Boletim Epidemiológico
de
Aids
HIV/DST e Hepatites B e C do Município de São Paulo Ano XIII - No 12 - Junho 2009
PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO Gilberto Kassab – Prefeito Januario Montone – Secretário Municipal da Saúde Inês Suarez Romano – Coordenadora de Vigilância em Saúde (COVISA) Rosa Maria Dias Nakazaki – Gerente do Centro de Controle de Doenças (CCD) Boletim Epidemiológico de Aids/DST e Hepatites B e C do Município de São Paulo é uma publicação oficial da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. Elaboração: COVISA CCD – Vigilância Epidemiológica de DST/Aids Alessandra Cristina Guedes Pellini, Amália Vaquero Cervantes Uttempergher, Ana Hiroco Hiraoka, Beatriz Barrella e Dóris Sztutman Bergmann Programa Municipal de Hepatites Virais Ana Marisa Tenuta Perondi, Célia Regina Cicolo da Silva, Inês Kazue Koizume e Olga Ribas Paiva Vigilância Epidemiológica de Sífilis em Gestante e Sífilis Congênita Clóvis Prandina e Regina Aparecida Chiarini Zanetta Núcleo de Informação Cleir Aparecido Santana, José Olimpio Moura de Albuquerque, Marcello Rocha Pereira, Márcia Costa Dobrowoski, Mari Oda, Marcus Ney Pinheiro Machado e Renato Passalacqua PROGRAMA MUNCIPAL DE DST/AIDS Setor de Informação Denise Brandão de Assis, Maria Elisabeth de Barros Reis Lopes e Silvana Takahashi Colaboração: CCD Ana Maria Bara Bresolin e Neli Gomes de Brito Núcleo Técnico de Comunicação em Vigilância Epidemiológica Paulo Roberto Marques Programa de Aprimoramento de Informação em Mortalidade (PRO-AIM) Iracema Ester do Nascimento, Katsue Shibao e Mauro Taniguchi Coordenação de Epidemiologia e Informação (CEINFO) Maria Cristina Haddad Martins Produção Editorial: Programa Municipal de DST/Aids - Setor de Comunicação Luciana Oliveira Pinto de Abreu, Pedro Zavitoski Malavolta e Roberto Ramolo Produção Gráfica: Olho de Boi Comunicações Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo – SMS/SP Rua General Jardim, 36 – 4º andar Vila Buarque – CEP 01223-010 Telefone: 55 11 3397-2191 www.dstaids.prefeitura.sp.gov.br CCD – COVISA - SMS/SP Rua Santa Isabel, 181 – 4º andar Vila Buarque – CEP 01221-010 Telefone: 55 11 3397-8206/8304 www.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/vigilancia_saude Ano XIII nº12 – Junho de 2009 – Periodicidade anual
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HIV/DST e Hepatites B e C do Município de São Paulo Ano XIII - No 12 - Junho 2009
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Índice
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APRESENTAÇÃO_ _____________________________________________________________09 EDITORIAL__________________________________________________________________________________________10 PARTE I – HIV/AIDS Capítulo I – HIV/ AIDS__________________________________________________________________ 12 I - Vigilância Epidemiológica do HIV____________________________________________________________ 12 Tabela I. Casos (Nº e %) de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais, _____________________________________12 segundo sexo, razão de sexo e ano do diagnóstico. Tabela II. Número e porcentagem (N° e %) de casos de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais, segundo faixa etária e ano do diagnóstico._________________________13 Gráfico 1. Distribuição de casos de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais, segundo faixa etária e ano do diagnóstico.________________________________________14 Tabela III. Número e porcentagem (N° e %) de casos de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais, segundo escolaridade e ano do diagnóstico._______________________________________14 Tabela IV. Número e porcentagem (N° e %) de casos de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais, segundo categoria de exposição hierarquizada e ano do diagnóstico. ___________________15 Gráfico 2. Número de casos de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais, do sexo masculino, por categoria de exposição hierarquizada e ano do diagnóstico.________________________________________16 Gráfico 3. Número de casos de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais, sexo feminino, por categoria de exposição hierarquizada e ano do diagnóstico._________________________________________16 Tabela V. Número e porcentagem (N° e %) de casos de infecção pelo HIV segundo tipo de unidade notificante._______________17 Tabela VI. Número de casos de infecção pelo HIV segundo sexo, razão de sexo e unidade notificante._______________________17 Tabela VII. Número e porcentagem (N° e %) de casos de infecção pelo HIV segundo ano do ______________________________18 diagnóstico e intervalo de tempo entre o diagnóstico e a notificação de HIV. Tabela VIII. População de 15 a 49 anos, número de casos de HIV/Aids estimados e notificados e __________________________18 proporção de casos notificados em relação aos estimados segundo ano do diagnóstico. II - Vigilância Epidemiológica de Aids Adulto e Criança_______________________________________________ 19 Tabela I. Duplicidades detectadas nos bancos de dados de aids adulto e criança do SINAN W. e NET._ _______________________21 Tabela II. Casos de óbito não notificados no banco de aids adulto e criança por ano de óbito._____________________________22 Tabela III. Casos sem a data de óbito, notificados no banco de aids adulto e criança por ano de óbito.______________________22 III – Análise Epidemiológica de Aids Adulto e Criança________________________________________________ 24 Tabela I. Total de casos de aids notificados e coeficiente de incidência segundo ________________________________________24 sexo e ano de diagnóstico, com razão de sexo. Gráfico I. Total de casos de aids notificados segundo sexo, ano de diagnóstico e razão de sexo.____________________________25 Tabela II. Casos de aids (Nº e %) segundo faixa etária, sexo e época do diagnóstico.____________________________________26 Tabela III. Casos de aids (Nº e %) segundo raça/cor, sexo e ano diagnóstico._ _________________________________________27 Gráfico 2. Distribuição de casos de aids, sexo masculino segundo raça/cor e ano diagnóstico._ ____________________________27 Gráfico 3. Distribuição de casos de aids, sexo feminino segundo raça/cor e ano diagnóstico._ _____________________________28 Tabela IV. Casos de aids (Nº e %), em indivíduos com 19 anos de idade ou mais ________________________________________28 segundo escolaridade e época do diagnóstico.
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Gráfico 4. Distribuição de casos de aids, sexo masculino, segundo escolaridade e ano de diagnóstico._______________________29 Gráfico 5. Distribuição de casos de aids, sexo feminino, segundo escolaridade e ano de diagnóstico.________________________29 Tabela V. Casos de aids (Nº e %), em maiores de 13 anos de idade do sexo masculino, segundo ____________________________30 categoria de exposição hierarquizada e época do diagnóstico. Tabela VI. Caso de aids (N° e %) em maiores de 13 anos de idade do sexo feminino, ____________________________________30 segundo categoria de exposição hierarquizada e época do diagnóstico. Tabela VII. Casos de aids (N° e %) em menores de 13 anos de idade, segundo _ ________________________________________31 categoria de exposição hierarquizada e época do diagnóstico. Gráfico 6. Proporção de casos de aids no sexo masculino e feminino, em indivíduos com 13 anos __________________________31 de idade ou mais, segundo categoria de exposição (exceto ignorados) e agrupamentos de anos de diagnóstico. Tabela VIII. Casos de aids (N° e %) segundo Coordenadoria de Saúde e Supervisão de Saúde e ____________________________32 agrupamento de anos do diagnóstico. Tabela IX. Casos de aids (N° e %), por categoria de exposição hierarquizada segundo _ __________________________________33 Coordenadoria de Saúde e Supervisão de Saúde. Tabela X. Casos e óbitos por aids reportados ao ano calendário de diagnóstico e ________________________________________34 taxa de letalidade segundo sexo. Tabela XI. Óbitos por aids por ano de ocorrência, razão de sexo e taxa de mortalidade segundo sexo.________________________35 Gráfico 7. Taxa de mortalidade por aids, segundo sexo e ano de ocorrência do óbito._____________________________________36 Tabela XII. Principais causas de morte._________________________________________________________________________36 Tabela XIII. Principais causas de morte por sexo._________________________________________________________________37 Tabela XIV. Óbitos por aids (Nº e %) e Coeficiente de mortalidade (C.M.) segundo faixa etária _____________________________38 e ano de ocorrência do óbito. Tabela XV. Óbitos por aids (Nº e %) segundo raça/cor e ano de ocorrência do óbito._____________________________________38
Capítulo II – Gestante HIV e Criança Exposta__________________________________________________________38 I – Análise do Sistema de Informação de Gestantes HIV+ e Crianças Expostas: Mudanças _____________________________38 e Melhoria de Qualidade do Banco de Dados no Município de São Paulo Tabela I. Distribuição dos casos de crianças expostas, segundo ano de nascimento e ____________________________________40 encerramento do caso antes e após a intervenção no banco de dados. Tabela II. Porcentagem de notificações de casos de crianças expostas infectadas em ____________________________________41 relação às expostas segundo ano de nascimento, antes e após a intervenção no banco de dados. Gráfico 1. Proporção de crianças expostas infectadas, segundo ano de nascimento.______________________________________41 II – Análise Epidemiológica de Gestantes HIV e Crianças Expostas_ _______________________________________________42 Tabela I. Número de casos notificados de gestante HIV+ segundo ano de notificação.____________________________________42 Gráfico 1. Número de casos notificados de gestante HIV+ segundo ano de notificação._ __________________________________42 Tabela II. Estimativa de partos em gestantes HIV+, número de notificações de gestantes HIV+/crianças _____________________43 expostas e estimativa de subnotificação de gestantes HIV+/crianças expostas segundo ano de parto. Gráfico 2. Número de casos estimados e número de casos de gestantes HIV+/crianças expostas ____________________________43 notificados segundo ano de parto. Tabela III. Número e porcentagem de casos notificados de gestante HIV+ segundo época de ______________________________44 evidência laboratorial do HIV e ano de notificação.
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Gráfico 3. Número de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta _ __________________________________________44 segundo época da evidência laboratorial do HIV e ano de parto. Tabela IV. Número e porcentagem (Nº e %) de casos diagnosticados no momento do parto _ ______________________________45 segundo a forma de evidência laboratorial do HIV utilizada e ano de notificação. Gráfico 4. Número de notificações de gestantes HIV+ segundo indicação de cesária e ano de parto._________________________45 Tabela V. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ segundo________________________________46 realização de prénatal (PN) e ano de notificação. Tabela VI. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ ______________________________________46 segundo a evolução da gravidez e ano de parto. Tabela VII. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ _____________________________________47 segundo uso de ARV no prénatal (PN) e ano de notificação. Gráfico 5. Porcentagem de casos notificados de gestante HIV+ segundo utilização de ____________________________________47 ARV no prénatal e ano de notificação. Tabela VIII. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+_____________________________________48 segundo uso de ARV durante o parto e ano de parto. Gráfico 6. Número de casos notificados de gestante HIV+ segundo uso de ARV durante o parto e ano de parto.________________48 Tabela IX. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta, _______________________49 segundo início do AZT na criança e ano de nascimento. Tabela X. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta em _____________________49 relação ao uso de AZT solução oral segundo tempo total de uso de AZT na criança e ano de nascimento. Gráfico 7. Número de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo início do AZT _________________________50 na criança e ano do nascimento. Gráfico 8. Casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo tempo total de uso AZT solução ___________________50 oral na criança e ano de nascimento. Tabela XI. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta _______________________51 segundo aleitamento materno e ano de nascimento. Tabela XII. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta _ _____________________51 segundo o encerramento do caso e ano de nascimento. Gráfico 9. Casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo aleitamento materno e ano do nascimento.___________52 Gráfico 10. Porcentagem de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo _______________________________52 encerramento do caso e ano do nascimento. Gráfico 11. Casos notificados de HIV/Aids em menores de 5 anos segundo ano do diagnóstico._____________________________53
PARTE II – DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) Tabela I. Casos de DST notificados (N° e %) segundo faixa etária e sexo.______________________________________________55 Tabela II. Casos de DST notificados (N° e %) segundo sexo e diagnóstico._____________________________________________55 Tabela III. Distribuição dos casos notificados de sífilis em mulheres, segundo faixa etária e condição de gravidez._____________56 Tabela IV. Casos de DST notificados (N° e %) segundo Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS), _________________________57 Coordenadoria de Saúde (CRS) e tipo de unidade notificante.
PARTE III – GESTANTE COM SÍFILIS E SÍFILIS CONGÊNITA Capítulo I – Vigilância Epidemiológica da Sífilis na Gestação e Sífilis Congênita _________________ 59
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PÁG Gráfico 1. Casos de gestante com sífilis segundo Coordenadorias de Saúde (CRS) e ano de notificação._______________________59 Tabela I. Casos de gestantes com sífilis segundo Coordenadorias de Saúde (CRS) e respectivas _____________________________60 Supervisões de Vigilância (SUVIS) notificantes e ano de notificação. Tabela II. Casos de gestantes com sífilis segundo características dos casos. _ __________________________________________61 Tabela III. Casos de gestantes com sífilis segundo características do prénatal.__________________________________________62
Capítulo II – Sífilis Congênita_ ________________________________________________________________________63 Gráfico 1. Coeficiente de incidência de sífilis congênita segundo Coordenadorias Regionais de Saúde de residência.____________63 Tabela I. Casos notificados de sífilis congênita (número e coeficiente de incidência por __________________________________64 1000 nascidos vivos) segundo CRS e Respectivas SUVIS de residência e ano de nascimento. Tabela II. Casos de sífilis congênita segundo características da mãe e ano de nascimento.________________________________66 Tabela III. Casos de sífilis congênita segundo características do prénatal e ano de nascimento.____________________________67 Tabela IV. Casos de sífilis congênita segundo características da criança e ano de nascimento.______________________________68 Tabela V. Casos de sífilis congênita segundo tratamento realizado._ __________________________________________________69
PARTE IV – ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO À MATERIAL BIOLÓGICO Capítulo I - Vigilância Epidemiológica_____________________________________________________ 71 Gráfico 1. Número de profissionais que sofreram acidentes ocupacionais com exposição __________________________________71 à material biológico segundo ano de ocorrência. Gráfico 2. Proporção de acidentes ocupacionais com material biológico segundo o tipo de exposição._______________________72 Gráfico 3. Número de casos de acidentes ocupacionais com material biológico segundo circunstâncias do acidente.____________72 Gráfico 4. Total de casos de funcionários acidentados com material biológico segundo situação ____________________________73 vacinal para Hepatite B. Tabela I. Casos de acidentes ocupacionais com material biológico (Nº e %) segundo ocupação do indivíduo acidentado.________73 Tabela II. Distribuição dos casos (Nº e %) de acidentes com exposição à material biológico notificados no SINABIO, segundo ano de ocorrência e evolução do caso._ _____________________________________74 Tabela III. Distribuição dos casos (Nº e %) de acidentes com exposição à material biológico notificados ____________________74 no SINAN NET, segundo ano de ocorrência e evolução do caso. Tabela IV. Total de casos notificados (Nº e %) segundo principais unidades notificantes.__________________________________75 Tabela V. Distribuição dos casos notificados (Nº e %) de acidente com exposição à material biológico, ______________________75 segundo vínculo empregatício do acidentado. Tabela VI. Distribuição dos casos notificados (Nº e %) de acidente com exposição à material biológico, _____________________76 segundo vínculo empregatício do acidentado.
Capítulo II - Recomendações para profilaxia do HIV após acidentes de__________________________ 76 trabalho com exposição à material biológico Capítulo III - Profilaxia para Hepatite B após exposição ocupacional e recomendações para o ______ 77 acompanhamento sorológico do VHB e VHC por ocasião do acidente com material biológico Quadro 1. Esquema Vacinal Pré-Exposição para Profissionais de Saúde.________________________________________________78 Quadro 2. Recomendações para profilaxia de Hepatite B após exposição ocupacional a Material Biológico.____________________79
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Quadro 3. Acompanhamento sorológico pós-exposição ocupacional à material biológico – Vírus da Hepatite B.________________80 Quadro 4. Exposição ocupacional ao vírus da Hepatite C (VHC).______________________________________________________81
PARTE V – HEPATITES B e C Gráfico 1. Número de casos notificados de Hepatite B segundo presença de marcadores __________________________________83 sorológicos e ano de notificação. Gráfico 2. Número de casos notificados de Hepatite C segundo presença de marcadores __________________________________84 sorológicos e ano de notificação. Tabela I. Casos notificados (Nº e %) de Hepatite B segundo informação de coinfecção com o HIV.__________________________85 Tabela II. Casos notificados (Nº e %) de Hepatite C segundo informação de coinfecção com o HIV._________________________85 Gráfico 3. Porcentagem de casos notificados de hepatite B e C segundo informação de coinfecção com o HIV._________________85
PARTE VI – OUTROS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA Capítulo I – Sistema de Vigilância em serviços (VIGISERV)____________________________________ 87 Tabela I. Pacientes matriculados na RME segundo diagnóstico principal._______________________________________________87 Tabela II. Pacientes matriculados na RME segundo evolução.________________________________________________________88 Tabela III. Pacientes matriculados na RME segundo unidade de atendimento e sexo._____________________________________88 Tabela IV. Pacientes em seguimento ambulatorial na RME segundo diagnóstico principal._________________________________89 Tabela V. Pacientes em seguimento ambulatorial na RME com diagnóstico de HIV/AIDS segundo ___________________________89 diagnóstico secundário (coinfecção). Tabela VI. Pacientes em seguimento ambulatorial na RME segundo raça/cor._ __________________________________________89 Tabela VII. Pacientes em seguimento ambulatorial na RME segundo unidade de atendimento e sexo.________________________90 Tabela VIII. Crianças em seguimento ambulatorial na RME segundo raça/cor.___________________________________________90 Tabela IX. Crianças em seguimento ambulatorial na RME segundo diagnóstico principal.__________________________________90 Tabela X. Crianças em seguimento ambulatorial na RME segundo unidade de atendimento e sexo._ _________________________91
Capítulo II – Estatísticas de sorologias_ ___________________________________________________ 91 Gráfico 1. Número de pessoas testadas e número de pessoas com sorologia ____________________________________________91 positiva pelo método Elisa na RME em DST/Aids. Gráfico 2. Número de pessoas testadas e número de pessoas com sorologia_ ___________________________________________92 positiva pelo Teste Rápido Diagnóstico na RME em DST/Aids. Gráfico 3. Relação entre quantidade de pessoas testadas para o HIV por Teste Rápido Diagnóstico (TRD)_____________________92 e o total de pessoas testadas para HIV na RME de DST/Aids. Gráfico 4. Quantidade de pessoas testadas para o HIV por Teste Rápido Diagnóstico (TRD)_ _______________________________93 e por Elisa segundo a região da unidade da RME em DST/Aids. Gráfico 5. Número de pessoas testadas e número de pessoas com ____________________________________________________93 sorologia positiva para sífilis na RME em DST/Aids. Gráfico 6. Número de pessoas testadas e número de pessoas com_ ___________________________________________________94 sorologia positiva para Hepatite B na RME em DST/Aids. Gráfico 7. Número de pessoas testadas e número de pessoas com ____________________________________________________94 sorologia positiva para Hepatite C na RME em DST/Aids.
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Apresentação
A vigilância epidemiológica é um conjunto de ações – informações, investigações e levantamentos - que proporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de mudanças nos fatores determinantes da saúde coletiva, com o objetivo de programar e avaliar as medidas para o controle das doenças e de situações de agravos à saúde. Nesta edição do Boletim Epidemiológico do Município de São Paulo, destacamos a redução do coeficiente de incidência e da taxa de mortalidade de aids e o aumento da porcentagem de gestantes que realizaram pré-natal após implantação do Programa Mãe Paulistana, contribuindo para a redução do risco de transmissão vertical do HIV. Além, é claro, da melhoria na qualidade da informação. Vale ressaltar, a conscientização dos profissionais da saúde sobre a importância da notificação destes casos, que são decisivas na visualização destes agravos como problema de saúde pública, além do reforço às ações de prevenção, controle e tratamento do HIV/aids, DST, sífilis congênita e hepatites B e C, subsidiando o aporte de insumos para diagnóstico e tratamento. Apesar dos bons resultados, a Secretaria Municipal da Saúde mantém-se “vigilante” para reduzir a incidência do HIV/ Aids, DST e Hepatites e melhorar a qualidade de vida da população, sempre contando com as parcerias com os diversos setores e organizações sociais. Januario Montone Secretário Municipal da Saúde de São Paulo
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Editorial
O Boletim Epidemiológico de Aids, HIV, DST e Hepatites B e C do Município de São Paulo no 12, publicado em 2009, apresenta informações sobre aids, HIV+, gestante HIV+ e criança exposta, doenças sexualmente transmissíveis (DST), acidentes de trabalho com exposição a material biológico, hepatites B e C, gestante com sífilis e sífilis congênita notificadas e atualizadas até dezembro de 2008 no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Nesta versão, o Boletim está organizado em capítulos temáticos com a apresentação da análise dos dados epidemiológicos relacionada a esses agravos. O relacionamento de banco de dados (mortalidade e notificação), a busca ativa das informações para o encerramento de casos de gestantes HIV e de crianças expostas, o acesso aos resultados dos exames laboratoriais com o conhecimento dos casos de gestantes com sífilis não notificados, além da limpeza rotineira das inconsistências e completude do SINAN, propiciaram a redução da subnotificação dos casos de aids e sífilis e a melhoria na qualidade das informações. Os dados mostram tendência de queda do coeficiente de incidência para aids a partir de 2000 em ambos os sexos. Observa-se o crescimento do número de casos em indivíduos com 50 anos e mais, que pode ser interpretado pelas mudanças na sexualidade e avanços tecnológicos, como drogas que atuam no desempenho sexual, reposições hormonais, injeções e próteses penianas, que aumentaram a qualidade e a freqüência das relações sexuais entre os mais velhos. Desde meados da década de 90, observa-se queda do número de óbitos e da letalidade para ambos os sexos, mais acentuada a partir de 2004, provavelmente devido à introdução de antirretrovirais mais potentes. A taxa de mortalidade também apresenta uma importante redução a partir de 2000. A porcentagem de gestantes HIV+ que realizou pré-natal aumentou acentuadamente nos anos de 2007 e 2008, após a implantação do Programa “Mãe Paulistana” no município, atingindo o patamar de 90% das gestantes que foram notificadas como portadoras do HIV. A realização do pré-natal com qualidade é extremamente importante para a redução do risco de transmissão vertical do HIV. Os autores salientam que a interpretação dessas informações deve ser feita com cautela, considerando-se que os dados inclusos no Boletim são sujeitos a revisão, devido ao constante trabalho de limpeza e resgate das informações notificadas para a complementação dos bancos de dados (SINAN). Particularmente, nos anos de 2007 e 2008, ainda é aguardada a inclusão de um número expressivo de novas notificações pelo Centro de Controle de Doenças - Coordenação de Vigilância em Saúde (CCD – COVISA). Em relação aos acidentes de trabalho com exposição a material biológico, observa-se que os profissionais mais envolvidos neste tipo de acidente são os da área de enfermagem, que se acidentam por meio de exposição percutânea. A baixa porcentagem de encerramento de acompanhamento desses casos e a necessidade de implementar medidas de prevenção levaram a uma discussão para a revisão dos fluxos de atendimento nesta situação.
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Em 2008 houve um aumento de 90,4% no número de notificações de gestantes com sífilis quando comparado a 2007, aproximando-se da meta pactuada pelo Estado na Programação de Ações de Vigilância em Saúde (PAVS) do governo federal, estabelecida em um aumento de 100% destas notificações para o município de São Paulo. Esse aumento ocorreu em todas as Coordenadorias de Saúde como resultado do empenho dos profissionais da Vigilância na captação e monitoramento da gestante durante o pré-natal, a partir da vigilância laboratorial. O coeficiente de incidência de sífilis congênita no município foi de 1,8/1000 nascidos vivos em 2006 e aumentou para 2,1/1000 nascidos vivos em 2007, refletindo num primeiro momento uma diminuição da subnotificação. As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Estudo de base populacional realizado no município de São Paulo em 1996 estimou a prevalência da hepatite pelo vírus B em 5,94% e 1,42% para a hepatite pelo vírus C (Focaccia, 1998). Considerando-se a magnitude destes agravos, o Programa Municipal das Hepatites Virais, implantado em 2003, tem como prioridade a organização das ações de prevenção, de assistência e de vigilância epidemiológica aos portadores dos vírus das hepatites B e C. Dados do SINAN-Net apontam que cerca de 80% dos casos notificados não apresentam a coinfecção com o HIV, o que evidencia a necessidade de ampliação da rede assistencial para o atendimento dessa demanda. Ao mesmo tempo o contingente de coinfectados preocupa, visto que as doenças hepáticas crônicas decorrentes da infecção pelos vírus B e C são causas importantes de morbidade e de mortalidade em pacientes infectados pelo HIV. A proposta deste Boletim é de que suas informações possam apoiar a implementação de políticas públicas que possibilitem realizar o diagnóstico precoce, o atendimento adequado, reduzir a transmissão e, por consequência, a incidência destes agravos, melhorando a qualidade de vida da população. As informações contidas neste boletim estão disponibilizadas no site: www.dstaids.prefeitura.sp.gov
Rosa Maria Dias Nakazaki Centro de Controle de Doenças – CCD/COVISA Gerente
Maria Cristina Abbate Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo Coordenadora SMS - PMSP
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Parte I - HIV/AIDS Capítulo I - HIV/AIDS I - Vigilância Epidemiológica do HIV A partir do final do ano de 2002, os Programas Municipal e Estadual de DST/Aids de São Paulo passaram a recomendar a notificação dos casos de sorologia positiva para o HIV, mas não a tornaram compulsória. Em razão disto, existe uma grande subnotificação dos casos de HIV+. A instituição da notificação compulsória dos indivíduos HIV+ no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) vem sendo discutida por órgãos de vigilância e informação da Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA) do município de São Paulo. As notificações de HIV+ em pessoas que constavam anteriormente no banco do SINAN como casos de Aids não foram mantidas neste banco. Da mesma forma, a equipe de vigilância de HIV/Aids do município de São Paulo optou por excluir as notificações de HIV+ de indivíduos notificados como casos de Aids até seis meses após a notificação do HIV. A justificativa para essa medida se baseia na demora para notificação de Aids, em função da complexidade no fluxo de atendimento nos serviços de saúde especializados do município. Assim, o diagnóstico de Aids estaria sendo feito simultaneamente ao de HIV e, então, só seria aceita a notificação de Aids. No SINAN foram notificados 11.577 casos de indivíduos com sorologia positiva para o HIV entre 1983 e 2008, sendo 4274 (36,9%) mulheres e 7303 (63,1%) homens. A razão de sexo foi de 1/1 até 2002, e depois passou a 2/1 (Tabela I).
Tabela I. Casos (Nº e %) de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais segundo sexo, razão de sexo e ano do diagnóstico. Município de São Paulo, 1983-2008*. Ano do diagnóstico
Sexo Masculino Feminino nº
nº
1983-2000 1143 886 332 2001 405 2002 593 425 2003 906 518 2004 815 495 2005 853 462 2006 770 396 392 2007 991 2008 827 368 Total 7303 4274
Total nº
Razão de sexo M/F
2029 1/1 737 1/1 1018 1/1 1424 2/1 1310 2/1 1315 2/1 1166 2/1 1383 2/1 1195 2/1 11577
Fonte: SINAN W / NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
A faixa etária predominante das notificações de HIV+ encontra-se entre 20 e 29 anos, seguida da faixa etária entre 30 e 39 anos. Todavia, vem ocorrendo um crescimento na proporção de casos nas faixas de 40 a 49 e 50 a 59 anos (Tabela II, Gráfico 1).
12
714
258
59
15
0
30 a 39
40 a 49
50 a 59
60 a 69
70 e +
2029 100,0
-
%
14,8
36,2
38,8
5,2
0,1
737 100,0
1
0,5
32 4,3
109
267
286
38
nº
2001
0,7 4
2,9
12,7
35,2
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Total
856 42,2
20 a 29
6,3
%
nº
127
13 a 19
Até 2000
Faixa etária
%
0,1
1,0
3,7
15,2
38,3
36,6
5,0
1018 100,0
1
10
38
155
390
373
51
nº
2002 %
0,1
1,0
1424 100,0
2
14
51
nº
nº 3,7
%
2006
3,9 43
%
2005 %
nº
0,2
1,5
5,4
16,0
0,2
1,0
5,2
1315 100,0
3
13
68
215 16,3
37,1 474 36,0
0,4
1,6
5,7
1166 100,0
5
19
66
213 18,3
0,6
1,4
5,8
1383 100,0
8
19
80
243 17,6
0,7
1,6
7,4
15,9
35,6
37,8
0,3
1,2 11577 100,0
30
133
560 4,8
1838
34,0 4117 17,0
% 527 4,6
nº
Total
35,6 4372
1195 100,0
8
19
89
203
382 32,8 486 35,1 406
3,7
%
2008
56 4,0 44
nº
2007
35,1 491 37,3 438 37,6 491 35,5 426
1310 100,0
2
20
71
209
36,0 486 16,4
%
62 4,7
nº
2004
Ano do diagnóstico
38,7 460
3,9
57 4,0
233
512
551
55
nº
2003
Tabela II. Número e porcentagem (N° e %) de casos de infecção pelo HIV, em indivíduos com 13 anos ou mais, segundo faixa etária e ano do diagnóstico. Município de São Paulo, 1983 a 2008*.
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
13
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 1. Distribuição de casos de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais segundo faixa etária e ano do diagnóstico. Município de São Paulo, 1983-2008*. 2008 2007
13 a 19
2006
20 a 29
2005 Ano do Diagnóstico
30 a 39
2004
40 a 49
2003
50 a 59
2002
60 a 69
2001
70 e +
Até 2000 0%
50%
100%
Faixa Etária Fonte: SINAN W / NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
O aumento da proporção de casos de HIV+ em indivíduos com escolaridade entre 8 e 11 anos vem se acentuando em ambos os sexos, em detrimento das faixas de 1 a 3 e 4 a 7 anos de escolaridade, nas quais as proporções apresentam sinais de queda (Tabela III).
Tabela III. Número e porcentagem (N° e %) de casos de infecção pelo HIV, em indivíduos com 13 anos ou mais, segundo escolaridade e ano do diagnóstico. Município de São Paulo, 1983-2008*. Sexo
Ano do
diagnóstico
Escolaridade Nenhuma
1 a 3a
4 a 7a
8 a 11a
12a e mais
Ignorada
Total
%
nº
%
nº
%
nº
%
nº
%
nº
%
1983-2000
6
0,5
113
9,9
264
23,1
287
25,1
223
19,6
249
21,8
2001
3
0,7
38
9,4
123
30,4
143
35,3
52
12,8 46
11,4 405
2002
7
1,2
60
10,1
172
28,9
198
33,3
80
13,4
78
13,1
595
2003
10
1,1
70
7,7
226
24,9
319
35,1
113
12,4
170
1,9
908
2004
9
1,1
50
6,1
187
22,9
320
39,0
117
14,4
132
16,2
815
Masculino
nº
1142
2005
7
0,8
55
6,4
184
21,6
297
34,8
181
21,2
129
15,1
853
2006
12
1,6
31 4,0
161
20,9
296
38,4
163
21,2
107
13,9
770
2007
2
0,2
32
3,2
147
14,8 451 45,5
172
17,6
187
18,9
991
2008
8
1,0
30
3,6
112
13,5
361 43,7
153
18,5
163
19,7
827
1987 - 2000
19
2,1
150
16,9
266
30,0
204
23,0
66
7,4
181
20,4
886
2001
7
2,1
63
19,0
122
36,7
84
25,3
11
3,3 45
13,6
332
2002
10
2,4
61
14,4
153
36,0
106
24,9
15
3,5
80
18,8 425
2003
12
2,3
64
12,3
195
37,6
143
27,6
24 4,6
80
15,4
2004
15
3,0
59
11,9
158
31,9
144
29,1
27
5,5
92
18,6 495
2005
9
1,9 45
9,7
157
34,0
145
31,4
22 4,8
84
18,2 462
Feminino
518
2006
6
1,5
34
8,6
122
30,8
118
29,8
23
5,8
93
23,4
396
2007
4
1,0
23
5,9
115
29,3
157 40,0
14
3,6
79
20,2
392
2008
3
0,8
17 4,6
93
25,3
148 40,2
20
5,4
87
23,6
368
Fonte: SINAN W / NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. 14
0
0
0
0
2006
2007
2008
0
2004
2005
0
2003
0
329
2008
0
386
2007
2001
304
2006
2002
292
2005
0
289
2004
Até 2000
290
2003
2
0
0
0
0
1
2
-
3
350
286
722
187
252
187
252
226
257
188
133
313
nº
0,8
1,0
0,5
-
276
299
312
361
- 412
75,0
76,3
78,8
78,1
83,2
84,4
82,4
86,1
81,5
22,6
25,4
24,2
29,5
27,7
28,4
31,7
32,8
27,4
%
Heterossexual
- 437
-
0,3
0,2
96 11,6
146 14,7
129 16,7
158 18,5
129 15,8
166 18,3
- 4
-
-
-
-
-
-
-
39,8
39,0
39,4
34,2
35,5
32,0
92 15,5
56 13,8
211
35,6
35,6
144
2001
%
2002
nº
144 12,6
%
33,4
nº
Bissexual
382
Até 2000
Homossexual
7
12
8
14
10
9
22
12
54
31
28
30
29
30
55
38
28
131
nº
1,9
3,1
2,0
3,0
2,0
1,7
5,2
3,6
6,1
3,7
2,8
3,9
3,4
3,7
6,1
6,4
6,9
11,5
%
UDI***
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
nº
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
%
Hemofilia
Categoria de exposição hierarquizada
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. **Os casos de categoria de exposição "transfusão" estão sendo investigados de acordo com o algorítmo do PN DST/AIDS – MS. *** UDI - uso de drogas injetáveis.
Feminino
Masculino
Ano do Sexo diagnóstico
0
1
1
3
1
1
1
0
2
0
0
2
3
3
0
1
0
1
nº
1
0
0
1
1
0
0
2
0
0
1
0
1
0
0
1
0
nº 172
nº
1,1
0,3
-
-
0,2
0,2
-
-
0,2
-
-
0,1
-
0,1
-
-
78
75
73
84
71
70
52
33
104
184
179
119
119
137
138
63
nº
Total
332
886
827
991
772
853
815
906
593
518
21,2
19,1
18,4
368
392
396
18,2 462
14,3 495
13,5
12,2 425
9,9
11,7
22,2
18,1
15,4
14,0
16,8
15,2
10,6
10,6 405
15,0 1143
%
Ignorada
0,2 43
-
%
Trans. Vertical
- 4
0,3
0,3
0,6
0,2
0,2
0,2
-
0,2
-
-
0,3
0,4
0,4
-
0,2
-
0,1
%
Transfusão**
Tabela IV. Número e porcentagem (N° e %) de casos de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais segundo categoria de exposição hierarquizada e ano do diagnóstico. Município de São Paulo, 1983-2008*.
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
A distribuição dos casos de portadores de HIV segundo a categoria de exposição hierarquizada e a época do diagnóstico é demonstrada na Tabela IV e nos Gráficos 2 e 3. Esta variável não apresentou alterações significativas em ambos os sexos, em relação aos dados do ano anterior. Nas mulheres, é predominante a categoria de exposição heterossexual. Observa-se grande proporção de casos com categoria de exposição ignorada, que vem crescendo em todos os anos, inviabilizando uma análise mais consistente desta variável. Este fato pode ser explicado por não ser um campo de preenchimento obrigatório, com investimento maior na coleta deste quesito apenas nas unidades especializadas.
15
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 2. Número de casos de infecção pelo HIV, em indivíduos com 13 anos ou mais, sexo masculino, por categoria de exposição hierarquizada e ano do diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008*. 450 400
Homossexual
350
Bissexual
300
Heterossexual
Número 250 200
UDI* Transfusão
150
Trans Vertical
100
Ignorada
50 0 Até 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Data do Diagnóstico Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Gráfico 3. Número de casos de infecção pelo HIV, em indivíduos com 13 anos ou mais, do sexo feminino, por categoria de exposição hierarquizada e ano do diagnóstico. Município de São Paulo, 1983-2008*. 800 700 600
Bissexual Heterossexual UDI* Transfusão Trans Vertical Ignorada
500 Número
400 300 200 100 0 Até 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Data do Diagnóstico
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
As Unidades Especializadas (UE) realizaram a maior parte das notificações de casos de HIV (55,4%), seguidas dos Hospitais (19,7%) e Centros de Testagem e Aconselhamento em DST/Aids (CTA) (18,6%). As Unidades Básicas de Saúde (UBS), Pronto Socorros (PS) e outras unidades responderam por apenas 6,4% das notificações de casos de HIV, conforme esperado, dado o fluxo utilizado (Tabela V).
16
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela V. Número e porcentagem (N° e %) de casos de infecção pelo HIV, em indivíduos com 13 anos ou mais segundo tipo de unidade notificante. Município de São Paulo, 1983-2008*. Tipo de Unidade
n°
%
UE
6.410
55,4
HOSPITAIS**
2.276
19,7
CTA
2.150
18,6
UBS 466 4,0 PS
34
OUTROS*** TOTAL
0,3
241
2,1
11.577
100,00
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. **Hospitais incluem unidades que prestam atendimento ambulatorial como IIER; HC; HSP; Hospital Santa Marcelina... ***Outros incluem Penitenciária Feminina da Capital; Penitenciária Feminina de Santana; Unidade de Gestão Assistencial...
Na Tabela VI, percebe-se que os serviços especializados notificam mais casos em homens. Possivelmente, o sexo masculino procura mais os serviços especializados e as mulheres, a atenção básica.
Tabela VI. Número de casos de infecção pelo HIV, em indivíduos com 13 anos ou mais, segundo sexo, razão de sexo e unidade notificante. Município de São Paulo, 1983-2008*. Unidade
Masculino
CTA Henfil
1295
Feminino
Razão de sexo
Total
129
10/1
1424
155 4/1
818
SAE Campos Elíseos
663
Centro de Referência e Treinamento
593
217
2/1
810
Instituto de Infectologia Emílio Ribas 402
277
2/1
679
CR Freguesia do Ó
249
302
2/1
551
SAE Santana
309
242
1/1
551 521
SAE Cidade Líder
233
288
1/1
SAE Fidelis Ribeiro
229
262
1/1 491
CR Santo Amaro
264
205
1/1 469
SAE Mitsutani
210
221
1/1 431
SAE Penha
172
157
1/1
329
CTA Santo Amaro
238
91
3/1
329
AE Ceci
182
127
1/1
309
Centro Hosp. do Sistema Penitenciário
176
122
1/1
298
SAE Dutra
123
142
1/1
265
SAE Butantã
125
119
1/1
244
Hospital Santa Marcelina
134
110
1/1
244
AE Vila Prudente
124
102
1/1
226
CTA São Miguel
140
74
2/1
214
93
96
1/1
189
Outros
1.062
1.123
1/1
2.185
Total
7016
4561
11577
SAE Herbert de Souza
Fonte SINAN W/NET – CCD/ COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
17
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Observa-se pela Tabela VII, que o intervalo de tempo entre o diagnóstico e a notificação de casos de HIV sofreu redução com o passar dos anos. Entre 1983 e 2000, 81,0% dos casos de HIV diagnosticados tiveram mais de três anos de intervalo entre o diagnóstico e a notificação. Em 2005, apenas 2% dos casos estavam nesta situação. A proporção de casos com até três meses deste intervalo também sofreu um importante aumento de 1983 (7,1%) a 2005 (57,3%).
Tabela VII. Número e porcentagem (N° e %) de casos de infecção pelo HIV em indivíduos com 13 anos ou mais segundo ano do diagnóstico e intervalo de tempo entre o diagnóstico e a notificação de HIV. Município de São Paulo, 1983-2005*. Ano do Diagnóstico
Intervalo 0
0-3 meses
n°
%
n°
1983 - 2000 43
3-6 meses
6-12 meses
1-3 anos
> 3 anos
Total
%
n°
%
n°
%
n°
%
n°
%
n°
7,1
1,1
143
7,0
1643
81,0
2.029
342 46,4
188
25,5
737
2,1
144
33
1,6
23
2001
34 4,6
101
13,7 40
5,4
32 4,3
2002
28
2,8
264
25,9
87
8,5
205 20,1
341
33,5
93
9,1
1.018
2003
88
6,2
678 47,6
233
16,4
168 11,8
174
12,2
83
5,8
1.424
2004
76
5,8
707
54,0
193
14,7
149 11,4
144
11,0 41
3,1
1.310
2005
61 4,6
754
57,3
182
13,8
142 10,8
150
11,4
26
2,0
1.315
2.648 33,8
768
9,8
1.294 16,5
2.074
26,5
7.833
Total
330
4,2
719
9,2
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Tabela VIII. População de 15 a 49 anos, número de casos de HIV/Aids estimados e notificados e proporção de casos notificados em relação aos estimados segundo ano do diagnóstico. Município de São Paulo, 2004-2008*. Ano do Diagnóstico
2004
Sexo
População de
Nº de Casos
Nº de Casos
% de Casos
15 a 49 anos
Estimados de
Notificados de
Notificados em
HIV/Aids
HIV/Aids
relação aos estimados
Masculino
2.874.908
25.587
2.226
8,7
Feminino
3.120.319
15.290
1.199
7,8
Total
5.995.227
40.876
3.425
8,4
2005
Masculino
2.873.728
25.576
2.213
8,7
Feminino
3.116.390
15.270
1.235
8,1
Total
5.990.118
40.846
3.448
8,4
Masculino
2.863.294
25.483
2.060
8,1
Feminino
3.099.484
15.187
1.065
7,0
Total
5.962.778
40.671
3.125
7,7
2006
2007
Masculino
2.852.318
25.386
2.151
8,5
Feminino
3.082.038
15.102
909
6,0
Total
5.934.356
40.488
3.060
7,6
Masculino
2.850.584
25.370
1.629
6,4
Feminino
3.057.795
14.983
751
5,0
Total
5.908.379
40.353
2.380
5,9
2008
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
18
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Realizou-se uma análise para verificar a proporção de casos notificados em relação à estimativa de casos esperados de HIV/Aids para cada sexo de 2004 a 2008 (Tabela VIII). A proporção de casos notificados de HIV/Aids em relação aos esperados foi muito baixa e variou muito pouco, de 5,0% a 8,7%, nos referidos anos de diagnóstico. Não foram observadas diferenças significativas entre os sexos. Para este cálculo, foi utilizada a prevalência do HIV (em mulheres é de 0,49 segundo “Estudo Sentinela Parturientes - Ministério da Saúde – 2004)”, e a estimativa de prevalência no sexo masculino que é de 0,89, no estado de São Paulo. A vigilância do HIV é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o principal método de coleta de dados para retratar uma situação mais recente da infecção. A baixa notificação de casos de HIV em relação ao número de casos esperados pode gerar distorções na análise e interpretação do perfil dessa população. Dessa forma, enquanto a notificação de casos de HIV não se tornar compulsória, faz-se necessário o incentivo para a realização de estudos que contenham, em sua metodologia, a coleta sistemática de dados para estabelecer as tendências espaço-temporais da infecção por HIV em subgrupos populacionais específicos.
II - Vigilância Epidemiológica de Aids Adulto e Criança O Ministério da Saúde tornou a notificação de aids compulsória desde 1986 a médicos e outros profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como aos responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde em conformidade com a lei e recomendações do Ministério da Saúde (Lei 6259 de 30/10/1975 e Portaria nº 05 de 21/02/1986 e publicada no D.O.U. de 22/02/1986, Seção 1 página 34). O sistema de informação utilizado para notificação de agravos e doenças no Brasil é o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). O SINAN tem sido utilizado há vários anos e já teve diversas versões em DOS e WINDOWS, sendo que atualmente está implantado na plataforma NET desde 2007 e teve algumas correções de dificuldades enfrentadas, como: • Demora significativa de tempo na consulta de casos notificados no banco de dados, gerando duplicidade; • Impossibilidade de digitação de casos com mais que três anos de diagnóstico, que passou para cinco anos, sendo que, atualmente, não há crítica neste campo, permitindo a entrada de todos os casos.
Ainda existem dificuldades em relação à notificação de aids em criança: • Impossibilidade de melhora da qualidade na notificação; • Não permite a exclusão de alguns casos, impossibilitando a retirada de duplicidades.
Os dados da base Windows não migraram para o Net, ou seja, não houve a somatória de casos antigos e novos na mesma base de dados, criando uma dificuldade na tabulação e avaliação das informações. Com a finalidade de fazer com que o sistema de vigilância epidemiológica funcione com eficiência e eficácia, fez-se necessário estabelecer uniformidade de procedimentos para poder possibilitar a comparação dos dados e informações. Padronizou-se a definição de caso de aids para tornar comparáveis os critérios diagnósticos que autorizam a entrada dos casos no sistema. Notificam-se todos os casos confirmados conforme diferentes critérios epidemiológicos de definição de caso. Estes critérios também variam conforme a idade do indivíduo notificado (13 anos ou mais e menores de 13 anos). Desde o inicio da epidemia houve várias definições de caso de aids, porém os critérios vigentes no momento são os que foram validados em janeiro de 2004, conforme descrito a seguir: • Casos de Aids em Pessoas com 13 Anos ou mais de Idade
• Centers for Disease Control and Prevention (CDC) ADAPTADO Existência de um (1) teste de triagem, um (1) confirmatório para detecção de anticorpos anti-HIV ou (2) testes rápidos positivos + Evidência de Imunodeficiência: Diagnóstico de pelo menos uma (1) doença indicativa de aids; e ou Contagem de linfócitos T CD4+ menor do que 350 células/mm3; 19
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
• RIO DE JANEIRO/CARACAS Existência de um (1) teste de triagem, um (1) confirmatório para detecção de anticorpos anti-HIV ou 02 testes rápidos positivos + Somatória de pelo menos dez (10) pontos de acordo com uma escala de sinais, sintomas ou doenças;
• CRITÉRIO EXCEPCIONAL ÓBITO Menção a infecção pelo HIV (ou termos equivalentes) em algum dos campos da Declaração de Óbito (DO), além de doença(s) associada(s) a infecção pelo HIV + Investigação epidemiológica inconclusiva. • Investigação epidemiológica inconclusiva - quando, após investigação epidemiológica em prontuário médico ou em outras fontes de informações, o caso não puder ser descartado ou enquadrado em um dos critérios principais pelo não registro de dados epidemiológicos, clínicos e/ou laboratoriais. É importante ressaltar que a data do diagnóstico na ficha de notificação/investigação é aquela em que o indivíduo se enquadra em um dos critérios de definição de caso de aids, ou seja, tenha evidência clínica e laboratorial, exceto quando se trata do critério óbito. Nesse caso a data do diagnóstico é igual à data do óbito. • Casos de Aids em Pessoas Menores de 13 Anos • Centers for Disease Control and Prevention (CDC) ADAPTADO Evidência laboratorial da infecção pelo HIV em crianças utilizada para fins de vigilância epidemiológica + Evidência de imunodeficiência: Diagnóstico de pelo menos duas (2) doenças indicativas de aids de caráter leve e/ou Diagnóstico de pelo menos uma (1) doença indicativa de aids de caráter moderado ou grave e/ou Contagem de linfócitos T CD4+ menor do que o esperado para a idade atual. • CRITÉRIO EXCEPCIONAL ÓBITO Menção de AIDS/SIDA (ou termos equivalentes) em algum dos campos da Declaração de Óbito (DO) + Investigação epidemiológica inconclusiva ou menção de infecção pelo HIV (ou termos equivalentes) em algum dos campos da DO, além de doença(s) associada(s) à infecção pelo HIV + Investigação epidemiológica inconclusiva.
Limpeza de inconsistências do banco de dados A ausência de informação nos campos da ficha de notificação/investigação prejudica a qualidade dos dados. Infelizmente, ainda encontram-se campos de variáveis essenciais, tais como categoria de exposição, ocupação, escolaridade e endereço, com percentual de perdas significativas devido ao preenchimento como “ignorado” ou sem preenchimento. Esta falta de completitude dificulta a realização de análises mais fidedignas dos dados da epidemia de aids. Para minimizar esta inconsistência e melhorar os indicadores de casos de aids, a equipe da vigilância epidemiológica do CCD (Centro de Controle de Doenças)/ COVISA do Município de São Paulo realizou varias ações durante o ano de 2008: 1- Rotina de detecção e retirada de duplicidade Esta ação foi desencadeada em conjunto com a equipe do Núcleo de Informação da COVISA. Considera-se duplicidade quando o mesmo paciente foi notificado mais de uma vez pela mesma ou outra unidade de saúde, independente do período de notificação. Para a retirada de duplicidade leva-se em consideração os seguintes campos: nome do paciente, nome da mãe, data de nascimento, endereço e a ocupação. O procedimento utilizado foi a exclusão da notificação mais recente, após o aproveitamento dos dados desta na primeira notificação.
20
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Em relação ao duplo registro (HIV+/aids), quando o mesmo paciente foi notificado como HIV positivo (adulto ou criança) e posteriormente como caso de aids pela mesma unidade ou unidades diferentes, normatizou-se que: • Se o intervalo entre a data da notificação de HIV e aids for menor que 6 meses, exclui-se a notificação de HIV; • Se o intervalo entre a data da notificação de HIV e aids for maior que 6 meses, as duas notificações são mantidas; • Caso a notificação de HIV seja posterior à de aids, exclui-se a notificação de HIV. Neste trabalho, conforme visto na Tabela I, detectou-se 2.694 casos de duplicidade, sendo 243 casos no SINAN Windows, que foram retiradas no nível central pela equipe da Vigilância Epidemiológica de DST/aids do CCD. Este banco já deveria ser consistente, por ter sido encerrado em abril de 2007 e encaminhado para o níveis Estadual e Federal. As duplicidades do banco do SINAN NET ou do cruzamento do SINAN NET com o Windows foram encaminhadas para serem retiradas pelas respectivas unidades notificantes.
Tabela I. Duplicidades detectadas nos bancos de dados de aids adulto e criança do SINAN W e NET. Município de São Paulo, 1980-2008*. Duplicidade
Adulto
Criança
SINAN W
238
5
SINAN NET
568
5
SINAN W X NET
1795
83
Total
2601
93
Fonte: SINAN W/NET – CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
2- Investigação de óbito O PRO-AIM (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo) agrega os dados de mortalidade do município e encaminha uma cópia de todas as Declarações de Óbito com menção de aids, HIV ou SIDA em um dos campos. A equipe de Vigilância Epidemiológica do CCD pesquisa no banco de dados do SINAN, se o caso já está notificado. Em caso positivo, a investigação é encerrada e procede-se à atualização do caso no sistema, acrescentando-se a data do óbito. Em caso negativo, identifica-se a unidade onde o doente faleceu e solicita-se a investigação no prontuário do falecido, com busca de informações clínicas e laboratoriais para o fechamento do caso e consequente notificação de aids (critério CDC/ Caracas ou óbito). 3- Detecção de Subnotificação Foi feito um grande investimento para detectar e minimizar a subnotificação de casos de aids através da utilização de um programa de relacionamento de banco de dados do SINAN W e NET com o banco de óbitos do PRO-AIM (1996 a 2007). Inicialmente, utilizando o banco total de óbitos do PRO-AIM, captou-se somente as Declarações de Óbitos (DO) em que constava como causa básica ou menção em uma das linhas das causas de óbito alguma referência a HIV/aids. Este banco de óbitos foi relacionado com o SINAN (W e NET) e detectou-se um total de 1.108 casos não notificados até o ano de 2006. Estes casos foram digitados no SINAN NET pela equipe de VE de DST/aids do CCD e, posteriormente, encaminhados para a SUVIS do local de óbito para investigação e melhoria da qualidade da informação, com a mudança para outro critério diagnóstico que não o de óbito, se possível. Os 144 óbitos ocorridos no ano de 2007 foram encaminhados para as SUVIS do local de óbito para serem investigados e digitados (Tabela II).
21
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela II. Casos de óbito não notificados no banco de aids adulto e criança por ano de óbito. Município de São Paulo 1996 a 2007*. Ano do
aids > 13 anos
óbito
nº
%
aids <13 anos nº
% 11,1
1996
144
13,5
5
1997
106
10,0
20 44,4
1998
60
5,6
8
17,8
1999
75
7,1
3
6,7
2000
84
7,9
2 4,4
2001
91
8,6
2 4,4
2002
128
12,0
1
2003
139
13,1
2 4,4
2,2
2004
89
8,4
0
-
2005
67
6,3
0
-
2006
80
7,5
2 4,4
2007
142
13,4
2 4,4
Total
1063
100,0
45
100,0
Fonte: PRO-AIM/SINAN W/NET CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
No relacionamento dos bancos detectou-se, também, 1079 casos registrados no SINAN, sem o preenchimento do campo “situação atual” (morto) e sem a data do óbito. As informações do óbito, que faltavam no SINAN W, foram acrescentadas pela equipe da VE de DST/aids do CCD, por ser um banco que, apesar de encerrado em termos nacionais, está sendo atualizado para o monitoramento local deste agravo (Tabela III).
Tabela III. Casos sem a data de óbito, notificados no banco de aids adulto e criança por ano de óbito. Município de São Paulo, 1996 a 2007*. Ano de óbito
nº
%
1996
205
19,0
1997
82
7,6
1998
71
6,6
1999
88
8,2
2000
77
7,1
2001
25
2,3
2002
65
6,0
2003
99
9,2
2004
83
7,7
2005
82
7,6
2006
87
8,1
2007
115
10,7
Total
1079
100,0
Fonte: PRO-AIM/SINAN W/NET CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
22
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
4- Investigação de casos de transfusão No inicio da epidemia, a transmissão do HIV pelo sangue e hemoderivados tornavam os seus receptores, especialmente os hemofílicos, um segmento populacional vulnerável. Em 1989, São Paulo foi o primeiro estado a tornar obrigatória a realização do teste para detecção do HIV nos doadores de sangue em hospitais, maternidades, centros hemoterápicos e bancos de sangue. Por solicitação do Programa Nacional reinvestigam-se os casos notificados no SINAN com o campo de “categoria de exposição” preenchido como “transfusão”. O Município de São Paulo conseguiu resgatar apenas 20 casos dos 392 notificados no período de 1980 a 2008. Com o resgate das informações e melhoria da qualidade das notificações feitas, acredita-se que se possa fazer uma análise mais fidedigna dos dados, para se conhecer o comportamento deste agravo. Pretende-se que, a partir deste incremento, seja possível monitorar a qualidade do preenchimento dos dados da ficha de notificação; a qualidade da digitação, de forma a evitar ou minimizar as futuras inconsistências; identificar e corrigir registros incompletos, inconsistentes e/ou duplicados na base de dados do SINAN e calcular os indicadores epidemiológicos.
23
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
III – Análise Epidemiológica de Aids Adulto e Criança Tabela I. Total de casos de aids notificados e coeficiente de incidência* segundo sexo e ano de diagnóstico, com razão de sexo. Município de São Paulo, 1980-2008**. Sexo Ano de diagnóstico
Masculino nº de casos
Total
Razão de Sexo
Feminino
Coeficiente de incidência*
nº de casos
Coeficiente de incidência*
nº de casos
Coeficiente de incidência*
M/F
1980
2
0,05
0
-
2
-
-
1981
1
0,02
0
-
1
-
-
1982
3
0,1
0
-
3
-
-
1983
23
0,5
2
0,04
25
0,3
11/1
1984
69
1,6 4
0,1
73
0,8
17/1
1985
258
5,9
10
0,2
268
3,0
25/1
1986
392
8,9
17
0,4 409 4,5
23/1
1987
805
18,0
71
1,5
876
9,5
11/1
1988
1276
28,3
151
3,1
1427
15,3
8/1
1989
1641
36,0
232 4,8
1873
19,9
7/1
1990
2366
51,5
365
7,4
2731
28,7
6/1
1991
2718
58,6
521
10,5
3239
33,7
5/1
1992
3104
66,5
726
14,5
3830
39,5 4/1
1993
3033
64,5
849
16,7
3882
39,7
3/1
1994
3106
65,5
877
17,1
3983 40,4
3/1
1995
3053
63,9
1059
20,5 4112 41,3
3/1
1996
3220
66,9
1245
23,8 4465 44,5
2/1
1997
3152
65,0
1468
27,8 4620 45,6
2/1
1998
3195
65,3
1605
30,0 4800 46,9
2/1
1999
2831
57,4
1446
26,8 4277 41,4
2/1
2000
2462 49,5
1221
22,4
3683
35,3
2/1
2001
2385 47,7
1278
23,3
3663
34,9
2/1
2002
2253 44,8
1270
23,0
3523
33,4
2/1
2003
2226 44,0
1144
20,6
3370
31,7
2/1
2004
1793
35,2
910
16,3
2703
25,3
2/1
2005
1765
34,5
1023
18,2
2788
25,9
2/1
2006
1774
34,5
964
17,1
2738
25,4
2/1
2007
1605
31,1
775
13,7
2380
22,0
2/1
2008
1176
22,5
588
10,3
1764
16,1
2/1
51687
19821
TOTAL
71508
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Número de casos diagnosticados no ano a cada 100.000 hab. **Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Observa-se uma queda no Coeficiente de Incidência para aids desde o ano 2000 em ambos os sexos e a razão de sexo se mantém constante em 2/1 desde 1996 (Tabela I e Gráfico 1).
24
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
30,00
5000
25,00
4000
20,00
3000
15,00
2000
10,00
1000
5,00
0
0,00
Razão de Sexo
6000
19 80 19 81 19 82 19 83 19 84 19 85 19 86 19 87 19 88 19 89 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08
Número de Casos
Gráfico I. Total de casos de aids notificados segundo sexo, ano de diagnóstico e razão de sexo. Município de São Paulo, 1980-2008*.
Ano de Diagnóstico Masculino
Feminino
Total
Razão de Sexo
Fonte: SINAN W/NET – CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Em relação à distribuição dos casos por faixa etária, sexo e época do diagnóstico, há uma proporção maior de casos na faixa etária de 30 a 39 anos tanto para o sexo masculino como para o feminino, 37,3% e 35,8% respectivamente em 2007 (Tabela II). A partir de 2003 nota-se um crescimento do número de casos em indivíduos com 50 anos e mais e um decréscimo do número de crianças em ambos os sexos (Tabela II).
25
Masculino
15584 42,5
30 a 39
0,2
97,6
1,9
5,4
18,9
0,1
93,4
2,1
11821 100,0
11
Ignorada
Total
11038
Adultos
249
60 e +
5,2
614
0,1
97,6
2,8
7,0
24,2
2,1
7,0
19,8
-
1265 100,0
0
17,4
0,9
1,8
2,9
9,2
23,7
-
336
21
71
3
17
2,6
6,0
20,5
-
1288 100,0
0
1217 94,5
34
77
264
3,2
8,0
-
18
31
2,6
7,9
-
1144 100,0
0
1091 95,4
30
90
248 21,7
182
501
698
304
9
25
5
0,1
98,8
-
95,6
2,4
9,0
22,9
37,4
21,7
2,2
4,4
0,7
1,9
1,9
0,1
98,5
2,5
10,3
-
98,6
3,8
10,7
92
278
343
166
19
33
9
5
19
-
97,7
9,5
28,6
35,3
17,1
2,0
3,4
-
96,6
972 100,0
0
939
0,7
1,4
228
16
13
0,4 4
3,4
-
6
7
1,3
2,2
- 777 100,0
0
760 97,8
34 4,4
96 12,4
195 25,1
278 35,8
147 18,9
10
17
0,5
0,8
0,9
1605 100,0
0
1583 98,6
55
163 10,2
%
10,7
25,9
37,0
20,1
1,4
0,7
0,2
0,3
0,2
100,0
-
98,9
3,1
11,4
28,6
35,1
19,4
1,4
1,1
0,3
0,3
0,4
2008
587
0
583
100,0
-
99,3
24,5
1,5
2,0
0,1
0,3
1,5
%
2,3
6,6
21,2
0,2
1294
3671
7167
5706
389
1093
56
204
0,1 19171 100,0
15
18713 97,6
2,5
6,7
19,1
37,4
29,8
2,0
5,7
0,3
1,1
833 4,3
51687 100,0
93
50561 97,8
1173
3387
10933
21625 41,8
12669
774
1033
72
178
783
nº
Total
25 4,3 486
63
152
217
118
8
4
1
2
1
1176
0
1163
36
134
336
598 37,3 413
0,9 4
0,5
2
1774 100,0
0
1750
67
190
5
nº
0,3 4
0,6
%
284 17,7
11
22
7
5
10
nº
2007
28,1 472 29,4
38,3
17,0
0,8
1,4
0,1
0,6
0,6
%
2,4 41 4,2
9,0
25,3
38,2
20,5
2,3
2,3
0,3
1,0
1,0
1022 100,0
0
999
25
92
259
390
210
23
23
3
10
10
679
302
14
24
2
11
11
nº
2006
28,4 498
39,5
17,2
0,5
1,4
0,3
0,2
0,9
%
1765 100,0
1
1739
3,2 45
10,3
26,0
916 100,0
0
876
22
82
210
343
199
295 25,8
40
6
17
17
20
4,6
17,2
1,4
1,1
0,2
1793 100,0
1
1772
57
184
1,5
17
53
0,3
1,6
2,7
2226 100,0
0
2179 97,9
72
178
16
nº
0,4 4
0,6
%
2005
Ano do Diagnóstico
730 40,7
309
25
20
3
7
10
nº
2004
599 26,9 467
922 41,4
37,7 411 35,9
26,1
1,6
5,5
1,2
2,1
0,2
1,0
0,9
%
381 17,1
27
47
0,2 4
1,3
51 4,0
2253 100,0
0
2213 98,2
66
208
533
22
21
nº
2003
0,2 4
0,5
1,1
%
992 44,0
393
21
40
38,6 485
26,3
1,9
5,1
0,2
1,3
3,6
1274 100,7
26
88
251
50 a 59
333
15,3
33,0
24
1814
3902
20 a 29
2,1
64
40 a 49
247
13 a 19
6,5
3
35,6 488
772
Crianças
0,2
16
5,4 45
1,0
19,8
1,5
2,3
2385 100,0
3
2328
67
167
578
11
25
nº
2002
- 4
0,7
1,6
%
1009 42,3
30 a 39 4212
23
113
5a9
10 a 12
636
0a4
35
54
1
16
37
nº
2001
27,2 472
1,7
1,8
36710 100,0
88
Ignorada
Total
35834
Adultos
708
9996
20 a 29
60 e +
616
13 a 19
1981
788
Crianças
50 a 59
2,1
10 a 12 42
6949
0,1
98
5a9
40 a 49
0,3
648
0a4
%
nº
1980 - 2000
Faixa etária
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Feminino
26
Sexo
Tabela II. Casos de aids (Nº e %) segundo faixa etária, sexo e época do diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008*.
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
No que se refere à variável raça/cor há uma queda acentuada na proporção de ignorados 11,7% em 2004 e 6,7% em 2007 para o sexo masculino e 10,4% em 2004 e 7,2% em 2007 para o feminino (Tabela III). Mais de 50% dos casos notificados pertencem à raça branca e o número de casos da raça parda vem aumentando desde 2000, especialmente em indivíduos de sexo feminino.
Tabela III. Casos de aids (Nº e %) segundo raça/cor, sexo e ano diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008*.
Sexo
Ano de diagnóstico
Feminino
Masculino
1980 - 2000
Raça/Cor Branca nº
Preta %
nº
1607 4,4
194
Parda %
Amarela
Indígena
Ignorada
Total
nº
%
nº
%
nº
%
nº
%
0,5 443
1,2
20
0,1
7
0,02
34439
93,8
36710
2001
345
14,5
54
2,3
101 4,2 4
0,2
2
0,1
1879
78,8
2385
2002
700
31,1
112
5,0
200
8,9
8
0,4
1
0,04
1232
54,7
2253
2003
1200
53,9
238
10,7
373
16,8
13
0,6
1
0,04 401
18,0
2226
2004
1012
56,4
205
11,4
351
19,6
15
0,8
1
0,1
209
11,7
1793
2005
973
55,1
181
10,3 412
23,3
15
0,8
2
0,1
182
10,3
1765
2006
1020
57,5
192
10,8
374
21,1
11
0,6
6
0,3
171
9,6
1774
2007
903
56,3
185
11,5
392
24,4
15
0,9
3
0,2
107
6,7
1605
2008
634
53,9
142
12,1
314
26,7
5
0,4
1
0,1
80
6,8
1176
1983 - 2000
803
6,8
144
1,2
328
2,8
9
0,1
3
0,03
10582
89,2
11869
2001
200
15,6
31
2,4
64
5,0
1
0,1
0
-
982
76,8
1278
2002 403
31,7
69
5,4
119
9,4
5
0,4
0
-
674
53,1
1270
2003
634
55,4
114
10,0
223
19,5
8
0,7
0
-
165
14,4
1144
2004 490
53,8
116
12,7
207
22,7
1
0,1
0
-
96
10,5
910
2005
509 49,8
147
14,4
275
26,9
6
0,6
3
0,3
83
8,1
1023
2006
516
53,5
102
10,6
255
26,5
3
0,3
1
0,1
87
9,0
964
2007
372 48,0
110
14,2
233
30,1
3
0,4
1
0,1
56
7,2
775
2008
288 49,0
74
12,6
193
32,8
2
0,3
0
-
31
5,3
588
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Gráfico 2. Distribuição de casos de aids, sexo masculino segundo raça/cor e ano diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008*. 100 90 80 70
Ignorada Indígena Amarela Parda Preta Branca
60 % 50 40 30 20 10 0
83 - 00
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007*
2008*
Ano de Diagnóstico Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
27
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 3. Distribuição de casos de aids, sexo feminino segundo raça/cor e ano diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008*. 100 80
%
Ignorada Indígena Amarela Parda Preta Branca
60 40 20 0
83 - 00
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Ano de Diagnóstico Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Tabela IV. Casos de aids (Nº e %), em indivíduos com 19 anos de idade ou mais segundo escolaridade e época do diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008*.
Sexo
Ano de Diagnóstico
Escolaridade (anos) Nenhuma nº
1980 - 1989 46
1,1 1,7
3315
2,2
2000
Masculino
1 a 3a nº
1990 - 1999 484 51
2001 43
177 4,1 11,5
4 a 7 a nº
8 a 11 a %
nº
%
12a e mais nº
%
Não se aplica** Ignorado nº
%
nº
Total
%
1036
24,2 495
11,6
739
17,3
0
-
1790 41,8 4283
9624
33,5 4566
15,9
3337
11,6
1
-
7423
25,8 28750
536
22,8
596
25,3 426
18,1
263
11,2
0
- 484
20,5
2356
1,9 438
19,3
584
25,8
22,4
217
9,6
0
- 476
21
2266
508
2002
52
2,5
283
13,3
577
27,2 470
22,1
238
11,2
0
35
1,7
205
9,8
545
26,1
567
27,1
258
12,3
2
502
23,7
2122
0,1 479
-
22,9
2091
2004
30
1,7
163
9,5 426
24,8
518
30,1
221
12,9
2
0,1
359
20,9
1719
2005
30
1,8
140
8,3 463
27,4 464
27,5
243
14,4
2
0,1
347
20,5
1689
2006
39
2,4
121
2007
15
1
81
0,4
61
5,5
3,1 41
10,4
5
7,3 407
24,7
532
32,2
227
13,7
0
-
325
19,7
1651
5,3
21,8
597
39,1
229
15
0
-
273
17,9
1528
232
20,8 452 40,5
175
15,7
0
-
192
17,2
1117
123
31,3
34
25
6,4
0
-
158 40,2
393
333
1983 - 1989
12
1990 - 1999
319
3,4
1939
20,8
3228
34,6
1175
2000 42
3,8
318
28,4
319
28,5
186
8,7
12,6 401 4,3
1
-
2277
24,4
9341
16,6
0
-
197
17,6
1118
56
5
2001 43
3,7
290
25
338
29,2
188
16,2
57 4,9
1
0,1
242
20,9
1159
2002 45
3,8
195
16,7
368
31,5
232
19,8
55 4,7
0
-
274
23,4
1169
2003
38
3,7
149
14,3
331
31,8
257
24,7
64
6,1
0
-
202
19,4
1041
2004
26
3,1
104
12,3
283
33,5
243
28,8
39 4,6
0
-
150
17,8
845
2005
35
3,6
92
9,6
308
32
295
30,6
80
8,3
2
0,2
151
15,7
963
2006
30
3,4
98
11,1
265
30,1
309
35,1 44
5
0
-
135
15,3
881
2007
9
1,2 49
6,7
221
30,1
266
36,2 47
6,4
0
-
142
19,3
734
2008
17
3 47
8,4
172
30,8
217
38,8
6,6 4
0,7
69
12,3
559
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. **Não foram consideradas porcentagens abaixo de 0,01.
28
%
2003
2008
Feminino
%
37
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 4. Distribuição de casos de aids, sexo masculino segundo escolaridade* e ano de diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008**. 100 80 60 % 40 20 0
80 - 89
90 - 99
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Ano de Diagnóstico Nenhuma
1a3
4a7
8 a 11
12 e mais
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Excetuando os ignorados (em anos). **Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Gráfico 5. Distribuição de casos de aids, sexo feminino segundo escolaridade* e ano de diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008**. 100 80
%
60 40 20 0 83 - 89
90 - 99
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Ano de Diagnóstico Nenhuma
1a3
4a7
8 a 11
12 e mais
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Excetuando os ignorados (em anos). **Dados preliminares, sujeitos a revisão.
No que se refere à variável categoria de exposição há um aumento da porcentagem de casos como categoria homossexual desde 2005 e a partir de 2006 aumento na porcentagem de casos na categoria heterossexual, não havendo alteração significativa em relação à UDI. Porém nos últimos anos a porcentagem de casos ignorados é maior do que 20% o que dificulta a análise epidemiológica desta variável (Tabela V). A quase totalidade dos casos em crianças (aids em menores de 13 anos de idade) ocorre por transmissão vertical, 86,5% dos casos em 2007 (tabela VII). Também se observa uma tendência de queda na proporção de casos com categoria de exposição ignorada (16,7% em 2004 e 13,5% em 2007). 29
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela V. Casos de aids (Nº e %), em maiores de 13 anos de idade do sexo masculino segundo categoria de exposição hierarquizada e época do diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008***. Categoria de exposição hierarquizada Ano de UDI* Hemofilia Transfusão** Transm. Vertical Ignorado Homossexual Bissexual Heterossexual Diagnóstico nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % 1980-2000 9377 26,1 3460
9,6 6438 17,9 8787 24,5
2001 470 20,2
226
9,7
633 27,2
270 11,6
2002 484 21,9
214
9,7
661 29,9
213
137
0,4
176
0,1
1
- 4
0,2
724 31,1
2331
0,2
1
-
0,1
633 28,6
2213
1
0,2
572 26,3
2179
0,3 470 26,5
1773
223 10,2
686 31,5
233 10,7
3
0,1
186 10,5
542 30,6
155
1
0,1 4
170
7544 21,0 35923
3
2003 457 21,0 375 21,6
-
9,6 4
2004 410 23,1 2005
0,5 4
Total
8,7
3
- 4 0,2
5
9,8
625 35,9
141
8,1
2
0,1 4
0,2
1
0,1 422 24,3
1740
177 10,1
519 29,7
154
8,8
1
0,1
0,1
3
0,2 462 26,4
1750
2007 403 25,5
155
9,8
541 34,2
123
7,8
3
0,2
0
-
3
0,2
355 22,4
1583
2008
109
9,4 439 37,8
80
6,9
1
0,1
0
-
3
0,3
194 16,7
1162
2006 432 24,7 336 28,9
2
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *UDI - uso de drogas injetáveis. **Os casos de categoria de exposição "transfusão" estão sendo investigados de acordo com o algoritmo do PN DST/AIDS - MS. ***Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Tabela VI. Caso de aids (N° e %) em maiores de 13 anos de idade do sexo feminino segundo categoria de exposição hierarquizada e época do diagnóstico. Município de são Paulo, 1983-2008*. Ano de Diagnóstico
Categoria de exposição hierarquizada nº
%
nº
%
nº
%
nº
%
nº
%
nº
%
1983-2000
1
0,01
7010
63,4
1794
16,2
119
1,1
1
0,01
2128
19,3
11053
2001
0
-
815
67,4
83
6,9
1
0,1 4
2002
0
-
857
70,4
50 4,1
0
2003
0
-
789
72,3
63
5,8
2004
0
-
666
76,0
26
3,0
2005
1
0,1
761
76,2
39
2006
0
-
705
75,1
34
2007
8
1,1
585
77,0
2008
2
0,3 485
83,2
Bissexual
Heterossexual
UDI**
Transfusão***
Transm. Vertical
Total
0,3
307
25,4
1210
-
2
0,2
308
25,3
1217
0
-
5
0,5
234
21,4
1091
2
0,2
3
0,3
179
20,4
876
3,9
3
0,3
2
0,2
193
19,3
999
3,6
5
0,5
5
0,5
190
20,2
939
21
2,8
1
0,1
3
0,4
142
18,7
760
21
3,6
0
-
2
0,3
73
12,5
583
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. **UDI - uso de drogas injetáveis. ***Os casos de categoria de exposição "transfusão" estão sendo investigados de acordo com o algoritmo do PN DST/AIDS – MS.
30
Ignorado
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela VII. Casos de aids (N° e %) em menores de 13 anos de idade segundo categoria de exposição hierarquizada e época do diagnóstico. Município de São Paulo, 1984 a 2008*. Ano de Homossexual diagnóstico nº %
Categoria de exposição hierarquizada Heterossexual nº
%
UDI**
Hemofilia
Transfusão*** Transm. Vertical Ignorado
nº
%
nº
%
nº
%
nº
Total
%
nº
%
142
8,9
1604
23 18,9
122
1984/2000
1
0,1
1
0,1
5
0,3
26
1,6
50
3,1
1379
86,0
2001
0
-
0
-
0
-
0
-
0
-
99
81,1
2002
0
-
0
-
0
-
0
-
1
1,1
75
80,6
17 18,3
93
2003
0
-
1
1,0
0
-
0
-
1
1,0
79
79,0
19 19,0
100 54
2004
0
-
0
-
0
-
0
-
0
- 45
83,3
9 16,7
2005
0
-
0
-
0
-
0
-
1
2,0 43
87,8
5 10,2 49 10 20,4 49
2006
0
-
0
-
0
-
0
-
0
-
39
79,6
2007
0
-
0
-
0
-
0
-
0
-
32
86,5
5 13,5
37
2008
0
-
0
-
0
-
0
-
0
-
17
94,4
1
18
5,6
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. **UDI - uso de drogas injetáveis. ***Os casos de categoria de exposição "transfusão" estão sendo investigados de acordo com o algoritmo do PN DST/AIDS – MS.
Gráfico 6. Proporção de casos de aids no sexo masculino e feminino, em indivíduos com 13 anos de idade ou mais segundo categoria de exposição (exceto ignorados) e agrupamentos de anos de diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008*. Masculino 1980 - 1989
1990 - 1999
1% 1%
2000 - 2008
1%
25%
14%
31%
48%
30%
33%
9%
43% 16%
Homossexual
Bissexual
Heterossexual
13%
11%
24% UDI
Hemofilia
Transm. Vertical
Transfusão
Feminino 1980 - 1989
1990 - 1999
2000 - 2008
1%
4% 49%
6% 20% 79%
47%
94%
Bissexual
Heterossexual
UDI
Transfusão
Transm. Vertical
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares sujeitos a revisão.
31
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Em relação à distribuição dos casos de aids segundo Coordenadoria de Saúde, Supervisão de Saúde e ano de diagnóstico, três apresentaram maior frequência de casos notificados: Centro-Oeste (20,7%), Norte (21,6%) e Sudeste (23,8%). A proporção de casos notificados foi mais elevada nas Supervisões de Saúde Sé (12,7%), Moóca/Aricanduva (6,2%) e Jabaquara/V. Mariana (5,3%), (Tabela VIII).
Tabela VIII. Casos de aids (N° e %) segundo Coordenadoria de Saúde e Supervisão de Saúde e agrupamento de anos do diagnóstico. Município de São Paulo, 1980-2008*. Coordenadoria Supervisão de Saúde de Saúde Centro-Oeste
BUTANTÃ
Anos de diagnóstico agrupados 1980-1989
1990-1999
2000-2008*
Total
n°
%
n°
%
n°
%
n°
%
113
2,3
1117
2,8
799
3,0
2029
2,8
LAPA/PINHEIROS 451
9,1
2205
5,5
1063 4,0
3719
5,2
SÉ
1166
23,5
5085
12,7
2828
10,6
9079
12,7
Sub-total
1730
34,9
8407
21,0 4690
17,6
14827
20,7
15
0,3
337
0,8
361
1,4
713
1,0
ERMELINO MATARAZZO
39
0,8
666
1,7 441
1,7
1146
1,6
GUAIANASES
63
1,3
798
2,0
524
2,0
1385
1,9
Leste CIDADE TIRADENTES
ITAIM PAULISTA
ITAQUERA
33
0,7
671
1,7
630
2,4
1334
1,9
140
2,8
1571
3,9
1000
3,8
2711
3,8
SÃO MATEUS 49
1,0
807
2,0
580
2,2
1436
2,0
SÃO MIGUEL
84
1,7
1027
2,6
716
2,7
1827
2,6
14,7 4252
16,0
10552
14,8
Sub-total 423
8,5
5877
Norte CASA VERDE/CACHOEIRINHA
194
3,9
1666 4,2
FREGUESIA DO Ó/ BRASILÂNDIA
182
3,7
1669 4,2
JACANÃ/ TREMEMBÉ
39
0,8
606
1,5
PERUS/PIRITUBA
102
2,1
1440
3,6
SANTANA/TUCURUVI
359
7,2
2265
5,7
VILA MARIA/ VILA GUILHERME
967
3,6
2827 4,0
1173 4,4
3024 4,2
604
2,3
1249
1,7
1146 4,3
2688
3,8
3589
5,0
965
3,6
180
3,6
1205
3,0
669
2,5
2054
2,9
1056
21,3
8851
22,2
5524
20,8
15431
21,6
Sudeste MOÓCA/ARICANDUVA
369
7,4
2587
6,5
1491
5,6 4447
6,2
IPIRANGA/ SACOMÃ
149
3,0
1261
3,2
929
3,5
2339
3,3
JABAQUARA/ VILA MARIANA
379
7,6
2082
5,2
1335
5,0
3796
5,3
182
3,7
1833 4,6
Sub-total
PENHA
VILA PRUDENTE/ SAPOPEMBA
Sub-total Sul CAMPO LIMPO/ CAPÃO REDONDO CID. ADEMAR/ SANTO AMARO
144
2,9
2016
5,0
1223
24,7
9779
24,5
55
1,1
735
1,8
215 4,3
1999
5,0
1129 4,2 1124 4,2
3144 4,4 3284 4,6
6008
22,6
17010
23,8
826
3,1
1616
2,3
1175 4,4
3389 4,7
M'BOI MIRIM
33
0,7
648
1,6
892
3,4
1573
2,2
PARELHEIROS
3
0,1
97
0,2
187
0,7
287
0,4
66
1,3
838
2,1
891
3,3
1795
2,5
7,5 4317
10,8
3971
14,9
8660
12,1
6,8
2167
8,1
5028
7,0
100,0 71508
100,0
CAPELA DO SOCORRO/ GRAJAÚ Sub.total
372
Ignorado
153
Total
4957
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
32
3,1
2708
100,0 39939
100,0 26612
Categoria de exposição hierarquizada Bissexual Heterossexual UDI** Hemofilia Transfusão*** Vertical Ignorado n° % n° % n° % n° % n° % n° % n° % 136 6,7 769 37,9 290 14,3 5 0,2 20 1,0 55 2,7 416 20,5 333 9,0 909 24,4 568 15,3 10 0,3 29 0,8 55 1,5 770 20,7 949 10,5 1719 18,9 1114 12,3 10 0,1 37 0,4 128 1,4 1522 16,8 1418 9,6 3397 22,9 1972 13,3 25 0,2 86 0,6 238 1,6 2708 18,3 28 3,9 306 42,9 113 15,8 0 - 1 0,1 32 4,5 172 24,1 60 5,2 439 38,3 220 19,2 2 0,2 9 0,8 34 3,0 232 20,2 87 6,3 554 40,0 256 18,5 1 0,1 7 0,5 54 3,9 303 21,9 81 6,1 571 42,8 228 17,1 3 0,2 5 0,4 34 2,5 302 22,6 168 6,2 979 36,1 516 19,0 7 0,3 22 0,8 90 3,3 643 23,7 63 4,4 509 35,4 262 18,2 4 0,3 12 0,8 47 3,3 410 28,6 104 5,7 721 39,5 338 18,5 6 0,3 6 0,3 74 4,1 369 20,2 591 5,6 4079 38,7 1933 18,3 23 0,2 62 0,6 365 3,5 2431 23,0 144 5,1 1051 37,2 635 22,5 4 0,1 17 0,6 82 2,9 555 19,6 146 4,8 1215 40,2 632 20,9 9 0,3 11 0,4 105 3,5 578 19,1 70 5,6 548 43,9 204 16,3 1 0,1 4 0,3 30 2,4 248 19,9 142 5,3 1061 39,5 525 19,5 5 0,2 9 0,3 76 2,8 577 21,5 236 6,6 1003 27,9 863 24,0 10 0,3 20 0,6 95 2,6 855 23,8 117 5,7 642 31,3 439 21,4 6 0,3 9 0,4 37 1,8 519 25,3 855 5,5 5520 35,8 3298 21,4 35 0,2 70 0,5 425 2,8 3332 21,6 336 7,6 1332 30,0 873 19,6 18 0,4 23 0,5 113 2,5 933 21,0 188 8,0 786 33,6 445 19,0 3 0,1 6 0,3 57 2,4 457 19,5 344 9,1 1117 29,4 582 15,3 19 0,5 33 0,9 96 2,5 642 16,9 187 5,9 1134 36,1 643 20,5 7 0,2 20 0,6 77 2,4 656 20,9 150 4,6 1181 36,0 837 25,5 6 0,2 13 0,4 102 3,1 681 20,7 1205 7,1 5550 32,6 3380 19,9 53 0,3 95 0,6 445 2,6 3369 19,8 108 6,7 715 44,2 164 10,1 11 0,7 8 0,5 49 3,0 371 23,0 249 7,3 1195 35,3 536 15,8 23 0,7 26 0,8 127 3,7 680 20,1 105 6,7 716 45,5 174 11,1 1 0,1 7 0,4 39 2,5 330 21,0 21 7,3 145 50,5 31 10,8 1 0,3 1 0,3 8 2,8 58 20,2 127 7,1 805 44,8 216 12,0 5 0,3 7 0,4 49 2,7 338 18,8 610 7,0 3576 41,3 1121 12,9 41 0,5 49 0,6 272 3,1 1777 20,5 253 5,0 1637 32,6 588 11,7 4 0,1 11 0,2 120 2,4 1744 34,7 4932 6,9 23759 33,2 12292 17,2 181 0,3 373 0,5 1865 2,6 15361 21,5
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. **UDI - uso de drogas injetáveis. ***Os casos de transfusão de sangue estão sendo investigados de acordo com o algoritmo do PN DST/AIDS - MS.
Coordenadoria Supervisão de Saúde Homossexual de Saúde n° % Centro-Oeste BUTANTÃ 338 16,7 LAPA/PINHEIROS 1045 28,1 SÉ 3600 39,7 Sub-total 4983 33,6 Leste CIDADE TIRADENTES 61 8,6 ERM. MATARAZZO 150 13,1 GUAIANASES 123 8,9 ITAIM PAULISTA 110 8,2 10,5 ITAQUERA 286 SÃO MATEUS 129 9,0 SÃO MIGUEL 209 11,4 Sub-total 1068 10,1 Norte C. VERDE/ CACHOEIRINHA 339 12,0 F. do Ó/BRASILÂNDIA 10,8 328 JACANÃ / TREMEMBÉ 144 11,5 PERUS/PIRITUBA 293 10,9 SANTANA/TUCURUVI 507 14,1 V.MARIA/V. GUILHERME 285 13,9 Sub-total 1896 12,3 Sudeste MOÓCA/ARICANDUVA 819 18,4 IPIRANGA/SACOMÃ 397 17,0 JABAQUARA/VILA MARIANA 963 25,4 PENHA 420 13,4 VILA PRUDENTE 314 9,6 Sub-total 2913 17,1 Sul C. LIMPO/C. REDONDO 190 11,8 CID. ADEMAR/S.AMARO 553 16,3 M'BOI MIRIM 201 12,8 PARELHEIROS 22 7,7 C.do SOCORRO/GRAJAÚ 248 13,8 Sub.total 1214 14,0 Ignorado 671 13,3 Total 12745 17,8
Tabela IX. Casos de aids (N° e %), por categoria de exposição hierarquizada segundo Coordenadoria de Saúde e Supervisão de Saúde. Município de São Paulo, 1980-2008*.
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
33
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Desde meados da década de 90, observa-se uma queda do número de óbitos e da letalidade para ambos os sexos, sendo mais acentuada a partir de 2004, provavelmente devido à introdução de antirretrovirais mais potentes e acesso ao diagnóstico mais precoce (Tabela X).
Tabela X. Casos e óbitos por aids reportados ao ano calendário de diagnóstico e taxa de letalidade segundo sexo. Município de São Paulo 1980-2008*.
Ano
1980
Casos
Óbitos por ano de diagnóstico
Total
Masc.
Fem.
Total
2
2
0
2
Masc. 2
Letalidade**
Fem.
Total
Masc.
Fem.
0
100,0
100,0
-
1981
1
1
0
1
1
0
100,0
100,0
-
1982
3
3
0
3
3
0
100,0
100,0
-
1983
25
23
2
23
22
1
92,0
95,7
50,0
1984
73
69 4
61
59
2
83,6
85,5
50,0
1985
268
258
10
230
220
10
85,8
85,3
100,0
1986 409
392
17
329
318
11
80,4
81,1
64,7
1987
876
805
71
726
670
56
82,9
83,2
78,9
1988
1427
1276
151
1235
1108
127
86,5
86,8
84,1
1989
1873
1641
232
1626
1427
199
86,8
87,0
85,8
1990
2731
2366
365
2317
2008
309
84,8
84,9
84,7
1991
3239
2718
521
2756
2326 430
85,1
85,6
82,5
1992
3830
3104
726
3122
2566
81,5
82,7
76,6
556
1993
3882
3033
849
3140
2480
660
80,9
81,8
77,7
1994
3983
3106
877
3091
2420
671
77,6
77,9
76,5
1995 4112
3053
1059
3022
2249
773
73,5
73,7
73,0
1996 4465
3220
1245
2755
2013
742
61,7
62,5
59,6
51,5
1997 4620
3152
1468
2378
1641
737
52,1
50,2
1998 4800
3195
1605
2082
1457
625 43,4 45,6
38,9
1190
511
1999 4277
2831
1446
1701
2000
2462
1221
1427
3683
980 447
39,8 42,0
35,3
38,7
36,6
39,8
2001
3663
2385
1278
1251
842 409
34,2
35,3
32,0
2002
3523
2253
1270
1079
725
30,6
32,2
27,9
354
2003
3370
2226
1144
895
613
282
26,6
27,5
24,7
2004
2703
1793
910
699
517
182
25,9
28,8
20,0
2005
2788
1765
1023
686 469
217
24,6
26,6
21,2
2006
2738
1774
964
631 442
189
23,0
24,9
19,6
2007
2380
1605
775 484
348
136
20,3
21,7
17,5
2008
1764
1176
588
260
180
80
14,7
15,3
13,6
71508
51687
19821
38012
29296
8716
53,2
56,7
44,0
TOTAL
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA; PRO-AIM *Dados preliminares de agosto de 2008, sujeitos a revisão. **Letalidade - porcentagem dos casos que evoluíram para o óbito com causa associada a Aids, no mesmo ano do diagnóstico.
34
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Ocorreram 37.955 óbitos desde o início da epidemia até agosto de 2008, sendo 29.296 no sexo masculino e 8659 no feminino. A taxa de mortalidade vem diminuindo desde 1996, com a introdução da HAART(terapia antirretroviral de alta potência). Houve estabilização desta taxa a partir de 2003, sendo que em 2007, esta foi de 9,1 por 100.000 habitantes (tabela XI).
Tabela XI. Óbitos por aids por ano de ocorrência, razão de sexo e taxa de mortalidade segundo sexo. Município de São Paulo, 1980-2008**.
Ano
1980
Óbito por ano de ocorrência Total
Masc.
Fem.
0
0
0
Taxa de Mortalidade*
Razão de sexo 0
Total -
Masc. -
Fem. -
1981
1
1
0
0
0,01
0,02
-
1982
1
1
0
0
0,01
0,02
-
1983
12
12
0
0
0,14
0,28
-
1984 41 41
0
0
0,46
0,95
-
1985
147
144
3 48/1
1,63
3,29
0,1
1986
216
210
6
2,37 4,75
0,1
35/1
1987 438 406
32
12/1 4,76
1988
82
10/1
882
800
9,47
9,09
0,7
17,74
1,7 2,7
1989
1312
1181
131
9/1
13,94
25,94
1990
1877
1654
223
7/1
19,73
35,99 4,5
1991
2284
1941
343
5/1
23,77 41,86
6,9
1992
2496
2101
395
5/1
25,76 45,00
7,9
1993
2895
2335
560 4/1
29,62 49,65
11,0
1994
3076
2491
585 4/1
31,18
52,55
11,4
1995
3105
2395
710
3/1
31,20
50,15
13,7
1996
3090
2319
771
3/1
30,78 48,20
14,7
1997
2173
1537
636
2/1
21,44
31,69
12,0
1998
1812
1293
519
2/1
17,71
26,44
9,7
1999
1669
1198 471
2/1
16,15
24,29
8,7
2000
1600
1120 480
2/1
15,35
22,54
8,8
2001
1412
965 447
2/1
13,46
19,31
8,1
2002
1358
932 426
2/1
12,87
18,54
7,7
16,00
6,8
2003
1189
809
380
2/1
11,20
2004
1037
785
252
3/1
9,71
15,43 4,5
2005
1078
758
320
2/1
10,03
14,81
5,7
2006
1151
794
357
2/1
10,67
15,45
6,3
2007**
986
656
330
2/1
9,10
12,71
5,8
2008***
617 417
200
2/1
5,64
7,99
3,5
TOTAL
37955
29296
8659
Fonte: SINAN W/ NET - CCD/COVISA *Mortalidade – número de óbito por aids, ocorridos em determinado ano, por 100.000 habitantes. **Dados preliminares sujeitos a revisão. *** n° de óbitos até agosto de 2008
35
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 7. Taxa de mortalidade* por aids, segundo sexo e ano de ocorrência do óbito. Município de São Paulo, 1980-2008**. 60
Taxa de Mortalidade
50 40 30 20 10
08
07
20
06
20
05
20
04
20
03
20
02
20
01
20
00
20
99
20
98
19
97
19
96
19
95
19
94
19
93
19
92
19
91
19
90
19
89
19
88
19
87
19
86
19
85
19
84
19
83
19
82
19
81
19
19
19
80
0
Ano de Ocorrência Total
Masculino
Feminino
Fonte: SINAN W/ NET - CCD/COVISA **Dados preliminares, sujeitos a revisão. *Mortalidade - número de óbitos por Aids, ocorridos em determinado ano, por 100.000 habitantes.
Tabela XII. Principais causas de morte. Município de São Paulo, 1996, 2007 e 2008*. Posição/Ano
1996
2007
2008
1º Doenças isquêmicas coração Doenças isquêmicas coração Doenças isquêmicas coração 2º D. cerebrovasculares D. cerebrovasculares D. cerebrovasculares 3º
Agressões/Homicidio Pneumonias Pneumonias
4º Pneumonias
Bronquite, enfisema, asma
Bronquite, enfisema, asma
5º
Aids Diabetes mellitus D. hipertensivas
6º
Bronquite, enfisema, asma D. hipertensivas Diabetes mellitus
7º Diabetes mellitus
Homicídios CA pulmão
8º
Acid trânsito e transporte terrestres CA pulmão
9º
Insuficiencia cardiaca
Homicídios
Acid trânsito e transporte terrestres Lesões intenc indeterminada
10º D. hipertensivas CA mama CA mama 11º Cirrose e doenças crônicas/fígado CA estômago
Acid trânsito e transporte terrestres
12º CA pulmão
Insuficiencia cardiaca
Insuficiencia cardiaca
13º Miocardiopatias Miocardiopatias Miocardiopatias 14º CA estômago CA colon CA estômago 15º CA mama Mal definidas 16º Fonte: PRO-AIM *Dados preliminares de setembro de 2008, sujeitos a revisão.
36
Aids
Aids
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela XIII. Principais causas de morte por sexo. Município de São Paulo, 2007 e 2008*. 2007 Posição/Sexo
Masculino
Feminino
1º Doenças isquêmicas do coração Doenças isquêmicas do coração 2º D. cerebrovasculares D. cerebrovasculares 3º Pneumonias Pneumonias 4º
Homicídios CA mama
5º
Bronquites, enfisemas, asmas Diabetes mellitus
6º
Acid trânsito e transporte terrestres
Bronquites, enfisemas, asmas
7º Diabetes mellitus D. hipertensivas 8º CA pulmão
Insuficiencias cardiacas
9º D. hipertensivas CA pulmão 10º CA próstata D. Alzheimer 11º Lesões intenc. indeterminadas CA colon 12º CA estômago D. circulacao pulmonar 13º
Aids Miocardiopatias
14º Miocardiopatias CA estômago 15º Mal definidas Mal definidas 16º Doença alcoólica do fígado
Infecções do trato urinário n/ espec.
17º
Aneurismas e dissecção aorta
Quedas acidentais
18º
Aneurismas e dissecção aorta CA pâncreas
19º
Fibrose e cirrose hepática (exceto alcóol.)
Aids
20º CA colon Demências
2008 Posição/sexo
Masculino
Feminino
1º Doenças isquêmicas do coração Doenças isquêmicas do coração 2º D. cerebrovasculares D. cerebrovasculares 3º Pneumonias Pneumonias 4º
Bronquites, enfisemas, asmas CA mama
5º
Homicídios Diabetes mellitus
6º CA pulmão D. hipertensivas 7º D. hipertensivas
Bronquites, enfisemas, asmas
8º Diabetes mellitus CA pulmão 9º Lesões intenc. indeterminadas 10º
Insuficiencias cardiacas
Acid trânsito e transporte terrestres D. Alzheimer
11º CA próstata CA colon 12º
Aids D. circulacao pulmonar
13º CA estômago Miocardiopatias 14º Mal definidas
Infecções do trato urinário n/ espec.
15º Miocardiopatias CA estômago 16º Doença alcoólica do fígado CA pâncreas 17º
Aneurismas e dissecção aorta Mal definidas
18º
Quedas acidentais
Aneurismas e dissecção aorta
19º
Insuficiencia cardiaca
Aids
20º CA colon Demências Fonte: PRO-AIM *Dados preliminares de setembro de 2008, sujeitos a revisão.
37
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela XIV. Óbitos por aids (Nº e %) e Coeficiente de mortalidade (C.M.) segundo faixa etária e ano de ocorrência do óbito. Município de São Paulo, 2004-2008*. Faixa Etária
2004
2005
2006
nº
%
C.M.
nº
%
Menor 1 ano
0
-
-
1
0,1
C.M.
2007
2008
nº
%
C.M.
nº
%
C.M.
nº
%
C.M.
0,6 4
0,4
2,3
0
-
-
1
0,1
0,6
1 a 12 anos**
14
1,4
-
9
0,9
-
5
0,5
-
3
0,3
-
0
-
-
Crianças
14
1,4
-
10
1,0
-
9
0,9
-
3
0,3
-
2
0,3
-
11
1,1
-
10
1,0
-
8
0,8
-
12
1,3
-
6
0,8
-
20 a 49
13 a 19 anos**
803
78,6
15,7
801
77,8
15,6
821
79,1
16,0
737
78,8
14,4
562
75,5
11,0
50 a 59 anos
142
13,9
14,0
150
14,6
14,2
147
14,2
13,5
122
13,0
10,9
118
15,9
10,1
5,0 4,8
58
5,6
5,3
53
5,1 4,7
58
6,2
5,0 47
6,3
3,8
- 1019
99,0
929
99,4
3
0,3
60 e mais Adultos Ign Total
51 1007
98,6
0
-
-
1021 100,0
0
- 1029
-
-
1029 100,0
99,1
0
-
-
-
1038 100,0
-
935 100,0
733
98,5
-
- 4
0,5
-
744 100,0
Fonte: PROAIM, DATASUS *Dados preliminares de setembro de 2008, sujeitos a revisão. **A Fundação SEADE não contempla a população referente a essas faixas etárias.
Tabela XV. Óbitos por aids (Nº e %) segundo raça/cor e ano de ocorrência do óbito. Município de São Paulo, 2004-2008*. Raça/cor
nº
%
nº
%
nº
%
nº
%
nº
%
nº
%
Amarela
1
0,1
1
0,1
3
0,2
3
0,2
3
0,3
11
0,2
1,2 484
1,1
527
1,1 410
1,2
2429
52,5
-
0
-
0
-
2,2
1113
24
2,9 479
10,3
Branca Indígena
2004
532 0
2005
-
0
2006
2007
1,2 476 -
0
2008
-
0
Parda
235
2,2
235
2,5
259
2,6
214
2,1
170
Preta
102
2,6
98
2,6
113
3,0
85
2,2
81
Ignorada Total
148 4,4 1018
1,6
162 4,5 980
1,6
122 4,1 1024
1,6
Total
109
3,9
57
3,1
598
12,9
887
1,4
721
1,5
4630
100,0
Fonte: PRO-AIM *Dados preliminares de setembro de 2008, sujeitos a revisão.
Capítulo II - GESTANTE HIV E CRIANÇA EXPOSTA I – Análise do Sistema de Informação de Gestantes HIV+ e Crianças Expostas: Mudanças e Melhoria de Qualidade do Banco de Dados no Município de São Paulo O Conselho Nacional de Saúde (CNS), em fevereiro de 2006, aprovou o Pacto pela Saúde, que fortalece a gestão compartilhada entre os diversos níveis de governo cabendo aos estados e municípios o desenvolvimento das ações necessárias para o cumprimento das metas, de acordo com a realidade local. Um dos três eixos do Pacto pela Saúde é o Pacto pela Vida, no qual a redução da mortalidade materna e infantil é uma das prioridades básicas. Por sua vez, a redução da transmissão vertical do HIV é um dos componentes para a execução desta 38
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
prioridade. Neste documento foi pactuada a redução em 15% do número de casos de aids em crianças menores de cinco anos em 2008, em relação a 2005. Outra pactuação existente é o Plano Operacional para Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis, que define a redução em 30% da taxa de transmissão vertical encontrada em pesquisa sobre as taxas de transmissão vertical das macrorregiões brasileiras (Succi, 2004) até 2009 e outros 30% até 2011. A transmissão vertical é responsável por cerca de 90% das infecções por HIV em crianças (Organização Mundial da Saúde, 2005). Como a razão entre os sexos apresenta uma tendência a tornar-se equivalente, o número de crianças expostas ao HIV por transmissão vertical tende a crescer. Em contrapartida, com a implantação e posterior implementação das recomendações para a profilaxia da transmissão vertical a partir do ACTG 076 (AIDS Clinical Trial Group) (1994), abriu-se a possibilidade de redução da transmissão vertical de cerca de 25% para níveis menores que 1 a 2%. As ações preconizadas pelo Ministério da Saúde para a prevenção de transmissão vertical do HIV atualmente (conforme “Recomendações para Profilaxia da Transmissão Vertical do HIV e Terapia Antirretroviral – Gestantes – 2007”) são: • oferecimento de sorologia para o HIV no início do prénatal (1º trimestre) e no início do 3º trimestre, se possível; • introdução de profilaxia com antirretrovirais a partir da 14ª semana de gestação; • teste rápido para triagem das parturientes que não conheciam sua condição sorológica no momento do parto; • uso da Zidovudina (AZT) injetável pelo menos 3 horas antes do parto, até o clampeamento do cordão umbilical; • contraindicação à amamentação materna e cruzada, com inibição de lactação e introdução de fórmula infantil para a alimentação do recém-nascido; • Uso de Zidovudina (AZT) solução oral para o recém-nascido a partir do nascimento até 42 dias de vida; • Acompanhamento clínico da criança exposta até definição diagnóstica aos 18 meses e, posteriormente, até o final da adolescência para acompanhamento de efeitos colaterais de longo prazo dos antirretrovirais. Por sua vez, o município de São Paulo organizou o fluxo de atendimento às gestantes portadoras de HIV com oferecimento de sorologia no início do prénatal e no 3° trimestre da gestação, fornecimento de inibidor da lactação e recomendação da realização de teste rápido nas parturientes, por meio da portaria 1657/07-SMS.G. Além disso, o Ministério da Saúde tornou a notificação de gestante HIV+ e criança exposta obrigatória (portaria nº 0993, de 04 de setembro de 2000), com o objetivo de monitorar e avaliar as ações de prevenção preconizadas para a redução da transmissão vertical do HIV em seus três momentos: prénatal, parto e acompanhamento da criança, bem como, avaliar o resultado destas ações na redução de casos de crianças infectadas. A partir das informações obtidas com o monitoramento das ações de prevenção em cada uma das fases do ciclo gravídico-puerperal e o encerramento dos casos, pode-se acompanhar a qualidade do atendimento. A partir de 2007, houve substituição do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do formato Windows” (SINAN W) pelo formato NET (SINAN NET), que foi instalado em rede. Com isso, foram feitas alterações nas fichas deste agravo: criou-se a ficha de “gestante HIV” e, posteriormente, a ficha de “criança exposta ao HIV”, que não está no sistema até o momento. Diante dessas mudanças, o monitoramento da criança exposta ficou comprometido, em relação às situações abaixo relacionadas: • as informações das crianças expostas nascidas a partir de janeiro de 2007 poderiam ser perdidas; • a falta de encerramento dos casos de crianças expostas notificadas na versão windows. Quando o sistema foi alterado, as crianças nascidas no segundo semestre de 2005, no ano de 2006 e os casos de gestantes notificadas em 2006 cujos partos seriam em 2007, não poderiam ser encerrados, pois essas fichas tinham um prazo de 18 meses para o encerramento e o Windows deixou de vigorar em abril de 2007. Para minimizar estas dificuldades foi criado um banco provisório com as notificações de crianças expostas na Coordenadoria de Vigilância em Saúde do Município de São Paulo (CCD/COVISA), para o acompanhamento destas crianças nascidas a partir de janeiro de 2007 e definiu-se uma agenda com as Supervisões de Vigilância em Saúde (SUVIS), para a busca dos casos em aberto que tinham sido notificados no SINAN W. Após o trabalho de completitude do banco de gestante HIV e criança exposta realizado em 2008, observou-se que a porcentagem de casos encerrados de crianças nascidas entre os anos de 2000 a 2006 subiu de 62,9% para 86,3% do total. Observando-se apenas os dois últimos anos, a melhoria é mais acentuada: de 49,9% para 86,8% em 2005 e de 29,1% para 80,0% em 2006.
39
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Além disso, houve alteração no número de notificações e número de óbitos devido à retirada de duplicidades, correção do preenchimento e complementação da informação (Tabela I). Apesar deste esforço 907 casos (566 que já tinham sido encerrados como perda de seguimento, 223 em branco e 118 em seguimento), que representam 30,8% do total de casos, foram encerrados na versão do SINAN W como perda de seguimento. Quando foram analisados estes 907 casos, constatou-se que 70,3% deles tinham sido notificados por ocasião do parto e a informação da sorologia do HIV ocorreu apenas no periparto, comprometendo a execução do protocolo de profilaxia recomendado. O cruzamento do banco de “gestante HIV e criança exposta” com o banco de “aids em menores de 13 anos” permitiu a identificação de 33 casos de crianças infectadas que constavam no primeiro banco “sem encerramento”, mas estavam notificadas como casos de aids em crianças. Na análise da proporção de infectados sobre o total de casos notificados por ano de nascimento foram incluídos 14 casos de crianças expostas nascidas em 2005 e 2006 que foram notificados tardiamente na versão do SINAN NET (Tabela II).
Tabela I. Distribuição dos casos de crianças expostas segundo ano de nascimento e encerramento do caso antes e após a intervenção no banco de dados. Município de S. Paulo, 2000 a 2006******. Final 2007* Ano Branco Infectado Não Infectado
Perda de
Em
Total % Total**** Encerrados***** Encerrados
Seguimento
Óbito***
2000
21
19
156
28
6
5
235
209
88,9
2001
39
324
258
79,6
76 460
335
72,8
Seguimento
27
17
177
55
9
2002 49
16
250
56
13
2003
53
10
242
79
11
125
520
342
65,8
2004
169
11
262
78
13
35
568
364
64,1
2005
191
5
172
50
14
51 483
241
49,9
2006
196 4
54
53
9
96 412
120
29,1
Total
706
1313
399
75
1869
62,9
82
479
3002
Final 2008** Perda de Ano Branco Infectado Não Infectado Seguimento
Em
Óbito***
Seguimento
Total % Total**** Encerrados***** Encerrados
2000
6
24
165
35
5
0
235
229
97,4
2001
11
22
214
59
3
16
325
298
91,7
2002
25
19
305
68
8
32 457 400
87,5
2003
23
14
327
100
12
36
512 453
88,5
2004 41
14
350
119
5
9
538 488
90,7
2005
51
10
288
86
9
9 453
393
86,8
2006
66
13
223
99
10
16 427
345
80,8
Total
223
116
1872
566
52
2606
86,3
118
Fonte: SINAN W - CCD/COVISA *Final de 2007: antes da intervenção no banco de dados. **Final de 2008: após da intervenção no banco de dados. ***n° de óbitos - alterado após intervenção - retirada duplicidade e correção no preenchimento do campo. ****n° total de casos - alterado após intervenção - retirada de duplicidade e preenchimento do ano de nascimento. *****nº de casos encerrados compreende: infectados, não infectados, perda de seguimento e óbitos. ******Dados preliminares, sujeitos a revisão.
40
3019
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
A partir destas informações mais acuradas, foi possível calcular a proporção de crianças infectadas em relação às expostas, de maneira a ficar mais próxima da proporção efetivamente existente (Tabela II).
Tabela II. Porcentagem de notificações de casos de crianças expostas infectadas em relação às expostas segundo ano de nascimento, antes e após a intervenção no banco de dados. Município de São Paulo, 2000-2006***. Porcentagem de infectados Ano de Final de 2007* Final de 2008** nascimento nº % nº % 2000
19
8,1
24
10,2
2001
17
5,2
22
6,8
2002
16
3,5
19 4,2
2003
10
1,9
14
2,7
2004
11
1,9
14
2,6
2005
5
1
11
2,4
2006 4
1
13
3
Fonte: SINAN W/NET *Final de 2007: antes da intervenção do banco de dados. **Final de 2008: após intervenção do banco de dados. ***Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Gráfico 1. Proporção de crianças expostas infectadas segundo ano de nascimento. Município de São Paulo, 2000-2006*. 12 10,2
10 8 %
6,8
6 4,2
4
2,7
2
2,6
3
2,4
0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Ano de Nascimento Fonte: SINAN W/NET *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
A qualidade da informação é fundamental para que a mesma subsidie a tomada de decisão. Para que ocorra uma diminuição da subnotificação e ocorra melhora na completitude dos bancos de “gestante HIV” e “criança exposta ao HIV” existem alguns desafios a serem vencidos:
• Garantir a existência da equipe de vigilância epidemiológica nas SUVIS; • Aperfeiçoar o monitoramento do seguimento do binômio mãe-filho, garantindo prontamente o acesso às informações necessárias pelas equipes de vigilância epidemiológica locais para o acompanhamento e encerramento adequados dos casos notificados; • Realizar capacitação contínua das equipes de vigilância epidemiológica dos serviços de prénatal, parto e de acompanhamento da criança.
41
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
II. Análise Epidemiológica de Gestantes HIV e Crianças Expostas A partir da implantação da notificação de “gestante HIV e criança exposta”, em 2000, houve um aumento progressivo destas notificações anualmente até 2004, quando se iniciou um declínio constante no número destas notificações (Tabela III e Gráfico 2). Ao compararmos as informações de “casos notificados de gestante HIV segundo o ano de parto” com a “estimativa de partos/gestantes infectadas” anual baseada na prevalência (0,49%) apresentada no “Estudo sentinela-parturientes” de 2004 (Ministério da Saúde), notamos que a diferença entre o número estimado de gestantes HIV+ e crianças expostas e o número notificado destes casos está aumentando (Tabela IV e Gráfico 3). Isto pode significar que está ocorrendo diminuição das notificações ou mudança no perfil da população.
Tabela I. Número de casos notificados de gestante HIV+ segundo ano de notificação. Município de São Paulo, 2000-2008*.
N° casos notificados
Ano de notificação
de gestante HIV+
2000
85
2001
249
2002 433 2003
850
2004
994
2005
793
2006
746
2007*
514
2008* 450 Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Gráfico 1. Número de casos notificados de gestante HIV+ segundo ano de notificação. Município de São Paulo, 2000-2008*. 1200 1000 800 Número 600 400 200 0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
Ano de Notificação Fonte: SINAN W/NET – CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
42
2006
2007*
2008*
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela II. Estimativa de partos em gestantes HIV+, número de notificações de gestantes HIV+/crianças expostas e estimativa de subnotificação de gestantes HIV+/crianças expostas segundo ano de parto. Município de São Paulo, 2000-2007*.
Ano de parto
Estimativa de casos não notificados de gestantes HIV+/crianças expostas
N° de notificações de gestantes HIV+/ crianças expostas2
Nº de partos estimados em gestantes HIV+1
nº
%
2000
1016
238
778
76,6
2001
934
333
601
64,3
2002
908 468 440 48,5
2003
856
518
338
39,5
2004
856
553
303
35,4
2005
840 481
359 42,7
2006
817 461
356 43,6
2007
808 420
Total
7035
388 48,0
3472
3563
50,6
Fonte: SINANW/NET Fonte: Estudo sentinela parturientes 2004 - Ministério da Saúde, SINASC. *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
1 2
Gráfico 2. Número de casos estimados e número de casos de gestantes HIV+/crianças expostas notificados segundo ano de parto. Município de São Paulo, 2000-2007*. 1200 1016 934
1000
908
856
856
840
817
808
800 Número
600 400
553
518
468
481
461
420
333
238 200 0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Ano de Parto nº de partos estimados em gestantes HIV+
nº de notificações de gestantes HIV+/crianças expostas
Fonte: SINANW/NET, estudo sentinela parturientes 2004 - Ministério da Saúde, SINASC *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
43
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
O momento mais adequado para a realização da detecção de soropositividade de HIV é antes ou, no máximo durante o prénatal, para que todas as ações de prevenção da transmissão vertical possam ser realizadas a tempo. Observa-se na Tabela III e no Gráfico 3, que o diagnóstico antes ou durante o prénatal apresentou incremento até o ano de 2005, com certa diminuição durante o ano de 2006, enquanto o diagnóstico de HIV cresceu no momento do parto, ficando mais tardio. A oportunidade do diagnóstico de HIV durante o prénatal continua sendo importante para a descoberta da soropositividade em mulheres. Os casos “sem informação” sobre a época de diagnóstico vêm decrescendo constantemente, possibilitando uma melhor avaliação deste indicador devido à melhora do sistema de informação.
Tabela III. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ segundo época de evidência laboratorial do HIV e ano de notificação. Município de São Paulo, 2000-2006*. Ano de
Época de evidência laboratorial Antes do prénatal Durante o prénatal
notificação 2000 2001
n°
%
Durante o parto n°
n°
%
88
37,0
70
29,4
13
5,5
27
154 46,2
101
30,3
26
7,8
18
2002
194 41,5
137
29,3 42
2003
250 48,3
144
27,8
60
%
Após o parto n°
Sem informação
%
n°
11,3 40
%
Total n°
16,8
238
5,4
34
10,2
333
63
13,5 468
9,0
32
6,8
11,6
15
2,9 49
9,5
518 553
2004
288
52,1
165
29,8 47
8,5
15
2,7
38
6,9
2005
287
60,4
119
25,1 46
9,7
7
1,5
16
3,4 475
236
54,1
108
24,8
68
15,6
5
1,1
1497
844
302
119
2006 Total
19 4,4 436 259
3021
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Gráfico 3. Número de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo época da evidência laboratorial do HIV e ano de parto. Município de São Paulo, 2000-2006*. 600 500 400 Número
300 200 100 0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Ano de Parto Antes do prénatal Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
44
Durante o prénatal
Durante o parto
Após o parto
Sem informação
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
A forma de diagnóstico do HIV no momento do parto tem variado ano a ano. Até 2006, cerca de 20 a 30% dos casos ainda tinham seu diagnóstico realizado através dos testes sorológicos convencionais (Elisa) ao invés de teste rápido diagnóstico, não possibilitando a utilização da profilaxia indicada no momento do parto, por não oferecer acesso oportuno ao resultado (Tabela IV), com prazo viável para a implantação das medidas de profilaxia para a transmissão vertical de HIV.
Tabela IV. Número e porcentagem (Nº e %) de casos diagnosticados no momento do parto segundo a forma de evidência laboratorial do HIV utilizada e ano de notificação. Município de São Paulo, 2000-2006*. Ano de notificação
Teste rápido diagnóstico
Teste Elisa
%
nº
Total
nº
%
2000
9
69,2 4
30,8
13
2001
22
84,6 4
15,4
26
2002
19,0 42
34
81,0
8
2003 47
78,3
13
21,7
2004
34
72,3
13
27,7 47
2005
32
69,6
14
30,4 46
2006
52
76,5
16
23,5
60
68
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
A porcentagem de gestantes HIV+ que realizaram prénatal aumentou acentuadamente nos anos de 2007 e 2008, após a implantação do Programa “Mãe Paulistana” no município, atingindo o patamar de 90% das gestantes que foram notificadas como portadoras do HIV e estabilizando neste nível. Os casos onde não se tem informação sobre a realização do prénatal também caíram drasticamente, mantendo-se por volta de 2,1-2,2% (Tabela V). O total de partos cesárea vem aumentando anualmente, porém as cesáreas de urgência também vem aumentando, apesar da indicação ser apenas de cesárea eletiva para o efeito protetor contra a transmissão vertical. Neste item, também se observa uma melhora da qualidade da coleta do dado, com redução substancial de casos sem informação (Tabela VI e Gráfico 4).
Gráfico 4. Número de notificações de gestantes HIV+ segundo indicação de cesárea e ano de parto. Município de São Paulo, 2000-2008*. 350 300 250 Número
200 150 100 50 0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007*
2008*
Ano de Parto Parto cesárea (indicação ignorada)
Cesárea eletiva **
Cesárea de urgência **
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares sujeitos a revisão. ** "cesárea eletiva" e "cesárea de urgência" foram incluídas neste campo da notificação a partir da implantação do SINAN NET, em substituição ao item "Parto cesárea".
45
46
11
8
Branco
Ignorado
100,0
9,4
12,9
7,1
70,6
249
293
nº
11,6
100,0
433
31
63
%
100,0
7,2
14,5
10,6
67,7
2002
8,4 46
75,1
%
12 4,8
29
21
187
nº
2001
11,1
6,8
77,5
%
850
100,0
39 4,6
94
58
659
nº
2003
994
33
208
82
671
nº
% 544
nº
167
100,0
793
3,3 40
20,9
%
nº
100,0
5,0
21,1
5,3 24,0
8,2
746
100,0
30 4,0
179
61
%
nº
100,0
514
- 2,1
0 450
10
0
1
Cesárea de urgência **
Aborto
0
0
238 100,0
16,8
11,4
1,2
-
-
52,3
35,1
%
333 100,0
38
0,4 4
-
-
174
117
nº
2001
12,8
0,6
-
-
52,6
34,0
%
468 100,0
60
3
0
0
246
159
nº
2002
7
0
0
311
187
nº
%
553 100,0
8,7
1,3
-
-
56,2
33,8
2004
10,6 48
0,2
-
-
59,7
29,5
%
518 100,0
55
1
0
0
309
153
nº
2003
6,2
2,1
-
0,4
59,9
31,4
%
481 100,0
30
10
0
2
288
151
nº
2005
Ano de parto
10,8
8,8
27,6
%
32
6,7
1,0 420 100,0
28
-
33,0
1,0
14,7
7,7
73,5
%
32,3
82
371
9,3
1,1 3784 100,0
352
2,2
9,8
1715 45,3
1224
%
100,0
Total nº
5114
214 4,2
751
392
3757
1,6 40 312 100,0
3
5
15,7
152 48,7
0
103
nº
2008
7,6 49
203 48,3
37
116
nº
2007
1,1 4
0,2
3,0
54,0
30,8
%
461 100,0
50
5
1
14
249
142
nº
2006
%
100,0
2,2
-
8,9
nº
Total
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. ** "cesárea eletiva" e "cesárea de urgência" foram incluídas neste campo da notificação a partir da implantação do SINAN NET, em substituição ao item "Parto cesário".
Total
Sem informação 40
0
Cesárea eletiva **
96 40,3
101 42,4
%
Parto cesárea
2000
Parto vaginal
nº
da gravidez
Evolução
% 88,9
Tabela VI. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ segundo a evolução da gravidez e ano de parto. Município de São Paulo, 2000-2008*.
*Dados preliminares, sujeitos a revisão.
nº
7,0 40
11
0
36
%
2008*
90,9 400
2007*
63,8 467
2006
68,6 476
2005
8,2 42
67,5
2004
Ano de notificação
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA
85
6
Não
Total
60
Sim
Realização 2000 de PN % nº
Tabela V. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ segundo realização de prénatal (PN) e ano de notificação. Município de São Paulo, 2000-2008*.
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Para a avaliação da utilização de antirretrovirais (ARV) durante o prénatal somaram-se os dados de profilaxia e tratamento, considerando que o objetivo de tornar a carga viral indetectável pelas metodologias existentes é o mesmo nas duas situações. A partir de 2004 ocorreu uma estabilização na porcentagem de uso destes medicamentos em torno de 65% (Tabela VII e Gráfico 5). Os anos de 2007 e 2008 não foram analisados na versão deste Boletim Epidemiológico dado que o atual campo destinado a esta informação limita-se a questionar o uso de antirretrovirais, sem registrar se este é utilizado para profilaxia ou para tratamento. A partir da implantação da nova ficha de notificação de criança exposta ao HIV, este dado poderá ser melhor analisado, já que consta a especificação de “uso de ARV profilático/tratamento” no prénatal. É recomendável que a vigilância epidemiológica de cada serviço reavalie esta informação nos casos notificados até o momento para detectar preenchimentos incorretos deste dado.
Tabela VII. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ segundo uso de ARV** no prénatal (PN) e ano de notificação. Município de São Paulo, 2000-2006*. Utilização de ARV** 2000 no PN % nº Sim
56
Não
9
Ignorado/Em branco 20 Total
Ano de notificação 2001
2002
2003
2004
2005
Total
2006
nº
%
nº
%
nº
%
nº
%
nº
65,9
189
75,9
290
67,0
659
77,5
662
66,6
506
10,6
20
8,0
62
14,3
77
9,1
121
12,2
129
16,3
117
15,7
535
12,9
23,5 40
16,1
81
18,7
114
13,4
211
21,2
158
19,9
154
20,6
778
18,7
85 100,0
249 100,0
433 100,0
850 100,0
994 100,0
%
nº
63,8 475
793 100,0
nº
%
63,7 2837
%
68,4
746 100,0 4150 100,0
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. **ARV = Antirretroviral.
Gráfico 5. Porcentagem de casos notificados de gestante HIV+ segundo utilização de ARV** no prénatal e ano de notificação. Município de São Paulo, 2000-2006*. 100 90 80
23,5
70 60
10,6
% 50 40 30 20
16,1
9,1
8,0
65,9
13,4
18,7 14,3
75,9
77,5
67,0
21,2
19,9
20,6
12,2
16,3
15,7
66,6
63,8
63,7
2004
2005
2006
10 0 2000
2001
2002
2003 Ano de Notificação
Sim
Não
Ignorado/Em branco
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. **ARV = Antirretroviral.
47
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Quanto ao uso de ARV no periparto, como medida de prevenção durante a assistência ao parto, houve uma melhora gradativa, mas ainda 12,2% das gestantes não tiveram acesso ao uso do ARV neste momento (Tabela VIII e Gráfico 6). Neste item houve redução de “ignorado/em branco” de 24,4% no ano 2000 para 3,5% em 2008, qualificando esta informação.
Tabela VIII. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ segundo uso de ARV** durante o parto e ano de parto. Município de São Paulo, 2000-2008*. Utilização de ARV** no Parto
Ano de notificação
Total 2000 nº
Sim
%
2001 nº
2002
%
nº
2003
%
nº
2004
%
nº
2005
%
nº
%
2006 nº
%
2007 nº
%
2008 nº
%
nº
Não 48 20,2 Não se aplica Ignorado/
2
Total
60 18,0 103 22,0
0,8
58 24,4
Em branco
6
1,8
62 18,6
1
0,2
87 18,6
71 13,7 0
-
80 15,4
68 12,3 1
0,2
78 14,1
60 12,5 5
66 14,3 49 11,7
1,0
54 11,2
2
0,4
0
38 12,2 563 14,9
-
0
66 14,3 42 10,0
11
-
17
0,4
3,5 538 14,2
238 100,0 333 100,0 468 100,0 518 100,0 553 100,0 481 100,0 461 100,0 420 100,0 312 100,0 3784 100,0
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão. **ARV = Antirretroviral.
Gráfico 6. Número de casos notificados de gestante HIV+ segundo uso de ARV* durante o parto e ano de parto. Município de São Paulo, 2000-2008**. 600 500 400 Número 300 200 100 0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007**
2008**
Uso de ARV* no Parto Sim
Não
Não se aplica
Ignorado/Em branco
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA **Dados preliminares sujeitos a revisão. *ARV = Antirretroviral.
A porcentagem de casos notificados em que o início do AZT para o recém nascido constava como “sem informação” caiu de 17,6% em 2006 para 3,5% em 2008, denotando sensível aprimoramento no preenchimento deste dado a partir da implantação do SINAN NET. Nestes mesmos anos, houve aumento nos casos com introdução do AZT para o recém nascido após 24 horas do nascimento (Tabela IX e Gráfico 7), que pode ser relacionada à melhoria da qualidade do dado, sendo que esta situação poderia já ser existente, porém não registrada.
48
%
130 54,6 205 61,6 277 59,2 367 70,8 406 73,4 362 75,3 327 70,9 329 78,3 263 84,3 2666 70,5
81
2,9
34,0
7,1
2,7
3,3
61,6
%
28,2
333 100,0
94
14 4,2
9
11
205
nº
2001
26,5
468 100,0
124
7
398
nº
19,5
1,5
0,8
1,4
518 100,0
101
8
%
nº
14,8
3,3
1,4
1,8
78,7
553 100,0
82
18
8
10
%
2004
76,8 435
2003
1,5 4
2,8
65,0
%
20 4,3
7
13
304
nº
2002
3
10
363
nº
12,4
334
nº
0,7 17,6
0,9
0 9,0
-
-
11,4
420 100,0
38
0
% 79,5
2007*
2,2 48
461 100,0
81
% 78,7
2006
0,4 4
2,9
1,7
82,5
%
475 100,0
59
2
14
8
392
nº
2005
Ano de nascimento
3,5
-
-
12,2
84,3
%
74,5
%
671
83
52
17,8
2,2
1,4
157 4,2
2815
nº
Total
312 100,0 3778 100,0
11
0
0
38
263
nº
2008**
18,9
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA **Dados preliminares, sujeitos a revisão. *AZT = Zidovudina.
238 100,0
Sem informação 45
Total
28
61,3
11,8
146
5,5
6 semanas
13
%
2,5
Não usou
De 3 a 5 semanas
6
2000
nº
Menos de 3 semanas
de uso do AZT* xarope
Tempo total % 2,4
23,1
6,3
63,7
333 100,0
77
21
212
15 4,5
8
nº
2001 %
27,6
6,6
55,6
3,0
7,3
468 100,0
129
31
260
14
34
nº
2002 %
34,7
2,5
55,8
2,5
518 100,0
180
13
289
13
23 4,4
nº
2003
%
55,3
2,7
3,4
34,5 553 100,0
191
22 4,0
306
15
19
nº
2004
%
1,3
52,3
2,1
478 100,0
199 41,6
6
250
10
13
2,7
2005 nº
Ano de nascimento % 0,7
5,1
1,1 447 100,0
205 45,9
5
211 47,2
3
23
nº
2006
%
nº
28,7
1,6
65,5
26,6
0,4
70,0
1,5
1186
132
2064
93
137
nº
%
32,8
3,7
57,1
2,6
3,8
Total
267 100,0 3612 100,0
71
1
187
1,9 4
1,5
%
2008** 2,3 4
310 100,0
89
5
203
6
7
nº
2007*
Tabela X. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta em relação ao uso de AZT* solução oral segundo tempo total de uso de AZT* na criança e ano de nascimento. Município de São Paulo, 2000-2008**.
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *AZT = Zidovudina. **Dados preliminares, sujeitos a revisão.
238 100,0
Sem informação
Total
7
17
Não realizado
Não se aplica
12
5,0
50,8
121
Nas primeiras 24h
Após 24h do nascimento
2000
%
nº
Início do AZT* na criança
Tabela IX. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo início do AZT* na criança e ano de nascimento. Município de São Paulo, 2000-2008**.
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
49
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 7. Número de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo início do AZT* na criança e ano do nascimento. Município de São Paulo, 2000-2008**. 600 500 400 Número
300 200 100 0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Ano do Nascimento Nas primeiras 24h
Após 24h do nascimento
Não realizado
Não se aplica
Sem informação
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA **Dados preliminares sujeitos a revisão. *AZT = Zidovudina.
A porcentagem de crianças que utilizaram o AZT solução oral por 6 semanas vem crescendo, atingindo 70% dos casos notificados no ano de 2008. Neste ano, apenas 0,4% não usaram o medicamento durante o período indicado, porém estes dados podem ser alterados significativamente por haver ainda 26,6% de casos sem informação, apesar da melhora que vem ocorrendo no registro desta informação (Tabela X e Gráfico 8).
Gráfico 8. Casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo tempo total de uso AZT* solução oral na criança e ano de nascimento. Município de São Paulo, 2000-2008**. 600 500 400 Número
Menos de 3 semanas
300
De 3 a 5 semanas
Ignorado/Em branco
200
6 semanas Não usou
100
Sem informação 0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Ano de Parto Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA **Dados preliminares, sujeitos a revisão. *AZT = Zidovudina.
A recomendação para suspender a amamentação foi seguida na grande maioria dos casos (77,9%) durante o ano de 2008, porém 21,3% das notificações se encontra sem esta informação. A porcentagem de casos de amamentação teve uma queda acentuada entre os anos 2000 (14,3%) e 2003 (2,5%), sendo que esta queda se tornou mais estável até 2008 (0,7%) (Tabela XI). 50
238 100,0
%
18,9
76,0
5,1
333 100,0
63
253
17
nº
2001 %
20,7
73,3
6,0
468 100,0
97
343
28
nº
2002 % 15
nº
21,8
73,6 23,7
553 100,0
131
2,7
%
%
25,1
73,8
1,0
478 100,0
120
353
5
nº
Ano de nascimento 2004 2005
75,7 407
2,5
518 100,0
113
392
13
nº
2003 %
nº
70,7 28,2
75,8 22,9
310 100,0
71
235
% 1,3
2007*
1,1 4
447 100,0
126
316
5
nº
2006 %
21,3
77,9
0,7
820
2669
123
nº
%
22,7
73,9
3,4
Total
267 100,0 3612 100,0
57
208
2
nº
2008*
2,1
235 100,0
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Total
17,4
5
Perda de seguimento 41
Óbito
10,2
24
70,2
%
nº
2000
165
Não infectada
Infectada
Encerramento
0,9
26,5
65,8
6,8
%
325 100,0
3
86
214
22
nº
2001 %
1,8
27,4
66,7
457 100,0
8
125
305
19 4,2
nº
2002
2,3
31,1
63,9
2,7
%
512 100,0
12
159
327
14
nº
2003
0,9
31,4
65,1
2,6
%
538 100,0
5
169
350
14
nº
2004
Ano de nascimento
2,0
32,2
63,4
2,4
%
456 100,0
9
147
289
11
nº
2005
52,3
3,0
%
2,3
52
912
1878
117
nº
3,9
%
1,8
30,8
63,5
Total
436 100,0 2959 100,0
10
185 42,4
228
13
nº
2006
Tabela XII. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo o encerramento do caso e ano de nascimento. Município de São Paulo, 2000-2006*.
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Total
68,1
17,6
162
não
sem informação 42
%
14,3
nº
34
2000
sim
Aleitamento materno
Tabela XI. Número e porcentagem (Nº e %) de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo aleitamento materno e ano de nascimento. Município de São Paulo, 2000-2008*.
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
51
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 9. Casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo aleitamento materno e ano do nascimento. Município de São Paulo, 2000-2008*. 600 500 400 Número 300 200 100 0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007*
2008*
Ano do Parto sim
não
sem informação
Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
O trabalho intensivo para encerramento de todos os casos notificados de gestante HIV e criança exposta no SINAN W resultou em melhora acentuada na qualidade da informação, fazendo com que os dados obtidos ficassem mais confiáveis. Estes dados mostram uma estabilização na porcentagem de crianças infectadas de 2003 (2,7%) a 2006 (3,0%), conforme a Tabela XII e o Gráfico 10. Esta informação é confirmada no Gráfico 11, com os dados obtidos a partir do banco de aids em crianças, que mostra a mesma estabilização no número de crianças infectadas menores que 5 anos de idade de 2004 a 2006.
Gráfico 10. Porcentagem de casos notificados de gestante HIV+ e criança exposta segundo encerramento do caso e ano do nascimento. Município de São Paulo, 2000-2006*. 100
2,1 17,4
0,9
1,8
2,3
0,9
2,0
26,5
27,4
31,1
31,4
32,2
63,9
65,1
63,4
2,7 2003
2,6 2004
2,4 2005
80
2,3
42,7
60 %
70,2 40
65,8
66,3
52,1
20 0
10,2 2000
6,8
4,6
2001
2002
3,0 2006
Ano do Nascimento Infectada Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
52
Não infectada
Perda de seguimento
Óbito
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 11. Casos notificados de HIV/Aids em menores de 5 anos segundo ano do diagnóstico. Município de São Paulo, 2000-2006*. 100 90 80 70 Número
60
95
50
80
40 30
57
20
52 21
10
25
21
0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Ano do Diagnóstico Fonte: SINAN W/NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
53
Boletim Epidemiol贸gico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
54
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Parte ii - DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), excetuando-se as descritas nos capítulos anteriores, constituem agravos que têm sua notificação apenas recomendada, não sendo compulsória. A partir de 2007, com a implantação da nova plataforma de coleta de dados, o Sistema de Informações de Agravos de Notificação em formato NET (SINAN NET), espera-se um aumento gradativo no número de notificações. No período de 2007-2008 foram notificados 7301 casos de DST, sendo 4172 do sexo masculino (57,1%) e 3129 do sexo feminino (42,9); na faixa etária de 20 a 39 anos encontra-se 65,3% dos casos, porém, a faixa etária de 10 a 19 anos contribui com 908 casos que representa 12,4 % das notificações (Tabela I).
Tabela I. Casos de DST notificados (N° e %) segundo faixa etária e sexo. Município de São Paulo, 2007-2008*.
Total de casos
Faixa Etária
Masculino
Feminino
n°
n°
%
9,9 493
15,8
10 a 19 anos 415 20 a 29 anos 30 a 39 anos
%
1893 45,4
1214
38,8
718
22,9
12,2
399
12,8
9,1
295
9,4
0,4
10
0,3
959
23,0
40 a 49 anos
507
50 e +
380 18
Ignorada Total
4172 100,0 3129 100,0
Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Na Tabela II observa-se que o condiloma acuminado representa 38,7 % das notificações, seguido pela sífilis em adulto (23,1%). Para o sexo masculino, o condiloma acuminado contribuiu com 41,3 % das notificações e a sífilis com 23,7 %, para o sexo feminino o corrimento cervical representou 35,4%, o condiloma acuminado 35,1 % e a sífilis em adulto 22,3%.
Tabela II. Casos de DST notificados (N° e %) segundo sexo e diagnóstico. Município de São Paulo, 2007-2008*. Diagnóstico Condiloma Acuminado
Masculino n°
Feminino
Total
%
n°
%
n°
%
1724 41,3
1099
35,1
2823
38,7
Herpes Genital
355
8,5
Sífilis em Adulto
988
23,7
139 4,4 494 699
22,3
1687
6,8 23,1
Úlcera Genital
337
8,1 42
1,3
379
5,2
Corrimento Uretral
768
18,4 43
1,4
811
11,1
35,4
1107
15,1
100 7301
100
Corrimento Cervical Total
- 4172
-
1107
100 3129
Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
55
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Na Tabela III observa-se que 38 das 699 mulheres notificadas com sífilis em adulto estavam grávidas, representando 5,4%; em 103 destas (14,7%) a informação sobre a gravidez foi preenchida como ignorada. Destaca-se a faixa etária de 10 a 19 anos em que 11,4 % estavam grávidas e em 17,1 % esta informação estava ignorada. Observa-se ainda a notificação de 6 casos de sífilis em adulto em mulheres grávidas com 50 anos ou mais, o que pode significar um erro de preenchimento ou de digitação.
Tabela III. Distribuição dos casos notificados de sífilis em mulheres segundo faixa etária e condição de gravidez. Município de São Paulo. 2007-2008*. Faixa Etária
Gestante
Não Gestantes n°
%
Ignorada n°
Total de Casos
n°
%
%
n°
10 a 19 anos 4
11,4
25
71,4
6
17,2
35
8,8
130
76,0
26
15,2
171
20 a 29 anos
15
30 a 39 anos
10
5,7
139
79,4
26
14,9
175
40 a 49 anos
3
2,2
116
84,7
18
13,1
137
50 anos e +
6
3,3
147
81,7
27
15,0
180
ignorada
0
-
1
100,0
0
-
1
38
5,4
558
79,8
103
14,7
699
Total
Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA *Dados preliminares,sujeitos a revisão.
Os Serviços Especializados em DST/Aids são os que notificam o maior número de DST, com 4.315 (59,1%) notificações, sendo que as Unidades Básicas de Saúde têm uma contribuição ainda considerada pequena no total das notificações com 2343 (32,1%), embora a maioria desses agravos possam ser atendidos e notificados na atenção básica. Apenas os casos de maior complexidade deveriam ser encaminhados para as Unidades Especializadas (Tabela IV). Quando se analisa os dados por Coordenadoria de Saúde (CRS), observa-se que este padrão é mantido, mas na CRS Leste a diferença entre número de notificações realizadas por Unidades Especializadas (882) e Unidades Básicas de Saúde (804) é pequena. Em relação ao número de notificações feitas por Unidades Básicas (234 3), a CRS Centro-Oeste contribui com 824 (35,2%) e a CRS Sudeste com 772 (32,9%); já entre as notificações feitas por Hospitais (643), a maior contribuição é da CRS Sudeste (63,3%), sendo a maior parte destas da SUVIS Ipiranga, que tem como maior notificador o Hospital Estadual do Ipiranga, seguida da CRS Norte com (32,3%) dos casos notificados por hospitais. Pode-se destacar o Hospital Municipal Vereador José Storopolli da SUVIS Vila Maria / Vila Guilherme, que é responsável pela totalidade dos casos notificados por hospitais nessa região. Em relação à distribuição de casos segundo Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS) e Coordenadoria de Saúde (CRS), observa-se participação destacada da SUVIS Vila Mariana/Jabaquara da CRS Sudeste, com 1737 casos notificados, sendo 1572 notificados pela Unidade de Saúde Especializada – CRT/DST-Aids, que se localiza nesta região. Quatro SUVIS não apresentam casos de DST notificados (Guaianases, São Mateus, Perus/Pirituba e Parelheiros) e duas SUVIS (São Miguel e Cachoeirinha/ Casa Verde) apresentam o menor número de casos (Tabela IV). A notificação das DST, embora não compulsória, é de grande importância para subsidiar as ações que possibilitem o controle desses agravos. Pacientes com DST, em especial os casos recorrentes, constituem um grupo de maior vulnerabilidade para a infecção pelo HIV. A descoberta precoce da sífilis em mulheres gestantes permite o tratamento adequado e a redução da sífilis congênita, ainda um importante problema de Saúde Pública em nosso meio. A investigação da condição de gravidez no momento do diagnóstico das DST é fundamental, uma vez que a transmissão vertical pode ser evitada ao se instituírem as medidas de controle adequadas. A oportunidade do diagnóstico das DST deve ser garantida em todos os serviços, assim como a investigação e o tratamento sindrômico, seguido da notificação e acompanhamento dos casos.
56
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela IV. Casos de DST notificados (N° e %) segundo Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS), Coordenadoria de Saúde (CRS) e tipo de unidade notificante. Município de São Paulo, 2007-2008*. Coordenadoria
Supervisão de Vigilância
de Saúde (CRS)
em Saúde(SUVIS)
Centro-Oeste
Número
Tipo de Unidade Notificante
de casos
Especializada
Básica
n°
%
n°
%
n°
Butantã 433
5,9
349
8,1
6,8
2
Lapa/ Pinheiros Sé Sub.total Leste Cidade Tiradentes Ermelino Matarazzo Guaianases
500
Hospital
%
n°
%
72
3,1
12
1,9
- 498
21,3
0
-
517
7,1
263
6,1
254
10,8
0
-
1450
20,0
614
14,2
824
35,2
12
1,9
54
0,7
0,2 47
2,0
0
-
184
2,5
-
1
0,2
7
182 4,2
1
0
-
0
-
0
-
0
-
Itaim Paulista/ Curuçá
53
0,7
51
1,2
2
0,1
0
-
Itaquera/ Cidade Líder
578
7,9
564
13,1
14
0,6
0
-
0
-
0
-
0
-
0
-
São Mateus São Miguel Sub.total Norte Cachoeirinha/ Casa Verde
13
0,2
0
-
13
0,6
0
-
882
12,0
804
18,6
77
3,3
1
0,2
13
0,2
0
-
1
-
12
1,9
Freguesia do Ó/ Brasilândia
232
3,2
226
5,2
6
0,3
0
-
Jaçanã/ Tremembé
312 4,3
11,4 44
6,8
Perus/ Pirituba
0
-
268
0
-
0
-
0
-
0
-
73
1,0
63
1,5
9
0,4
1
0,2
154
2,1
0
-
3
0,1
151
23,5
Sub.total
784
11,0
289
6,7
287
12,2
208
32,3
Sudeste
Aricanduva/ Moóca
351 4,8
0
-
305
13,0 46
7,2
Ipiranga/ Sacomã
Jabaquara/ Vila Mariana
Santana/ Tucuruvi
Vila Maria/ Vila Guilherme
588
8,1
127
2,9
122
5,2
339
52,7
1737
24,0
1572
36,4
148
6,3
17
2,6
Penha
243
3,3
147
3,4
96 4,1
0
-
390
5,3
284
6,6
101 4,3
5
0,8
32,9 407
63,3
Vila Prudente/ Sapopemba
Sub.total
3309 45,0
2130 49,4
772
Sul Campo Limpo/ Capão Redondo
524
7,2
349
8,1
173
7,4
Cidade Ademar/ Sto Amaro
118
1,6
0
-
116
M'Boi Mirim
105
1,4
0
-
Parelheiros Capela do Socorro/ Grajaú
0,3
5,0
2
0,3
94 4,0
11
1,7
0
-
0
-
0
-
0
-
129
1,8
129
3,0
0
-
0
-
11,1
383
16,3
15
2,3
2343
100,0
643
100,0
Sub.total
876
Total
100
7301
2
12,0 478 4315
100,0
Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA *Dados preliminares,sujeitos a revisão.
57
Boletim Epidemiol贸gico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
58
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Parte Iii - GESTANTE COM SÍFILIS E sífilis congênita Capítulo I - Vigilância Epidemiológica da Sífilis na Gestação e Sífilis Congênita no Município de São Paulo A redução da transmissão vertical do HIV e da sífilis é um dos componentes para a redução da mortalidade infantil e materna, prioridade esta que faz parte de um conjunto de compromissos assumido pelo Pacto da Saúde-2006 aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde através da Portaria 399 GN-22 02 2006. A notificação das gestantes com sífilis passou a ser compulsória no Município de São Paulo a partir de 2002 (DOM - Portaria nº 1900 de 22/06/2002). Até então, o registro dos casos de sífilis congênita (SC) no SINAN desde 1998, vinha mostrando vários fatores que contribuiam na persistência elevada desse agravo. A notificação compulsória da sífilis na gestante permite monitorar a assistência à gestante com a informação no momento oportuno do diagnóstico e do tratamento da sífilis no prénatal. Desde 2005, as áreas temáticas envolvidas na assistência e vigilância do prénatal constituiram a Comissão Municipal de Normatização e Avaliação das ações de Controle da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis (SMS/G 1203/06) vêm realizando um trabalho integrado com os níveis estadual e federal visando estabelecer as diretrizes. Entre as ações, inclui-se o estabelecimento de um fluxo desde a assistência até a notificação dos casos, apoiado na Vigilância Laboratorial (SMS/G 1657 de 18/10/2007) como fonte de informação para a captação e monitoramento das gestantes com sífilis. Os dados da notificação são apresentados e analisados desde janeiro de 2007, a partir da implantação da ficha de investigação epidemiológica específica para esse agravo e seu registro no SINAN Net. Em 2007 e 2008 foram notificadas 291 e 554 gestantes com sífilis, respectivamente, o que representou um aumento de 90,4%, neste período (gráfico I e tabela I). Entre as Coordenadorias de Saúde (CRS), o maior aumento foi registrado na região Sul (169,5%), seguido pela Norte (147,5%), Leste (130,3%), Centro-Oeste (55,6) e Sudeste (33,6%). Disso resultou que a CRS Sul passou a representar 28,2% dos casos notificados do Município, equiparando-se à CRS Sudeste (28,7%), a qual, em 2007, representava a maior proporção das notificações do Município entre as CRS (39,9%).
Gráfico 1. Casos de gestante com sífilis segundo Coordenadorias de Saúde (CRS) e ano de notificação. Município de São Paulo, 2007-2008*. 200 CRS Norte
150 Número
CRS Centro-Oeste CRS Sudeste
100
CRS Sul 50
CRS Leste
0 2007
2008 Ano
Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA/SMS-SP *Dados atualizados em 16/03/2009, sujeitos a revisão.
59
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela I. Casos de gestantes com sífilis segundo Coordenadorias de Saúde (CRS) e respectivas Supervisões de Vigilância (SUVIS) notificantes e ano de notificação. Município de São Paulo, 2007-2008*. CRS / SUVIS
CRS CENTRO-OESTE
2007
Variação
nº
%
nº
%
(%)
45
15,5
70
12,6
55,6
13 4,5
10
1,8
-23,1
21
3,8
162,5
Butantã Lapa/ Pinheiros
8
Sé CRS LESTE
2008
24
33
Cid. Tiradentes
2,7 8,2 11,3
39
76
7,0 13,7
62,5
130,3
1
0,3
10
1,8
900,0
Ermelino Matarazzo 4
1,4
16
2,9
300,0
Guaianases
2
0,7
5
0,9
150,0
Itaim Paulista
3
1,0
11
2,0
266,7
3
1,0
11
2,0
266,7
12 4,1
7
1,3
-41,7
Itaquera São Mateus São Miguel CRS NORTE
8
2,7
94
17,0
100,0
C. Verde/ Cachoeirinha
11
3,8
22 4,0
Freguesia do Ó
1
0,3
16
2,9
1500,0
Jaçanã/ Tremembé
5
1,7
17
3,1
240,0
Perus/ Pirituba
5
1,7
14
2,5
180,0
Santana/ Tucuruvi
6
2,1
3
0,5
-50,0
Vila Maria
10
3,4
22 4,0
120,0
147,4 100,0
116
155
38
13,1
62
Ipiranga
15
5,2
21
V. Mariana/ Jabaquara
23
7,9
22 4,0
Penha
23
7,9
20
3,6
-13,0
V. Prudente
17
5,8
30
5,4
76,5
59
159
Campo Limpo
10
3,4
37
Capela do Socorro
8
2,7
M Boi Mirim
20
6,9
Santo Amaro/ Cid. Ademar
21
Parelheiros Município de São Paulo
0 291
20,3
28,0
Mooca/ Aricanduva
CRS SUL
39,9
2,9
38
CRS SUDESTE
13,1
16
33,6
11,2
63,2
3,8 40,0
169,5
6,7
270,0
16
2,9
100,0
56
10,1
180,0
7,2 44
7,9
109,5
1,1
_
_ 100,0
6
554
28,7
-4,3
100,0
90,4
Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA/SMS-SP *Dados atualizados em 16/03/2009, sujeitos a revisão.
A maioria das gestantes tem 20 a 29 anos (50,3%), são da raça branca (41,4%) e cursaram até a 5º a 8º série incompleta do ensino fundamental. Observa-se que, em 2007, 10,3% das gestantes são adolescentes (de 10 a 19 anos de idade) chegando, em 2008, a 14,6% (tabela II).
60
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela II. Casos de gestantes com sífilis segundo características dos casos. Município de São Paulo, 2007-2008*. Gestantes
2007
Idade detalhada (anos)
nº
10 a 14
3
2008 %
1,0
nº 5
Total %
0,9
nº
%
1
0,1
15 a 19
27
9,3
76
13,7
106
11,7
20 a 24
74
25,4
138
24,9
228
25,1
25 a 29
69
23,7
139
25,1
229
25,2
30 a 34
65
22,3
100
18,1
175
19,3
35 a 39
39
13,4
76
13,7
125
13,8
>40
14 4,8
20
3,6
Raça Branca
135 46,4
Preta Amarela
36 4,0
241 43,5
376 41,4
30
10,3
74
13,4
104
11,5
3
1,0
8
1,4
11
1,2
Parda
84
28,9
191
34,5
275
30,3
Indígena
11
3,8
14
2,5
25
2,8
Ign/Branco
28
9,6
26 4,7
54
5,9
Escolar SinanNET Analfabeto 1ª a 4ª série incompleta do EF
3
1,0
11
2,0
14
1,5
31
10,7
66
11,9
111
12,2
4ª série completa do EF
22
7,6
39
7,0
65
7,2
5ª a 8ª série incompleta do EF
61
21,0
110
19,9
179
19,7
Ensino fundamental completo
38
13,1
62
11,2
108
11,9
Ensino médio incompleto
25
8,6
61
11,0
92
10,1
Ensino médio completo
30
10,3
70
12,6
116
12,8
2
0,7
3
0,5
6
0,7
Educação superior incompleta Educação superior completa
5
0,6
79
0
27,1
127
22,9
212
23,3
291
100,0
554
100,0
908
100,0
Ign/Branco Total
-
5
0,9
Fonte: SINAN-Net CCD/COVISA/SMS-SP *Dados atualizados em 16/03/2009, sujeitos a revisão.
Na tabela III, chama atenção que 28,4% das gestantes iniciaram o prénatal tardiamente, no 3º trimestre, e, somente a minoria, 22% iniciaram no 1º trimestre. A investigação dos fatores causais do acesso, tardio ou ausente ao prénatal, assim como a detecção das áreas que eventualmente concentrem dificuldade nesse acesso necessita de maior atenção da Vigilância Epidemiológica. Com relação ao tratamento da gestante, o esquema preconizado de acordo com a forma clínica da sífilis é a administração de Penicilina Benzatina 2 400 000UI, dose única para a forma clínica primária, duas doses para a secundária e três doses para a terciária ou latente, devendo ser administrada via intramuscular com intervalos de sete dias entre as doses. Observa-se nos casos notificados, uma disparidade da classificação clínica com o esquema de tratamento prescrito dos casos notificados: 28,7% destes foram classificados com a forma clínica primária e cerca de 22,5% receberam tratamento com Penicilina Benzatina 2400000UI; 10,9% com a forma clínica secundária e 8,6% receberam tratamento com 4800000UI; 27,7% com a forma clínica terciária e latente e 52,1% receberam 7200000UI. Essa disparidade decorre do desconhecimento da doença, sendo o tratamento prescrito independente da classificação clínica, a qual provavelmente não foi realizada.
61
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela III. Casos de gestantes com sífilis segundo características do prénatal. Município de São Paulo, 2007-2008*. Gestantes
Trim. Diagnóstico
2007
2008
%
n
o
1º Trimestre 2º Trimestre
n
111
38,1
91
31,3
3º Trimestre
68
Idade gestacional ignorada
21
Classificação clínica
0
síflis primária sífilis secundária
n
%
191
34,5
200
22,0
197
35,6
227
25,0
23,4
138
24,9
258
28,4
7,2
28
5,1
223
24,6
0
_
_
92
31,6
31
10,7
sífilis terciária
31
10,7 49
8,8
80
8,8
Latente
55
18,9
117
21,1
172
18,9
Ignorada
61
21,0
111
20,0
172
18,9
Em branco
21
7,2 40
7,2
61
6,7
Penicilina Benzatina 2 400 000UI
79
169
30,5
261
28,7
68
12,3
99
10,9
27,1
125
0
Tratamento
o
_
Total
%
Ignorada
o
22,6
204
9,7
78
8,6
56,3 473
52,1
22,5
Penicilina Benzatina 4 800 000UI
24
8,2
54
Penicilina Benzatina 7 200 000UI
161
55,3
312
Outro Esquema
8
2,7
21
3,8
29
3,2
Não realizado
7
2,4
22 4,0
29
3,2
32
3,5
Ignorado Total
12 4,1
291 100,0
20
3,6
554 100,0
908 100,0
Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA/SMS-SP *Dados atualizados em 16/03/2009, sujeitos a revisão.
Além do esquema preconizado, de acordo com a forma clínica da doença, o tratamento adequado da gestante com sífilis pressupõe o tratamento concomitante do parceiro. Dessa forma, o CCD e o Núcleo de Informação da COVISA/SMS-SP incluíram a informação referente ao tratamento do parceiro na FIE da gestante, considerando que esse registro é fundamental para que a notificação seja efetiva no monitoramento do prénatal. Esta adaptação na FIE foi disponibilizada às SUVIS em agosto de 2008 com orientação para que a informação, sem campo disponível no SINAN Net, fosse registrada no campo aberto da ficha eletrônica. Até dezembro de 2008, foram notificadas 273 gestantes e em 150 destas (54,9%) a informação do tratamento do parceiro não foi preenchida. Dentre aquelas informadas (45%), registrou-se que 42,1% dos parceiros foram tratados concomitantemente às gestantes. Embora o pouco tempo decorrido para que os dados permitam uma análise, a elevada proporção da informação ignorada mostra que algumas Unidades não contemplam a presença do parceiro no prénatal. A vigilância laboratorial é uma estratégia que vem mostrando resultados promissores na captação da gestante com sífilis, sendo em grande parte responsável pelo aumento dos casos notificados de 2007 a 2008. Por outro lado, mostra que a subnotificação ainda é elevada. Dentre as sorologias reagentes de 264 gestantes, recebidas pelo CCD desde setembro de 2007, 49% destas (168) não foram notificadas no SINAN Net até 22/02/2009. Isto se explica em parte pela necessidade de ajustes regulares na implantação dessa vigilância para garantir o envio padronizado e contínuo das sorologias pelos diversos laboratórios e de um período de tempo para a incorporação dessa ferramenta por todas as SUVIS, e da notificação na rotina da Unidade do prénatal. Nesse sentido, uma maior integração das diversas áreas envolvidas no prénatal nos níveis regionais é importante para agilizar esse processo. A partir da informação da sorologia reagente e da avaliação do prontuário do prénatal, as SUVIS devem notificar as gestantes com sífilis, mesmo quando a Unidade de atendimento não responder à solicitação para a notificação do caso.
62
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Capítulo II – Sífilis Congênita No período de janeiro de 1998 a dezembro de 2008, foram notificados 4300 casos de sífilis congênita (SC) no Município de São Paulo (Tabela I). Quanto ao local de residência, o maior número de casos notificados reside na CRS Norte (1213), seguido da CRS Sul (858), CRS Leste (814), CRS Sudeste (691) e Centro-Oeste (666). No período analisado, o coeficiente de incidência (CI) de sífilis congênita no Município de São Paulo teve o menor valor em 2006 (1,8/1000NV) e o maior em 2003 (2,5/1000NV). Os maiores coeficientes foram observados entre as CRS Norte e Centro-Oeste. O CI no Município em 2007 foi 2,1/1000NV, revertendo a tendência à diminuição que vinha sendo observada de 2004 (2,1/1000NV) a 2006 (1,8/1000NV). O aumento do CI no Município de 2006 para 2007 deveu-se à notificação dos casos residentes nas CRS Norte (2,5/1000NV em 2006 para 3,3/1000NV em 2007) e na CRS Sul (1,5/1000NV em 2006 para 2,1/1000NV em 2007) (Tabela I e Gráfico 1).
Gráfico 1. Coeficiente de incidência de sífilis congênita segundo Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) de residência. Município de São Paulo, 2003 a 2007*. 4,0 3,5
Coeficiente de Incidência
Centro-Oeste Leste
3,0
Norte Sudeste
2,5
Sul 2,0
São Paulo
1,5 1,0 2003
2004
2005
2006
2007
Ano Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA/SMS-SP *Dados atualizados em 16/03/2009, sujeitos a revisão.
63
64
Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA/SMS-SP *Dados atualizados em 16/03/2009, sujeitos a revisão.
CRS Residência 1998-2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008* Total nº CI nº CI nº CI nº CI nº CI nº CI nº CI nº CI nº nº CENTRO-OESTE 183 2,8 68 3,4 66 3,3 57 2,9 74 3,7 50 2,6 54 2,8 52 2,7 62 666 Butantã 86 3,3 23 2,9 11 1,4 26 3,4 25 3,2 25 3,3 19 2,6 13 1,8 13 241 Lapa/Pinheiros 31 1,5 9 1,4 10 1,6 9 1,4 9 1,4 8 1,3 2 0,3 5 0,8 6 89 17 3,0 33 6,1 34 6,2 43 336 Sé 66 3,7 36 6,2 45 7,9 22 3,8 40 6,9 LESTE 324 2,1 70 1,5 70 1,6 83 1,9 73 1,7 58 1,4 52 1,3 45 1,2 39 814 Cid Tiradentes 23 1,8 5 1,4 6 1,6 6 1,7 9 2,4 2 0,6 3 0,9 8 2,3 2 64 Erm. Matarazzo 19 1,5 4 1,1 4 1,1 5 1,4 4 1,1 5 1,4 4 1,1 3 0,9 8 56 Guaianases 34 1,8 8 1,4 7 1,3 20 3,8 14 2,6 4 0,8 5 1,0 2 0,4 1 95 146 Itaim Paulista 66 2,6 10 1,3 17 2,4 5 0,7 10 1,5 16 2,4 9 1,4 5 0,8 8 Itaquera 66 2,2 14 1,6 10 1,1 21 2,4 16 1,8 7 0,8 10 1,2 13 1,6 4 161 São Mateus 37 1,5 14 1,8 11 1,5 14 1,9 12 1,6 10 1,3 12 1,6 6 0,9 4 120 São Miguel 79 3,0 15 2,0 15 2,1 12 1,7 8 1,1 14 2,1 9 1,4 8 1,3 12 172 NORTE 344 2,7 103 2,7 90 2,4 140 3,8 105 2,8 108 3,0 90 2,5 114 3,3 119 1.213 Cachoeirinha 68 3,3 10 1,7 4 0,7 15 2,7 16 2,8 13 2,4 13 2,4 27 5,1 22 188 Freguesia do O 102 3,6 20 2,3 18 2,2 15 1,9 15 1,9 11 1,4 7 1,0 21 2,9 18 227 Jaçanã/Trem. 44 2,8 25 5,3 16 3,3 32 6,8 22 4,6 26 5,6 24 5,2 18 4,0 25 232 Pirituba/Perus 34 1,1 9 0,9 15 1,6 21 2,2 9 0,9 9 0,9 14 1,5 8 0,9 11 130 Santana/Tuc. 27 1,8 7 1,6 2 0,5 13 3,2 13 3,1 12 3,1 8 2,1 8 2,0 8 98 Vila Maria 69 3,9 32 6,2 35 6,7 44 8,7 30 5,9 37 7,5 24 5,0 32 7,0 35 338 SUDESTE 218 1,7 74 2,0 51 1,4 65 1,7 69 1,8 54 1,5 50 1,4 51 1,4 59 691 Aricanduva 75 3,1 29 3,5 20 2,5 18 2,2 27 3,2 22 2,7 25 3,1 22 2,7 20 258 Ipiranga 23 1,0 4 0,6 3 0,5 2 0,3 3 0,4 5 0,8 7 1,1 6 0,9 7 60 V. Mariana/Jab. 43 1,7 5 0,7 5 0,7 11 1,5 7 1,0 4 0,6 3 0,4 6 0,9 7 91 Penha 47 2,0 18 2,4 13 1,8 23 3,3 24 3,4 18 2,6 12 1,8 13 2,0 20 188 V. Prudente 30 1,1 18 2,1 10 1,2 11 1,4 8 1,0 5 0,6 3 0,4 4 0,5 5 94 SUL 194 1,2 76 1,6 83 1,8 116 2,5 60 1,3 79 1,8 64 1,5 89 2,1 97 858 Campo Limpo 75 2,1 18 1,7 29 2,8 39 3,8 12 1,2 18 1,8 21 2,1 31 3,1 37 280 C. do Socorro 23 0,6 18 1,5 15 1,3 16 1,4 22 1,9 20 1,8 9 0,8 13 1,2 16 152 M Boi Mirim 62 1,6 23 2,1 19 1,8 37 3,4 13 1,2 22 2,1 29 2,9 25 2,5 22 252 Parelheiros 7 0,8 5 1,8 2 0,7 7 2,4 3 1,1 6 2,2 2 0,7 5 1,9 4 41 Sto Amaro/Cid Ad. 27 0,8 12 1,1 18 1,7 17 1,7 10 1,0 13 1,3 3 0,3 15 1,6 18 133 End Ign 24 8 8 4 1 2 2 4 5 58 Total 1287 2,0 399 2,1 368 2,0 465 2,5 382 2,1 351 2,0 312 1,8 355 2,1 381 4.300
Tabela I. Casos notificados de sífilis congênita (número e coeficiente de incidência por 1000 nascidos vivos) segundo CRS e respectivas SUVIS de residência e ano de nascimento. Município de São Paulo, 1998-2000 a 2008*.
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Ao analisar as características das mães dos casos de SC no período de 2001 a 2008 (Tabela II), observa-se que 10% das mães são adolescentes (entre 10 e 19 anos de idade). Com relação à escolaridade, 41,9% tem de um a sete anos de estudos concluídos, 17,7% tem oito ou mais e 3,4% não tem escolaridade. Entretanto, a análise dessa variável é comprometida devido à informação ignorada ou não preenchida em 37,1% dos casos. Das mães que realizaram o prénatal, 56,4 % tiveram o diagnóstico de sífilis na gestação (Tabela III). Até 2006, 76,3% destas foram tratadas no parto e/ou no prénatal, 9,3 % não foram tratadas e em 14,4 %, a informação foi ignorada ou sem preenchimento. A partir de 2007, houve mudança nessa variável; o tratamento realizado passou a ser categorizado em adequado ou inadequado sendo o tratamento adequado incluído como campo obrigatório no SINAN Net. Esta mudança permitiu mostrar no período de 2007 a 2008 que, em 77,3% dos casos, as mães foram tratadas inadequadamente, em 13,2% não foram tratadas e em 8,9% a informação foi ignorada. Somente 0,6% dos casos cujas mães receberam tratamento adequado, foram notificados por preencherem outro(s) critério(s) de definição de caso. O baixo percentual do tratamento do parceiro, cerca de 18%, continua a ser o maior desafio para diminuir a elevada proporção das mães com diagnóstico de sífilis que são tratadas inadequadamente no prénatal. Em relação às características da criança, a tabela IV mostra que 94% dos casos de SC são notificados com menos de sete dias de vida, demonstrando que o diagnóstico tem sido precoce, durante a permanência na maternidade. A investigação clínica, de imagem e laboratorial, fundamentais para o diagnóstico e seguimento, não foi realizada em um número reduzido de casos. Entre aqueles que realizaram os exames recomendados pelo protocolo, o VDRL foi reagente em 44,6%, observou-se alteração dos ossos longos em 1,9 %, alteração liquórica em 4,4% e reatividade do VDRL do líquor em 2,2 %. Ressalta-se que 7,3% das crianças não receberam qualquer tratamento (Tabela V). A vigilância epidemiológica da sífilis em gestantes e da sífilis congênita apresentou grandes avanços nos últimos anos. As equipes das SUVIS têm se empenhado no monitoramento do tratamento do casal no prénatal e na investigação dos casos de SC. O prontuário padronizado para o atendimento à gestante, implantado pelo Programa Mãe Paulistana, deve ser utilizado para melhorar a qualidade da informação dos dados, necessária para o monitoramento da assistência à gestante. Por outro lado, parte do trabalho que vem sendo realizado na investigação é perdida pela falta de um instrumento que contemple o registro de todas as informações coletadas, o que poderá ser solucionado com a implantação de uma ficha complementar de investigação epidemiológica.
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Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA/SMS-SP *Dados atualizados em 16/03/2009, sujeitos a revisão.
Característica 2001 2002 Materna nº % nº % Faixa Etária 10-14 1 0,3 0 - 15-19 53 13,3 30 8,2 20-29 211 52,9 186 50,5 30-34 61 15,3 88 23,9 35-39 52 13,0 46 12,5 40-44 8 2,0 12 3,3 > 40 3 0,8 0 - Ign 10 2,5 6 1,6 Escolaridade Nenhuma 20 5,0 24 6,5 De 1 a 3 176 44,1 102 27,7 De 4 a 7 12 3,0 66 17,9 De 8 a 11 38 9,5 39 10,6 De 12 e mais 4 1,0 5 1,4 Ign/Branco 149 37,3 132 35,9 Realizou prénatal Sim 302 75,7 290 78,8 Não 77 19,3 60 16,3 Ign/Branco 20 5,0 18 4,9 Total 399 100,0 368 100,0
2003 % 2 0,4 37 8,0 222 47,7 96 20,6 74 15,9 19 4,1 1 0,2 14 3,0 19 4,1 75 16,1 121 26,0 67 14,4 6 1,3 177 38,1 390 83,9 58 12,5 17 3,7 465 100,0 nº
2004 % 1 0,3 35 9,2 185 48,4 81 21,2 59 15,4 18 4,7 0 - 3 0,8 15 3,9 58 15,2 110 28,8 53 13,9 12 3,1 134 35,1 314 82,2 54 14,1 14 3,7 382 100,0 nº
2005 % 0 - 27 7,7 170 48,4 72 20,5 60 17,1 16 4,6 1 0,3 5 1,4 8 2,3 56 16,0 97 27,6 54 15,4 6 1,7 130 37,0 278 79,2 52 14,8 21 6,0 351 100,0 nº
2006 2007 2008 Total % nº % nº % nº % 3 1,0 0 - 0 - 7 0,2 24 7,7 36 10,2 53 15,0 295 9,8 160 51,3 182 51,4 186 52,5 1502 49,9 62 19,9 65 18,4 66 18,6 591 19,6 35 11,2 42 11,9 49 13,8 417 13,8 19 6,1 25 7,1 15 4,2 132 4,4 1 0,3 0 - 0 - 6 0,2 8 2,6 5 1,4 12 3,4 63 2,1 10 3,2 5 1,4 2 0,5 103 3,4 31 9,9 31 8,7 46 12,1 575 19,1 84 26,9 108 30,4 88 23,1 686 22,8 58 18,6 93 26,2 79 20,7 481 16,0 9 2,9 3 0,8 5 1,3 50 1,7 120 38,5 115 32,4 161 4,2 1118 37,1 235 75,3 277 78,0 274 71,9 2360 78,3 55 17,6 56 15,8 73 19,2 485 16,1 22 7,1 22 6,2 34 8,9 168 5,6 312 100,0 355 100,0 381 100,0 3013 100,0 nº
Tabela II. Casos de sífilis congênita segundo características da mãe e ano de nascimento. Município de São Paulo, 2001-2008*.
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Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA/SMS-SP *Dados preliminares, sujeitos a revisão. (1) Houve mudança de categoria dessa variável.
2001 2002 2003 2004 Características do prénatal nº % nº % nº % nº % Diagnóstico de sífilis Sim 133 44,0 152 52,4 215 55,1 195 62,1 Não 108 35,8 99 34,1 138 35,4 84 26,8 Ign/Branco 61 20,2 39 13,4 37 9,5 35 11,1 Total (PN) 302 100,0 290 100,0 390 100,0 314 100,0 Realização do tratamento Sim 82 61,7 102 67,1 162 75,3 149 76,4 Não realizado Inadequado 27 20,3 34 22,4 32 14,9 0 - Ign/Branco 24 18,0 16 10,5 21 9,8 46 23,6 Total 133 100,0 152 100,0 215 100,0 195 100,0 Esquema Tratamento (1) (1) (1) (1) Adequado (1) (1) (1) (1) Inadequado (1) (1) (1) (1) Não realizado (1) (1) (1) (1) Ign/Branco (1) (1) (1) (1) Total Tratamento do parceiro Sim 21 15,8 35 23,0 43 20,0 40 20,5 Não 44 33,1 68 44,7 107 49,8 99 50,8 Ign/Branco 68 51,1 49 32,2 65 30,2 56 28,7 Total (sífilis no PN) 133 100,0 152 100,0 215 100,0 195 100,0
2005 nº % 174 62,6 81 29,1 23 8,3 278 100,0 156 89,7 0 - 18 10,3 174 100,0 (1) (1) (1) (1) (1) 31 17,8 106 60,9 37 21,3 174 100,0
2006 nº % 135 57,4 73 31,1 27 11,5 235 100,0 115 85,2 0 - 20 14,8 135 100,0 (1) (1) (1) (1) (1) 33 24,4 70 51,9 32 23,7 135 100,0
2007 nº % 155 56,0 107 38,6 15 5,4 277 100,0 (1) (1) (1) (1) 0 - 115 74,2 26 16,8 14 9,0 155 100 21 13,5 105 67,7 29 18,7 155 100,0
2008 Total nº % nº % 171 62,4 1330 56,4 93 33,9 783 33,2 10 3,6 247 10,5 274 100,0 2360 100,0 (1) 766 76,3 (1) 93 9,3 (1) 145 14,4 (1) 1004 100,0 2 1,2 2 0,6 137 80,1 252 77,3 17 9,9 43 13,2 15,0 8,8 29 8,9 171 100 326 100,0 24 14,0 248 18,6 111 64,9 710 53,4 36 21,1 372 28,0 171 100,0 1330 100,0
Tabela III. Casos de sífilis congênita segundo características do prénatal e ano de nascimento. Município de São Paulo, 2001-2008*.
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Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA/SMS-SP *Dados atualizados em 16/03/2009, sujeitos a revisão.
Características da 2001 2002 2003 2004 2005 Criança nº % nº % nº % nº % nº % Faixa Etária 0 a 6 dias 342 85,7 335 91,0 444 95,5 367 96,1 337 96,0 7-27 dias 35 8,8 23 6,3 12 2,6 4 1,0 8 2,3 28 a 11 meses 21 5,3 7 1,9 9 1,9 11 2,9 6 1,7 1 a 2 anos 1 0,3 3 0,8 0 - 0 - 0 - 3 anos e mais 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - VDRL sangue periférico Reativo 122 30,6 110 29,9 131 28,2 196 51,3 205 58,4 Não reativo 39 9,8 36 9,8 26 5,6 101 26,4 108 30,8 Não realizado 154 38,6 148 40,2 221 47,5 58 15,2 21 6,0 Ign/Branco 84 21,1 74 20,1 87 18,7 27 7,1 17 4,8 Alt. Ossos Longos Sim 10 2,5 12 3,3 9 1,9 6 1,6 4 1,1 Não 297 74,4 269 73,1 312 67,1 283 74,1 270 76,9 Não realizado - - - - - - - - - - Ign/Branco 92 23,1 87 23,6 144 31,0 93 24,3 77 21,9 Alt. Liquórica Sim 30 7,5 18 4,9 28 6,0 13 3,4 16 4,6 Não 196 49,1 238 64,7 307 66,0 277 72,5 247 70,4 Não realizado - - - - - - - - - - Ign/Branco 173 43,4 112 30,4 130 28,0 92 24,1 88 25,1 VDRL Liquor Reativo 7 1,8 8 2,2 12 2,6 9 2,4 10 2,8 Não reativo 242 60,7 252 68,5 272 58,5 245 64,1 232 66,1 Não realizado 44 11,0 48 13,0 103 22,2 77 20,2 50 14,2 Ign/Branco 106 26,6 60 16,3 78 16,8 51 13,4 59 16,8 Total 399 100,0 368 100,0 465 100,0 382 100,0 351 100,0
2006 2007 2008 Total % nº % nº % nº % 299 95,8 338 95,2 371 97,4 2833 94,0 7 2,2 8 2,3 9 2,4 106 3,5 6 1,9 7 2,0 1 0,3 68 2,3 0 - 2 0,6 0 - 6 0,2 0 - 0 - 0 - 0 175 56,1 186 52,4 220 57,7 1345 44,6 98 31,4 119 33,5 115 30,2 642 21,3 15 4,8 33 9,3 35 9,2 685 22,7 24 7,7 17 4,8 11 2,9 341 11,3 6 1,9 5 1,4 5 1,3 57 1,9 220 70,5 266 74,9 275 72,2 2192 72,8 1 0,3 47 13,2 43 11,3 91 3,0 85 27,2 37 10,4 58 15,2 673 22,3 13 4,2 4 1,1 10 2,6 132 4,4 205 65,7 246 69,3 255 66,9 1971 65,4 1 0,3 64 18,0 78 20,5 143 4,7 93 29,8 41 11,5 38 10,0 767 25,5 9 2,9 5 1,4 5 1,3 65 2,2 191 61,2 266 74,9 275 72,2 1975 65,5 59 18,9 47 13,2 43 11,3 471 15,6 53 17,0 37 10,4 58 15,2 502 16,7 312 100,0 355 100,0 381 100,0 3013 100,0 nº
Tabela IV. Casos de sífilis congênita segundo características da criança e ano de nascimento. Município de São Paulo, 2001-2008*.
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
2002 2003 nº % nº % 267 72,6 322 69,2 22 6,0 19 4,1 14 3,8 36 7,7 38 10,3 43 9,2 17 4,6 40 8,6 10 2,7 5 1,1 368 100,0 465 100
Fonte: SINAN NET - CCD/COVISA/SMS-SP (dados atualizados em 16/ 03/ 2009) *Dados preliminares, sujeitos a revisão. (1) = 100.000 UI/Kg/dia EV, 10 dias (2) = 50.000 UI/Kg/dia IM, 10 dias (3) = 50.000 UIKg/dia IM, dose única (1)=dados não disponíveis no SINAN W a partir de 2004.
2001 Tratamento nº % Pen. G Cristalina (1) 309 77,4 Pen. procaina (2) 20 5,0 Pen. G Benzatina (3) 14 3,5 Outro esquema 40 10,0 Trat. Não realizado 12 3,0 Ign/Branco 4 1,0 Total 399 100,0 nº (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1)
2004 % - - - - - -
nº (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1)
2005 % - - - - - - nº (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1)
2006 % - - - - - -
Tabela V. Casos de sífilis congênita segundo tratamento realizado. Município de São Paulo, 2001-2008*. 2007 2008 nº % nº % 189 53,2 245 64,3 23 6,5 17 4,5 53 14,9 42 11,0 9 2,5 30 7,9 39 11,0 35 9,2 42 11,8 12 3,1 355 100,0 381 100,0
Total nº % 1332 67,7 101 5,1 159 8,1 160 8,1 143 7,3 73 3,7 1968 100,0
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
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Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Parte IV - ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO À MATERIAL BIOLÓGICO Capítulo I - Vigilância Epidemiológica A partir do ano de 2007, os casos de Acidentes de Trabalho com Exposição à Material Biológico passaram a ser de notificação compulsória através do SINAN NET. Anteriormente, o sistema de notificação no Estado de São Paulo era o Sistema de Notificação de Acidentes Biológicos (SINABIO), que não era compulsório. Observa-se no gráfico 1, um crescimento acentuado no número de casos notificados em 2007 e 2008, devido, provavelmente, à facilidade na utilização deste novo sistema de informação e ao fato deste agravo ter se tornado de notificação compulsória. A realização de treinamentos dos profissionais envolvidos com a vigilância dos acidentes ocupacionais levou a uma conseqüente implementação da notificação nas Unidades Básicas de Saúde e hospitais.
Gráfico 1. Número de profissionais que sofreram acidentes ocupacionais com exposição à material biológico segundo ano de ocorrência. Município de São Paulo, 2000-2008*. 1600 1400 1200 1000 Número
800 600 400 200 0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Ano de Ocorrência Fonte: SINABIO – PM DST/Aids/SMS/SP (até 2006) SINAN NET – CCD/COVISA (2007 e 2008) *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Em relação ao tipo de exposição em 5.656 acidentes ocorridos no período de 2000 a 2008, nota-se no Gráfico 2, predomínio de acidentes ocasionados por material pérfurocortante ( 77,1%).
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Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 2. Proporção de acidentes ocupacionais com material biológico segundo o tipo de exposição. Município de São Paulo, 2000-2008*. 77,1
80 70 60 50 % 40 30 20
9,8
10 0
Percutânea
Mucosa
11,2
Pele Íntegra
0,9
1
Pele não íntegra
Outros
Tipo de Exposição Fonte: SINABIO – PM DST/Aids/SMS/SP (até 2006) SINAN NET – CCD/COVISA (2007 e 2008) *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
As circunstâncias mais freqüentes nos acidentes ocupacionais com material biológico são: o descarte inadequado de pérfurocortantes, a administração de medicamentos e as punções venosa/arteriais, procedimentos de responsabilidade predominante dos profissionais de enfermagem (Gráfico 3). Estes acidentes, assim como os ocorridos por reencape de agulha, poderiam ser evitados por meio de programas preventivos rotineiros, uniformização das medidas de biossegurança estabelecidas nas normas técnicas e pela disponibilidade permanente dos equipamentos de proteção individual (EPI) para os profissionais, por ocasião de atendimento à saúde.
Gráfico 3. Número de casos de acidentes ocupacionais com material biológico segundo circunstâncias do acidente. Município de São Paulo, 2000-2008*. 1200 1000 800 Número 600 400 200 0 Descarte Administração de Punção inadequado de medicamentos venosa/arterial perfurocortante
Procedimento cirúrgico
Circunstâncias do Acidente Fonte: SINABIO – PM DST/Aids/SMS/SP (até 2006) SINAN NET – CCD/COVISA (2007 e 2008) *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
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Reencape de agulha
Procedimento odontológico
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A maioria dos profissionais acidentados com material biológico havia recebido a vacina contra hepatite B, mas em 969 casos (17,1%) essa vacinação estava incompleta ou ausente, o que mostra a necessidade de incrementar a imunização completa dos profissionais de saúde e afins, associada ao controle sorológico pós-imunização (Gráfico 4).
Gráfico 4. Total de casos de funcionários acidentados com material biológico segundo situação vacinal para Hepatite B. Município de São Paulo, 2000-2008*. 4500 4000 3500 3000 Número
2500 2000 1500 1000 500 0
Completa
Incompleta ou ausente
Sem informação
Situação Vacinal Fonte: SINABIO – PM DST/Aids/SMS/SP (até 2006) SINAN NET – CCD/COVISA (2007 e 2008) *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Quando se observa a ocupação dos profissionais acidentados com material biológico, nota-se que 59,3% pertencem à equipe de enfermagem, reforçando a importância das circunstâncias associadas aos acidentes e a necessidade de investimento em capacitações permanentes para estimular o uso de equipamentos de proteção individual (Tabela I).
Tabela I. Casos de acidentes ocupacionais com material biológico (Nº e %) segundo ocupação do indivíduo acidentado. Município de São Paulo, 2000-2008*. Ocupação nº % Profissionais de Enfermagem Auxiliar de enfermagem 2639 46,7 Técnico de enfermagem 358 6,3 Enfermeiro 355 6,3 SUB TOTAL 3352 59,3 Auxiliar de limpeza 622 11 Médico 549 9,7 Estudante 244 4,3 Dentista 139 2,5 Laboratório 78 1,4 Sem informação 146 2,6 Outros 526 9,2 TOTAL 5656 100,0 Fonte: SINABIO – PM DST/Aids/SMS/SP (até 2006) SINAN NET – CCD/COVISA (2007 e 2008) *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
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Na variável evolução dos casos de acidentes ocupacionais notificados, as categorias disponíveis para a análise do SINABIO e SINAN NET são distintas, em virtude disso, optou-se por realizar à análise separadamente. Do total de 5656 casos notificados pelos dois sistemas 3109 foram notificados pelo SINAN NET e 2547 pelo SINABIO, embora a notificação de alguns acidentes ocorridos em 2005 e 2006 tenha sido feita no SINAN NET. Com a implantação da notificação compulsória dos acidentes no SINAN NET em 2007, todos os esforços foram desenvolvidos para o encerramento dos casos no SINABIO. Mesmo assim observa-se até 2006: 1183 casos notificados com a evolução em branco e 278 em seguimento. Verifica-se que dos 5656 casos notificados até 2008, cerca de 50% são ignorados e em branco o que invalida a avaliação da evolução deste agravo. Diante deste cenário a equipe de vigilância epidemiológica do CCD juntamente com o núcleo de informação de COVISA desenvolveu uma planilha para o monitoramento dos casos notificados a partir de 2007 a fim de facilitar o registro do encerramento dos casos em tempo oportuno. Este instrumento foi implantado nas Supervisões de Vigilância em Saúde em 2008. Entre os 2560 casos que foram encerrados (altas e abandonos), apenas seis casos (0,2%) tiveram conversão sorológica, sendo quatro para hepatite B e dois não tinham a informação do agente etiológico.
Tabela II. Distribuição dos casos (Nº e %) de acidentes com exposição à material biológico notificados no SINABIO segundo ano de ocorrência e evolução do caso. Município de São Paulo, 2000 a 2006*. Evolução Alta c/ conversão sorológica Alta s/ conversão sorológica Alta paciente fonte negativo Abandono Em seguimento Transferência Ignorado Branco Total
2000 2001 nº % nº % 0 - 2 1,2 9 6,3 49 22,2 0 - 3 1,4 2 1,4 1 0,5 0 - 4 1,7 0 - 1 0,4 0 - 5 2,2 131 92,3 155 70,4 142 100,0 220 100,0
Ano de ocorrência Total 2002 2003 2004 2005 2006 nº % nº % nº % nº % nº % nº % 2 0,4 0 - 2 0,4 0 - 0 - 6 0,2 163 34,9 214 37,7 80 17,8 53 17,5 32 11,5 621 23,8 25 5,7 49 8,6 37 8,2 47 15,5 61 17,0 239 9,2 70 15,0 79 14,0 31 6,9 22 7,2 18 5,4 230 8,8 18 3,9 75 13,2 53 11,8 44 14,5 84 18,2 278 10,6 2 0,4 4 0,7 4 0,9 1 0,4 3 0,7 15 0,7 10 2,1 1 0,2 3 0,7 0 - 8 3,9 37 1,4 176 37,8 146 25,6 240 53,3 135 44,9 193 43,3 1183 45,3 466 100,2 568 100,0 450 100,0 302 100,0 399 100,0 2609 100,0
Fonte: SINABIO – PM DST/Aids/SMS/SP (até 2006) *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Tabela III. Distribuição dos casos (Nº e %) de acidentes com exposição à material biológico notificados no SINAN NET segundo ano de ocorrência e evolução do caso. Município de São Paulo, 2005 a 2008*. Evolução Alta c/ conversão sorológica Alta s/ conversão sorológica Alta paciente fonte negativo Abandono Ignorado Branco Total Fonte: SINAN NET – CCD/COVISA *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
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2005 nº % - - - - - - - - - - 1 100,0 1 100,0
Ano de ocorrência 2006 2007 2008 nº % nº % nº % - - 0 - 0 - 21 34,4 243 15,7 111 7,4 17 27,9 490 31,5 414 27,7 7 11,5 176 11,3 30 2,0 10 16,4 240 15,5 261 17,4 6 9,8 402 26,0 680 45,5 61 100,0 1551 100,0 1496 100,0
Total nº 0 354 904 206 501 1082 3047
% 11,6 29,7 6,8 16,4 35,5 100,0
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A tabela IV mostra os Hospitais Santa Marcelina e Beneficência Portuguesa, assim como os SAE Cidade Líder, Jardim Mitsutani e Fidelis Ribeiro, como os grandes notificadores de Acidentes de Trabalho com exposição à material biológico. Isto, porém, não significa necessariamente que o acidente tenha ocorrido nessas unidades, mas provavelmente o acompanhamento do acidentado.
Tabela IV. Total de casos notificados (Nº e %) segundo principais unidades notificantes. Município de São Paulo, 2000 a 2008**. Unidade Notificante H. Sta Marcelina CRT H B. Portuguesa SAE Cidade Líder H S Paulo HSPE SAE Jardim Mitsutani SAE Ipiranga H Heliópolis H M Campo Limpo CR Santo Amaro CR Penha SAE Fidelis Ribeiro SAE Herbert de Souza H Oswaldo Cruz SAE Butantã STA Casa Ignorado Outras Unidades Notificantes* Total
SINABIO nº % 713 28,0 - - 123 4,8 279 11,0 - - - - 116 4,6 - - 84 3,3 - - - - 80 3,1 250 9,8 - - 91 3,6 73 2,9 67 2,6 38 1,5 633 24,9 2547 100,0
SINAN NET nº % 344 11,1 339 10,9 228 7,3 210 6,8 198 6,4 182 5,9 145 4,7 132 4,2 86 2,7 69 2,2 68 2,2 67 2,2 63 2,0 58 1,9 - - - - 920 29,6 3109 100,0
Fonte: SINABIO – PM DST/Aids/SMS/SP (até 2006) SINAN NET – CCD/COVISA *unidades com menos de 50 casos notificados. **Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Embora até 2006, a variável “vínculo empregatício” está como ignorado/em branco em 89,5% dos casos, a partir de 2007, quando passa a ser melhor preenchida, verifica-se que há um predomínio do vínculo no regime trabalhista celetista (CLT) (55,0%) (Tabela V e VI).
Tabela V. Distribuição dos casos notificados (Nº e %) de acidente com exposição à material biológico no SINABIO segundo vínculo empregatício do acidentado. Município de São Paulo, 2000 a 2006*. Vínculo empregatício CLT Serv. Público Estatutário Ignorado/ branco Outros Total
Total de casos nº % 167 6,6 98 3,8 2280 89,5 2 0,1 2547 100,0
Fonte: SINABIO – PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
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Tabela VI. Distribuição dos casos notificados (Nº e %) de acidente com exposição à material biológico no SINANNET segundo vínculo empregatício do acidentado. Município de São Paulo, 2007 a 2008*. Total de casos Vínculo empregatício nº % CLT 1709 55,0 Serv. Público Estatutário 424 13,6 Serv. Público Celetista 119 3,8 Cooperativado 91 2,9 Ignorado 255 8,2 Outros 511 16,4 Total 3109 100,0 Fonte: SINAN NET – CCD/COVISA *Dados preliminares sujeitos a revisão.
Do exposto, compreende-se que várias áreas técnicas estão envolvidas no atendimento e encaminhamento do profissional acidentado. Considerando-se também a importância do risco da exposição ao vírus da Hepatite B, é necessária a articulação entre o Programa das Hepatites Virais, DST/Aids e Saúde do Trabalhador, visando qualificar a assistência e vigilância a esse agravo.
Capítulo II - Recomendações para profilaxia do HIV após acidentes de trabalho com exposição à material biológico Profissionais de saúde, bombeiros, policiais, profissionais de limpeza e servidores da saúde, cuidadores domiciliares e indivíduos em situação de atendimento de saúde eventual devem receber atendimento quando vítimas de acidentes com os seguintes materiais biológicos: • Sangue/soro/plasma; sêmen; secreção vaginal; líquor; tecidos; exsudatos inflamatórios; cultura de células e líquidos: pleural, pericárdico, peritoneal, articular e amniótico. É importante destacar que o contato com suor, lágrima, secreção nasal, escarro, fezes, vômito, urina e saliva não têm risco de transmissão ocupacional do HIV. A presença de sangue nestes materiais os tornam de maior risco. A exposição ocupacional deve ser tratada como urgência, uma vez que a profilaxia deve ser iniciada preferencialmente até duas horas após o acidente e no máximo até 72 horas. A duração da profilaxia deve ser de quatro semanas. O profissional acidentado deve ser submetido à sorologia para o HIV, hepatites B e C. O teste rápido para HIV quando possível deve ser feito no paciente fonte, não há indicação de teste rápido no profissional exposto. Após a avaliação do histórico, condições da vítima e o teste rápido do paciente fonte, deve ser analisada a introdução do esquema Antirretroviral (ARV), com a respectiva orientação e encaminhamento para uma Unidade Especializada em DST/ Aids para acompanhamento. O risco da transmissão ocupacional do HIV em casos de exposição percutânea ao sangue é de 0,3% e em casos de exposição de membrana mucosa de 0,09%. Esquemas Terapêuticos com Antirretrovirais Esquemas preconizados pelo consenso de Terapia Antirretroviral de 2006 – Programa Nacional de DST/Aids – MS. • Esquemas com 2 drogas: inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo (ITRN) • Esquemas com 3 drogas: ITRN + inibidor de protease com booster de ritonavir (IP/r) ou Inibidor da transcriptase reversa não nucleosídeo (ITRNN)
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Esquema
2 drogas 1ª escolha: AZT+3TC 1
3 drogas AZT+3TC+EFZ 2 AZT+3TC+LPV/r 3
1. Zidovudina + Lamivudina 2. Zidovudina + Lamivudina + Efavirenz 3. Zidovudina + Lamivudina + Lopinavir/ritonavir
Obs: (1) nos casos de indicação de outros esquemas, as alterações medicamentosas serão efetuadas nas Unidades Especializadas de referência.(2) Gestantes têm contra-indicação formal para o Efavirenz.
Dosagens dos ARV AZT 300 mg+ 3TC 150 mg/cp LPV/r comprimido EFZ (600mg)
1 cp 12/12hs 2 cp VO 12/12hs 1 cp VO ao deitar
Capítulo III - Profilaxia para Hepatite B após exposição ocupacional e recomendações para o acompanhamento sorológico do VHB e VHC por ocasião do acidente com material biológico Os profissionais da área da saúde fazem parte de um grupo com risco acrescido para aquisição de infecção pelos vírus da hepatite B (VHB) e C (VHC), devido às possibilidades de acidente com sangue ou secreções de pacientes com estas doenças. O emprego das técnicas corretas na realização dos diversos procedimentos e a utilização adequada dos equipamentos de proteção individual (EPI) devem ser enfatizados para evitar o contato com material contaminado com o VHB ou VHC, diminuindo o risco de infecção. Além disto, é necessário estímulo para que todos os profissionais da saúde sejam vacinados contra a hepatite B, tanto os da rede pública quanto os da rede privada, e de preferência ainda nos cursos de graduação. A vacina contra a hepatite B é muito eficaz (95%), desde que sejam administradas as três doses, nos intervalos adequados. Também é necessário o conhecimento da situação sorológica do profissional de saúde, sendo indicada a realização de anti HBs quantitativo ao término do esquema vacinal. O teste deve ser realizado no período de 30 a 45 dias após o término do esquema, com a aplicação da 3ª dose de vacina, sendo considerado imunizado o indivíduo que tiver resultado do anti-HBs quantitativo maior ou igual a 10UI/ml (Quadro 1). As recomendações para “Profilaxia para Hepatite B após exposição ocupacional” e as de “Acompanhamento sorológico do indivíduo acidentado para o VHB e VHC”, encontram-se nos Quadros 2, 3 e 4 respectivamente. As informações do Sistema de informação de acidentes de trabalho com exposição a material biológico reforçam a importância da vacinação dos profissionais de saúde, visto que cerca de 17% dos acidentados não haviam sido vacinados anteriormente ou apresentaram esquema vacinal incompleto para a vacina contra a hepatite B e dos indivíduos que apresentaram soroconversão após o acidente, 40% apresentaram marcadores reagentes para a hepatite B.
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Parte IV - HEPATITES B e C Programa de Hepatites Virais do Município de São Paulo Vigilância Epidemiológica das Hepatites B e C O controle das hepatites virais B e C tem sido enfatizado pelas diversas instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS) devido à sua magnitude. Na cidade de São Paulo o Programa Municipal de Hepatites Virais B e C, situado no Centro de Controle de Doenças (CCD) da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVISA), tem como objetivos organizar, acompanhar e avaliar ações de promoção da saúde, prevenção, diagnóstico, vigilância epidemiológica das hepatites virais B e C, além do acompanhamento e tratamento dos portadores. Para atingir esses objetivos é necessário ampliar o acesso dos portadores aos serviços de saúde, incrementando a qualidade e capacidade instalada nas unidades de atendimento em todos os seus níveis de complexidade. O acompanhamento e avaliação das ações desenvolvidas baseiam-se nas informações epidemiológicas e assistenciais para a definição de estratégias de enfrentamento da doença. As hepatites B e C são doenças de notificação compulsória e os casos suspeitos devem ser notificados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). Os casos suspeitos de hepatite pelos vírus B ou C devem ser notificados para a Vigilância Epidemiológica quando apresentarem pelo menos um marcador sorológico reagente. Quando houver suspeita de infecção pelo vírus B ou C devem ser solicitados os seguintes marcadores de triagem: • Hepatite B: AgHBs e anti-HBc • Hepatite C: anti-VHC Neste Boletim a prioridade é divulgar as informações epidemiológicas registradas no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) das hepatites B e C, pelos serviços de saúde localizados no município de São Paulo e desta forma subsidiar o planejamento das ações de prevenção e de controle destes agravos. Vigilância Epidemiológica das Hepatites B e C No período de 2000 a 2008, foram notificados 35.449 casos com marcadores para os vírus B ou C no SINAN do município de São Paulo. Destes, 17.457 (49,2%) apresentaram marcadores para o vírus B (AgHBs ou anti-HBc total reagente), 17.992 (50,8%) para o vírus C (anti-VHC ou VHC-RNA reagentes) .
Gráfico 1. Número de casos notificados de Hepatite B segundo presença de marcadores sorológicos e ano de notificação. Município de São Paulo, 2000 a 2008*. 4000 Cicatriz Sorológica
Número de Casos
3500 3000 2500 2000
AgHBs reagente
1500 1000 500 0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Ano da Notificação Fonte: COVISA/CCD/SINAN – Hepatites Virais *Dados preliminares, sujeitos a revisão. 83
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
No gráfico 1, verifica-se que, entre os casos notificados de hepatite B, 11.738 (67,2%) apresentaram marcadores de infecção passada (cicatriz sorológica) e 5.719 (32,8%) atividade da doença (AgHBs reagente).
Gráfico 2. Número de casos notificados de Hepatite C, segundo presença de marcadores sorológicos e ano de notificação. Município de São Paulo, 2000 a 2008*. 3000 VHC-RNA reagente
Número de Casos
2500 2000
Apenas Anti-VHC reagente
1500 1000
Anti-VHC reagente e VHC-RNA não reagente
500 0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Ano da Notificação Fonte: COVISA/CCD/SINAN – Hepatites Virais *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
A presença do anti-VHC indica contato prévio com o vírus da hepatite C, mas não define se a infecção é aguda, crônica ou se houve cura espontânea. A realização do teste de biologia molecular para detectar a presença do RNA do vírus C é imprescindível, tanto na clínica como para a vigilância epidemiológica, para determinar atividade da doença. O Programa Municipal de Hepatites Virais enfatiza a necessidade da informação do VHC-RNA para o encerramento dos casos de hepatite C, visto que os pacientes que apresentam este marcador reagente são os que têm atividade da doença e, portanto podem transmitir o VHC, necessitando de outros procedimentos como biópsia hepática, genotipagem para o estadiamento da doença. No período de 2000 a 2008, foram notificados 17.992 casos com marcadores para o Vírus da Hepatite C (anti-VHC ou VHC-RNA). Ao longo do tempo o número de casos com a informação do VHC-RNA mostrou uma tendência de aumento, indicando a captação de portadores e melhor qualidade no registro de casos no SINAN (Gráfico 2). No entanto, em 2008, ocorreu queda do número de casos com a informação do VHC-RNA e concomitantemente houve aumento da notificação somente com a presença do anti-VHC (Gráfico 2). Para explicar esta situação, algumas hipóteses podem ser levantadas como o aumento da detecção de casos, por parte das Unidades Básicas de Saúde e dos Centros de Testagem e Aconselhamento que solicitam apenas os marcadores de triagem, falta de kits para a realização dos testes de biologia molecular (PCR) e a não atualização dos casos no SINAN quando do recebimento do resultado do VHC-RNA. Em 2007, foi incluída na Ficha de Investigação de Hepatites Virais do SINAN a variável HIV para informar se o paciente é portador ou não de HIV/Aids. Esta é uma informação importante, tanto para conhecer o perfil epidemiológico dos casos, como para o planejamento da rede de atendimento para as hepatites virais.
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Tabela I. Casos notificados (Nº e %) de Hepatite B segundo informação1 de coinfecção com o HIV, município de São Paulo, 2007 e 2008*. HIV Sim Não Hepatite B nº % nº % AgHBs reagente 444 19,0 1898 81,0 Cicatriz Sorológica 1227 21,5 4490 78,5 Total 1671 20,7 6388 79,3
Total nº % 2342 100,0 5717 100,0 8059 100,0
Excluídos os casos com informação ignorada. Fonte: COVISA/CCD/SINAN-Hepatites Virais *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
1
Tabela II. Casos notificados (Nº e %) de Hepatite C segundo informação1 de coinfecção com o HIV, município de São Paulo, 2007 e 2008*. HIV Hepatite C VHC-RNA reagente Apenas anti-VHC VHC-RNA não reagente Total
Sim nº 913 393 114 1420
% 20,9 20,2 16,2 20,2
Não nº 3465 1553 589 5609
Total % nº % 79,1 4378 100,0 79,8 1946 100,0 83,8 703 100,0 79,8 7029 100,0
Excluídos os casos com informação ignorada. Fonte: COVISA/CCD/SINAN-Hepatites Virais *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
1
Pode-se verificar nas tabelas I e II que cerca de 80% dos casos notificados de hepatite B ou C não apresentam coinfecção com o HIV, o que enfatiza a necessidade de ampliar os serviços que possam atender estes pacientes.
Gráfico 3. Porcentagem de casos notificados de hepatite B e C segundo informação de coinfecção com o HIV, município de São Paulo, 2007 e 2008*. 2007
2008 Ignorado 15%
Ignorado 28% Não 57%
Não 69%
Sim 16%
Sim 15% Fonte: COVISA/CCD/SINAN-Hepatites Virais *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
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Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Em 2008, a situação de coinfecção com o HIV não foi conhecida em apenas 15% dos casos notificados de hepatite B ou C, o que representou uma redução de 46% de resposta ignorada do campo HIV, quando se compara com o ano anterior (Gráfico 3). Considerações O crescimento contínuo do número de notificações ao longo da série histórica, mostra a melhoria da vigilância epidemiológica na captação dos casos e também do acesso aos exames de diagnóstico. Por outro lado, este aumento das notificações aponta para a necessidade de ampliação da quantidade de serviços de assistência, pois os pacientes com hepatite B ou C, na imensa maioria, são casos crônicos que demandarão acompanhamento por toda a vida. O número de notificações com cicatriz sorológica e presença do vírus B (Gráfico 1) demonstra a importância da circulação do VHB e aponta para a necessidade de enfatizar-se a vacinação da população menor de vinte anos e dos segmentos mais vulneráveis, de acordo com o Programa de Imunização. Os profissionais da área da saúde fazem parte de um grupo com risco acrescido para aquisição de infecção pelos vírus da hepatite B (VHB) e C (VHC), devido às possibilidades de acidente com sangue ou secreções de pacientes com estas doenças. O Programa Municipal de Hepatites Virais apresenta no Capítulo referente aos acidentes com materiais biológicos, as recomendações para “Profilaxia para Hepatite B após exposição ocupacional” e as de “Acompanhamento sorológico do indivíduo acidentado para o VHB e VHC”.
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Parte VI – OUTROS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA Capítulo I - Sistema de Vigilância em Serviços (VIGISERV) O VIGISERV, implantado nas 15 unidades de assistência da Rede Municipal Especializada em DST/Aids (RME-DST/Aids) do município de São Paulo em 2002, é uma ferramenta para monitoramento e avaliação das características de atendimento destas unidades. O Setor de Informação do PM/DST/AIDS/SMS/SP realiza a análise contínua dos dados enviados mensalmente pelas unidades de assistência da RME após a melhora da qualidade da informação por meio da retirada de inconsistências e duplicidades do banco de dados. Ao contrário do SINAN, a notificação de dados no VIGISERV não é compulsória. Desse modo, o número de pacientes em seguimento pode estar subestimado por dificuldades na atualização dos dados por parte das unidades. Mesmo com esta limitação, a linkagem do VIGISERV com outros bancos como o SINAN e o PRO-AIM permite a avaliação da evolução dos casos notificados de HIV/Aids e das características dos pacientes que evoluem a óbito por estes agravos As informações obtidas do VIGISERV referem-se apenas aos serviços municipais da RME-DST/Aids, portanto não representam a realidade de todo o município de São Paulo. Pacientes matriculados No período de 2002 a 2008, 58.936 pacientes foram matriculados nas 15 unidades de assistência da RME. Em 2008 houve 7250 novas matrículas nestas unidades. Do total de pacientes matriculados, o diagnóstico mais freqüente é Aids, 36,0% (21.249/58.936), seguido por DST, 25,6% (15.074/58.936) (tabela I). A maioria dos pacientes, 56,50% (33.296/58.936), continua em seguimento ambulatorial (tabela II) e há maior proporção de pacientes do sexo masculino, 57,3% (33.766/58.936), quando comparada a de pacientes do sexo feminino, 42,7% (25.170/58.936). Os Centros de Referência em DST/Aids Santo Amaro, Penha e Freguesia do Ó mantém-se com o maior número de pacientes matriculados no período avaliado (tabela III).
Tabela I. Pacientes matriculados na RME segundo diagnóstico principal. Município de São Paulo, 2000-2008*. Diagnóstico Principal AIDS DST HIV Hepatite C Exposição vertical HIV/Aids Hepatite B Outros Tuberculose Sífilis Congênita Total
nº 21249 15074 10839 5097 3998 1575 834 188 82 58936
% 36,1 25,6 18,4 8,6 6,8 2,7 1,4 0,3 0,1 100,0
Fonte: VIGISERV - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
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Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela II. Pacientes matriculados na RME segundo evolução. Município de São Paulo, 2000-2008*. Evolução dos pacientes matriculados Seguimento ambulatorial Abandono Cura Óbito Transferido Outros Mudança de Diagnóstico**
nº 33296 9621 5962 3995 3840 1917 305
% 56,5 16,3 10,1 6,8 6,5 3,3 0,5
Total
58936
100,0
Fonte: VIGISERV - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão. **Criança exposta ao HIV/Aids com conversão sorológica.
Tabela III. Pacientes matriculados na RME segundo unidade de atendimento e sexo. Município de São Paulo, 2000-2008*. Unidade de Atendimento CR Santo Amaro CR Penha CR Freguesia do Ó SAE Fidélis Ribeiro SAE Santana SAE Ipiranga SAE Cidade Líder SAE Cidade Dutra SAE Butantã SAE Campos Elíseos SAE Jardim Mitsutani AE Alexandre Kalil Yazbeck AE Vila Prudente SAE Herbert de Souza SAE Lapa Total
Feminino % Masculino % TOTAL % 2949 11,7 4120 12,2 7069 12,0 2926 11,6 3180 9,4 6106 10,4 2819 11,2 2926 8,7 5745 9,7 2193 8,7 3130 9,3 5323 9,0 2351 9,3 2891 8,6 5242 8,9 2282 9,1 2605 7,7 4887 8,3 2002 8,0 2565 7,6 4567 7,7 1682 6,7 2106 6,2 3788 6,4 1128 4,5 2253 6,7 3381 5,7 600 2,4 2307 6,8 2907 4,9 1136 4,5 1333 3,9 2469 4,2 762 3,0 1306 3,9 2068 3,5 887 3,5 1153 3,4 2040 3,5 777 3,1 957 2,8 1734 2,9 676 2,7 934 2,8 1610 2,7 25170 100,0 33766 100,0 58936 100,0
Fonte: VIGISERV - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
Pacientes em seguimento A maioria dos pacientes em seguimento ambulatorial na RME - DST/Aids do município de São Paulo, 31.788 (95,5%), são adultos, com mais de 12 anos de idade, e apenas 1.508 (4,4%) são crianças. Observa-se aumento do número absoluto e porcentagem de adultos em seguimento e diminuição do número absoluto e porcentagem de crianças em seguimento na RME – DST/Aids até dezembro de 2008 quando comparados aos dados acumulados até dezembro de 2007. A. Adultos A maioria dos adultos em seguimento ambulatorial, 64,3% (20.448/31.788), tem como diagnóstico principal HIV/Aids (tabela IV). Do total de pacientes com estes diagnósticos, 23,1% (4.721/20.448) apresentam coinfecção em tratamento ou tratada, sendo DST e tuberculose as co-infecções mais freqüentes (tabela V). A média e mediana de idade dos adultos são respectivamente 39 e 38 anos, já a média e mediana de CD4 dos pacientes com HIV/Aids são respectivamente 474 e 425 células. Além disso, 51,0% (16.222/31.788) destes pacientes são brancos (tabela VI). O quesito raça/cor foi introduzido no VIGISERV em 2004 e os dados até dezembro de 2008 mostram redução da porcentagem de ignorados em relação aos dados até dezembro de 2007, 7,4% e 9,4% respectivamente em 2008 e 2007. Os Centros de Referência da Penha e Santo Amaro possuem o maior número de adultos em seguimento ambulatorial no período (tabela VII). 88
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela IV. Pacientes em seguimento ambulatorial na RME segundo diagnóstico principal. Município de São Paulo, 2000-2008*. Diagnóstico principal nº % AIDS 13035 41,0 HIV 7413 23,3 DST 7187 22,6 Hepatite C 2876 9,0 Hepatite B 864 2,7 Outros 404 1,3 Tuberculose 9 Total 31788 100,0 Fonte: VIGISERV - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
Tabela V. Pacientes em seguimento ambulatorial na RME com diagnóstico de HIV/AIDS segundo diagnóstico secundário (coinfecção). Município de São Paulo, 2000-2008*. Diagnóstico Secundário (Coinfecção) DST Tuberculose Hepatite C Hepatite B Total
nº 1646 1354 1200 521 4721
% 34,9 28,7 25,4 11,0 100,0
Fonte: VIGISERV - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
Tabela VI. Pacientes em seguimento ambulatorial na RME segundo raça/cor. Município de São Paulo, 2000-2008*. Raça/Cor Branco Pardo Preto Ignorado Amarela Indígena Total
nº 16222 10016 2991 2366 134 59 31788
% 51,0 31,5 9,4 7,4 0,4 0,2 100,0
Fonte: VIGISERV - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
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Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela VII. Pacientes em seguimento ambulatorial na RME segundo unidade de atendimento e sexo. Município de São Paulo, 2000-2008*. UNIDADE Feminino % Masculino % Total % CR Penha 2084 15,7 2039 11,0 4123 13,0 CR Santo Amaro 1382 10,4 1985 10,7 3367 10,6 SAE Fidélis Ribeiro 1306 9,8 1853 10,0 3159 9,9 SAE Cidade Dutra 1314 9,9 1600 8,7 2914 9,2 SAE Cidade Líder 1140 8,6 1361 7,4 2501 7,9 SAE Campos Elíseos 483 3,6 2014 10,9 2497 7,9 SAE Butantã 809 6,1 1572 8,5 2381 7,5 SAE Santana 1029 7,7 1264 6,8 2293 7,2 CR Freguesia do Ó 988 7,4 1032 5,6 2020 6,4 SAE Ipiranga 593 4,5 910 4,9 1503 4,7 SAE Herbert de Souza 655 4,9 761 4,1 1416 4,5 SAE Lapa 388 2,9 574 3,1 962 3,0 SAE Jardim Mitsutani 452 3,4 501 2,7 953 3,0 AE Vila Prudente 375 2,8 500 2,7 875 2,8 AE Alexandre Kalil Yazbeck 296 2,2 528 2,9 824 2,6 Total 13294 100,0 18494 100,0 31788 100,0 Fonte: VIGISERV - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
B. Crianças Como observado em relação aos adultos em seguimento na RME – DST/Aids, a maioria das crianças em seguimento ambulatorial são do sexo masculino, 50,6% (763/1.508), e brancas, 52,4% (791/1508) (tabelaVIII). O diagnóstico mais frequente destas crianças é exposição vertical ao HIV/Aids (tabela IX), mas observa-se redução do número de crianças com este diagnóstico quando comparados os dados acumulados até dezembro de 2008 com os dados até dezembro de 2007, 983 e 1311 crianças respectivamente. Os Serviços de Assistência Especializada em DST/Aids Cidade Dutra e Cidade Líder II têm o maior número de crianças em seguimento (tabela X).
Tabela VIII. Crianças em seguimento ambulatorial na RME segundo raça/cor. Município de São Paulo, 2000-2008*. Raça/Cor nº Branco 791 Pardo 419 Ignorado 212 Preto 82 Amarela 4 Total 1508
% 52,5 27,8 14,1 5,4 0,3 100,0
Fonte: VIGISERV - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
Tabela IX. Crianças em seguimento ambulatorial na RME segundo diagnóstico principal. Município de São Paulo, 2000-2008*. Diagnóstico principal Exposição Vertical HIV/Aids AIDS HIV DST Hepatite C Sífilis Congênita Outros Hepatite B Total
nº 983 343 87 37 22 16 11 9 1508
Fonte: VIGISERV - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão. 90
% 65,2 22,7 5,8 2,5 1,5 1,1 0,7 0,6 100,0
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Tabela X. Crianças em seguimento ambulatorial na RME segundo unidade de atendimento e sexo. Município de São Paulo, 2000-2008*. UNIDADE SAE Cidade Dutra SAE Cidade Líder SAE Butantã SAE Fidélis Ribeiro CR Penha SAE Santana CR Santo Amaro SAE Herbert de Souza CR Freguesia do Ó SAE Campos Elíseos SAE Jardim Mitsutani SAE Lapa AE Vila Prudente AE Alexandre Kalil Yazbeck SAE Ipiranga Total
Feminino % Masculino % Total % 149 20,0 181 23,7 330 21,9 110 14,8 110 14,4 220 14,6 69 9,3 89 11,7 158 10,5 80 10,7 67 8,8 147 9,7 79 10,6 51 6,7 130 8,6 50 6,7 39 5,1 89 5,9 33 4,4 48 6,3 81 5,4 39 5,2 37 4,8 76 5,0 35 4,7 37 4,8 72 4,8 21 2,8 30 3,9 51 3,4 24 3,2 23 3,0 47 3,1 22 3,0 11 1,4 33 2,2 13 1,7 16 2,1 29 1,9 16 2,1 12 1,6 28 1,9 5 0,7 12 1,6 17 1,1 745 100,0 763 100,0 1508 100,0
Fonte: VIGISERV - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
Capítulo II - Estatísticas de Sorologias Além do VIGISERV, o Setor de Informação do Programa Municipal de DST/Aids acompanha o número de sorologias de HIV, sífilis e hepatites B e C realizadas nos 24 Serviços Especializados em DST/Aids da RME (15 unidades de atendimento e 9 centros de testagem e aconselhamento - CTA). A partir deste acompanhamento são gerados relatórios mensais com estas informações desde 2004, chamados Estatísticas de Sorologias. Durante o ano de 2007, foi implantado nos 24 Serviços Especializados em DST/Aids o teste rápido para diagnóstico do HIV e a quantidade de testes rápidos realizados, também, passou a ser monitorada. A implantação do teste rápido diagnóstico na RME-DST/Aids, importante estratégia para o diagnóstico precoce do HIV e redução das taxas de não retorno dos usuários dos serviços, apresentou resultados extremamente positivos com aumento significativo do número de teste rápidos realizados em 2008 quando comparado a 2007. A ampliação do acesso da população a exames sorológicos é uma ação contínua do Programa Municipal de DST/Aids, uma vez que o diagnóstico precoce é fundamental para a redução da morbimortalidade do HIV e outras DST.
Gráfico 1. Número de pessoas testadas e número de pessoas com sorologia positiva pelo método Elisa na RME em DST/Aids. Município de São Paulo, 2005-2008*.
Número de Pessoas Testadas
50.000
47.999 44.298
42.068
43.652
40.000 30.000
Número de pessoas testadas (Método Elisa)
20.000 10.000 2.150
0 2005
2.205
2.320
2006
2007
2.008
Número de pessoas com sorologia positiva (Método Elisa)
2008
Ano Fonte: Setor de Informação - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão. 91
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 2. Número de pessoas testadas e número de pessoas com sorologia positiva pelo Teste Rápido Diagnóstico na RME em DST/Aids. Município de São Paulo, 2005-2008*. 16.000
14.667
Número de Pessoas Testadas
14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 3.840 4.000 1.159
2.000
279
0 2007
2008 Ano
Número de pessoas testadas (TRD)
Número de pessoas com sorologia positiva para o HIV (TRD)
Fonte: Setor de Informação - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
Gráfico 3. Relação entre quantidade de pessoas testadas para o HIV por Teste Rápido Diagnóstico (TRD) e o total de pessoas testadas para HIV na RME de DST/Aids. Município de São Paulo, 2005-2008*. 58.319
60.000
Número de Pessoas Testadas
51.839 50.000 42.068
44.298
40.000 30.000 20.000
14.667
10.000 0
3.840 2005
2006
2007
2008
ano Número total de pessoas testadas Fonte: Setor de Informação - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
92
Número de pessoas testadas por Teste Rápido Diagnóstico
Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 4. Quantidade de pessoas testadas para o HIV por Teste Rápido Diagnóstico (TRD) e por Elisa segundo a região da unidade da RME em DST/Aids. Município de São Paulo, 2007-2008*. 14.000
13.109
12.800 12.690
12.358
Número de Pessoas Testadas
12.000 10.126
10.000
8.125
8.000
5.988
6.000 4.742 4.000
4.355
3.504
3.749
3.387
3.125 1.963
2.000
ELISA
TRD
812
902
640 0
5.516
197 ELISA
CENTRO OESTE
161
TRD
ELISA
NORTE
TRD
ELISA
SUL
TRD
ELISA
LESTE
2007
TRD
SUDESTE
2008
Fonte: Setor de Informação - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
Gráfico 5. Número de pessoas testadas e número de pessoas com sorologia positiva para sífilis na RME em DST/Aids. Município de São Paulo, 2005-2008*.
Número de Pessoas Testadas
45.000
48.337
48.609
50.000
44.854 41.266
40.000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000
2.152
5.000 0
2005
2.313 2006
2.402 2007
2.483 2008
ano Número de pessoas testadas
Número de pessoas com sorologia positiva
Fonte: Setor de Informação - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
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Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Gráfico 6. Número de pessoas testadas e número de pessoas com sorologia positiva para Hepatite B na RME em DST/Aids. Município de São Paulo, 2005-2008*. 48.452
50.000
44.012
Número de Pessoas Testadas
45.000 40.000
33.159
35.000 30.000 25.000 20.000
15.703
15.000 10.000 5.000
1.227
785
0
2005
1.374
1.370
2006
2007
2008
ano Número de pessoas testadas
Número de pessoas com sorologia positiva
Fonte: Setor de Informação - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão.
Gráfico 7. Número de pessoas testadas e número de pessoas com sorologia positiva para Hepatite C na RME em DST/Aids. Município de São Paulo, 2005-2008*. 48.452
50.000
44.012
Número de Pessoas Testadas
45.000 40.000 33.159
35.000 30.000 25.000 20.000
15.703
15.000 10.000 5.000 0
1.090 2005
1.545 2006
1.427 2007
1.393 2008
Ano Número de pessoas testadas
Número de pessoas com sorologia positiva
Fonte: Setor de Informação - PM DST/Aids/SMS/SP *Dados preliminares até 31/12/2008, sujeitos a revisão. **Dados de 2005 apenas das 15 unidades de assistência da RME. Sorologias para Hepatite B e C passaram a ser realizadas nos CTA a partir de 2006.
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Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Notas Técnicas
Definições de Casos de Aids As definições de casos de Aids, para fins de vigilância epidemiológica, podem ser encontradas nas seguintes publicações: • BRASIL.Ministério da Saúde. Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. Revisão da Definição Nacional de Casos de Aids em Indivíduos com 13 anos de idade ou mais, para fins de Vigilância Epidemiológica. Brasília, 1998. http://www.aids.gov.br/udtv/link203.htm • BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. Definição Nacional de Casos de Aids em Indivíduos menores de 13 anos, para fins de Vigilância Epidemiológica. Brasília, 2000.http://www. aids.gov.br/uvad/definicao_aids_crianca.pdf • BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. Critérios de definição de Casos de Aids em adultos e crianças, para fins de Vigilância Epidemiológica. Brasília,2004.http://www.aids.gov. br/final/biblioteca/critérios/critérios.pdf
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Boletim Epidemiológico de Aids, HIV/DST e Hepatites B e C
Categorias de Exposições Hierarquizadas Modificadas Em reunião do Comitê Assessor de Vigilância Epidemiológica realizada na cidade de Brasília em 18 de dezembro de 2001, foi acordado de forma consensual que, doravante, as categorias de exposições múltiplas, que envolvam o uso de drogas injetáveis e a transmissão sexual, terão sempre como categoria de exposição principal o uso de drogas injetáveis. Em todas as tabelas referente a categoria de exposição deste Boletim foi utilizada a classificação hierarquizada atual, conforme tabela abaixo:
Categoria de exposição
Categoria de exposição hierarquizada
Homossexual
Homossexual
Homo/UDI**
UDI
Homo/hemofílico
Homossexual
Homo/transfusão (notificação anterior a 1998)
Homossexual
Homo/transfusão (notificação a partir de 1998) Transfusão Homo/UDI /hemofílico**
UDI
Homo/UDI /transfusão (notificação anterior a 1998)**
UDI
Homo/UDI /transfusão (notificação a partir de 1998) Transfusão Bissexual
Bissexual
Bi/UDI**
UDI
Bi/hemofílico
Bissexual
Bi/transfusão (notificação anterior a 1998)
Bissexual
Bi/transfusão (notificação a partir de 1998) Transfusão Bi/UDI/hemofílico**
UDI
Bi/UDI/transfusão (notificação anterior a 1998)**
UDI
Bi/UDI/transfusão (notificação a partir de 1998) Transfusão Heterossexual
Heterossexual
Hetero/UDI
UDI
Hetero/hemofílico
Hemofílico
Hetero/transfusão Transfusão Hetero/UDI /hemofílico
UDI
Hetero/UDI /transfusão (notificação anterior a 1998)
UDI
Hetero/UDI /transfusão (notificação a partir de 1998) Transfusão UDI
UDI
UDI/hemofílico
UDI
UDI/transfusão (notificação anterior a 1998)
UDI
UDI/transfusão (notificação a partir de 1998) Transfusão Hemofílico
Hemofílico
Transfusão Transfusão Acidente de trabalho*
Acidente de Trabalho
Transmissão Vertical* Transmissão Vertical Ignorada* * Não aceitam categorias múltiplas. **Categorias que foram modificadas. Fonte: Boletim Epidemiológico de Aids - Ano XV - No. 1 - julho/setembro/2001 - MS
96
Ignorada