Revista SussuWorld N. 17 - Setembro 2020

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ÍNDICE

EDITORIAL

Mais um mês, mais uma Revista. Muita gente me pergunta o motivo de eu continuar fazendo essa Revista, pois “o povo hoje em dia não lê muito, poucas pessoas vão acompanhar” e tal. A resposta é bem simples: É a realização de um sonho de um cara que passou praticamente a vida toda cercado por Revistas de Games (Ação Games, SuperGamePower, Gamers e tantas outras). E enquanto eu tiver prazer em continuar escrevendo sobre o que eu amo, ela vai continuar existindo.

E a Edição desse mês é especial comemorando o lançamento do Master System no Brasil. Decidi fazer essa Edição para homenagear o console mais Brasileiro da Sega e o console mais especial para mim. O fato dele ter sido lançado por aqui no dia do meu aniversário só faz ele ainda mais especial. Agradeço a Sega e a Tectoy por todas as lembranças . Espero que essa Edição faça jus a História do console. Agradeço Fabio Carvalho, Elinewton, Lucas, Ygor Freire, Fabio Santana, Renato Almeida, Marcelo Tavares e ao @asegavoltou por mais essa edição

ALEX KIDD E A BUSCA PELO ARCADE PERFEITO

Se tem um jogo que divide opiniões esse é Alex Kidd in High Tech World. Talvez isso se deva ao fato de que esse não é realmente um jogo de Alex Kidd.

Muitas pessoas não sabem, mas o jogo foi lançado no Japão em 1987 com o nome de Anmitsu Hime, que era um personagem de mangá e de animes japoneses. Então, para se lançar o jogo no Ocidente a Sega modificou os sprites, a história e o personagem do jogo, colocando o nosso amado Alex Kidd no lugar do protagonista.

Vamos a história do jogo: Alex Kidd, o príncipe de Radactian, recebeu a notícia de que um novo fliperama foi aberto em um local bem longe. Para chegar lá ele precisa de um mapa, que foi rasgado em 8 pedaços que estão espalhados pelo seu castelo. O jogo começa de manhã, com o relógio marcando 9 horas da manhã e Alex Kidd tem até 5 horas da tarde para chegar no fliperama antes que ele feche.

Uma história bem rasa para um jogo do mascote da Sega, mas que dava para entreter por algum tempo.

As duas versões do jogo, lado a lado, para vocês conferirem

Mas afinal, qual é o estilo do jogo? Essa pergunta é meio complicada de se responder, para ser muito sincero com vocês.

Ele seria uma mistura RPG e ação. Nós temos fases com estilo de RPG e outras com um estilo de ação. O pior é que o jogo é no máximo, e isso sendo bem bonzinho, jogável para muitas pessoas. Outras nem passam perto dele. Eu, pelo visto, sou meio estranho, até gosto dele. As vezes me pego jogando só para matar a saudade e relembrar mais um dos jogos de Alex Kidd.

Por Luciano Coelho
POR LUCIANO COELHO

Para encontrar o mapa nós temos que vasculhar os vários andares e salas do castelo, conversando com as pessoas, pegando dicas e assim descobrir onde podem estar todos os pedaços. O problema é: o castelo está cheio de armadilhas. Em uma sala, temos uma armadura. Se nós dermos uma de curioso e colocá-la, ficaremos presos e ai, game over. Um computador nos dá um choque e aí, game over. Encostou em um pedaço queimado do mapa? É mais um game over. E sabe o que é pior? Você vai ter que começar tudo de novo. Do início.

E vale lembrar que o tempo está sempre contra você. Sempre que você entra em um quarto, você perde exatamente 5 minutos. Isso é um problema pois se você ficar vasculhando demais, a hora vai passando para o game over por falta de tempo. O jogo nos traz muitas pegadinhas que podem nos tomar muito tempo, como por exemplo, o teste da Professora, a identificação das empregadas, a parte queimada do mapa... São coisas que tomavam muito tempo,muita tentativa e erro até acertamos a resposta. Mas vou dar uma colher de chá a vocês:

Respostas do teste

1. TOKYO

VICEL

450 4. A HENAS

5050

206

50

LIRA

MOZART

5

No geral, Alex Kidd in High Tech World é um jogo legal e que pode entreter por um tempinho.

Ele não é o melhor jogo do nosso amigo orelhudo, mas dá para divertir, nem que seja um pouquinho.

6. kate

ALEX KIDD IN HIGH TECH WORLD

Console: Master System

Desenvolvedora: Sega

Lançamento: 1989

1. Linda 2. Betty 3. Janet 4. Cindy 5. Susy

UM DOS MELHORES CLÁSSICOS DO SAUDOSO MASTER SYSTEM

Em 1991, os jogadores do Master System foram surpreendidos pela chegada de uma menina baixinha, gorducha e dentu... Ops, desculpa Mônica! (Credo, passou um coelho voando aqui...).

Convencer Maurício de Souza a embarcar nessa aventura com a Tectoy não foi muito difícil, pois eles já tinham feito uma parceria que tinha dado muito certo antes: a venda da Estrelinha Mágica pela própria Tectoy, que foi um sucesso estrondoso na época.

Lembrando que esse jogo foi uma adaptação do jogo Wonder Boy in Monster Land, substituíndo alguns personagens e textos, pela Mônica e outros personagens, autorizado pela Sega. Mauricio de Souza teve receio pelo fato de o personagem usar uma espada, mas quando ela foi substituída pelo Sansão, tudo ficou tranquilo.

“Mestre da sujeira! Rei do lodo! Príncipe dos bueiros! Estamos falando dele, o Capitão Feio, o mais terrível vilão da história dos quadrinhos! Num ataque de surpresa, ajudado por um poderoso exército de monstros, que conquistou o mundo!

Somente uma pessoa pode devolver a liberdade para todos: Mônica! Ela é uma garotinha meiga, delicada...mas geniosa...e possui uma força incrível! Contando com a ajuda de corajosos amigos, Mônica desa a o exército do Capitão Feio!

Tem um probleminha: se fracassar irá se transformar em um Monstro de Sujeira, e o mundo cará poluído para sempre! Não podemos deixar que isso aconteça! Pegue o Joystick e ajude a nossa amiguinha a enfrentar esses monstros!

O jogo foi um grande sucesso no Master System e ele se tornou um ícone do console. É muito difícil de achar alguém que não conheça o jogo ou que não tenha jogado. Ele se tornou um jogo obrigatório para quem teve um Master System.

E Mônica no Castelo do Dragão foi só o primeiro jogo da turminha de Maurício de Souza. Depois dele tivemos também Turma da Mônica O Resgate, também para o Master System e Turma da Mônica na Terra dos Monstros, no Mega Drive.

POR LUCIANO COELHO

E a história é a seguinte: O Capitão Feio, que interessantemente, não aparece no jogo, deseja conquistar o mundo para deixá-lo sujo e poluído, e ele reuniu um exército de monstros, e seu braço direito é o Dragão Cospe Fogo. Agora, Mônica e seu Coelhinho Sansão devem derrotar o Capitão Feio, seus aliados para salvar o mundo.

O jogo é um RPG de ação em 2D, onde temos que interagir com vários NPCs, além de termos que ir fortalecendo a Mônica com melhorias de armadura, escudo, botas e outras armas. São 12 fases, recheadas com monstros, itens, desafios e chefes. O jogo era bem difícil, muitos penaram para terminar, e alguns nem terminaram, mas gostam do jogo assim mesmo. E tem como não gostar ?

O REMAKE FEITO POR FÃS

Uma equipe de desenvolvedores brasileiros aproveitou o remake de Wonder Boy: The Dragon’s Trap para fazer uma versão que mistura Mônica no Castelo do Dragão e O Resgate. O jogo ficou tão bom e perfeito que os desenvolvedores do jogo original divulgaram o MOD e elogiaram o trabalho da equipe. Recomendo a todos.

Console: Master System

Desenvolvedora: Sega

Lançamento: 1991

MÔNICA NO CASTELO DO DRAGÃO

OLD SCHOOL SEGA

Muita gente me pergunta porque o Master System é o console que eu considero como o meu favorito. E me falam, “Ah, mas o Mega Drive, SNES, PS1, o PS2 tem bibliotecas nem mais complexas, com gráficos melhores... Mas nada disso importa para mim. O Master System é o meu preferido e isso nunca vai mudar.

O Master System foi o console que ”confirmou” a minha paixão pelos games, depois de uma temporada maravilhosa no Atari (Gemini no meu caso). Eu vim de um console onde me divertia com jogos em que todos os personagens ou eram palitinhos, ou quadrados, até a bola era quadrada (O Quico ia adorar).

Então eis que de repente, o mundo que já adorava, se revelou bem mais colorido, bem mais detalhado, bem mais divertido. E um rapazinho um pouco orelhudo foi o primeiro a me dar boas vindas a esse novo mundo e me dizer: Bem vindo. Eu sou Alex Kidd.

O Masyer System foi mais do que só uma porta para um mundo novo de jogos. Na época, nós estávamos vivendo videogames de uma nova maneira, além da total mudança de estilo. Pela primeira vez, nós tínhamos um acesso a informação, a notícias e a muitas novidades e do que nós poderíamos esperar de novo.

Mas esse não foi o motivo de eu ter me apaixonado pelo Master System, e sim o fato dele ter sido o console que me seguiu durante toda a minha adolescência, e quando meus amigos evoluíam de console, eu continuava nele, sempre me divertindo com os seus jogos.

Era a época das Revistas de Games. E pela primeira vez, nós tínhamos informações do que viria por aí. Também tínhamos o bom trabalho da Tectoy, com vários jogos chegando todo mês, com o Master Dicas na televisão e com as locadoras bombando, com a certeza de que teríamos um novo lançamento toda semana.

É como eu digo: eu ainda me divirto com ele e os seus jogos com a mesma alegria daquela época. Com jogos feitos para divertir, que me marcaram e me ensinaram um simples lição que carrego até hoje: Diversão acima de tudo. Gráficos irão evoluir, consoles ficarão bem poderosos, mas as vezes, a simplicidade é a melhor coisa.

por LUCIANO

O CONSOLE MAIS BRASILEIRO DA SEGA

Acho que já deu para perceber que o Master System é o console da minha vida e o que eu tenho mais carinho. E agora em Setembro, o console comemora seu lançamento no Brasil.

O lançamento do Master System no Brasil tem uma história muito legal e bem interessante. E foi graças ao incrível trabalho da Tectoy durante o lançamento do console por aqui, o Master System se tornou o console mais brasileiro da Sega. Esse artigo é uma homenagem ao lançamento do console que tomou de assalto o coração dos jogadores brasileiros.

Eu vou me focar no lançamento em solo brasileiro do Master System, que foi no dia 04 de Setembro de 1989. E para vocês entenderem o tamanho da minha ligação afetiva com o console , esse também é o dia do meu aniversário.

O INÍCIO

Pois vamos lá: Em 1986, A Sega lançou o Master System no Japão, com o nome de Sega Mark III em 20 de Outubro de 1985. E ele é uma evolução do Sega SG 1000 e do SG 1000 II, com uma memória RAM de 8KB (em comparação aos 2KB dos anteriores) e uma memória de vídeo de 16KB (em comparação aos 2KB dos anteriores).

Com a Indústria japonesa de games estava dominada pela Nintendo, a Sega decidiu começar a investir em outros mercados. E aqui no Brasil, a escolhida para trazer o console ao País foi a Tectoy. Mas não sem antes ter alguns percalços e uma pedra no caminho chamada Tonka.

A Tonka foi a responsável pela distribuição do Master System em território americano e ela conseguiu fazer um trabalho tão ruim, que quase atrapalhou a Tectoy aqui no Brasil. A Tonka conseguiu fazer confusão até com o nome do console, Ele recebeu vários nomes como Video Game System, Base System, Master System e o incrível SegaScope 3D System.

E enquanto a Tonka fazia das suas nos EUA, a Tectoy emplacava por aqui o seu primeiro sucesso de vendas: A pistola Zillion. E ela foi tão bem sucedida que as vendas no Brasil superaram as vendas no próprio Japão.

Segundo Stefano Arnold, que foi cofundador da Tectoy, o sucesso no lançamento da pistola Zillion por aqui foi o que credenciou a empresa a ser a escolhida pela Sega. Mas como eu disse, o fracasso da Tonka nos EUA jogava contra a Tectoy, já que a Tonka também era fabricante de brinquedos, e por isso a Sega estava insegura, e eles não queriam cometer o mesmo erro novamente.

Além disso a Sega tinha uma outra concorrente por aqui: a Gradiente. A Gradiente já era uma empresa bem consolidada no ramo de áudio e no mercado de videogames, graças ao Atari 2600, via Polyvox.

Mas foi uma frase do Sr Leo Kryss, da Evadin, que fez a balança pesar a favor da Tectoy. A Evadin lançou os produtos da Marca Mitsubishi no Brasil. E em uma conversa com os representantes da Sega, ele expôs a situação de uma maneira brilhante na minha opnião.

“Se vocês querem alguém para distribuir o seu produto, peguem alguém especificamente para esse fim. Não peguem uma empresa grande, elas só se preocupam em fechar o mês. Para as grandes empresas, a Sega seria só um segundo negócio. A Tectoy está se estruturando só para vender o seu produto”. E foi assim que a Tectoy ganhou a representação da Sega para lançar o Master System no Brasil.

Mas a Tectoy entrou nesse mercado com uma desvantagem: Com um Produto melhor, um custo mais alto e um produto de uma marca que era desconhecida.

Segundo Stefano Arnold, lançar o Master System no Brasil foi um grande desafio, pois além de a marca ser desconhecida, eles ainda tinham lidar com a Gradiente e seus clones do NES, como o Phantom System, pois eles eram cópias não autorizadas do console da Nintendo e por isso não pagavam royalties e tinham um custo mais baixo. Tudo isso, graças a Lei de Reserva de Mercado.

A Lei de Reserva de Mercado foi instituída no Brasil no dia 29 de outubro de 1984 (durante o governo militar de João Figueiredo) e tinha como objetivo fomentar a indústria tecnológica nacional através da reserva do mercado interno às empresas de capital nacional. Só que, pra variar no Brasil, não foi bem isso que aconteceu. No papel, parecia perfeito, mas na prática...

Livres da concorrência externa, os fabricantes nacionais se acomodaram e se limitaram a basicamente lançar clones de produtos. Então ao invés de aproveitarem para buscar um desenvolvimento tecnológico pioneiro, as empresas do Brasil se tornaram especialistas em engenharia reversa.

A Tectoy fez o lançamento do Master System na 6 ABRIN, em Abril de 1989, e o console foi lançado no dia 4 de Setembro, por 1500 cruzados novos. E o lançamento foi um sucesso de vendas. E o faturamento da Tectoy foi de 66 milhões de dólares em 1989 ,e metade disso foi graças ao console da Sega. Esse êxito também foi atribuído aos investimentos publicitários da Tectoy, Pois só a campanha de lançamento do console custou 2 milhões de dólares.

Além disso a Tectoy montou uma estratégia que se baseava em 6 pontos importantes.

- HOTLINE

A Hotline foi um serviço que era especializado em passar várias dicas por telefone. Esse serviço chegou a receber mais de 50 mil chamadas por mês.

- MASTER DICAS

Master Dicas foi um programa que era apresentado por Rodrigo Faro que passava na Globo e que passava várias dicas de jogos do Master System. Foi um sucesso. Eu mesmo gravei em VHS muitos episódios do programa.

- MASTER CLUB

- ÓCULOS 3D

O Óculos 3D do Master System era um diferencial do console e por isso foi dado um foco maior a ele, inclusive com um comercial de TV, filmado em Los Angeles.

- JOGOS

O Master System tinha uma alta variedade de jogos para todos os estilos: Esporte, luta, RPG, Acão, 3D, da Pistola, Corrida... A Tectoy foi muito competente; podíamos contar com muitos lançamentos mensais e um tempo depois, a Tectoy começou a lançar os seus próprios jogos para o console.

- CAMPEONATOS

O faturamento da Tectoy poderia ter sido bem maior se ela tivesse conseguido produzir as 100 mil unidades que foram planejadas. Mas a falta de componentes e o atraso no lançamento fez com que só tenham sido produzidos 85 mil unidades no lançamento.

Nem o lançamento do Mega Drive no final de 1990 conseguiu abalar o prestígio do Master System no Brasil. Quando o Mega Drive foi lançado, a Tectoy já comandava 65% do mercado no Brasil, e com uma base instalada de 250 mil consoles. Em Abril de 1991 chega as lojas o Master System II, com o mesmo design do anterior, mas com a diferença de que agora ele vem só com um controle, a pistola Light Phaser e com Alex Kidd in the Miracle World na memória. ,

A Tectoy investiu na promocão de vários Campeonatos, inclusive com a participação de várias das Revistas famosas da época: da Ação Games, a Supergame... Um dos campeonatos que sempre é mencionado é o do Dias do Pais, com Gangster Town, do Master System.

O Master System vinha com um cartão resposta comercial que ao enviarmos pelo correio, virávamos sócios do Master Club com direito a carteirinha oficial. Ao se tornar sócio, nós recebíamos boletins informativos, dicas e descontos. Depois do lançamento do Mega Drive, o nome foi mudado para Sega Club, para se incluir os dois consoles no programa. ,

E com o sucesso do console, a Tectoy começou a investir mais no console. Em 1991, a Tectoy lançou no Brasil, totalmente em Português, um jogo que elevou ainda mais a moral da Tectoy com os fãs. O RPG que guardo até hoje (funcionando) e que marcou o console no Brasil; eu falo de PHANTASY STAR.

A tradução de Phantasy Star foi muito importante também para aumentar o número de pessoas que queriam jogar esse tipo de jogo, mas não tinham fluência em inglês. A tradução ficou bem fiel ao original, com algumas adições bem bacanas, como a moradora da cidade de Sopia, que adora os jogos da Tectoy...

Essa iniciativa bem sucedida fez a Tectoy investir em mais coisas além de só traduções de jogos. Eles começaram a trabalhar em desenvolvimentos de vários jogos e, graças a isso, recebemos um dos melhores jogos do console para o público brasileiro; Falo de Mônica no Castelo do Dragão.

O jogo foi um sucesso e até hoje é considerado um dos jogos mais icônicos do console. E depois de mais esse sucesso consolidado, a Tectoy continou a investir e criar novos jogos. No final de 1991, a Tectoy dominava 70% do mercado brasileiro, com o Master System,o Mega Drive e o Game Gear.

Em 1992, o Master System teve a sua morte decretada nos EUA. Mas aqui na Brasil, ele continuava de vento em popa. Tanto que em Agosto de 1992, a Tectoy lançou o Master System III no Brasil. Ele tem o design do Master System II americano e fonte interna. Essa aliás foi uma iniciativa da Tectoy, apesar da Sega não ter gostado.

Foi por orgulho, coisa que nós já sabemos ser um problema que a Sega tem. Eles diziam que o jeito deles era o certo e que a fonte interna poderia causar problemas. Mas a Tectoy bancou e o console nunca teve um problema por esse motivo. A Tectoy colocou também dissipadores de calor para evitar o superaquecimento devido a fonte interna. Mas a Tectoy não parou por aí com as novidades. 1 ano depois, em Agosto de 1993, a Tectoy lançou o primeiro console da Sega fora do Japão; o Master System Super Compact.

A Tectoy continuou segurando as pontas por aqui com conversões de jogos do Game Gear, com um grande número de lançamentos e várias supresas, por exemplo com Battlemaniacs, o Battletoads do SNES, e portado para o Master System. E entre todos os anos de apoio e novidades tivemos vários conversões, como por exemplo, Chapolin x Drácula, Sapo Xulé, Geraldinho, TV Colosso, e a maior surpresa de todas: Street Fighter II A supresa foi tão grande que nem o pessoal da Capcom acreditou quando viu o jogo rodando em um console de 8 bits.

A Tec Toy revelou os jogos mais vendidos do Master System. Eis a lista:

1- Castle of Illusion

2- Jogos de Verão

3- Double Dragon

4- Super Futebol

5- Mortal Kombat II

6- Rambo III

7- After Burner

8- Indiana Jones

9- Sonic the Hedgehog 2

10- Black Belt

É uma adaptação de Monsterboy in the Monster Land, substituindo o personagem principal do jogo pela Mônica, a espada pelo Sansão e vários personagens da turma.

O Master System continua bem vivo no Brasil até hoje,muitos anos depois do seu lançamento. E ele continua sendo vendido por aqui e com muitos fãs, assim como eu, esperando e sonhando com um relançamento do console que seja nos mesmos moldes do Mega Drive de 2017. Que os sonhos dos fãs do console se realizem e que tenhamos mais essa surpresa da Tectoy. E viva o Master System.

MINHA HISTÓRIA COM O MASTER SYSTEM II

Em um dia do ano de 1991 eu e minha irmã curtíamos o nosso Atari e infelizmente ele deu um defeito e parou de funcionar. Comentando com um colega nosso ele nos disse que seu irmão mais velho era técnico e que ele poderia resolver esse problema para gente.

Resolvemos então levar para ele consertar. Deixamos o console na casa dele e passado algum tempo ele não devolvia. Nós o questionamos, mas ele ignorava. Fomos diversas vezes na porta da casa dele e ele simplesmente não nos atendia. O cara roubou nosso aparelho. LADRÃO!

Depois disso, eu e a minha irmã resolvemos falar com nosso pai e ele ouviu atentamente nosso relato sobre o que aconteceu.

Depois de um breve momento de silêncio, ele se limitou a dizer bem calmamente que nós não deveríamos ter feito isso sem avisá-lo, pois nós não devemos confiar em qualquer um, e assim ele nos proibiu de ir a casa dele e cobrar a devolução do nosso aparelho, que provavelmente ele nunca mais nos devolveria.

Infelizmente, isso se confirmou. Nós nunca mais vimos à cor de nosso Atari. E o meu pai nunca foi de bater boca com ninguém! Eu aprendi uma lição naquele dia.

E após algum tempo, em uma manhã especial daquele mesmo ano, meu pai falou para eu e a minha irmã nos arrumarmos, pois íamos sair de manhã bem cedo. Nós nos arrumamos e saímos com ele. Sem saber aonde nós iríamos chegamos a uma loja de nossa cidade, em Campos/RJ, chamada Icaraí Móveis sem nem saber o que faríamos lá.

Meu pai apontou para uma pilha de caixas e disse: “Podem pegar uma dessas!” Eu enlouqueci! Era uma montanha de caixas quadriculadas do Master System II. Eu lembro até hoje do ver Alex Kidd estampado na caixa , que informava que o console vinha com uma pistola Light Phaser, mais um controle e Gangster Town.

No caminho de casa eu estava com o coração batendo forte de emoção e ansiedade. E eu mal podia me conter lendo aquelas informações todas atrás da caixa do console dos diversos jogos que eu poderia alugar na locadora pra jogar em casa.

Ao chegar em casa, fui correndo para a TV para testar o console. Meu pai assistia atentamente a minha empolgação, sorrindo junto comigo. Ele me assistiu instalar o aparelho e viu eu começar a jogar. Ele foi trabalhar e eu fiquei ali, jogando e curtindo o maravilhoso Alex Kidd in the Miracle World.

Incrivelmente o jogo começava com o Alex tendo que descer uma montanha, o que era incomum na época com os jogos tão somente com rolagem lateral da tela. Com a manhã se esvaindo pelas horas que passavam rapidamente sem eu perceber minha mãe disse para eu me arrumar para a escola. ,

Eu então pedi que não fosse à escola, porque naquele dia era o meu aniversário e eu queria ficar em casa brincando com meu presente. Eis que depois de muita insistência ela acabou deixando que naquele dia eu faltasse aula. Ela me viu tão feliz e não resistiu! Foi uma tarde inesquecível que nunca me fez falta pois eu sempre tinha notas excelentes na escola. Eu alugava muitos jogos em locadoras, pois os games eram caros demais. Eu ia em algumas, mas a que eu mais frequentava era uma locadora chamada Video Game Center que tinha 3 andares!

O primeiro andar era exclusivo para Músicas. Era a época em que os CDs estavam começando e tinha um fone de ouvido grandão pra quem quisesse escutar antes de alugar. Já o segundo piso era exclusivo para locação de filmes em VHS.

E no mais alto piso e último andar era exclusivo de jogos de vídeo game. Eu adorava ficar olhando as caixinhas dos jogos e chegava cedinho no sábado para alugar os melhores. Conhecia a menina que atendia e pedia que ela guardasse aquelas fichinhas para gente. Eu diversas vezes escondia as fichas em outras caixas de jogos menos conhecidos pra galera achar que estavam alugados.

Era sagrado dia de sábado de manhã cedinho esperar na porta da locadora antes de abrir para escolher os melhores jogos. E a frustração era imensa quando a gente tinha um jogo em mente e chegava lá e percebia que alguém tinha alugado no dia anterior pra ficar todo o fim de semana e só entregar na segunda-feira.

E enquanto eu tinha o Master System, meus primos tinham o Phantom System e nós pudemos curtir o melhor dos dois mundos. Eu vivia na casa deles e jogava Battletoads, Ghostbusters, Contra, Predator, e depois eles iam na minha casa jogar Alex Kidd in the Miracle World, Moonwalker, Jogos de Verão, Shinobi entre outros jogos fantásticos que podíamos alugar.

Eu rodava o meu bairro inteiro procurando colegas que tivessem fitas pra trocar emprestado. Eu conheci um colega que tinha o Black Belt. Outro que tinha Double Dragon, que podia se jogar com dois jogadores ao mesmo tempo. Outro que tinha o Castle of Illusion, que eu achava muito massa.

Mas um dia em específico eu fui convidado para conhecer um novo jogo de Master System na casa dos vizinhos de Luciano. Acho que estávamos eu e meu primo Dario neste dia. Tenho uma lembrança muito forte em minha mente de ver uma paisagem onde se podia ver um vasto pasto verdejante e ao fundo tinha várias montanhas ao longe e um inimigo em forma de um pássaro.

Após isso eu me lembro que eles entraram uma caverna onde nós começamos a andar em um grande labirinto tridimensional e tinha uns inimigos em forma de geleia verde. Fiquei impressionado com aquilo e ainda mais porque estava tudo em português! O jogo se chamava Phantasy Star! Fiquei apaixonado instantaneamente pelo jogo. Para mim é o melhor jogo do console

Essa época do Master System foi realmente muito legal, porque era uma empolgação só quando eu recebia o jornalzinho do Sega Club.Eu tinha até a carteirinha de sócio do clube. E foi um período inesquecível e que guardarei pra sempre na lembrança as muitas aventuras que pude ter com este console tão nostálgico para mim.

Hoje em dia eu ainda tenho alguns jogos e também o cartucho Master Everdrive, onde posso jogar direto no console todos os jogos que foram lançados pa o console.

Vida Longa ao Master System !!

A MELHOR APOSTA DA TECTOY NO MASTER SYSTEM

Como fazer uma Revista Especial e comemorar 31 anos de lançamento do Master System no Brasil e não falar de Phantasy Star ?

Esse jogo que rompeu barreiras no país, devido ao trabalho da Tectoy de traduzir todo o jogo para PT BR. Um estilo de jogo que era um nicho de poucos, devido ao fato de termos que saber muito inglês para poder entender a história, o que fazer, e aonde ir.

Graças a essa aposta de Tectoy, e a um trabalho de tradução realmente primoroso, Phantasy Star se tornou o favorito e o jogo da vida de muita gente por aqui, inclusive eu.

Produzido pela Sega, Phantasy Star foi lançado em 20 de dezembro de 1987, e foi montada uma “equipe dos sonhos” para essa empreitada. O primeiro a ser recrutado foi Yuji Naka, que mais tarde seria o grande responsável por criar o maior ícone da Sega: Sonic. Também tivemos a Rieko Kodama, que já tinha uma ótima fama por ter trabalhado em Alex Kidd e pelo seu sucesso nos jogos de Arcade.

O outro membro dessa equipe foi Tokuhiko Uwabo. Ele, que já tinha convertido trilhas do Arcade para o Master System, além de ter feito a trilha sonora de Alex Kidd in Miracle World. Então, ele foi o encarregado da trilha de Phantasy Star. E o último membro dessa equipe foi Kotaro Hayashida, o criador de Alex Kidd.

Essa foi a equipe responsável por trazer a vida um dos melhores e mais ambiciosos jogos da Sega para o Master System.

E agora vamos ao que interessa: A chegada e a tradução do jogo para o Português Brasileiro, graças a aposta e ao excelente trabalho feito pela Tectoy.

PHANTASY STAR

Console: Master System

Desenvolvedora: Sega

Lançamento: 1991 (BR)

No começo da década de 90, os RPGs já dominavam a preferência dos jogadores japoneses. Por aqui, os RPGs de mesa começavam a fazer sucesso. Os RPGs de console praticamente não existiam por aqui, pelo fato de que eram totalmente em Inglês e em japonês. Sem contar o fato de que alguns desses RPGs nem sequer chegavam ao Ocidente.

Mas a Tectoy, vendo que os RPGs já eram muito populares nos outros mercados, principalmente o japonês. resolveu dar uma ajudinha para isso acontecer por aqui também. E assim eles resolveram apostar e investir no primeiro RPG em português.

A aposta foi alta se nós levarmos em conta que a febre dos RPGs nos consoles só aconteceria alguns anos depois, principalmente com Final Fantasy, Chrono Trigger e Secret of Mana. A Tectoy enxergou longe e aí decidiu apostar na tradução do jogo.

Lembrando que naquela época não era nada barato nem tão simples uma tradução desse tamanho, pois não existia mão de obra capacitada nem uma indústria aparelhada para isso. Mas a aposta de Tectoy se mostrou um sucesso estrondoso.

Segundo Stefano Arnold, “Foi preciso uma dose de criatividade da equipe, que era composta pela empresa de tradução contratada, além da equipe de marketing e de engenharia”.

Phantasy Star chegou ao console com uma grande abordagem na mídia. Jornais, Revistas, TV...

“Foi um sucesso estrondoso. Em poucos meses, Phantasy Star vendeu mais de 10 mil cópias, o que a época, era um número bem expressivo, para qualquer jogo”. A aposta foi recompensada.

Falando como alguém que na época foi testemunha desse esforço e que se apaixonou por esse jogo, e que ainda joga até hoje, eu só posso agradecer a Tectoy por ter tido a coragem de se arriscar e ter nos apresentado a um mundo tão maravilhoso e vivo como o Sistema Solar de Algol.

E de vez em quando, pego aqui o cartucho, o Master System, e vou fazer uma visita a esse universo. E mesmo já sabendo o que fazer e como fazer, toda visita a Algol é certeza de ser cheia de alegria.

FLASHBACK

Na Supergame de Setembro de 93, a Revista trazia direto da Game Pro a estréia de Mortal Kombat no Master System. E foi uma notícia tão incrível que quase ninguém acreditou até ler. Ninguém em sã consciência acreditava que seria possível um conversão de Mortal Kombat para consoles de 8 bits.

Mas foi possível e aconteceu. Só que obviamente, essa versão teve que ser bem adaptada. Nós contávamos com 6 personagens, exceto Kano. E a trilha sonora também sofreu nessa versão, ficando bem longe daquela trilha marcante dos arcades. Mas apesar de tudo, essa versão surpreende pela qualidade levando em conta o hardware que o jogo foi encaixado. Foi uma das melhores conversões de um jogo para um console 8bits.

Na Ação Games de Setembro de 93, a seção especial da Revista trazia quais seriam as novidades que a Tectoy iria trazer para o mercado brasileiro. E ali foi revelado o Master System Super Compact. A Tectoy desenvolveu esse console exclusivamente para o Brasil.

A maior novidade do console era que ele não precisava mais de fios para se ligar a TV. Ele tinha um antena e por ela se tansmitia o som e imagem para a antena interna da TV. Mas o console tinha cabos opicionais. O console tinha um peso de 285 gramas e era um pouco maior que um Game Gear, além de ter os botões embutidos no console. O Master System Super Compact era vendido em três versões: uma com Alex Kidd in Miracle World, outra vinha com Sonic e outra com Super Futebol 2. Funcionava com pilhas ou cabo AC.

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