Jornal DST/Aids - 2006

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Fotos cedidas pelo acervo SP Turis.


Caros leitores, É com grande satisfação que apresentamos mais uma edição deste jornal com uma síntese das principais iniciativas deste Programa, desenvolvidas com muito empenho por diversas áreas, para o enfrentamento da epidemia do HIV/Aids na cidade de São Paulo. A atualização de informações qualificadas sobre a epidemia tem sido buscada de maneira constante, por meio de capacitações envolvendo profissionais de saúde de diversos níveis de atenção à saúde e de todas as regiões da cidade. Acreditamos que só com o empenho coletivo destes profissionais será possível manter a atenção que esta epidemia merece. O interesse por estas informações vem de diversas fontes e se renova a cada ano. Ele representa mais um elemento de motivação para, mesmo diante de dificuldades inerentes à atividade dos que se dedicam à epidemiologia, mantermos com sensibilidade e profissionalismo a dedicação a esta causa. Após 5 anos consecutivos, em que os boletins epidemiológicos atualizados eram lançados em 1º de Dezembro com informações até o final de setembro dos respectivos anos, decidiu-se alterar o lançamento para abril, mantendo a periodicidade anual. Desta forma, será possível abranger informações completas de anos inteiros, o que parece atender melhor as reivindicações do público interessado. Podemos anunciar, no entanto, alguns dados preliminares sobre a epidemia, não só para a comemoração desta data mas também para nortear os rumos das ações a serem desencadeadas por este Programa e desenvolvidas pelo conjunto dos profissionais da Saúde e ativistas. Para esta finalidade destaca-se que desde 1980 até setembro de 2006 os casos de Aids notificados totalizam 61.985 em adultos e 2.732 em crianças. Continuamos mantendo a queda da incidência de novos casos de Aids na cidade, variando de cerca de 24 casos por 100.000 habitantes em 2004 para 22 em 2005.

Como em anos anteriores a tendência de queda ocorre em proporções distintas entre os sexos. Há uma queda de 4 pontos percentuais entre os homens (de 32 para 29 casos por 100.000 habitantes de 2004 para 2005) e, ainda que em menor número, a preocupante manutenção da incidência de cerca de 16 casos por 100.000 habitantes em mulheres, tanto para o ano de 2004 como para 2005, indicando a necessidade de um enfrentamento mais incisivo para a prevenção da Aids na população feminina. Acompanhando a tendência nacional, também observamos aumento da participação do grupo etário acima de 50 anos, sendo que em 2004 este grupo correspondia a cerca de 14% dos casos e 18% em 2005. O grupo que apresenta maior concentração de casos ainda é, no entanto, o de 30 a 39 anos, perfazendo cerca de 36% dos casos em 2005. Quanto à categoria de exposição, entre os homens acima de 13 anos continua sendo a heterossexual, sendo observado um aumento de 5 pontos percentuais entre 2004 e 2005, saltando de cerca de 32% para 37%, respectivamente. Observa-se diminuição da participação dos homossexuais de cerca de 23% dos casos em 2004 para 20% em 2005 e, em menor proporção, dos usuários de drogas injetáveis de cerca de 9% para 8% na mesma época. Entre as mulheres, a maior concentração de casos é por transmissão heterossexual, mantendo-se estacionária em cerca de 77% dos casos tanto em 2004 quanto em 2005. Observa-se, no entanto, o aumento de 1 ponto percentual para a categoria de usuárias de drogas injetáveis, de 3 para 4% de 2004 para 2005, o que deverá ser melhor analisado para ver se de fato corresponde a uma tendência. Frente a estes números, o que temos pela frente ainda é um longo caminho de combate até chegar às notícias que tanto queremos publicar aqui. Por isso, fechamos 2006 prontos para seguir vigilantes e atentos em 2007, quando esperamos dar a contribuição necessária para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos paulistanos.


Leia ainda: Pág. 05 • Prevenção ao HPV Pág. 11 • O slogan A Vida é Mais Forte que a Aids usa o mote do protagonismo das pessoas comuns na campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids • Secretaria Municipal da Saúde e Agência da Aids fazem auditório público para marcar o 1º de Dezembro Pág.14 • Prevenção contra DST/Aids leva em conta o respeito à diversidade


Área Técnica de DST/Aids vira Programa Municipal Com a nova medida, o Programa fica diretamente subordinado ao gabinete da Secretária Municipal da Saúde Este foi um ano de avanços significativos no trabalho às DST/Aids do município e um deles tem importância histórica: a Área Técnica de DST/Aids passou a se chamar Programa Municipal de DST/Aids. A alteração aconteceu no dia 12 de outubro pela Portaria 1.598/06, que normatiza as atribuições do Programa e o vincula diretamente ao gabinete da secretária, o que favorece uma maior agilidade na tomada de decisões administrativas e políticas, além de conferir prioridade ao enfrentamento das DST e da Aids, importante problema de saúde pública que ainda afeta a vida dos paulistanos. A cidade tem 20% dos casos de HIV e Aids

notificados no Brasil, sendo, portanto, uma das portas de entrada da infecção no País. A Secretaria Municipal da Saúde conta com uma rede de 24 serviços especializados na atenção às DST/Aids que acompanha, atualmente, cerca de 50 mil pessoas. Entre estas, por volta de 10 mil fazem o uso da terapia anti-retroviral. O Programa Municipal de DST/Aids é responsável pelo gerenciamento técnico destes serviços e formula diretrizes, em conjunto com as instâncias de controle social do Sistema Único de Saúde (SUS), para as áreas de prevenção, diagnóstico, tratamento, pesquisa e qualificação de profissionais.

CTA – CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO EM DST/Aids Os CTA são unidades de prevenção onde se pode fazer sorologias para HIV/sífilis e, desde julho, também para hepatites B e C. Ainda oferecem orientação, preservativos e kits de redução de danos para usuários de drogas, além de desenvolverem trabalho de aconselhamento com foco no apoio emocional aos usuários. Balanço Período de janeiro a agosto de 2006.

Total de pessoas testadas 27.301 sorologia de HIV (1ª amostra) 27.550 sorologia de VDRL (sífilis) 29.602 hepatite B e C


Grupo Operativo Assessor Há quase dois anos, desde sua fundação pelo PM DST/Aids, o Grupo Operativo Assessor (GOA) vem realizando reuniões mensais com o objetivo de aprimorar continuamente estratégias de trabalho visando responder com mais rapidez aos desafios da cidade de São Paulo. O grupo é formado por técnicos do Programa, gerentes dos serviços, representantes da sociedade civil e das pessoas vivendo com HIV/Aids, representações de universidades, conselheiros, representantes do setor empresarial e profissionais de diversas especialidades.

Comissão Municipal de DST/Aids Criada em 2002, durante a 1ª Conferência Municipal de DST/Aids, a Comissão reúne representantes do governo municipal, de ongs, trabalhadores, setores empresariais e universitários. Vinculada ao Conselho Municipal de Saúde, é a instância de controle social das ações de DST/Aids desenvolvidas na cidade de São Paulo. Sua composição é formada durante as conferências de Aids bianuais.

Prevenção ao HPV Instituída pelo Decreto Lei Municipal 3.465/2002, a Semana Municipal de Prevenção ao HPV chegou em setembro a sua quarta edição prestando atendimento à população em 15 serviços de DST/Aids na cidade. Durante a semana os profissionais realizaram atividades de conscientização, exames e orientação à população. A infecção pelo HPV é uma epidemia no mundo e no Brasil é a principal DST. Está presente em 95% dos casos de câncer de colo uterino, sendo um dos principais causadores desta doença, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em agosto, a primeira vacina contra o HPV no País foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ela protege contra o HPV dos tipos 6, 11, 16 e 18. Além de prevenir o câncer de colo do útero, imuniza contra os précânceres cervicais e pré-cânceres vulvares e vaginais causados pelos tipos 16 e 18.


Encontro de Recepção dos Serviços Especializados em DST/Aids O objetivo foi informar quem trabalha no atendimento do serviço municipal sobre a realidade das pessoas vivendo com DST/HIV/Aids e levá-los a refletir sobre a importância de suas funções no contexto da atenção à saúde. Depois de discutir assuntos como mitos, prevenção, estigma, adesão ao tratamento, entre outros, o que se espera é contribuir para que os profissionais façam o primeiro acolhimento mais humanizado.

Novo material de apoio e divulgação dos serviços: Porta preservativo/informativo, cartazetes e banners. Já disponíveis em todas as unidades de atendimento.

"Se o paciente não é bem acolhido na primeira vez que procura uma unidade de saúde, pode não voltar mais. Melhorar a qualidade da atenção dada a ele é fundamental." Maria Elizabeth de Barros Reis Lopes, uma das organizadoras do Encontro de Recepção “Já fizemos seminários para médicos e outros profissionais de Saúde, agora é a vez de treinar as pessoas que trabalham na recepção.” Alexandre César de Araújo, infectologista e organizador do encontro.


Em 2006, profissionais da Saúde ouviram muito falar de Abordagem Sindrômica no combate às doenças sexualmente transmissíveis. Abordagem Sindrômica, segundo conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS), significa incluir a doença dentro de síndromes préestabelecidas, baseadas em sintomas e sinais, e começar tratamento imediato. Organizar um fluxo único para garantir o atendimento e o tratamento imediato para qualquer pessoa que chegue à unidade de saúde com queixa de DST foi a primeira tarefa estabelecida. Para isso, a Secretaria Municipal da Saúde lançou em agosto o Protocolo de Abordagem Sindrômica para as DST juntamente com os protocolos para o controle da transmissão vertical do HIV e sífilis, implantando estas ações como políticas de saúde para a cidade. Desde a primeira etapa, as discussões envolveram outras áreas da Secretaria que atendem portadores de DST, principalmente a Atenção Básica, para ampliar a cobertura dos primeiros atendimentos. Com base nos protocolos do Ministério da Saúde (2006), o Programa produziu material que consta de um cartaz com o fluxograma e um CD-ROM, com

explicações simples, diretas e ilustrativas para os serviços de saúde. Outro passo importante foi a realização do Pr i m e i r o S e m i n á r i o d e V i g i l â n c i a Epidemiológica das DST (21 a 23 de Outubro), quando se estabeleceu as metodologias a serem adotadas para a notificação dos casos de DST, no intuito de monitorar a magnitude das doenças na cidade. Participaram representantes das Supervisões de Vigilância em Saúde (SUVIS), Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA) e Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD). O seminário contou com a participação de palestrantes de renome nacional e internacional.


“Sou positivo há mais de 10 anos e de uns três anos para cá comecei a perder gordura no rosto. Passei a me sentir muito mal porque as pessoas percebiam que algo estranho se passava comigo e me perguntavam se eu estava doente. Dia-a-dia, eu via o medicamento sugar as minhas bochechas e ia ficando cada vez mais diferente do que eu era. Quando soube que a Prefeitura ia fazer de graça o preenchimento facial, me inscrevi. Não fui dos primeiros porque havia casos mais graves. Mas fiz e imediatamente senti minha imagem voltando ao que era. As pessoas notaram a melhora e começaram a me elogiar. Pude rever os parentes sem causar estranheza, fui até para a Suíça reencontrar amigos dos tempos que vivi lá. Estou bem melhor. Antes, eu tinha vergonha de mim, além de me preocupar com o que as pessoas iam pensar.”

O depoimento de Mário César Veloso*, 41 anos, expressa sentimentos também apresentados nos grupos de atendimento multidisciplinar formados para atender, esclarecer, apoiar e encaminhar para o preenchimento facial pessoas em tratamento com anti-retrovirais que perderam gordura no rosto por causa dos efeitos adversos de alguns remédios - a chamada lipoatrofia facial. Igual a Veloso, mais 411 pessoas foram beneficiadas com o preenchimento facial, estão fazendo as pazes com o espelho e retomando a vida em sociedade. O procedimento, com forte apelo no programa de redução de danos e na melhoria da qualidade de vida, é feito na unidade especializada de saúde por dermatologistas treinados no Hospital Emílio Ribas. Consiste na aplicação de polimetilmetacrilato na face. A ação da substância preenche as faces emagrecidas e ameniza o aspecto envelhecido, outro efeito adverso de alguns anti-retrovirais. Inicialmente o paciente freqüenta um grupo multidisciplinar formado por médicos, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista e, a partir do ano que vem, por professores de atividades físicas. Nas reuniões, ele recebe informações e dicas, é diagnosticado, apoiado e encaminhado. Depois de passar pelo


preenchimento, segue algum tempo acompanhado pelo grupo. “Todos os casos foram bem”, diz a fonoaudióloga Marina Pereira dos Santos Stagni, uma das responsáveis pela implantação do atendimento. “Não tivemos nenhum problema na rede municipal e esperamos que o serviço seja ampliado para todas as unidades. Ele é muito importante porque devolve a identidade às pessoas.”

Marina Pereira dos Santos Stagni é fonoaudióloga do grupo multidisciplinar

Saiba mais A lipoatrofia facial, assim como a lipodistrofia, se caracteriza por uma distribuição não uniforme da gordura corporal. Em geral, há um acúmulo no abdômen e peito e um afinamento de braços e pernas. No rosto pode ocorrer uma perda de gordura causando um aspecto de envelhecimento precoce. Essas alterações corporais também podem vir acompanhadas de alterações metabólicas, como aumento dos níveis de triglicérides e colesterol. São ocorrências que causam transtornos para os

usuários, principalmente quanto à sociabilidade, à auto-estima, à manutenção das relações afetivas e sexuais e ao trabalho. O acompanhamento multidisciplinar deve ser realizado de forma contínua. Unidades com o serviço: SAE Campos Elíseos R. Albuquerque Lins,40 Santa Cecília CEP: 01230-000 Telefone: 3825.3766 SAE Jardim Mitsutani R. Frei Xisto Teuber, 50 Jardim Mitsutani CEP: 05791-080 Telefone(s): 5841.9020 / 5841.5376 AE Dr Alexandre Kalil Yazbeck (Ceci) Av. Ceci, 2235 Jabaquara CEP: 04065-004 Telefone: 2275-6484 SAE Jose Francisco de Araújo - Ipiranga Rua Gonçalves Ledo, 606 Ipiranga CEP: 04216-030 Telefone: 2273-5073

EM BREVE CR Santo Amaro R. Carlos Gomes, 695 Santo Amaro CEP: 04743-050 Telefone: 5524-3032


Carnaval com camisinha Com o mote Camisinha na Folia, a ação de prevenção às DST/Aids percorreu casas noturnas, desfiles de blocos e bandas, ensaios das escolas de samba e carnavais de bairro no último Canaval. O espírito da alegria e da descontração foi ligado à idéia de cuidado com a saúde e de sexo com responsabilidade. No Sambódromo do Anhembi, nos dias 24 e 25 de fevereiro, 100 mil preservativos masculinos e adesivos foram distribuídos nas arquibancadas e nos terminais rodoviários da Barra Funda e do Jabaquara.

Dia dos Namorados A campanha de prevenção às DST/Aids no Dia dos Namorados enfatizou a diversidade com o slogan Diferentes olhares, diferentes amores. Foram distribuídos preservativos, textos alusivos à data, orientações e divulgados os serviços municipais especializados em DST/Aids. A campanha percorreu pontos estratégicos como o Parque do Ibirapuera, o Viaduto do Chá, a Praça Cruzeiro do Sul e o Poupatempo de Itaquera.

Parada do Orgulho GLBTT

Destaque Mulher Número total de preservativos distribuídos em 2006:

25milhões até outubro de 2006

No dia e na Semana da Mulher, várias atividades de prevenção, como orientação, divulgação, distribuição de preservativos e de material educativo ganharam as ruas da cidade.

Técnicos e agentes de prevenção distribuíram 1 milhão de preservativos e material educativo em pontos estratégicos da Avenida Paulista, onde aconteceu a Parada. Os serviços especializados em DST/Aids desenvolveram ações com homens que fazem sexo com homens, além de debates e oficinas para implantação, nos nove Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), de políticas públicas específicas para acolhimento e aconselhamento de mulheres que fazem sexo com mulheres.


Com este slogan, a campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids pretende combater estigmas e valorizar os direitos de quem vive com HIV.

Portadores protagonistas Controlar a epidemia do HIV e das DST no país é prioridade o ano inteiro, mas o 1° de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, é especial no calendário das campanhas. É data para se refletir sobre prevenção, o panorama ainda alarmante da epidemia no mundo, a discriminação contra as pessoas com HIV/Aids e a qualidade de vida delas. No Brasil, este ano, a campanha utiliza o protagonismo de pessoas comuns que vivem com HIV para combater preconceitos e chamar atenção para o respeito aos direitos delas. A partir do tratamento, estas pessoas têm novas perspectivas, desejo de relacionarem-se afetivamente, ter filhos, enfim, traçar e realizar projetos. Por isso, o slogan da campanha é: A vida é mais forte que a Aids.

Feira da Diversidade 100 mil preservativos foram distribuídos no evento, mais material educativo e orientações sobre DST/Aids.

NÚMEROS: NÚMEROS:

2,2 milhões de pessoas de pessoas passaram passaram pela Avenida pela Avenida Paulista Paulista durante durante a Parada. a Parada. •2,2•milhões

Secretaria da Secretaria MunicipalMunicipal da Saúde da naSaúde avenida. na avenida. •5 estandes •Foramda5 tendas

de preservativos de preservativos distribuídos distribuídos. 700% a mais que em 2005. •1 milhão •1 milhão

Auditório na cidade Em São Paulo, no dia 1º, a Secretaria Municipal da Saúde, por meio do Programa de DST/Aids, realiza em parceria com a Agência de Notícias da Aids o Auditório Público: Falando sobre Aids, das 9h30 às 17horas, no Largo São Bento, Centro. Pela primeira vez discute-se em praça pública os avanços e os desafios no combate ao HIV/Aids na cidade, no país e no mundo. O evento conta com público em geral, jornalistas, gestores, pessoas vivendo com HIV/Aids, infectologistas e será apresentada a exposição “As notícias que fizeram a história da Aids”. Paralelo ao auditório, foi programada a distribuição de camisinhas pelos serviços municipais especializados em DST/Aids e outras ações de prevenção em diversas regiões da cidade. Na semana de 4 a 8 de dezembro, 15 serviços de assistência especializada incentivam as pessoas vivendo e convivendo com HIV/Aids a atualizarem suas vacinas.


Desde 1992, quando começou a aumentar o número de mulheres infectadas pelo HIV, a infecção do bebê pela mãe durante o parto ou aleitamento (transmissão vertical) vem merecendo atenção especial dos serviços de saúde do município. A transmissão vertical é uma via de transmissão que exige procedimentos eficientes, na hora certa, como testes para HIV no pré-natal, terapia antiretroviral para mãe e bebê, acompanhamento especializado na maternidade e depois da alta. A cidade de São Paulo ainda tem um grande desafio pela frente no controle da Transmissão Vertical do HIV e da sífilis congênita.

Visitas domiciliares Desde março de 2006 o Programa faz o monitoramento de todo pré-natal das gestantes com HIV e das crianças expostas acompanhadas pelos serviços especializados. Também criou o serviço de Visita Domiciliar à Puérpera (VDP), com HIV/Aids. Técnicos dos serviços especializados em DST/Aids farão visitas domiciliares à mãe e ao bebê, após a saída da maternidade, com o consentimento prévio dela. O objetivo é dar as orientações necessárias para o bem estar da mãe e do filho, assim como agendar o retorno ao ginecologista, ao infectologista e ao pediatra para seguir o acompanhamento.


Pacto une toda a rede municipal da Saúde Iniciativa de combate do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, integrado com outros setores da Secretaria Municipal da Saúde, foi formado um grupo para discutir ações estratégicas de controle da transmissão vertical. Este grupo foi oficializado pela Portaria 1203/06 - Comissão de Normatização e Avaliação das Ações de Controle da Transmissão Vertical da Sífilis e do HIV na cidade de São Paulo. Fruto desta iniciativa foi realizado este ano o 1º Encontro Municipal para o Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis e da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis. Participaram, a convite da Secretaria Municipal da Saúde, todos os gestores das coordenadorias regionais, das maternidades, os responsáveis pela vigilância de saúde regional e os serviços especializados em DST/Aids. Juntos, eles

implementaram o fluxo do controle da transmissão vertical e o protocolo da abordagem sindrômica das DST em toda a rede municipal. A partir daí, foram realizados outros encontros nas cinco regiões do município com o objetivo de pactuar as novas medidas e compromissos com as unidades de saúde e sensibilizar as maternidades municipais e particulares.

A força tarefa Estão envolvidos no controle da transmissão vertical: Coordenadoria da Vigilância em Saúde, Coordenação da Atenção Básica, Coordenação de Apoio ao Desenvolvimento da Gerência Hospitalar , Rede de Proteção da Mãe Paulistana, Áreas Técnicas de Saúde da Mulher, Saúde da Criança e do Adolescente, Assistência Laboratorial, Assistência Farmacêutica, Programa Estadual de DST/Aids e Programa Nacional de DST/Aids MS e PMDST/Aids

NÚMEROS: •Cerca de 500 profissionais participaram dos encontros regionais •98 gestantes com HIV estavam em acompanhamento na rede municipal especializada em DST/Aids, em setembro.


Cuidado = Para Todos Foi realizada oficina de sexualidade e prevenção das DST/Aids para os integrantes do Conselho Municipal de Pessoas Com Deficiência em parceria com o Instituto da Saúde do Estado de São Paulo. O foco desta ação foi o desenvolvimento de uma pesquisa sobre a prevalência do HIV entre pessoas com deficiência. Também foi editado material específico, incluindo um CD para deficientes visuais.

Idade Não Traz Imunidade

A caminho das ocas As ações de prevenção e assistência às DST/Aids junto à população indígena respeitam o conhecimento, a capacidade de escolha e de decisão desses povos. Em 2006 foram feitos o levantamento das dificuldades e o diagnóstico das condições da atenção à saúde em três aldeias do município. A primeira foi a do Jaraguá, zona norte, e envolveu o CTA Pirituba, a Fundação Nacional da Saúde (FUNASA), representantes da Área Técnica da Saúde da População Indígena e a equipe de Saúde da aldeia.

Produção e distribuição de folheto informativo sobre prevenção às DST/Aids direcionado a idosos.

Projeto de Redução de Danos Projeto Tudo de Bom Parcerias de Prazer, Saúde e Direito Produção e distribuição de folheto informativo sobre o programa que leva em conta que, entre usuários de drogas injetáveis, ao reduzir os danos previne-se também Aids, hepatite e outras doenças. Nos serviços de DST/Aids do município são distribuídos kits para o uso seguro de drogas e agentes de prevenção atuam nas áreas de convívio dos usuários.

Desenvolvido entre profissionais do sexo (mulheres, homens e travestis), busca ampliar a prevenção e a defesa dos direitos dos profissionais do sexo.


Projeto Forma

Plantão Jovem

Visa a redução dos níveis de vulnerabilidade ao HIV da população travesti, em relação ao uso seguro de silicone injetável e hormônios.

Adolescentes preparados para ações de prevenção atuam nas diversas regiões da cidade construindo uma rede com outros jovens, levando informações para que possam fazer escolhas seguras para suas vidas e a de seus parceiros.

Cidadania Arco-Íris

Santo de Casa É um projeto de prevenção às DST e ao HIV/AIDS entre homens que fazem sexo com homens (HSH). Agentes de prevenção atuam em festas, boates, cinemas e outros espaços da comunidade HSH de suas regiões.

Projeto voltado para o trabalhador da saúde que convive em situações que exigem cuidados especiais, como manuseio de materiais biológicos.

Projeto Elas por Elas Mulheres atuam em suas comunidades neste projeto “de mulher para mulher” para falar de DST/Aids. Elas fazem reuniões nas casas, em espaços comunitários, salões de beleza, rádios comunitárias, entre outros locais de convívio feminino.

Oficinas • Redução de Danos e Direitos Humanos realizadas em todos os serviços da rede visaram ajudar na prevenção às DST/HIV/Aids e na reflexão sobre direitos. • Prevenção às DST/Aids no Âmbito das Relações Afetivas e Sexuais Estáveis – realizadas nos CTA, contemplaram aspectos da diversidade sexual.


Em 2006, o grupo de trabalho "GT Meninos e Meninas em Situação de Rua" reordenou o fluxo de

atendimento e acolhimento de crianças e adolescentes em situação de rua nas unidades especializadas em DST/Aids da região central para ampliação da oferta de testagem e o aconselhamento a estes jovens.

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Destaque: Mulher!-II Seminário de Atenção à Saúde e Prevenção às DST/Aids entre Mulheres

No mês do Dia Internacional da Mulher, temas ligados à atenção à saúde e prevenção às DST/Aids entre elas foi aprofundado, incluindo debates sobre mulheres com deficiências e mulheres que amam mulheres.

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Seminário e Oficina para Expansão da Implantação do Quesito Raça/Cor na Rede MunicipalEspecializada em DST/Aids

Gestores, gerentes, técnicos e outros colaboradores discutiram a importância da coleta do quesito raça/cor na Rede Municipal Especializada. I Seminário Municipal de Vigilância das DST

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Representantes do governo e da sociedade civil, gestores, técnicos, pesquisadores, usuários e público em geral compartilharam conhecimentos e articularam atuação no enfrentamento das DST. Seminário de Prevenção às DST/Aids no Sistema Socioeducativo do Município de São Paulo

Capacitação das equipes de saúde da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem/SP) para cuidar dos adolescentes diagnosticados com DST/Aids ali atendidos.

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I Encontro Municipal de Controle da Transmissão Vertical do HIV e Sífilis e Abordagem Sindrômica das Doenças Sexualmente Transmissíveis e Encontros Regionais para implantação da Abordagem Sindrômica das Doenças Sexualmente Transmissíveis e Controle da Transmissão Vertical do HIV e Sífilis nas Unidades de Saúde

Profissionais da Saúde e gestores debateram sobre os desafios no controle das DST e da Transmissão Vertical do HIV e da sífilis. A Secretaria Municipal da Saúde implantou o protocolo da abordagem sindrômica para a rede básica.

Programa Municipal de DST/AIDS - Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo - Rua General Jardim, 36 3º andar - Vila Buarque - São Paulo SP - CEP: 01223-010 Telefone: 11 3218-4118 - e-mail: dstaids@prefeitura.sp.gov.br • Maria Aparecida Orsini de Carvalho Fernandes -Secretária Municipal da Saúde • Maria Cristina Abbate - Coordenadora do Programa Municipal DST/AIDS • Área de Comunicação DST/Aids • Projeto gráfico e produção - e.associados/Planform


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