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Ano I - Edição 01 - 2015 Expediente Daniela Ribeiro Érick Augusto Luciana Boff Orientador: Felipe Luvizotto
EDITORIAL A
revista Urban BR é um projeto experimental acadêmico com o objetivo de
transmitir um pouco da cultura urbana para o leitor. Nela serão encontradas matérias sobre o grafite, a pichação, artistas urbanos, decoração, música e a
cultura urbana no geral. O projeto gráfico conta com elementos inseridos com a
Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio
intenção de interagir com o leitor.
FCAD - Faculdade de Comunicação, Artes e Design
Boa leitura!
Expediente
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Daniela Ribeiro
erick Augusto
Luciana Boff
Tem 22 anos, é estudante de Design Gráfico e descobriu o gosto pelo design e criação ainda quando era criança. Apaixonada por animais. Agradecida por sua família, amigos e pessoas que são direta e indiretamente responsáveis pela mulher tornou. Urbanque BR •se 2015
Tem 27 anos, é Designer, Fotógrafo e Promoter. Viajar, conhecer pessoas e suas histórias são suas fontes de inspiração. Criativo e Autêntico, a moda street é a sua ligação com a arte urbana. “Cada um sabe a dor e a delícia de ser aquilo que é... Não sou nada sem Deus”
É estudante de Design Gráfico já atuante na área, palmeirense e tem 20 anos. Dedicada, gosta de ajudar as pessoas. É reservada e passa bastante tempo com a família e amigos. Apaixonada pelos animais e agradecida a Deus por todas as realizações em sua vida.
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SUMARIO Grafite Artistas DecoEntre´ Musica Cultura vistas , racao Pichação Vs. Grafite 15 Melhores Cidades Pinturas em Grades Mapa Mundi Projeto Pimp My Carroça O Caminho do Grafite
15 Grafiteiros Brasileiros OakOak Da Least Invader David Walker
Arte Urbana Dentro de Casa Como Decoração Interna
Playlist pela Rua Músicos de Rua Fotógrafo registra Músicos
Moda Skatistas Vida Sobre Rodas Sessão Pipoca
Walter Nomura Eduardo Kobra Pgmeus
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nizado to, orga n e im v o m s 70 de um l dos ano rata-se t a n e fi t o fi n a r u g e as . Aparec lturais d plásticas s e t r a entos cu s im na v o m omo ontraculIorque, c olução c v e r em Nova a m idade. Co rimeiras ídas da c aris as p lu P c x e e d s s o ia minor nos mur aliano em no it surgiram ig , r 8 o 6 m 19 e tural de rafite” t s de nome “g desenho O s . o s e r õ a ç n a a ara desig manifest ”, por su usada p a r v la a “Graffite p . , s ” e o t d e fi r f “gra s deses em pa esignar o tas, feito d o a m r e a r p s e v época to” e ser de “graffi l a r lu p geral. vez, é o r livre em a o a s o borad nhos ela
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Pichaç C
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ostuma m ser enquad radas n crições essa ca repetit ivas, ba tegoria stante cução as insrápida, simplifi basicam cadas e um tan de exeente sím to hier oglífico bolos o s, de u muros u c aracter ma só das cid es cor, qu ades. A e locais p r e ic cobrem hação proibid é, por os os e à definiç noite, e tratada ã o , f e m ita em como a operaç taque a ões rá portan p o id p a a s t , sendo rimônio to o se u autor público está su o u p rivado, jeito a e prisão e multa .
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e t i f Gra Vs
o ã ç a Pich
sformar ideal tran o m o c m grafite te s de arte. quanto o s em tela io íc if s, as duas d e e diferença uros d s m a s o m o c , ido. Elas mo ão e grafite rém, mes cial parec ç o o a s P h ic to p x e te ntr econ em urbaerenças e têm um na paisag te é consid s fi ir a v te r r r g a te o xistem dif in e u tivo nta fazer na l delas é q omo obje na moder testo e te e está c a ro ix m p a e tê c d n a principa e o e u o um tip quanto a de rua e s sobre o q na, fazend et Art”. En rado arte ão reflita e ç s semtr la s te “S u r li p a a a o c d s p ti n a as du que a s e de va ão artís s d ç m E a o . tu c c li ti a ifi a s o a s cla de e, porém, ntad o um prática po o represe a sociedad iferenvista com d d a é n u s e s o n s ã e a ç g e r a a h a pic tra a rizad am às m elas se d ão é auto ma lei con pre andar caminho d discriminada, o e s mo, pois n ssoa à cadeia. Há u u o q n , a 8 s 9 o pe nua sendo nos últim vez te desde 19 pagalevar uma ação conti ileiro ganha cada s, existen h e re ic ia o p e d d a A a h . c u ic e s p s io d a c e r o d b a n o a id ã te aç um afi dos es c de anto o gr s meses a o o artigo 65 da lei as grand u ê d q tr s n s e o e a d u e r e d n n as pu , o und espaço n a do país 5/98. r is multa, seg 0 a e fo s .6 d e m 9 õ m to iç é n s ro b e e o m xp por tam úm ileiras e ra fazer e sa forma bientais, n s s a a e p m r d a s b o s o ã e d ç a a im h cr ão cham tipo de pin de vê a pic artistas s que esse A socieda l a o u d is a v h artes. ic o os p poluiçã com suas o porque s a is causa da h , ic e p d a m id a na c utros que tura caus entre os o raças, edifícios na Boff s n u m ta Por: Lucia p u , p s is io d d s ré n re sp o sujos. E e assim, o am ficand b a mais alto, c a s o d priva públicos e
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Arte
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esde que Banksy é Banksy que o assunto “arte de rua” deixou de ser algo do submundo e entrou em discussão nas mais diversas rodas da sociedade. Mas em que lugar do mundo são feitas as melhores obras de arte de rua? Onde podemos encontrá-la? Para responder a essas perguntas, coletamos uma lista de algumas (não todas!) das melhores cidades do mundo para se ver street art. À primeira vista, há apenas uma coisa que liga todas elas: seus moradores (e os artistas de rua viajantes que as visitam) têm uma propensão para decorar seus arredores com obras de arte grandes, bonitas, e nem sempre legalizadas. Mas o que é preciso para uma cidade ter uma comunidade que goste e apoie a arte urbana? São necessários, por exemplo, edifícios a serem pintados. A arte de rua, por vezes, parece
Melhores Cidades
se alimentar do desejo de um artista para lutar contra as opressivas paredes de tijolo e concreto que os cercam por todos os lados, de modo que os edifícios que pintam são, ao mesmo tempo, telas e catalisadores da sua rebelião. A cidade também precisa ter uma próspera comunidade de artistas underground que estejam ansiosos para comunicar as suas ideias artísticas e filosóficas para tantas pessoas quanto puderem. Como cada vez mais grandes cidades em todo o mundo recebem uma resposta positiva para a arte que decora suas ruas, talvez os governos dessas cidades comecem a repensar as leis vigentes que tendem a sufocar as oportunidades dos artistas.
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Por: Jéssica Maes (Hypescience)
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13 01. Bogotá - Colômbia 02. Belém - Cisjordânia 03. Berlim - Alemanha 04. Bristol - Inglaterra 05. Cidade do Cabo - África do Sul 06. Londres - Inglaterra 07. São Paulo - Brasil 08. Cidade do México - México 09. New York - Estados Unidos 10. Valparaíso - Chile 11. Istambul - Turquia 12. Paris - França 13. Buenos Aires - Argentina 14. Lisboa - Portugal 15. Santiago - Chile Fotos: Divulgação/Hypescience Urban BR • 2015
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conheça as pinturas "escondidas" feitas em grades U
ma dupla de artistas alemães, conhecidos como Zebrating, tem deixado sua marca em espaços públicos ao redor do planeta. Mais especificamente, em grades e portões. As pessoas se surpreendem com as pinturas que são praticamente ilusões de ótica, pois só podem ser vistas a partir de determinados ângulos. Embora a arte de Zebrating esteja nas ruas, é comum que algumas pessoas não a percebam, principalmente se não estiverem prestando muita atenção ao seu redor. De certo modo, os artistas alemães querem enviar um recado para as pessoas manterem os olhos abertos e perceberem seu ambiente. Por: Stephanie D’Ornelas Fotos: Divulgação/Hypescience
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Antropólogo cria mapa mundi da arte urbana G
rafites no dese rto. Pré lista de dios co ob bert The Wo ras excêntrica rld Atla s na art os de adesivo tuguês) s. s e de rua o f ,q Str america Esculturas sat vações, ue reúne 113 no eet ArtandGra íricas. A n a é o ca f mes da das tran nú rtão de modalid fiti (US$ 35, Ya s sityColl visitas d ncios falsos. A le Unive ade pelo ege, em gressões”, diz o recém rsit o Londres mundo. Nas me -lan “Sem dú y Press, sem . Ele exp antropólogo e t r ó p edição e çado organiz oles, diz lica que vida os Servem a m po E , d m U d o ive uit A co r Fairey, d mo motores p rsas empresa o da inventivid do livro, Rafae são a casa das rl a s inoa e d S r p gens po Los Angeles. F a autores expe roduzem tinta e se deve à pod chacter, da Un iveruco hab ora dos s e mat rimenta erosa in ita eriais e is ce se vê m speciais dústria local. elhor a das, a exemplo ntros, há quem como Espo (ac para o fusão d im d landart b e a u J ) s etsonor , grafite. e cultur , dos ama (es que realizar tr de Nova York, as que a e Shepa q Nas me cartoons e do b .) a . é lh S o e o g s g u rd Servem trópoles, diz, d design clássico rafite. “Há influ ndo o pesquis políticos em p aisaador, é ”, diz. “S iversas ências d como m p ão muit elo país empres o hip ho otores Fairey, d os o as p par ond p,d e gens po Los Angeles. F a autores expe roduzem tinta s motivos que a performance e uco hab ora dos s e mat os levam ,d rimenta ita eriais e is ce se vê m às ruas o speciais .” elhor a das, a exemplo ntros, há quem como Espo (ac para o fusão d im landart busque grafit e cultur de Jetsonoram , dos ca realizar a), de Nova Yor a (esq.) as que rtoons k, e She e. trabalh . Segun é o gra e do de o pard s p olí d fi sign clá ssico”, d te. “Há influên o o pesquisado ticos em paisa Por: Gu c iz. “São r, é pelo ias do h ilherme muitos Pavarim os motiv ip hop,da perfo país onde - Revist r os que a Galileu os levam mance, do às ruas .”
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AMÉRICA LATINA VANGUARDA LATINA Os primeiros grafites surgiram na América Latina no início do século passado. Nos anos 50,em Los Angeles, os muros pintados pelas gangues latinas — os cholos — viraram símbolo de expressão social e conquistaram adeptos de várias etnias. De lá para cá, a influência se mantém. Com obras que abusam das cores quentes, mexicanos e argentinos são muito admirados no sul da Europa. Ao mesmo tempo, diz Schacter, os latinos se inspiram na vivacidade dos trabalhos espanhóis. BRASIL O SOCIAL FANTÁSTICO “O Brasil tem uma estética única”, diz Schacter. “A mistura de realismo, atmosfera mágica e temas políticos é imitada em todo o mundo.” Entre os grandes admiradores dos brasileiros estão os chilenos — os que possuem mais muros pintados, segundo o pesquisador — e os europeus. A temática reflexiva e uso da pichação viraram marcas do país. EUROPA AS DUAS EUROPAS Ao menos na arte urbana, a Europa ainda possui dois polos. O primeiro é o sul, onde as cores e temas são mais vibrantes — muito por causa da influência latina. De outro lado, há o restante do continente, formado por grupos de artistas conceituais que buscam, segundo Schacter, estilos distintos, por vezes minimalistas, usando pouca ou nenhuma cor. “As cores da arte urbana europeia mudam de acordo com as regras de cada país”, diz. “Londres, onde o grafite é proibido, tem muitos tons de preto; já Barcelona é bem colorida, passando a real impressão de que eles tiveram mais tempo para se dedicar às obras.” “A prática tem sido tão popular que, em muitas regiões da Europa e das Américas, grandes obras têm se tornado invisíveis.”
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ÁSIA, AFRICA E OCEANIA SOB IMPORTAÇÃO África e Ásia aderiram há pouco tempo à arte urbana. O movimento por lá é de importação. Artistas de rua europeus costumam pintar fachadas de países populosos dos dois continentes — África do Sul é o destino favorito. Na Ásia,as obras com referência à tecnologia fazem sucesso, como o ícone de Google Maps, do alemão Aram Bartholl. Entre os australianos, o destaque fica com as instalações criativas de Anthony Lister (à direita). Assim como muitos conterrâneos, ele mescla diversas técnicas para criar obras monumentais pelas ruas. No país, a fim de reduzir o vandalismo, várias cidades possuem áreas dedicadas ao grafite. Melbourne, um dos grandes expoentes de trabalhos com stencil e adesivos, é um dos lugares mais procurados por aspirantes a artistas urbanos.
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Mundano Projeto Pimp My Carroça
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Por: Fernando Granato - Diário SP
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Baixada do Glicério, uma das regiões mais degradadas de São Paulo, no Centro, respirou arte na última quarta-feira. O grafiteiro Mundano, um dos mais conhecidos artistas de rua da capital, levou para a sede da cooperativa dos catadores de material reciclado, que funciona embaixo de um viaduto, o projeto que pretende levantar a autoestima desses profissionais por meio do grafite. É uma gente que merece todo nosso respeito porque faz mais pelo meio ambiente do que qualquer outra categoria. Eles fazem aquilo que a Prefeitura devia fazer e não faz. Mundano criou em 2012 o projeto Pimp My Carroça. Inspirado no programa de TV norte-americano “Pimp My Ride”, que transforma latas-velhas em carros turbinados, o projeto usa a arte para dar reconhecimento ao trabalho de catadores de materiais recicláveis. Uma das edições aconteceu durante a Conferência Rio+20, sobre desenvolvimento sustentável. Na ocasião, o grafiteiro ganhou fama mundial ao pichar a frase “os catadores de materiais recicláveis do nosso planeta fazem mais pelo meio ambiente do que toda a Rio+20”, em uma crítica velada às discussões sem fim dos políticos e poucas medidas efetivas para tentar salvar o planeta. Nas intervenções Pimp My Carroça, além de pintar e reformar os “veículos” dos catadores, eles ganham freios, retrovisores e faixas refletivas. Os profissionais passam por consultas médicas, ganham sapatos, corte de cabelo e almoço. Tudo oferecido por Mundano e sua trupe, formada por dezenas de voluntários. Raimundo Manuel dos Santos, que trabalha “O grafite é uma arte marginal e, no Glicério com reciclagem há 26 anos, dispor meio dela, estamos interagindo se que Mundano faz com que a população com esses profissionais tão margicomo um todo passe a dar mais importância lizados, que são os catadores” ao trabalho de catador. “Ele tem conseguido ( Mundano). por meio da arte fazer com que a população preste mais a atenção e valorize mais a gente. Estamos saindo da marginalidade para ganhar respeito.”
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Fabah Zadok, o grafiteiro Ras, era um dos que participava da intervenção na sede dos catadores na semana passada. “Nossa meta é restaurar o espaço urbano por meio da arte e é exatamente isso que estamos fazendo nesse espaço.” Todo o trabalho foi documentado pela fotógrafa norte-americana Martha Cooper, que se tornou conhecida nas décadas de 1970 e 1980 por retratar como poucos o início da cena da street art (arte de rua) de Nova York. O livro da fotógrafa, “Tag Town”, mostra o grafite na cidade norte-americana, onde esse tipo de manifestação cultural teve início e saiu para ganhar o mundo. Agora o foco de Martha está voltado para são Paulo. “Percebi que aquilo não eram apenas intervenções ou degradação do patrimônio público”, contou Martha. “Era o movimento artístico do nosso tempo.” Encantada com a mistura do grafite com a atividade dos catadores de material reciclável, a fotógrafa registrava tudo com sua câmera e deixava claro que essa cena paulistana vai ganhar o mundo pelas suas lentes.
Fotos: http://www.ideafixa.com/pimp-my-virada
“É uma gente que merece todo nosso respeito porque faz mais pelo meio ambiente do que qualquer outra categoria. Eles fazem aquilo que a Prefeitura devia fazer e não faz.”
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e t i f a r G o d o h n i m a C O em as preench , il ás a r B do r. Incont cidades mpanha s o a c r a t u o o d o ioca e de mundo t afite car dia a dia para o r g o d s e , levou o des nom e escade, gran m o Instagrafite a id n u o. alidade d eitos r m e t r o o n c c a o a c m ia d n r u e te ce ana de sonho é e imperf utra par oradores. A par al de sem , aonde o Nesses estreitos grar uns e s para o n o e m fi t r n s o o e c o i d r o im f a a ev anç que ijolos e c como o vento. de consa sem nem finem o e a confi de fios, t o uros, po t d o u n d f ias, paredes ntos mágicos de a ia r h b la n o e a s as histór em imensos e sa as ode s emar u s p m s a , m , o s p u s o m o e h h u m is in n q o o o ve parar c r o ruído ngos cam s ídolos, seus s ansformam tud a é se de u r na meno a a outra por lo im t e r c s o e t r a it r o o ia a ã r n p c n a r afagam s, olhar recisam melho d ma cont os olhos andam e vítiNas viela jogada u ar para o lado, p furadas e o ver . Fechar s o m ia r fi c id a e v m e io s s as iníc ola d o olh s e mão e parede ia faz su das, com , uma simples b s vielas é precis vazias d om salto nada. A inocênc c s a s s s a a a e n n r c fi o o s s corred ogo ced ntam. A edes a, perna a e mais outros. L do que represe a, as par oda rotin a próxima jogad t id v a io m e a u destruir t h m ay. n e od vielas ga ro da lata de spr que são os. forto. Em r a concentraçã s s n o a o , iv c s a r e r o r s saber o a t te elh ira o novos bate den os e den ndo o m o. s. as irão t ganhand ro agora m novo caminh labirinto e vidro segue se m sentido apen s sedent m id o e v lh iv e o v d e r m la u e b e d o g o s a b r s r s la u a a s a s o p a Ab palavr bertos rredore , porque speranç ortões a aonde as os, os co ais seus rostos razem e t e m cabeças o em meio aos p lombos e frang e m r de ão cobre nd , que colo mas qua aos churrascos parede n us novos heróis a e r b o c e No meio tinta que las agora tem s dade. A ie r v e v s a m , a ganh ormam olos se f Novos íd
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Por: Hen
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Fotos: Henri que
Madeira
A parceria com o Instagrafite, levou o dia a dia para o mundo todo acompanhar,grandes nomes do grafite carioca e de outras cidades Urban BR do Brasil, preenchem as• 2015 paredes e a confian dos moradores.
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uitos artistas influenciaram outros a começarem ou a resistirem a repressão, pois é fato que houve um tempo bem difícil para os grafiteiros, cenário diferente do de hoje. Banksy, Jean Michel Basquiat, OsGêmeos, Obey, Binho Ribeiro, Zezão e Kurt Wenner são nomes muito conhecidos tanto no Brasil quanto em escala mundial graças ao poder da arte de surpreender e inovar.
Pensando neste conceito e para mostrar alguns deste talentos, a Seleção Hypeness de hoje revela 15 artistas brasileiros que você precisa conhecer e, quem sabe, reconhecer nos muros a partir de agora. Aliás, muitos deles podem ser encontrados no enorme Mural da Avenida 23 de Maio e no MAAU, em São Paulo. Olha só:
Por Brunella Nunes - Site Happines
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Foto: Divulgação
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Pintando os muros de Recife e agora do Brasil todo, Derlon deixa sua marca com traços de xilogravura e arte popular. Utilizando poucas cores, criou uma simbiose da intervenção urbana com um dos principais meios de comunicação impressa da cultura popular.
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Foto: Divulgação
NOVE
Nas ruas desde 1999, Nove faz uso de elementos digitais e orgânicos sincronizados através de elementos geométricos, que ganham cores vibrantes através do aquarela, que escorre sempre ao fundo de suas obras. O artista também incrementa seus desenhos com outros materiais como madeira, metal e tecidos.
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A arte abstrata, o cubismo e o surrealismo influenciam a arte de Toes, que retrata sonhos por meio de galáxias com infinitas possibilidades. As formas geométricas ganham cores para retratar, de maneira sensível e particular, o universo de alguém que vive no mundo da lua. É impossível não se dar conta dessa imensidão azul.
Foto: Divulgação
ma r i pavanell i Nascida na cidade de Tupã, Mari é artista plástica autodidata e encontrou no graffiti uma forma de criar e se expressar. Sempre rodeada de flores, explora o universo feminino com desenhos que retratam a mulher, espalhados pelos muros de São Paulo, em especial no bairro do Cambuci.
Foto: Brunella Nunes
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presto
Se um dia estiver triste, observe alguma arte de Presto, que é harmônica, divertida e com personagens marcantes. Quando criança, o paulistano colecionava quadrinhos, construía brinquedos e imaginava criaturas, agora pintadas nos muros.
Foto: Brunella Nunes
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Foto: http://savagehabbit.com
alex senn a
Os desenhos minimalistas de Alex carregam consigo uma leveza única, formando traços inconfundíveis. Os riscos simples em preto e branco do artista, que é daltônico, foram influenciados pelas histórias em quadrinhos e ilustrações, de onde surgiram grafites lúdicos e de forte apelo popular, retratando as relações humanas com elementos do imaginário infantil.
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Foto: Divulgação
arlin
Formado em design, Arlin começou seus graffitis em Tatuí, cidade do interior de São Paulo, há 15 anos. Os desenhos são compostos a partir da desconstrução da arquitetura das metrópoles e influências tecnológicas, juntando formas abstratas para criar uma imagem concreta, fazendo alusão a um trabalho digital, que na verdade é pintado.
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vermelho
A arte de Vermelho é feita de personagens um tanto mecânicos, diabólicos e angelicais, que ao mesmo tempo que assustam também encantam. As pinturas e esculturas que cria têm um ar divertido, misterioso e obscuro, dando a impressão de que saíram de um desenho animado à la Tim Burton para os muros da cidade.
Foto: Brunella Nunes
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o n a d n mu
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rodr igo br anco
Rodrigo descobriu ao longo do tempo uma forma inusitada para se expressar, retratando personagens um tanto quanto bagunçados. O artista do bairro Grajaú, em São Paulo, conheceu Muita gente conhece Mundano por conta de o graffiti na adolescência e mergulhou nas arseu reconhecido trabalho com carroceiros, o tes por influência do pai, chegando a expor suas Pimp My Carroça. Ativista, abraçou a causa dos obras em diversos países. catadores de materiais recicláveis e constantemente colabora com a categoria, tão importan- Foto: Brunella Nunes te para a cidade. Há sete anos ele pinta os muros, sempre se manifestando, incluindo a crise hídrica em suas provocações, como podemos ver abaixo:
Foto: Brunella Nunes
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Foto: Brunella Nunes
magrela
Magrela foi criada no antro da arte urbana, a Vila Madalena, e teve contato cedo com as artes plásticas graças ao pai, que pintava telas. Com desenhos espalhados pelo mundo, a artista inspira-se na euforia urbana de São Paulo para transitar por temas que falam sobre a mistura da cultura brasileira: a fé, o sagrado, o ancestral, a batalha do dia a dia, a resistência, a busca pelo ganha-pão, o feminino.
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Foto: Divulgação
will i am mophos
Artista plástico e fotógrafo especializado, William Mophos foi nascido e criado em São Bernardo do Campo e entrou no meio artístico por influência do irmão mais velho. Entre pintura, colagem e fotografia, tem feito trabalhos interessantes nos muros da cidade, a maioria em preto e branco, que agora ganham toques de cores.
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A arte de Enivo evoluiu bastante ao longo do tempo e firmou-se entre os grandes artistas paulistanos. O início precoce, em 1998, trouxe um leque de possibilidades que seguem em aberto. Cada vez que vemos algo novo que o artista produz, sabemos que é dele, mesmo que seja algo completamente diferente de algum de seus desenhos anteriores, tornando-os únicos.
Foto: Brunella Nunes
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maur o ner i
Quem nunca viu um desenho de Mauro Neri em São Paulo é porque não mora na cidade. Ele está por toda parte, já que desenha há muitos anos pelos muros da capital, sempre colocando a assinatura de duplo sentido bem grande: Veracidade. Atualmente tem quase mil grafites entre o Brasil e a Itália, realiza trabalhos sociais e educativos, sempre envolvendo a arte.
Foto: Brunella Nunes
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O artista visual Cadu Mendonça, de São Paulo, enfeita a cidade com seus coloridos desenhos étnicos, cheios de formas e grafismos que criam uma imagem só.
Foto: Divulgação
ARTISTAS
O a k O a k
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akOak é um artista de rua francês que faz um trabalho inteligente e criativo. Suas obras formam uma delicada intervenção urbana destinada a melhorar e interagir com os seus arredores. Quando não está no seu emprego tradicional, OakOak se dedica a embelezar sua terra natal, St. Etienne, bem como outras cidades por toda a França. Ao contrário de muitos outros artistas de rua, seu trabalho é bastante discreto, consistindo geralmente de nada mais do que um desenho pequeno e bem colocado, ou algumas poucas características que criam uma figura. A arte urbana de OakOak interage maravilhosamente com o ambiente, dando novos significados a decadência urbana. Por: Natasha Romanzoti
escience ção/Hyp
ivulga Fotos: D
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DA Least
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artista de rua de origem chinesa, chamado apenas de DA Least, deixou um rastro de incríveis desenhos em grafite 3D nos quatro cantos do mundo. Seu trabalho é reconhecido pelo seu estilo único em qualquer lugar que ele pinte. Atualmente morando na África do Sul com sua esposa, o artista de 29 anos passa cerca de seis meses por ano viajando para pintar seus trabalhos de grafite em cidades diferentes. Cada pedaço de sua arte parece ser feito de milhares de fragmentos de metal. Observando a obra completa, porém, percebe-se que esses metais retorcidos dão forma a diferentes animais, pássaros ou seres humanos em ação. O artista não revela seu verdadeiro nome. Ele conta que tem se dedicado às artes desde que tinha 3 anos. DA Least pinta a maioria de suas peças de grafite com pressa, uma vez que um olho dá conta da pintura e outro fica de alerta caso a polícia se aproxime.
Fotos: Divulgação/Hypescience
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Ele já foi preso uma vez, pouco antes das Olimpíadas de Pequim, em 2008, mas isso nunca o impediu de continuar trilhando esse caminho. “A vida sempre nos apresenta alguns problemas, mas o meu trabalho me dá muita oportunidade de enfrentar esses problemas. Qualquer situação pode surgir quando você trabalha no espaço público”, diz. “Espero que eu esteja criando ilusões por meio de minhas pinturas, que possam ser uma mudança de percepção na mente das pessoas. Eu gosto de expressar emoções da vida e do meio ambiente, e utilizar diferentes formas artísticas para isso”, conta o chinês. Ele comenta que prefere que as pessoas olhem para o seu trabalho sem dizer uma palavra sequer; segundo ele, isso significa que “o público está internizando a arte”.
“Espero que eu esteja criando ilusões por meio de minhas pinturas, que possam ser uma mudança de percepção na mente das pessoas.
E realmente há muito o que processar, uma vez que suas obras de ilusão são grandes o suficiente para admirar a distância – mas, ao mesmo tempo, possui muitos detalhes para quem as observa de perto. E você, já conhecia o trabalho de DA Least? Curta, a seguir, as imagens de seus belos e impressionantes desenhos. Por: Bruno Calzavara
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INVADER
pace Invader é o pseudônimo de um conhecido artista urbano francês, nascido em 1969, cujo trabalho é inspirado na pixelation de 1970-1980 videogames de 8 bits. Ele teve seu nome inspirado a partir do jogo de arcade Space Invaders de 1978, e a maioria do seu trabalho é composta por azulejos cerâmicos inspirados em personagens de videogame. Suas criações distintas podem ser vistas em muitos locais altamente visíveis em mais de 60 cidades em quase 30 países. Ele documenta cada intervenção em uma cidade como uma “invasão”, e tem livros e mapas da localização de cada um dos seus mosaicos de rua publicados. O primeiro mosaico de Invader foi instalado nos anos 90 em sua cidade natal. Foi uma brincadeira por vários anos antes do programa completo “Invasão” ser concebido, em 1996.
Neste projeto, a ideia é trazer o mundo virtual para a realidade. É possível ver muitas coisas nele, mas refere-se aos primeiros dias de jogo digital e vídeo. Desde sua primeira onda de “invasão”, na França em 1998, os trabalhos de Invader têm aparecido em diversas cidades ao redor do mundo. Ele invadiu New York cinco vezes, e Hong Kong em quatro ocasiões distintas. Ele marcou edifícios históricos e outros locais. Um dos lugares mais proeminentes onde os mosaicos foram instalados está no letreiro de Hollywood. Desde 2000, o artista instalou mais de 70 peças de trabalho espalhados em Hong Kong. Invader estima que mais de 15% de suas primeiras peças, aquelas que eram pequenas e colocadas em lugares baixos, foram removidas. Para combater a sua remoção ou danos através da construção de proprietários, ladrões ou fãs, Invader coloca seus mosaicos fora do alcance fácil. Invader também é conhecido por seu código QR. Criado usando azulejos brancos e pretos, os padrões podem ser decodificados usando aplicativos instalados em smartphones. Depois de decodificada a mensagem que se lê é: “Esta é uma invasão”. Invader é um artista incógnito, muitas vezes mascarado e aparece na maioria das vezes à noite. Para proteger seu anonimato, ele usa uma máscara como disfarce para entrevistas. Ele afirma que poucas pessoas sabem o seu verdadeiro nome e seu rosto, e que até mesmo seus pais pensam que ele trabalha como um ladrilhador na indústria da construção. Por: Wikipedia.org
Fotos: http:// www.space-in vade
rs.com/
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ARTISTAS
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m inglês muito talentoso que através de seu trabalho bastante autoral, mistura caos e beleza retratando sempre rostos femininos em meio a uma explosão de linhas e cores. O artista trabalha em retratos à mão livre usando spray sem o auxílio de Pincéis e já deixou sua marca em cidades como Berlin, Hong Kng, Los Angles, Lisboa, Nova York e Paris.
Por: Rodrigo Tedim - Obvious
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ân o em m o os er te n s e p ec co a ub ar o en as qu ce su ex o re m ad ,p m e c a i e t io rit es fic a cn p en pl si cíp r gi té que in um im e lm er v pr n rio te ita r s di en a m tó ar a os . po es e, nça r , er a op as az qu da sa co ep m pr id tr o u r r ta s e hec ue a do e om tis re c es n q um an ar co co a i x n sit s co sivo e i r do as ra ca qu o, c ou a r s e e ,b a s sso ime to nd a rt alh to m en a o ist pe nte pa b re r u v r o tra im br : p ra re nta bie t s sã e ov m n e i d s m so or co em p am s o c t s n o s m e en an do z ês e do e um lu m tr de ra se ja co em e is nt en iam te cin om po la. rg a d o c co s p cr e e p g su ei en ro ras e sd as d m e ch s i n a s e a os tu tu qu e pe or is da m s rt a at fu in a ca o e. tr s p ra sc m so t c s a re eto es io ua bi u an nt ra ta ns e s ar oj nd ra po t pi out ale te rg s e ns a nt pr gra p r pi re su o. ha d co ou iza a iu em de sp o, ios lin go e eç til um er z n de tid on de o lo rio m u n . ef lve o co ós tir nte os en m s a róp pr ta te aç s ar da eu p le Ap es za e e an tr er h a lv o pr qu ilh . , e . nv ti i s s az o e am vo nt m a br ço ta ta u no a No ão f ad ti-c sen ime se m te tis ra lve hip ar ba so te k, afir en esp n ss ul de ov n pa m a m rio ais re en pu as alm do t , t a As rtis um óp m va m gi , m n ites pr es ta les a ir lo as me o or pin p su eo m ri s lim m o c i id ni e nd as de é s a nô xp do gu m on o su r a e e ro Se re dio tad da se te nt se stú sul te m an de e re ar e rc na v a p O o de m rba m s e u t a Co us ar rte a m a Um da cia
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imone Sapienza Siss, artista plástica e urbana com trabalhos espalhados pelas ruas de São Paulo (recentemente pintou na Av. 23 de maio, embaixo do viaduto Santa Generosa). Sua casa, construída em um terreno na cidade, é um reflexo de seu trabalho, personalidade, amigos e uma fonte de inspiração.
Da onde surgiu a inspiração para a decoração do local? Busquei inspiração nas coisas que eu sou apaixonada. A estante da sala é Gotthan City, a geladeira é adesiva como uma Kombi, no lavabo meus amigos podem escrever frases, o corredor virou galeria com obras adquiridas de amigos, as paredes de fora viraram paredes de teste para os estênceis que faço e a cada dia ficam mais pintadas.
Simone conta que o processo de construção da casa, onde vive com três cachorros, foi “delicioso” – e o resultado prova isso mesmo. Clicando aqui você pode conhecer melhor o trabalho da artista e percorrendo as imagens abaixo, registradas pela fotógrafa Katia Lombardo, você pode se inspirar para a decoração da sua própria casa.
Como foi o processo da reforma da casa para que ela ficasse como está hoje? Tinha um terreno e resolvi construir minha casa. Tive a ajuda da arquiteta Debora Balestreire que transformou meus pensamentos em paredes. Acompanhei a obra de perto. Estava todos os dias com os pedreiros. A estante da sala eu medi e criei com eles. Foi uma época deliciosa. Curti muito.
Por: Redação Hypeness
Qual o cômodo preferido da casa? Por quê? A sala de lareira. Fizemos rebaixada, com tatames e ficou bem aconchegante. Qual o item de decoração que mais gosta na sua casa? Por quê? Minha geladeira. Estava meio riscada e eu adesivei como se fosse uma Kombi Antiga
Fotos: Kátia Lombardo
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DECORAÇÃO
Arte urbana como
DECORAÇÃO
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conceito urbano tem feito parte da decoração de interiores já há algum tempo e caiu no gosto dos jovens adultos pois, estes consideram que as características de design moderno e de representação das grandes cidades e seu ritmo expressa emoção e têm um significado embutido, ajudando também a mostrar suas personalidades. Este tipo de decoração, no entanto,não é de gosto exclusivo dos jovens já que ela pode ser aplicada apenas como elemento de destaque em qualquer estilo quando se faz uma mistura, assim diversos tipos de pessoas podem se encantar com sua popularidade. Mostraremos aqui como o conceito urbano pode ser inserido em sua decoração através do grafite, lambe lambe e objetos de rua.
Fotos: Divulgação
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decoração interna Grafite
Já há algum tempo o grafite tem tomado conta dos interiores das residências também, na forma de decoração e, com o passar do tempo tem se tornado mais popular e mais acessível, principalmente por ser muito versátil e ficar bem em qualquer ambiente.
Lambe Lambe
O lambe lambe é um cartaz de papel que é colocado na rua, em muros e postes. São propagandas de shows, publicidade, divulgações diversas etc. Alguns artistas urbanos começaram a se aproveitar da técnica para realizarem intervenções pela cidade e assim como o grafite, se tornou street art. Na decoração, virou uma alternativa moderna ao papel de parede e pode ser usado também em móveis ou em quadros e outras formas.
Objetos de rua
Para complementar o conceito urbano como uma forma de expressão e decoração, também se adquiriu o hábito de reutilizar objetos de rua, principalmente placas, na criação de elementos de interiores, sejam decorativos ou não. Além de uma forma de expressão do estilo, também é uma forma de representar uma consciência social já que apoia a sustentabilidade ao reciclar e reutilizar objetos descartados e inutilizados. Por: Fernanda Filippini
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MÚSICA
PLAYLIST
PELA RUA
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Relating To A Psychopath - Macy Gray
Brakes - De La Soul
Defeat - Afu-Ra
Evolução Na Locução - Kamau
Two Shoes - The Cat Empire Urban BR • 2015
os músicos de rua merecem nossa atenção! Quando falamos de músicos de rua no Brasil, percebemos que a realidade é bem diferente comparado ao que vemos pela internet no exterior. Acredito que isso não se deve por nossos músicos serem de alguma maneira inferiores em conhecimento, mas sim pelas pessoas não valorizarem muito esse tipo de trabalho aqui no nosso querido país, e por muitas vezes pelo músico não dar a cara a tapa mesmo. Por: Bruno Thiago
M
esmo o incentivo à essa galera sendo ainda muito baixo, tivemos aqui em São Paulo o Red Bull Sounderground que trouxe para cá 19 artistas da Europa, Canadá e Estados Unidos, além de artistas paulistanos também se apresentando em 9 estações de metrô da cidade. Até onde eu sei, o lugar onde se encontram maior número de pessoas tocando nas ruas e que conseguem sobreviver especificamente disso é em Dublin na Irlanda, de onde saiu o casal de músicos Rodrigo Y Gabriela. Após abandonarem seu restaurante, foram para as ruas tocar e já chegaram a ter seu trabalho colocado na trilha sonora de series de TV como a premiadíssima Breaking Bad. Vocês também conseguem ver essa realidade retratada no filme Once, que inclusive sua trilha foi até uma indicação minha na Bolachada do episódio #19 – A Metamorfose Musical. Outro grande evento mundial que acontece para os músicos de rua, é o Playing For Change, que além de disponibilizar vídeos do festival, são gravados em áudio na íntegra e rodam com seus shows por todo o mundo, tendo passado por aqui no Bourbon Street Festival.
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MÚSICA
FOTÓGRAFA REGISTRA MÚSICOS DE RUA EM DIVERSOS LUGARES DO MUNDO! SÃO PAULO
Série conta com registros de cidades como Amsterdam, São Paulo e Londres.
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Fotos: Bela Barbosa
LONDRES
LONDRES
HOLANDA
HOLANDA
SÃO PAULO
CURITIBA
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a calçada, faróis ou em uma esquina qualquer, lá estão eles: os músicos de rua. São Paulo, Londres, Buenos Aires, Amsterdam: mudam os, endereços, sotaques, as culturas. Nunca a essência. Tudo isso serviu de inspiração para o projeto da fotógrafa Bela Barbosa intitulado “Em qualquer dia ou noite, em qualquer lugar”. Um dos principais elementos da cultura moderna, a música se tornou tema do ensaio quando Isabela notou a presença de músicos em diversos pontos das cidades por onde passava. Desapego existencial, anonimato, independência artística e o livre estilo de vida foram algumas das razoes que levaram a arista a criar o editorial. O resultado revela um ensaio onde a transcendência musical não estabelece nível social para poder apreciá-la, bastando apenas a voz, ou o instrumento do artista.
Por: André Nicolau - Catraca Livre
BUENOS AIRES
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CULTURA ETC
SESSÃO
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ALTER EGO – A WORLWIDE GRAFFITI DOCUMENTARY (2008) Este documentário trás um olhar mais atento para dentro no maior movimento de arte que o mundo tem visto até agora, mesmo sendo uma forma de arte que ainda não é tão bem compreendida pela maioria das pessoas.
PIXO (2009) Não é bem sobre o grafite, mas esse documentário aborda a pichação como fenômeno cultural em São Paulo e o seu impacto internacional na street art. O filme participou da exposição “Né dans la Rue” (Nascido na Rua), da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, em Paris.
EXIT THROUGH THE GIFT SHOP (2010) Olha o Banksy aqui de novo. Um dos maiores grafiteiros do mundo traça a história da street culture e vai atrás de vários artistas que são considerados grandes artistas da street art da atualidade.
GRAFFITI WARS (2011) Esse documentário é polêmico! Em 46 minutos o “Graffiti Wars” conta a história de uma das maiores tretas do mundo das artes dos últimos anos. Uma guerra entre os artistas Banksy e Robbo.
CIDADE CINZA (2012) Em 2008, a prefeitura de São Paulo iniciou uma política de limpeza urbana e foi decidido que os muros da cidade com intervenções artísticas seriam pintados de cinza. O documentário conta essa história e mostra como os artistas OsGemeos, Nunca e Nina se juntam para repintar um muro de 700 metros.
GRAFFITI FINE ART (2013) Jared Levy gravou entrevistas com diversos artistas urbanos para o documentário “Graffiti Fine Art” e uma das questões abordadas era que se o grafite deixa as ruas e vai para dentro das galerias e museus, ainda pode ser considerado grafite?
POR JULIANA ANDRADE
12 DOCUMENTÁRIO PARA VOCÊ ENTENDER UM POUCO MAIS A HISTÓRIA DO GRAFITE
P I P O C A
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JUST TO GET A REP (2004) Há mais de trinta anos, jovens de bairros abandonados em Nova York iniciaram uma revolução pelos metrôs com uma pintura em spray. A atitude inspirou gerações, mas as autoridades e instituições estabelecidas negar continuamente o seu mérito. Essa história é contada neste documentário por artistas pioneiros.
20 ANOS DE GRAFFITI EM PARIS (2004) O titulo do documentário já diz tudo. O filme “20 Anos de Graffiti em Paris” faz uma viagem de 1983 -- quando jovens franceses entre 14 e 18 anos se inspiraram no grafite nova-iorquino -- até 2004 trazendo uma reflexão sobre as estéticas e políticas do grafite.
RASH (2005) O documentário dirigido por Nicholas Hansen mostra toda a cena do grafite e street art de Melbourn, na Austrália. São entrevistas com os artistas locais e também os grafiteiros que passaram pela cidade e deixaram a sua marca.
TATS CRU – THE MURAL KINGS (2006) Do grafite em metrôs para campanhas publicitárias. O filme fala sobre uma das “crews” mais respeitadas de NYC. São entrevistas detalhando a história que começou 25 anos atrás com três adolescentes do Bronx.
BOMB IT (2007) Dirigido pelo premiado diretor Jon Reiss, o documentário “Bomb it” estreou no Tribeca Film Festival de 2007. Jon viajou pelos cinco continentes em cidades como Cape Town, Londres, Paris, Amesterdão e São Paulo atrás dos movimentos de grafite mais importantes do mundo.
ROADSWORTH – CROSSING THE LINE (2008) Um artista de montreal que espalha a sua marca pela cidade é processado e luta para defender seu trabalho como liberdade de expressão.
LIXA
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Foto: Divulgação - Buena Vista Pictures
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m traço da identidade cultural brasileira é roubar, digerir e adaptar o que vem de fora. Não somente nas artes como fizeram nossos modernistas antropófagos da primeira metade do século XX, nem na música como fizeram nossos tropicalistas na década de 1960, mas também no esporte. O futebol pode ter sido inventado pelos ingleses, mas nós temos Pelé. E no skate, como mostra o documentário “Vida sobre rodas” de Daniel Baccaro, que estréia dia 26 de novembro nos cinemas, temos Bob Burnquist, Lincoln Ueda, Sandro Dias e Cristiano Mateus. Eles não inventaram o skate, mas criaram um estilo nacional, ousado e vanguardista que não deixa nada a desejar para as principais figuras americanas do esporte como Tony Hawk e Christian Hosoi. Como conta o filme, é no começo da década de 80 que as sementes são plantadas, quando os primeiros skates chegam à cidade de São Paulo e Hosoi, um ídolo da época, visita o Brasil para demonstrar o que é possível fazer sobre rodas. Logo depois, surgem adeptos em São Paulo e no Grande ABC. Ligados à cultura punk, eles tomam lugares como o Parque do Ibirapuera e o Parque Antonio Pezzolo em Santo André. Lá, pioneiros da periferia como Thron e Glauco Veloso, criavam a cultura do skate no Brasil na base do improviso e da rebeldia, como mostra o episódio da revolta criada em 1988, quando o então prefeito Jânio Quadro proibiu o skate em
Foto: Jean Paulo Lasmar
São Paulo. Já no começo dos anos 90, Bob Burnquist, Cristiano Mateus e Sandro Dias tornam-se os expoentes de uma nova e jovem geração que aparece nas pistas verticais. São eles que abrem os caminhos para o estilo brasileiro e o evoluem à sua maneira com manobras cada vez mais altas e arriscadas. Burnquist, por exemplo, é retratado como um viciado em adrenalina no documentário – ele é o idealizador da mega-rampa, uma descida de 27 metros de altura por extensão de 107 metros. Segundo ele, o segredo (pouco aconselhável) é se jogar primeiro e depois temer o tombo. “Vida sobre rodas” também é interessante por mostrar para o fã de esportes radicais o outro lado menos conhecido do skate brasileiro e da nossa cultura da adaptação. Nem sempre foram videogames e patrocínios milionários para nossos skatistas mais famosos, que nas suas primeiras incursões ao primeiro mundo passaram por momentos embaraçosos. Um deles aconteceu na Alemanha, na primeira competição fora do Brasil de Lincoln Ueda, mestre do estilo vertical , quando os patrocinadores das equipes internacionais viram suas marcas “pirateadas” nas roupas dele e decidiram abrir processos. Naquela época, era comum que essas marcas só chegassem aqui se fossem importadas a muito custo, o que deixava os skatistas de então sem muita opção. Mas o skate é um estilo de vida de apropriação nos mostra o filme de Baccaro. O skatista de verdade toma a cidade para si, olhando diferente para um corrimão, uma parede um pouco inclinada, um túnel, um parapeito…
Por: Daniel Bacaro - Época
“Vida Sobre Rodas” conta a trajetória do skate brasileiro nas últimas décadas através das histórias e manobras dos 4 maiores ídolos nacionais da atualidade Bob Burnquist, Cristiano Mateus, Lincoln Ueda e Sandro Dias.” Urban BR • 2015
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Skatistas se inspiram na moda street para criar looks originais! 50 Urban BR • 2015
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contat o forma com a cul tura u o estil rba od e plica q modelo Luis as adeptas na trans.A u a street e dá para in Mund, de 2 designer 4 ao loo c nina. k valo orporar ele anos, exrizand mento o a es s do Dá pa tética femidam d ra perceber e q vaidad skate não s ue as menin ão ma e. Ape is as m as que ans urban o, não ar de me eninas ve s d maqu iagem eixo de m stir de um em e arru , ter u je conta ito m nha fe Lu ita e s ar, fazer a bre m isa, que ta er oda mbém tem u original ? Outro . m blo t g solheres raço intere ssante começ por pa am a a é que m re n profis ntes e amig dar de skat uitas mue sional o inspira s . Prim m as pra nchas ente, pai qu os que and das avam d e se d gos q ue aju e surfe e sk ividia ate, m entre davam (aquel elh e n em cim impulso qu as primeira ores amie s ad se faz com u remadas Meu p o shape). m dos a i t em um o ska pés te. Ele passa do be pista d ajudou mf e de equ Porto Aleg a construir orte com re e te ipame a prim nt v Eu me e io que os de surfe e a primeira ira e skat ? cont cresci l oja e a o gógica Antonia Wa uvindo est da cidade. as his llig, co d tó o Praia M o Projeto S ocial A rdenadora- rias ole, em p r e agua, Greice Floria que at daua na meçou Lise, turis nópolis. mólog a anda a crianç a, ma r com amig de 28 ano s, cos fico os da que s u a e ru Floria mudou do nos sem an a quando nópo Rio Gr dar de ande Um a lis. do Su pois m ig l para o bowl na cas meu const ruiu u a dele namo ma pis ra em Fl ta o Come do e eu ía cei a t mos p rianópolis e de entar a meu pre m r a foto a an e jeito ? incentivaram dar e os me grafá-los. nin exp faland o que os semApren lica Greice. eu lev divert der com o ava ida e s s amig egura os é mesm um de o invest para ver se iniciar no e a forma ir em spo g o sta de equipa andar, rte, até m e n antes Por: R tos. edaçã de o Donna
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04 – A pixação pode ser considerada o movimento mais original e verdadeiro do cenário urbano brasileiro. Qual sua ligação com o movimento? Não curto muito essa idéia de mais isso ou mais aquilo. Acho que todos os movimentos tem o seu valor, a sua ideologia e o seu merito. Eu não acho que sou mais do que ninguém e também nem menos. Eu faço o meu corre e cada movimento também faz o seu. Cada movimento tem a sua importância, pelo menos para os que gostam e fazem parte dele. E cada ser humano tem o seu valor e seu merecimento. Dizer que um é mais do q o outro eu não concordo. Mas eu vim da pixação. Meus primeiros traços na rua foram fazendo pixação. Foi com a pixação que eu descobri o prazer de pintar na rua, na pixação encontrei meus primeiros amigos que tinham essa pegada de sair marcando a cidade e fazer disso suas vidas. Ganhei e perdi muitos amigos nessa. valorizo a cena e continuo amigo de todos que conheci desde o começo.
03 – Como é estar presente e atuante ainda na cena do graffiti? O que mudou do graffiti “velha-guarda” que você fez parte para hoje? Po.. é muito gratificante. Ver a cena se formar, ver ela crescer. Conhecer as pessoas que entram e se tornam parte, ver que elas acreditaram em uma parada que você também acreditou la atras e que continua acreditando… tudo muito bom. Sentir a energia dos mais jovens, da saudade da energia que eu tinha quando tinha a mesma idade. Do comeco pra ca, muita coisa mudou. A cena cresceu muito. Antes eram poucos os grafiteiros e todos eram como uma família. Com o crescimento, veio uma competição maior por espaços e fama. Começaram a rolar umas tretas e hoje é difícil você conhecer todo mundo como era antes. Mas ta legal, muitas idéias novas chegando, novas visões, novas caras. Quem ganha com isso é a cidade.
02 – Nas ruas, o seu trabalho tem quase sempre uma temática pesada, com crianças tristes, frases escorridas e em lugares muitas vezes abandonados. Uma infância que é realidade para muitos aqui no Brasil. Até que ponto o Graffiti tem o poder de fazer as pessoas enchergarem e agirem? O graffiti quando é bem executado, é como um soco na cara ou no estômago. Ele vai onde as pessoas estão. E vai também onde as pessoas não estão, mas que ja estiveram ou ainda vão estar. O graffiti tem um lance de comunicação muito forte e, geralmente os graffiteiros sao pessoas muito inquietas, que não se calam e querem falar o que pensam, que não cruzam os braços e ficam vendo as coisas acontecerem. São pessoas que lutam pelos seus direitos e por aquilo que acreditam. Por isso saem as ruas e correm todos os riscos que correm so pra deixar ali uma marca ou uma mensagem. As pessoas que estão nas ruas vendo os graffitis acabam vendo toda essa disposição e muitas vezes se identificam com aquilo porque geralmente, as insatisfacões são as mesmas. E ver que alguém ta la na disposição pra mudar também as encoraja a fazer algo, a lutar.
01 – Em muitas de suas obras, feitas apartir de colagens, você retrata um mundo de caos, desordem, carros estraçalhados e prédios que são ejetados do chão. Que importância tem a cidade de São Paulo no seu trabalho? Toda importância. A cidade de São Paulo é a cidade onde eu nasci e onde vivo. Foi em São Paulo que eu vivi a maior parte da minha vida e descobri todas as coisas importantes que me motivaram a ser a pessoa que sou. Tudo o que eu faço tem uma carga muito grande de toda a energia que São Paulo carrega. Devo a São Paulo toda a minha existência.
A T S I V E ENTR ENTREVISTAS
Por: Be Side Colors
walter
09 – Como teve contato com o Beside Colors? Através de vocês mesmo… bem legal a atitude. Eu valorizo todos os que se movimentam e criam movimentos. Até agua, parada, vira veneno. Então, tem que movimentar. Um blog já bota a galera pra se informar, discutir, pensar e ate mesmo agir. Valorizo.
08 – Atualmente o graffiti vem sofrendo uma transição muito grande. O que você acha desse movimento de pintar rooftops e laterais de prédios? Daqui em diante como você imagina a cena, qual será o próximo passo? Acho do caralho! É disso q eu gosto. Não é uma coisa que eu faço, mas valorizo muito quem faz. Acho que é isso mesmo, é tomar a cidade, porque ela é nossa. Eu to mais na pegada de fazer uns trampos mais pensados e mais trabalhados, a minha idade e as minhas responsas não me permitem mais fazer coisas assim, mas é isso que falo quando digo que eh bom ver a energia dos mais jovens na cena. O próximo passo é pintar o céu e a lua. E não pense que isso é impossível. Alguém vai fazer isso um dia e eu acho que nao vai demorar.
07 – Viver de arte urbana e murais hoje é uma realidade. O investimento e os inúmeros projetos pelo mundo mostram uma nova fase emergindo. Quais são suas expectativas quanto ao futuro dos artistas plásticos que tem trabalhos na rua? Eu aprendi a não ter muitas expectativas. Ter expectativas quase sempre acaba em frustração e stress. Acho que tudo rola por merecimento e o merecimento vem através do sangue, suor e lágrimas doados. Muitas vezes, nem quem merece tem o direito ao seu prêmio. Então, alem de se fazer merecedor, você tem que lutar com unhas e dentes por aquilo que você quer.
06 – Pra quem está nas ruas pintando, o graffiti na sua essência, illegal e contraventor, pode trazer aos seus praticantes alguns problemas com a justiça. Qual a sua posição sobre isso? Já teve alguma experiência? Já tive várias… não só com o graffiti, mas também sendo parte do movimento punk e do skate, ja fui muito enquadrado e fichado. Já dormi na delegacia algumas vezes, mas isso tudo faz parte. Se você quiser ganhar elogios do sistema, seja o funcionário do ano numa repartição pública. O graffiti é pra quem é contra e não tem medo da repressão.
05 – Quais são suas principais referências? Tenho muitas e fica ate injusto citar umas e não outras… mas o movimento punk, a pixação, o graffiti, a rua e o skate são muita referência pra mim. Hakim Bey, Nietzche, Baudrillard, Van Gogh, Rauschemberg, Minerva Cuevas, Herbert Baglione, Vitché, os gemeos, Binho, Speto, Blu, Adam Neate, meus pais, Maurizio Catellan, Ai Wei Wei, Sonic Youth, Beastie Boys, Larry Clark, Mark Gonzales, Xuim, Krelos, Lixomania, Racionais, Gog, Sabotage, Kamau, Colera, Rratos de Porão, Plebe Rude, Garage Fuzz e mais uma par de gente são todos grandes referências pra mim. Se eu ficar aqui citando todos, escrevo um livro maior que a bíblia, por isso acho injusto citar so esses que citei.
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ENTREVISTAS
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onsiderado um dos principais nomes em arte urbana do país, Eduardo Kobra finalmente une seu trabalho à moda. Reconhecido mundialmente, o grafiteiro precisou negar um convite semelhante durante a London Fashion Week. Na época, estava em Los Angeles, nos EUA, onde produzia seus imensos murais. Há 26 anos, ele usa as ruas para estampar sua linguagem. Enquanto finalizava detalhes de sua pintura tridimensional dentro do SPFW Inverno 2014, Kobra falou sobre a imersão da estética urbana em territórios privados e a sensação de produzir sendo observado. As obras – um painel de 20 metros quadrados, um carro e três camisetas – marcam a entrada da Hot Wheels na semana de moda e dão ainda mais cor ao evento.
Hoje alguns são referências, como o Banksy. Para mim, ele é o mais importante, muito à frente dos outros. O que eu acho engraçado no Banksy é que ele vai lá, apenas com uma tinta preta e um estêncil e consegue fazer o trabalho mais interessante, sendo o mais simples. Quais artistas te inspiram? Sou autodidata. Entrei em uma galeria pela primeira vez por volta dos 25 anos de idade. Então, obviamente, minhas referências são os próprios grafiteiros. Hoje alguns são referências, como o Banksy. Para mim, ele é o mais importante, muito à frente dos outros. O que eu acho engraçado no Banksy é que ele vai lá, apenas com uma tinta preta e um estêncil e consegue fazer o trabalho mais interessante, sendo o mais simples. Tem um italiano sensacional, chamado Blu, que é um dos melhores. Também sigo outras tendências artísticas, como as pinturas anamórficas sobre outros pavimentos, em 3D. Aí minhas referências são o Kurt Wenner e o Julian Beever. Já em murais, acho que a estrutura do meu trabalho tem um pouco de Diego Rivera e Gabriel Orozco, que são os muralistas mexicanos.
Enquanto muitos artistas pensam em sair das galerias, o grafite tem feito um caminho oposto. Como você vê essa inversão de valores Por: Raisa Carlos de Andrad na arte? No meu caso, isso aconteceu naturalmente. A gente vê artistas reconhecidos, como o casos dos Gêmeos, que já pintaram em lugares importantes e não deixaram de pintar as ruas. No meu caso, também é assim. Posso estar em qualquer galeria que meu trabalho permanece nas ruas da cidade e justamente é o que me dá mais prazer. Para mim, é o principal museu, a principal galeria, o ambiente mais democrático. Eu não vejo nenhum problema em sair das ruas e ir para um lugar restrito. Contanto que você permaneça nas ruas. Obviamente que hoje existe um movimento contrário, muitos artistas percebem essa visibilidade e já colocam o trabalho na rua em busca de um convite para galerias, marcas… A rua possibilita tudo isso, mas os verdadeiros artistas de rua permanecem ali. Eu nunca tive preconceito em fazer trabalhos em ambientes restritos. Você já é acostumado a criar de uma forma exposta. No SPFW é diferente? Na realidade, não faço muitos eventos. Estou sempre pintando, mas nas ruas. As pessoas passam rapidamente, mas quando percebem, o trabalho já está pronto. Aqui está sendo interessante porque as pessoas estão passando, reconhecendo a linguagem, falando sobre o trabalho da Avenida Paulista. Por rosto, as pessoas não me reconhecem, reconhecem pela linguagem. Isso é muito legal, perceber que mesmo com as vidas estressantes, as pessoas estão prestando atenção nas obras da cidade.
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5 – Muitos estrangeiros já documentaram o movimento, já expuseram em galerias e marcas já utilizam da estética da pixação em alguns de seus produtos. É correto dizer que a pixação é mais aceita como manifestação artistica e social hoje em dia? A pixação tem o seu dois lados, como tudo na vida. E não e a toa que muitos gringos e até quem não é do movimento usam e abusam da estética que pra mim já fui muito clonada. Até por brasileiros bem nascidos que criticavam e agoram copiam, pensando pelo lado da estética, do design e da tipografia. 6 – Quais são as boas e más lembranças que teve da pixação? Quais experiências que ficaram na sua memória? As más lembranças é o fato de alguns nos copiar, ganhar em cima de nós e ao mesmo tempo nos denegrir. As boas são as amizades que cultivamos ao longo desse tempo. 7 – O que aprendeu com a pixação? O que diria para os mais novos que estão entrando no movimento agora? Aprendi que o pixo é muito mais que o pixo. E para os mais novos, respeito com os demais.
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8- Quais são suas referências da rua? As minhas referências foram o #DI#, “Aloprados”,os dois “Tchentchos”,o “Guarda Chuva” que era o primeiro, o dos predios que é o “Mauro”, o “Xuim”, “Juneca”, “Skiloucos” entre outros.
ENTREVISTAS
ENTREVISTA
pgmeus Por: Beside Colors
1 – Quando surgiu o interesse na pixação? Qual a origem do nome Pigmeus? O interesse pelo pixo começou bem cedo na minha vida. Eu tinha uns 13 anos quando eu estava dentro de um ônibus com a minha mãe e vi os manos que lançam “Os Canadias” fazendo um pixo, de dia mesmo. Foi paixão a primeira vista. Isso era em 1989 ou 1988. O rolê Pigmeus foi fundado em 1989 e eu entrei e 1990, quem me colocou foi o Cal e o Beto. O nome é por que nos éramos todos bem pivetes mesmo. 2 – A pixação muitas vezes é o único lazer/esporte de diversas pessoas que crescem numa cidade de desigualdades, de falta de incentivo, de ausência de cuidados com a periferia. A pixação seria o escape, um modo de protestarem e mostrarem que fazem parte da sociedade, querendo ou não a pixação está ali no muro pra quem quer ou não ver. O que é a pixação pra você? O pixo pra mim está no meu DNA. Me sinto um escriba,um caligrafo e os muros são pra mim uns pergaminhos ou papiros de concretos. 3 – O que a pixação te tirou e te proporcionou? A pixação me tirou de muita coisa errada,e me deu muitas amizades e o privilégio de conhecer a cidade inteira através desse meio. 4 – Como foi a experiência de atuar em um documentário como ‘Bomb It’? O ‘Bomb It’ foi uma experiência interessante já que era um trampo. É assim que eu encaro.
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