Pré-sal - Parte I O que é pré-sal? Como começou? O que vai mudar com esta descoberta? Vamos, durante as matérias, responderem a estas e outras perguntas referentes ao fenômeno chamado de “Pré-sal”. O pré-sal é a denominação dada a um reservatório de hidrocarboneto (petróleo) encontrado abaixo da camada de sal existente na terra. Explicando melhor o que isso quer dizer, o solo tem várias configurações de rochas, umas sobre as outras, que com o tempo foram sendo depositada, uma destas áreas é denominada de sal e abaixo dela encontramos o petróleo ou falando a língua dos técnicos “hidrocarboneto”, nos próximos artigos explicarei melhor o que é hidrocarboneto e como ele se “move”.
Figura 1
Observando a figura 1 começamos a nos deparar com algumas perguntas e curiosidades. Reparem que olhando da plataforma o petróleo esta abaixo da camada de sal, logo, teria que se chamar de pós-sal e não pré-sal como falam, já que primeiro vem o sal, correto? Não, errado. Para os geólogos e geofísicos as camadas da terra são vistas de dentro para fora. Se olharmos do núcleo de nosso planeta para cima teremos o petróleo (hidrocarboneto) antes do sal, sendo assim o “pré-sal”, pois antecede a camada de sal. Foi desta forma que batizaram esta descoberta. Como estas rochas foram sendo depositadas? O que ocorreu para que este fenômeno acontecesse? Vamos responder a estas perguntas para podermos entender melhor o fenômeno e entrarmos na importância do pré-sal. Existe uma teoria que é denominada “A teoria da deriva continental” que demonstra uma separação dos continentes. Isso ocorreu há aproximadamente 225 milhões de anos atrás, quando existia no planeta apenas um continente que era chamado de “Pangea”. A origem do nome vem do Grego onde “Pan” significa inteiro e “Gea” que exprime uma noção de totalidade ou único bloco de terra.
Figura 2
Milhões de anos se passaram, chegando há aproximadamente 200 milhões, até que a Pangea se fragmentou formando dois novos continentes, “Godwana” e “Laurásia”. Nosso objetivo de estudo é o primeiro continente.
Figura 3
A Godwana também se separou há aproximadamente 160 milhões de anos, formando a América do Sul, África, Austrália e Índia, nesta separação foram sendo criados grandes lagos, montanhas e vulcões entre eles. O cenário começava a ser projetado entre os continentes. Rochas geradoras do petróleo e reservatórios carbonáticos apareciam. Esta separação é finalizada há aproximadamente 113 milhões de anos, formando o Proto-Oceano Atlântico, neste ambiente de águas rasas desenvolveram-se os carbonatos de origem microbial, os microbiolitos, responsáveis hoje pelos reservatórios do pré-sal.
Figura 4
Com o afundamento gradual os carbonatos foram sendo cobertos pelo sal deixado na evaporação da água do mar. Soterrados pela camada de sal e posteriormente por sedimentos às rochas carbonáticas foram sofrendo transformações diagenéticas que alteraram suas propriedades originais. O conhecimento preciso das características deste novo tipo de rocha é fundamental para que se possa compreender o fluxo do óleo e melhorar as estratégias de produção. Comentário1: A maior parte das rochas carbonáticas tem origem biológica, formadas em ambientes marinhos na deposição de conchas e esqueletos de outros organismos. Comentário2: Ao final da matéria farei um dicionário explicando cada tremo técnico utilizado e de onde foram retiradas as figuras.
Continua.