l u c e n n e
c r u z
pressentimento, Janeiro de 2005 caderno, linhas a nanquim, cobre, 40 pรกginas considero este o meu primeiro trabalho com livro
alguns [sobrescritos], desde 2009 livro-registro, datilografia em gaze e papel carbono das cartas reescritas e enviadas
uma das cartas. volto a escrever em branco. meus datiloscritos são correspondências pessoais trocadas e reescritas e enviadas a remetentes desconhecidos, tecendo assim uma rede de comunhão de bens. o tecido é a linguagem e a origem do livro alguns [sobrescritos].
páginas numéricas do livro alguns [sobrescritos], desde 2011 manuscrito em papel de arroz, vidro múltiplos
personne, 2009 livro apagado, nanquim, costuras
: ganhei este livro de um amigo. era um objeto-escrito sobre alguém. seu estado era de quase novo: não havia nenhuma rasura ou apontamento, nem dedicatória. pareceu-me de ninguém, de personne. [encontrei essa palavra na página 111] apaguei-o por inteiro para que lhe sobrasse, das ruínas, uma paisagem escrita, um chão onde eu depositei aguadas de nanquim que desenham o papel até sangrar pelas bordas. outra vez apaguei-o. não com uma borracha como Rauschenberg fez desaparecer o desenho de De Kooning, mas com uma lixa para parede que pôs a perder os registros sobre o papel. em algumas páginas, procurei iluminar não-apagando uma ou outra palavra que se aproximasse da nossa língua. Em sentido e sabor. na p.55, as coisas possíveis; na p.70, poesia; na p.82, respiração do espaço; na p.95, todas as audácias; na p.106, musicalidade plástica etc. tais palavras costumam ser reiniciações. de tanto eu lixar, romperam-se as fibras do papel – frente e verso – da folha 117 | 118 , e nela fiz uma cerzidura.
sobrepele, 2007 livro em aço rígido, 15 x 20 x 1cm série 7/25
chaos II, 2008 ferro oxidado, linha, 18 x 17 x 0,7 cm tiragem de 7 livros cinco placas de ferro costuradas – faz parte de uma sÊrie de livros onde a escrita (a ferrugem)se inscreve em uma das ideias de tempo.
dias escritos, início: 05.2009 são cadernos costurados de jornais de outras partes do mundo e, em cada um, busco mudar o estado impermanente do jornal e indagar o que é o ato de escrever e de que forma ele se apresenta como uma paisagem plástica. o suporte é a própria escrita do jornal e sobre ela recoloco a minha linguagem, os caracteres de uma outra imagem escrita. conservar, criar, sinônimos.
desejos, 2009 um missal para São Jorge, escrito à mão sobre cinco placas de ferro de 17 x 10cm cobertas de manchas de pigmento mineral com goma arábica. As preces são composições de várias crenças dirigidas ao santo guerreiro.
rei sol, 2007 livro, desenhos à sanguínea, manuscrito, nanquim, exemplar único poemas apagados
um dos desenhos do livro rei sol, 2007
circuncisĂŁo, 2010 objeto, texto, escrita, 9 x 9 cm
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texto do circuncisĂŁo, 2010 datilografia sobre gaze
todo nome prĂłprio ĂŠ um dom, 2011 caixa, matriz de fotogravura, tecido e escrita com os nomes dos mares da Lua
desapego, 2010 fio de cobre, vidro, mĂşltiplos
para Iberê Camargo, 2013 carretéis e cobre múltiplos
uma pรกgina do meio, 2012 fragmento de porta, carimbo 30x10cm
estendais, 2012 fotogravura, ĂĄgua-tinta, datilografia em papel de arroz, sĂŠrie de 3
estimação, 2012 veste que me chegou ao corpo quando nasci, definição inventada, carimbo
o amor pode ter começado ali, 2014 livro, gravuras em água-forte, água-tinta, desenhos, texto, costuras com fio de cobre 15 exemplares , um deles está no acervo da Biblioteca Mário de Andrade em São Paulo, SP
isto era uma palavra indefinida, 2016 livro, 47 gravuras em água forte, água tinta, nanquim, tecido, fios de cobre. encadernação por Luiza Gomes Cardoso exemplar único
formação 2009 – Mestrado em Artes Visuais, UERJ 2011 – Graduação em Pintura, EBA|UFRJ 2005 – Graduação em História da Arte, UERJ exposições coletivas 2004 - Mostra Visor 4 de Videoarte, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ. 2004 - Fórum Cultural Mundial, Mostra SESC de Artes/Projeto Reverberações, Vídeo instalação Brisa, Sesc Vila Mariana e Santo Amaro,SP. 2004 - Mostra Visor 2 de Videoarte. Vídeo Instalação Brisa, Teatro Odisséia, Rio de Janeiro,RJ. 2004 - Mostra de vídeo LAISLE. Hole – Vídeo Instalação Brisa, Recife,PE. 2004 - Mostra de vídeo LAISLE. Hole – Vídeo Instalação Brisa, Cine Buraco, Rio de Janeiro,RJ. 2004 - Diálogos Plurais, Centro de Artes Calouste Gulbenkian, Rio de Janeiro, RJ. 2009 – Impermanências, Galeria EAV - Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ. 2009 – Em Obra, Espaço Imaginário, Rio de Janeiro, RJ. 2009 – 2011 – Salve Jorge 23, CAZA Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ. 2011 – Mão Livre_Memórias Documentadas, CAZA Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ. 2011 - A água e seu papel, CAZA Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ 2012 – Com tantos fios, Centro Cultural da Justiça Federal, Rio de Janeiro, RJ. 2012 – Mostra Café Baroni da
Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, RJ.
2014 - Projecto Múltiplo 6, Red Bull Station, São Paulo, SP 2014 - 6ª Feira Tijuana de Arte Impressa, Casa do Povo, São Paulo, SP 2014 - Feira Miolo(s), Biblioteca Mário de Andrade, São Paulo, SP 2014 - I (BE) U EU SOU VOCÊ, Elisa Castro convida artistas para expor|viver junto, Galeria Ibeu, Rio de Janeiro, RJ 2015 – Feira Plana 3 – Museu da Imagem e do Som – MIS, São Paulo, SP 2015 – Da Escrita, Delas, Elas – Museu da República, Galeria do Lago, Rio de Janeiro, RJ 2016 - Salve São Jorge 23, Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo, Rio de Janeira, RJ.
2016 - Reminiscências, Memória e Narrativa, Centro Cultural da Justiça Federal, Rio de Janeiro, RJ. exposição individual 2012 – desobjetos, Centro Cultural Cedim, Rio de Janeiro,RJ. 2013 - tear [sobrescritas], Arte no apartamento, Rio de Janeiro, RJ
publicações 2009 - Concinnitas, n.15, revista do Instituto de Artes da UERJ. 2007 - Revista Eletrônica de Estudos Literários, n. 3, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória – ES 2012 - Prefácio de tese de doutourado de José Márcio Martins da Cruz, École des Mines, Paris, França.
Lucenne Cruz, nasceu em Campo Grande, MS, vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ, Brasil lucennecruz@gmail.com