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A CIDADE
PUBLIEDITORIAL - Semana Internacional TEA
Quarta-feira, 18 de março de 2015
Conhecer, entender Famílias de autistas são e transformar cercadas de desafios realidades São 70 milhões de autistas no mundo todo e no Brasil 2 milhões. Como ficar indiferente a isso? Pela falta de preparo, desinformações e preconceito o tema autismo sempre ficou muito distante da nossa realidade, mas ele está presente e em crescimento. Há 3 anos uma a cada 110 crianças era diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e hoje a proporção já está em uma a cada 68. O que fazer? E então nasceu o projeto TEAbraço, respaldado por profissionais de grandes centros de excelência dos EUA, um país que se destaca em pesquisas, inovações, tecnologia. Assim, o TEAbraço veio para trazer o que há de mais novo no mundo do autismo e suas variações, quebrar barreiras, preconceitos e abrir espaço para uma vida digna e produtiva para pessoas e famílias que convivem com essa realidade além da capacitação dos nossos profissionais. E , começando por este evento, já nos sentimos vencedores por toda a mobilização que está acontecendo em Ribeirão, região e até no Brasil. O abraço, além de significar muito para o autista, é onde encontramos amparo, respostas, •70 milhões de pessoas no mundo; •2 milhões de pessoas no Brasil; •1 em cada 68 crianças tem o diagnósticos de TEA nos Estados Unidos; •Transtorno atinge mais meninos que meninas (um em cada 42, contra uma em cada 189); •Autismo é mais comum em crianças que o câncer infantil, AIDS e diabetes;
aconchego e compreensão, onde muitas vezes depomos as nossas armas e nos sentimos seguros. Isso é o TEAbraço: evento com workshop, atividades Livres e gratuitas envolvendo crianças, pais e profissionais da área. Temos que estar prontos para a inclusão e para oferecer ao autista estrutura para estar na sociedade. Quando fechamos as portas com a falta de preparo e o preconceito, expomos essas pessoas ao pior sintoma do autismo, que é o isolamento e falta de convívio social.
Inclusão é amor ao próximo, é conviver bem com as diferenças.
“Nesse abraço cabe todo mundo!” Carol Felício - Diretora da Jujuba realizadora do TEAbraço •Diagnóstico pode ser feito a partir dos 2 anos de idade; •45% das crianças com TEA tem a capacidade intelectual normal (QI não-verbal acima de 70); •Mais diagnosticado em crianças brancas que em negras ou hispânicas; •As crianças negras e hispânicas identificadas com TEA têm maior probabilidade que as brancas de apresentar déficit intelectual.
Do diagnóstico à busca por tratamentos, dedicação da família é essencial no desenvolvimento
Karina Guedes Garuti é professora, mãe do Vítor de 3 anos, que teve o diagnóstico de autismo fechado quando tinha 3. Com o olhar atento de mãe ela notou logo nos primeiros seis meses de vida que o comportamento dele era diferente. Perto de um ano de idade, Vitor começou a ficar muito agitado e agressivo, mexia muito os braços e não falava. “O pediatra na época chegou a falar que nós estávamos dando muita atenção pra ele e por isso ele não se comunicava, pois não precisava”, conta Karina. Porém como ele não falava, a mãe procurou uma fonoaudióloga e foi através do relatório dela que se chegou ao autismo. “Os sintomas foram piorando e o Vitor não se interessava por quase nenhum brinquedo, não mantinha contato visual e a socialização era bem complicada”, relata.
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KARINA descobriu que o filho Vitor era autista quando ele tinha 3 anos
Hoje Vitor frequenta a AMA e também uma escola regular duas vezes por semana e com os tratamentos corretos, a sociabilidade e a agressividade melhoraram. Entender o autismo e aceitá-lo como uma condição para
toda a vida é um desafio e por isso a discussão aberta e a troca de experiências é de extrema importância. “É a sociedade quem precisa mudar, pois o que podemos fazer pelos nossos filhos já estamos fazendo”, desabafa Karina.
DIREITOS DOS AUTISTAS E DA FAMÍLIA - LEI BERENICE 1. Direito à ações e serviços de saúde no âmbito do SUS, incluindo diagnóstico precoce, atendimento multiprofissional, nutrição adequada e terapia nutricional, medicamentos e informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento;
casos de comprovada necessidade, o autista que cursa ensino regular terá direito a acompanhante especializado durante as atividades no ambiente escolar;
2. Acesso à educação e ao ensino profissionalizante, à moradia, ao mercado de trabalho e à previdência social;
4. O gestor escolar ou autoridade competente que recusar a matrícula de estudantes com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 3 a 20 salários-mínimos;
3. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar o direito da pessoa com TEA à educação, em um sistema educacional inclusivo, sendo que em
5. Qualquer interessado poderá denunciar a recusa da matrícula de estudantes com deficiência ao órgão administrativo competente, sem prejuízo a outras denúncias previstas na legislação.
Produção: Phábrica De Ideias e Assessoria em Comunicação | Rua Dr. Paulo Barra, 660 - Ribeirão Preto - Fone (16) 3620-4448 Reportagens: Phábrica de Ideias por Mirene Benincasa, Nathália Vieira, Augusto Vercezi, Fabíola Correia, Amanda Bermudes e Luciana Stabile | Coordenação: Mirene Benincasa Direção: Carol Felício e Joelma Fachini | Realização: Jornal A Cidade | Fotos: Acervo pessoal dos entrevistados e acervo JUJUBA Tecnologia Design: Claudio Malerbo Neto | Departamento comercial: (16) 3977-2172 comercial@jornalacidade.com.br
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Time de especialistas discute o autismo
Entre alguns dos nomes confirmados estão especialistas como Erin S. Brooker-Lozott, mestre em Fonoaudiologia, pesquisadora-líder do Projeto de Pesquisa em Interação Social na Georgia (EUA); Marlene Sotelo, diretora de Programas da Els for Autism Foundation na Flórida (EUA), Marlene é musicoterapeuta especialista em Educação Especial e análise do comportamento; Maria Arizmendi, Fundadora e diretora do grupo Progressive Behavioral Science, cen-
tro de terapia intensiva para autismo na Flórida (EUA); Celisabel Caldevilla, bacharel em psicologia, é mestre em Análise Comportamental Aplicada no Progressive Behavioral Science na Flórida (EUA); Dr. Alexandre Crippa, professor e pesquisador na USP Ribeirão Preto, é um dos cientistas brasileiros mais ativos na luta pela liberação do Canabidiol para uso terapêutico, Dr. Alysson Muotri, neurocientista atuante nos EUA, líder no projeto “Fada do Dente”.
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Ciclo de palestras gratuitas
DIRETOR do Miami Children’s Hospital, Dr. Carlos Gadia é uma das principais referências em autismo no mundo
Atendimento ao vivo poderá ser visto por plateia em sala anexa Palestras e consultas médicas em crianças e adolescentes entre 18 meses e 18 anos de idade, serão transmitidas ao público, ao vivo. Enquanto os especialistas analisam e orientam os acompanhantes em uma sala, os participantes do workshop podem assistir e tirar suas dúvidas – “Elegemos casos que possam ser interessantes para o maior número de pessoas, assim, o conhecimento e os tra-
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tamentos podem ser compartilhados” – observa Carol Felicio, realizadora do evento. O workshop começa na quinta-feira, dia 19 de março e vai até dia 22, domingo. Os interessados em participar ainda podem se inscrever através do site do evento pelo link: http://www.teabraco.com.br/increva-se-no-workshop/
De 17 a 20 de março, o TEAbraço promove na Livraria Cultura diversas palestras e debates abordando assuntos relacionados ao tema do autismo, sempre com o objetivo de estimular a reflexão e a difusão de informações. Entre os debates e bate papos estão: “Direitos do Autista”, “Canabidiol”, “Projeto Fada do Dente” e “Método Priorit”. Todas as palestras são gratuitas (ver programação completa nas páginas 04 e 05)
Augusto Cury fala sobre formação de personalidades No dia 21 de março, sábado, a partir das 19h, no Open Mall do Shopping Iguatemi Ribeirão Preto, o escritor Augusto Cury realizará um bate papo com pais, professores e profissionais de saúde. O tema abordado será “Construindo Pensamentos: Os papéis da memória e formação de personalidade”. A palestra é gratuita. AUTISMO atinge mais crianças brancas do sexo masculino
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Pesquisa busca a cura do autismo através de estudo com células nos dentes de leite Projeto A Fada do Dente compara as diferenças estruturais das células de uma criança autista com as células de uma criança sem o distúrbio FOTO: DIVULGAÇÃO
O estudo, realizado em laboratórios brasileiros, utiliza células-tronco, semelhantes às embrionárias, transformadas em neurônios para mapear o comportamento genético. Com isso é possível entender o comportamento dessas células e avançar no objetivo de encontrar a cura ou o melhor tratamento possível para o TEA. A Fada do Dente é um projeto desenvolvido por Patrícia Beltrão Braga - professora da Universidade de São Paulo e pós-doutora em Neurociência pela Universidade da Califórnia - em parceria com Alysson Muotri - professor na Universidade da Califórnia e pós-doutor também em Neurociência pelo Instituto Salk de Pesquisas Biológicas - que consiste em arrecadar dentes de leite de crianças brasileiras com TEA para estudos com as células extraídas da polpa. O evento é gratuito e acontece na Livraria Cultura, às 17h, no dia 19 de março, quinta-feira.
MATERIAL DA POLPA do dente é utilizado para testar medicamentos
Pílulas de boas ideias para pais, familiares e professores Conheça algumas práticas para estimular a interação e o convívio social de pessoas com TEA. USO DE TECNOLOGIA: os smartphones e tablets têm a tela sensível ao toque, é de fácil uso e ainda estimula a concentração, chamando a atenção para assuntos pedagógicos através de cores e animações. Mas limite o tempo de uso para não incentivar o isolamento da criança. NO MEIO DA MULTIDÃO: o medo de encarar um bloco de carnaval ou uma grande festa pode ser minimizado ao compartilhar antes com a criança tudo que pode acontecer, como barulho alto, aglomerados, pessoas com roupa diferente, luz forte. Assim, ela fica consciente e consegue se preparar para cur-
tir a festa mais tranquila. NA SALA DE AULA: após identificar a atividade que o aluno mais gosta (pintar, recortar, colar), o professor pode inserir a técnica para explicações mais complexas, pois a criança assimila melhor com o visual, estabelecendo um vínculo com o objetivo proposto através dos objetos apresentados. EXPLICANDO TAREFAS COMPLEXAS: fracione a atividade em etapas, fazendo pequenos intervalos cronometrados entre cada uma, e limitando o tempo para execução. Isso ajuda a criança que tem dificuldade de reter atenção.
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O uso do canabidiol
mitos e verdades Substância auxilia no controle da hiperatividade e dos ataques de agressividade, entre outros sintomas
Durante o TEAbraço, o pós-doutor José Alexandre Crippa – formado pelo Instituto de Psiquiatria de Londres (London University, Kings College) na área de Neuroimagem – abordará o uso do medicamento a base de Cannabis Sativa (nome científico da maconha) e quais são os benefícios alcançados nesse tipo de tratamento para o Transtorno Espectro Autista. A palestra é gratuita na Livraria Cultura e acontece, no dia 19 de março, quinta-feira, às 19h.
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Espaço Inovação e Criatividade - arte e emoção no TEAbraço Além das principais inovações tecnológicas e softwares para soluções rápidas, o espaço trará diversas oficinas lúdicas para crianças com TEA e ambientes propícios para que os pais e profissionais possam conhecer e interagir com as soluções digitais desenvolvidas especialmente para autistas, além de programação cultural, música, arte e teatro. TEATRO PARA CRIANÇAS 19/03 - às 16h - Peça: Seu Onofre e as Histórias do Fundo do Baú” - Cia Santarosa de Teatro
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Exposição Artística Mais de 40 trabalhos e pinturas feitas por crianças e adultos diagnosticados com TEA e atendidos pela Associação de Amigos do Autista - AMA, serão expostas no Boulevard do Shopping Iguatemi. Trabalhos desenvolvidos junto às Terapeutas Ocupacionais da associação dão um panorama da diversidade e da personalidade criativa dos artistas. Sob a curadoria de Heloísa Junqueira, a mostra artística trará pinturas em guache e areia. FOTO: DIVULGAÇÃO
OFICINA 20/03 – às 16h – Tema: Oficina de expressão corporal – Cia De Dança Natássia Felício Vianna CINEMA AO AR LIVRE – a partir das 19h45 no Open Mall. UMA ESPECIALISTA DISCUTE FILMES QUE ABORDAM O AUTISMO.
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Lorenzo, uma das estrelas da programação
18/03 – 19h45 às 22h30 – Filme: Mary e Max 19/03 – 19h45 às 22h30 – The Black Balloon (Sei Que Vou Te Amar) FOTO: ARQUIVO PESSOAL
O projeto Sound Open Air - do Shopping Iguatemi Ribeirão Preto - será especial nesta sexta-feira, dia 20. Lorenzo, de apenas 10 anos, diagnosticado com TEA, fará uma apresentação musical mostrando seu talento com violão e flauta doce a partir das 19h no Open Mall do centro de compras. A música passou a fazer parte da sua vida por orientação dos profissionais da AMA, instituição que ele fez parte dos 4 aos 8 anos, quando através da música, tornou-se uma criança mais tranquila. Marisa Costa de Oliveira, sua mãe, conta que Lorenzo se identificou muito com o primeiro professor de música, que era bastante jovem. Com a música o garoto perdeu a timidez, o medo do público e passou a integrar as apresentações artísticas da escola. “Foi uma grande evolução para o Lorenzo”, diz Marisa. No show no Iguatemi Ribeirão Preto durante o TEAbraço, Lorenzo apresentará quatro músicas – duas no violão e duas na flauta. MÚSICA diminuiu a timidez de Lorenzo e facilitou sua integração
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