Módulo Residêncial

10 Comunicação entre Módulos Residenciais

4

Setor Administrativo

5

Refeitório

6

Refeitório ao Ar livre

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Horta 45


A

B

1

C

3

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C

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0 1

5

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A

B

1

Escada e Elevador

2

Estar

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Varanda Descoberta

4

Sala TV

5

Sala Leitura

6

WC’s

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MÓDULO RESIDÊNCIAL

CORTE AA

EIXO PRINCIPAL

Pergolado Pergolado

CORTE BB

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Quadra Poliesportiva

LAZER E PLAYGROUND

0 1

10

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olado

0 1

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Eixo Principal Refeitório

Setor Administrativo

Horta

CORTE CC

CORTE DD

ELEVAÇÃO FRONTAL 50


0 1

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0 1

5

5

10

10

10

51


1

Acesso Principal

2

Sala de Estar

3

Cozinha

4

Dormitorio Familia Social

5

Quarto PNE e Berรงario

6

WC. PNE

7

WC

8

Dormitรณrios

9

Varanda Externa

4

5

9 1

3 6

2

10

7

7

8

8

7

7 8

8

0 1

7

8

5

10 52


5

4 2

1

3

6 7 10

9

8

1

Acesso Principal

2

Refeitório

3

Cozinha

4

Despensa

5

Lavanderia

6

Sala Psicologia

7

Arquivo

8

Copa Funcionários

9 Varanda Externa

11

10 Wc. Masculino 13

12

11 Wc. Fem. PNE

16

12 Recepção 14

15

13 Sala Administrativa

7

14 Sala Reunião 15 Sala Direção

0 1

5

10

16 Acesso Administração 53


4.6-ESTRUTURA

E

MATERIALIDADE

A ideia do projeto é ser uma construção rápida, então a necessidade é utilizar perfis metálicos como estrutura, agilizando a construção. Os pilares como estrutura metálica de perfil H, e as dimensões de perfil 20x20 cm. Foram utilizadas vigas de perfil H foram criados de 25, 40 e 50 cm. A estrutura de aço foi escolhida por vários motivos, uma delas é a agilidade de entrega, agilidade de montagem e redução de custo. Deve ser utilizada laje EPS, que reduz a quantidade de vigas e pilares, reduzindo o peso sob a estrutura e diminuindo o esforço sobre a fundação.

As paredes de vedação, são de blocos cerâmicos, que levou a uma construção mista, foi pensado em utilizar blocos de 19cm. A cada 40cm é deixado uma barra de aço soldada no pilar metálico para que seja feita amarração dos tijolos junto aos pilares, assim facilita o travamento da alvenaria. Completando a materialidade do edificio, o acesso principal ganha um protagonismo com o grande volume em aço corten, que auxilia na praticidade e a passagem de ventilação, junto com os brises de aluminio com textura em madeiora, locado como fechamento da parte superior, fazendo com que o ambiente esteja sempre arejado.

54


Vista frontal ( acesso principal)

55


Perspectiva( acesso principal)

56


Perspectiva( acesso principal)

57


vista da Horta.

58


Lazer e Playground

59


Lazer e Playground

60


Lazer e Playground

61


Vista interna

62


Vista interna

63


Referências BRASIL. tos da

Conselho Criança e

do

Nacional dos DireiAdolescente (Conanda);

Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). de 18 de junho de 2009. Aprova o documento BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988, BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm>. Acesso em: 29 /09/2019. BRASIL. São Paulo, São ria Municipal de Habitação U r b a

e

Carlos, SecretaDesenvolvimento n o .

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"Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos" [School in Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos] 13 Out 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Delaqua, Victor) Acessado 12 Nov 2019. <https://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-alto-depinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos> ISSN 0719-8906 Failed Arquiteture <https://failedarchitecture.com/orphan-city/> (Acesso:01/12/2019) Fracalossi, Igor. "Clássicos da Arquitetura: Amsterdam Orphanage / Aldo van Eyck'" [AD Classics: Amsterdam Orphanage / Aldo van Eyck] 10 jul. 2013. ArchDaily Brasil. Acessado 29 Set 2019. GOOGLE pas.google.com.

EARTH-MAPAS. (Acesso:

https://ma29/09/2019)

NASCIMENTO, Álvaro Pereira do. A ressaca da marujada: recrutamento e disciplina na Armada Imperial. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1999. BRASIL. São Paulo, São Carlos, Prefeitura Municipal de São Carlos. http://www.saocarlos.sp.gov. br/index.php/noticias-2020/174412-sao-carlos-vai-ter-mais-uma-casa-de-acolhimento-infantojuvenil.html (Acesso 29/11/2020). ORIONTE, Ivana. Abandono e institucionalização de crianças de significado e sentidos. Pós-Graduação em Psicologia. Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2004.

64


Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. Brasília, 2009. (acesso: 26/11/2019) Rizzini, Irene. A institucionalização de crianças no Brasil: percurso histórico e desafios do presente / Irene Rizzini, Irma Rizzini. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2004. SAVI, Aline Eyng, Abrigo ou Lar? Um olhar arquitetônico sobre abrigos de permanência continuada para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Programa de PósGraduação em Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal de São Catarina, Florianópolis-SC, 2008

65


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